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DELIBERAÇÃO. Instituto dos Registos e do Notariado. mod. 4

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st it ut o d o s Re gi st os e d o N o ta ri a d o . mod . 4

P. º C. P. 52/2007 DSJ-CT- Pedido de informação relativa a prédios

– Indicação do artigo matricial – Buscas efectuadas nos verbetes reais – Emolumentos devidos - INTERPRETAÇÃO DO DESPACHO Nº89/2007.

DELIBERAÇÃO

1 - A presente consulta tem na sua génese a reclamação lavrada

pelo Advogado, David…, no livro amarelo de reclamações da … Conservatória do Registo Predial de …- na qual é questionada a interpretação dada pelos correspectivos serviços ao conteúdo do despacho n.º 89/2007, do Ex.mo Sr. Presidente do IRN -, e cujo teor é o seguinte:

“Relativamente à interpretação dada ao despacho 89/2007 por parte da … Conservatória do Registo Predial de …e, em específico, no que se refere à tributação das informações relativas a prédio, entendo, na qualidade de Advogado, haver uma interpretação abusiva do referido despacho pela seguinte razão:

No dia 17/01/2008 solicitei junto da funcionária da Conservatória uma pesquisa de 5 (?) prédios por artigo matricial dispensando, caso não fosse encontrado o prédio, qualquer documento escrito. Os referidos prédios não foram localizados por artigo e tive de pagar a quantia de 30 euros apenas e só pela pesquisa que não logrou qualquer resultado não tendo da minha parte havido qualquer exigência de comprovativo escrito. O despacho é claro neste aspecto.”.

2 - Na informação sobre o mérito da aludida reclamação, prestada

pelo Sr. Conservador, começa por se chamar a atenção para o facto daquela versar sobre matéria não abrangida pelo D.L. n.º 135/99, de 22/04, nomeadamente nos seus artigos 1.º e 2.º, uma vez que o que está em causa é uma liquidação de conta ou aplicação da tabela emolumentar, a qual se encontra especificamente prevista no artigo 147.º-C, do Código do Registo Predial, que também prevê a forma de tramitação de tal impugnação.

Circunstância que, apesar de tudo, não impediu o Sr. Conservador a quo de esclarecer que a pretensão solicitada pelo utente foi pronta e

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devidamente atendida pela funcionária a qual, em cumprimento do Despacho n.º 89/2007, o alertou para o facto do pedido, nos termos formulados, sofrer o agravamento e custo emolumentar respectivos, não se tendo o mesmo oposto a tal, pelo que lhe foi fornecida a respectiva informação por escrito, agrafada à respectiva conta emolumentar, tendo o utente ostensivamente desagrafado aquela e deixado em cima do balcão, após ter efectuado o pagamento devido e efectuado a reclamação no livro respectivo.

2.1- Refere-se, de seguida, o Sr. Conservador à interpretação que

faz - e que considera correcta - do dito despacho, veiculada no ofício de resposta enviado ao autor da reclamação em causa, nos termos seguintes: “Quanto à interpretação dada por V. Ex.a em relação ao conteúdo do despacho n.º 89/2007, … , apenas nos iremos pronunciar sobre o que no mesmo é interpretado como informação dada por escrito. Com efeito, é determinado no referido Despacho e como tal de cumprimento obrigatório para todos os serviços o seguinte: (e transcreve) O pedido será qualificado como informação dada por escrito quando nele não forem concretamente identificados os registos, o despacho ou o documento, dos quais se pretende obter conhecimento e como fotocópia não certificada com valor de informação quando os ditos registos, despacho ou documento hajam sido especificamente indicados (fim de transcrição).

Em face do exposto e do integral conteúdo do referido Despacho, pensamos estar a fazer uma correcta aplicação do seu conteúdo, até mesmo em relação ao facto de V. Ex.a ter sido alertado para o agravamento e custo emolumentar de tal pedido formulado.”.

2.2 – Após o que sugere, face, designadamente, ao teor da

reclamação e ao facto de só algumas conservatórias estarem a aplicar cabalmente o referido Despacho, que seja esclarecida a interpretação a dar-lhe, confirmando ou recusando a que foi exposta, tendo em consideração, para o efeito, a resposta a dar às questões que coloca nos termos seguintes:

“Se um utente solicita ao funcionário que, pelo artigo da matriz ou pelo nome da rua ou número de polícia ou até mesmo, quando se trata do próprio, e pelo respectivo nome lhe forneça o número da descrição predial,

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tal informação, nos termos do citado Despacho deve ser qualificada como informação dada por escrito e, como tal, tributada? Ou;

Tal informação, quando nada se encontre e como tal se tenha de informar que nada foi encontrado, é considerada uma informação verbal e gratuita? Ou;

Será que temos de interpretar o Despacho de forma arbitrária e conforme as circunstâncias?”

Para, finalmente, propor que, com vista a uma actuação uniforme, e caso seja tida como correcta a interpretação exposta, se dê conhecimento da mesma a todas as conservatórias e, na hipótese inversa, se informe a Conservatória reclamada de tal posição, a fim de ser corrigida a até agora seguida e, no caso vertente da reclamação em apreciação, ser oficiosamente rectificada a conta emolumentar respectiva.

3 – Em parecer emitido pelo Departamento Jurídico, Sector Jurídico

e de Contencioso, do IRN, com base no reconhecimento de que o citado despacho n.º 89/2007 se limitou a acolher as conclusões de uma deliberação do Conselho Técnico, proferida no âmbito do P.º C.P. 52/2007, com vista a uniformizar procedimentos, o que não foi conseguido, foi proposta e superiormente determinada a remessa dos autos a este órgão colegial para que, a respeito, se pronuncie.

4 – Assim, no cumprimento de tal determinação, o que se nos

oferece dizer, desde logo, e como reflexão imediata que a questão colocada nos suscita, é que, quando na referenciada deliberação concluímos que as informações dadas verbalmente não estão sujeitas a tributação, não figurámos, em absoluto, a possibilidade de, fazendo tábua rasa da aludida asserção, tais informações virem a ser qualificadas como informações dadas por escrito, essas sim, sujeitas a tributação emolumentar, desde que, no respectivo pedido, não sejam concretamente identificados os registos, o despacho ou o documento (em conformidade com o aí prescrito para as informações dadas por escrito – e que veio a ser transcrito no mencionado despacho).

Interpretação que, subsumindo as primeiras (verbais) ao conceito destas últimas (escritas), conduziria, no limite, à não prestação de informações verbais, em clara violação do que se acha legalmente previsto

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no artigo 104.º do Código do Registo Predial, nos termos do qual, subordinado à epígrafe “Carácter público do registo”, “Qualquer pessoa pode pedir certidões dos actos de registo e dos documentos arquivados, bem como obter informações verbais ou escritas, sobre o conteúdo de uns e outros.”. (Destacado a negro nosso).

A não previsibilidade, por nós, da dita interpretação radica no entendimento, que perfilhamos, de que a destrinça, em termos emolumentares (cfr. n.ºs 9.6 e 9.7 do art.º 21.º do RERN) entre informação dada por escrito e fotocópia não certificada com valor de informação se impõe, assumindo verdadeira relevância, quando o inerente pedido seja, também ele, formulado por escrito.

A esta luz deve ser compreendido o que, a respeito, se expôs na deliberação a que nos reportamos, na qual, de resto, foi feita referência às duas modalidades de informações dadas por escrito – as relativas a prédios (n.ºs 9.6.1 e 9.6.2) e não relativas a prédios (n.º 9.6.3), do citado art.º 21.º, caracterizando as que devem ser enquadradas em cada uma das apontadas categorias, além de se ter também expressamente consignado, em nota de rodapé, que a informação “tout court” relativa à descrição ou omissão do prédio em causa dada por escrito deve ser tabelada emolumentarmente, como tal, ainda que venha a ser seguida, no caso do prédio dado como descrito, de outro pedido, formulado posteriormente, de fotocópias não certificadas dessa descrição (que, então, serão cobradas como tais).

Refira-se, a este respeito, que, na situação em apreço, são divergentes as versões do reclamante e da conservatória relativamente ao fornecimento ou prestação de uma informação escrita, uma vez que, no entender do primeiro, só no caso de se encontrar descrito algum prédio, o seu interesse iria no sentido de que tal informação lhe fosse dada por escrito, enquanto, segundo a conservatória, a tal informação, atentos os elementos fornecidos para o efeito pelo interessado, teria, em qualquer caso, de ser comunicada por escrito e, em consequência, tabelada em sede emolumentar.

O mínimo que, neste particular, nos ocorre realçar é a razoabilidade da posição avançada pelo reclamante, como utente que é de um serviço

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público, ao qual incumbe, nos termos legais, a prestação de informações verbais, tanto mais que a informação relativa a prédio não descrito, ainda que por escrito, carece do valor probatório reconhecido à certidão, como único documento autêntico capaz de comprovar a omissão do prédio no registo – consoante decorre do previsto nos artigos 110.º e 111.º do Código do Registo Predial.

Enquanto que a informação relativa a prédio descrito e, bem assim, a relativa a documentos arquivados ou despachos emitidos, só pode ser havida como “verdadeiramente” prestada quando sejam fornecidas às partes fotocópias dos registos, documentos ou despachos relativamente aos quais a mesma foi solicitada.

E porque a estas fotocópias, traduzindo embora e sempre uma informação (em sentido genérico) dada por escrito, pode corresponder a inserção, do ponto de vista emolumentar, na categoria de informação dada por escrito ou na categoria de fotocópia não certificada com valor de informação, às quais corresponde, neste domínio, uma tributação diversa, qual seja, no 1.º caso, a estabelecida nos pontos 9.6.1. (relativa a um prédio), 9.6.2. (por cada prédio a mais) e 9.6.3 (não relativa a prédios) do artigo 21.º do citado Regulamento Emolumentar, e, no 2.º caso, a estabelecida no ponto 9.7, do mesmo artigo, sentiu-se a necessidade de clarificar as situações em que se está perante a informação dada por escrito e a fotocópia não certificada com valor de informação.

É, pois, no esclarecimento desta dicotomia – que, em especial, se justifica quando o respectivo pedido tenha assumido a forma escrita - que se inserem as prescrições contidas nos números 4 e 5 da deliberação que vimos analisando e que foram objecto de reprodução no invocado despacho.

Prescrições cujo teor foi ditado pela filosofia subjacente ao actual Regulamento Emolumentar dos Registos e do Notariado, aprovado pelo D.L. n.º 322-A/2001, de 14 de Dezembro, o qual, regido por critérios de simplificação e codificação e tendo em linha de conta que a actividade registral assenta numa base prestacional, sinalagmática, elegeu a regra da proporcionalidade como o essencial elemento a ponderar na reforma da

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tributação, fazendo assentar o cálculo dos emolumentos no custo efectivo do serviço prestado, atenta a natureza dos actos e a sua complexidade.

Assim, a diferença de tratamento outorgada, do ponto de vista emolumentar, à informação (em sentido genérico) dada por escrito através de fotocópias não certificadas, levando a considerá-la, umas vezes, como informação propriamente dita (tabelando-a como tal), e outras, como simples fotocópias não certificadas (cobrando o respectivo emolumento) radica na circunstância de, face à pretensão formulada, a conservatória ter de desenvolver mais ou menos trabalho – implicando, destarte, custos diferentes do serviço prestado – em ordem à satisfação do pedido em apreço.

Deste modo, especificados que se mostrem, na petição escrita apresentada, os registos, o despacho ou o documento, dos quais se pretende obter conhecimento, a informação da conservatória passará apenas pela emissão das fotocópias não certificadas com valor de informação dos identificados registos, despacho ou documento.

O que não sucederá, por exemplo, quando o interessado, solicitando embora - também por escrito - fotocópias de um dado prédio, não procede à identificação do mesmo através da indicação do número da descrição predial que lhe corresponde no registo – ou, referenciando-a, manifesta dúvidas sobre a sua pertinência àquele prédio – limitando-se a apontar o artigo matricial respectivo, porventura aditado de alguns outros elementos de identificação (v. g. localização, nome de possuidores, actuais ou anteriores); ou quando, de modo geral, os ditos registos, despacho ou documento não hajam sido concretamente identificados no pedido.

Situações em que este será tratado, para os mencionados efeitos, como informação dada por escrito. Trata-se, portanto, de casos em que, face ao pedido, a conservatória a quem é endereçado tem de desenvolver, como diligência prévia à emissão das pretendidas fotocópias, todo um trabalho, não raro moroso, que passará pela consulta (buscas) no respectivo ficheiro real, encontrando-se deste modo subjacente à demanda das referidas fotocópias a obtenção de informação acerca da identificação dos prédios, despacho ou documento visados, pressuposto indispensável à emissão daquelas.

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5 – Revistados, por esta forma, a razão e o fundamento da

orientação preconizada no Despacho n.º 89/2007 do Ex.mo Presidente do Instituto dos Registos e do Notariado, parece-nos desnecessário proceder a maiores explicitações sobre a questão. O mesmo se diga quanto à resposta a dar às interrogações colocadas pelo Sr. Conservador reclamado, uma vez que a resposta se intui, claramente, ao que supomos, do acabado de expor.

Não obstante, sempre insistiremos em que as informações verbalmente prestadas – o que só poderá acontecer pelo acesso directo aos balcões dos serviços externos competentes – são gratuitas. Se, em consequência directa e imediata da informação assim obtida, forem pedidas fotocópias com valor de informação, das descrições e respectivas inscrições, ou dos documentos ou despachos assim encontrados, as mesmas serão tabeladas como tais (n.º 9.7), sem prejuízo do utente poder optar pela informação dada por escrito (n.º 9.6). O que, obviamente, demandará o esclarecimento, por parte do funcionário do atendimento, acerca dos emolumentos devidos em cada uma das variantes equacionadas.

Concluindo, na situação figurada, e para que dúvidas não continuem a subsistir, a informação pedida verbalmente ao funcionário e satisfeita pela mesma via é gratuita, seja qual for o resultado a que conduza.

6 – Face ao exposto, propomos que seja divulgada internamente aos

Serviços, com vista à uniformização de procedimentos, a interpretação do Despacho n.º 89/2007, consubstanciada na conclusão acabada de enunciar.

Deliberação aprovada em sessão do Conselho Técnico de 30 de Abril de 2008.

Maria Eugénia Cruz Pires dos Reis Moreira, relatora.

Esta deliberação foi homologada pelo Exmo. Senhor Presidente em 06.05.2008.

Referências

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