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CONCEITO FINALIDADE CARACTERÍSTICAS FONTES DO PROCESSO

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Academic year: 2021

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CONCEITO – FINALIDADE – CARACTERÍSTICAS – FONTES DO PROCESSO

Conceito, Finalidade, Características, Fontes

Doutrina referência para a nossa aula:

Guilherme NUCCI – Código de Processo Penal Comentado. Norberto AVENA – Processo Penal Esquematizado.

Nestor TÁVORA e Fábio ROQUE – Código de Processo Penal para Concursos. Renato BRASILEIRO de Lima – Manual de Processo Penal.

Frederico MARQUES – Elementos de Direito Processual Penal.

Conceito

Conforme o escólio de José Frederico MARQUES, pode-se conceituar Direito Processual Penal como sendo:

“O conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função jurisdicional e respectivos auxiliares”.

A essência normativa desses princípios e normas está prevista no Código de Processo Penal (CPP). Existe legislação esparsa que também traz regulamen-tação, mas os dispositivos essenciais quanto ao inquérito estão no CPP, que também regulamenta, para além da ação penal, as atividades persecutórias da Polícia Judiciária.

De acordo com os ensinamentos de AVENA:

Basta observar que, se uma pessoa realizar determinada conduta descrita em um tipo penal incriminador, a consequência desta prática será o surgimento para o Estado do poder-dever de aplicar-lhe a sanção correspondente.

O processo ascende na esteira do Estado democrático de Direito como um instrumento de viabilização da aplicação da sanção penal em face da prática de uma infração penal dentro do ordenamento jurídico.

Conclui AVENA: (...)

Aqui surge, então, o processo penal, como instrumento destinado à rea-lização do jus puniendi do Estado e cujo desenvolvimento será regido por um conjunto de normas, preceitos e princípios que compõem o direito processual.

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Em termos conceituais do Processo Penal é necessário compreender o pro-cesso como um meio, um instrumento, uma forma de viabilização da aplicação da lei e uma forma de realização do direito de punir do Estado. O processo não é um fim em si mesmo, não é ensimesmado, umbilical, ele é voltado para o Estado democrático, para o devido processo legal com vistas à proteção da cidadania, não apenas do indivíduo, mas da coletividade.

Finalidade do Direito Processual Penal

Há duas finalidades, ditas como clássicas, do Direito Processual Penal:

1. Finalidade Imediata ou Direta – Fazer valer o direito de punir do Estado (jus puniendi).

No Estado democrático de Direito esta finalidade é levada a efeito conside-rando também a tutela dos direitos fundamentais do cidadão em face do summa

potestas no contexto da persecução criminal.

Para a persecução criminal, existem limites não apenas no sentido de prote-ger e dar segurança a coletividade, mas também de garantir os direitos funda-mentais ao cidadão. Esses limites estão claramente definidos na lei e na Cons-tituição Federal (CF).

2. Finalidade Mediata ou Indireta – Promover proteção da sociedade, da

paz social e a defesa dos interesses da coletividade.

A finalidade mediata ou indireta é igualmente a de promover o equilíbrio do tecido social. Todas as vezes em que um cidadão pratica um ato criminoso essa prática delituosa demanda do Estado uma ação de limitação daquela conduta criminosa, uma resposta para evitar que haja barbárie, que o “homem lobo do homem”, o mais forte contra o mais fraco, não prevaleça. No plano conceitual e jurídico, o Estado apazigua os ânimos e retoma o controle social e proporciona a paz social.

Características do Direito Processual Penal

Podem ser apontadas 3 (três) características básicas do Direito Processual Penal:

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1. Autonomia – O Direito Processual Penal (DPP) não é hierarquicamente subordinado ou inferior ao Direito Penal material e tem seus princípios próprios e regras próprias. É uma ciência autônoma;

2. Instrumentalidade – É instrumento de consecução do Direito Penal material; 3. Normatividade – É uma disciplina normativa, com codificação própria que é o Código de Processo penal (CPP).

O DPP é uma disciplina de essência normativa, uma disciplina que se movi-menta por procedimentos, por atos processuais e esses procedimentos são vin-culados à forma da lei, eles não são levados a termo ao alvedrio das partes, do delegado de polícia, do indiciado ou do juiz. É levado a termos tendo como referência primeira e máxima a lei. O que a lei delimita como sendo a forma da prática dos procedimentos e dos atos.

Fontes do Direito Processual Penal

Diz respeito à origem das normas processuais, que pode ser apreciado sob dois ângulos, gerando, assim, a divisão entre as fontes que são criadoras

(materiais) e as que são de expressão da norma (formais) do processo penal.

Das Fontes Materiais

São as fontes criadoras do direito, também denominadas de fontes de cria-ção ou de producria-ção.

Assim, a fonte material por excelência é o Estado.

No caso do direito processual, o art. 22, I, da Constituição Federal, dispõe que a legislação sobre o assunto compete privativamente à União, que é, por-tanto, a fonte material do processo penal.

O art. 22, parágrafo único, da Carta Magna estabelece que Lei Complementar

(LC) poderá autorizar Estados a legislar sobre matéria processual.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I – direito civil, comercial, penal,processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáu-tico, espacial e do trabalho;

(...)

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo.

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De outro lado, o seu art. 24, IX, ordena que é concorrente a competência da União com os Estados e o Distrito Federal para legislar a respeito de procedi-mentos em matéria de procediprocedi-mentos processuais, aqui encontram-se, por exemplo, as normas de organização judiciária estadual.

As normas de distribuição dos processos, a organização das comarcas, a distribuição dos juízos em razão da matéria estão incluídas nas normas de orga-nização judiciária estadual e são da competência concorrente com a União, os Estados e o Distrito Federal.

Por óbvio, a competência dos Estados membros é residual, no sentido de suprir omissões ou especificar minúcias procedimentais, posto que a legislação estadual não pode contrariar a federal, que lhe é superior.

Ou seja, a fonte material (criadora) das leis processuais é a União e, subsi-diariamente, os Estados e o Distrito Federal.

Das Fontes Formais ou de Cognição

As fontes formais são de revelação (de cognição), e dizem respeito aos meios pelos quais o direito se exterioriza.

Dividem-se em fontes formais imediatas e mediatas.

Das Fontes Formais Imediatas

São as leis em sentido amplo, abrangendo a Lex Excelsa, a legislação infra-constitucional, os tratados, as convenções e as regras de direito internacio-nal aprovados pelo Congresso Nacional.

Das Fontes Formais Mediatas

1) Costumes – Cabedal de práticas sociais reiteradas que são observadas pela sociedade com uma consciência de obrigatoriedade. Os costumes podem ser secundum legem (de acordo com a lei), praeter legem (suprem lacunas da lei) e contra legem (contra a lei), estes últimos tem vedada a aplicação.

Os costumes contra legem não são permitidos no ordenamento jurídico bra-sileiro.

2) Princípios Gerais do Direito – premissas éticas extraídas do ordenamento jurídico. O CPP, no seu art. 3º, ordena expressamente que pode ser suplemen-tado pelos princípios gerais do direito.

Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.

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3) Doutrina – opinião dos estudiosos do Direito sobre temas jurídicos. Mesmo não possuindo força vinculativa, a doutrina exerce forte influência tanto no pro-cesso legislativo, quanto na aplicação da lei.

4) Analogia – Consiste em aplicar a um determinado caso não previsto pela lei o que o legislador aplicou a um outro caso, quando há igualdade de condi-ções. Isso, pois devido à infinidade de casuísticas possíveis, nunca será pos-sível ao ordenamento jurídico estabelecer uma previsão normativa que esgote todas as hipóteses factuais.

Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.

A analogia significa integração do sistema jurídico. O ordenamento jurídico apreciado como sistema supre os eventuais vazios que ascendam no seu con-texto. A analogia tem o condão de fazer com que casos que não tenham discipli-namento sejam disciplinados por outras normas dirigidas a casos de circunstân-cia semelhantes.

5) Jurisprudência – É o entendimento consubstanciado em decisões judi-ciais reiteradas dos Pretórios sobre determinados temas levados aos tribunais para pacificação.

Atenção!

Sobre as Súmulas Vinculantes do STF, com previsão no art. 103-A da Carta Magna:

“O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços de seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei”.

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A Súmula Vinculante disciplina a forma de atuar da administração pública.

A lição de AVENA sobre a Súmula Vinculante, enquanto fonte do Direito Pro-cessual Penal:

“(...) apesar de vinculante, tal ordem de enunciado não possui força de lei,

devendo ser classificado como fonte formal mediata, mesmo porque não emana do Poder Legislativo, apenas retratando a jurisprudência consolidada pela maioria de dois terços (voto de oito Ministros) do STF. Em que pesem as divergências, este último entendimento parece dominante na doutrina”.

A Súmula Vinculante deve ser classificada como uma fonte formal mediata na esteira da jurisprudência.



��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.

Referências

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