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Relacionando perfeitamente os números de dominação, dominação total, e dominação emparelhado de um grafo

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Academic year: 2021

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(1)

IME-UFF

RELACIONANDO PERFEITAMENTE OS N ´UMEROS DE DOMINA ¸C ˜AO,

DOMINA ¸C ˜AO TOTAL, E DOMINA ¸C ˜AO EMPARELHADO DE UM GRAFO

Jos´e Diego Alvarado Morales

Disserta¸c˜ao de Mestrado apresentada ao Pro-grama de P´os-gradua¸c˜ao em Matem´atica do Instituto de Matem´atica e Estat´ıstica da Uni-versidade Federal Fluminense, IME-UFF, co-mo parte dos requisitos necess´arios `a obten-¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Matem´atica.

Orientador: Simone Dantas de Souza

Niter´oi Mar¸co de 2015

(2)

RELACIONANDO PERFEITAMENTE OS N ´UMEROS DE DOMINA ¸C ˜AO,

DOMINA ¸C ˜AO TOTAL, E DOMINA ¸C ˜AO EMPARELHADO DE UM GRAFO

Jos´e Diego Alvarado Morales

Disserta¸c˜ao submetida ao corpo docente do Instituto de Matem´atica e Estat´ıstica da Universidade Federal Fluminense, IME-UFF, como parte dos requisitos necess´arios para a obten¸c˜ao do grau de mestre em matem´atica.

Examinada por:

Profa. Simone Dantas de Souza, D.Sc. (Universidade Federal Fluminense)

Prof. Dieter, Rautenbach, Ph.D.

(Universidade de Ulm)

Profa. Celia Picinin de Mello, D.Sc.

(Universidade Estadual de Campinas)

NITER ´OI, RJ – BRASIL

(3)

Alvarado Morales, Jos´e Diego

Relacionando Perfeitamente os N´umeros de Domina¸c˜ao,

Domina¸c˜ao Total, e Domina¸c˜ao Emparelhado de um

Grafo/Jos´e Diego Alvarado Morales. – Niter´oi: IME-UFF, 2015.

VIII, 44 p.: il.; 29, 7cm.

Orientador: Simone Dantas de Souza

Disserta¸c˜ao de mestrado – Combinat´oria – Programa de P´os-gradua¸c˜ao em Matem´atica, IME-UFF, 2015.

Referˆencias Bibliogr´aficas: p. 42 – 44.

1. Domina¸c˜ao total. 2. Domina¸c˜ao emparelhada. 3. N´umero dom´atico. 4. N´umero dom´atico total. I. Dantas de Souza, Simone. II. Universidade Federal Fluminense, IME, Programa de P´os-gradua¸c˜ao em Matem´atica. III. T´ıtulo.

(4)

Dedico a Deus, a meus pais e a minha orientadora

(5)

Agradecimentos

Primeiramente agrade¸co a Deus, sem o qual nada seria poss´ıvel.

Agrade¸co a meus pais pelo apoio incondicional que sempre me brindaram, e a minha fam´ılia por seu carinho para mim.

Em especial, agrade¸co a minha orientadora Simone Dantas de Souza e ao pro-fessor Dieter Rautenbach pela amabilidade, paciˆencia e apoio.

Agrade¸co tamb´em `a Coordena¸c˜ao de Aperfei¸coamento de Pessoal de N´ıvel Supe-rior (CAPES) e `a Funda¸c˜ao de Amparo e de Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) pelo suporte financeiro que possibilitou meus estudos durante o mes-trado, e estendo meu agradecimento a todo o pessoal e membros da faculdade por seu apoio durante estes anos.

Por fim, agrade¸co os meus amigos e colegas que me possibilitaram de alguma forma chegar at´e aqui. Em particular, aos amigos Poly Hannah, Deiwison Sousa, Thiago Meneses, Aim´ee Reis e em especial a Vitor Costa pelas in´umeras vezes que me apoiou como colega e amigo.

(6)

Resumo da Disserta¸c˜ao apresentada ao IME-UFF como parte dos requisitos necess´arios para a obten¸c˜ao do grau de Mestre em Ciˆencias (M.Sc.)

RELACIONANDO PERFEITAMENTE OS N ´UMEROS DE DOMINA ¸C ˜AO,

DOMINA ¸C ˜AO TOTAL, E DOMINA ¸C ˜AO EMPARELHADO DE UM GRAFO

Jos´e Diego Alvarado Morales

Mar¸co/2015

Orientador: Simone Dantas de Souza

O n´umero de domina¸c˜ao γ(G), o n´umero de domina¸c˜ao total γt(G), o n´umero de

domina¸c˜ao emparelhado γp(G), o n´umero dom´atico d(G), e o n´umero dom´atico total

dt(G) de um grafo G sem v´ertices isolados est˜ao relacionados pelas desigualdades

triviais γ(G) 6 γt(G) 6 γp(G) 6 2γ(G) e dt(G) 6 d(G). No entanto, muito pouco

se sabe sobre os grafos que satisfazem uma dessas desigualdades com igualdade. Portanto, estudamos classes de grafos definidas exigindo-se igualdade em uma das desigualdades anteriores para todo subgrafo induzido que n˜ao tenha v´ertices isolados e cujo n´umero de domina¸c˜ao n˜ao seja demasiadamente pequeno. Nossos resultados s˜ao caracteriza¸c˜oes de v´arias dessas classes em termos de um n´umero finito de sub-grafos induzidos proibidos minimais. Al´em disso, provamos alguns resultados de complexidade, que sugerem que os grafos extremais para algumas das desigualdades acima n˜ao tˆem uma estrutura simples.

(7)

Abstract of Dissertation presented to IME-UFF as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

PERFECTLY RELATING THE DOMINATION, TOTAL DOMINATION, AND PAIRED DOMINATION NUMBERS OF A GRAPH

Jos´e Diego Alvarado Morales

March/2015

Advisor: Simone Dantas de Souza

The domination number γ(G), the total domination number γt(G), the paired

domination number γp(G), the domatic number d(G), and the total domatic number

dt(G) of a graph G without isolated vertices are related by trivial inequalities γ(G) 6

γt(G) 6 γp(G) 6 2γ(G) and dt(G) 6 d(G). Very little is known about the graphs

that satisfy one of these inequalities with equality. We study classes of graphs defined by requiring equality in one of the above inequalities for all induced subgraphs that have no isolated vertices and whose domination number is not too small. Our results are characterizations of several such classes in terms of their minimal forbidden induced subgraphs. Furthermore, we prove some hardness results, which suggest that the extremal graphs for some of the above inequalities do not have a simple structure.

(8)

Sum´

ario

Lista de Figuras 1

1 Introdu¸c˜ao 2

1.1 Motiva¸c˜ao . . . 2

2 Preliminares 5

2.1 Teoria dos Grafos . . . 5 2.2 Complexidade . . . 7 2.3 Domina¸c˜ao em Grafos . . . 8 3 Nossos Resultados 12 3.1 Classe Gk(ν, τ ) . . . 12 3.2 Complexidade . . . 15 3.3 Provas . . . 15 4 Conclus˜oes 40

(9)

Lista de Figuras

3.1 Grafos C5, P5 e N . . . 12 3.2 Grafos G1 e G2 com δ(Gi) > 1, γ(Gi) > 2, e d(Gi) > dt(Gi), i ∈ {1, 2}. 13 3.3 Grafo K2◦ K1∪ K2 ◦ K1, elemento de T4. . . 14 3.4 Grafo K1◦ K1∪ P3◦ K1, elemento de T4(γ, γt). . . 14 3.5 Grafo P3◦ K1∪ K2◦ K1, elemento de T5(γ, γp). . . 14

3.6 u0 n˜ao ´e adjacente a v0 nem a w0 (Teor. 1) . . . 17

(10)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

1.1

Motiva¸

ao

Domina¸c˜ao em grafos ´e uma ´area em teoria dos grafos com uma extensa atividade de investiga¸c˜ao. Somente em 1998, o livro [29] sobre domina¸c˜ao publicou uma lista de 1222 artigos em essa ´area. Historicamente a domina¸c˜ao tem origem com um problema de xadrez. Consideremos um tabuleiro de xadrez e uma rainha. Queremos encontrar o n´umero m´ınimo de rainhas de modo que todo quadrado ou ´e ocupado ou pode ser atacado por uma rainha. O modelo para este problema ´e o seguinte: cada quadrado representa um v´ertice, e existe uma aresta entre dois v´ertices se e somente se os quadrados correspondentes aos v´ertices s˜ao separados por um n´umero de quadrados horizontais, verticais ou diagonais. Assim, no modelo, um tal conjunto de rainhas representa, de fato, um conjunto dominante.

Para outra motiva¸c˜ao do conceito, consideremos um grafo bipartido, onde uma parte representa pessoas, a outra parte representa empregos e as arestas representam as habilidades de cada pessoa, podendo cada pessoa ter mais de um emprego. Algo muito interessante seria conhecer o n´umero m´ınimo de pessoas que s˜ao necess´arias para cobrir todos os empregos.

O conceito de domina¸c˜ao aparece em variadas situa¸c˜oes. Os exemplos anteriores s˜ao s´o algumas das tantas situa¸c˜oes onde um problema admite uma modelagem na Teoria de Domina¸c˜ao. Uma grande fonte de inspira¸c˜ao ´e, por exemplo, a Ciˆencia da Comunica¸c˜ao por Redes (Network Problems). A comunica¸c˜ao em redes inclui

(11)

um conjunto de n´os, e dois n´os se comunicam sempre que tiverem uma conex˜ao.

Com o finalidade de enviar uma mensagem desde um conjunto de n´os para todos

os demais, necessitamos escolher um conjunto de n´os tais que cada um dos outros n´os se conectem com um n´o do conjunto escolhido. Esse conjunto ´e um conjunto dominante do grafo que representa a Network.

Grande parte das motiva¸c˜oes neste campo se baseiam na variedade de conceitos de domina¸c˜ao existentes. Em [29] s˜ao mostrados 75 tipos diferentes de domina¸c˜ao. Essas varia¸c˜oes s˜ao feitas pela imposi¸c˜ao de condi¸c˜oes sobre os conjuntos dominantes e o conjunto de v´ertices de um grafo.

Sempre que dois parˆametros, ν e τ , est˜ao relacionados por uma desigualdade simples ν(G) 6 τ (G) para todo grafo G (no dom´ınio comum de ν e τ ), e no entanto os grafos que satisfazem a igualdade n˜ao tem uma estrutura simples, faz sentido estudar a classe dos chamados grafos perfeitos G(ν, τ ), ou seja, grafos para os quais

qualquer subgrafo induzido H (no dom´ınio comum de ν e τ ) satisfaz ν(H) = τ (H). Na literatura s˜ao conhecidos dois exemplos famosos dessa abordagem: os grafos perfeitos [20], onde os dois parˆametros s˜ao o n´umero clique e o n´umero crom´atico; e os grafos perfeitos de domina¸c˜ao [31], onde os dois parˆametros s˜ao o n´umero de domina¸c˜ao e o n´umero de domina¸c˜ao independente.

Sejam γ(G) e ι(G) o n´umero de domina¸c˜ao e o n´umero de domina¸c˜ao indepen-dente de um grafo G, respetivamente. Um grafo G ´e chamado perfeito de domina¸c˜ao se γ(H) = ι(H), para todo subgrafo induzido H de G.

Em [31], Igor E. Zverovich e Vadim E. Zverovich nos mostram uma caracteriza¸c˜ao completa da classe dos grafos perfeitos de domina¸c˜ao mediante um n´umero finito de subgrafos induzidos. A lista de subgrafos proibidos nesta caracteriza¸c˜ao consiste de 17 grafos imperfeitos de domina¸c˜ao minimais. Al´em disso, mostram que o problema

do conjunto dominante e o problema do conjunto dominante independente ´e

NP-completo para algumas classes especiais de grafos chamados Lk, onde k ´e um inteiro

positivo. Concretamente, Lk ´e formada pelos grafos planares, bipartidos, com grau

m´aximo 3, e cintura pelo menos k.

(12)

pri-meira vez por Sumner e Moore em [28]. Mas antes disso, j´a haviam sido realizadas pesquisas nesta ´area, por exemplo Allan e Laskar [1] mostraram que se G ´e K1,3-livre,

ent˜ao γ(G) = ι(G).

Um fato interessante, ´e que antes do artigo de Zverovich [31] o matem´atico Sumner conjeturou em [27] que era imposs´ıvel caracterizar os grafos perfeitos de domina¸c˜ao com um n´umero finito de grafos proibidos.

O resultado mais importante de [31] ´e o Teorema 11 da se¸c˜ao 3 p´agina 378: G ´e um grafo perfeito de domina¸c˜ao se e somente se G ´e {G1, . . . , G17}-livre, onde os

grafos G1, . . . , G17 s˜ao mostrados na Figura 3 na p´agina 379 do mesmo artigo.

Neste trabalho consideramos, essencialmente, classes de grafos perfeitos com rela¸c˜ao a ν e τ , onde ν e τ s˜ao parˆametros de domina¸c˜ao bem conhecidos [29]:

• N´umero de Domina¸c˜ao, • N´umero de Domina¸c˜ao Total,

• N´umero de Domina¸c˜ao Emparelhado, • N´umero Dom´atico, e

• N´umero Dom´atico Total.

Nossos resultados s˜ao enunciados no Cap´ıtulo 3 e s˜ao divididos em dois grupos. O primeiro grupo ´e constitu´ıdo por caracteriza¸c˜oes totais e parciais dos grafos perfei-tos, mediante conjuntos finitos de grafos proibidos. O segundo grupo ´e constitu´ıdo por resultados de complexidade sobre os grafos extremais (de domina¸c˜ao), que justi-ficam nossos estudos em grafos perfeitos. Estes resultado foram apresentados no 9th International colloquium on graph theory and combinatorics (ICGT 2014) e aceitos para publica¸c˜ao em [4].

Esta disserta¸c˜ao est´a estruturada da seguinte forma. No Cap´ıtulo 2 apresen-tamos as defini¸c˜oes b´asicas, e os conceitos de complexidade. Depois, no Cap´ıtulo 3, enunciaremos todos nossos resultados sistematicamente, e posteriormente passa-mos a sua demonstra¸c˜ao. Para finalizar, no Cap´ıtulo 4, falamos das conclus˜oes e trabalhos futuros.

(13)

Cap´ıtulo 2

Preliminares

Nestas primeiras se¸c˜oes apresentaremos algumas defini¸cˆoes e nota¸c˜oes da teoria dos grafos e de complexidade. Os conceitos espec´ıficos da teoria de Domina¸c˜ao ser˜ao descritos na ´ultima se¸c˜ao.

2.1

Teoria dos Grafos

Um grafo G = (V (G), E(G)) consiste de um conjunto de v´ertices V (G) e um con-junto de arestas E(G). Denotemos por n = |V (G)| a ordem de G.

Um grafo G ´e chamado completo se dois v´ertices quaisquer de G s˜ao adjacentes. Um grafo completo de ordem n ´e representado por Kn.

Dado um grafo G, o grau de um v´ertice v ∈ V (G) ´e o n´umero de v´ertices adjacentes a v, representado por dG(v). O grau m´ınimo de um grafo ´e representado

por δ(G). Um v´ertice v ´e isolado se e somente se dG(v) = 0.

Representemos por NG(v) ao conjunto de vizinhos de um v´ertice v, e seja NG[v] =

NG(v) ∪ {v} a vizinhan¸ca fechada de v em G.

Um caminho ´e uma sequˆencia finita n˜ao vazia de v´ertices P = v1, . . . , v` tal que

vi e vi+1 s˜ao adjacentes para i ∈ [` − 1]. Representaremos por P` os caminhos de

ordem `.

Um ciclo ´e uma sequˆencia finita n˜ao vazia de v´ertices C = v1, . . . , v` tal que vi e

(14)

s˜ao iguais. Representaremos por C` os ciclos de ordem `.

Um grafo ´e conexo se e somente se para cada par de v´ertices u e v, existe um caminho no grafo que conecta u e v. Uma ´arvore ´e um grafo conexo sem ciclos.

Se G ´e conexo, ent˜ao a distˆancia entre dois v´ertices u e v ´e o comprimento de um caminho m´ınimo que conecta u e v em G, representado por distG(u, v). Tamb´em

precisaremos da no¸c˜ao de distˆancia de um v´ertice a um conjunto de v´ertices. Seja v ∈ V (G) e X ⊆ V (G), definimos distG(v, X) = min{distG(v, x) : x ∈ X}.

Um grafo H de G ´e chamado subgrafo de G se V (H) ⊆ V (G) e E(H) ⊆ E(G).

Diremos que um subgrafo H de G ´e gerador de G se V (H) = V (G).

Agora introduzimos o importante conceito de subgrafo induzido. Seja X =

{x1, . . . , xs} ⊆ V (G), o subgrafo de G cujo conjunto de v´ertices ´e X e cujo conjunto

de arestas ´e o conjunto das arestas de G que tem ambos extremos em X, ´e chamado o subgrafo de G induzido por X e ´e representado por G[X] = G[x1, . . . , xs]. Por

outro lado, se H1, . . . , H`−1 e H` n˜ao s˜ao subgrafos induzidos de G, diremos que G

´e livre de H1, . . . , H`−1 e H`.

Dado um grafo G, que n˜ao ´e ´arvore, definimos a cintura de G como o comprimento m´ınimo dos ciclos induzidos de G.

Um grafo multipartito completo de G ´e um grafo tal que existe uma parti¸c˜ao de V (G) em V1, . . . , V` tal que G[Vi] ´e um grafo trivial para i ∈ [`], e para cada vi ∈ Vi

e vj ∈ Vj, com i 6= j, temos que vi e vj s˜ao adjacentes.

Um grafo G ´e chamado split se existe uma parti¸c˜ao de seus v´ertices V1 e V2 tal

que G[V1] ´e completo e G[V2] ´e trivial.

Para finalizar, enunciaremos um conhecido Teorema devido a Dirac [10]. Para isso, precisamos definir o conceito de ciclo, ciclo hamiltoniano e grafo hamiltoniano.

Um ciclo hamiltoniano C de um grafo conexo G ´e um ciclo gerador de G. Um

grafo ´e chamado hamiltoniano se cont´em um ciclo hamiltoniano.

Teorema de Dirac [10]. Se G ´e um grafo conexo com n(G) > 3 e δ(G) > n(G)2 , ent˜ao G ´e hamiltoniano.

(15)

2.2

Complexidade

Um problema algor´ıtmico Q = Q(I, Q) ´e constitu´ıdo de um conjunto I de todas as poss´ıveis entradas para o problema, chamado o conjunto de instˆancias, e de uma quest˜ao Q sobre essas instˆancias. Resolver um destes problemas consiste em desenvolver um algoritmo cuja entrada ´e uma instˆancia do problema e cuja sa´ıda ´e uma resposta `a quest˜ao do problema.

H´a diferentes classes de problemas algor´ıtmicos, dependendo da natureza da quest˜ao. Nos estamos interessados nos problemas de decis˜ao, onde as ´unicas respos-tas poss´ıveis `a quest˜ao s˜ao SIM ou N ˜AO.

Um algoritmo ´e polinomial quando o n´umero de opera¸c˜oes que efetua est´a limi-tada por uma fun¸c˜ao polinomial f = f (n) no comprimento de sua entrada. Neste caso dizemos que o algoritmo tem complexidade O(f (n)). Os problemas de decis˜ao para os quais existe um algoritmo polinomial constituem a classe P, e s˜ao chamados polinomiais.

Um problema de decis˜ao ´e n˜ao-determin´ıstico polinomial quando qualquer instˆ an-cia com resposta SIM possui um certificado (comprova¸c˜ao de corre¸c˜ao) verific´avel em tempo polinomial no comprimento da instˆancia. Estes problemas de decis˜ao constituem a classe NP. Claramente P ⊆ N P . No entanto, a rec´ıproca n˜ao ´e nada evidente. Atualmente este ´e um dos principais problemas em aberto na teoria da computa¸c˜ao.

Uma defini¸c˜ao essencial na Teoria de Complexidade ´e a defini¸c˜ao de uma classe de problemas chamada NP-completo. O estudo dessa classe foi iniciado por Cook em 1971 [8]. Nesse trabalho Cook mostrou que o problema sat ´e NP-completo, em um resultado que leva seu nome. Primeiro Karp [18], e tempo depois Garey e Johnson [22], apresentaram largas listas de problemas NP-completos no campo da combinat´oria, l´ogica, teoria dos conjuntos, teoria de grafos e outras ´areas da matem´atica discreta e combinat´oria.

Sejam Q

1 = Q(I1, Q1) e

Q

2 = Q(I2, Q2) dois problemas de decis˜ao. Uma

redu¸c˜ao (transforma¸c˜ao polinomial) de Q

1 em

Q

2 ´e uma fun¸c˜ao T : I1 → I2 que

(16)

• T pode ser computado em tempo polinomial (no comprimento da instˆancia). • Para toda instˆancia D1 ∈ I1, D1 produz uma resposta SIM para Q1 se e

somente se D2 = T (D1) produz uma resposta SIM para

Q

2.

Um problema de decis˜ao Q pertence `a classe NP-completo (NPC) quando satisfaz as seguintes condi¸c˜oes:

• Q ∈ N P .

• Para cada problema Q0

∈ N P existe uma redu¸c˜ao de Q0

em Q.

Dizemos que um problemaQ ´e NP-dif´ıcil se se satisfaz a segunda condi¸c˜ao.

A t´ecnica padr˜ao para mostrar que um problemaQ ´e NP-completo ´e a seguinte:

primeiro mostramos que ´e NP, depois escolhemos um problema apropriado Q

0 que

j´a sabemos que ´e NP-completo para construir uma redu¸c˜ao de Q

0 em Q. Se s´o

mostramos esta ´ultima parte, temos provado que o problemaQ ´e NP-dif´ıcil. Surge da defini¸c˜ao de NP-completo, que o problema aberto P = N P ´e equivalente ao problema de decidir se existe algum problema NP-completo e polinomial.

2.3

Domina¸

ao em Grafos

Nesta se¸c˜ao definiremos os parˆametros de domina¸c˜ao com os que trabalharemos nesta disserta¸c˜ao, junto com as rela¸c˜oes que nos interessam.

Seja D um conjunto de v´ertices de algum grafo G.

• O conjunto D ´e um conjunto dominante de G se todo v´ertice de G que n˜ao pertence a D, tem um vizinho em D.

• O conjunto D ´e um conjunto dominante total de G se ´e um conjunto dominante e o grafo G[D] n˜ao tem v´ertices isolados.

• O conjunto D ´e um conjunto dominante emparelhado de G se ´e dominante e o grafo G[D] tem um emparelhamento perfeito.

(17)

O n´umero de domina¸c˜ao γ(G) [29], o n´umero de domina¸c˜ao total γt(G) [7, 16],

e o n´umero de domina¸c˜ao emparelhado γp(G) [13, 23] de G s˜ao as cardinalidades

m´ınimas de um conjunto dominante, dominante total, e dominante emparelhado de G, respetivamente.

Por Exemplo: γ(C5) = 2, γt(C5) = 3 e γp(C5) = 4.

Das defini¸c˜oes dadas, inferimos imediatamente as seguintes rela¸c˜oes [5, 13, 29] γ(G) 6 γt(G) 6 γp(G)

para todo grafo G para o qual γp(G) ´e bem definido (grafos sem v´ertices isolados).

Al´em disso, para um conjunto D de v´ertices de um grafo G e um v´ertice u em D, definimos:

PG(D, u) = {v ∈ V (G) \ D : NG(v) ∩ D = {u}}

Os v´ertices de PG(D, u) s˜ao chamados os vizinhos privados externos de u (em G

com respeito a D).

Uma vez que qualquer grafo G sem v´ertices isolados tem um conjunto dominante m´ınimo D tal que, para todo v´ertice u em D, o conjunto PG(D, u) ´e n˜ao vazio,

adicionando a D, para cada v´ertice u em D, um vizinho privado externo de u,

resulta num conjunto dominante emparelhado de G, o qual implica γp(G) 6 2γ(G).

Muito pouco ´e conhecido sobre os grafos que satisfazem com igualdades as desi-gualdades anteriores.

No entanto, foram caracterizadas de forma construtiva as ´arvores T que satisfa-zem as igualdades:

• γ(T ) = γt(T ) [21].

• γt(T ) = γp(T ) [11, 15].

(18)

• 2γ(T ) = γp(T ) [16].

No entanto, para o caso geral, exemplos em [9] mostram que mesmo restri¸c˜oes estruturais muito fortes n˜ao permitem fortalecer a desigualdade γt(G) 6 2γ(G).

Por outro lado, a rela¸c˜ao entre o n´umero de domina¸c˜ao total e o n´umero de

domina¸c˜ao emparelhado bem como os conjuntos dominantes emparelhados de uma

estrutura especial foram estudados em [6, 13, 25, 26].

As desigualdades anteriores s˜ao refletidas em desigualdades semelhantes relacio-nando seus n´umeros dom´aticos correspondentes. Seja G um grafo:

• O n´umero dom´atico d(G) de G [7, 30] ´e o maior inteiro k tal que o conjunto de v´ertices V (G) de G pode ser particionado em k conjuntos dominantes. • O n´umero dom´atico total dt(G) de G [12] ´e o maior inteiro k tal que o conjunto

de v´ertices V (G) de G pode ser particionado em k conjuntos dominantes totais. • O n´umero dom´atico emparelhado dp(G) de G [13] ´e o maior inteiro k tal que o

conjunto de v´ertices V (G) de G pode ser particionado em k conjuntos domi-nantes emparelhados.

Novamente das defini¸c˜oes dadas, inferimos as seguintes rela¸c˜oes [30] dp(G) 6 dt(G) 6 d(G)

para todo grafo G sem v´ertices isolados.

Al´em disso, j´a que a uni˜ao de dois conjuntos dominantes ´e um conjunto domi-nante total [30], temos que

dt(G) >

 d(G) 2



para todo grafo G sem v´ertices isolados.

Tamb´em note que, da defini¸c˜ao de d(G), temos que γ(G)d(G) 6 n(G), portanto a seguinte desigualdade ´e satisfeita

d(G) 6 n(G) γ(G)



Tendo coletado as principais desigualdades, vamos considerar algumas classes de “grafos perfeitos”.

(19)

Seja ν e τ dois parˆametros de grafos com ν(G) 6 τ (G) para cada grafo G no dom´ınio comum de ν e τ , e seja F uma subclasse de grafos. Definimos

GF(ν, τ ) = {G : ∀H ⊆indG (H ∈ Dom(ν) ∩ Dom(τ ) e H ∈ F ) ⇒ ν(H) = τ (H)}

onde H ⊆ind G indica que H ´e um subgrafo induzido de G.

Para facilitar a escrita, quando F ´e a classe dos grafos, simplesmente escrevere-mos G(ν, τ ).

(20)

Cap´ıtulo 3

Nossos Resultados

A seguir apresentamos os resultados principais da disserta¸c˜ao. Para benef´ıcio e clareza do leitor apresentamos as provas na se¸c˜ao 3.3.

3.1

Classe G

k

(ν, τ )

Conforme enunciado na se¸c˜ao anterior, os grafos do conjunto Gk(ν, τ ) representam a

classe dos “grafos perfeitos” com rela¸c˜ao aos parˆametros ν e τ . A seguir apresentamos uma caracteriza¸c˜ao para cada classe de grafos quando consideramos ν e τ entre os parˆametros γ, 2γ, γt, γp, d e dt.

Primeiramente ilustramos na Figura 3.1 os trˆes grafos especiais no Teorema 1. Como ´e costume, para um inteiro positivo n, representamos o grafo completo, o ciclo, e o caminho de ordem n por Kn, Cn, e Pn, respectivamente.

r r r r r   @ @ @ A AA C5 s s s s s    @ @ @ A A A P5 s s s s s s N Figura 3.1: Grafos C5, P5 e N .

Teorema 1. Um grafo G pertence a G(γt, γp) se e somente se G ´e livre de

(21)

Teorema 2. Um grafo G pertence a G(γt, 2γ) se e somente se G pertence a G(γp, 2γ)

se e somente se G ´e livre de {C4, P4}.

J´a que K2 ´e um subgrafo induzido proibido dos grafos em G(γ, γt), G(d, dt), e

G(γ, γp), essas classes s´o contem grafos triviais (sem arestas), e perdem todo interesse

te´orico. Em vista dessas observa¸c˜oes h´a sentido restringir o dom´ınio comum daqueles parˆametros. Portanto, para cada inteiro positivo k, consideramos a subclasse

Fk = {H : γ(H) > k}

e definimos

Gk(ν, τ ) = GFk(ν, τ )

Notar que G1(ν, τ ) coincide com G(ν, τ ).

Para k = 2, temos os seguintes resultados.

Teorema 3. Um grafo G pertence a G2(γ, γt) se e somente se G ´e livre de {C5, 2K2}.

Nos referimos a Figura 3.2 para uma ilustra¸c˜ao dos grafos especiais G1 e G2 do

teorema a seguir. s s s s s s       H H H H H H J J J JJ H H H   G1 s s s s s s       H H H H H H J J J JJ H H H   G2

Figura 3.2: Grafos G1 e G2 com δ(Gi) > 1, γ(Gi) > 2, e d(Gi) > dt(Gi), i ∈ {1, 2}.

Teorema 4. Um grafo G pertence a G2(d, dt) se e somente se G ´e livre de

{P4, 2K2, G1, G2}.

Teorema 5. Um grafo G pertence a G2(γ, γp) se e somente se G ´e livre de

{C5, 2K2, N }.

Para valores arbitr´arios de k, obtemos resultados sujeitos a condi¸c˜oes de cintura. Primeiramente introduzimos algumas nota¸c˜oes.

(22)

O grafo G ◦ K1 ´e construido a partir do grafo G, adicionando-se a cada v´ertice u

de G um novo v´ertice u0 junto com a nova aresta uu0. Assim, definimos os seguintes conjuntos de florestas especiais:

• Tk´e o conjunto que cont´em todas as florestas da forma S`i=1(Ti,0◦ K1) onde ` ´e

um inteiro positivo, e T1,0, . . . , T`,0 s˜ao ´arvores n˜ao vazia com k =

P`

i=1n(Ti,0).

Figura 3.3: Grafo K2◦ K1∪ K2◦ K1, elemento de T4.

• Tk(γ, γt) ´e o conjunto que cont´em todas as florestas T em Tk no qual uma das

´

arvores Ti,0 ´e K1, ou seja, Tk(γ, γt) ´e o conjunto de florestas em Tk que tem

um K2 como uma componente.

Figura 3.4: Grafo K1◦ K1∪ P3◦ K1, elemento de T4(γ, γt).

• Tk(γ, γp) ´e o conjunto que cont´em todas as florestas T em Tk no qual uma das

´

arvores Ti,0 n˜ao tem um emparelhamento perfeito.

Figura 3.5: Grafo P3◦ K1∪ K2◦ K1, elemento de T5(γ, γp).

(23)

Teorema 6. Para cada inteiro positivo k, um grafo G de cintura pelo menos5k+12  pertence a Gk(γ, γt) se e somente se G ´e livre de Tk(γ, γt).

Teorema 7. Para cada inteiro positivo k, um grafo G de cintura pelo menos 5k2  pertence a Gk(d, dt) se e somente se G ´e livre de Tk.

Teorema 8. Para cada inteiro positivo k, um grafo G de cintura pelo menos5k+12  pertence a Gk(γ, γp) se e somente se G ´e livre de Tk(γ, γp).

3.2

Complexidade

Finalmente, estabelecemos alguns resultados de complexidade, que motivam ainda mais o estudo das classes apresentadas anteriormente.

Nosso primeiro resultado de complexidade implica que, mesmo em classes de grafos muito restritas, exigindo igualdade do n´umero de domina¸c˜ao ´e o n´umero de domina¸c˜ao emparelhado (logo tamb´em com o n´umero de domina¸c˜ao total) n˜ao torna o problema do conjunto dominante f´acil.

Teorema 9. Dado um grafo split G com γ(G) = γt(G) = γp(G) e um inteiro positivo

k, decidir se γ(G) 6 k, ´e NP-completo.

Os dois resultados seguintes de complexidade implicam que os grafos G com γ(G) = γt(G) ou 2γ(G) = γp(G) provavelmente n˜ao tem uma descri¸c˜ao simples.

Teorema 10. Dado um grafo G, decidir se γ(G) = γt(G), ´e NP-dif´ıcil.

Teorema 11. Dado um grafo G, decidir se 2γ(G) = γp(G), ´e NP-dif´ıcil.

A Se¸c˜ao 3.3 ´e dedicada as provas de cada um dos resultados apresentados.

3.3

Provas

Inicialmente provaremos um resultado simples, que nos permite garantir a existˆencia dos vizinhos privados externos.

Proposi¸c˜ao 12. Seja G um grafo com δ(G) > 1. Seja Dt um conjunto dominante

(24)

Prova: Provaremos por absurdo. Suponhamos que PG(Dt, u) ´e vazio. Portanto,

junto com o fato que Dt ´e um conjunto dominante total, inferimos que Dt\ {u} ´e

um conjunto dominante. Al´em disso, como δ(G[Dt] − u) > 1, temos que Dt\ {u} ´e

um conjunto dominante total, o que contradiz a minimalidade de Dt. 2

Por conveniˆencia rescrevemos os resultados. Claramente em todos os resulta-dos desta se¸c˜ao os grafos proibidos minimais n˜ao tem v´ertices isolados, portanto consideraremos essa propriedade(δ(G) > 1) como t´acita.

Teorema 1 Um grafo G pertence a G(γt, γp) se e somente se G ´e livre de {C5, P5, N }.

Prova: Como o n´umero de domina¸c˜ao total γt e o n´umero de domina¸c˜ao

empare-lhado γp dos grafos C5, P5 e N s˜ao 3 e 4 respectivamente, temos que C5, P5 e N s˜ao

subgrafos induzidos proibidos (minimais) para G(γt, γp), o que prova a necessidade.

Para mostrar a suficiˆencia basta mostrar que qualquer grafo G livre de {C5, P5, N }

tal que δ(G) > 1, satisfaz γt(G) = γp(G). Para isso vamos proceder por absurdo,

suponhamos que γt(G) < γp(G).

Seja Dt um conjunto dominante total m´ınimo de G. Passamos a estudar as

componentes do grafo G[Dt].

Primeiramente, suponhamos que exista alguma componente K de G[Dt] que n˜ao

´e um subgrafo completo. Vamos mostrar que neste caso, P5 ou C5 s˜ao subgrafos

induzidos de G, o que ´e uma contradi¸c˜ao. Seja P : u0. . . u` um caminho induzido de

comprimento m´aximo em K. Utilizando P , vamos gerar um P5 ou um C5. J´a que K

n˜ao ´e completo, temos que ` > 2. Al´em disso, pela escolha de P , δ(K − u) > 1 para u ∈ {u0, u`}. Caso contr´ario, existiria um outro caminho induzido de comprimento

`+1 em K, o que contradiz a escolha de P . Para obter este caminho de comprimento ` + 1, no caso de u0, bastaria encontrar u00 ∈ V (K) tal que NK(u00) = {u0}, e pegar

o caminho u00P (analogamente para u`). Logo, como K ´e uma componente de

G[Dt], temos que δ(G[Dt] − u) > 1 para u ∈ {u0, u`}. Pela Proposi¸c˜ao 12, isso

implica que PG(Dt, u0) cont´em pelo menos um v´ertice v0 e PG(Dt, u`) cont´em pelo

menos um v´ertice v`. Se ` = 2, ent˜ao G[{v0, u0, u1, u2, v2}] ´e P5 ou C5, e portanto

(25)

P5, e logo, novamente, uma contradi¸c˜ao. Consequentemente assumimos que toda

componente de G[Dt] ´e completa.

Agora usaremos o fato que G[Dt] n˜ao tem um emparelhamento perfeito. Assim,

como Dtn˜ao ´e um conjunto dominante emparelhado, alguma componente (completa)

L de G[Dt] tem ordem ´ımpar pelo menos 3. Seja u, v, e w trˆes v´ertices de L. A

partir deles vamos construir N ou P5. Uma vez que L ´e completo, temos que

δ(G[Dt] − z) > δ(L − z) > 1 para z = u, v, w. Da Proposi¸c˜ao 12, inferimos que os

trˆes conjuntos PG(Dt, u), PG(Dt, v), e PG(Dt, w) s˜ao n˜ao vazios. Fixemos um v´ertice

u0 em PG(Dt, u). u u0 v w v0 w0

Figura 3.6: u0 n˜ao ´e adjacente a v0 nem a w0 (Teor. 1)

Afirmamos que existe pelo menos um v´ertice em PG(Dt, z) n˜ao adjacente a u0,

para z = v, w. De fato, para z = v, se u0´e adjacente a todos os v´ertices em PG(Dt, v),

ent˜ao D0t = (Dt\ {v}) ∪ {u0} ´e um conjunto dominante total m´ınimo de G. E j´a

que u0 e w n˜ao s˜ao adjacentes mas pertencem a uma mesma componente de G[Dt0], ent˜ao G[Dt0] cont´em uma componente que n˜ao ´e completa, voltando ao caso anterior (analogamente para z = w). Portanto, assumimos que existem v0 em PG(Dt, v) e

w0 em PG(Dt, w) tal que u0 n˜ao ´e adjacente a nenhum deles. Finalmente, se v0 e w0

n˜ao s˜ao adjacentes, G[{u, v, w, u0, v0, w0}] ´e o grafo N . E se v0 e w0 ao adjacentes,

G[{u0, u, v, v0, w0}] ´e P5. Em qualquer caso temos uma contradi¸c˜ao. Isso completa a

prova. 2

Teorema 2 Um grafo G pertence a G(γt, 2γ) se e somente se G pertence a G(γp, 2γ)

se e somente se G ´e livre de {C4, P4}.

Prova: Uma vez que γt(G) 6 γp(G) 6 2γ(G) para todo grafo G sem v´ertices isolados,

(26)

γ e o n´umero de domina¸c˜ao emparelhado γp dos grafos C4 e P4 s˜ao ambos 2, temos

que C4 e P4 s˜ao subgrafos induzidos proibidos (minimais) para G(γp, 2γ), todo grafo

em G(γp, 2γ) ´e livre de {C4, P4}.

Para completar a prova, ´e suficiente mostrar que todo grafo G conexo e livre de {C4, P4} com δ(G) > 1 satisfaz γt(G) = 2γ(G). Note que para um grafo n˜ao conexo

basta olhar para as componentes conexas do grafo. Vamos proceder por contradi¸c˜ao. Suponhamos que γt(G) < 2γ(G).

J´a que G ´e livre de P4 e conexo (sem v´ertices isolados), pela conhecida

proprie-dade dos cografos, o conjunto de v´ertices de G tem uma parti¸c˜ao em dois conjuntos (n˜ao vazios) V1 e V2 tal que cada v´ertice em V1 ´e adjacente a cada v´ertice de V2.

Claramente, pegando um v´ertice de V1 e um v´ertice de V2 construimos um conjunto

dominante total de G, logo γt(G) = 2. Assim, de γt(G) < 2γ(G) resulta γ(G) > 1.

Portanto cada Vi cont´em dois v´ertices n˜ao adjacentes ui e vi, para i = 1, 2.

Final-mente, G[{u1, v1, u2, v2}] ´e C4, uma contradi¸c˜ao. Isso completa a prova. 2

Teorema 3 Um grafo G pertence a G2(γ, γt) se e somente se G ´e livre de {C5, 2K2}.

Prova: Desde que o n´umero de domina¸c˜ao γ e o n´umero de domina¸c˜ao total γt dos

grafos C5 e 2K2 s˜ao 2 e 3, e 2 e 4 respetivamente, temos que C5 e 2K2 s˜ao subgrafos

induzidos proibidos (minimais) para G2(γ, γt), o que prova a necessidade.

Para mostrar a suficiˆencia basta mostrar que qualquer grafo G livre de {C5, 2K2}

com δ(G) > 1 e γ(G) > 2 satisfaz γ(G) = γt(G). Para isso vamos proceder por

absurdo. Suponhamos que γ(G) < γt(G). Note que G ´e um grafo conexo, pois caso

contrario tomando-se duas componentes conexas e um K2 em cada uma (existem

pois δ(G) > 1), gerar´ıamos o subgrafo induzido 2K2 em G, uma contradi¸c˜ao.

Agora escolhemos um conjunto dominante m´ınimo D de G tal que a distˆ

an-cia m´edia entre seus elementos seja m´ınima, em outras palavras, tal que f (D) = P

u∈DdistG(u, D \ {u}) seja m´ınima. Note que 0 < f (D) < ∞, pois |D| > 2 e G ´e

conexo.

Seja u um v´ertice de D que fica mais distante dos outros v´ertices de D em G, e seja v um outro v´ertice de D mais pr´oximo a u em G. Em outras palavras, seja

(27)

u ∈ D tal que distG(u, D \ {u}) ´e m´axima, e seja v ∈ D \ {u} tal que distG(u, v) =

distG(u, D \ {u}).

Nosso objetivo ´e construir os subgrafos induzidos C5 e 2K2 a partir de um

ca-minho m´ınimo entre u e v. Para isso, primeiramente analisamos as poss´ıveis es-truturas desse caminho. J´a que D n˜ao ´e um conjunto dominante total de G, in-ferimos que distG(u, v) > 2. Por outro lado, se distG(u, v) > 4 ent˜ao um v´ertice

que dista 2 de u sobre um caminho m´ınimo entre u e v teria um vizinho em D, logo distG(u, v) = distG(u, D \ {u}) 6 3, uma contradi¸c˜ao. Portanto temos que

distG(u, v) ∈ {2, 3}. Agora analisamos por casos:

(1) distG(u, v) = 2

Seja x um vizinho comum de u e v ( ele existe pois distG(u, v) = 2). Vamos

mostrar que existem vizinhos u0 de u, u0 6= x, e v0 de v, v0 6= x, tal que u0 ao

´

e adjacente nem a x nem a v. Analogamente para v0. Assim ´e claro que se u0 n˜ao ´e adjacente a v0, G[{u, u0, v, v0}] ´e um 2K2, ou ´e um C5, se u0 ´e adjacente

a v0, uma contradi¸c˜ao.

Afirmamos que existe um vizinho u0 de u, u0 6= x, tal que u0

n˜ao ´e adjacente nem a x nem a v. Para isso, seja D0 = (D \ {u}) ∪ {x}. Notar que |D0| = |D|. Analisemos por casos:

– D0 n˜ao ´e dominante.

Nesse caso algum elemento de NG(u) n˜ao ´e vizinho a nenhum v´ertice de

D0. Em particular, existe um v´ertice u0 6= x vizinho de u tal que n˜ao ´e adjacente nem a x nem a v.

– D0 ´e dominante.

Neste caso usaremos fortemente a minimalidade de f (D). Note que ´e

necess´ario existir w ∈ D \ {u, v} tal que distG(w, D0\ {w}) > distG(w, D \

{w}). Caso contrario, para cada w ∈ D \ {u, v}

(28)

Mas como

distG(x, D0\ {x}) = 1 < 2 = distG(u, D \ {u})

distG(v, D0\ {v}) = 1 6 distG(v, D \ {v})

Conclui-se que f (D0) < f (D), uma contradi¸c˜ao.

Agora, seja w0 ∈ D \ {w} tal que distG(w, w0) = distG(w, D \ {w}), ent˜ao

w0 = u. Caso contrario w0 ∈ D0 \ {w} em consequˆencia dist

G(w, D0 \

{w}) 6 distG(w, w0) = distG(w, D \ {w}), uma contradi¸c˜ao.

Assim, seja u0 um v´ertice de G tal que P : w...u0u ´e um caminho m´ınimo entre w e u. Vamos mostrar que u0 ´e o v´ertice procurado. Por absurdo, suponhamos que exista z ∈ {x, v} tal que u0 ´e adjacente a z. Seja Q = P − u0u + u0z um caminho entre w e z. Por defini¸c˜ao `(Q) = `(P ) = distG(w, D \ {w}), mas distG(w, D0 \ {w}) 6 `(Q), assim distG(w, D0 \

{w}) 6 distG(w, D \ {w}), uma contradi¸c˜ao.

Finalmente, por simetria, tamb´em existe um vizinho v0 6= x de v tal que v0 ao

´

e adjacente nem a x nem a u. (2) distG(u, v) = 3.

Seja uxyv um caminho de G. Afirmamos que existe z ∈ {u, v} com um vizinho z0 6= x, y tal que z0 ao ´e adjacente nem a x nem a y.

Desta forma, para simplificar a escrita, seja ¯z ∈ {u, v} \ {z}. Assim ´e claro que G[{x, y, z, z0, ¯z}] ´e P5 se z0 n˜ao ´e adjacente a ¯z, ou C5 se z0 ´e adjacente a ¯z. Em

qualquer caso, como 2K2 ´e um subgrafo induzido de P5, temos a contradi¸c˜ao

desejada.

Finalmente passamos a mostrar a afirma¸c˜ao. Para isso, seja D00= (D\{u, v})∪ {x, y}. Notar que |D00| = |D|. Analisando como no Caso 1, pela escolha de D,

obtemos que D00n˜ao ´e um conjunto dominante de G ou existe um w ∈ D\{u, v} tal que distG(w, D00 \ {w}) > distG(w, D \ {w}). Em qualquer caso, existe

z ∈ {u, v} com um vizinho z0 6= x, y tal que z0 ao ´e adjacente nem a x nem a

(29)

Teorema 4 Um grafo G pertence a G2(d, dt) se e somente se G ´e livre de

{P4, 2K2, G1, G2}.

Prova: J´a que d(G) 6 bn(G)γ(G)c, podemos concluir que o n´umero dom´atico d e o n´umero dom´atico total dtdos grafos P4 e 2K2 s˜ao 2 e 1 respetivamente. Al´em disso,

como G1 e G2 tem um v´ertice de grau 2, ent˜ao n˜ao ´e dif´ıcil concluir que d = 3 e

dt= 2 em ambos casos. Da´ı que P4, 2K2, G1 e G2 s˜ao subgrafos induzidos proibidos

(minimais) para G2(d, dt), o que prova a necessidade.

Para mostrar a suficiˆencia basta mostrar que qualquer grafo G livre de

{P4, 2K2, G1, G2} com δ(G) > 1 e γ(G) > 2 satisfaz d(G) = dt(G). Para isso

vamos proceder por absurdo, suponhamos que d(G) > dt(G). Note que, nessas

condi¸c˜oes, G ´e um grafo conexo, como no Teorema 3.

A ideia ´e usar a conhecida caracteriza¸c˜ao dos cografos para partir o grafo G convenientemente de tal maneira que, junto com(∗)d(G) > dt(G), deduziremos

pro-priedades estruturais de G que nos permitam negar (∗) e/ou construir os subgrafos induzidos G1 e G2.

Seja k o m´aximo inteiro positivo tal que existe uma parti¸c˜ao dos v´ertices V (G) em k conjuntos n˜ao vazios V1, . . . , Vk−1, e V>k com as seguintes propriedades:

(i) G tem um subgrafo multipartido completo gerador Hk com conjuntos

partici-onados V1, . . . , Vk−1, e V>k.

(ii) |V<k| < |V>k| onde V<k =Sk−1i=1 Vi.

Note que k ´e bem definido, pois para k = 1 tal parti¸c˜ao ´e dada por V>1= V (G). Note tamb´em que todo v´ertice em V<k tem grau pelo menos n(G)/2 em Hk, pois

pelo item (i) todo v´ertice em V<k ´e adjacente a todos os v´ertices em V>k, e pelo item

(ii) temos que |V>k| > n(G)2 . Seja G>k = G[V>k]. Analisaremos a conexidade de G>k por casos:

(1) G>k ´e conexo.

Aqui usaremos a maximalidade de k para mostrar que nesse suposto d(G) = dt(G), uma contradi¸c˜ao. J´a que G>k ´e livre de P4, o conjunto V>k (com pelo

(30)

menos 2 v´ertices) tem uma parti¸c˜ao em dois conjuntos Vk e V>k+1 tal que

|Vk| 6 |V>k+1|, e todo v´ertice em Vk´e adjacente a todo v´ertice em V>k+1. Note

que G tem um subgrafo multipartido completo gerador Hk+1 com conjuntos

particionados n˜ao vazios V1, . . . , Vk, e V>k+1, satisfazendo assim o item (i).

Logo, pela maximalidade de k temos que |V<k+1| > |V>k+1|.

Afirmamos que Hk+1´e um subgrafo gerador de G com grau m´ınimo pelo menos n(G)

2 . Para mostrar a afirma¸c˜ao, note que os graus dos v´ertices em Vk respeito

a Hk+1 tem sempre o mesmo valor, especificamente δk = |V<k| + |V>k+1|. De

forma an´aloga, seja δ>k+1 = |V<k+1| o grau dos v´ertices em V>k+1 respeito a

Hk+1. Como |V<k+1| > |V>k+1|, claramente |V<k+1| > n(G)

2 , portanto δ>k+1 > n(G)

2 . Al´em disso, j´a que |Vk| 6 |V>k+1| resulta

δk= |V<k| + |V>k+1|

> |V<k| + |Vk|

= |V<k+1| = δ>k+1 >

n(G) 2

Finalmente, como Hk ´e um subgrafo (gerador) de Hk+1, todo v´ertice em V<k

tem grau pelo menos n(G)/2 em Hk+1. Em conclus˜ao Hk+1 ´e um subgrafo

gerador de G de grau m´ınimo pelo menos n(G)2 .

Assim por um conhecido teorema devido a Dirac [10], o grafo Hk+1 tem um

ciclo Hamiltoniano C. Isso implica que bn(G)2 c 6 dt(G).

De fato, seja P um subcaminho de C de comprimento 1 ou 2, ent˜ao V (P ) ´e um conjunto dominante total de G, pois dois v´ertices adjacentes de P pertencem a diferentes elementos de {Vi}16i6k∪{V>k+1}, em particular V (P ) ´e um conjunto

dominante total, tendo assim a desigualdade desejada.

Por outro lado, j´a que γ(G) > 2, resulta que d(G) 6 bn(G)2 c. Da´ı segue-se que d(G) = dt(G) = b

n(G)

2 c, uma contradi¸c˜ao.

(31)

Neste caso, nosso objetivo ´e construir os subgrafos induzidos G1 e G2, e com

isso obter a contradi¸c˜ao desejada. Para ter uma ideia de como construir aqueles grafos, devemos redefinir G1e G2de um modo mais experto, usando a opera¸c˜ao

soma +. Lembremos, sejam A e B dois grafos disjuntos, o grafo A+B ´e obtido do grafo A ∪ B acrescentando as arestas ab para cada v´ertice a de A e para cada v´ertice b de B. Assim os grafos G1 e G2 podem ser redefinidos como os

grafos A + (B ∪ C), onde A = 2K1, B = K1 e C = P3 ou K3, respectivamente.

Note que precisamos que G1 e G2 sejam subgrafos induzidos de G, portanto ´e

suficiente que

(a) A ´e um subgrafo induzido de G[V<k].

(b) B ∪ C ´e um subgrafo induzido de G>k, com duas componentes conexas B e C.

Obter (a) ´e imediato do fato que γ(G) > 2, pois se A = 2K1n˜ao ´e induzido em

G[V<k], ent˜ao G[V<k] ´e completo assim, dado um v´ertice v em V<k, o conjunto

{v} ´e um conjunto dominante de G e γ(G) = 1, uma contradi¸c˜ao.

Para obter (b) estudaremos com maiores detalhes o grafo G>k. uma vez que

G ´e um grafo livre de 2K2, o grafo G>k consiste de um conjunto n˜ao vazio

I de v´ertices isolados, e de no m´aximo uma componente n˜ao trivial K (pode ser vazio). Afirmamos que K de fato n˜ao ´e vazio, al´em disso |V (K)| > 3. Assim tomando B o grafo trivial com um ´unico v´ertice x ∈ I e C um subgrafo induzido K3 ou P3 de K, sempre que K fora completo ou n˜ao, temos o pedido.

Para mostrar a afirma¸c˜ao vamos a estudar a rela¸c˜ao entre uma parti¸c˜ao m´ a-xima em conjuntos dominantes D1, . . . , Dd(G) de V (G) e a parti¸c˜ao V<k, V>k

de V (G).

Primeiro vamos mostrar que existe um ´unico Di que n˜ao intercepta V<k.

Para mostrar a existˆencia, note que |V<k| 6 dt(G), isso ´e consequˆencia de

que |V<k| < |V>k| e das propriedades de Hk. Assim um v´ertice de V<k junto

com um v´ertice de V>k formam um conjunto dominante total, logo escolhendo

(32)

se supomos que todo Di intercepta V<k ent˜ao ´e claro que d(G) 6 |V<k|. Assim

temos que d(G) = dt(G) = |V<k|, uma contradi¸c˜ao.

Resta mostrar a unicidade, mas ela ´e imediata do fato de que I ´e n˜ao vazio, pois qualquer Di que n˜ao intercepte V<k cont´em necessariamente I, logo dois

tais diferentes teriam elementos em comum, uma contradi¸c˜ao. Reordenando, se precisar, seja Dd(G) quem n˜ao intercepta V<k.

Agora afirmamos que de fato todo Di com i ∈ [d(G) − 1] tem exatamente um

elemento de V<k. Por absurdo, suponhamos que algum Di tem pelo menos

dois elementos de V<k, pelo anterior sabemos que todo Di com i ∈ [d(G) − 1]

tem pelo menos um elemento de V<k, da´ı inferimos que |V<k| > d(G) − 1, logo

|V<k| > d(G). Obtendo a contradi¸c˜ao como na afirma¸c˜ao anterior.

Finalmente, pelo item (a) sabemos que G[V<k] cont´em dos v´ertices n˜ao

adja-centes u1 e u2. Reordenando novamente se precisar, seja ui ∈ Di para i ∈ [2].

Se vi ∈ Di\{ui} para i ∈ [2] (γ(G) > 2), ent˜ao das afirma¸c˜oes anteriores temos

que vi ∈ V>k. Al´em disso, como I ⊆ Dd(G) ent˜ao vi ∈ K para i ∈ [2]. Na

verdade |V (K)| > 3. Caso contrario K = K2, o que implicaria que Dd(G) = I,

pois D1, D2 e Dd(G) s˜ao disjuntos e Dd(G) n˜ao intercepta V<k, mas I n˜ao ´e um

conjunto dominante de G. Isso completa a prova. 2

Teorema 5 Um grafo G pertence a G2(γ, γp) se e somente se G ´e livre de

{C5, 2K2, N }.

Prova: ´E uma consequˆencia imediata da afirma¸c˜ao de que G2(γ, γp) = G2(γ, γt) ∩

G(γt, γp). Aplicando o Teorema 3 e o Teorema 1 temos que G2(γ, γp) ´e a classe livre

de {C5, P5, 2K2, N }. Mas como 2K2 ´e um subgrafo induzido de P5, conclu´ımos que

G2(γ, γp) ´e a classe livre de {C5, 2K2, N }.

Agora passamos a mostrar a afirma¸c˜ao. Se um grafo G pertence a G2(γ, γt) ∩

G(γt, γp), seja H ⊆indG com δ(H) > 1 e γ(H) > 2. Ent˜ao γ(H) = γt(H) = γp(H).

(33)

Finalmente, se um grafo G pertence a G2(γ, γp), ´e claro que G pertence a G2(γ, γt).

Se H ⊆ind G com δ(H) > 1 temos dois casos a analisar. Se γ(H) > 2 ´e claro que

γt(H) = γp(H). Se γ(H) = 1, ent˜ao γt(H) = γp(H) = 2. Isso prova a afirma¸c˜ao. 2

Com a finalidade de provar os Teoremas 6, 7, e 8 necessitaremos do Lema a seguir. Ele caracteriza as ´arvores K2 e T0 ◦ K1 atrav´es, essencialmente, de uma

propriedade negativa de domina¸c˜ao relativa a seus subgrafos induzidos pr´oprios. Introduziremos dois conceitos importantes para a prova do Lema.

Uma folha de uma ´arvore T ´e simplesmente um v´ertice de T de grau 1. Repre-sentamos o conjunto de folhas de T por f(T ). Da Teoria dos Grafos sabemos que, se T ´e uma ´arvore n˜ao trivial (sem v´ertices isolados), ent˜ao |f(T )| > 2.

Seja S(T ) o conjunto de v´ertices de T que ´e adjacente a uma folha. Os v´ertices em S(T ) s˜ao conhecidos como v´ertices suporte de T . ´E claro que, se T ´e uma ´arvore n˜ao trivial, ent˜ao S(T ) 6= ∅.

Os v´ertices restantes de T s˜ao chamados especiais. Representamos ao conjunto de v´ertices especiais de T por E(T ).

Para simplificar a prova do lema enunciaremos uma proposi¸c˜ao previa.

Proposi¸c˜ao 13. Seja T uma ´arvore n˜ao trivial e T 6= K2, ent˜ao as seguintes

propriedades s˜ao satisfeitas

• S(T ), f(T ) e E(T ) formam uma parti¸c˜ao de V (T ), onde E(T ) pode ser vazio. • Existe um conjunto dominante m´ınimo D de T tal que S(T ) ⊆ D ⊆ V \ f(T ).

Prova: Primeiramente mostraremos que S(T ), f(T ) e E(T ) formam uma parti¸c˜ao de V (T ). Para isso, basta provar que S(T ) e f(T ) s˜ao disjuntos. Mas isso ´e evidente, pois se supusermos que existe um v´ertice em S(T ) ∩ f(T ), ent˜ao necessariamente T = K2.

Para a segunda parte daremos um algoritmo de constru¸c˜ao. Seja f uma folha de T , denotaremos por sf a seu v´ertice suporte. Pelo item anterior sf ∈ V \ f(T ).

Se D ´e um conjunto dominante, necessariamente f ou sf pertence a D, para

(34)

tamb´em ´e um conjunto dominante de T com ordem n˜ao maior que D. Assim, como S(T ) e f(T ) s˜ao disjuntos, o n´umero de folhas de D (se tiver) diminui em 1. Portanto, aplicando iterativamente o processo a um conjunto dominante m´ınimo, conclu´ımos a prova. 2

Lema 14. Seja T uma ´arvore com δ(T ) > 1.

(i) Se γt(T ) > γ(T ) e T n˜ao tem um subgrafo induzido pr´oprio T0 com

• δ(T0

) > 1, • γ(T0

) > γ(T ), e • γt(T0) > γ(T0)

ent˜ao T = K2. A rec´ıproca tamb´em ´e v´alida.

(ii) Se T n˜ao tem um subgrafo induzido pr´oprio T0 com • δ(T0

) > 1, e • γ(T0

) > γ(T ),

ent˜ao T = T0◦ K1 para alguma ´arvore T0. A rec´ıproca tamb´em ´e v´alida.

(iii) Se γp(T ) > γ(T ) e T n˜ao tem um subgrafo induzido pr´oprio T0 com

• δ(T0

) > 1, • γ(T0

) > γ(T ), e • γp(T0) > γ(T0),

ent˜ao T = T0 ◦ K1 para alguma ´arvore T0 que n˜ao tem um emparelhamento

perfeito. A rec´ıproca tamb´em ´e v´alida.

Prova: (i) Seja T uma ´arvore com as propriedades especificadas. Por contradi¸c˜ao, suponhamos que T 6= K2.

Primeiramente vamos mostrar que cada v´ertice suporte de T tem exatamente

uma folha. Por absurdo, suponhamos que existam duas folhas diferentes f e g de um mesmo v´ertice suporte s. Seja T0 = T − f e Dt0 um conjunto dominante total

(35)

m´ınimo de T0 (δ(T0) > 1). J´a que δ(T0[D0t]) > 1 necessariamente s ∈ D0t. Assim Dt0 ´e um conjunto dominante total de T . Da´ı inferimos que γt(T0) > γt(T ).

Por outro lado, seja D um conjunto dominante m´ınimo de T como na Proposi¸c˜ao 13, claramente D ´e um conjunto dominante de T0, da´ı inferimos que γ(T ) > γ(T0). Mais ainda, γ(T0) = γ(T ) pois ´e f´acil construir um conjunto dominante (m´ınimo) de T0 que cont´em s, como na Proposi¸c˜ao 13. Logo γt(T0) > γt(T ) > γ(T ) = γ(T0).

Logo, existe um subgrafo induzido pr´oprio de T que satisfaz os items do Lema 14(i), uma contradi¸c˜ao.

Agora analisaremos por casos a existˆencia de v´ertices especiais. Veremos que sempre temos uma contradi¸c˜ao. Seja T0 = T [S(T ) ∪ E(T )]. Note que T0 ´e uma

´ arvore.

(1) Seja E(T ) um conjunto vazio. Como cada v´ertice suporte tem exatamente

uma folha, conclu´ımos que T = T0 ◦ K1. Mostraremos que T = K2, uma

contradi¸c˜ao. Com esta finalidade olhamos para a cardinalidade de V (T0). Se

|V (T0)| > 2, temos que γ(T ) = γt(T ) pois V (T0), que ´e um conjunto dominante

m´ınimo de T , tamb´em seria um conjunto dominante total de T , mas isso ´e uma contradi¸c˜ao. Logo T0 = K1, e portanto T = K2.

(2) Seja E(T ) 6= ∅. Mostraremos a existˆencia de um subgrafo induzido pr´oprio de T que satisfaz os itens do Lema 14(i). Enraizamos T em algum v´ertice especial de T e consideramos um v´ertice especial e de T com a maior distˆancia `a raiz. Seja T0 = T − e. Claramente δ(T0) > 1, caso contr´ario e ∈ S(T ).

Notar que todos os filhos de e pertencem a S(T ), caso contr´ario se um filho de e ´e uma folha, ent˜ao e seria um v´ertice suporte; ou se um filho de e ´e um v´ertice especial, contradizemos a maximalidade de e.

Isso implica que T tem um conjunto dominante m´ınimo D que n˜ao cont´em e, j´a que no pior dos casos, se o conjunto dominante m´ınimo escolhido como na Proposi¸c˜ao 13 cont´em e, basta trocar e pelo predecessor de e (neste caso existiria). Assim, como D ´e um conjunto dominante de T0, temos que γ(T ) > γ(T0).

Reciprocamente, das propriedades de e, podemos construir um conjunto do-minante m´ınimo D0 e um conjunto dominante total m´ınimo Dt0 de T0 tal que

(36)

ambos cont´em todos os filhos de e. Assim D0 e Dt0 s˜ao um conjunto dominante e um conjunto dominante total de T respectivamente, logo γ(T ) 6 γ(T0) e γt(T ) 6 γt(T0). Tudo isso implica que γ(T ) = γ(T0) e γt(T0) > γt(T ) >

γ(T ) = γ(T0).

Finalmente a rec´ıproca ´e trivial.

(ii) Seja T uma ´arvore com as propriedades especificadas. Por contradi¸c˜ao, supo-nhamos que n˜ao existe uma ´arvore T0 com T = T0 ◦ K1. Em particular, T 6= K2.

Assim, como na prova de (i), obtemos que cada v´ertice suporte de T tem exatamente uma folha.

Agora analisaremos por casos a existˆencia de v´ertices especiais. Veremos que sempre temos uma contradi¸c˜ao.

(1) Se E(T ) ´e um conjunto vazio e como cada v´ertice suporte tem exatamente uma folha, conclu´ımos que T = T0◦ K1, onde T0 ´e como na prova de (i), uma

contradi¸c˜ao.

(2) Se E(T ) 6= ∅, escolhemos e exatamente como na prova de (i), obtendo δ(T −e) > 1 e γ(T ) = γ(T − e) como antes, uma contradi¸c˜ao.

Finalmente mostraremos a rec´ıproca. Se T = K2, ´e trivial. Portanto

assumire-mos que T 6= K2. Claramente δ(T ) > 1. Seja T0 um subgrafo induzido pr´oprio de

T com δ(T0) > 1. Seja X = V (T ) \ V (T0). Assim podemos escrever T0 = T − X, interpretando o conjunto X como os v´ertices removidos de T para gerar T0.

Da Proposi¸c˜ao 13, e do fato que S(T ) = V (T0) e E(T ) = ∅, temos que X =

{f1, . . . , fm, s1, . . . , sr}, onde fi s˜ao folhas de T para i ∈ [m] e sj s˜ao v´ertices suporte

de T para j ∈ [r]. Como T0 ´e um subgrafo induzido pr´oprio de T , claramente m + r > 0. Mais ainda, de δ(T0) > 1 inferimos que m > r pois, para cada v´ertice suporte que removemos de T , exatamente uma folha em T fica isolada, e assim essa folha tem que ser removida tamb´em. Reordenado se necess´ario, seja fj a folha do

v´ertice suporte sj em T para j ∈ [r].

Agora mostraremos que γ(T0) < γ(T ). Para isso pegamos o conjunto dominante m´ınimo D = S(T ) de T e constru´ımos, convenientemente, um conjunto dominante de T0.

(37)

Se r > 0, seja D0 = D \ {s1, . . . , sr}. Assim, se v ´e um v´ertice de T0, ou v ´e um

v´ertice suporte de T diferente de sj para j ∈ [r], e portanto pertence a D0, ou v ´e

uma folha diferente de fj para j ∈ [r]. Da correspondˆencia biun´ıvoca entre folhas e

v´ertices suporte na classe T0◦ K1, inferimos que o v´ertice suporte de v ´e diferente

de sj para j ∈ [r], e portanto pertence a D0.

Se r = 0, ent˜ao m > 0. Logo X n˜ao cont´em v´ertices suporte, e existe pelo menos uma folha f ∈ X. Seja D0 = D \ {sf}. Assim, se v ´e um v´ertice de T0, ou v ´e

uma folha de T diferente de f (em cujo caso tem v´ertice suporte diferente de sf, e

portanto pertence a D0), ou v ´e um v´ertice suporte de T . Neste ´ultimo caso se v 6= s ent˜ao v ∈ D0; caso contr´ario, como S(T ) tem ordem pelo menos 2 (T 6= K2), v = s

´e adjacente a um v´ertice suporte que pertence a D0.

Em qualquer caso, D0 ´e um conjunto dominante de T0. Da´ı, γ(T0) 6 |D0| < |D| = γ(T ).

(iii) Seja T uma ´arvore com as propriedades especificadas. Por contradi¸c˜ao, supo-nhamos que n˜ao existe uma ´arvore T0 com T = T0 ◦ K1 tal que T0 n˜ao tem um

emparelhamento perfeito. Em particular, T 6= K2. Assim, como na prova de (i),

obtemos que cada v´ertice suporte de T tem exatamente uma folha.

Agora analisaremos por casos a existˆencia de v´ertices especiais. Veremos que em qualquer caso temos uma contradi¸c˜ao.

(1) Se E(T ) ´e um conjunto vazio e como cada v´ertice suporte tem exatamente uma folha, conclu´ımos que T = T0 ◦ K1, onde T0 ´e como na prova de (i). Logo,

T0 tem um emparelhamento perfeito. Isso implica que o conjunto V (T0) ´e um

conjunto dominante m´ınimo que ´e um conjunto dominante emparelhado, da´ı γ(T ) = |V (T0)| = γp(T ), uma contradi¸c˜ao.

(2) Se E(T ) 6= ∅, escolhemos e exatamente como na prova de (i), obtendo δ(T −e) > 1 e γ(T ) = γ(T − e) como antes. Al´em disso, o grafo T0 = T − e tem um conjunto dominante emparelhado (m´ınimo) Dp0 que cont´em todos os filhos de e. Logo Dp0 ´e tamb´em um conjunto dominante emparelhado de T , isso implica que γp(T0) > γp(T ) > γ(T ) = γ(T0), uma contradi¸c˜ao.

Finalmente mostraremos a rec´ıproca. Se T = K2, ´e trivial. Logo assumiremos

(38)

m´ınimo de T . Se f ´e uma folha de T , necessariamente f ou sf pertencem a Dp.

Mas se f pertence a Dp, por ter G[Dp] um emparelhamento perfeito, temos que sf

tamb´em pertence a Dp. Assim V (T0) ⊆ Dp. Al´em disso, V (T0) ( Dp pois T0 n˜ao

tem um emparelhamento perfeito. Portanto γ(T ) < γp(T ). A propriedade negativa

de T ´e consequˆencia imediata do caso (ii). Isso completa a prova. 2

Teorema 6 Para cada inteiro positivo k, um grafo G de cintura pelo menos5k+1 2



pertence a Gk(γ, γt) se e somente se G ´e livre de Tk(γ, γt).

Prova: Seja T uma floresta em Tk(γ, γt). Note que, por defini¸c˜ao T ´e um grafo com

componentes Ti,0 ◦ K1 e

P`

i=1n(Ti,0) = k. Inferimos ent˜ao que δ(T ) > 1, γ(T ) = k

e, uma vez que T cont´em K2 como uma componente, γt(T ) > γ(T ).

Afirmamos que cada subgrafo induzido pr´oprio T0 de T satisfaz ou δ(T0) = 0 ou γ(T0) < k. Isso implica que os grafos em Tk(γ, γt) s˜ao subgrafos induzidos proibidos

minimais para Gk(γ, γt), o qual prova a necessidade. Para mostrar a afirma¸c˜ao,

fazemos uso do Lema 14(ii). Lembrar que tecnicamente podemos considerar γ(∅) = 0 (e δ(∅) = +∞). Seja T0 um subgrafo induzido pr´oprio de T , assim T0 tem a forma S`

i=1T 0

i, onde todo T 0

i ´e um subgrafo induzido de Ti,0◦ K1 (pode ser vazio), e existe

i ∈ [`] tal que Ti0 ´e um subgrafo induzido pr´oprio de Ti,0 ◦ K1 (pode ser vazio).

Reordenado se necess´ario, seja tal i = 1. Se δ(T0) > 1 ent˜ao δ(T10) > 1 ou γ(T10) = 0 (quando ´e vazio). Em qualquer caso γ(T10) < γ(T1,0◦ K1). Similarmente, pelo Lema

14(ii) temos que γ(Ti0) 6 γ(Ti,0◦ K1). Portanto

γ(T0) =γ(T10) + ` X i=2 γ(Ti0) <γ(T1,0◦ K1) + ` X i=2 γ(Ti,0◦ K1) =γ(T ) = k

Com o fim de provar a suficiˆencia, suponhamos, por contradi¸c˜ao, que G ´e um grafo livre de Tk(γ, γt) e cintura pelo menos

5k+1

2  com δ(G) > 1, γ(G) > k, e

γt(G) > γ(G) tal que G ´e de ordem m´ınima.

Afirmamos que G pertence `a classe Tk0(γ, γt) para k0 = γ(G) > k. Assumindo

(39)

Para isso basta observar que, removendo uma folha de algum Ti,0 junto com seu

v´ertice suporte ou removendo uma componente K2 de G, mantendo sempre em G

pelo menos uma componente K2, resulta um subgrafo induzido de G em Tk0−1(γ, γt).

Realizando esse procedimento k0− k vezes, conclu´ımos a afirma¸c˜ao.

Agora apresentamos a afirma¸c˜ao. Dividiremos a prova em duas partes.

Primeiro mostraremos que G ´e uma floresta. Por absurdo, suponhamos que

G tem uma cintura C. Pela condi¸c˜ao de cintura `(C) > 5k+12 . Se k ´e ´ımpar temos que `(C) > 5(k−12 ) + 1 + 2, onde k−12 ∈ N0. Desta forma, e f´acil ver que

C cont´em o subgrafo induzido K2 ∪ k−12 (K2 ◦ K1) (note que P4 = K2 ◦ K1), que

pertence a Tk(γ, γt). Se k ´e par, sabemos que

5k+1

2



= 5k+22 , assim temos que `(C) > 5(k−22 ) + 1 + 2 + 1 + 2, onde

k−2

2 ∈ N0. Logo, ´e f´acil ver que C cont´em o

subgrafo induzido 2K2 ∪k−22 (K2◦ K1), que pertence a Tk(γ, γt). Em qualquer caso

G tem induzido um elemento de Tk(γ, γt), uma contradi¸c˜ao.

Finalmente mostraremos que cada componente de G ´e da forma Ti,0◦ K1, e pelo

menos uma componente ´e K2. Para isso nos apoiaremos na caracteriza¸c˜oes do Lema

14. Seja T1, . . . , T` as componentes de G. J´a que γt(G) > γ(G), existe algum inteiro

positivo r tal que γt(Ti) > γ(Ti) para i ∈ [r] e γt(Ti) = γ(Ti) para i ∈ [`] \ [r]. Agora

analisamos as componentes por casos. (1) Ti = K2 para i ∈ [r].

Por absurdo, suponhamos que Ti 6= K2 para algum i ∈ [r]. Pelo Lema 14(i),

existe um subgrafo induzido pr´oprio Ti0 com as seguintes propriedades: – δ(Ti0) > 1

– γ(Ti0) > γ(Ti)

– γt(Ti0) > γ(T 0 i)

Seja G0 o subgrafo induzido pr´oprio de G obtido pela troca da componente Ti pelo seu subgrafo induzido pr´oprio Ti0. Das propriedades de Ti0, ´e imediato

concluir que G0 ´e um grafo livre de Tk(γ, γt) e cintura pelo menos

5k+1

2  com

(40)

(2) Ti = Ti,0◦ K1 para algum ´arvore Ti,0 para i ∈ [`] \ [r].

Procedemos como no caso (1). Suponhamos que Ti 6= Ti,0 ◦ K1 para algum

i ∈ [`] \ [r]. Pelo Lema 14(ii), existe um subgrafo induzido pr´oprio Ti0 com as seguintes propriedades:

– δ(Ti0) > 1 – γ(Ti0) > γ(Ti)

Seja G0 o subgrafo induzido pr´oprio de G obtido pela troca da componente Ti

pelo seu subgrafo induzido pr´oprio Ti0. Das propriedades de Ti0 e lembrando que r ∈ Z+, ´e imediato concluir que G0 ´e um grafo livre de T

k(γ, γt) e cintura

pelo menos5k+12  com δ(G0) > 1, γ(G0) > k, e γt(G0) > γ(G0). Contradizendo

a minimalidade de G.

Portanto, como γ(G) = k0, resulta que G ∈ Tk0(γ, γt). Isso completa a prova. 2

Para k ∈ {3, 4}, O Teorema 6 implica os seguintes corol´arios onde a condi¸c˜ao de cintura fica ligeiramente enfraquecida. Uma vez que os dois corol´arios podem ser provados de forma similar, somente apresentaremos os detalhes do primeiro.

Corol´ario 15. Um grafo G de cintura pelo menos 7 pertence a G3(γ, γt) se e somente

se G ´e livre de {C7, 3K2, K2∪ P4}.

Prova: Como o n´umero de domina¸c˜ao γ e o n´umero de domina¸c˜ao total γt do

grafo C7 s˜ao 3 e 4 respectivamente, temos que C7 ´e um subgrafo induzido

proi-bido (minimal) para G3(γ, γt). Al´em disso, T3(γ, γt) = {3K2, K2∪ P4} tamb´em s˜ao

subgrafos induzidos proibidos minimais, como foi mostrado na prova do Teorema 6 (notar que essa etapa da prova foi independente da condi¸c˜ao de cintura), isso prova a necessidade.

Finalmente provamos a suficiˆencia. Se um grafo de cintura pelo menos 7 ´e livre de C7, ent˜ao ele tem cintura pelo menos 8 =

5·3+1

2 . Portanto, como T3(γ, γt) =

{3K2, K2∪ P4}, o resultado se segue imediatamente do Teorema 6. 2

Corol´ario 16. Um grafo G de cintura pelo menos 10 pertence a G4(γ, γt) se e

(41)

Agora provaremos o Teorema 7, a qual ´e muito similar `a prova do Teorema 6. Para isso necessitamos de uma proposi¸c˜ao.

Proposi¸c˜ao 17. Toda ´arvore T sem v´ertices isolados satisfaz d(T ) = 2 > 1 = dt(T ).

Al´em disso, o mesmo acontece se trocamos ´arvores por florestas.

Prova: Primeiramente vamos mostrar que d(T ) = 2. Seja D1 um conjunto

domi-nante m´ınimo de T . Como δ(T ) > 1, sabemos que D2 = V (T ) \ D1 ´e um

con-junto dominante de T , caso contrario contradizemos a minimalidade de D1. Logo

d(T ) > 2.

Por outro lado, como T n˜ao ´e trivial, seja f uma folha de T e sf seu v´ertice

suporte em T . Se D ´e um conjunto dominante de T , necessariamente f ou sf

pertence a D. Isso implica que toda parti¸c˜ao em conjuntos dominantes de V (T ) tem no m´aximo dois elementos. Conclu´ımos que d(T ) = 2.

Finalmente se Dt,1 e Dt,2 s˜ao dois conjuntos dominantes totais disjuntos de T ,

necessariamente um cont´em f , digamos Dt,1, e o outro cont´em sf, digamos Dt,2. Mas

nesse caso f ´e um v´ertice isolado de T [Dt,1], uma contradi¸c˜ao. Portanto dt(T ) = 1.

No caso em que T ´e uma floresta, basta aplicar o resultado para ´arvores nas seguintes rela¸c˜oes.

Seja G um grafo sem v´ertices isolados, ent˜ao

d(G) =min{d(G1), . . . , d(G`)}

dt(G) =min{dt(G1), . . . , dt(G`)}

onde G1, . . . , G` s˜ao as componentes de G. 2

Teorema 7 Para cada inteiro positivo k, um grafo G de cintura pelo menos 5k2  pertence a Gk(d, dt) se e somente se G ´e livre de Tk.

Prova: Seja T uma floresta em Tk. Note que, pela forma de T como um grafo com

componentes Ti,0 ◦ K1 e P`i=1n(Ti,0) = k, inferimos que δ(T ) > 1, γ(T ) = k, e

da Proposi¸c˜ao 17, dt(T ) > d(T ). De novo cada subgrafo induzido pr´oprio T0 de T

satisfaz ou δ(T0) = 0 ou γ(T0) < k. Isso implica que os grafos em Tk s˜ao subgrafos

(42)

Com o finalidade de provar a suficiˆencia, suponhamos, por contradi¸c˜ao, que G ´e um grafo livre de Tk e cintura pelo menos

5k

2



com δ(G) > 1, γ(G) > k, e d(G) > dt(G) tal que G ´e de ordem m´ınima.

Afirmamos que G pertence `a classe Tk0 para k0 = γ(G) > k. Portanto, novamente,

inferimos que G cont´em um subgrafo induzido em Tk, uma contradi¸c˜ao.

Agora apresentamos a afirma¸c˜ao. Dividimos a prova em duas partes.

Primeiro mostraremos que G ´e uma floresta. Por absurdo, suponhamos que G

tem uma cintura C. Pela condi¸c˜ao de cintura `(C) > 5k2 . Se k ´e ´ımpar, sabemos que5k

2  =  5k+1

2 . Logo, novamente, ´e f´acil ver que C cont´em o subgrafo induzido

K2 ∪ k−12 (K2 ◦ K1), que pertence a Tk. Se k ´e par, temos que `(C) > 5(k2), onde k

2 ∈ N0. Consequentemente, ´e f´acil ver que C cont´em o subgrafo induzido k

2(K2◦K1),

que pertence a Tk. Em qualquer caso G tem induzido um elemento de Tk, uma

contradi¸c˜ao.

Finalmente mostraremos que cada componente de G ´e da forma Ti,0◦ K1 e nos

apoiaremos nas caracteriza¸c˜oes do Lema 14. Seja T1, . . . , T` as componentes de G.

Suponhamos, por contradi¸c˜ao, que Ti 6= Ti,0 ◦ K1 para algum i ∈ [`]. Pelo Lema

14(ii), existe um subgrafo induzido pr´oprio Ti0 com as seguintes propriedades: • δ(T0

i) > 1

• γ(Ti0) > γ(Ti)

Seja G0 o subgrafo induzido pr´oprio de G obtido de trocar a componente Ti por

seu subgrafo induzido pr´oprio Ti0. Das propriedades de Ti0 ´e imediato concluir que G0 ´e um grafo livre de Tk e cintura pelo menos

5k

2 com δ(G

0

) > 1, γ(G0) > k e, da Proposi¸c˜ao 17, d(G0) > dt(G0). Contradizendo a minimalidade de G.

Portanto, como γ(G) = k0, resulta que G ∈ Tk0. Isso completa a prova. 2

A prova do Teorema 8 ´e tamb´em muito similar `a prova do Teorema 6 mas desta vez usamos o Lema 14(iii) e (ii) no lugar do Lema 14(i) e (ii).

Para terminar esta se¸c˜ao, mostraremos os resultados de complexidade. Antes apresentaremos algumas defini¸c˜oes.

(43)

Dizemos que um conjunto C ´e um 3-elemento se |C| = 3. E a partir de agora, tamb´em definimos C0 = {x0 : x ∈ C}. Claramente a opera¸c˜ao “prima” ´e bem comportada com a uni˜ao, a interse¸c˜ao e a rela¸c˜ao de pertence da Teoria de Conjuntos. A seguinte prova de complexidade se sustenta em uma modifica¸c˜ao de uma prova de complexidade devida a Pfaff [19] e McRae [24].

Teorema 9 Dado um grafo split G com γ(G) = γt(G) = γp(G) e um inteiro k,

decidir se γ(G) 6 k, ´e NP-completo.

Prova: Claramente, o problema de decis˜ao considerado est´a em N P . Em seguida,

descreveremos uma redu¸c˜ao do conhecido problema NP-completo exact cover by

3-sets. Assim, seja (X0, C0) uma instˆancia de exact cover by 3-sets, isto ´e, X0

´e um conjunto divis´ıvel por 3 e C0 ´e uma fam´ılia de subconjuntos 3-elemento de X0

tal que C0´e uma cobertura de X0 i.e., X0 =

S

C∈C0C. A ideia ´e definir uma redu¸c˜ao,

construindo um grafo split apropriado.

Descreveremos o m´etodo de constru¸c˜ao geral dada uma instˆancia (X, C) de exact cover by 3-sets.

Grafo S(X, C)

• Para cada elemento de xi de X, geramos um v´ertice xi.

• Para cada elemento Cj de C, geramos um v´ertice Cj.

• Adicionamos arestas tal que {C1, . . . , Cm} seja um clique.

• Para cada C em C com elementos x, y e z, adicionamos as trˆes arestas Cx, Cy e Cz.

Mas, se aplicamos diretamente a redu¸c˜ao `a instˆancia (X0, C0), n˜ao temos

necessa-riamente que γ(G) = γt(G) = γp(G). Note que as igualdades s˜ao poss´ıveis se existe

um conjunto dominante m´ınimo emparelhado de G. Para isso podemos duplicar o grafo S(X0, C0), digamos adicionando o grafo S(X00, C00), e conectar todas as cl´ausulas

para obter uma clique. Mantendo a nota¸c˜ao, o grafo resultante ´e S(X0∪ X00, C0∪ C00).

Para simplificar a transforma¸c˜ao atual, dividimos ela em duas transforma¸c˜oes mais simples.

(44)

(∗) (X

0, C0) 7−→ (X, C) 7−→ (G, k)

onde X = X0∪ X00, C = C0∪ C00, G = S(X, C) e k = n.

A primeira de exact cover by 3-sets em exact cover by 3-sets, e a segunda de exact cover by 3-sets no problema atual. Portanto, basta mostrar que cada uma delas ´e uma redu¸c˜ao, para concluir o pedido.

Mostrar que a primeira transforma¸c˜ao de (∗) ´e uma redu¸c˜ao, fica mais claro com a opera¸c˜ao “prima”. Se D0 ´e uma solu¸c˜ao de exact cover by 3-sets para a

instˆancia (X0, C0), das propriedades da opera¸c˜ao prima, resulta que D = D0∪ D00 ´e

uma solu¸c˜ao de exact cover by 3-sets para a instˆancia (X, C). Reciprocamente, se D ´e uma solu¸c˜ao de exact cover by 3-sets para a instˆancia (X, C), ent˜ao D0 = D ∩ C0 ´e uma solu¸c˜ao de exact cover by 3-sets para a instˆancia (X0, C0).

Claramente a transforma¸c˜ao ´e polinomial limitada em termos de n e m.

Finalmente, mostraremos que a segunda transforma¸c˜ao de (∗) ´e uma redu¸c˜ao de exact cover by 3-sets no problema atual.

Primeiro mostraremos que (G, k) ´e uma instˆancia do problema atual. Notar que NG[xi] ⊆ NG[Cj] sempre que xi ∈ Cj, com isso ´e poss´ıvel construir um conjunto

dominante m´ınimo D de G tal que D ´e uma subfam´ılia de C.

Da´ı inferiremos que G[D] tem um emparelhamento perfeito. Para isso ´e suficiente que |D| seja par, pois G[C] ´e completo.

Ent˜ao, suponhamos, por absurdo, que |D| ´e ´ımpar. Seja D0 = D ∩ C0 e D∗0 =

D ∩ C00. Claramente {D0, D0∗} ´e uma parti¸c˜ao de D. Da imparidade da ordem de

D, as ordens de D0 e D∗0 s˜ao necessariamente diferentes. Sem perder generalidade,

seja |D0| < |D0∗|. Assim, pensando em S(X00, C00) como um duplicado de S(X0, C0),

temos que D1 = D0∪ D00 ´e um conjunto dominante de G com |D1| = |D0| + |D00| <

|D∗

0| + |D0| = |D|, uma contradi¸c˜ao.

Agora mostraremos que a segunda transforma¸c˜ao de (∗) ´e de fato uma redu¸c˜ao. A partir da constru¸c˜ao feita e se D ´e o conjunto dominante m´ınimo de G construido,

claramente X =S

Referências

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