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Melhoria de modelos de predição de path loss para sinais da quinta geração (5G) na faixa de 3,5 GHz

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(1)

Universidade Federal Fluminense

Escola de Engenharia

Curso de Gradua¸

ao em Engenharia de

Telecomunica¸

oes

Gustavo Nabuco Santos da Silva

Melhoria de modelos de predi¸c˜

ao de path loss para

sinais da quinta gera¸c˜

ao (5G) na faixa de 3,5 GHz

Niter´

oi – RJ

2020

(2)

Gustavo Nabuco Santos da Silva

Melhoria de modelos de predi¸c˜ao de path loss para sinais da quinta gera¸c˜ao (5G) na faixa de 3,5 GHz

Trabalho de Conclus˜ao de Curso apresentado ao Curso de Gradua¸c˜ao em Engenharia de Teleco-munica¸c˜oes da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obten¸c˜ao do Grau de Engenheiro de Telecomunica¸c˜oes.

Orientador: Prof. Dr. Tadeu Nagashima Ferreira Coorientador: Prof. Dr. Pedro Vladimir Gonzalez Castellanos

Niter´oi – RJ 2020

(3)
(4)

Gustavo Nabuco Santos da Silva

Melhoria de modelos de predi¸c˜ao de path loss para sinais da quinta gera¸c˜ao (5G) na faixa de 3,5 GHz

Trabalho de Conclus˜ao de Curso apresentado ao Curso de Gradua¸c˜ao em Engenharia de Teleco-munica¸c˜oes da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obten¸c˜ao do Grau de Engenheiro de Telecomunica¸c˜oes.

Aprovada em 31 de julho de 2020.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Tadeu Nagashima Ferreira - Orientador Universidade Federal Fluminense - UFF

Prof. Dr. Pedro Vladimir Gonzalez Castellanos - Coorientador Universidade Federal Fluminense - UFF

Prof. Dra. Leni Joaquim de Matos Universidade Federal Fluminense - UFF

Prof. Dr. Maur´ıcio Weber Benj´o da Silva Universidade Federal Fluminense - UFF

Niter´oi – RJ 2020

(5)

Resumo

Os sistemas m´oveis est˜ao em constante evolu¸c˜ao desde seu surgimento nos anos 1950 e, face `a enorme demanda da sociedade atual por informa¸c˜ao e meios para se comunicar, chegam ao seu ´apice com o desenvolvimento dos sistemas da quinta gera¸c˜ao, popularmente conhecidos como 5G. Estima-se uma melhora significativa nas trocas de dados entre usu´ a-rios destes sistemas, sejam eles pessoas ou m´aquinas. Utilizando esta inova¸c˜ao como cen´ario, este trabalho prop˜oe a melhoria de determinados modelos de predi¸c˜ao de path loss que ser˜ao utilizados nas previs˜oes de cobertura de sinais na frequˆencia de 3,5 GHz, os quais figuram nas principais proje¸c˜oes como os que ter˜ao maior utiliza¸c˜ao no 5G, visto a maior facilidade de implementa¸c˜ao aproveitando-se a infraestrutura utilizada pelos siste-mas m´oveis atuais, al´em do maior alcance nesta faixa do que as mais altas propostas para o 5G. S˜ao definidos conceitos b´asicos dos sistemas 5G, bem como os principais atributos que proporcionaram a chegada da nova tecnologia m´ovel, al´em de um panorama geral do 5G em ˆambito nacional. S˜ao elucidados, ao longo deste trabalho, os modelos de predi¸c˜ao de perda de percurso utilizados, os quais servir˜ao como base para o m´etodo de melhoria pretendido. Para que houvesse dados confi´aveis a serem estudados, um procedimento ex-perimental foi detalhadamente definido, destacando os setups de transmiss˜ao e recep¸c˜ao do sinal, o ambiente de propaga¸c˜ao onde ocorreram as medi¸c˜oes de potˆencia recebida e as rotas percorridas pela antena receptora. De posse dessas informa¸c˜oes, os c´alculos s˜ao realizados de acordo com as defini¸c˜oes dos modelos de predi¸c˜ao, para, posteriormente, ocorrer a melhoria destes resultados e a compara¸c˜ao entre os resultados obtidos, de modo a confirmar a efic´acia do m´etodo proposto.

(6)

Abstract

Mobile systems have been constantly evolving since their emergence in the 1950s and, gi-ven the enormous demand of today’s society for information and means to communicate, they reach their peak with the development of the fifth generation systems, popularly known as 5G. It is estimated a significant improvement in data exchanges between users of these systems, whether they are people or machines. Using this innovation as a scena-rio, this work proposes the improvement of certain path loss prediction models that will be used in signal coverage forecasts at the frequency of 3.5 GHz, which are included in the main projections as those that will have greater use in 5G, given the greater ease of implementation taking advantage of the infrastructure used by current mobile systems, in addition to the greater reach in this range than the highest proposals for 5G. Basic con-cepts of 5G systems are defined, as well as the main attributes that provided the arrival of the new mobile technology, in addition to an overview of 5G at the national level. Th-roughout this work, the models used to predict path loss are elucidated, which will serve as a basis for the intended improvement method. In order to have reliable data to be stu-died, an experimental procedure was defined in detail, highlighting the transmission and reception setups, the propagation environment where the received power measurements took place and the routes taken by the receiving antenna. With this information in mind, calculations are performed according to the definitions of the prediction models, so that these results can be improved and the results obtained compared, in order to confirm the effectiveness of the proposed method.

(7)

Agradecimentos

Primeiramente, agrade¸co aos meus pais, Let´ıcia e Pedro, por todo amor, dedica¸c˜ao, apoio e ensinamentos que, sem d´uvida, nortearam as decis˜oes que tomei at´e hoje em minha vida e me permitiram chegar at´e aqui.

Aos meus av´os maternos, Mariza e Moacyr, por todo o amor, carinho e sabedoria que me dedicam at´e hoje e por toda ajuda despendida aos meus pais ao longo de minha infˆancia.

`

A Amanda, a quem tenho o prazer de chamar de namorada, por todo amor, carinho, amizade, conversas, incentivos e paciˆencia ao longo dos ´ultimos 4 anos em que estamos juntos.

Aos professores do Col´egio Metropolitano, em especial Andr´e, Renata, Rita e Ro-berto, pelos aprendizados ao longo de minha trajet´oria acadˆemica na institui¸c˜ao, dentro e fora da sala de aula, que contribu´ıram fortemente em meu desenvolvimento como cidad˜ao.

`

As grandes amizades que constru´ı neste Col´egio, especialmente para Igor, Jo˜ao, Lu-cas, Matheus e Marcos, pelos momentos juntos em quadra, hist´orias, risadas, adversidades e sucessos compartilhados que, sem d´uvida, me moldaram at´e aqui.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Tadeu Ferreira, por toda a ajuda e dedica¸c˜ao na elabora¸c˜ao deste trabalho, al´em das demais conversas sobre variados assuntos nos laborat´orios e nas salas de aula da UFF.

Aos grandes amigos que a gradua¸c˜ao na UFF me proporcionou, Marcelo, Renan e Rodrigo, por todas as conversas, trabalhos e momentos de descontra¸c˜ao que tornaram este desafiador per´ıodo muito mais agrad´avel.

A todas as pessoas citadas aqui que, de diferentes maneiras, impactaram positiva-mente minha vida, possibilitando que eu chegasse at´e este momento, os meus mais sinceros agradecimentos.

(8)

”Ningu´em bater´a t˜ao forte quanto a vida. Por´em, n˜ao se trata de qu˜ao forte vocˆe bate, se trata de qu˜ao forte vocˆe pode ser atingido e continuar seguindo em frente.”

(9)

Lista de Figuras

2.1 Exemplo de Small Cell instalada. . . 8

2.2 Esquema de funcionamento de Small Cell . . . 9

2.3 Esquema de funcionamento de antenas MIMO . . . 9

2.4 Esquema de funcionamento de antenas em Massive MIMO . . . 10

2.5 Faixas de frequˆencias a serem licitadas para explora¸c˜ao do 5G . . . 12

4.1 Diagrama esquem´atico do setup do sistema de transmiss˜ao . . . 27

4.2 Diagrama esquem´atico do setup do sistema de recep¸c˜ao . . . 29

4.3 Pr´edio localizado no bairro de Del Castilho utilizado como base de trans-miss˜ao do sinal de 3,5 GHz . . . 30

4.4 Rota percorrida na Campanha de Medi¸c˜ao 1 . . . 31

4.5 Rota percorrida na Campanha de Medi¸c˜ao 2 . . . 32

5.1 Histograma de Frequˆencias dos dados de potˆencia recebida coletados . . . . 35

5.2 Potˆencia m´edia recebida medida em rela¸c˜ao `a distˆancia Transmissor-Receptor 36 5.3 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo Free Space e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 37

5.4 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo Log-Distance e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 38

5.5 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo ITU-R P.1411-10 e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 39

5.6 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo COST-231 Hata e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 40

5.7 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo Okumura-Hata e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 40

(10)

5.8 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo ECC-33 e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 41 5.9 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo SUI e

a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 42 5.10 Compara¸c˜ao entre as potˆencias m´edias recebidas estimadas pelos modelos

e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 43 5.11 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo Free

Space melhorado e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 48 5.12 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo ITU-R

P.1411-10 melhorado e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 49 5.13 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo

Log-Distance melhorado e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 50 5.14 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo SUI

melhorado e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 51 5.15 Compara¸c˜ao entre a potˆencia m´edia recebida estimada pelo modelo

ECC-33 melhorado e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 52 5.16 Compara¸c˜ao entre as potˆencias m´edias recebidas estimadas pelos modelos

melhorados e a potˆencia m´edia recebida coletada . . . 53 5.17 Compara¸c˜ao entre modelos Free Space e Free Space melhorado . . . 55 5.18 Compara¸c˜ao entre modelos ITU-R P.1411-10 e ITU-R P.1411-10 melhorado 55 5.19 Compara¸c˜ao entre modelos Log-Distance e Log-Distance melhorado . . . . 56 5.20 Compara¸c˜ao entre modelos SUI e SUI melhorado . . . 56 5.21 Compara¸c˜ao entre modelos ECC-33 e ECC-33 melhorado . . . 57

(11)

Lista de Tabelas

3.1 Valores para expoente de perda de percurso de acordo com ambiente de

propaga¸c˜ao . . . 16

3.2 Coeficientes de perda b´asica de transmiss˜ao para cen´arios de esta¸c˜oes acima e abaixo do teto . . . 17

3.3 Parˆametros utilizados no modelo SUI . . . 23

4.1 Especifica¸c˜oes dos equipamentos utilizados na transmiss˜ao . . . 26

4.2 Parˆametros para c´alculo da potˆencia efetivamente irradiada . . . 27

4.3 Especifica¸c˜oes dos equipamentos utilizados na recep¸c˜ao . . . 28

4.4 Parˆametros envolvidos na recep¸c˜ao do sinal . . . 29

5.1 Especifica¸c˜oes da distribui¸c˜ao dos dados coletados . . . 34

5.2 Parˆametros utilizados para c´alculo das predi¸c˜oes de path loss pelo modelo Log-Distance . . . 37

5.3 Parˆametros utilizados para c´alculo das predi¸c˜oes de path loss pelo modelo ITU-R P.1411-10 . . . 38

5.4 Parˆametros utilizados para c´alculo das predi¸c˜oes de path loss pelo modelo COST-231 Hata . . . 39

5.5 Parˆametros atribu´ıdos ao tipo de terreno utilizado pelo modelo SUI - Stan-ford University Interim . . . 41

5.6 Parˆametros utilizados para c´alculo das predi¸c˜oes de path loss pelo modelo SUI - Stanford University Interim . . . 42

5.7 Tabela comparativa entre valores de Desvio Padr˜ao e RMSE entre modelos de predi¸c˜ao de path loss pr´e-melhoramento . . . 44

5.8 Terceiro passo para melhoria do modelo de predi¸c˜ao de path loss . . . 46

(12)

5.10 Segunda etapa para melhoria do modelo Free Space . . . 47

5.11 Terceira etapa para melhoria do modelo Free Space . . . 47

5.12 Fun¸c˜oes de Fitting utilizadas na melhoria do modelo ITU-R P.1411-10 . . . 48

5.13 Resultados das etapas de melhoria do modelo ITU-R P.1411-10 . . . 48

5.14 Fun¸c˜oes de Fitting utilizadas na melhoria do modelo Log-Distance . . . 49

5.15 Resultados das etapas de melhoria do modelo Log-Distance . . . 49

5.16 Fun¸c˜oes de Fitting utilizadas na melhoria do modelo SUI . . . 50

5.17 Resultados das etapas de melhoria do modelo SUI . . . 50

5.18 Fun¸c˜oes de Fitting utilizadas na melhoria do modelo ECC-33 . . . 51

5.19 Resultados das etapas de melhoria do modelo ECC-33 . . . 51

5.20 Tabela comparativa entre valores de Desvio Padr˜ao e RMSE entre modelos de predi¸c˜ao de path loss p´os-melhoramento . . . 54

5.21 Tabela comparativa entre valores de Desvio Padr˜ao e RMSE entre modelos de predi¸c˜ao de path loss pr´e e p´os-melhoramento . . . 57

(13)

Sum´

ario

Resumo v Abstract vi Agradecimentos vii Lista de Figuras ix Lista de Figuras x Lista de Tabelas xi

Lista de Tabelas xii

Sum´ario xiii

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Objetivos . . . 2

1.2 Estrutura do texto . . . 2

2 A Quinta Gera¸c˜ao de Sistemas M´oveis 4 2.1 5G - Conceitos e motiva¸c˜oes . . . 4

2.1.1 Enhanced mobile broadband . . . 5

2.1.2 Ultra-reliable low latency communications . . . 6

2.1.3 Massive machine-type communciations . . . 6

2.2 Tecnologias viabilizadoras para sistemas m´oveis 5G . . . 6

2.2.1 Ondas Milim´etricas . . . 6

2.2.2 Small Cells . . . 7

(14)

2.3 O 5G no Brasil . . . 10

2.3.1 Utiliza¸c˜ao da faixa de 3,5 GHz . . . 13

3 Modelos de Predi¸c˜ao de Path Loss 14 3.1 Free Space . . . 14 3.2 Log-Distance . . . 15 3.3 ITU-R P.1411-10 . . . 16 3.4 Okumura-Hata . . . 18 3.5 COST-231 Hata . . . 19 3.6 ECC-33 . . . 21

3.7 SUI - Stanford University Interim . . . 22

4 Procedimento Experimental 25 4.1 Equipamentos e setups . . . 25

4.1.1 Transmiss˜ao . . . 26

4.1.2 Recep¸c˜ao . . . 28

4.2 Ambiente de medi¸c˜oes . . . 29

4.3 Campanhas de medi¸c˜oes . . . 31

4.4 Metodologia de medi¸c˜ao . . . 32

5 Resultados e An´alises 33 5.1 Dados coletados . . . 33

5.1.1 Distribui¸c˜ao de Dados . . . 34

5.1.2 Potˆencia recebida ao longo do percurso . . . 35

5.2 Potˆencia recebida de acordo com modelos de predi¸c˜ao de path loss . . . . 36

5.2.1 Compara¸c˜ao geral . . . 42

5.2.2 Desvio Padr˜ao e RMSE . . . 43

5.2.3 An´alise de resultados pr´e-melhoramento . . . 44

5.3 Modelos de predi¸c˜ao de path loss melhorados . . . 44

5.3.1 Termo de Melhoria . . . 45

5.3.2 Potˆencia recebida de acordo com modelos de predi¸c˜ao de path loss melhorados . . . 46

5.3.3 Compara¸c˜ao geral . . . 52

(15)

5.3.5 An´alise de resultados p´os-melhoramento . . . 54 5.4 Compara¸c˜ao entre modelos de predi¸c˜ao de path loss padr˜ao e melhorados . 54 6 Conclus˜oes e trabalhos futuros 59 6.1 Conclus˜oes . . . 59 6.2 Trabalhos futuros . . . 60 Referˆencias Bibliogr´aficas 61 A Convers˜ao de unidades e Medidas de dispers˜ao 64 A.1 Convers˜ao de unidades . . . 64 A.2 Desvio Padr˜ao . . . 64 A.3 RMSE . . . 65

(16)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

O sistema 5G ´e a ´ultima barreira tecnol´ogica rompida quando se estuda sobre as ge-ra¸c˜oes de sistemas m´oveis. Comparado aos sistemas atuais, o 5G, quando amplamente implementado em escala comercial, prover´a uma mudan¸ca significativa no desempenho dos equipamentos m´oveis, bem como ressignificar´a a forma como pessoas e m´aquinas se comunicam. Uma das principais novidades abarcadas no 5G ser´a a maior disponibilidade para que haja comunica¸c˜ao confi´avel entre usu´arios, sejam eles m´aquinas ou pessoas, em taxas muito elevadas de tr´afego de dados e consequente latˆencia extremamente baixa. Estes atributos tamb´em proporcionar˜ao seguran¸ca para que ocorra maior intera¸c˜ao en-tre m´aquinas, o que permitir´a maiores aplica¸c˜oes inteligentes destas, o que promete ser algo que prover´a impactos positivos na vida das pessoas. Para que fossem poss´ıveis estas evolu¸c˜oes, algumas novas tecnologias foram desenvolvidas de modo a propiciar condi¸c˜oes para uma melhor propaga¸c˜ao dos sinais 5G, al´em do constante aperfei¸coamento de t´ ecni-cas outrora existentes para que estas se adequassem `as novas demandas. No Brasil, desde meados da d´ecada de 2000, h´a um esfor¸co muito grande por parte dos ´org˜aos respon-s´aveis pelas telecomunica¸c˜oes no pa´ıs para acompanhar o desenvolvimento dos sistemas 5G e estipular maneiras para divis˜ao das faixas de frequˆencias para explora¸c˜ao comercial destas, aplic´aveis `as empresas interessadas, com o intuito de mitigar dificuldades para implementa¸c˜ao dos novos sistemas quando estes estiverem dispon´ıveis comercialmente.

Tendo em vista todas as melhorias que o 5G ir´a proporcionar aos seus usu´arios, muitos estudos referentes ao assunto vˆem sendo realizados ao redor do mundo. Um campo interessante a ser estudado refere-se `a previs˜ao de cobertura proporcionada por estes sistemas para determinados ambientes de propaga¸c˜ao. Os modelos de predi¸c˜ao de path loss

(17)

amplamente estabelecidos na literatura, em sua maioria, n˜ao s˜ao aplic´aveis teoricamente a sinais cujas faixas de frequˆencia inserem-se no espectros do 5G, de tal forma que faz-se necess´ario realizar certas adapta¸c˜oes a estes no intuito de tornar suas previs˜oes mais assertivas para estes tipos de sinais. Al´em disso, devido `as especificidades nas defini¸c˜oes de ambientes de propaga¸c˜ao, h´a a necessidade de se realizar estudos nos mais variados tipos de ambiente ao redor do mundo, de modo a pr´e-estabelecer a maior quantidade de poss´ıveis cen´arios nos quais as previs˜oes realizadas retornem ´ındices de cobertura coerentes com o almejado.

Dessa forma, a partir desta demanda, entende-se que a realiza¸c˜ao deste trabalho se faz necess´aria visto que este abordar´a pontos relevantes acerca das novas tecnologias dos sistemas 5G, os aspectos mencionados relacionados aos modelos de predi¸c˜ao de perda de percurso, al´em de propor melhorias a estes para que suas predi¸c˜oes tornem-se mais confi´aveis para sinais a serem utilizados nestes novos sistemas, cujas frequˆencias ter˜ao ampla utiliza¸c˜ao no Brasil, como ser´a o caso da faixa de 3,5 GHz.

1.1

Objetivos

O objetivo principal deste trabalho ´e propor um m´etodo simples e eficiente para a melhoria de modelos de predi¸c˜ao de path loss que ser˜ao utilizados nas previs˜oes de cobertura de sistemas m´oveis 5G. Isso ser´a feito a partir de dados coletados em campo, por meio de procedimento experimental bem definido, e posterior utiliza¸c˜ao destes nos modelos de predi¸c˜ao de perda de percurso escolhidos. Ap´os esta etapa, o m´etodo de melhoramento ser´a proposto, baseado nos resultados encontrados na primeira etapa de previs˜ao.

Entende-se como objetivos secund´arios a este trabalho a finalidade de elucidar bre-vemente sobre os sistemas 5G, algumas das tecnologias que os viabilizar˜ao e como o Brasil se prepara para utiliz´a-los em larga escala. Ademais, a defini¸c˜ao clara dos procedimentos adotados nas campanhas de medi¸c˜ao e dos modelos de predi¸c˜ao adotados tamb´em s˜ao metas a serem atingidas neste trabalho.

1.2

Estrutura do texto

No primeiro cap´ıtulo, ´e feita uma breve introdu¸c˜ao ao escopo deste trabalho, bem como defini¸c˜ao dos objetivos deste e a estrutura do texto que o segue.

(18)

No segundo cap´ıtulo, s˜ao abordados os principais conceitos acerca da quinta gera-¸c˜ao dos sistemas m´oveis, destacando-se as tecnologias que viabilizar˜ao o 5G. Al´em disso, o cen´ario destes em ˆambito nacional tamb´em ser´a descrito.

No terceiro cap´ıtulo, est˜ao descritos os modelos de predi¸c˜ao de path loss utilizados nos c´alculos realizados.

No quarto cap´ıtulo, o procedimento experimental realizado ´e elucidado, destacando-se a metodologia das medi¸c˜oes, detalhamento dos setups de transmiss˜ao e recep¸c˜ao, o am-biente em que se deram as medi¸c˜oes e os trajetos realizados nas campanhas de medi¸c˜ao.

No quinto cap´ıtulo, s˜ao expostos os resultados das campanhas de medi¸c˜ao, bem como as predi¸c˜oes de perda de percurso de acordo com os modelos adotados e compara¸c˜oes entre estes. Ap´os, o termo utilizado para realizar o melhoramento dos modelos ´e descrito e os resultados obtidos a partir desta s˜ao mostrados, tamb´em havendo posterior compara¸c˜ao de resultados.

No sexto cap´ıtulo, s˜ao registradas as conclus˜oes obtidas a partir dos resultados encontrados e sugest˜oes para trabalhos futuros.

Ap´os o sexto cap´ıtulo, h´a a se¸c˜ao de referˆencias bibliogr´aficas e uma se¸c˜ao de apˆendice, onde s˜ao citadas as equa¸c˜oes de medidas de dispers˜ao, utilizadas na compara¸c˜ao entre os resultados obtidos com os modelos de predi¸c˜ao de path loss.

(19)

Cap´ıtulo 2

A Quinta Gera¸

ao de Sistemas

oveis

De modo a elucidar sobre as defini¸c˜oes e as tecnologias que comp˜oem os sistemas que ir˜ao disponibilizar comercialmente as redes da quinta gera¸c˜ao para dispositivos m´oveis (5G), o presente cap´ıtulo abordar´a, de maneira concisa, alguns dos principais conceitos por tr´as da nova tecnologia, a qual serviu de ambiente para elabora¸c˜ao das pr´aticas envolvidas neste trabalho. Este cap´ıtulo dividir-se-´a da seguinte maneira: Na se¸c˜ao 2.1, ser˜ao abordados conceitos estabelecidos acerca da tecnologia 5G, al´em de motiva¸c˜oes e anseios para o desenvolvimento desta. A se¸c˜ao 2.2 trar´a algumas das principais tecnologias viabilizadoras para o atingimento dos objetivos definidos e implementa¸c˜ao das melhorias almejadas pela tecnologia 5G. Finalmente, a se¸c˜ao 2.3 trar´a um panorama a n´ıvel nacional destes sistemas, elucidando sobre as frequˆencias a serem utilizadas pelas redes 5G no Brasil, bem como a libera¸c˜ao das outorgas de direitos de explora¸c˜ao destas `as empresas prestadoras de servi¸cos de telecomunica¸c˜oes por parte da Agˆencia Nacional de Telecomunica¸c˜oes (ANATEL).

2.1

5G - Conceitos e motiva¸

oes

De acordo com a Uni˜ao Internacional de Telecomunica¸c˜oes (UIT), o 5G ´e uma nova tec-nologia de transporte de dados em redes envolvendo dispositivos m´oveis [1]. Ela suceder´a gera¸c˜oes anteriores, como o 4G e 3G, seguindo a escala natural da evolu¸c˜ao tecnol´ogica de sistemas m´oveis, iniciada no final do s´eculo XX e acelerada a partir do in´ıcio dos anos 2000. Devido `a r´apida expans˜ao destas tecnologias e sua ampla utiliza¸c˜ao pela

(20)

popula-¸c˜ao, houve a necessidade latente de busca por novas solu¸c˜oes que visassem fornecer ao usu´ario uma experiˆencia de conectividade, seja `a Internet ou a outros dispositivos, melhor e mais r´apida. Nesse contexto, a tecnologia 5G foi projetada para utilizar um espectro de frequˆencias que n˜ao estivesse muito populado por dispositivos e/ou sinais de comuni-ca¸c˜ao j´a existentes e amplamente utilizados na atualidade. Nesse cen´ario, vislumbrou-se inicialmente a possibilidade de utiliza¸c˜ao da faixa de EHF (do inglˆes, Extremely High Frequency), compreendida entre 30 GHz e 300 GHz e utilizada, prioritariamente, para co-munica¸c˜ao militar via radar. Posteriormente, novos espectros de frequˆencias foram sendo abarcados nesta nova tecnologia, tais como espectros em 700 MHz, 2,6 GHz e 3,5 GHz. Espera-se que a rede 5G ofere¸ca suporte a uma quantidade expressiva de tr´afego de dados m´oveis e um grande n´umero de conex˜oes sem fio, al´em de melhor custo e eficiˆencia ener-g´etica, bem como QoS (do inglˆes, Quality of Service ou qualidade de servi¸co) em termos de atraso, confiabilidade e seguran¸ca na comunica¸c˜ao [2].

Espera-se que novas fronteiras tecnol´ogicas sejam amplamente exploradas e melho-radas com o advento e difus˜ao dos sistemas m´oveis 5G. Nesse contexto, destacam-se trˆes cen´arios principais, intrinsecamente conectados: (i) comunica¸c˜oes da ordem de Gbit/s, conhecido como eMBB (do inglˆes, enhanced mobile broadband ); (ii) comunica¸c˜oes ultra-confi´aveis e de baix´ıssima latˆencia ou URLL (ultra-reliable low latency communications); e (iii) comunica¸c˜oes massivas entre m´aquinas ou mMTC (massive machine-type commun-ciations) [3].

2.1.1

Enhanced mobile broadband

No cen´ario de eMBB, espera-se que o 5G proporcionar´a aos usu´arios (pessoas e/ou m´ a-quinas) elevadas taxas de transmiss˜ao de dados. Como exemplo, pode-se destacar que, enquanto as tecnologias da primeira gera¸c˜ao, como o 1.5G, atingiam taxas m´edias de download de 2 kbit/s e as mais recentes 4G e 4.5G oferecem tr´afego de at´e 1 Gbit/s nos dias atuais, estima-se que o 5G ter´a capacidade de fornecer taxas de at´e 10 Gbit/s [4]. Tal melhora proporcionar´a ao usu´ario uma experiˆencia quase imediata de downloads e uploads de conte´udos oriundos da Internet.

(21)

2.1.2

Ultra-reliable low latency communications

Uma vez que as taxas de tr´afego de dados ser˜ao amplamente favorecidas, espera-se tamb´em uma evolu¸c˜ao expressiva da latˆencia1 nos sistemas 5G, com maior confiabilidade nos dados trocados entre emissor e receptor. Neste sentido, foi pensado o conceito de Ultra-reliable low latency communications. Como exemplo, nas redes 4G e 4.5G, a latˆencia m´edia ´e de, respectivamente, de 80 e 20 milissegundos. Estima-se que nos sistemas m´oveis 5G esta seja reduzida para menos de 1 milissegundo [5], sendo este um dos principais objetivos para a implementa¸c˜ao desta evolu¸c˜ao.

2.1.3

Massive machine-type communciations

A latˆencia m´ınima, associada `a alta vaz˜ao do tr´afego de dados e em conjunto com as massive machine-type communciations impulsionar˜ao a implementa¸c˜ao em larga escala dos conceitos de IoT (do inglˆes, Internet of Things). Tendo em vista a alta disponibilidade de troca de informa¸c˜oes e a estrita conformidade nos dados trafegados entre dispositivos e a Internet, devido `as grandes taxas e `a latˆencia extremamente baixa, espera-se que a comunica¸c˜ao entre dispositivos inteligentes seja facilitada com o advento dos sistemas m´oveis 5G.

2.2

Tecnologias viabilizadoras para sistemas m´

oveis

5G

Para serem atingidos os cen´arios ora abordados, in´umeras novas tecnologias foram de-senvolvidas ao longo das ´ultimas d´ecadas, sendo que as que mais destacam-se no ˆambito do 5G s˜ao: Ondas milim´etricas (mmW), Small Cells e Massive MIMO, as quais ser˜ao elucidadas nas subse¸c˜oes a seguir.

2.2.1

Ondas Milim´

etricas

Uma das motiva¸c˜oes para o desenvolvimento das redes 5G perpassa pela grande utiliza¸c˜ao dos espectros de frequˆencias dispon´ıveis para as tecnologias atuais. A sa´ıda encontrada para este problema foi a de utilizar faixas de frequˆencias extremamente elevadas, as quais

(22)

possuem espectro mais limpo, livre para ampla utiliza¸c˜ao e implementa¸c˜ao de novas tecno-logias. A faixa de frequˆencia a ser adotada pela maioria dos sistemas 5G compreender´a o espectro de 30 a 300 GHz. O espectro dispon´ıvel nestas frequˆencias mais elevadas pode ser 100 vezes maior que todas as aloca¸c˜oes atuais a sistemas celulares [6]. Dessa forma, a uti-liza¸c˜ao de ondas milim´etricas ser´a de suma importˆancia para o desenvolvimento das redes 5G. S˜ao chamados de ondas milim´etricas pois, devido `as elevadas frequˆencias utilizadas, os comprimentos de onda destes variam na escala de 1 a 10 mm.

Com o advento das ondas milim´etricas, ser´a fact´ıvel a sistemas m´oveis da nova gera¸c˜ao atingirem taxas de transmiss˜ao de dados equipar´aveis `as taxas obtidas em redes fixas de acesso a Internet. Enquanto as taxas obtidas nas tecnologias 4G e 4.5G atingem, ao m´aximo, 1 Gbit/s, estima-se que com o desenvolvimento da nova tecnologia, essas taxas saltem para algo pr´oximo de 10 Gbit/s, favorecendo o surgimento do conceito de eMBB, abordado na Se¸c˜ao 2.1.1.

H´a uma limita¸c˜ao f´ısica importante no uso dessas ondas milim´etricas. Devido ao comprimento de onda utilizado nestes sinais, h´a uma maior propens˜ao de ocorrˆencia de interferˆencia destrutiva destes por obst´aculos f´ısicos, tais como ´arvores, pr´edios e cons-tru¸c˜oes, bem como intemp´eries clim´aticas como chuva e neve. Tal dificuldade pode ser contornada por meio da utiliza¸c˜ao de uma nova tecnologia, crescente nesta d´ecada, que permitir´a maior propaga¸c˜ao das ondas milim´etricas nestas condi¸c˜oes, conhecida como Small Cells.

2.2.2

Small Cells

As Small Cells s˜ao esta¸c˜oes de r´adio base menores do que as esta¸c˜oes convencionais, como o pr´oprio nome sugere, que foram desenvolvidas para suprir uma demanda crescente em grandes centros urbanos: manuten¸c˜ao de bons ´ındices de cobertura em regi˜oes altamente sujeitas a interferˆencias, como espa¸cos internos de pr´edios residenciais e comerciais e re-gi˜oes centrais de grandes cidades. Esta solu¸c˜ao destaca-se pelo tamanho dos equipamentos e pela facilidade de instala¸c˜ao das antenas em grandes centros urbanos, visto que suas dimens˜oes usuais permitem que estas sejam instaladas em cima de bancas de jornal, pon-tos de ˆonibus e at´e em postes usados para distribui¸c˜ao de energia el´etrica. Al´em disso, destaca-se tamb´em que as Small Cells foram desenvolvidas para transmiss˜ao de sinais com baixa potˆencia, o que mitiga os riscos de exposi¸c˜ao aos sinais irradiados por estas,

(23)

al´em de proporcionar maior eficiˆencia energ´etica.

As pequenas unidades de hardware s˜ao projetadas para reduzir a complexidade na instala¸c˜ao, tornando sua implementa¸c˜ao mais r´apida, simples e menos onerosa financei-ramente. A Figura 2.1 [7] mostra um dos variados modelos de Small Cells dispon´ıveis atualmente.

Figura 2.1: Exemplo de Small Cell instalada.

Na pr´atica, as Small Cells funcionar˜ao, nos sistemas 5G, como uma esp´ecie de rote-ador dos sinais de elevada frequˆencia, visto que as ondas milim´etricas, conforme abordado na se¸c˜ao anterior, est˜ao muito mais sujeitas a interferˆencias do que ondas convencionais, propagadas pelos sistemas m´oveis utilizados atualmente. Dessa forma, estes sinais chega-riam muito atenuados aos usu´arios, o que comprometeria o correto desempenho das redes 5G nestas frequˆencias. A Figura 2.2 ilustra o design proposto por esta solu¸c˜ao [8].

(24)

Figura 2.2: Esquema de funcionamento de Small Cell

2.2.3

Massive MIMO

MIMO (do inglˆes, Multiple-Input Multiple-Output ) ´e a tecnologia mais utilizada por siste-mas m´oveis sem fio que usam dois ou mais transmissores e receptores para enviar e rece-ber dados. Neste modelo, as antenas s˜ao usadas tanto no transmissor (Multiple-Output ) quanto no receptor (Multiple-Input ). Essa ´e uma das raz˜oes que explicam as altas taxas de transmiss˜ao que podem ser alcan¸cadas com esta t´ecnica. A Figura 2.3 [9] mostra, de maneira gen´erica, a l´ogica associada a esta t´ecnica.

Figura 2.3: Esquema de funcionamento de antenas MIMO

O Massive MIMO ´e de uma extens˜ao `a tecnologia MIMO, com um aumento sig-nificativo de antenas em uma mesma esta¸c˜ao r´adio base que realizam t´ecnicas t´ıpicas de MIMO. O elevado n´umero de antenas ajuda a concentrar a energia, o que traz melhorias ao rendimento e na eficiˆencia energ´etica [10] da esta¸c˜ao. Com o aumento do n´umero

(25)

de antenas, h´a uma maior possibilidade de desenvolvimento nas redes e nos dispositivos m´oveis, visando a implementa¸c˜ao de projetos mais complexos para realiza¸c˜ao de opera-¸c˜oes MIMO. Dessa forma, esses avan¸cos visam proporcionar melhorias de desempenho necess´arias para viabiliza¸c˜ao das expectativas geradas pelo 5G.

As esta¸c˜oes r´adio base 5G est˜ao sendo projetadas para suportar elevada quantidade de acessos simultˆaneos, seja para comunica¸c˜ao entre m´oveis ou entre dispositivos eletrˆ o-nicos no ˆambito de IoT, o que significa que muito mais antenas dever˜ao ser instaladas em um ´unico array de antenas. Isso significa que uma esta¸c˜ao r´adio base poder´a enviar e receber sinais de muitos mais usu´arios ao mesmo tempo, aumentando consideravelmente a capacidade das redes m´oveis, indo de encontro aos anseios dos sistemas 5G. O funcio-namento das antenas que utilizam a t´ecnica de Massive MIMO ´e ilustrado na Figura 2.4 [11].

Figura 2.4: Esquema de funcionamento de antenas em Massive MIMO

2.3

O 5G no Brasil

De acordo com o Minist´erio da Ciˆencia, Tecnologia, Inova¸c˜oes e Comunica¸c˜oes (MCTIC), o 5G ´e mais do que apenas uma melhoria das gera¸c˜oes anteriores. “As redes m´oveis 5G proporcionar˜ao servi¸cos avan¸cados de banda larga m´ovel, com taxas de dados mais altas, menor latˆencia e mais capacidade, que possibilitar˜ao enorme potencial para novos servi¸cos sem fio de valor agregado” [1].

No Brasil, a ANATEL estipulou as faixas de explora¸c˜ao para os sistemas 5G le-vando em considera¸c˜ao a ocupa¸c˜ao atual dos espectros envolvidos e a possibilidade do

(26)

desenvolvimento de novas tecnologias que favore¸cam a utiliza¸c˜ao de ondas milim´etricas pelas operadoras de telecomunica¸c˜oes. Inicialmente, foram definidas as faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz, que ser˜ao licitadas pela Agˆencia `as operadoras interessadas. Segundo Marcos Ferrari, presidente da Telebrasil, a associa¸c˜ao das operadoras de teleco-munica¸c˜oes no Brasil, este ser´a ”o maior leil˜ao para o 5G dentre os que j´a foram feitos no mundo para essa tecnologia”[12].

Como feito em licita¸c˜oes de frequˆencias realizadas nas tecnologias anteriores, as outorgas para explora¸c˜ao dos espectros de frequˆencias ser˜ao concedidas em blocos `as empresas que participarem do certame. Al´em disso, como pode ser visto na Figura 2.5 [13], todas as faixas de frequˆencias oferecidas pela ANATEL no Edital possuem compromissos e metas que dever˜ao ser atendidas pelas empresas que adquirirem os blocos oferecidos, tais como: atendimento a localidades que n˜ao possuam rede 4G, prioridade de cobertura em estradas, atendimento a munic´ıpios com menos de trinta mil habitantes e instala¸c˜ao de backhaul em fibra ´optica com munic´ıpios que n˜ao possuam essas infraestruturas. As licen¸cas ser˜ao outorgadas com prazo de 20 anos com possibilidade de prorroga¸c˜ao ao t´ermino deste per´ıodo [14].

(27)
(28)

2.3.1

Utiliza¸

ao da faixa de 3,5 GHz

´

E poss´ıvel notar que a faixa de frequˆencias em torno da frequˆencia 3,5 GHz ser´a a de maior ocupa¸c˜ao na operacionaliza¸c˜ao do 5G no Brasil, dada a maior quantidade de blo-cos desta frequˆencia postos em leil˜ao pela ANATEL. Esta faixa contemplar´a o espectro compreendido entre 3,2 e 3,8 GHz. Esta escolha se deu, principalmente, pelo fato desta faixa ser capaz de prover cobertura usando as mesmas esta¸c˜oes r´adio base utilizadas por frequˆencias inferiores, o que tornar´a mais suave a migra¸c˜ao para a nova tecnologia.

Cabe ressaltar, entretanto, que uma das maiores dificuldades para a implementa¸c˜ao do 5G no Brasil ser´a a interferˆencia que este pode causar nas transmiss˜oes de TV aberta no territ´orio nacional. Isso ocorre, pois, as frequˆencias utilizadas nestas transmiss˜oes est˜ao inseridas na chamada Banda C2, compreendendo as frequˆencias de 3,8 a 4,3 GHz, perto o suficiente para receber interferˆencia da futura rede 5G.

O edital de licita¸c˜ao das frequˆencias de opera¸c˜ao do 5G determina a solu¸c˜ao para esta quest˜ao atrav´es de modelo semelhante ao adotado para a faixa de 700 MHz, com a cria¸c˜ao de um grupo coordenado pela ANATEL e uma entidade independente para operacionalizar a solu¸c˜ao. Nesse sentido, o Comitˆe de Uso do Espectro e de ´Orbita (CEO) da ANATEL desenvolveu estudos acerca das principais solu¸c˜oes vislumbradas sobre o tema. Em raz˜ao das medidas sanit´arias adotadas no combate `a dissemina¸c˜ao do novo coronav´ırus (COVID-19), o Comitˆe teve de suspender a etapa de testes de campo antes da realiza¸c˜ao de todos os ensaios programados. Ainda assim, a partir da utiliza¸c˜ao de dados obtidos na etapa laboratorial e de simula¸c˜oes computacionais relacionadas ao tema, o CEO sugeriu o estabelecimento de banda de guarda entre os espectros conflitantes utilizados pelos sistemas 5G e de TV aberta [15], al´em de concluir que dispositivos LNBF (Low Noise Block Feedhorn) podem ser eficazes na diminui¸c˜ao do ru´ıdo gerado pela interferˆencia dos sinais destes, ainda que necess´ario o desenvolvimento de novos dispositivos LNBF que cumpram adequadamente a fun¸c˜ao[16].

Em raz˜ao disso, as operadoras de telecomunica¸c˜oes e as emissoras de r´adio e te-levis˜ao chegaram a um consenso [17], buscando mitigar os eventuais problemas de inter-ferˆencia, de que dever˜ao definir uma banda de guarda de 100 MHz na faixa de 3,7 e 3,8 GHz, ao passo que filtros LNBF, adequados para os sinais de TVRO (do inglˆes, Television receive-only), dever˜ao ser instalados nas antenas receptoras de TV espalhadas pelo pa´ıs.

(29)

Cap´ıtulo 3

Modelos de Predi¸

ao de Path Loss

Os modelos de predi¸c˜ao de path loss s˜ao de suma importˆancia quando da an´alise de co-bertura e do comportamento do sinal irradiado em determinada regi˜ao, tendo em vista as obstru¸c˜oes f´ısicas entre transmissor (Tx) e receptor (Rx). Estes s˜ao utilizados para prever a diferen¸ca entre as potˆencias transmitida e recebida de um sinal, baseando-se em m´etodos emp´ıricos, determin´ısticos ou uma combina¸c˜ao de ambos [18]. Os modelos de predi¸c˜ao emp´ıricos mais utilizados atualmente levam em considera¸c˜ao em seus c´ alcu-los alguns componentes espec´ıficos do enlace, como distˆancia entre Tx-Rx, a frequˆencia utilizada no sinal, o ambiente em que se d´a a propaga¸c˜ao e, em alguns casos, a confi-gura¸c˜ao das constru¸c˜oes encontradas na regi˜ao, o que pode caracterizar o ambiente de propaga¸c˜ao como urbano, suburbano ou rural, por exemplo. No ˆambito deste trabalho, foram escolhidos alguns dos modelos de predi¸c˜ao emp´ıricos mais cl´assicos, cujos concei-tos s˜ao amplamente difundidos, al´em de algumas extens˜oes desenvolvidas a partir destes. Neste cap´ıtulo, ser˜ao descritos os modelos de predi¸c˜ao de path loss utilizados nos c´alculos necess´arios `a realiza¸c˜ao deste trabalho, cujos resultados obtidos a partir das respectivas equa¸c˜oes est˜ao expostos no Cap´ıtulo 5.

3.1

Free Space

O modelo de predi¸c˜ao para sinais que se propagam em espa¸co livre (ou Free Space) ´e o mais b´asico dentre os modelos conhecidos, destacando-se pela simplicidade dos c´alculos na estima¸c˜ao de path loss. Para o c´alculo da perda de percurso por este modelo, ´e necess´ario apenas o conhecimento da frequˆencia do sinal utilizado na transmiss˜ao e a distˆancia entre

(30)

transmissor e receptor. O modelo de Free Space foi escolhido para os c´alculos deste trabalho justamente por apresentar os resultados mais gen´ericos dentre os demais modelos, servindo como ponto de partida para as compara¸c˜oes entre estes.

A equa¸c˜ao para o c´alculo da perda de percurso pelo modelo Free Space ´e dada por [19]:

P LF S = 32, 4 + 20log(d) + 20log(f ) (3.1)

onde:

• P LF S - Perda de percurso pelo modelo Free Space, na escala dB;

• d - Distˆancia entre transmissor e receptor, em quilˆometros; • f - Frequˆencia do sinal propagado, em MHz.

3.2

Log-Distance

Os modelos de propaga¸c˜ao te´oricos e emp´ıricos desenvolvidos e utilizados nas predi¸c˜oes de perda de percurso indicam que a potˆencia m´edia de um sinal propagado varia loga-ritmicamente com a distˆancia de separa¸c˜ao entre transmissor e receptor [20]. Com base nisso, desenvolveu-se o modelo de predi¸c˜ao baseados neste comportamento, chamado de Log-Distance. A equa¸c˜ao utilizada nas predi¸c˜oes feitas por este modelo ´e [20]:

P LLD = P L(d0) + 10 n log  d d0  (3.2) onde:

• P LLD - Perda de percurso no modelo Log-Distance, na escala dB;

• d - Distˆancia entre transmissor e receptor, em quilˆometros;

• d0 - Distˆancia de referˆencia entre transmissor e receptor, em quilˆometros;

• P L(d0) - Perda de percurso calculada pelo modelo de Free Space associada `a

dis-tˆancia de referˆencia d0, na escala dB;

(31)

Neste trabalho, utilizou-se como distˆancia de referˆencia a menor distˆancia medida entre Tx-Rx. O expoente de perda de percurso utilizado varia conforme o ambiente de propaga¸c˜ao por onde o sinal trafega, de modo que, quanto mais obstru¸c˜oes presentes no ambiente, maior ser´a o expoente. Alguns dos poss´ıveis valores para n est˜ao expostos na Tabela 3.1 [20].

Tabela 3.1: Valores para expoente de perda de percurso de acordo com ambiente de propaga¸c˜ao Ambiente de Propaga¸c˜ao n Espa¸co livre 2 ´ Area urbana 2,7 a 3,5 ´

Area urbana com elevado sombreamento 3 a 5 .

3.3

ITU-R P.1411-10

O modelo de predi¸c˜ao intitulado neste trabalho por ITU-R P.1411-10 diz respeito ao modelo proposto pela UIT a partir do conjunto de recomenda¸c˜oes P.1411, as quais vˆem sendo atualizadas desde 1999, sendo a P.1411-10 a mais recente vers˜ao desta, divulgada em agosto de 2019. Este conjunto de recomenda¸c˜oes foi proposto para elucidar acerca da propaga¸c˜ao de sinais da faixa de frequˆencia compreendida entre 300 MHz e 100 GHz, em ambientes de espa¸co aberto e curta distˆancia entre transmissor e receptor1. Este

abrangente modelo prop˜oe solu¸c˜oes para variados tipos de ambientes de propaga¸c˜ao2,

posi¸c˜ao em que se encontram as esta¸c˜oes transmissoras e receptoras3 em cen´arios com ou

sem linha de visada entre transmissor e receptor.

A equa¸c˜ao base utilizada nas predi¸c˜oes feitas por este modelo ´e [21]:

P LIT U = 10 α log(d) + β + 10 γ log(f ) (3.3)

1At´e 1 quilˆometro de distˆancia 2Urbano, suburbano e residencial 3Acima ou abaixo do teto

(32)

onde:

• P LIT U - Perda de percurso no modelo ITU-R P.1411-10, na escala dB;

• d - Distˆancia entre transmissor e receptor, em metros; • f - Frequˆencia do sinal propagado, em GHz;

• α - Coeficiente associado ao aumento da perda b´asica de transmiss˜ao com a distˆancia; • β - Coeficiente associado ao valor de offset da perda b´asica do sinal transmitido; • γ - Coeficiente associado ao aumento da perda b´asica de transmiss˜ao com a frequˆ

en-cia.

Para este trabalho, ser˜ao utilizadas as informa¸c˜oes obtidas desta recomenda¸c˜ao referentes ao modelo em que uma das esta¸c˜oes est´a acima e a outra abaixo do teto de uma constru¸c˜ao, com visada direta. Neste caso, a esta¸c˜ao transmissora est´a acima e a receptora abaixo. Esta configura¸c˜ao estar´a melhor ilustrada no Cap´ıtulo 4. Dessa forma, o modelo ITU-R P.1411-10 determina valores espec´ıficos para os coeficientes presentes na equa¸c˜ao 3.3 a depender da frequˆencia de opera¸c˜ao utilizada, da distˆancia Tx-Rx e o tipo de ambiente em que se d´a a propaga¸c˜ao [21].

Tabela 3.2: Coeficientes de perda b´asica de transmiss˜ao para cen´arios de esta¸c˜oes acima e abaixo do teto Faixa de Frequˆencia (GHz) Distˆancia Tx-Rx (m) Ambiente de propaga¸c˜ao Linha de visada α β γ 2,2 a 73 55 a 1200 Urbano/Suburbano Com visada 2,29 28,6 1,96 2,2 a 66,5 260 a 1200 Urbano Sem visada 4,39 -6,27 2,30 Os valores utilizados que melhor representam as condi¸c˜oes em que ocorreram as medi¸c˜oes pertinentes a este trabalho, de modo a proporcionar maior precis˜ao nas predi¸c˜oes realizados pelo modelo ITU-R P.1411-10 est˜ao expostos no Cap´ıtulo 5.

(33)

3.4

Okumura-Hata

O modelo de Okumura-Hata ´e um dos muitos modelos de predi¸c˜ao de path loss h´ıbridos. Nestes modelos, h´a a uni˜ao de considera¸c˜oes oriundas de modelos emp´ıricos e te´oricos. Este modelo ´e uma adapta¸c˜ao ao consagrado modelo te´orico de Okumura [19]. Apesar deste modelo ser mais indicado para frequˆencias compreendidas entre 150 MHz e 1500 MHz, escolheu-se utiliz´a-lo, pois, este apresenta uma formula¸c˜ao espec´ıfica para ´areas suburbanas, servindo como meio de compara¸c˜ao com os demais modelos adotados neste trabalho.

Assim como o modelo apresentado na se¸c˜ao anterior, o modelo de Okumura-Hata tamb´em utiliza-se do ambiente em que ocorre a propaga¸c˜ao para determinar a equa¸c˜ao que melhor prevˆe as perdas de percurso sofridas pelo sinal propagado. Conforme mencionado, as medi¸c˜oes ocorreram em ambiente suburbano. Apesar disso, o modelo de Okumura-Hata estabelece a necessidade de calcular, inicialmente, o valor m´edio da atenua¸c˜ao de uma ´area urbana, para depois ser poss´ıvel prever o path loss de um ambiente suburbano [19]. As equa¸c˜oes a seguir ilustram os c´alculos necess´arios para a predi¸c˜ao [20].

• Atenua¸c˜ao m´edia em ambiente de propaga¸c˜ao urbano

AU rb = 69, 55 + 26, 16 log(f ) − 13, 82 log(hT x) − ahre+ (44, 9 − 6, 55 log(hT x)) log(d) (3.4)

onde:

• AU rb - Atenua¸c˜ao m´edia em ambiente de propaga¸c˜ao urbano, na escala dB;

• f - Frequˆencia do sinal propagado, em MHz; • hT x - Altura da antena de transmiss˜ao, em metros;

• ahre - Fator de corre¸c˜ao para a altura da antena de recep¸c˜ao, na escala dB;

• d - Distˆancia entre transmissor e receptor, em quilˆometros.

O fator de corre¸c˜ao ahre ´e resultado do c´alculo de uma equa¸c˜ao que depende do

ambiente em que ocorre a propaga¸c˜ao. Apesar do ambiente suburbano, a cidade onde foram realizadas as medi¸c˜oes para este trabalho ´e considerada uma cidade grande para fins de adequa¸c˜ao ao modelo. Dessa forma, duas equa¸c˜oes podem expressar o fator de corre¸c˜ao, a depender da frequˆencia do sinal utilizado.

(34)

• Fator de corre¸c˜ao para a altura da antena de recep¸c˜ao para cidades gran-des

ahre = 8, 29 (log(1, 54 hRx))2− 1, 1, paraf ≤ 300M Hz (3.5)

ahre = 3, 2 (log(11, 75 hRx))2− 4, 97, paraf > 300M Hz (3.6)

onde:

• ahre - Fator de corre¸c˜ao para a altura da antena de recep¸c˜ao, na escala dB;

• hRx - Altura da antena de recep¸c˜ao, em metros;

• f - Frequˆencia do sinal propagado, em MHz.

Ap´os isso, utilizam-se os valores calculados de ahre e AU rb para, finalmente, realizar

as predi¸c˜oes de perda de percurso em ambientes de propaga¸c˜ao suburbanos. A equa¸c˜ao final para este modelo ´e [20]:

P LOH = AU rb− 2  log f 28 2 − 5, 4 (3.7) onde:

• P LOH - Perda de percurso no modelo Okumura-Hata, na escala dB;

• AU rb - Atenua¸c˜ao m´edia em ambiente de propaga¸c˜ao urbano, na escala dB;

• f - Frequˆencia do sinal propagado, em MHz.

3.5

COST-231 Hata

De modo a estender a faixa de frequˆencias aplic´aveis ao modelo Okumura-Hata, o grupo de estudos europeu European Cooperative for Scientific and Technical Research desenvolveu o modelo que ficou conhecido como COST-231 Hata [22]. Neste modelo, as equa¸c˜oes uti-lizadas no modelo h´ıbrido original foram adaptadas de modo a garantir que os resultados obtidos nas predi¸c˜oes obtidas pelo modelo COST-231 Hata fossem confi´aveis tamb´em na faixa de frequˆencia compreendida entre 1500 MHz e 2000 MHz.

Como este modelo ´e uma extens˜ao ao modelo Okumura-Hata, este foi escolhido neste trabalho pois tamb´em apresenta uma formula¸c˜ao espec´ıfica para ´areas suburbanas,

(35)

o que se adequa ao cen´ario das medi¸c˜oes, servindo como meio de compara¸c˜ao com os demais modelos empregados neste trabalho.

A equa¸c˜ao utilizada para realiza¸c˜ao da predi¸c˜ao de path loss por este modelo ´e dada por [23]:

P LCOST = 46, 3 + 33, 9 log(f ) − 13, 82 log(hT x) − ahre+ (44, 9 − 6, 55 log(hT x)) log(d) + Cm

(3.8) onde:

• P LCOST - Perda de percurso no modelo COST-231 Hata, na escala dB;

• f - Frequˆencia do sinal propagado, em MHz; • hT x - Altura da antena de transmiss˜ao, em metros;

• ahre - Fator de corre¸c˜ao para a altura da antena de recep¸c˜ao, na escala dB;

• d - Distˆancia entre transmissor e receptor, em quilˆometros; • Cm - Fator de ajuste, na escala dB, dado por:.

– Cm = 0 dB - Ambiente de propaga¸c˜ao suburbano;

– Cm = 3 dB - Ambiente de propaga¸c˜ao urbano.

Como pode ser visto na equa¸c˜ao 3.8, h´a a necessidade de calcular um fator de corre¸c˜ao para altura da antena de recep¸c˜ao, tal como feito na se¸c˜ao 3.4. Este fator tamb´em varia de acordo com o ambiente em que ocorre a propaga¸c˜ao do sinal medido. Conforme mencionado anteriormente para o modelo Okumura-Hata, utilizaremos neste trabalho a equa¸c˜ao referente a ambientes de propaga¸c˜ao suburbanos [23].

ahre = (1, 1 log(f ) − 0, 7) hRx− (1, 56 log(f ) − 0, 8) (3.9)

onde:

• ahre - Fator de corre¸c˜ao para a altura da antena de recep¸c˜ao, na escala dB;

• f - Frequˆencia do sinal propagado, em MHz; • hRx - Altura da antena de recep¸c˜ao, em metros.

(36)

3.6

ECC-33

O modelo ECC-33, tamb´em desenvolvido por grupos de estudos europeus4, foi formulado

a partir do modelo original de Okumura, tal como os modelos Okumura-Hata e COST-231 Hata. A principal evolu¸c˜ao obtida com a cria¸c˜ao do modelo ECC-33 foi a de fornecer dire-trizes para implementa¸c˜ao eficiente e independente de tecnologias que utilzem a frequˆencia de 3,5 GHz, a partir da formula¸c˜ao de modelo de predi¸c˜ao de path loss adequado para a faixa de frequˆencia compreendida entre 3,4 e 3,8 GHz [24]. A escolha por este modelo se deu justamente pela adequa¸c˜ao deste `a frequˆencia do sinal utilizado neste trabalho.

A equa¸c˜ao utilizada para realiza¸c˜ao da predi¸c˜ao de path loss por este modelo ´e dada por [23]:

P LECC = AF s+ Amb− GT x− GRx (3.10)

onde:

• P LECC - Perda de percurso no modelo ECC-33, na escala dB;

• AF s - Atenua¸c˜ao do sinal pelo modelo Free Space, na escala dB;

• Amb - Mediana de atenua¸c˜ao, na escala dB;

• GT x - Fator de ganho em altura da antena de transmiss˜ao;

• GRx - Fator de ganho em altura da antena de recep¸c˜ao.

Os termos expostos na Equa¸c˜ao 3.10 s˜ao descritos pelo seguinte conjunto de equa-¸c˜oes [23]:

AF s = 92, 4 + 20 log(d) + 20 log(f ) (3.11)

Amb = 20, 41 + 9, 83 log(d) + 7, 894 log(f ) + 9, 56 [log(f )]2 (3.12)

GT x = log

 hT x

200 

[13, 958 + 5, 8 (log(d))2] (3.13)

4Electronic Communication Committee (ECC) e European Conference of Postal and

(37)

GRx= [42, 57 + 13, 7 log(f )] [log(hRx) − 0, 585] (3.14)

onde:

• d - Distˆancia entre transmissor e receptor, em quilˆometros; • f - Frequˆencia do sinal propagado, em GHz;

• hT x - Altura da antena de transmiss˜ao, em metros;

• hRx - Altura da antena de recep¸c˜ao, em metros.

3.7

SUI - Stanford University Interim

O modelo SUI ´e resultado de estudos realizados pelo grupo IEEE 802.16a, voltado para solu¸c˜oes de aplica¸c˜oes sem fio [25]. A equa¸c˜ao b´asica que define este modelo baseia-se na equa¸c˜ao proposta pelo modelo de Erceg 5, com a devida adi¸c˜ao de termos que ajustam esta `a frequˆencia e altura da antena receptora [19]. Este modelo foi proposto no intuito de complementar os resultados obtidos a partir dos modelos de Okumura-Hata e seus derivados, abarcando diferentes tipos de ambiente de propaga¸c˜ao. Neste sentido, o modelo SUI destaca-se por definir trˆes diferentes ambientes, associando a estes valores constantes pr´e-estabelecidos, de modo que cada tipo de terreno tenha uma equa¸c˜ao pr´opria para predi¸c˜ao de path loss.

Nominalmente, estes tipos de ambientes dividem-se em Tipo A, Tipo B e Tipo C [25]. Os ambientes que fazem parte do grupo Tipo A s˜ao aqueles que apresentam relevo muito acidentado e folhagem densa, contribuindo para um cen´ario de m´axima perda de percurso. Os ambientes que se enquadram na defini¸c˜ao de Tipo C s˜ao aqueles que apresentam relevo mais plano e baixa incidˆencia de folhagem. Ambientes que apresentam estas configura¸c˜oes s˜ao os que apresentam menor perda de percurso. Os ambientes que n˜ao apresentam cen´arios t˜ao extremos quanto os descritos para os Tipos A e C s˜ao definidos no Tipo B. Conforme ser´a detalhado no Cap´ıtulo 4 a seguir, o ambiente em que ocorreram as medi¸c˜oes pode ser caracterizado como do Tipo B.

5Modelo de predi¸ao de perda de percurso estat´ıstico, desenvolvido a partir de dados experimentais

(38)

A equa¸c˜ao utilizada para realiza¸c˜ao da predi¸c˜ao de path loss por este modelo ´e dada por [23]: P LSU I = A + 10 γ log  d d0  + Xf + Xh+ s (3.15) Com: A = 20 log 4πd0 λ  (3.16) γ =  a − b hT x+ c hT x  (3.17) onde:

• P LSU I - Perda de percurso no modelo SUI, na escala dB;

• d0 - Distˆancia de referˆencia igual a 100 metros;

• Xf - Fator de corre¸c˜ao referente `a frequˆencia do sinal propagado;

• Xh - Fator de corre¸c˜ao da antena de recep¸c˜ao;

• s - Fator de sombreamento.

As constantes utilizadas na Equa¸c˜ao 3.17 s˜ao definidas de acordo com o tipo de ambiente em que se d´a a propaga¸c˜ao. Este dever´a se adequar aos trˆes tipos de cen´arios poss´ıveis neste modelo.

Tabela 3.3: Parˆametros utilizados no modelo SUI Parˆametro Tipo A Tipo B Tipo C

a 4,6 4,0 3,6 b (m−1) 0,0075 0,0065 0,005

(39)

Os fatores de corre¸c˜ao caracter´ısticos deste modelo s˜ao definidos por: Xf = 6 log  f 2000  (3.18) E: Xh = −10, 8 log  hRx 2000  , para T ipos A e B (3.19) Xh = −20 log  hRx 2000  , para T ipo C (3.20) onde:

• f - Frequˆencia do sinal propagado, em MHz; • hRx - Altura da antena de recep¸c˜ao, em metros.

O fator de sombreamento s ´e o termo que representa a degrada¸c˜ao ao sinal cau-sada pela presen¸ca de ´arvores, folhagens, pr´edios, entre outros fatores. Este segue uma distribui¸c˜ao log-normal e pode assumir valores que variam entre 8,2 dB e 10,6 dB.

(40)

Cap´ıtulo 4

Procedimento Experimental

O in´ıcio da caracteriza¸c˜ao de sinal de radiofrequˆencia da faixa de 3,5 GHz se d´a, primor-dialmente, pela escolha adequada do procedimento experimental a ser implementado. A partir de uma escolha bem sucedida da metodologia que o comp˜oe, ser´a poss´ıvel coletar os dados pertinentes aos processos de an´alises e predi¸c˜ao de potˆencias recebidas pelos mo-delos adequados. Este cap´ıtulo ir´a explorar, de forma abrangente, todo o procedimento experimental adotado para a obten¸c˜ao dos dados de potˆencia recebida. Inicialmente, se-r˜ao especificados os equipamentos que compuseram os sistemas de transmiss˜ao e recep¸c˜ao, bem como ser˜ao ilustrados os setups de transmiss˜ao e recep¸c˜ao, de forma a esclarecer a relevˆancia desses no processo de gera¸c˜ao e capta¸c˜ao do sinal de 3,5 GHz. Tamb´em ser´a explicitado o processo de gera¸c˜ao deste tipo de sinal. Ap´os isso, ser˜ao detalhados o trajeto e o ambiente de propaga¸c˜ao em que ocorreram as medi¸c˜oes do sinal irradiado. Tamb´em ser˜ao detalhados todos os percursos percorridos pelo sistema m´ovel de capta¸c˜ao de modo a auxiliar na an´alise dos valores coletados. Cabe aqui destacar que o procedimento expe-rimental empregado neste trabalho fora realizado em meados de dois mil e dezoito, pela mestranda Dayana Silva Carvalho em sua disserta¸c˜ao de mestrado intitulada Sondagem em faixa larga De canal em ambiente suburbano para sistema de quinta gera¸c˜ao [26].

4.1

Equipamentos e setups

Nesta se¸c˜ao, ser˜ao abordados os equipamentos utilizados na gera¸c˜ao e irradia¸c˜ao do sinal de 3,5 GHz, bem como os dispositivos escolhidos para compor o sistema de recep¸c˜ao deste sinal. Al´em disso, ser˜ao ilustrados os setups de montagem destes dois sistemas.

(41)

4.1.1

Transmiss˜

ao

O sistema de transmiss˜ao foi instalado no topo de um pr´edio pr´oximo `as rotas de teste escolhidas, de modo a proporcionar condi¸c˜ao de visibilidade `a maior parte destas. A antena transmissora foi montada a uma altura de 48 metros acima do n´ıvel do solo. Para a transmiss˜ao dos sinais, fez-se uso do gerador vetorial MG 3700A da Anritsu, um amplificador de potˆencia modelo 0502047B da marca MILMEGA, uma antena setorial com ganho de 15 dBi da marca HyperLink Technologies, modelo HG3515P-120, operando na faixa de frequˆencias compreendida entre 3,4 e 3,7 GHz, al´em dos cabos e conectores utilizados para interligar os equipamentos. Os equipamentos e dispositivos empregados na transmiss˜ao do sinal est˜ao detalhados na Tabela 4.1 [26].

Tabela 4.1: Especifica¸c˜oes dos equipamentos utilizados na transmiss˜ao Equipamento Especifica¸c˜ao

Gerador Vetorial de Sinal MG-3700A, Anritsu Amplificador de Potˆencia 0502047B, MILMEGA

Fonte Digital PS-5000, ICEL

Antena Setorial Modelo: HG3515P -120 Antena Setorial – 15 dBi 120o Setor Panel Antena - HyperLink Technologies

Cabo RG 213

Cabo 1: 1 m, com perda total de 1.2 dB Cabo 2: 6 m, com perda total de 1.4 dB

As sequˆencias que comp˜oem o sinal de teste foram geradas a partir da utiliza¸c˜ao de um notebook dotado com os softwares Matlab e IQ Producer. Logo ap´os, estas foram enviadas para o Gerador Vetorial de Sinal, de modo a conferir ao sinal as caracter´ısticas desejadas neste experimento. Os detalhes acerca da cria¸c˜ao do sinal de 3,5 GHz podem ser encontrados na disserta¸c˜ao de mestrado [26], enunciada no in´ıcio deste cap´ıtulo. Ap´os isso, o sinal de teste foi amplificado em 46 dB pelo Amplificador de Potˆencia e, posteriormente, irradiado pela antena. Na Figura 4.1 [26], ´e mostrado o diagrama esquem´atico do setup do sistema de transmiss˜ao.

(42)

Figura 4.1: Diagrama esquem´atico do setup do sistema de transmiss˜ao

Durante as campanhas de medi¸c˜oes, foi verificado que o valor de potˆencia efetiva-mente irradiada (EIRP ) na sa´ıda do setup variou muito pouco no decorrer dos trajetos. Por esse motivo, foi definido um valor constante de EIRP para todas as rotas determina-das para realiza¸c˜ao das medi¸c˜oes. As etapas para o c´alculo final da EIRP, utilizada neste experimento, seguem conforme a Tabela 4.2.

Tabela 4.2: Parˆametros para c´alculo da potˆencia efetivamente irradiada Parˆametro Valor

Frequˆencia de Transmiss˜ao 3500 MHz Potˆencia de Sa´ıda no Gerador de Sinais -10 dBm

Ganho do Amplificador de Potˆencia 46 dB Ganho da Antena de Transmiss˜ao 15 dBi Perdas nos Cabos e Conectores 2,6 dB

(43)

4.1.2

Recep¸

ao

Para o sistema de recep¸c˜ao, foi instalada uma antena receptora omnidirecional no topo do autom´ovel utilizado para coletada dos dados ao longo das rotas escolhidas. Esta foi acoplada ao ve´ıculo a 1,5 metro de altura em rela¸c˜ao ao solo.

Ao passo que os dados de potˆencia recebida eram coletados, estes foram automati-camente direcionados a um amplificador de baixo ru´ıdo (ABR), o qual foi polarizado por uma fonte de tens˜ao de 5 V. A sa´ıda do ABR estava conectada a um analisador de sinais que realizou a captura das amostras do sinal recebido a uma taxa de 5, 0 x 107 amostras

por segundo. As amostras capturadas foram enviadas via cabo e armazenadas no disco r´ıgido de um notebook que se encontrava dentro do ve´ıculo.

A fim de que fosse poss´ıvel avaliar o posicionamento do sistema de recep¸c˜ao quando da realiza¸c˜ao das medi¸c˜oes, tamb´em foi acoplado ao ve´ıculo utilizado um sistema de GPS (Global Positioning System) de modo a realizar o registro de latitude e longitude do dado coletado. Estas informa¸c˜oes foram transferidas via cabo USB (Universal Serial Bus) e salvas no disco r´ıgido do mesmo notebook.

Os equipamentos e dispositivos empregados na recep¸c˜ao do sinal est˜ao detalhados na Tabela 4.3 [26].

Tabela 4.3: Especifica¸c˜oes dos equipamentos utilizados na recep¸c˜ao Equipamento Especifica¸c˜ao

Antena Ominidirecional 3 dBi Amplificador de

Baixo Ru´ıdo (ABR)

ZX60-33LN-S+, Minicircuits Ganho: 18.7 dB Analisador de Sinais MS-2692A, Anritsu

GPS 60CSx, Garmin

Notebook Dell Inspiron 15 com Processador Intel Core i7 Cabo RG 213 2 metros, com perda total de 1.0 dB

(44)

Na Figura 4.2 [26], ´e mostrado o diagrama esquem´atico do setup do sistema de recep¸c˜ao.

Figura 4.2: Diagrama esquem´atico do setup do sistema de recep¸c˜ao

Os valores dos parˆametros utilizados para a implementa¸c˜ao do setup de recep¸c˜ao est˜ao listados na Tabela 4.4 a seguir [26].

Tabela 4.4: Parˆametros envolvidos na recep¸c˜ao do sinal Parˆametro Valor Altura da Antena de Recep¸c˜ao 1,5 m Ganho da Antena de Recep¸c˜ao 3 dB Ganho no Amplificador de Baixo Ru´ıdo (ABR) 18,7 dB

Perdas nos Cabos e Conectores 2,0 dB

4.2

Ambiente de medi¸

oes

O tipo de ambiente de propaga¸c˜ao escolhido para a coleta dos dados deste experimento foi o tipo suburbano, visto a maior facilidade de realizar a experiˆencia neste tipo de ambiente em uma cidade altamente populosa, como ´e o caso da cidade do Rio de Janeiro. Para tal, foram escolhidos os bairros de Del Castilho e Higien´opolis, localizados na zona norte da cidade, visto a predominˆancia de casas e pr´edios residenciais nestes bairros, a alta

(45)

concentra¸c˜ao de ve´ıculos e a proximidade destes com o local em que foi instalada a antena transmissora.

A antena transmissora setorial HG3515P -120, utilizada para irradiar o sinal de 3,5 GHz, foi instalada no terra¸co de um edif´ıcio de 14 andares, localizado no bairro de Del Castilho, a uma altura de, aproximadamente, 50 metros. O pr´edio utilizado como base de transmiss˜ao do sinal pode ser visualizado na Figura 4.3 abaixo.[26]

Figura 4.3: Pr´edio localizado no bairro de Del Castilho utilizado como base de transmiss˜ao do sinal de 3,5 GHz

O sistema de recep¸c˜ao, conforme explicitado na subse¸c˜ao 4.1.2, foi acoplado a um autom´ovel que foi utilizado para percorrer as rotas determinadas nestes dois bairros. As rotas estipuladas para a coleta de dados foram pensadas para que fosse poss´ıvel compre-ender regi˜oes que, ao longo das campanhas de medi¸c˜ao, apresentassem localidades com diferentes condi¸c˜oes de visada direta para a antena de transmiss˜ao.

(46)

4.3

Campanhas de medi¸

oes

As medi¸c˜oes dos valores de potˆencia recebida pelo sistema m´ovel foram realizadas na cidade do Rio de Janeiro, em ambiente suburbano, conforme mencionado na Se¸c˜ao 4.2. De maneira a prover uma quantidade elevada de valores medidos, foram estipuladas duas campanhas de medi¸c˜oes abrangendo as rotas especificadas para serem percorridas nestes dois bairros.

Nas Figuras 4.4 e 4.5 [26], obtidas a partir da utiliza¸c˜ao dos dados registrados pelo GPS e do software Google Earth, est˜ao descritas as rotas percorridas nas duas campanhas realizadas. O GPS foi posicionado no teto do ve´ıculo utilizado para percorrer as rotas e conectado ao analisador vetorial de sinal com o software GPS Trackmaker instalado, permitindo, dessa forma, a sincroniza¸c˜ao entre os tempos de captura de dados e o tempo de captura das posi¸c˜oes georreferenciadas. As duas campanhas foram realizadas na manh˜a do dia 08 de fevereiro de 2018.

1. Campanha de Medi¸c˜ao 1 Data: 08/02/2018

Hora: 11:05

(47)

2. Campanha de Medi¸c˜ao 2 Data: 08/02/2018

Hora: 11:36

Figura 4.5: Rota percorrida na Campanha de Medi¸c˜ao 2

4.4

Metodologia de medi¸

ao

A metodologia implementada para a medi¸c˜ao dos valores de potˆencia recebida do sinal irradiado na frequˆencia de 3,5 GHz consistiu de realizar a coleta dos dados pertinentes ao longo das campanhas de medi¸c˜oes. Esta coleta ocorreu com o aux´ılio do autom´ovel, o qual foi utilizado para percorrer as rotas das campanhas de medi¸c˜oes. Buscando a melhor captura das componentes do sinal propagado no ambiente escolhido para o experimento, a velocidade do ve´ıculo foi de, aproximadamente, 30 km/h. A antena receptora omnidire-cional, acoplada no exterior do ve´ıculo, foi respons´avel por coletar os dados para posterior an´alise. Dentro do carro, as medi¸c˜oes foram encaminhadas para o ABR onde foi realizada a amplifica¸c˜ao destas.

Os dados coletados no sistema de recep¸c˜ao e amplificados pelo ABR foram enviados ao analisador de sinais, onde foram tratados a uma taxa de 5, 0 x 107 amostras por segundo

(48)

Cap´ıtulo 5

Resultados e An´

alises

Este cap´ıtulo apresenta e discute os resultados encontrados nas campanhas de medi¸c˜oes realizadas em campo, os resultados obtidos a partir das implementa¸c˜oes dos modelos de predi¸c˜ao de path loss e, por fim, os valores calculados a partir do melhoramento dos mo-delos abordados. Investigam-se, primeiramente, os dados de potˆencia recebida coletados nos percursos em que foram realizadas as medi¸c˜oes, visando entender a forma como se d´a a distribui¸c˜ao destes. Ap´os isso, os valores aferidos de potˆencia recebida de acordo com a distˆancia entre transmissor e receptor s˜ao traduzidos para a forma gr´afica. Posterior-mente, s˜ao estimados valores de potˆencia recebida de acordo com o respectivo modelo de predi¸c˜ao de path loss para que, dessa forma, seja poss´ıvel verificar qual modelo produz resultados que mais se aproximam dos valores reais coletados. Finalmente, de posse des-tas informa¸c˜oes, ´e proposto um m´etodo de melhoramento de alguns dos modelos outrora utilizados, de modo a determinar qual modelo melhorado ´e mais adequado `as condi¸c˜oes da medi¸c˜ao. A determina¸c˜ao dos melhores modelos pr´e e p´os melhoria ´e feita atrav´es da an´alise da gr´afica dos dados coletados e a compara¸c˜ao destes com os resultados calculados a partir dos modelos utilizados.

5.1

Dados coletados

A partir da medi¸c˜ao dos valores de potˆencia recebida ao longo da campanha de medi¸c˜oes, os dados coletados pela antena receptora e pelo analisador de sinais foram disponibilizados para tratamento em softwares dedicados. Para esta tarefa, foram utilizados os recursos do programa Microsoft Excel.

(49)

5.1.1

Distribui¸

ao de Dados

Com a implementa¸c˜ao de tratamento computacional, utilizando o software Microsoft Ex-cel, foi poss´ıvel analisar o comportamento da distribui¸c˜ao dos dados coletados em campo a partir da elabora¸c˜ao de um Histograma de Frequˆencia e dos c´alculos de M´edia e Desvio Padr˜ao da cole¸c˜ao de dados de potˆencia recebida.

Tamanho da amostragem, Valores M´aximo e M´ınimo, M´edia e Desvio Padr˜ao Para a an´alise completa da distribui¸c˜ao dos dados coletados, faz-se necess´aria a observa¸c˜ao dos valores m´aximos e m´ınimos aferidos pela antena receptora acoplada ao ve´ıculo, assim como os c´alculos do valor m´edio referente aos valores de potˆencia recebida e do desvio padr˜ao associado `a distribui¸c˜ao de dados1.

Tabela 5.1: Especifica¸c˜oes da distribui¸c˜ao dos dados coletados Quantidade de Amostras 587 amostras

Valor M´aximo -51,325 dBm Valor M´ınimo -81,458 dBm M´edia -65,508 dBm Desvio Padr˜ao -91,129 dB

Histograma de Frequˆencia

A distribui¸c˜ao das amostras coletadas pode ser analisada a partir do histograma de frequˆencias. Devido `a grande quantidade de pontos coletados, foi conveniente matema-ticamente aproximar o n´umero de classes no histograma para vinte classes, visto que, para um n´umero maior de classes (24), a distribui¸c˜ao apresenta distor¸c˜oes qualitativas nas classes mais afastadas dos valores centrais do histograma.

1Para o c´alculo da m´edia e do desvio padr˜ao, foi realizada a convers˜ao dos valores medidos em dBm

para a escala de watt. Posteriormente, os resultados nesta unidade foram convertidos para dBm e dB, respectivamente. As Equa¸c˜oes A.1 e A.2, elucidadas no Apˆendice A, foram utilizadas nestes procedimentos

(50)

Figura 5.1: Histograma de Frequˆencias dos dados de potˆencia recebida coletados Como pode ser visto na Figura 5.1, a maior parte dos valores de potˆencia re-cebida coletados pelo sistema m´ovel de recep¸c˜ao ao longo das campanhas de medi¸c˜oes est´a localizada no intervalo compreendido entre -78,44 dBm e -73,92 dBm. A quantidade de amostras neste intervalo representa, aproximadamente, 47% do total da amostragem realizada.

5.1.2

Potˆ

encia recebida ao longo do percurso

Ao longo do percurso em que se deram as medi¸c˜oes, foram coletadas as amostras de potˆencia recebida de acordo com a metodologia de medi¸c˜ao elucidada no Cap´ıtulo 4.

A Figura 5.2 mostra os dados de potˆencia medidos na antena receptora, do sinal de 3,5 GHz, ao longo da distˆancia entre transmissor e receptor. Ap´os carregar os valores medidos no software Microsoft Excel, foi poss´ıvel elaborar o gr´afico exposto na Figura 5.2, de modo a ilustrar a distribui¸c˜ao dos dados de potˆencias aferidas coletados neste experimento.

(51)

Figura 5.2: Potˆencia m´edia recebida medida em rela¸c˜ao `a distˆancia Transmissor-Receptor

5.2

Potˆ

encia recebida de acordo com modelos de

pre-di¸

ao de path loss

Conhecendo o ambiente em que se d´a a propaga¸c˜ao do sinal de 3,5 GHz, dos setups de transmiss˜ao e recep¸c˜ao, da distˆancia entre transmissor e receptor e de posse dos dados coletados, pode-se estimar o valor de potˆencia recebida em um determinado ponto da tra-jet´oria a partir do c´alculo de path loss (ou perda de percurso) de acordo com o modelo de predi¸c˜ao de path loss desejado. As equa¸c˜oes utilizadas para c´alculo de path loss seguem `as elucidadas anteriormente no Cap´ıtulo 3, de acordo com os respectivos modelos utilizados. Para determinar a potˆencia recebida de acordo com o modelo de predi¸c˜ao, foi necess´ario, inicialmente, calcular a perda de percurso associada `as especificidades do am-biente das medi¸c˜oes e as condi¸c˜oes de propaga¸c˜ao do sinal. As informa¸c˜oes relevantes para realiza¸c˜ao dos c´alculos depath loss s˜ao: Frequˆencia central de opera¸c˜ao do sinal a ser medido, a EIRP, o ambiente de propaga¸c˜ao do sinal e as alturas em que se encontram as antenas de transmiss˜ao e recep¸c˜ao. Os valores referentes a estes parˆametros, os quais ser˜ao utilizados nos c´alculos a seguir, seguem conforme dispostos no Cap´ıtulo 4.

De posse destas informa¸c˜oes e ap´os calcular a perda de percurso para cada um dos modelos desejados, foi necess´ario subtrair este valor calculado do valor conhecido de EIRP pela antena transmissora, visando, finalmente, estimar o valor de potˆencia recebido pelo modelo implementado.

Referências

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