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EFEITO DE MICRONUTRIENTES NA MASSA SECA DE ALGODOEIRO (*)

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Academic year: 2021

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EFEITO DE MICRONUTRIENTES NA MASSA SECA DE ALGODOEIRO (*)

Amoacy Carvalho Fabricio (Embrapa Agropecuária Oeste / amoacy@cpao.embrapa.br), Luiz Alberto Staut (Embrapa Agropecuária Oeste), Shizuo Maeda (Embrapa Agropecuária Oeste), William Marra Silva (Embrapa Agropecuária Oeste), Oscar Fontão de Lima Filho (Embrapa Agropecuária Oeste), Fernando Mendes Lamas (Embrapa Agropecuária Oeste).

RESUMO - O objetivo deste trabalho foi avaliar a limitação na produção de matéria seca da parte aérea de algodoeiro por carência de micronutrientes. O experimento foi conduzido, em casa-de-vegetação da Embrapa Agropecuária Oeste em Dourados, MS. Os tratamentos: 1) Testemunha; 2) N+P+K+S+B+Cu+Fe+Mn+Mo+Zn, tido como completo (COMP); 3) COMP - B; 4) COMP - Cu; 5) COMP - Fe; 6) COMP - Mn; 7) COMP - Mo; e 8) COMP - Zn, foram dispostos em vasos contendo seis kg de terra (amostras da camada de 0-0,20 m) de três locais com diferentes classes texturais (Argilosa, Média; e Arenosa). O delineamento experimental foi o inteiramente casualisado com oito tratamentos e cinco repetições. Utilizou-se quatro sementes de algodão por vaso e posteriormente procedeu-se o desbaste, deixando duas plantas por vaso. O experimento foi conduzido até o início do florescimento. Os resultados não mostraram diferenças estatísticas entre o tratamento completo e ausência de um determinado micronutriente. Verificou-se efeito significativo entre a testemunha e os demais tratamentos, para a produção de matéria seca da parte aérea do algodoeiro. Os tratamentos com ausência de micronutrientes não diferiram estatisticamente do tratamento completo, indicando que estes micronutrientes, isoladamente, não limitaram a produção.

Palavras-chave: fertilidade do solo, Gossypum hirsutum.

EFFECT OF MICRONUTRIENTS ON COTTON DRY MATTER CONTENT

ABSTRACT - This work aimed at evaluating any limitation in cotton growth by micronutrients. The study was carried out in a greenhouse at Embrapa Agropecuária Oeste in Dourados, Mato Grosso do Sul State, Brazil. The experimental design was a completely randomized block with eight treatments and five replicates. Only one soil type was tested in this study but with contrasting texture. The amount of soil in each pot was 6 kg and was collected from 0-20 cm layer in three different places. The following treatments were applied: 1) no fertilizer (control); 2) N+P+K+S+B+Cu+Fe+Mn+Mo+Zn, had as complete; 3) complete - B; 4) complete - Cu; 5) complete - Fe; 6) complete - Mn; 7) complete - Mo; 8) complete - Zn. Four cotton seeds were sown in each pot but after emergence only two plants were left in each pot. The experiment did last until cotton flowering when plants were dried to determine dry matter content. Results have shown that absence of only one micronutrient did not affect cotton growth. However, there was significant difference (p<0.05) among control (no fertilizer) and other treatments for all three soils with contrasting texture.

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INTRODUÇÃO

A baixa fertilidade natural dos solos constitui-se numa das principais limitações à ocupação econômica da região dos Cerrados do Brasil. Nesta região, está inserida a maioria das áreas produtoras de algodão de Mato Grosso do Sul. Dessa forma, a aplicação de fertilizantes e corretivos é prática de manejo indispensável.

As análises de solo e de folhas, cujos resultados são interpretados a partir do critério das faixas de concentração, constituem-se nos principais métodos diagnósticos para a avaliação e recomendações de práticas de manejo da fertilidade de solos para o cultivo do algodoeiro em Mato Grosso do Sul. Em razão da carência de calibrações locais, a aplicação de micronutrientes na cultura do algodoeiro vem sendo realizada sem que se conheça a real necessidade da cultura. Como resultado dessa prática, pode estar ocorrendo o desperdício de recursos financeiros.

A necessidade da realização de calibrações dos teores de micronutrientes para o cultivo do algodoeiro, deve-se à sua importância na orientação para a aplicação de práticas de manejo que tenham como objetivo a utilização racional de fertilizantes, refletindo-se na melhoria do estado nutricional das plantas. Pode-se com isso contribuir para a melhoria da rentabilidade da atividade agrícola pelo aumento da produtividade e pela redução no custo de produção.

O objetivo deste trabalho foi identificar o(s) micronutriente(s) que pode(m) estar limitando a produção do algodoeiro nas principais regiões produtoras de algodoeiro em Mato Grosso do Sul.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido, em casa-de-vegetação da Embrapa Agropecuária Oeste em Dourados, MS. Os tratamentos: 1) Testemunha; 2) N+P+K+S+B+Cu+Fe+Mn+Mo+Zn, tido como completo devido ao fornecimento de Ca e Mg pela calagem a todos os solos usados; 3) completo - B; 4) completo - Cu; 5) completo - Fe; 6) completo - Mn; 7) completo - Mo; e 8) completo - Zn, foram dispostos em vasos contendo seis kg de terra (amostras da camada de 0-0,20 m) de três locais com diferentes classes texturais (Argilosa; Média; Arenosa). O delineamento experimental foi o inteiramente casualisado com oito tratamentos e cinco repetições. Utilizou-se quatro sementes de algodão por vaso e, posteriormente, procedeu-se o desbaste, deixando duas plantas por vaso. O experimento foi conduzido até o início do florescimento. Neste ponto, as plantas foram colhidas para a determinação da matéria seca.

No tratamento completo, foram aplicados quantidades equivalentes a: 100 kg ha-1 de N, 200

kg ha-1 de P2O5, 200 kg ha-1 de K2O, 100 kg ha-1 de S ,1,2 kg ha-1 de B, 10 kg ha-1 de Cu, 15 kg ha-1 de

Fe, 15 kg ha-1 de Mn, 10 kg ha-1 de Zn, e 0,2 kg ha-1 de Mo. Foi realizada a calagem dos solos para se

elevar o valor da saturação em bases a 60 %.

Foi realizada a caracterização química inicial do solo utilizado na condução dos experimentos. Durante o estádio de florescimento, foram coletadas amostras de folhas (5a folha a partir do ápice;

limbo de folhas adjacentes às maçãs) para se verificar o efeito da aplicação dos micronutrientes. As análises foram realizadas no Laboratório de análise de solos, tecido vegetal e corretivos da Embrapa Agropecuária Oeste.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

A produção de matéria seca da parte aérea do algodoeiro indicou que, nas três classes texturais avaliadas, ocorreu efeito significativo entre a testemunha e os demais tratamentos (Tabela 1). Os tratamentos com ausência de micronutrientes não diferiram estatisticamente do tratamento completo, indicando que estes micronutrientes, isoladamente, não limitaram a produção.

O solo com textura argilosa não demonstrou dependência à micronutrientes. Os tratamentos com omissão de um micronutriente foram estatisticamente iguais entre si e superiores à testemunha. O tratamento completo apresentou tendência de menor produção de matéria seca que os demais, possivelmente devido ao fato de que, alguns elementos inibem a absorção de outros. O boro por exemplo, causa um efeito de inibição não competitiva sobre o zinco, o manganês inibe o ferro de forma competitiva e o molibdênio provoca um efeito de inibição não competitiva sobre o cobre (MALAVOLTA et. al., 1997).

Apesar do baixo teor inicial de zinco neste solo, a omissão deste elemento não prejudicou a produtividade, provavelmente porque na época em que foi coletada a matéria seca (florescimento), o algodoeiro acumula apenas 25 a 45% do zinco necessário (ALVAREZ V. et al. 1999; GALRÃO, 2002) sendo que a maior parte vai para as sementes (48% do total) (ROSOLEM, 2001).

O solo com textura média demonstrou dependência intermediária à micronutrientes. Os tratamentos completo e completo com omissão de um micronutriente foram estatisticamente iguais entre si e superiores à testemunha, embora os tratamentos -Cu e -Zn tenham sido também estatisticamente iguais à testemunha. Os tratamentos -B, -Mn e -Mo, apresentaram tendência de maior produção de matéria seca que o tratamento completo. A maior produtividade relativa foi obtida com o tratamento -Mo (110%) e a menor com o tratamento completo -Cu (84%), o que de certa forma pode ser explicado devido aos médios teores deste elemento no solo, conforme ALVAREZ V. et al. (1999) e GALRÃO (2002).

No solo com textura arenosa, os tratamentos com omissão de um micronutriente foram estatisticamente iguais entre si e superiores à testemunha. A maior produtividade relativa foi atingida com o tratamento completo (100%), enquanto que a menor foi com o completo menos B (92%).

Apesar dos teores iniciais de cobre e ferro neste solo classificarem-se como médios, segundo GALRÃO (2002), e baixos, segundo ALVAREZ V. et al. (1999), a omissão destes elementos não prejudicou a produtividade. Já que para a cultura do algodoeiro no Brasil, não foram verificadas respostas positivas devido a aplicação de cobre (MARINHO, 1988) e de ferro (ROSOLEM, 2001), é provável que para este solo, sejam necessários mais estudos referentes à parâmetros interpretativos destes nutrientes. Os demais micronutrientes encontravam-se com teores adequados no solo, segundo os mesmos autores.

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Tabela 1. Matéria seca da parte aérea total do algodoeiro em função dos tratamentos nos solos de texturas argilosa, média e arenosa. Dourados, MS, 2005.

SOLO/TEXTURA

TRATAMENTO ARGILOSA MÉDIA ARENOSA

g vaso-1 % g vaso-1 % g vaso-1 %

1. Testemunha 9,22 b1 23 27,49 b1 62 18,66 b1 42 2. Completo 39,98 a 100 44,46 a 100 43,97 a 100 3. Completo -B 43,38 a 108 45,05 a 101 40,36 a 92 4.Completo -Cu 42,51 a 106 37,60 ab 84 42,65 a 97 5.Completo –Fe 41,32 a 103 44,27 a 99 40,72 a 93 6.Completo –Mn 43,48 a 109 45,32 a 102 42,01 a 95 7.Completo –Mo 43,95 a 110 48,98 a 110 43,31 a 98 8.Completo -Zn 43,64 a 109 39,96 ab 90 40,96 a 93 C.V. % 12,53 15,60 8,71

1Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem entre si (Tukey 5%)

A análise de tecido vegetal do algodoeiro, indicou que os micronutrientes omitidos, com exceção do Cu, apresentaram teores foliares reduzidos em relação ao tratamento completo, nos três solos avaliados. No tecido foliar das plantas do solo com textura argilosa, o tratamento menos Cu apresentou teores baixos deste nutriente (8,4 mg kg-1), segundo MALAVOLTA (1997), e adequados

segundo GALRÃO (2002), SILVA et al.(1995), RAIJ et al. (1996) e MARTINEZ et al. (1999). O tratamento menos Zn, apresentou baixo teor do elemento (8,8 mg kg-1) segundo os mesmos autores.

Os demais micronutrientes apresentaram teores adequados.

As plantas desenvolvidas no solo de textura média apresentaram baixo teor de Cu (4,6 a 7,0 mg kg-1) e Zn (15,4 a 23,8 mg kg-1) (GALRÃO, 2002; MALAVOLTA et al., 1997; MARTINEZ et al., 1999;

RAIJ et al., 1996; SILVA et al., 1995). No solo arenoso, o tratamento menos Cu apresentou baixo teor do nutriente (7,8 mg kg-1) segundo Bataglia (1991) e Malavolta et al. (1997). Os demais tratamentos

encontram-se com teores considerados adequados.

CONCLUSÃO

A omissão de micronutrientes, apesar de, em alguns casos, induzir a deficiência foliar, não afetou significativamente a produção de matéria seca do algodoeiro em nenhum dos tipos de solos estudados.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVAREZ V., V. H.; NOVAES, R. F. de; BARROS, N. F. de; CANTARUTTI, R. B.; LOPES, A. S. Interpretações dos resultados das análises de solos. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ V., V. H. (eds.) Recomendações para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: aproximação. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1999. cap. 5, p. 25-32.

GALRÃO, E. Z. Micronutrientes. In: SOUSA, D. M. G. de; LOBATO, E. (ed.). Cerrado: correção do solo e adubação. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2002. cap. 8, p. 185-226.

MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. de. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. Piracicaba: POTAFOS, 1997. 319 p.

MARINHO, M. L. Respostas das culturas aos micronutrientes ferro, manganês e cobre. In: BORKERT, C. M.; LANTMANN, A. F. (Ed). Enxofre e micronutrientes na agricultura brasileira. Londrina: EMBRAPA-CNPSo / IAPAR / SBCS, 1988. cap. 10, p. 239-264.

MARTINEZ, H. E. P.; CARVALHO, J. G. de; SOUZA, R. B. de. Diagnose foliar. In: RIBEIRO, A. C.; GUIMARÃES, P. T. G.; ALVAREZ V., V. H. Recomendações para o uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5ª aproximação. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1999. cap. 17, p. 143-168.

RAIJ, B. V.; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C. Recomendações de adubação e calagem para o estado de São Paulo. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 1996. 182 p. (Boletim, 100).

ROSOLEM, C. A. Problemas em nutrição mineral, calagem e adubação do algodoeiro. Informações Agronômicas, n. 95, 2001. p. 10-17.

SILVA, N. M. da; CARVALHO, L. H.; CIA, E.; FUZATTO, M. G.; CHIAVEGATTO, E. J.; ALLEONI, L. R. F. Seja o doutor do seu algodoeiro. Informações Agronômicas, n. 69, p. 1-5. 1995. (Arquivo do Agrônomo, 8)

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