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CENTRO HISTÓRICO E CENTRO CONSOLIDADO: NOVAS DINÂMICAS E O CASO DA CIDADE DE MARÍLIA-SP 1

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CENTRO HISTÓRICO E CENTRO CONSOLIDADO: NOVAS DINÂMICAS E

O CASO DA CIDADE DE MARÍLIA-SP1

HELOÍSA MARIZ FERREIRA2

UNESP – Campus de Presidente Prudente heloisamariz@gmail.com

RESUMO

Ao tratar dos centros históricos, o articulamos com a concepção de centro consolidado, entendendo que a perda de importância do último significou, com a emergência de novas áreas centrais, a degradação de imóveis com alto valor histórico, embora, em alguns casos, a renovação despreocupada implicou, ao mesmo tempo, na perda dos vestígios dos tempos pretéritos. As ações sobre os centros históricos são empreendidas, sobretudo, pelo planejamento urbano, cujas intervenções não geram consenso e demandam maiores debates. Além disso, a preocupação com a conservação das formas materiais se dá pelo privilégio quase exclusivo das formas antigas, de modo geral, anteriores ao século XX; o que deixa de contemplar cidades surgidas mais recentemente e dificulta as ações de preservação da memória destas cidades. No presente trabalho, abordaremos o caso da cidade de Marília, a partir da análise do seu plano diretor e realização de trabalho de campo, o que nos proporcionou inferir que o poder público municipal tem conferido pouca atenção ao tema e as intervenções direcionadas à preservação são raras, predominando permanências de formas materiais passadas em decorrência de reformas de pouca monta dos proprietários de estabelecimentos.

1 O artigo é resultado do trabalho final da disciplina ‘Forma urbana e estrutura urbana’, ministrada pelo Prof.

Arthur Magon Whitacker, no Programa de Pós Graduação em Geografia da FCT/UNESP, e contém discussões, bem como coleta de informações, no âmbito da pesquisa ‘O centro consolidado e o centro principal nas cidades policêntricas: transformações e permanências em Marília e Presidente Prudente-SP’, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo, processo 2013/22479-6.

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Palavras-chave: Formas; memória; centro histórico; centro tradicional; Marília-SP.

1. INTRODUÇÃO

Tratamos neste artigo da delimitação de centros históricos, especificamente, e, de modo geral, da preocupação do poder público quanto à preservação da memória da cidade, a partir de recorte territorial voltado a cidades médias de formação relativamente recente, em especial Marília, situada no Centro-Oeste do estado de São Paulo.

Concomitante à formação desta cidade, que remonta ao início do século XX, ocorreram dinâmicas de concentração de atividades comerciais e de serviços, casarões da elite local e importantes benfeitorias em área situadas nas imediações da estação ferroviária, local onde transitavam consumidores de cidades da região. Nas décadas seguintes, isto foi reforçado com a instalação de prédios públicos, como prefeitura e câmara municipais, e lojas vinculadas ao capital externo. Conformando um Centro, a área se tornou representativa da própria memória da cidade.

Todavia, a partir da segunda metade do século XX, as cidades médias foram marcadas pela emergência de novas áreas centrais, que no princípio, significou complementaridade ao Centro, mas que posteriormente, com a implantação de grandes superfícies comerciais e de serviços, capazes de estabelecer relações de concorrência (SPOSITO, 2001, 2013; WHITACKER, 2015).

Em Marília, estas dinâmicas implicaram na saída de estabelecimentos, sobretudo vinculados a capitais externos, em direção aos novos empreendimentos e, consequente, “popularização” dos bens e serviços oferecidos e manutenção dos imóveis. Entretanto, isto se mostra contemporâneo a preocupações quanto a preservação da memória, que embora pontualmente e pouca efetividade na prática, estão presentes no Plano Diretor da cidade.

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Por muito tempo, o centro foi denominado como cidade, espaço de concentração dos mais diversos comércios e serviços, públicos ou privados, do emprego e do lazer, assim como das linhas do transporte coletivo. Área que se contrapunha à periferia, ausente ou precária no que se referia à grande maioria dos equipamentos e serviços públicos, cuja acessibilidade se mostrava deficiente (ALVES, 2011).

Isso provocou, segundo Alves (2011), a concentração de atividades econômicas e a alta valorização imobiliária na área central da cidade, sucedida pelo demasiado encarecimento e a emergência de novas áreas centrais, por volta das décadas de 1960 e 1970. Até então único, o centro exibiu modificações dos usos, esvaziamento de prédios e a saída de parcelas da população residente, acompanhados pela redução do preço do solo.

Foto 1 – Marília (SP). Imóvel com formas materiais passadas na Avenida Sampaio Vidal, 2015.

Fonte: Heloísa Mariz Ferreira/Trabalho de Campo/Janeiro de 2015.

Ao abordar o tema do centro em cidades médias, Sposito (2001) menciona os novos arranjos da divisão territorial do trabalho destas cidades na rede urbana; a conformação de tecidos urbanos descontínuos; os crescentes investimentos e as novas

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infraestruturas em novas áreas e as novas formas de transporte. A partir disso, outras áreas das cidades passaram a exibir concentração de atividades comerciais e de serviços, que geram e também decorrem de fluxos, conformando novas centralidades.

Se no decorrer da formação dos primeiros espaços de consumo, como subcentros e eixos de desdobramento, o centro passou por mudanças disso decorrentes, mais recentemente, exibe transformações ainda mais significativas. Isso porque, tem sido impactado pelo processo de conformação de cidades policêntricas, caracterizadas pela emergência de grandes superfícies comerciais, a exemplo dos shopping centers, que se mostram mais atraentes para uma sociedade fortemente baseada no consumo (FERNANDES, 2007; SPOSITO, 2013).

Surgidos nas cidades brasileiras nos anos de 1970 e disseminado na década seguinte, estes espaços reproduzem as atividades tipicamente centrais, associados com hipermercados. São produtores de novas centralidades, com diversidade funcional, mas com grande especialização socioeconômica, direcionados aos públicos dos segmentos de médio e alto poder aquisitivo. Tais áreas se dissociam dos demais espaços de consumo, por diversas razões, dentre as mais importantes, podemos citar a atração sobre toda a cidade e cidades vizinhas; o fato de se constituírem em grandes superfícies planejadas, distintas das aglutinações de escolhas individuais de comerciantes, como no centro da cidade; e a capacidade de gerarem maiores segmentações socioespaciais (SPOSITO, 1991; 2013).

Para Salgueiro (2012), a constituição de uma sociedade de consumo trouxe consigo novas lógicas de produção das cidades, através da proliferação de cafés, complexos de cinemas e centros comerciais, direcionados ao consumo. Ou seja, a conformação da sociedade de consumo liga-se à emergência de cidades policêntricas.

Mais recentemente, todavia, inserido na reprodução do capital, o centro se tornou elemento de superação da crise de acumulação, por meio de planos de requalificação, que se dão pela associação entre os poderes público e privado, no intuito de se reverter o quadro de deterioração e retornar os aspectos que foram característicos da área (ALVES, 2011, p. 108-9).

Conforme Alves (2011), as intenções oficiais consistiram na retomada da vida do centro, num indício de que a atual vida não seria a desejável e que os objetivos estavam

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ligados à atração dos segmentos de alto poder aquisitivo. Isso se deu, e ainda se faz, através da valorização do patrimônio existente, sobretudo arquitetônico.

Para apreender as dinâmicas de perda de importância do Centro e a redefinição de suas funções, vamos nos valer da noção de centro consolidado (WHITACKER, 2015), acompanhada da análise de centro histórico, referente às formas, muitas vezes total ou parcialmente correspondentes, tendo em vista dinâmicas e processos que se mesclam e se articulam. Assim, ações de dinamização da área central, por meio da valorização das formas do passado, geram desdobramentos sobre o centro consolidado, pelo incremento de novas atividades; e vice-versa, quando este centro ganha relevância, por meio de suas redefinições, o centro histórico pode ser impactado.

Com efeito, ao falarmos do centro histórico, muitos dos processos estão em relação com o papel do centro consolidado no conjunto da cidade de Marília.

3. MEMÓRIA E CENTRO HISTÓRICO

De modo distinto ao observado na modernidade, período no qual houve predomínio de renovações urbanas e desprezo pelo passado, mudanças foram observadas a partir do século XX, de acordo com Abreu (1998), quando a valorização do passado e da memória das cidades ganharam espaço nos discursos e projetos, ligados à restauração, preservação e revalorização de vestígios dos tempos pretéritos.

Não raramente, o centro da cidade corresponde à área que melhor relevância exibe no que se refere ao patrimônio histórico, decorrente da formação concomitante à formação da cidade e localização dos principais prédios públicos, casarões e praças públicas. Além do que sua característica funcional, é possível compreender o Centro pela carga simbólica, que expressa uma história da cidade (FERNANDES, 2012).

Contudo, segundo Fernandes (2012):

[...] o conceito de centro histórico pode ser posto em questão, mesmo porque a história atravessa todos os territórios, e não parece exequível definido, com o mínimo de rigor, o limite temporal ou a quantidade de imóveis ou de outros elementos urbanos a partir dos quais um determinado espaço é suficientemente antigo na sua ocupação pelo homem e na importância das marcas que este deixou, para ser histórico; depois, porque este centro, tal como o de negócios ou de comércio (que

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por vezes coincidem, principalmente em cidades mais antigas e pequenas), tem também perdido centralidade na cidade expandida e cada vez mais fragmentada, sobretudo quando pensamos nas condições de grande acessibilidade em geral (FERNANDES, 2012, p. 120).

Em muitas cidades, a revalorização do centro tem se dado pela importância conferida aos imóveis que simbolizam o passado, tido como autêntico, mesclados com paisagens contemporâneas. Neste contexto, surgiram, inicialmente, correntes do planejamento urbano que primaram pela proteção de grandes imóveis históricos, monumentais, em detrimentos de outros, considerados de pouca relevância, que foram destruídos, em proveito de renovações urbanas (FERNANDES, 2012; SALGUEIRO, 2012).

Entretanto, a partir da década de 1970, as lógicas das práticas de planejamento foram marcadas pela valorização de parcelas mais amplas tidas como históricas. Assim, muitos elementos antes tidos como inadequados foram valorizados e constituem-se, atualmente, em atração, sobretudo do turismo urbano (FERNANDES, 2012).

Assim, num quadro de significativa valorização da memória, os centros das cidades têm passado por processos de ‘revitalização’, não restritos à preocupação com a memória da cidade, mas, sobretudo, voltados à tentativa de reforço da centralidade do centro histórico. A valorização da memória desta porção da cidade, distintas das outras parcelas, é transformada em fonte de lucro, com a mediação das prefeituras municipais, através de alterações nas leis de zoneamento (CARLOS, 2012).

De acordo com Fernandes (2007), nos processos de revitalização dos centros das cidades, tem tido papéis de relevância os instrumentos do planejamento, através da elaboração de projetos. Muitas vezes as ações têm servido mais para tornar semelhantes os centros históricos dos novos centros comerciais e de serviços, do que tornar relevante suas diferenças. Ainda que ganhem atratividade, sua capacidade de concorrer com os novos centros é dificultada, em função da perda de individualidade. Entretanto, o autor também chama a atenção para que as ações nos centros históricos se pautem na urbanidade contemporânea, que demanda, por exemplo, habitação e estacionamentos nos centros históricos, fatores pouco relevantes ou inexistentes à época de surgimentos e consolidação do centro.

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Num contexto de acumulação flexível e necessidades de reprodução do capital, os governos municipais têm flexibilizado suas legislações urbanísticas, através das Operações Urbanas, como foi o caso da cidade de São Paulo. Se antes de 1980, medidas pontuais foram tomadas, a partir de então, a execução das Operações Urbanas permitiu transformações na área central (ALVES, 2011).

Conforme afirma Alves (2011), no discurso oficial, os objetivos consistiram na valorização do patrimônio existente, na realização de empreendimentos imobiliários e no estímulo ao uso misto. O cumprimento dos projetos, entretanto, realiza-se sem diálogo com moradores e comerciantes, já estabelecidos na área há bastante tempo, como se os planejadores estivessem diante de um espaço vazio.

No que se refere à cidade de São Paulo, o discurso de valorização do patrimônio foi deixado de lado quando alguns prédios históricos foram demolidos. Além disso, através da promulgação de concessões urbanísticas, o governo municipal terceirizou a gestão do território às empresas, que decidem quais áreas são interessantes e que devem ser desapropriadas (ALVES, 2011).

Com efeito, aos interesses da população residente e antigos proprietários comerciais e de serviços pouca atenção é dada e não raro são expulsos, em nome de suposto interesse geral. Revela-se, assim, indícios da intensificação de processos de segmentação socioespaciais.

Se isso pode ser observado em muitas cidades, em outras, tais mudanças são incipientes ou ainda ausentes, como cidades cuja história de formação é relativamente recente e o patrimônio tem sido, por essa razão, pouco apreciado. Além disso, em muitas cidades novas, que se configuram enquanto cidades médias, os centros tradicionais exibem, muitas vezes, grande importância, embora muitos imóveis se encontrem em péssimas condições de conservação. As dinâmicas e os processos, sejam ligados ao centro histórico ou tradicional, mostram diferenças importantes. Vamos tratar deste assunto, ainda que brevemente, no tópico seguinte.

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Embora seja difícil a tarefa de generalização, podemos afirmar que nas cidades médias o centro consolidado permanece como o espaço de consumo com maior concentração absoluta e diversidade de estabelecimentos comerciais e de serviços, assim como fluxo mais intenso de pessoas e veículos. Não quer dizer com isso que não tenha sofrido transformações importantes.

Com a instalação de novas áreas centrais nestas cidades, como subcentros, eixos comerciais e, sobretudo, shopping centers, o centro consolidado exibiu dinâmicas de popularização dos segmentos sociais de seus consumidores, assim como dos bens e serviços ofertados. Com isso, muitos imóveis exibem condições precárias de conservação, em função dos poucos recursos dos proprietários ou locatários para reformas e manutenções dos edifícios (WHITACKER, 1991).

Em Marília, uma cidade média situada no estado de São Paulo, coexistem diversos espaços de consumo, como o Centro, os subcentros e dois shopping centers. Em meio à diversidade de possibilidades de consumo, o Centro tem perdido importância, concomitante à pouca atenção conferida ao centro histórico, seja pelos atores individuais, seja pelo poder público, dos diferentes níveis de governo.

A partir de realização de trabalhos de campo, observamos manutenção precária de parcela expressiva de imóveis do centro consolidado, o que possibilita, de modo não intencional, permanência de formas materiais passadas. Por outro lado, aqueles que são resultantes de grandes reformas não exibem a manutenção de tais formas, o que torna indicativa a necessidade de intermediação de outros agentes, especialmente o público, no estabelecimento de diretrizes e prestação de assessoria, juntamente à participação da sociedade, tendo em vista o anseio de preservação de memória que é coletiva.

Isso porque os órgãos de proteção ao patrimônio privilegiaram, de modo geral, aquilo que representava o passado remoto, o que não ultrapassa os anos de 1940, ligados a grandes figuras ou eventos históricos (NASCIMENTO, 2006). Ora, se pensarmos em muitas cidades surgidas no século XX, como Marília, pouco patrimônio, a partir desta percepção, poderiam exibir.

Embora como afirma Nascimento (2006), os primeiros processos de tombamentos aprovados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artístico (Condephaat) primaram pelos casos em que o patrimônio pudesse ter aproveitamento

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econômico, no início da década de 1970, mudanças significativas foram observadas, como a ampliação da concepção de patrimônio; tombamento de parcelas da cidade, como os centros históricos; e a incorporação da noção de patrimônio natural. Emergindo também a preocupação acerca da possível perda de patrimônios, em função de interesses imobiliários. Ainda assim, a não aprovação de tombamentos que tivessem importância estadual perduraram neste período.

Os anos de 1980 foram marcados por novas alterações, como aquelas referentes à valorização da memória social, ao crescimento do conflito com o mercado imobiliário e à incorporação da participação social. Permanece, entretanto, o grande peso dado ao valor arquitetônico (NASCIMENTO, 2006).

Ainda segundo Nascimento (2006), na cidade de Marília, um imóvel localizado no Centro foi tombado. O pedido foi feito pela Comissão Organizadora dos Registros Históricos da Câmara Municipal, em 1986. Como argumentos, enfatizou-se a casa como símbolo representativo do início do núcleo urbano, seu valor arquitetônico e o perigo de demolição do imóvel.

Os trâmites para a aprovação do tombamento foram permeados por conflitos entre o Condephaat e os herdeiros da residência, que tinham o anseio pela venda do imóvel, localizado numa área de alta valorização imobiliária. Os proprietários do imóvel questionaram a relevância arquitetônica da casa e para a memória do estado (NASCIMENTO, 2006).

O plano diretor de Marília trata do patrimônio cultural, onde expressa intenções de preservação do patrimônio material e imaterial, através de políticas públicas municipais. Tem-se como princípios norteadores a apropriação do patrimônio pelos moradores, que devem também participar da gestão de tais políticas, além disso, procura-se compatibilizar os usos com o patrimônio arquitetônico (MARÍLIA, 2006).

As ações previstas consistem no inventário de bens, a delimitação de instrumentos e imóveis de interesse, formação de conselhos municipais e corpos técnicos e a definição de meios de captação de recursos e concessão de compensações e incentivos (MARÍLIA, 2006). Ao utilizarmos o sítio eletrônico da prefeitura municipal e de jornais locais, não obtivemos informações acerca da existência de políticas sobre o tema, apenas a formação prevista do conselho municipal, cujos feitos se mostram bastante pontuais,

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como a elaboração de cartas de compromisso e de diretrizes gerais. O Plano de Preservação e Recuperação do Patrimônio Cultural carece ainda de ser implementado, através de lei específica.

A pouca atenção dada à história recente das cidades pode implicar em dificuldades de restauração nas próximas décadas, assim como se tem, na atualidade, obstáculos ao restauro de imóveis e centros históricos, cujas formas foram sistematicamente destruídas, em função do privilégio excessivo dado ao futuro. As tendências mais recentes de valorização do passado têm se dado, entretanto, sem preocupação com o presente, que se tornará passado.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Num sintético conjunto de análises e reflexões, procuramos neste trabalho tratar das atenções conferidas à memória na cidade de Marília, em que identificamos pouca importância conferida pelos órgãos estaduais responsáveis, enquanto o poder público municipal não exibe, por sua vez, intervenções sistemáticas, embora faça menção no Plano Diretor a intenções quanto o que denomina de ‘centro histórico’. Com efeito, a permanência de formas materiais se dá em decorrência do pouco investimento financeiros pelos proprietários de imóveis situados no centro consolidado.

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