Introdução à Macroeconomia
Danilo Igliori
(digliori@usp.br)
Desemprego
Taxa natural de desemprego
• É a taxa média de desemprego em torno da qual a economia flutua (equilíbrio).
• Em uma recessão, a taxa de desemprego sobe acima da taxa natural.
• Com forte crescimento, a taxa de desemprego cai abaixo da taxa natural.
Um modelo para a taxa natural de desemprego
L = força de trabalho
E = empregados
U = desempregados
Hipóteses:
1. L é fixo (exógeno).
2. A cada momento do tempo,
s = fração dos empregados que deixam
seus empregos voluntariamente ou não
(taxa de separação)
f = fração dos desempregados que
encontram um emprego (taxa de obtenção)
Transições entre emprego e desemprego
Empregados
Desempregados
f
Condição de equilíbrio de longo prazo
• Dizemos que o mercado de trabalho está
em equilíbrio de longo prazo se a taxa de
desemprego for constante.
• A condição para que isso ocorra é:
Taxa de desemprego de
equilíbrio
f U
= s
E
= s
(L – U )
= s
L – s
U
Resolver para U/L:
(f + s)
U = s
L
U
s
Implicação
• Uma medida de política pública só reduzirá
a taxa natural de desemprego se reduzir s ou
aumentar f.
Por que existe desemprego?
• Se achar um emprego fosse imediato (f = 1),
os períodos de desemprego seriam
curtíssimos, e a taxa natural rate seria
próxima de zero.
• Duas razões para f < 1:
1. procura por emprego 2. rigidez de trabalho
Procura por emprego e desemprego friccional
• Causado pelo tempo de procura por um novo emprego • O desemprego é apenas friccional se os salários são
flexíveis e existem empregos suficientes para todos • Causas:
– Trabalhadores possuem habilidades e preferências diferentes
– Empregos requerem habilidades/experiências diferentes
– Mobilidade geográfica tem custos
– Fluxo de informações sobre vagas e candidatos é imperfeito
Mudanças setoriais
• Mudanças na composição da demanda por trabalho entre setores ou regiões.
• Por exemplo, com a desvalorização cambial, a demanda por trabalho pode crescer em setores
exportadores e diminuir em setores importadores, gerando desemprego friccional.
Dinâmica setorial de longo prazo
• Agricultura • Manufatura • Serviços
• Nota: pequenas mudanças setoriais podem gerar
desemprego friccional. No entanto, mudanças maiores podem desencadear desequilíbrios mais permanentes.
Políticas Públicas
– Agências de emprego: disseminam informação sobre abertura de vagas para facilitar o encontro entre
firmas e trabalhadores.
– Programas de treinamento: ajuda trabalhadores sem emprego a se requalificarem.
Seguro desemprego (SD)
• Em geral o SD paga uma parte do salário de um
trablhador por um período limitado após a perda do emprego.
• SD aumenta o tempo de procura por emprego pois
diminui o custo de oportunidade de estar desempregado e a urgência de se encontrar um novo emprego
• Resultado: quanto melhor e mais longo for o SD, maior deverá ser a duração média do desemprego.
• Ao permitir aos desempregados procurarem
um novo emprego com mais calma, o SD
pode produzir melhores alocações entre
candidatos e vagas, o que por sua vez pode
contribuir para aumentar a produtividade e a
renda do trabalhador.
Desemprego e rigidez salarial
L W/P Oferta Demanda W/Pf Lm DDesemprego estrutural: o desemprego gerado pela rigidez salarial e o desequilíbrio entre oferta e demanda.
Razões para rigidez salarial
1.
Salário mínimo
2.
Sindicatos
1. Salário mínimo
• A taxa de desemprego é maior que a
associada ao desemprego friccional.
• Entretanto, devemos notar que muitos
trabalhadores ganham mais que o salário
mínimo (e portanto o desemprego deles não
pode ser explicado pelo nível do salário
2. Sindicatos
• Sindicatos fortes possuem poder de barganha nas negociações salariais.
• Se os acordos envolverem níveis de salários acima dos de equilíbrio poderemos ter desemprego acima do
3. Teoria do salário eficiência
• A teoria sugere que maiores salários podem aumentar a produtividade por:
– Atrair candidatos com maior qualificação – Aumentar o esforço dos trabalhadores
– reduzir o turnover
– Melhorar a saúde dos trabalhadores
• Assim firmas pagariam salários acima do equilíbrio, aumentando a produtividade mas reduzindo o nível de emprego e gerando desemprego!
Condição do emprego (a/a)
-2.00% 0.00% 2.00% 4.00% 6.00% 8.00% 10.00% Jan -07 Ju n -07 N o v-07 Ap r-08 Se p -08 Fe b -09 Ju l-09 De c-0 9 Ma y-1 0 Oct-10 Ma r-11 Au g-11 Jan -12 Ju n -12 N o v-12 Ap r-13 Se p -13 Fe b -14 Ju l-14 -16.00% -14.00% -12.00% -10.00% -8.00% -6.00% -4.00% -2.00% 0.00% 2.00% 4.00% Ja n -07 Ju n -07 N o v-07 Apr-08 Se p -08 Fe b -09 Ju l-09 De c-0 9 Ma y-1 0 Oct-10 Mar-11 Au g-11 Ja n -12 Ju n -12 N o v-12 Ap r-13 Se p -13 Fe b -14 Ju l-14 -3.00% -2.00% -1.00% 0.00% 1.00% 2.00% 3.00% 4.00% 5.00% 6.00% 7.00% Jan -07 Ju n -07 N o v-07 Ap r-08 Se p -08 Fe b -09 Ju l-09 De c-0 9 Ma y-1 0 Oct-10 Ma r-11 Au g-11 Jan -12 Ju n -12 N o v-12 Ap r-13 Se p -13 Fe b -14 Ju l-14 Formal Informal Conta-própriaFonte: IBGE e BTG Pactual S.A.
-2.0% -1.0% 0.0% 1.0% 2.0% 3.0% 4.0% 5.0% ja n -07 ju n -07 n o v-07 ab r-0 8 se t-0 8 fe v-09 ju l-0 9 d ez-09 m ai-10 o u t-1 0 m ar -11 ago -11 ja n -12 ju n -12 n o v-12 ab r-1 3 se t-1 3 fe v-14 ju l-1 4 d ez-14
População ocupada (a/a)