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A compensação de cheques por imagem: agilidade e precisão na compensação de cheques na cooperativa de crédito Sicoob Crediaraucária

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A COMPENSAÇÃO DE CHEQUES POR IMAGEM: AGILIDADE E PRECISÃO NA COMPENSAÇÃO DE CHEQUES NA COOPERATIVA DE CRÉDITO SICOOB

CREDIARAUCÁRIA*

Fabiano dos Santos**

Resumo: A tecnologia é de suma importância em todo o processo de compensação por imagem. Este artigo tem como objetivo analisar e pesquisar a influência da tecnologia, como mecanismo de agilidade e precisão, na compensação de cheques por imagem na Cooperativa de Crédito SICOOB Crediaraucária de Urubici – SC. O método de pesquisa utilizado é a chamada pesquisa “pura” com o objetivo principal de contribuir para o conhecimento já existente, através do acúmulo de informação, e vivência diária. Através da pesquisa pura, procurou-se atualizar conhecimento mais do que produzir resultados concretos. Realizou-se uma entrevista com um gestor da Cooperativa em foco, visando obter informações sobre o processo de compensação de cheques. A pesquisa teórica se deu através de publicações científicas disponíveis na Internet. Esta pesquisa justifica-se, considerando que existe pouco material sobre o assunto. Assim, a ideia é a proporcionar maior familiaridade com o problema a torná-lo mais explícito, tornando público suas vantagens. As conclusões desta pesquisa foram as seguintes: a compensação de cheques por imagem trouxe ao SICOOB Crediaraucária, mais agilidade e segurança nas conferências dos cheques, redução de custos com transportes e otimização nos processos com redução significativa no tempo de conferência da compensação.

Palavras-chave: Compensação de cheques por imagem. Segurança. Agilidade. Precisão. SICOOB Crediaraucária.

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos tempos novas tecnologias estão sendo empregadas na compensação de cheques, minimizando os erros, reduzindo custos e aumentando a eficiência dos serviços.

A compensação de cheques por imagem como processo de agilidade e precisão na compensação de cheques é o foco deste artigo. Esta pesquisa justifica-se, considerando que existe pouco material sobre o assunto. Assim, a ideia é a de proporcionar maior familiaridade com o problema a torná-lo mais explícito, tornando público suas vantagens.

Para efeito deste trabalho, busca-se identificar quais as práticas da compensação por imagem pela identificação e promoção dos processos de aquisição do conhecimento que ocorrem no Setor de Compensação de Cheques na Cooperativa de Crédito SICOOB Crediaraucária, situada no município de Urubici/SC.

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Artigo apresentado como trabalho de conclusão de curso de Gestão de Cooperativa da Universidade do Sul de

Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Especialização em Gestão de Cooperativa. Orientadora: Professora Elisete Gesser Della Giustina da Correggio

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O processo de compensação de cheques no Brasil se dá através da integração entre sistemas, grupos e instituições financeiras (IF’s) com o objetivo de estabelecer o perfeito funcionamento do sistema de compensação no país, assegurando o atendimento aos objetivos comuns, buscando a estabilidade das operações como forma de resguardar todos os participantes e clientes do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

De acordo com Costa (2003), a palavra compensação é originaria do latim cumpensatio-onis, que significa pender, contrabalançar ou equilibrar. Efetivamente, os registros indicam que a primeira câmara de compensação foi idealizada na Inglaterra em 1773, pela necessidade de trocas e cobranças entre os bancos emissores de cheques, ou seja, tendo que haver encontros diários para viabilizar as transações internas e externas às instituições.

Costa (2003, p. 10), define o serviço de compensação de cheques e outros papéis como:

Um serviço de caráter público que permite a liquidação das transações interbancárias ou de transferência de fundos, resultante da atividade econômica de uma Instituição Financeira promovendo a diferença entre débitos e créditos de responsabilidade de cada uma das instituições financeiras envolvidas.

As últimas décadas foram marcadas por acontecimentos que geraram grandes impactos em toda a evolução tecnológica, a qual muito contribuiu para o surgimento de uma economia globalizada e interdependente, trazendo para as estruturas organizacionais o avanço da tecnologia da comunicação e da informatização, introduzindo no ambiente organizacional uma gama de equipamentos de automação, conferindo aos processos operacionais, velocidade e precisão. Este fato, obviamente, provocou mudanças significativas nas relações de trabalho e aprendizagem no meio organizacional.

Por conseguinte, os indivíduos organizacionais para dar continuidade às atividades operacionais foram compelidos a se adaptarem as novas tecnologias tornando o aprendizado contínuo necessário e fundamental para a sua vida profissional, deixando para trás os antigos métodos de aprender. A organização promove a multiplicação do conhecimento buscando no mercado externo, treinamentos, programas de qualidade e gestão de desempenho adequado à nova realidade visando reciclar o corpo funcional e melhorar os seus processos produtivos (STEWART, 1998) e (TURBAN; RAINER JR; POTTER, 2007).

Em 2011, a compensação por imagem foi colocada em discussão pela Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil (BACEN), acabando por decidir, através da Circular Nº

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3532 de 20 de abril, que era mais viável que as instituições acolhedoras de cheques retivessem os documentos e capturassem a imagem para fins de processamento, ou seja, o cheque não precisaria mais ser transportado para as centralizadoras, e sua imagem seria associada com outros softwares a fim de assegurar os prazos vigentes de processamento/ devolução.

Portanto, a Compensação por Imagem surgiu como uma das formas de agilizar o processo e viabilizar o cumprimento ou redução de prazos aos clientes, processo que após décadas passara por uma evolução tecnológica de grande impacto.

Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a influência da tecnologia, como mecanismo de agilidade e precisão, na compensação de cheques por imagem na cooperativa de Crédito SICOOB Crediaraucária. Visando dar conta do objetivo geral, se definiu como objetivos específicos: definir o processo de Compensação de Cheques por Imagem no âmbito de uma Cooperativa de Crédito; reconhecer a importância da Compensação de Cheques por Imagem no desenvolvimento tecnológico e atual de uma organização financeira Cooperativista; pesquisar, analisar e constatar a evolução tecnológica em que a Compensação de Cheques passou nas últimas décadas; identificar as práticas da compensação de Cheques por imagem na Cooperativa de Crédito SICOOB Crediaraucária.

Tendo a pesquisa analisado a influência da tecnologia, e observando que a utilização deste mecanismo, oferece agilidade e precisão, a hipótese levantada por esta pesquisa é que: a compensação de cheques por imagem, agiliza e assegura um atendimento preciso e seguro aos clientes, buscando sempre, uma estabilidade das operações do Sistema Financeiro Nacional.

O método de pesquisa utilizado é a chamada pesquisa “pura” com o objetivo principal de contribuir para o conhecimento já existente, através do acúmulo de informação, e vivência diária. Através da pesquisa pura, procurou-se atualizar conhecimento mais do que produzir resultados concretos. Visando obter dados sobre o funcionamento da compensação de cheques por imagem na cooperativa SICOOB Crediaraucária foi realizada uma entrevista com um gestor da cooperativa.

A pesquisa teórica se deu através de pesquisas principalmente pela internet, visto que o tema é um assunto até o momento pouco discutido e publicado, procurou também, explicar e discutir o tema com base em referências teóricas publicadas em livros, revistas, periódicos e outros.

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A relevância da pesquisa está em proporcionar maior familiaridade com o problema e torná-lo mais explícito, salientando a contribuição da tecnologia nesta questão e seus benefícios.

2. CHEQUES: ORIGEM E TIPOS DE COMPENSAÇÃO 2.1 Cheque – Denominação e Origem

Neste tópico apresentamos a denominação e origem do cheque, visando situar o leitor no tema oportunizando a compreensão da evolução histórica, até a compensação por imagem, foco principal deste artigo.

Matos (2013, p.1), destaca que segundo historiadores a denominação “cheque”: [...] pode ser resultado da palavra francesa “echequier” (échiquier: tabuleiro de xadrez) ou da inglesa “check” (conferir, verificar). Curiosamente são os ingleses que atribuem a gênese do vocábulo ao francês, argumentando que terá nascido da associação às mesas semelhantes a tabuleiros de xadrez então utilizados nos bancos, enquanto os franceses alegam como inglês o idioma de que terá sido oriunda a inspiração para a qualificação de “cheque”.

Sobre o período histórico em que surgiu o cheque como forma de pagamento Matos (2013, p.1), apresenta que:

Uma das mais fortes posições sustenta que terá sido durante o período da Idade Média que o cheque surgiu como forma de pagamento. A tese refere que os senhores feudais necessitavam de um mecanismo para guardarem o seu ouro e outros metais preciosos em segurança, tendo os ourives, assumido essa função por serem proprietários dos estabelecimentos mais seguros. O comerciante facultava em troca do depósito um título em papel com a quantidade deixada a seu cuidado inscrita naquela nota para que mais tarde o seu depositante pudesse resgatar o que aí tinha deixado.

Neste mesmo período houve uma grande transformação da sociedade e do comércio, sobretudo impulsionados pelo nascimento da burguesia, colocando novos desafios ao manuseamento dos valores monetários da época, o que levou à urgência de encontrar soluções adequadas às necessidades do emergente capitalismo. Matos (2013, p.2), destaca que:

Em meados do ano 1.500, em Amsterdã, na Holanda, há também escritos que relatam algo similar: caixas (“cashiers”) receptoras dos valores de depositantes que posteriormente tinham ocasião de adicionar (depositar) ou subtrair (debitar) quantias ao montante colocado nos “cashiers” pela assinatura de documentos (cheques) firmados pelo proprietário do depósito. Eram letras de câmbio à vista, aceitas inicialmente pelo banco dos Médici de Florença e logo por outros estabelecimentos, que podem ser consideradas como os primeiros cheques da história, ainda que não tivessem tal nome. Tal costume estendeu-se às Ilhas Britânicas com a criação, em 1605, do Banco da Inglaterra, o qual assumiu a função de guardar o ouro do reino e emitir papéis que representassem seu valor equivalente, expresso em libras esterlinas. Foi a primeira vez que um Estado passou a ser o emissor oficial de um cheque.

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No Brasil, o cheque apareceu pela primeira vez em 1845, quando o Banco Comercial da Bahia foi fundado, mas possuía a denominação de cautela. Somente em 1890, surgiu a primeira citação referente ao cheque. (NASCIMENTO, 2016).

2.2 A compensação de cheques

A compensação de cheques, consiste no acerto de contas entre os bancos, referente aos cheques depositados pelos sacados em diferentes estabelecimentos. Esse serviço é prestado pelo Banco do Brasil (BB), que é o executante da Centralizadora de Compensação de Cheques – (COMPE), sistema regulamentado pelo Banco Central do Brasil (BACEN) e do qual todos os bancos com carteira comercial no Brasil participam.

Para se compreender o termo compensação de cheques - COMPE é preciso associá-lo à palavra liquidação, em que clientes emitem cheques a fim de efetuarem pagamentos e beneficiários recebem créditos em suas respectivas contas. Basicamente, a compensação é responsável por toda movimentação de arquivos e documentos em prol da liquidação das ordens de pagamento geradas por correntistas das instituições financeiras. (OLIVEIRA FILHO, et al., 2014)

No Brasil, as primeiras tentativas de funcionamento da COMPE aconteceram nos anos de 1890 e 1919, no entanto, sem êxito. Todavia, em 1921 o BB, como instituição já consolidada e pertencente unicamente ao governo, toma a iniciativa e cria e administra a primeira câmara de compensação no Brasil (COMPE), que posteriormente passaria a se chamar câmara de compensação de cheques e outros papéis. Após 30 anos de sua criação, o BB já contava com o apoio de 15 departamentos de COMPE espalhados pelo país, buscando atender as áreas que necessitavam da prestação desse serviço, uma vez que cada vez mais o cheque se tornava uma ordem de pagamento à vista e trazia comodidade para os correntistas. (OLIVEIRA FILHO, 2014)

A partir de 1964, com o surgimento do BACEN a regulamentação passa a ser do órgão majoritário do Sistema Financeiro Nacional (SFN), cabendo ao BB apenas executar os serviços de compensação de cheques, regulados pelas normas do Banco Central.

O processamento se manteve estável, mas a utilização do cheque era cada vez mais crescente. Portanto, a partir da década de 1980 órgãos que compunham o SFN criaram grupos de estudos de compensação e grupos de avaliações, com a finalidade de buscar o perfeito funcionamento da COMPE e também de procurar formas de melhorias para o processo; o

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Grupo de Avaliação de Desempenho (GAD) e o Grupo de Estudos de Compensação são exemplos.

Uma das medidas encontradas para facilitar o gerenciamento das liquidações em todo país foi a criação do Sistema Integrado Regional de Compensação (SIRC), com o propósito de encurtar distâncias entre as agências e as centralizadoras, pois os documentos levavam dias para serem compensados e devolvidos, por motivos de transporte e de não integração dos participantes. Porém, “nos últimos anos, mais precisamente até 2011, este foi o modelo utilizado para o processamento de compensação dos cheques no Brasil.” (OLIVEIRA FILHO, 2014)

Todo o processo até então exigia uma formidável estrutura de logística envolvendo desde dispendiosas com transportes de malotes até um exército de profissionais encarregados da conferência manual dos documentos.

Com a crescente movimentação de documentos e as complexidades logísticas do país, foi proposto pelo executante (BB) ferramentas que facilitassem o manuseio dos cheques durante seu processamento.

2.2.1 Compensação Eletrônica

As últimas duas décadas foram marcadas por acontecimentos que impactaram as estruturas organizacionais modificando o modo de entender e conduzir os processos e as pessoas na organização. Transformações essas decorrentes da evolução tecnológica que contribuiu para o surgimento de uma sociedade de economia globalizada e interdependente denominada a Era da Informação – de autoria de Piter Drucker, a qual tornou o conhecimento peça fundamental para o sucesso das estratégias institucionais. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998), (STEWART, 1998) e (ALVARENGA NETO, 2008).

A informação tem se apresentado nesse novo milênio como um recurso indispensável para as organizações que almejam a própria sustentabilidade. Assim como as matérias-primas, os insumos produtivos, as pessoas e a tecnologia, a informação tornou-se sem dúvidas um recurso essencial em todas as empresas.

Com a crescente concorrência global, as empresas estão buscando cada vez mais as informações como uma fonte para o sucesso de seus negócios. A qualidade da informação deve ser uma preocupação constante para aqueles que tomam decisões baseadas nessas informações. Informações errôneas certamente irão gerar resultados desfavoráveis e desagradáveis.

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Um sistema de informação integrado e eficiente nessa Era da Informação não é luxo nas organizações, mas uma questão de sobrevivência. Assim, em 1985, foi criada a “COMPE Eletrônica”, que já contava com a padronização dos cheques e o incremento da banda magnética nos documentos. Possibilitando a captura dos dados eletrônicos dos cheques, antes que fossem enviados à centralizadora, a qual passou a receber os dados lógicos (banda magnética, valor, data de movimentação contábil), junto aos documentos físicos, via on-line e transporte, respectivamente, sendo mais viável o manuseio, pois as agências já poderiam colaborar com uma parte das atividades.

2.2.2 Compensação por imagem

O avanço tecnológico da comunicação e da informática introduziu no ambiente organizacional, uma série de equipamentos de automação, conferindo aos processos operacionais agilidade e precisão. Desta forma, as instituições financeiras, para dar continuidade às atividades operacionais, foram obrigadas a se adaptarem as novas tecnologias, e em Maio de 2011, surge então, a COMPE por Imagem, onde as agências capturam os dados da banda através de leitores magnéticos, que normalmente são utilizados nos caixas, assim elas não dependem mais do transporte de malotes para dar início ao processamento, ou seja, com a captura eletrônica dos dados, as agências podem disponibilizar os dados aos seus respectivos centros de compensação.

Enquanto isso, nas centralizadoras se dá o início ao processo de troca de informações entre banco sacado e banco depositante, progredindo a primeira parte dos serviços necessários para que o cliente beneficiário saiba quando será liberado seu crédito, ou seja, o banco que recebe o cheque capta as informações através do código de barras e procede com a digitalização do documento. Esta digitalização gera um arquivo.

Após ser certificado com o selo ICP-610 (Aceitabilidade de Montagens Eletrônicas com Tecnologia SMT e PTH), é enviado diretamente para a Câmara de Compensação, operada pelo Banco do Brasil, que o processa e envia o resultado para o banco de origem. Por sua vez, este lê as informações e responde ao sistema de compensação de cheque modernizada, autorizando o pagamento. Tudo isto sem que o cheque tenha de sair do banco onde foi entregue.

Com a Compensação por Imagem, onde o transporte dos cheques não é mais necessário, estima-se que os bancos economizem R$ 250 milhões por ano. Assim, quem recebe pagamentos em cheque não precisa mais esperar tanto tempo para ver o dinheiro entrar na conta.

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A compensação por imagem permite o desbloqueio do cheque em, no máximo, dois dias, em qualquer lugar do país, ao passo que a compensação física, levava até 20 dias nas regiões mais distantes.

Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (FEBRABAN) o uso da tecnologia reduz significativamente os casos de clonagem e de roubos de cheques, crimes que, em 2010, causaram prejuízos de R$ 1,2 bilhão para o comércio e de R$ 283 milhões para os bancos. Além disso, a entidade estima que a compensação digitalizada proporcione economia anual de R$ 100 milhões para as instituições financeiras, porque elimina as rotas terrestres e aéreas de transporte de cheques.

No âmbito do setor financeiro, os benefícios da inovação são amplos e diversificados, e muitos deles já vêm sendo experimentados, desde que as instituições iniciaram os investimentos tecnológicos necessários para atender aos requisitos do novo sistema. Para dar uma ideia dos ganhos, estimativas iniciais apontam que a economia obtida com o novo padrão ultrapassará R$ 250 milhões. Alguns analistas apostam em um valor ainda maior, mesmo considerando apenas as economias mais imediatas e quantificáveis como a redução dos gastos com transporte.

Mas os avanços não significam que foram eliminados todos os desafios no que se refere a armazenamento e gerenciamento de documentos. Embora o uso de cheques como meio de pagamento venha caindo significativamente no país, devido à popularização de cartões de débito e crédito e de outras formas de pagamento, o volume de cheques que passam pelo serviço de compensação anualmente chega a 1,1 bilhão de unidades, segundo os dados de 2010 fornecidos pela FEBRABAN. “Com a truncagem,(guarda dos cheques recebidos nos terminais de atendimento, por um prazo de trinta dias) essa montanha de cheque em papel fica retida nas instituições financeiras que acolheram os depósitos, que responderão pela sua guarda até a sua destruição, cumprindo o ciclo estabelecido pela compensação” (CÉZAR, 2011, p.1). Sabendo-se de que continuam valendo para os bancos todos os dispositivos legais e regulamentares relacionados à guarda de documentos e direitos de emissores e beneficiários, inclusive no que diz respeito ao fornecimento de cópia e de informações.

Segundo Roxo (2017, p.3) presidente da Comissão Organizadora do CIAB – 2017 (Congresso de tecnologia da informação para instituições financeiras), os principais benefícios da compensação digital por imagem são:

• Permitir que 90 milhões cheques compensados mensalmente entrem na era digital • Reduzir o prazo de compensação de 20 dias úteis para 2

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• Eliminar o trajeto físico do cheque, o que reduz a possibilidade de clonagem, extravio, perdas e roubo

• Reduzir expressivamente emissões de CO2 na atmosfera, devido à eliminação do

transporte do cheque físico por via terrestre ou aérea (estima-se que cerca de 37 milhões de quilômetros anuais deixam de ser percorridos, com redução de 15 mil toneladas anuais na emissão de CO2)

• Eliminar mil roteiros terrestres e 50 aéreos, o que representa uma economia em torno de R$ 100 milhões no ano

• Permitir que a estrutura tecnológica montada possa ser utilizada também em operações não-financeiras.

3. UM OLHAR A PARTIR DO GESTOR DA COOPERATIVA

Neste tópico é apresentado o resultado da entrevista realizada no SICOOB CREDIARAUCÁRIA, cujo objetivo principal foi compreender como se deu o processo de implantação da compensação de cheques por imagem na empresa, detalhando seu funcionamento; como acontecia a compensação anteriormente; o que trouxe de benefícios e a importância da tecnologia nessa nova forma de compensação de cheques.

De acordo com dados obtidos na entrevista, o sistema de compensação de cheques por imagem, no SICOOB Crediaraucária, teve início em maio de 2011, junto com todo o sistema financeiro, para cumprir uma exigência do Banco Central.

No processo de compensação por imagem, os cheques são depositados nos caixas da agência e, em seguida, são digitalizados em scanners, esse sistema transmite as imagens dos cheques para a compensação, os cheques ficam na agência e depois de 30 dias os mesmos são incinerados.

Segundo Fabiano dos Santos, (responsável pela compensação de cheques no Sicoob Crediaraucária, também autor deste artigo) a compensação de cheques por imagem trouxe ao Sicoob Crediaraucária, mais agilidade e segurança nas conferências dos cheques, redução de custos com transportes e otimização nos processos com redução significativa no tempo de conferência da compensação, não havendo assim algum aspecto de relevância negativa. Este resultado está em acordo com o pensamento de Faria (2012, p.1) que assim se posiciona:

Os benefícios que a inovação trouxe aos clientes dos bancos vão desde a agilidade no atendimento e redução de inconvenientes, até acesso quase imediato ao dinheiro depositado em forma de cheque. Uma das vantagens será a redução do prazo de compensação, que atualmente é de até 20 dias úteis, dependendo da região do País, para somente dois dias (conforme o valor do cheque), proporcionando maior comodidade e segurança para os clientes.

A tecnologia é de suma importância em todo o processo de compensação por imagem, a tecnologia nos protege de possíveis “hackers”, que todos os dias tentam acessar os sistemas

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de compensação. São novos tempos, é preciso sempre buscar atualizar-se, com novas tecnologias minimizando os erros, reduzindo custos e aumentando a eficiência dos serviços.

As últimas duas décadas foram marcadas por acontecimentos que impactaram as estruturas organizacionais modificando o modo de entender e conduzir os processos e as pessoas na organização. Transformações essas decorrentes da evolução tecnológica que contribuiu para o surgimento de uma sociedade de economia globalizada e interdependente denominada a Era da Informação a qual tornou o conhecimento peça fundamental para o sucesso das estratégias institucionais. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998), (STEWART, 1998) e (ALVARENGA NETO, 2008).

Outras informações que considero relevantes sobre o assunto desta entrevista são que há muitos anos se fala que os cheques vão acabar. Com 18 anos de sistema SICOOB, é possível concluir que principalmente em cidades de pequeno porte, a cultura do cheque está muito enraizada e vai demorar a mudar essa situação, o povo mais simples das cidades interioranas têm medo de trabalhar com cartões, não se sente seguro.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar a influência da tecnologia, como mecanismo de agilidade e precisão, na compensação de cheques por imagem na cooperativa de Crédito SICOOB Crediaraucária. Como objetivos específicos definiu-se: o processo de Compensação de Cheques por Imagem no âmbito Cooperativa de Crédito SICOOB Crediaraucária; reconhecer a importância da Compensação de Cheques por Imagem, no desenvolvimento tecnológico e atual de uma organização financeira Cooperativista; pesquisar, analisar e constatar a evolução tecnológica em que a Compensação de Cheques passou nas últimas décadas; identificar as práticas da compensação de Cheques por imagem na Cooperativa de crédito SICOOB Crediaraucária.

O cheque como forma de pagamento, conforme historiadores já existe de longa data. Há estudiosos do assunto que atribuam seu surgimento e aplicação na idade média.

A compensação de cheques consiste no acerto de contas entre os bancos, referente aos cheques depositados pelos sacados em diferentes estabelecimentos.

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Esse serviço é prestado pelo Banco do Brasil, que é o executante da Centralizadora de Compensação de Cheques, sistema regulamentado pelo Banco Central e do qual todos os bancos com carteira comercial no Brasil participam.

Durante muito tempo a compensação de cheques foi realizada de forma manual. Mas, o avanço tecnológico da comunicação e da informática introduziu no ambiente organizacional uma série de equipamentos de automação conferindo aos processos operacionais agilidade e precisão. Desta forma, as instituições financeiras, para dar continuidade às atividades operacionais, foram obrigadas a se adaptarem as novas tecnologias, e em maio de 2011, surge então, a COMPE por Imagem, onde as agências capturam os dados da banda através de leitores magnéticos, que normalmente são utilizados nos caixas, assim elas não dependem mais do transporte de malotes para dar início ao processamento, ou seja, com a captura eletrônica dos dados, as agências podem disponibilizar os dados aos seus respectivos centros de compensação.

Enquanto isso, nas centralizadoras se dá o início ao processo de troca de informações entre banco sacado e banco depositante, progredindo a primeira parte dos serviços necessários para que o cliente beneficiário saiba quando será liberado seu crédito, ou seja, o banco que recebe o cheque capta as informações através do código de barras e procede com a digitalização do documento. Esta digitalização gera um arquivo.

Após ser certificado com o selo ICP, é enviado diretamente para a Câmara de Compensação, operada pelo Banco do Brasil, que o processa e envia o resultado para o banco de origem. Por sua vez, este lê as informações e responde ao sistema de compensação de cheque modernizada, autorizando o pagamento. Tudo isto sem que o cheque tenha de sair do banco onde foi entregue.

A tecnologia é de suma importância em todo o processo de compensação por imagem, a tecnologia nos protege de possíveis “hackers”, que todos os dias tentam acessar os sistemas de compensação. São novos tempos, é preciso sempre buscar atualizar-se, com novas tecnologias minimizando os erros, reduzindo custos e aumentando a eficiência dos serviços. Assim, a Compensação por Imagem surgiu como uma das formas de agilizar o processo e viabilizar o cumprimento ou redução de prazos aos clientes, processo que após décadas passara por uma evolução tecnológica de grande impacto. Tendo a pesquisa analisado toda a influência da tecnologia, e observando que a utilização deste mecanismo, oferece agilidade e precisão.

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As últimas décadas foram marcadas por acontecimentos que geraram grandes impactos em toda a evolução tecnológica, a qual muito contribuiu para o surgimento de uma economia globalizada e interdependente, trazendo para as estruturas organizacionais o avanço da tecnologia da comunicação e da informatização, introduzindo no ambiente organizacional uma gama de equipamentos de automação, conferindo aos processos operacionais, velocidade e precisão. Neste contexto está a compensação de cheques por imagem.

O processo de compensação de cheques no Brasil se dá através da integração entre sistemas, grupos e instituições financeiras (IF’s) com o objetivo de estabelecer o perfeito funcionamento do sistema de compensação no país, assegurando o atendimento aos objetivos comuns, buscando a estabilidade das operações como forma de resguardar todos os participantes e clientes do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

A hipótese levantada por esta pesquisa foi: a compensação de cheques por imagem, agiliza e assegura um atendimento preciso e seguro aos clientes, buscando sempre, uma estabilidade das operações do Sistema Financeiro Nacional.

A análise e discussão dos dados confirmam a hipótese. Através de entrevista realizada mais agilidade e segurança nas conferências dos cheques, redução de custos com transportes e otimização nos processos com redução significativa no tempo de conferência da compensação.

A compensação de cheque por imagem tem um fator negativo, mas não é relevante, que é a guarda dos cheques recebidos nos terminais de atendimento da cooperativa de credito por um período de trinta dias até a sua incineração.

A compensação de cheques por imagem trouxe ao SICOOB Crediaraucária, mais agilidade e segurança nas conferências dos cheques, redução de custos com transportes e otimização nos processos com redução significativa no tempo de conferência da compensação, não havendo assim algum aspecto de relevância negativa.

Os benefícios que a inovação trouxe aos clientes dos bancos vão desde a agilidade no atendimento e redução de inconvenientes, até acesso quase imediato ao dinheiro depositado em forma de cheque. Uma das vantagens será a possibilidade de redução do prazo de compensação, que atualmente é de até 20 dias úteis, dependendo da região do país, para somente dois dias (conforme o valor do cheque), proporcionando maior comodidade e segurança para os clientes.

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Considerando que existem poucos trabalhos científicos que tratem do tema - Compensação de Cheques por Imagem - sugere-se novas pesquisas, objetivando tornar público o funcionamento desse processo, que é um benefício da tecnologia, colocado a serviço das instituições financeiras e que promove maior agilidade e segurança.

THE COMPENSATION OF CHECKS BY IMAGE: AGILITY AND ACCURACY IN THE COMPENSATION OF CHECKS IN THE CREDIT COOPERATIVE SICOOB

CREDIARAUCÁRIA

Technology is of paramount importance in the entire process of image compensation. This article aims to analyze and investigate the influence of technology, as a mechanism of agility and precision, in the compensation of checks by image in the Credit Union SICOOB Crediaraucária de Urubici - SC. The research method used is the so-called "pure" research with the main objective of contributing to the existing knowledge, through the accumulation of information, and daily living. Through pure research, we sought to update knowledge rather than produce concrete results. An interview was conducted with a Cooperative manager in focus, seeking information on the check clearing process. Theoretical research has taken place through scientific publications available on the Internet. This research is justified considering that there is little material on the subject. Thus, the idea is to provide more familiarity with the problem to make it more explicit, making public its advantages. The conclusions of this research were as follows: The compensation of checks by image has brought to Sicoob Crediaraucária, more agility and security in check conferences, reduction of costs with transportation and optimization in the processes with a significant reduction in the time of conference of the compensation.

Key words: Compensation of checks by image, Safety, Accuracy. Sicoob Crediaraucária.

REFERÊNCIAS

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DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento Empresarial. Rio de Janeiro: Editora Campus,1999.

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ROXO. Presidente da Comissão Organizadora do CIAB (Congresso de tecnologia da

informação para instituições financeiras/2017. Disponível em

https://www.revistaeventos.com.br/blog/Tecnologia-em-Eventos/CIAB-FEBRABAN-2017---o-maior-evento-de-Tecnologia-para-o-setor-financeiro-da-America-Latina/41591/. Acesso em 20 abr. 2018.

STWART Tomas A. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1998.

(15)

ANEXO

ROTEIRO PARA ENTREVISTA

IDENTIFICAÇÃO

Nome: ____________________________________________________________________

Função: ___________________________Tempo na empresa: _____________________

1) Quando, e como e porque se decidiu implantar o sistema de compensação de Cheques por imagem na Cooperativa?

2) Descreva detalhadamente como funciona o processo de compensação por imagem.

3) Antes da implantação da compensação de cheques por imagem como acontecia o processo.

4) Que benefícios o sistema de compensação por imagem trouxe para a cooperativa? Existe algum aspecto negativo no processo que deseja citar?

(16)

5) Descreva a importância da tecnologia na compensação de cheques.

6) Acrescente outras informações que considerar relevantes sobre o assunto desta entrevista.

Referências

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