UNrVERs1DADE
FEDERAL
DE SANTA CATAR1NA
CURSO DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
o
EMBARGO
ECONÔMICO A
CUBA
Monografia
submetida :ao D.epartament_ode
CiênciasEconômicas
para obtenção _de carga horáriana
disciplinaCNM
5420-
Monografia.Por: Edith de
Almeida
Pinheiro Bastosu
-Orientador: Prof. Dr. Alberto
da
Silva JonesÁrea
de Pesquisa:Economia
Política HPalavras-chave: 1
- Cuba
2- Embargo Econômico
3-
Imperialismo 4-
Neoliberalismo5
-
Protecionismo 6-
Revolução
Cubana
UNIVERSIDADE
FEDE%L
DE SANTA
CATARENÍA
ctraso
DE
oRADUAÇÃo
EM
CÉNCIAS ECONÔMICAS
V
A
Banca
examinadora resolveu atribuir anota6.fl.à
aluna Edith deAlmeida
Pinheiro Bastos, 'matrícula -i`›01071`5é8,'na disciplina'CNM
54deste traballio.
l\) C)
-
Monografia, pela apresentação/ /
Banca
Examinadora:_
_
_ _ _
_
' L' o, a .Silva I ones u E 'esidentesaía/-/(ía-
Prof. Dr.
Antony
Peter MullerMembro
Prof.
Ermes
Tadeu
Zapelinir
À
minha mãe,
Maria
Inês deAlmeida
Sousa,in
memoriam,
grande educadora, pessoa sublime e iluminada
que
nãomediu
esforços na educação dos filhos. Sinto eternas saudades.A
realização deste trabalhonão
seria viávelsem
a cooperação de diversas pessoas,citar todas elas demandaria diversas folhas e
nem
assim teria agradecido a todas deforma
especial
como
todas são,mas
existemalgumas
pessoasque foram
essenciaisna
conclusão daminha
graduação.Portanto, eu agradeço a
Deus
que
me
deu vida, saúde e -perseverança.Agradeço
àminha
mãe, ProfessoraMaria
Inês deAlmeida Sousa
(í.m.), .aquem
dedico
não
somente este trabalhomas
o sucesso que a vidame
reserva.Agradeço
aomeu
pai, FranciscoOder
Pinheiro Bastos, queme
ensinou o perdão eme
mostrou
que todo conhecimento adquirido deve ser usado para obem
de todos.Agradeço
aomeu
companheiro,Marcelo Driemeyer
Wilbert, porme
mostrarque
o amor,
a liberdade, os sonhos, a sabedoria e os sorrisos são graçasque
Deus
nos dá.Agradeço
ao' ProfessorDoutor
Albertoda
Silva Jones porme
ajudar na fase finalda
monografia. \.Agradeço
ao ProfessorDoutor
Ermes
Tadeu
Zapelini e ao ProfessorDoutor
Antony
Peter Mueller pelacomposição
da banca exarninadora, pelas pesquisas e peloenriquecimento acadêmico.
Agradeço
ao ProfessorDoutor
Wagner
Leal Arienti e ProfessorDoutor
RobertoMeurer
porme
compreenderem
nosmomentos
dificeis porque passeino
últimoano
.e portodo impulso aos estudos.
Agradeço
àamiga
Teresinha de Fátima Silva pela atenção, dedicação ecooperação
com
os trabalhos de todos os «acadêmicosna
fase finalda
graduação-
sua colaboração e paciência foram essenciais, poisem
você,não
sei oque
faríamos, muitoAgradeço
aomeu
irmão, Pedro deAlmeida
Pinheiro Bastos, porme
ajudar naspesquisas e
na
leitura préviado
trabalho.Agradeço
àminha
irmã Aglais deAlmeida
Pinheiro Bastos e aomeu
sobrinhoGabriel
Bastos
Goretti, pelas longas pesquisas na Intemet e pela contagiante alegria .nodesenvolvimento
do
trabalho.Agradeço
àminha amiga Angela Mãria Coelho
pelo empréstimodo
materialusado neste trabalho- muito obrigada pelo apartamento e pelo computador!
Agradeço
àminha amiga Vânia
Lins,que
despertouminha coragem
e paciência para concluirminha
graduação.Agradeço
àamiga
Ana
Lira IbanhesKrolm de
Carvalho, Assistentedo
Representante Residentedo
Fundo
Monetário Internacional(FMI) no
Brasil, pelas pesquisas junto às organizações internacionais e junto ao próprioFMI.
V. -
Agradeço
àminha amiga
Karine da Silva, pela ajudana
-formatura e nos últimosmomentos
do
trabalho. AAgradeço
aonovo amigo André Driemeyer
Wilbert pela infinita paciência e poracreditar
no
meu
trabalho-
obrigada pelo apartamento e pelo computador!Agradeço
aosmeus
amigos
Simone
e Valdemir, Simas e Angélica,Márcia
eRodrigo,
Raquel
e Alexandre, tioGumercindo
e tia .Leni (i..m.), P. Anildo e D. Loni,Débora
e Rubens, D. Gecina, William, Guilherme, Jackson, Nelson, Alex, Glória e Geraldo, Antonieta, Danilo, Camila, Mathias, D. Lola, Cíntia, Eunice, Merilyn, Letícia, Graciela, Fabiana, Wanderlei, Richard, Mariléia e Heloína.Agradeço
aos colegas de graduação, aosfuncionários e aos professoresdo
cursode ciências
econômicas
e a todos que tornaram o trabalho possível.“Ó
Deus-Pai, que dais vidaa
todos os seres viventes,abençoai-me
com
Vosso Espírito.Eu
vivo, '-não pelaminha
própria força,mas
pela
Vida de Deus-Pai,que permeia
os céus ea
terra.As
minhas
obras,não
soueu
quem
as realiza,mas a
força de Deus-Pai,que
permeia
os céus ea
terra.Ó
Deus, que Vos manifestastes atravésda
Seicho-No-Iepara
indicar oCaminho
dos céus e
da
terra, protegei-me.”Masaharu
Taniguchi, Ph_ D. (Canto Evocativo de Deus, Sutras Sagradas)Porque minha
mãe
orava todos os dias.RES
UMO
-
Abordando o tema
através
do
materialismo histórico, serão verificadas as sanções políticas,econômicas
e sociais impostas pelosEUA
após aRevolução Cubana
de 1959.Estudando
o processo revolucionário cubano, ahegemonia
estadunidense, a política internae externa norte-americana, o acirramento
do
embargo
através dos presidentes estadunidenses,entender-se-á as saídas adotadas pelo governo cubano, sua parceriacom
aURSS.
após aRevolução
e sua politica externa independente ao longo destes 43 anos.SUMÁRIQ
LISTA
DEQUADROS
... .. 1INTRQDUCÃD
... .. ›._¡ bd 1.2.1 Objetivo Geral ... .. 1.2.2 Objetivos Específicos ... ._ 1 .3 .METODOLOGIA
... . . 1.3.1“Naturezado
Estudo ... ._ 1.3.2 Caracterizaçãodo
Estudo ... .. 1.3.3 População ... ..1.-3.4 Técnica de Coleta de
Dados
... _.1.4
MARCO
TEÓRICQ
... ..3
PoLÍT1CAs
Dos
EUA
E
CUBA
... ..3.1
POLÍTICA
EXTERNA
E
INTERNA
DOS
EUA
... ..3.1.1.Pol-ítica dos
EUA
paraCuba
... .A3.1.1.1
Dwight
D.Eisenhower
... .. 3.1.1.2 John F. Kennedy... ... .. 3.1.1.3Lyndon
B. Johnson ... .. 3.1.1.4 RichardM.
Nixon
... .. 3.1.1.5 Gerald R.Ford
... ._ 3.1.1.6James
E. Carter ... _. 3.1.1.7Ronald
W.
Reagan
... .. 3.1.2 Considerações Gerais ... .. r ~4.1
CUBA
E
A
URSS,
A
PARCERIA APOS
A
REVOLUÇAO
... ._4.2
o
soC1AL1sMo
Pos-sovIÉT1Co
CUEANQ
... ._1.1
PROBLEMÁTICA
... ..oBJET1vos
... ..2
A.REvoLUÇÃo
CUBANA
... ..2,1
REECRMA
AGRÁRÁA E
A
NAC1oNAL1.zAçÃo
DA
TERRA
... ..3.1.1.8 GeorgeW.Bush... ... _.
3.1.1.9 William J. Clinton ... ..
3 .2
POLÍTICA
EXTERNA
INDEPENDENTE
... ..4
o
EMBARGD
ECQNÔMICQ
... ..X
01 O104
04
0.405
05
O5
06
06
07
09
12 15 15 18 18 19 19 1920
20
20
20
21 21 21 2528
33ECONOMICOS
... ..5.1
.BA_LAN.ÇO .DE
.PAGA_MENT.Os
... ..5.2
PRODUTO- 1NTERNO BRUTO,
=cÃMB1_O
OFICIAL
E
CÃMBIO
PARALELO
... _.5.3
BALANÇO
COMERCIAL
... .; ...5.3.1 Importação .de Mercadorias... ... ..
5.3 .2VExpOrta.ção. de Mercadorias ... ._
6
CONCLUSÃO..
... ..REFERÊNQIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... ..BHLIOORAFLA
CONSULTADA
... _.QUADRO
11 - PIB,TAXA
DE CRESCIMENTO
QUADRO
2 -BALANÇO
DE
PAGAIVLENTOS
... ._QUADRO
3 _ PIB,OÁMEIOS
OFICIAL
E
PARALELO
QUADRO
4 _BALANÇA
COMERCIAL
... ..QUADRO
5 _1M1>ORTAÇÃOz
OONTINENTES
... ..QUADRO
ó _nv1PORTAÇÃOzPA1'sEs
... ..f
QUADRO
7
EXPORTAÇAO
cONTn×rENTEs,.
... ..1.1
PROBLEMÁTICA
-Cuba
-erauma
colônia espanholaqueapós.
sua independência ficou exposta àintervenção norte-americana
com
uma
função explícita: a de exportar açúcar aos países autorizados pelos EstadosUnidos
daAmérica (EUA),
servindocomo
.pouso turístico aosfazendeiros exportadores e de outros ricos americanos
-
que
viam na
riqueza desta terraum
meio
deacumulação
de capital- e de base militar ÉGuantánamo.
A
vertente neoliberal,que
é a ideologiaque
.serve àmanutenção da
.ordemestabelecida
(LöWy,1995)
pelosEUA
via naquela Ilha a manifestação de todo o seuinteresse; era
um
«movimento
constante de transferência de riqueza.Cuba
enviava todoo
seu produto ao_s.EUAou
aquem
osEUA
autorizassem a remessa. AA
revoluçãoplanejada por Fidel Castro -Ruz,que
culminou naRevolução
.Cubana de 1959, aprincípio começaria pelaqueda
do
.exércitoformadopor exfcamponeses que
serenderam, pela sobrevivência, ao regime ditatorial imposto por Juan Fulgencio Batista.
Sartre (1960, p_39 e 197) descreveu a relação de dependência entre
Cuba
e osEUA
em
que“Os
norte-americanos semostravam
compreensivos: continuavamfornecendo automóveis e geladeiras,
davam
crédito a todos, e o país se arrastava,_esmagado pelos arranha-céus .e pelos motores”. Visto
que
“os americanoseram donos
dasfontes de-energia, das riquezas. minerais, até de
uma
grande parte das usinas de açúcar, atéde praias de recreio
em
que
construíam casas fabulosas eonde o
pobrecubano não
podia.sequer tomar
banho
de mar.”Mas
como
se libertar disso?Os
espanhóis trouxeram o gado,mas Cuba
produziabasicamente cana-.de-açúcar. Ainda, os cubanos
haviam
seacostumado
.com aquelemodo
de vida, não tinham mais consciência
do
que era democracial.A
superação dessa situaçãoI
“A
democracia
modema
surge quando constituído o Estado nacional - não mais o antigo Estado-cidade -esignificava retirar
o
então presidente Batistado
poder, e assim, fazer a revoluçãocom
aretirada
do
poder norte-americano.Segundo
Sartre (1960), os produtores norte-americanos auxiliados peloprotecionismo aduaneiro,
impunham
os preços e custossem
se importaremcom
os preçosmundiais.
Vendiam
seus produtos manufaturadosem
troca de matérias-primasou
semi-manufaturadas através
de
tarifas preferenciais.Como
Cuba
importava tudo dosEUA
ebasicamente exportava o açúcar produzido, isso
provocou
ao longodo tempo
um
déficitem
SUZIS COIlÍaS.Numa
palavra: os norte-americanos vendiam produtos manufaturadosem
troca de matérias-primas ou semi-manufaturadas. As contas se estabilizavam
em
Washington, mas êsses sábios equilíbrios encobriam cada vez menos a realidade. Havia urna troca incessante de mercadorias, masem
Cuba o dinheiro não aparecia, porque os norte-americanos não davam nada e levavam -tudo; eem
Washington crescia urna cifra negativa: a dívida cubana aumentava sem cessar.(Sartre, 1960, p.38)._
A
lógicado
imperialismoz imposta pelosEUA
eque
afligiasem
cessar a vidacubana
é a -“opressãoeconômica
[que] criano
oprimido necessidadesque somente o
opressor
pode
satisfazer.” (Sartre, 1960, p.36), essa opressão fezcom
que
oscubanos
desesperançados,
assumissem
esse jugosem
reclamar; eis a lógica capitalista,,_imperiali~sta..Com
a revolução, Fidel Castro tornou-se primeiro-ministro.Prometeu
eleiçõesem
um
ano
emeio
e seu regimepromoveu
a reforma agrária e a nacionalizaçãode
empresas estrangeiras. Milhares de cubanos ,deixaram or país. e,com
ochoque
entre as reformas impostas e os interesses dosEUA,
ocorreu 0rompimento
das relações diplomáticas entre os dois paísesem
janeiro de 1961, sendoque
a tensão cresceuem
abrildo
mesmo
anoquando
ocorreu -uma invasãona
Baía dos Porcos,numa
tentativa frustradados
EUA
de derrubar o governo revolucionário,orgânico e no seu desenvolvimento histórico, mas prevalece a idéia do povo na totalidade dos cidadãos que o
integram, considerados individualmente. Dai resulta o sufrágio universal igualitário como expressão da
vontade geral. (...) Assim, a democracia deixa de ser simplesmente
um
sistema optativo para a constituição do poder público ~ por via eleitoral -, como era, na sua forma clássica, entre os antigos, e toma-seum
processo obrigatório, considerado o único que pode dar legitimidade ao governo.” (Sousa, J.P.G et al, 1998,
n.157
2 Segundo Lênin (1985), podemos conceituar o imperialismo como a concentração da produção e do capital
levando ao monopólio, junção do capital bancário
com
capital industrial tornando-se “capital financeiro usado por oligarquias.E
também como a união de monopolistas internacionais que pretendem dividir o mundo entre si, ou seja, imperialismo é a fase do capitalismoem
que ao temnnar a divisão dos tenitórios,uma
nova divisãoobriga os capitalistas alarrçaremfise por territórios sejam estes quais forem, e que a rivalidade errtreas potênciasem
busca da hegemonia é sua essência.Em
dezembro do
mesmo
ano, Fidel anunciaque o
EstadoCubano
aderira à. linha marxistafleninista e por isso, osEUA
decretamem
1962
a suspensãodo
comércio edo
crédito entreEUA
eCuba
como
forma
de pressãoeconômica
e politica à Ilha, sendo entãoexpulsa
da
Organização dos Estados Americanos.(OEA).
Em
outubro de 1962,quando
é descoberta a instalação de mísseis .nucleares soviéticos na-Ilha, o governo dosEUA
arrisca-senuma
manobra que
poderia terprovocado
uma
guerra nuclear ao decretaro
bloqueio naval a Cuba. Assim, consegueda União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas(URSS)
a retirada dos mísseis e a partir de 1965,Havana, sob a orientação de Fidel, passa a incentivar todo tipo de
movimento
revolucionário de esquerda na
América
Latina eem
outras partesdo
mundo.
u
O
embargo econômico
fezcom-que
crescesse a pressãodos
EUA
paraque
outrospaíses interrompessem
o
comérciocom
a Ilha. Então,Cuba
inseriu.-seno mercado
comum
do Bloco
Socialistacom
tratamento especial, .exportando açúcar .e importando petróleo,ambos
subsidiados. Isso mostra que a situação cubanamodificou-se
poucoj após. o embargo, somente passandodo
modo
deprodução
capitalista parao
modo
de produção
socialista, saindo da dependência estadunidensezpara a soviética.O
país entrouem
crisecom
a dissolução daURSS
em
1991 e mediante a recusacubana
em
aderir ao regime. estadunidense, intensificou-se oembargo
em
1992.Sem
o_petróleo soviético e
com
as exportaçõesem
declínio,o
governo iniciao
racionamentode
combustível, de energia e de alimentos, estimulando investimentos externos e
o
turismo,.
A
partir de 1995, diversos setores (hoteleiro, construção civil-, agropecuário) sãobeneficiados
com
a ampliaçãoda
participação de capital externo, excetuando-se os setoresde defesa, saúde e educação.
O
regime politicotambém
não se altera, e a crise provoca amigração de cubanos
em
direção àMiami.
Com
isso, ogovemo
dosEUA
anula a Lei Helms-Burton3que
beneficiavao
refugiadoque
era encontrado na costa norte-americana,devolvendo-o a
Cuba
em
troca da concessão de20
mil vistos de saída por ano.3
Lei que dificulta a vida de empresas estrangeiras que investem
em
Cuba, impedindo seus dirigentes ou familiares de obter visto de entrada nosEUA,
abram negócios, além de outras medidas para fortalecimentoPor .conta
do
embargo,Cuba
não faz parte da~Associação Latino-Americana deIntegração (Aladi).
A
resposta brasileira. dada pelo então. Ministro. das Relações Exteriores,Sr. Luiz Felipe
Lampreia
éque
é .condenável .a “aplicação unilateral,com
fins
políticos,de
sanções de natureza
econômica
e comercial.” (Lampreia, 1999, p.238).A
questão éque
seos
EUA
sabem que
mesmo
sem
o
embargo, Cuba. corre o risco de falir, e seo
caso é politico, visto que. a população apóia seu-. governante e. osEUA
não apóiam o
sistema(socialista-comunista) por
que
então continuarcom
o
embargo econômico?
1.2
OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Abordar
historicamente a atuação. dosEUA
a respeitoda
sanção zpolítica- econômica-social imposta ao governo cubano desde a revolução.1.2.2. Objetivos Específicos
Analisar historicamente o processo revolucionário cubano,Ja
hegemonia
norte-americana,
o
.protecionismo e a restriçãoeconômica
comercial imposta a Cuba; as saídasadotadas pelo
govemo
cubano' às sanções impostas pelo neoliberalismo dosEUA;
e a situação deCuba
após ofim
do
apoioda
extintaURSS.
1.3
METODOLOGIA
Apresenta-se
em
seqüência, a naturezado
estudo, sua caracterização, população e técnica de coleta de dados.1.3-1 Natureza
do
EstudoA
problemática desse estudo está relacionada aoembargo econômico
impostopelos
EUA
desde a épocada
revolução.Tendo
em
vista-o problema, aabordagem
seráqualitativa, sendo a forma mais adequada para entender a natureza
do fenômeno
político-econômico-social na Ilha. Esse tipo de estudo, .a
forma
qualitativa, .pode descrever acomplexidade
do
embargo
econômico, analisar a 'interaçãodo
problema entretas variáveis,compreender
e classificaro
processoemque
,a Ilhacubana
inseriu-se, _e possibilitaro
entendimento das particularidades dos indivíduos- envolvidos nesse
processo-
EUA
eCuba.
1.3.2 Caracterização
do
EstudoObservando-se o' objetivo
do
presente estudo, omesmo
caracteriza-secomo
descritivo e avaliativc.Descritivo, pois descreverá a realidade assim
como
ela é ev assimcomo
se deu,com
relação à rupturado
relacionamento entreCuba
e osEUA
ea
imposiçãodo
bloqueio econômico, garantindo. aosEUA
ahegemoniado
sistema capitalista liberal democrático.Avaliativo, pois
com
-o resultado -obtido seguir-se-áuma
formulação crítica,um
estudode
caso, analisandoo
mesmo
pormeio
dos impactos causadosem
Cuba
peloestrutura sensível Ye sólida para
uma
critica acerca de questões fundamentaiscomo
_odireito, - a ética e
, a_ liberdade.
1.3.3 População
A
populaçãodo
estudo será constituída porCuba
e sua situação política eeconômica
após oembargo
econômico. ç1.3.4 Técnica de Coleta de
Dados
A
técnica de coleta- de dados se darácom
a análise documental através de dadossecundários.
Documentos
internosdo
Ministério das Relações Exteriores Brasileiro, oArquivo
Históricodo
Itamaraty, relativos aos anos' 50, e ,60 pesquisados pelo .cientistapolítico
Luiz
-Alberto«Moniz
-Bandeira ezdocumentos-
cubanos e norte-americanospesquisados pelo professor
Heinz
Dieterich Steffan e relatos dados por jornalistas e filósofosna
épocada
revolução e após o embargo.Para
melhor compreensão
a respeitodo embargo econômico
sobre Cuba, buscou-se dados
macroeconômicos
abrangendo os anos de 1959_a 2000; Entretanto, dentro das organizações pesquisadasnão
foi possível obter a totalidade das informações,ou
porque
não
existemou
porquenão
são fornecidas. Dentre os sites pesquisados, cita-seo
dasNações
Unidas, o çoficialdo
governo cubano, o daCâmara
deComércio
de Cuba, o.do
Departamento
de Estado Noite Americano, oda Agência
Central de Inteligência dosEUA
(CIA), o
da Agência
de Informação Nacional deCuba
(AIN),o do
Ministério das Finançase Preços de Cuba,
o do
Ministério das Relações Exteriores de Cuba, os dos jornaisThe
New
York
T
ímes(EUA),
The. Washingíon Post(EUA),
Le
Monde
(França),Granma
(oficial de Cuba),
um
especializadono
bloqueio (cubavsbloqueo),o
daComissão
Econômica
para aAmérica
Latina(CEPAL),
odo
F1\/II, odo
Banco
Mundial, e deuma
revista brasileira, a CarosAmigos.
Além
de visitas feitas pessoalmente àEmbaixada
de
1.4
MARCO
TEÓRICO
A
fundamentação teórica deste estudo de caso dar-se-á através de interpretaçãodo
historicismo marxista,ou
seja,do
materialismo histórico,onde
pressupõe-seque
todoconhecimento
emesmo
a própria interpretação da realidade social estão relacionados,de
forma
diretaou
não, auma
perspectiva socialmente determinada,em
que
as teorias,doutrinas e interpretações -da realidade 'têm
que
ser vistas pormeio
de sua limitaçãohistórica.
Para
entender oembargo econômico
imposto à Ilhacubana
é preciso entendero
contexto politico-econômico-social
em
que
os cubanos se submeteram. Afinal, “é a história social seeconômica
que nosdáa
chave paracompreender
essas transformações profundasque
sederam
na história, na ideologiaou
na utopia (___) sejamesmo
da
ciência social,econômica
ou
política.”(Löwy,
1995., p. 16).Outro passo a ser
dado
.para fundamentar teoricamente este estudo de caso, é aanálise dialética das contradições.
A
partirdo
momento
em
que
desenvolve-seum
processo de conhecimentoou
mesmo
uma
transformação, écerto
-surgirem pontos de vista diferentes,ou
seja, surgemdivergências, concepções distintasno meio
daqueles quetêm
amesma
visão demundo.
Isto é assim porque aprópria realidade estáem
transformação.Desde que se coloque
uma
tentativa de conhecer a realidade,uma
tentativa de agir sobre a realidade, vão -aparecer pontos de vista diferentes, não se trata necessariamente deuma
divergência resultante de influência da burguesia, ou da burocracia, simplesmente podem ser divergências necessárias, inevitáveis, que fazem
mesmo
parte do processo da teoria e da prática,eda relação dialética entre teoria e prática. 1995, p. 109).
Quando
existem dificuldades criadas pelas relações de produção atrasandoo
desenvolvimento das forças produtivas, são geradas condições parauma
revolução social,criando novas relações sociais
de
produção, assim como. deu,-seem
Cuba
após aRevolução
e
que
será abordado ao longodo
trabalho.Vale
lembrar que KarlMarx,
ao escreverO
Capital, criouo
materialismohistórico, desenvolvendo conceitos dos
modos
de produção e daformação
social tratandodeterminantes,
da
gênese, da transição e da *sucessão deum
modo
ao outro,em
que
o ser social (a população cubana). determinou a consciência social (não desejando mais viver sob.o american
way
of
life) através da atividade produtiva, das formascomo
oshomens
relacionam-se por
meio do
trabalho (cooperativas, reforma agrária), -onde o alicerceda
sociedade
cubana
foi construído.O
materialismo histórico mostraque
as revoluçõesnão são resultado da açãode
grandes personalidades.No
caso daRevolução
Cubana, esta não foi feita porum
homem
só (Fidel)
mas
por outros ecom
eles, a participação das massas trabalhadoras,ou
seja, os camponeses. Entretanto, ao longo dos anos Fidel Castro passou a governarCuba
pormeio
deum
sistema de partido únicocom
poderes ditatorias,tomandozse
o lídermáximo
edistribuindo à sua maneira os recursos disponiveis entre a população.
It is not the Communist Party or any other group but Castro himself who is the glue that holds the parts of the _-Cuban .system together.
He
is the incarnation .ofMax
Weber 's ideal type ofa charismatic leader, able to negate all aspectsof reality outside of his own vision and capable of. .imposinghis view upon his followers. (Mueller, 2002, «p.2.)4
O
modo
de produção capitalista seriao últimomodo
de.produção_ baseado naexistência-de classes. (proletariado, burguesia). e das contradições ex~is_tentes (dominado, dominante) entre elas.
A
passagem do
modo
de produção capitalista para o socialista seriaobra
do
proletariadoque
instalaría-seno
.poder .edificandouma
sociedade baseadana
propriedade coletiva dos meios de produção.
Ao
longodo
trabalhoveremos que
ogovemo
revolucionário instaurou
o
modo
de produção socialista por causa das pressões feitas pelamaior sociedade capitalista
do
mundo:
osEUA.
Será visto
também, que
apesar dasmudanças
após ofim
do Bloco
Socialista,Cuba
continua a apoiar-seem uma
economia
centralizada sustentando que a causa de seusproblemas
não
é a ineficiência de sua. administração ao longo dos anos, e. sim,que
oembargo
dificulta sua modernização.4 Não é o Partido Comunista
nem
qualquer outro grupo mas o próprio Castro que é a cola que segura junto as partes do sistema cubano. Ele é a encamação do tipo ideal de
um
líder carismático deMax
Weber, apto a negar todos os aspectos da realidade fora da sua própria visão e capaz de impor sua visão sobre seus seguidores. (Tradução livre)A
primeira guenfa pela independênciacubana
inicia-seem
1868 epermanece
por dez anos.A
segunda ocorreem
1885 e .foi liderada pelo poeta e jornalista .José Martí,que
morre
em
uma
emboscada quando
combatia tropasda
Espanha. Martí teve a' oportunidade.de presenciar a
passagem
do
capitalismo pré-monopolista parao
monopolista, imperialista,do
qual foium
dos primeiros adversários.A
Espanha
deixa a Ilha.em
1899 e osEUA
mantêm
seus militaresem
Cuba
(aomesmo
tempo
em
que
foi elaborada .a Constituição cubana) até a independênciaem
1902,contudo, ainda
permanece
uma
base navalem
Guantánamo
e o poder de intervir nosassuntos internos até 1934, mostrando claramente a política imperialista- estadunidense, garantindo 0 controle da
economia
cubana..O
processo dedominação econômica
deCuba
pelos
EUA
desenvolveuése atéo
começo
do
século -passado, acelerando-se eespecializando-se de acordo
com
o plano estadunidense,que
objetivava a anexaçãos deCuba
monopolizando
a produção açucareira e estrangulando o desenvolvimentoeconômico
independenteda
Ilha, reduzindo-a a mero'-“abastecedor deuma
matéria-prima aum
só mercado.” (Fernandes, 1979, p.45)Em
1933,um
movimento
populista colocano
governoRamón
Grau
San Martin, :que inicia várias reformas .apoiadas pela ,esquerdado
paísque procuravam
atender ascamadas
mais pobres.Porém,
San. Martinnão
manteve-se por muitotempo no
poder.Batista,
como
*Chefe ,do EstadoMaior
das ForçasArmadas
forçou-o a retirar-se.Com
sucessivas presidências
em
um
curto espaço de tempo, sabia-seque
o poder pertencia aBatista, que aproveitando-se
da
insatisfação populartoma
o
poderem
1944.Em
-1952,lidera
um
golpe de estado eimpõe
a ditadura. Nela, Batista atrai investimentos norte-americanos,
que
beneficiamuma
pequena
parteda
população, fazendocom
que cresça a oposição aogovemo
e rebeldes liderados por Fidel Castroataquem
o quartel deLa
Mcncada,
em
1953-
fato .que combinará. ação política rebeldecom
militar organizada.5 “o anexionismo define-se
como tuna tendência constante, nos Estados Unidos, desde o início do século” (Fernandes, 1979, p.39)
Todavia., Fidel _é preso e condena.do a 15 anos de prisão pela primeira tentativa. de
derrubar a ditadura de Batista
-
na prisãofundou o
Movimento
26
de Julho (M-26-7) - eao
ter
cumprido
apenas20 meses
é beneficiado pela anistia eem
maio
de 1955, é libertado eexila-se
no
México
reorganizando a revolta.Ao
retomar, instala-secom
seu grupo rebeldena Sierra Maestra,
onde
sua luta chega aofim
em
O1 de janeiro de.1959 aotomar
Havana.Como uma
metrópole, osEUA
abasteciamCuba
com
bensdeconsumo,
duráveis,produtos semi-manufaturados, alimentos, crédito, petróleo..
Cuba
por sua vez, enviava .sua produção açucareiracom
tarifas preferenciais negociadascom
osEUA.
Ainda, “[e]ssenovo
colonialismo não passava peladominação
centralizada aos níveis econômico, culturale político. Ele se fundava
em
controles indiretos, criados pelosmecanismos
demercado
edo
desenvolvimento capitalistaou
pelosdinamismos da
incorporação eda
satelização.Desse
ângulo,Cuba
foi convertidaem
apêndice segmentar e especializado dos Estados Unidos.” (Fernandes, 1979., ,p.42)Deve-se levar
em
consideraçãoque
opensamento
nacionalista e universalde
Martíimpregnou
os conteúdos ideológicosdo
processo revolucionário que triunfouna
Revolução
de 1959, eque
estáem
pé de -igualdadecom
outros pensadores revolucionáriosclássicos.
E
unindo-se à .frustração 'da revolução de 1933., a revolta provocada pela .ditadura de Batista,o
anti-imperialismo, fezcom
que
fossem geradas condições .históricasque
favoreceram osmovimentos
contrários àordem
social e neocolonialó vigentes, fazendocom
que
aRevolução
Cubana
se tornasseuma
revolução de todas as classes, atendendo asclasses possuidoras de riqueza e
o
proletariado, trazendo a idéiade
uma
ordem
socialtotalmente
nova
e socialista.i
Portanto, entende-se
que
a substância democrática e popular daRevolução
Cubana
era exercida pelo ideário nacionalista e patriótico, provinda da estruturarevolucionária
que
pretendia a neutralização dadominação extema ou
mesmo
seu fim. Jáque
os interesses estadunidenses.amparavam-seno
poderio militar, diplomático e politico6; “Conjunto _de relações econômicas, políticas e culturais que mantém grande número de ex-colônias da
Africa e da Ásia dependentes de suas ex-metrópoles ou de outras nações industrializadas.
O
termo passou a ser usado depois da Segunda Guerra Mundial, quando se intensificou o processo de descolonização da África, mas é empregado também para caracterizar os laços de subordinação econômica do conjunto depaíses da África, Asia e América Latina
em
relação aos paises ricos. Nesse aspecto, a questão doneocolonialismo liga-se ao do subdesenvolvimento e ao processo inteniacional de divisão social do trabalho, que coloca
em
nível de desigualdade os países dos hemisférios norte e sul.” (Sandroni, 2002, p.421)satelitizando
Cuba
e privando-a de qualquer soberania. Contudo, ofim
da.ordem
anteriormente vigente, deu-se
com
a constituição 'do governo revolucionário, após ossetores liberais burgmeses tentarem destruir a revolução de dentro
do
governo e- os contra-revolucionários aliarem-se aos imperia.listas
~
como
ocorreu na tentativa de invasãona
Baíados
Tãorcos.Com
o sucesso da revolução - ajudada principalmente pelos camponeses,que
faziam .aquilo
que
os rebeldes não poderiam fazer,como
vigiar o inimigo, levar e trazerinformações
sem
despertar suspeitas - os revolucionários deveriam buscar sua natureza,profundidade histórica e
rumo
político. .Sem isso, a revolução estancarianum
patamar
burguês, nacional-democrático,
tomando rumos
capitalistas,mas
sabia-se que issonão
erapossível, pois
uma
revoluçãodo povo
e pelopovo
esmagaria a .bur.guesia, estrangeiraou
mesmo
nacional, visto que. para libertar a nação e criarum
estado democrático verdadeiro, a revolução deveria ser anticapitalista. 'Então, a partir
da RevoluçãoVCubana
de 1-959,o modelo
de educação e saúde implantado pelos revolucionários» elevou o padrão de vidada
população.Os
setoresda
educação e saúde passaram inteiramente a~-ser-gratuitos e de responsabilidadedo
Estado. Tal 'gratuidadecompreendia
na obrigatoriedade de concluir até o 6° grau escolar, naalimentação e
no
material escolar necessários,O
Ministérioda Educação
em
1966 instituiuuma
escola secundária nazona
rural na provínciade Matanzas
em
que
os .estudantesdedicavam
meio
período às aulas emeio
período ao trabalhono campo,
notou-seno
fim
do
primeiro ,ano
que
o
rendimento nessa escola era superioràsrsecundárias urbanas.Quanto
à saúde,no
começo
da revolução, o setor enfrentava dificuldades, pois atéo
fim
de 1960
ametade dos
médicos asilou-se nosEUA.
O
serviço médico, sua indústria e os medicamentos,tomaram-se
de inteira responsabilidadedo
Estado, iniciando ›uma
campanha
de incentivo ao estudo da medicina entre os jovens enquantoo
Ministérioda
Educação
reestruturava os cursos nas faculdades.Mas
o
que deve ser levadoem
conta éque
a -revoluçãonão
foi imposta porum
fator alheio a realidade internado
país, sendo conseqüência de suas contradições, deuma
luta de séculos. Afinal, “[a] revolução socialista precisou atacar múltiplas causas,.que seopunham
à. sua existência e à sua vitória;e foi
com
muitodenodo
ecom
muitoamor
que os cubanos lograram obter o conjunto de.mínimos
econômicos, sociais, culturais, políticos e militaresque permitem
iniciar aorganização das forças produtivas e da sociedade
em
bases socialistas.” (Fernandes, 1979,p.98)
u
Entretanto, ao tratar-se da
economia
edo
desenvolvimentodo
país,Emesto
Che
Guevara
acreditavaque
uma
economia
descentralizada .poderia reforçar os objetivosda
revolução.
Com
o tempo, e opouco
investimentoque
aURSS
posteriormente daria, aindustrialização
cubana
foi afastada.|-u-I
Fã
2.
FORMA
AGRÁRIA
E
A
NACIONALIZAÇÃO
DA
TERRA
O
Movimento
.26de
Julho e -aRevolução
Cubana
contribuíram .para amodificação da Visão dos problemas,
com
isso,o
exército rebelde transformou a revoluçãocubana
em uma
revolução socialista, eno
centro, .areforma .agrár.ia_Mas
não
uma
reforma qualquer, jáque
uma
reforma agrária éuma
medida
revolucionária, poisrompe
o
equilíbriodo
poder político, expropriando latifúndios» e tornando-os .acessíveis ao povo. “Assim,o
ano de 1961compele o
governorevolucionário a defrontar-secom
o
novo
salto histórico,que
devia serdado
na direçãodo
planejamento social.” (Fernandes, 1979, p. 106)Portanto, a reforma agrária tornou-se a principal
meta
da revolução equando
esta triunfou,o
governo -revolucionáriotomou
medidas
radicaisem
se tratando de reformas econômicas, sociais e políticas. Tais medidasculminaram
na Primeira Lei deReforma
Agrária de 17 de
maio
de 1959,na
Lei de Nacionalização -de Vinte e SeisEmpresas
Norte-Americanas
de06
de agosto de 1960, na Lei de Nacionalização Geral de 13 de outubrode
1960,
na-Reforma
Urbana
de 14de
outubro de 1960, na Lei de Nacionalização do Ensino deO6
de junho de 1961 e naSegunda
Lei deReforma
Agráriade
03 de outubro de 1963.A
Lei de 17 demaio
de 1959 trouxe importância ao desenvolvimento .econômico e àl erradicação da miséria (ou pelomenos
a sua socialização),combatendo
os latifúndios, distribuindo as terras entre a população agrícola e por conseqüência,aumentando
os postosde trabalho,
melhorando
os sistemas sanitário, educacional e econômico. Estimulava tanto a iniciativa privada quanto ospequenos
colonos, as cooperativas agrícolas e nacionalizava.Estas leis
que foram
criadascomo
forma
de solucionar oproblema
de
subdesenvolvimento, transformaram o. país estatizando os latifúndios, as açucareiras
estrangeira.s e as indústrias.
Os
EUA
não
acolheramcom
simpatia estas leis, enviando notadiplomática lamentando
que
o
governo revolucionárionão
tenha reservado espaço paraque
os proprietários das tenas, indústrias -e -empresas manifestassem seus interesses.A
população passou a ser
dona
das casasem
que moravam, nasceram
as granjas e .cooperativas .agrícolas estatais, energia elétrica ~e telefonia passaram ao controle estatal,construíram-se escolas e casas.
Os
efeitos de longo prazo elevaramo
antagonismo dasclasses,
aumentando
a autodefesa cubana edando
projeção à reforma agrária.Em
pouco
tempo, aindano
iníciodo
governo revolucionário,o
Estado passou ainteressar-se pelas terras
que
alguns colonos receberamna
reforma agrária,comprando
então, tais terras de volta. Pela venda- 0 colono recebiaum
pagamento
através de prestações mensais, recebiaemprego
e casa própriano
plano agropecuário a ser instalado nas terrasque
vendeu
para o Estado.Quando
a reforma agrária foi planejada, pensava-seem
justiça social,que nada
mais era -que a redistribuição das terras, a criação deum
mercado
e a diversificaçãoda
agricultura, visando
sempre o
interesse popular.O
planejamento da refonna agrária criou oInstituto Nacional de
Reforma
Agrária(INRA),
as cooperativas agrárias~
que
eram
administradas pelo
INRA
e constituídas por colonos e trabalhadores agrícolas-
e as zonas de desenvolvimento agrário ~-meio
facilitador de realização da reforma agrária.Transformar os latifiândios
em
cooperativas permitia a conservação das técnicas da grandeempresa
agrícola facilitando asmudanças
concentradase
aceleradas na agricultura etambém,
ilustra a total rupturacom
o
passado neocolonial, sendo sua principalpreocupação a eficácia econômica, visando a diferenciação
na
produção, seuaumento
eo
incrementodo
excedente econômico, visandoo
bem-estar coletivocom
o objetivo deconquistar divisas
no mercado
intemacional.A
intenção de prejudicar a revolução pelos grandes criadores de gado, grandesprodutores de açúcar e
do
Congresso norte-americanono
início -da década -de 1960 forçouo
governo revolucionário aoconfisco
das terras das centrais açucareiras e de propriedadespolíticas
econômicas
agressivasque
neutralizassem sócio-econômica e .politicamente acontra-revolução (Leis n°S 851 e
890
e a 2” Leida
Reforma
Agrária de 13 de outubrode
1963), transformando a reforma agrária
em
uma
dasmais
completas experiências desocialização da agricultura
na
história moderna,segundo
Florestan Fernandes (1979).Entretanto, havia
uma
contradição entreo
desenvolvimento econômico, aexperiência socialista se .as perspectivas de crescimento das cooperativas, visto
que
necessidades políticas e. econômicas voltavam-se para a centralização estatal.
A
industrialização
cubana
em
ritmo acelerado e o fracassoda
safrade 1970
levaramCuba
auma
experiêncianão
bem
sucedida, para implantar omodo
socialista de produção,Cuba
deveria tomar-se primeiramente
uma
economia
agrícola,mostrando
aopovo
que existemsacriñcios de curto e longo prazos para efetivar as potencialidades econômicas de
um
paísque
viveu durante séculosem
regime de d_omin_aç_ão imperialista.A
socialização da agricultura encerrou, esse ciclocom
a safra de 1970,começando
outro .que ,possivelmente terminará.
com
,as .deficiências ,que__não são formas ,socialistasde
produção
ezque. surgiram das tensões aque
ostrabalhadores e a própria agriculturaforam
submetidos para
que
a baseeconômica
erguida sob ao «socialismo obtivesse sucesso.Graças à sociabilidade comunitária as vantagens relativas
da Revolução
Cubana
-
mobilização
de
recursos materiais ehumanos,
centralização ecoordenação
globalizadasz-alcançaram seu auge através
do
contexto histórico e políticoda
revolução. Tal fatomostrou
3.1
POLÍTICA
EXTERNA
E
INTERNA
Dos
EUA
Os
EUA
são a única naçãocom
interesses econômicos, políticos e militaresem
todo
o mundo,
inclusiveno
espaço.Como
a maior estruturahegemônica do
mundo,
podemos
entender os objetivos de sua política externa ecompreender
.o cenário mundial atravésda
evolução da história a partirda
Segunda
Guerra Mundial.Sua hegemonia
(militar, ideológica, política e econômica)no
pós-guerra eraincontestável, inclusive superior a
do Bloco
Socialista. Forças militares norte-americanasocupavam
.aEuropa
Ocidental eo
Japão, .controlando os espaços aéreos .e oceânicos.Enquanto
oVelho
Mundo
recuperava-se dos sofrimentos e mazelas causados pela guerra,os
EUA_não
..pr._ecisavam recuperar sua economia, e a quantidadede
.perdashumanas
eram
infimas
frente às perclaseuropéias e asiáticas.Além
disso, osEUA
detinhamo monopólio
da
bomba
atômica,demonstrando
a intenção de .usá-la.Com
mais de60%
da
produção mundial ecom
mais de50%
das reservas de ouro,os
EUA
conseguiam
mobilizar política e ideologicamente grande partedo mundo.
Ao
vencerem o
avanço nazi-fascista, os norte-americanos reforçaram a visão deque
a maneira,democrática estad_unidense_de viver era ideal, acreditam na sua capacidade de reformar
o
mundo
de acordocom
sua posição ideológica.Aspectos demográficos, históricos, .geográficos,
econômicos
-e políticosintrínsecos à sociedade norte-americana
infiuenciam
e estabelecem as diretrizes de suapolítica externa.
A
distânciaque
existe fisicamente entre osEUA
e outras potências mundiaisproporcionou aos norte-americanos o sentimento de .que seu pais era
uma
“fortalezamilitarmente inexpugnável” (Guimarães, 1999, p. 75), juntamente
com
o nível educacionalde sua população, as condições elevadas de saúde,
o
nível ,de produtividade, a_ capacidadeem
pontos estratégicos, a mobilidade social, a capacidade de movimentar-se pelo país,.objetivando
uma
sociedade democrática pretendente à terra das oportunidades e liberdades,baseada
num
sistema eleitoralcom
interesses distritais, trouxeram dinâmica demercado
com
baixaou
nenhuma
dependência Vextema,dando
base tanto estrutural quantoconjuntural para
que
a política interna determinasse a políticaextema
estadunidense.É
necessário reconhecerque
os norte-americanos são organizados sob a estratégiaideológica
que
sua sociedadetem
de simesma em
relação a outros povos.Com
um
breveresumo
das estratégias norte-americanas a partirda Segunda
Guerra Mundial,poderemos
entender porque os
EUA
sãoamaior
potência-hegemônica no
mundo
equando
algumas
dessas estratégias
foram
transpostas.Segundo Guimarães
(1999), sobre a estratégia militar estadunidensepodemos
dizerque
osEUA
procuram
impediro
.renascimentodo
nazi-fas.cismo;e das ocupaçõesmilitares japonesas; impedir
que
surja qualquer potência militar capaz de contestar e gerarconflitos corn .a
hegemonia
estadunidense; .mantero
território norte-americanointransponível para os inimigos (tra.nsposta pelo atentado terroristade 11 de setembro); proteger seus interesses
em
países subdesenvolvidos eem
desenvolvimento (se necessário pelo usoda
força) para- assegurar, principalmente, seu abastecimento de petróleo(Sadam
Husseim); ser capazes
de
intervir militarmente em-.qualquer lugardo
-mundo rapidamente;conter o avanço comunista (fim
do Bloco
Socialistano
inícioda
década de 1990); possuir edesenvolver alta _tecnologia
em
armamentos que
substituam o uso-de força convencional; ereduzir eventuais perdas
humanas
norte-americanasem
combates.De
acordocom
Guimarães
(1999), .a respeito .daestratégia política estadunidensepodemos
dizerque
osEUA
procuram
estabeleceruma
organização política internacional(Organização das
Nações Unidas
-ONU),
de esfera mundial,que
garanta o direitode
veto estadunidenseem
suas decisões, prevalecendo a opiniãodo
governo norte-americano sobre.qualquer resolução internacional; estabelecer -a permanência de governos
em
outros paísesque assegurem e legitimem os interesses (políticos e econômicos) noite-americanos; estimular
movimentos
políticos contrários aos governos opositores à. políticaAinda
de acordocom
Guimarães
.(1999), a ,respeitoda
estratégiaeconômica
estadunidense
podemos
dizerque
osEUA
procuram
estabelecerum
sistemaeconômico
internacional
que
assegureo
livre comércio de bens, .serviços e capital; proteger naeconomia
norte-americanada
competição estrangeira (protecionismo-
a questãodo
açoem
-2001-2002); influenciar outros Estados a adotarnormas
e instituições políticas e'econômicas da
mesma
linha ideológica estadunidense; assegurar o acesso às fontesde
matérias-primas para .fomentar a*
economia
norte-americana; assegurar a liberdade dasempresas norte-americanas
em
outros países; e impedir .a transferência de tecnologia a0l..1ÍI`aS IlâÇO6S.
No
que refere-se à estratégia ideológica estadunidensecomo
Guimarães
(1999) afirma,podemos
dizerque
osEUA
procuram
assegurar a implantaçãodo american
way
of
life
em
todas as regiõesdo
mundo,
divulgar sua ideologia através da elitede
outros países;assegurar o, controle estadunidense _-em órgãos internacionais; assegurar
que
o .modelosocialista esta sendo banido das sociedades; e assegurar da divulgação mundial
do modelo
democrático, étnico, social, religioso e
econômico
zdosEUA_:como,
sendodo
ideáriohumano.
»
Para seu próprio povo, os dirigentes norte-americanos aplicam
em
sua política interna eextema
tanto a .realpolitík-
“anoção
deque
.as relações entre os estadosdeterminam-se pelo poder bruto e de que
ospoderosos
prevalecerão” (Kissinger, 1999,p. 1 10)
-
quanto a total democracia..Quanto
ao avanço comunista, osEUA
tiveramque
rever este aspecto de sua política, pois não viam-.se maiscomo
protetoresdo
anticomunismo, visto .queo
movimento
comunista internacional, após o desaparecimento
do Bloco
Socialistano
início dos anos1990, já não era considerado
uma
ameaça
e suas intervenções militares não maisjustificavam-se. Portanto, os
EUA
não
precisavam mais manter relaçõescom
ditaduras,aumentando
sua liderança moralno
mundo,
jáque
consideram-seo
país das oportunidades,3.1.1 .Política dos
EUA
para Cuba.O
imperialismo estadunidense pretendiacom
Cuba
maisque
uma
expansão territorial,mas
a 'manutenção de sua política intervencionista.Os
EUA
apoiavam
governos ditatoriais latino-americanoscomo
o de Batista,que
empregavam
a violência contra suaprópria população, pois
não
encontravam imoralidadealguma no
fato, “porque -os comunistas são traidores”(Chomsky, 1998, p.57).A
.política dosEUA
paraCuba
tem
como
objetivos principais, legitimar suapolítica externa para que a Ilha, e outros países latino-americanos
possam
contarcom
aboa
governançalestadunidense,
em
que
possam
'manter regimes democráticosou
não, sob sua liderança hegemônica.Não
importa se Fidel Castro 'étum
ditadorou
não, se governabem
ou mal
o seu país, para «osEUA
-importamse
Fidel Castro obedeceou não
seu poderimperialista.
Se
obedece,não
faltará (aparentemente)nada
ao governo cubano,-como
acontecia
na
.época ,de Batista,quando
ça população era analfabeta,.o índice de mortalidadeinfantil era elevado,
mas
o
governo estavabem, o
-açúcar era vendido e o país abastecido de bens :deconsumo
e duráveis.Se não obedece,
,acontece vo embargo, a proibição, aperseguição, a propaganda
deque
em
Cuba
todos sofrem repressões e mazelas causadaspelo governo,
mas
'não mostra verdadeiramente o autor dos fatos.A
seguir, serão mostradas, brevemente,algumas medidas
adotadas pelogoverno
norte-americano para¬Cuba entre 1953 e 2000,»segundo
o site cubavsbloqueo.3. 1. 1. 1
Dwight
D.Eisenhower
(1953-1959-1961), republicano.Sua
agressiva administração manifestou-se desde a vitóriado
.ExércitoRebelde
em
primeiro de janeiro de 1959, acolhendoos
colaboradores da ditadura de Batista.Colocou
em
andamento
várias .ações contra Cuba, dentre elas destacam-se a suspensãoda
cota de açúcar e o
rompimento
das relações diplomáticas, sendo esta última a apenas três3.1.1.2 John Fitzgerald
Kennedy
(1961-1963), democrata.Ordenou o embargo
totalem
O7
de fevereiro de 1962,dando
início àsmedidas
que
consolidaram .a política deembargo
político,econômico,
comercial ~e financeiro aCuba,
promovendo
seu isolamento. Foiem
seumandato que
ocorreu. a invasão à.Baíados
Porcosem
que
pretendia apoderar-se militarmenteda
Ilha. Essa invasão foi contida pela própria população.3.1.1.3
Lyndon
B. Johnson (1963-1969), democrata.Pôs
,em .prática várias iniciativas de caráter -extraterr-itorial contra a populaçãocubana. Utilizou os alimentos
como
arma
política ao proibir seuembarque
para Cuba. Dificultou ainda -.maiso
transporte marítimo de mercadorias para Cuba, pressionando .países europeus.Buscou
interromper o comércio de níquel .cubano entre aEuropa
Ocidental e URSS..
3.1. 1.4 Richard
M. Nixon
(1969-1974), republicano.Apesar da
.guerra contrao
Vietnã, intensificou osembargo
contra Cuba.Todo
transporte de mercadorias
que
utilizavam o níquelcubano
em
sua .produção foi proibido.Foi
um
mandato
hostilcom
relação a Cuba,com
conspirações para assassinar FidelCastro7.
7
A
idéia foi abandonada pois quebraria o prestígio que os
EUA
haviam conquistado na Segtmda Guerra Mundial, criando mais problemas, visto que seriamn
ato de guerra que violava tratados internacionais de3.1.1.5 Gerald R.
Ford
(1974-1977), republicano.Durante esta administração, destacaram-se a revisão das
Regulamentações de
Controle sobre AtivosCubanos
para estabelecerzpolíticas de aprovação de licenças e para darealização
da
primeiraviagem
de negócios entre investidores norte-americanos e Cuba.3.1.1.6
James
E. _Ca1ter(1977-1981), democrata...Esta administração preservou algumas-medidas adotadas pelo presidente anterior,
abrindo .espaço
em
áreas .desligadasdo
embargo,mas
manteve-seo andamento
da guerraeconômica
contra Cuba.Com
um
governo
debilitado, não gerou politicas al respeitode
Cuba, extinguindo supostas flexibilizações quanto ao embargo.E
no
finaldo
mandato,tentou.
promover
o descrédito intemacional de Cuba.3.1.1.7
Ronald
W.
Reagan
(1981-1989), republicano.Coube
a esta administração, restaurar a hegemonia. estadunidenseno
mundo,
aumentando
as tensõesem
relação .a Cuba.Só
nãoforam
retiradas.asmedidas
.de ajustedo
embargo
das administraçõesF
orde
Carter,mas
novasdisposiçõesforam
implantadas para acirra-lo, -como-a propaganda .s.ubversiva para .desestabilizaro
governo revolucionário.3.1.1.8
George
H.W.
Bush
(1989-1993), republicano.Continuou
a política adotada por Reagan,em
que
aprovou a Lei Torricelli, reforçando o caráter extraterritorialdo
embargo, e estabeleceuuma
série de condições para desenvolveruma
política diferente, aproveitando aqueda do Bloco
Socialista,impondo-
diferente travava-se
do
desenvolvimentoeconômico
de Cuba,impondo
ao
bloco soviéticomomentos
de crise e dedesmembramento,
fazendocom
que
Cuba
perdesse seumaior
aliado comercial.
Bush
fracassou ao querer ser o primeiro presidente dosEUA
a entrarem
Cuba
depois daRevolução
de 1959.3.1.1.9 William J. Clinton (1993-2000), democrata..
Esta administração deu passos fundamentais na internacionalização
do
embargo. Foi aplicada a Lei Torricel-li, ie a LeiHelms-Burton
foi aprovada. Destacou-se pela política intervencionista, jáque
a Lei Torricelli previa a assistênciaem
apoio- ao adventoda
democracia -atravésde
organizações não-,govemamentais instaladasem
Cuba. Aplicousanções
econômicas
extraterritoriais e auxiliou a contra-revoluçãoem
Cuba.3. 1 t2 Considerações Gerais
V Durante todos os
mandatos
continuou-se fazendo políticas a respeitodo embargo
por causa
dos
cubanosque vivem
_nosEUA
e daqueles çque tiveram seus bens'desapropiiados pelo governo fidelista.
Assim
ogovemo
cubano
começou
a explorareconomicamente
seus avanços tecnológicos, sua produçãode
açúcar e seu turismo para abrandar os efeitosdo
fim
da assistência soviética.3.2
POLÍTICA
EXTERNA
INDEPENDENTE
Fidel Castro defendia não
somente
aformação
deum
bloco neutro naAmérica
Latina
mas
também
a idéia .de formar grupos contra governos ditatoriais. Tal fato alarmouo
governo noite¬americano,que
via nesta .políticauma
espéciede
“estadode
guerra fria.”.desestabilizar a região, visto os interesses econômicos, politicos e militares dos
EUA.
Estesinteresses
dependiam
da preservaçãodo
statusquo
existente anteriormente à revolução._.O planejamento dessas guerrilhas, apesar de estarem
em
estado preliminar,mostrava-se preocupante.
O
Departamento de
Estado norte-americanoconvocou
uma
reunião
com
os paísesda
Arnérica Cent-rale
Caribe para dissuadir esses propósitos.Os
EUA
intitularam-se responsáveis pela._ preservaçãodo
statusquo
ante tentando Contero
comunismo
e o anti-americanismo, poisCuba
abalava os interesses estadunidenses, ainda mais porque pretendia neutralizar-se sobre o conflito'Leste-Oeste. "O
que ogovemo
revolucionário buscava era evitar a bipolaridadeda
Guerra Fria, sendo além de esquerda, direitaou
centro, talvezuma
terceira via, talvez social-democrata,mas
certamente-cubana,em
que não
impedia a liberdadenem
o
necessário à sobrevivênciada população, Entretanto, a reforma agrária e a nacionalização
da
terra colidiamcom
ospropósitos norte-americanos,
mesmo
assim _o_ plano revolucionário foi executado e delevieram a abolição
do
latifiindio, a criação de cooperativas e zonas de desenvolvimento. '.Com
os
interesses das empresas norte-americanas sendo afetadas,o
Departamento
de Estado dosEUA
enviou nota diplomática manifestando simpatia àsmetas -revolucionárias
mas
lamentava que seus interessesnão
tiverani oportunidadede
manifestar-se contra. Esta nota teve o objetivo de intimidar
o
governo revolucionáriodevido à profundidade das relações -dependentes de
Cuba
em
relação aosEUA.
Mesmo
assim, Fidel não vira razão para dar atenção a esses interesses mostrando mais claramenteos objetivos
da
revolução.O
statusquo
antecubano provocou
a reação de Fidel.-Com
isso., osEUA
sentiramque
apesar de quererfiguradamente
cooperarcom
a revolução evendo
seus interesses prejudicados
“suspenderam
licençasde
exportação de equipamentosde
combate, armas emunições
para a zona_do Caribe, especialmente Cuba, de cujo território,entre abril e junho de .1959, as expedições, lá organizadas” (Bandeira, 1998, p.200) sairam.
Estas expedições tinham
o
objetivo de derrubar ditaduras naAmérica
Central,mas
mostraram-se obsoletas
aumentando
as tensõesno
Caribe.Entretanto, a posição moral e política do governo revolucionário tomou-se, internacionalmente, bastante vulnerável, na medida
em
que ele desrespeitara o princípio de não-intervenção nosassuntos intemos de outros estados, enquanto exigia dos