• Nenhum resultado encontrado

o papel da L-arginina na doença renal : Monografia : <<The>> role of L-arginine in the renal disease

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "o papel da L-arginina na doença renal : Monografia : <<The>> role of L-arginine in the renal disease"

Copied!
38
0
0

Texto

(1)

The Role of L-arginine in the Renal Disease

Monografia

Diana Maria Cristóvão Duarte

Orientada por: Prof. Doutora Andreia Coroas

(2)

Agradecimentos

À minha orientadora Prof. Doutora Andreia Coroas pelo tempo dispendido,

dedicação e orientação durante o período de estágio e pelo óptimo exemplo de

profissionalismo que me proporcionou. Também por me ter ajudado na escolha do

tema da monografia e por toda a ajuda na realização e correcção desta e do

relatório de estágio.

Aos meus irmãos pela amizade e pelo apoio que me deram nesta fase. Por

estarem sempre do meu lado. Pela partilha dos melhores e dos piores momentos.

Por serem, acima de tudo, os meus melhores amigos...

Aos meus pais pelo apoio incondicional e pela palavra de incentivo. Pelo esforço

que fazem diariamente para nos proporcionar o melhor. São, com toda a certeza,

o pilar mais seguro da minha vida.

À minha avó, minha amiga e confidente. Pela companhia, compreensão e carinho.

Aos meus amigos, por estarem sempre presentes e por terem feito esta

caminhada comigo. Pelas risadas. Pelos abraços. Pelas lágrimas. Pelas

conversas. Pela amizade..

À restante família pelo apoio e pela ajuda que me deram nesta fase e durante

toda a minha vida...

(3)

Lista de Abreviaturas

ADMA – Dimetil-arginina Assimétrica

AGAT - Amidinotransferase da Glicina

ASL – Liase do Argininosuccinato

ASS – Sintetase do Argininosuccinato

ATS – Anti-timócitos

CsA – Ciclosporina A

DCV – Doença Cardiovascular

DDAH - Dimetilaminohidrolase Dimetil-arginina

DM – Diabetes Mellitus

FPR – Fluxo Plasmático Renal

FRN – Função Renal Normal

HTA – Hipertensão Arterial

IRA – Insuficiência Renal Aguda

IRC – Insuficiência Renal Crónica

L-NAME – Éster Metil N-nitro-L-arginina

L-NMMA – N-Monometil-L-arginina

NO – Monóxido de Azoto

NOS – Sintetase do Monóxido de Azoto

(4)

NOSi – Sintetase do Monóxido de Azoto Indutível

NOSn – Sintetase do Monóxido de Azoto Neuronal

PA – Pressão Arterial

SDMA – Dimetil-arginina Simétrica

TFG – Taxa de Filtração Glomerular

TGF-β – Factor de Crescimento Tumoral

(5)

Índice Lista de Abreviaturas --- 3 Resumo --- 6 Abstract --- 7 Introdução --- 8 O Metabolismo da L-arginina --- 10

A L-arginina na Insuficiência Renal Crónica --- 11

A L-arginina nas Glomerulopatias --- 16

A L-arginina na Diabetes Mellitus --- 17

A L-arginina, Malnutrição e Stresse Oxidativo --- 20

A L-arginina na Hipertensão Arterial --- 21

A L-arginina na Nefrectomia --- 22

A L-arginina na Uropatia Obstrutiva--- 23

A L-arginina na Insuficiência Renal Aguda --- 24

A L-arginina nas Terapêuticas Substitutivas de Função Renal--- 25

Análise Crítica --- 30

(6)

Resumo

Ao longo dos últimos anos assistiu-se a um crescente entusiasmo sobre o papel

da L-arginina no atraso da progressão da doença renal. Apesar dos estudos em

humanos já terem mostrado alguns resultados, o quadro geral do papel da

L-arginina na doença renal está ainda por definir.

A L-arginina é um aminoácido semi-essencial e um substrato para a síntese de

NO, poliaminas, agmatina e outros. Alguns destes metabolitos são capazes de

atrasar a progressão da doença renal e, desta forma, a interferência no

metabolismo da L-arginina pode constituir uma estratégia nutricional para apoiar

esse mecanismo. A alteração da ingestão de L-arginina em alguns modelos de

insuficiência renal e perante factores de risco de nefropatia, mostrou efeitos

díspares dependendo das especificidades dos estudos. A suplementação com

L-arginina parece não interferir na progressão de alguns modelos de insuficiência

renal crónica, sugerindo um efeito prejudicial em alguns tipos de glomerulopatias.

Por outro lado, estão consensualmente descritos alguns efeitos benéficos

decorrentes da suplementação de L-arginina em algumas apresentações de

insuficiência renal crónica, nefropatia diabética, HTA, insuficiência renal aguda e

no transplante renal. Além do impacto renal estão também documentados efeitos

positivos a nível cardiovascular. Apesar de algumas controvérsias a

suplementação científico-profissional em L-arginina deve ponderar-se até que

sejam publicadas recomendações específicas para o efeito.

(7)

Abstract

Recently we have assisted to an increased interest in the role of L-arginine on the

kidney disease progression delay. In spite of the human studies have shown some

results, the role of L-arginine in the renal disease is still on definition.

L-arginine is a semi essential amino acid and also a substrate for nitric oxide

synthesis, as well as polyamines and agmatine. Some of these metabolites may

ameliorate kidney disease progression. Therefore, the manipulation of L-arginine

metabolism may constitute a nutritional strategy to

support this mechanism. The modification of L-arginine intake in some models of

renal disease and among some risk factors of nephropathy condition, have shown

contradictory effects, depending on the studies methodology. L-arginine

supplementation does not modify the course of kidney disease in some models of

chronic kidney disease, suggesting a deleterious effect in some types of

glomerular disease. On the other hand, they are consensually seen some

beneficial effects in several models of chronic kidney disease, diabetic

nephropathy, hypertension, acute renal failure and kidney transplant. Besides the

renal impact, positive effects are documented also in cardiovascular level. In spite

of some controversies, the scientific-professional supplementation must be

considered until special recommendations for the effect are published.

(8)

Introdução

A doença renal, em particular a doença renal crónica, é indubitavelmente um

problema de Saúde Pública. Estima-se que em Portugal existam cerca de

oitocentos mil indivíduos com esta doença, dos quais catorze mil estão em

terapêutica substitutiva de função renal (TSFR) (1).

Durante as fases iniciais, a doença renal é geralmente assintomática e na maioria

dos casos o diagnóstico é efectuado a partir da elevação dos níveis plasmáticos

de ureia e de creatinina. No entanto, não é só a função excretora do rim que é

afectada, mas também a regulação do equilíbrio hidro-electrolítico e ácido-base, a

produção de hormonas e de enzimas, aminoácidos e péptidos, entre outros(2).

A diabetes mellitus (DM) e a hipertensão arterial (HTA) são responsáveis pela

maioria dos casos de doença renal terminal. Contudo, além do seu impacto renal,

estas condições têm também um impacto sistémico, nomeadamente

cardiovascular, sendo este a principal causa de morte do doente renal crónico (2).

Apesar dos excelentes resultados conseguidos pelo avanço do conhecimento no

âmbito da nefrologia, no que respeita ao tratamento da insuficiência renal crónica

(IRC) terminal, os custos para os doentes, em termos de qualidade e de

esperança média de vida e o impacto económico nos sistemas de financiamento

de cuidados médicos, são muito elevados. Deste modo, este tema tem

despoletado na comunidade científica o interesse na prevenção e atraso na

(9)

No sentido da preservação da função renal, que assume cada vez maior

importância, mesmo quando o doente está em TSFR, o meio científico tem-se

dedicado ao estudo de factores capazes de reduzir ou atrasar a fibrose do tecido

renal.

A nutrição tem-se revelado de interesse indiscutível em todas as fases de

tratamento da doença renal. Tanto no que se refere à prevenção, como no atraso

da progressão da doença, esta ciência desempenha um papel fundamental,

reflectindo-se, a sua aplicação, em melhoria acentuada da qualidade de vida do

doente.

A L-arginina é um aminoácido que tem desencadeado interesse crescente ao

longo dos últimos 20 anos. A sua aplicação nesta patologia ganhou especial

relevância devido à sua relação com a via do monóxido de azoto (NO).

Estimulando a síntese deste composto parece ser possível melhorar

significativamente vários aspectos da função renal, graças à sua influência na

imunomodulação, na vasodilatação, ou através de outros mecanismos.

Uma vez que a L-arginina funciona como substrato para a síntese de NO, é de

todo o interesse nutricional investigar a importância da suplementação deste

aminoácido no doente renal crónico.

Com este trabalho pretende-se clarificar o papel da L-arginina na progressão da

(10)

O Metabolismo da L-arginina

A L-arginina é um aminoácido semi-essencial, o que significa que em adultos

normais saudáveis a produção endógena ocorre em quantidades suficientes; mas,

em determinadas situações, de acordo com o estádio de desenvolvimento, idade

e estado metabólico (p.e. inflamação ou infecção), a L-arginina proveniente da

dieta pode também ser necessária (3, 4).

Relativamente à síntese endógena de L-arginina, esta engloba a síntese de novo

e a resultante da degradação de proteínas musculares, sendo esta última mais

representativa (3, 4). No que concerne à L-arginina exógena, as principais fontes

alimentares incluem a proteína de soja, de amendoíns, de nozes e de peixe,

variando entre 3 a 15% do conteúdo proteico (5).

De um modo geral, é no enterócito que se inicia a síntese endógena de

L-arginina. O enterócito utiliza a glutamina, o glutamato e provavelmente a prolina

para sintetizar a citrulina, que é lançada na corrente sanguínea. No túbulo

contornado proximal renal, ocorre a conversão final da citrulina em L-arginina,

sendo este órgão responsável por 60% da L-arginina sintetizada pelo organismo

(3, 6, 7)

.

As enzimas responsáveis pela conversão citrulina - L-arginina, a sintetase do

argininosuccinato (ASS) e a liase argininosuccinato (ASL), expressam-se ainda

noutro tipo de células, e são induzidas por uma grande variedade de estímulos

(p.e. dieta hiperproteica, fome) (3, 4). O fígado é um dos órgãos onde ocorre

também a síntese de L-arginina, mas esta é imediatamente desviada para o ciclo

da ureia (3, 4, 7).

Relativamente à utilização metabólica de L-arginina, existem quatro vias que

(11)

para a formação de NO e de citrulina; a via da descarboxilase da L-arginina para

a formação de agmatina, poliaminas, ureia e aldeídos; a via da

amidinotransferase da glicina (AGAT) para a formação de creatina; e a via da

arginase para a formação de ornitina, ureia, poliaminas, prolina e glutamato (3, 6-8).

A L-arginina na Insuficiência Renal Crónica

A doença renal crónica é uma condição que se caracteriza pela perda progressiva

da função renal, acompanhada de uma série de alterações metabólicas

resultantes directamente ou não dessa deterioração. Existem vários factores de

risco para a IRC e sua progressão que se dividem em factores de risco

convencionais, como a idade, o estilo de vida, a hipertrofia ventricular, a

dislipidemia, a HTA e a DM; e os factores de risco adicionais, como a inflamação,

a disfunção endotelial, a malnutrição, o stresse oxidativo, a calcificação vascular e

o aumento de volémia (9-11). Estes doentes apresentam frequentemente

fenómenos ateroscleróticos e trombóticos, traduzindo-se num risco elevado de

morte prematura por doença cardiovascular (DCV) (10-13).

No que concerne a alterações metabólicas, o doente com IRC apresenta também

alterações no metabolismo do NO (8, 9, 14, 15). A síntese de NO ocorre durante a

conversão da L-arginina em citrulina, sendo esta reacção catalisada por uma

família de enzimas conhecidas como NOS (3, 8, 14, 16). São conhecidas três

isoenzimas da NOS, a NOS endotelial (NOSe), a NOS neuronal (NOSn) e a NOS

indutível (NOSi) (5, 6, 8, 16). Apesar das três isoenzimas existirem no rim, as duas

primeiras são enzimas chamadas constitutivas, uma vez que existem numa

grande variedade de células, embora com pouca expressão (8). Particularmente,

(12)

descritas activações independentes do Ca2+ (5, 16). Por outro lado, a NOSi, que

geralmente não se encontra na maioria das células, pode expressar-se, se houver

exposição a determinados estímulos imunológicos e não imunológicos, com

capacidade de produzir grandes quantidades de NO (3, 5). Esta enzima, NOSi, não

apresenta dependência do cálcio, mas a presença dele exacerba a actividade

desta (3, 16).

A citrulina, co-produzida durante a síntese de NO, produto do catabolismo da

prolina e da dimetil-arginina assimétrica (ADMA), pode ainda ser reconvertida em

L-arginina, num ciclo denominado ciclo da citrulina/L-arginina. Esta reconversão

poderá significar que a citrulina pode substituir a L-arginina, pelo menos em parte,

na síntese de NO (3, 4, 6).

O NO é uma molécula com um papel importante em vários processos fisiológicos,

nomeadamente no controlo do tónus vascular, neurotransmissão,

imunomodulação, coagulação, inflamação, entre outros (17-20). No rim, o NO

exerce efeitos a nível do tónus vascular das arteríolas aferente e eferente, do

coeficiente de ultrafiltração, do fluxo plasmático renal (FPR) e na libertação de

renina (16, 21, 22). Além destas funções, o NO tem também efeitos natriuréticos (16).

Sendo o NO um importante modulador da função renal, foi sugerido que este,

exerceria um papel importante na patogénese e progressão da IRC (7). Vários

estudos experimentais demonstraram que a inibição crónica da NOS resulta em

HTA sistémica e glomerular, isquemia renal, glomeruloesclerose, lesão

tubulointersticial e proteinúria (23). Schmidt e col. (2000) analisaram este

pressuposto num estudo com dois grupos de indivíduos, um com IRC (Clcr média

de 33mL/min/1.73m2) e outro com função renal normal (FRN), ambos com

(13)

diminuição significativa da excreção urinária de metabolitos do NO (NO2- e NO3-),

sem alterações significativas destes no plasma dos doentes com IRC. Desta

forma, concluiram que, nos doentes com IRC, há diminuição significativa da

produção sistémica de NO. Wever e col. (1999) já tinham demonstrado também

resultados semelhantes, utilizando, por sua vez, a conversão L-arginina - citrulina

(marcada com 15N2) para medir a formação de NO (25).

Foram sugeridos vários mecanismos envolvidos na diminuição de NO na IRC, dos

quais se destacam o aumento dos níveis circulantes de inibidores da NOS

(metilargininas, homocisteína e produtos de glicosilação) e a limitação de

L-arginina. Este último, pode ser resultante da diminuição da síntese renal,

metabolização da L-arginina por outras vias, diminuição do transporte celular ou

inibição da reabsorção tubular de L-arginina (27-29).

Vallance e col. (1992) descreveram pela primeira vez o aumento das

metilargininas ADMA e a dimetil-arginina simétrica (SDMA) na IRC, sendo

posteriormente observados também elevados níveis de ADMA nas situações de

HTA, hipercolesterolemia e DM (13), (30, 31), (32). Seguiram-se vários estudos que

comprovaram o aumento de ADMA na IRC, sendo particularmente relevante na

presença de proteinúria nefrótica (29, 33-35). Inicialmente, admitiu-se que esse

aumento seria consequência de menor eliminação renal; contudo, estudos

recentes (2005) sugeriram que está relacionado com aumento da síntese e

redução do catabolismo destes compostos (7, 13, 20, 36). Existem vários factores

associados à IRC que podem induzir o aumento da síntese das metilargininas,

como a idade avançada, a resistência à insulina, a inflamação crónica, o stresse

oxidativo, entre outros (13, 29, 35, 36). A diminuição do catabolismo parece dever-se

(14)

nomeadamente a dimetilaminohidrolase dimetil-arginina (DDAH), se encontrar

principalmente em células endoteliais no glomérulo e nas células tubulares renais.

Assim, a perda de função renal vai resultar na diminuição da degradação de

ADMA (7, 13, 20, 35). O stresse oxidativo, os produtos de glicosilação e a

homocisteína são também apontados como factores inibidores da DDAH (13, 30).

Xiao e col. (2001) demonstraram em indivíduos com vários graus de IRC que o

aumento plasmático da ADMA se relacionava directamente com a inibição da

NOS, não se verificando, dependência do grau ou etiologia da IRC (34). Estes

resultados foram consistentes com o de Kielstein e col. (2002) que verificaram em

indivíduos com IRC e com níveis plasmáticos de colesterol comparáveis, um

aumento marcado dos níveis plasmáticos de ADMA, mesmo em estadios iniciais

da doença renal com taxa de filtração glomerular (TFG) normal (35). É de salientar

ainda que níveis aumentados de ADMA parecem promover a progressão da

doença renal e aumentar o risco de mortalidade e morbilidade cardiovascular (7, 20,

36, 37)

. Relativamente à SDMA, verificou-se uma acumulação progressiva no

plasma à medida que a TFG diminuía, reflectindo provavelmente diminuição da

capacidade de excreção urinária (20, 35, 38). O SDMA é considerado, portanto, um

bom indicador do grau de insuficiência renal (37). No entanto, o impacto fisiológico

desta acumulação não está documentado, não havendo evidências em inibição

da NOS (18, 35).

Os produtos de glicosilação são metabolitos pró-inflamatórios conhecidos e

compostos oxidantes que se acumulam no doente renal crónico (7, 39). Linden e

col. (2008) demonstraram que estes compostos estavam relacionados com a TFG

(15)

sendo esta acumulação outro factor que contribui para a deficiência de NO na IRC

(39)

.

No que concerne à síntese renal de L-arginina, Tizianello e col. (1980)

demonstraram, pela primeira vez, que esta se encontra diminuída nos doentes

com IRC (40). No entanto, na IRC moderada e experimentalmente induzida em

modelos animais, o aumento das concentrações plasmáticas de citrulina, a

hipertrofia tubular e a hiperfiltração conseguem compensar e manter constante a

produção renal de L-arginina (7, 14, 41). Assim, não foi ainda possível determinar se

existe realmente uma relação entre o nível de função renal e a capacidade de

biossíntese de L-arginina ou se existe um aumento compensatório da sua síntese

em outros tecidos, já que os níveis plasmáticos de L-arginina se mantêm

constantes nos doentes com IRC (7, 14, 24, 35).

O papel da L-arginina na DCV é também um assunto largamente debatido. A

primeira aplicação clínica da L-arginina na DCV foi publicada em 1991, onde se

demonstrou que a infusão de L-arginina directamente nas artérias coronárias em

doentes com doença coronária resultou num aumento do fluxo sanguíneo. A partir

deste, vários estudos foram realizados em indivíduos normais e em indivíduos

com factores de risco para a DCV (5).

Existem vários estudos que demonstraram que a suplementação oral de

L-arginina afecta várias funções endoteliais, como a vasodilatação, agregação

plaquetária e adesão de monócitos (5, 42). Estes efeitos ocorriam quando os níveis

plasmáticos de L-arginina se encontravam ligeiramente acima dos níveis

fisiológicos. A níveis plasmáticos mais elevados (após administração ev, p.e.),

outros efeitos, não directamente dependentes do NO, podiam ser observados,

(16)

No entanto, existem ainda vários resultados contraditórios. Vários factores

poderão condicionar o aparecimento dos efeitos da L-arginina, nomeadamente,

factores não modificáveis, como a idade e o sexo, a dose, duração e modo de

administração da L-arginina, medicação, presença de estenose coronária, entre

outros (5, 8, 17, 43).

L-arginina nas Glomerulopatias

Uma das principais características das doenças renais auto-imunes é o aumento

do NOSi, resultando na produção de grandes quantidades de NO. A indução do

NOSi foi demonstrada em vários modelos de glomerulonefrites induzidas por

anti-timócitos (ATS) e por imunocomplexos. Em humanos, o aumento da expressão de

NOSi foi documentado na glomerulonefrite mesangioproliferativa, granulomatose

de Wegener, nefrite lúpica e na rejeição do transplante renal (8). No entanto,

Nicola e col. (1999) demonstraram que em indivíduos com glomerulonefrite

crónica (20 a 70mL/min/1.73m2) e proteinúria, a síntese de NO se encontrava

preservada, não sendo alterada com a suplementação crónica em L-arginina (26).

O aumento da expressão do NOSi e consequentemente da produção de NO, foi

identificado como principal mediador da indução de lesão renal na

glomerulonefrite induzida por ATS (44). Desta forma, a inibição do NOS antes da

administração do ATS resultava em redução significativa da lise das células

mesangiais, processo característico deste modelo. Narita e col. (1995)

demonstraram que a restrição de L-arginina na dieta (conteúdo proteico

constante) resultava em diminuição da proteinúria, diminuição da expressão do TGF-β e da diminuição da deposição de matriz extracelular (45)

. Da mesma forma,

(17)

levava a um aumento do NO e da lise celular, reflectindo-se em aumento da

fibrose e proteinúria (8). Foi sugerido que a restrição de L-arginina seria o factor

chave do sucesso da dieta hipoproteica no atraso da progressão da insuficiência

renal neste modelo. De um modo semelhante, foi demonstrado que a

administração de L-arginina resultava num aumento da fibrose renal e da

mortalidade na nefrite lúpica (46). Contudo, Peters e col. (2000) demonstraram que

a suplementação de L-arginina poderia ser benéfica, se administrada após a fase

de indução da glomerulonefrite induzida por ATS (47). Os efeitos benéficos seriam

mediados por uma diminuição da acumulação de matriz, TGF-β, fibronectina e outros, sem evidências de aumento do NO. Neste estudo analisaram também o

efeito de uma dieta hipoproteica e obtiveram resultados semelhantes aos da

suplementação com L-arginina. A terapêutica combinada teve efeitos benéficos

ainda maiores.

Pelo contrário, na glomerulonefrite induzida por imunocomplexos o aumento do

NOSi não parece estar envolvido na indução de lesão glomerular. Assim, a

deplecção de L-arginina através da administração de arginase, resultava em lesão

renal exacerbada, sugerindo que o NO tinha um papel protector da indução do

dano glomerular (48).

A L-arginina na Diabetes Mellitus

A nefropatia diabética afecta cerca de 10 a 40% dos doentes diabéticos e é

actualmente uma das principais causas de nefropatia. O aumento da prevalência

da DM aliado à maior sobrevida destes doentes, explicam o aumento da

(18)

Na maioria dos casos, a DM cursa com longos períodos de hiperglicemia

assintomática, que, de modo silencioso, levam a alterações metabólicas que

culminam no atingimento de múltiplos órgãos, incluindo o rim. As causas exactas

de nefropatia diabética são ainda desconhecidas, mas alguns estudos sugerem

como mecanismos envolvidos a hiperglicemia, a presença de complexos

glicosilados e a activação de marcadores inflamatórios. No seu decurso natural,

distinguem-se várias fases: a hiperfiltração e hipertrofia glomerular, a nefropatia

diabética incipiente, posteriormente a proteinúria persistente e finalmente a

insuficiência renal terminal (2).

O aumento da produção de NO durante as fases iniciais da DM foi implicado na

patogénese das alterações hemodinâmicas renais. Veelken e col. (2000),

demonstraram, em animais diabéticos não tratados, que o NO desempenhava um

papel importante no desenvolvimento da hiperfiltração glomerular em estadios

iniciais da nefropatia diabética (49). O aumento do NO era, em parte, secundário ao

aumento de NOSe na arteríola aferente, sendo revertido pela administração de

insulina. Ao contrário do que seria esperado, a NOSi não parecia estar implicada

no desenvolvimento desta condição.

Por outro lado, há estudos que vêm sugerir a diminuição da actividade renal de

NO na nefropatia diabética. Alguns autores demonstraram que a vasodilatação

dependente do endotélio se encontrava diminuída na artéria renal e que a

geração de GMPc secundária ao NO, em resposta a estímulos colinérgicos,

estava diminuída (16, 50-52). Estes resultados sugeriam que uma deficiência na

actividade da NOSe pode estar implicada na patogénese da nefropatia diabética.

Dada a existência de um grande número de evidências díspares, surgiu ainda a

(19)

simultaneamente aumentar e suprimir a biodisponibilidade de NO no rim. Assim,

durante as fases iniciais da nefropatia, o balanço entre estes mecanismos seria

positivo no sentido de formação de NO. Neste sentido, o NO desempenhava um

papel fundamental nas alterações hemodinâmicas e poderia contribuir para as

consequentes alterações estruturais no glomérulo renal, resultantes do aumento

da pressão glomerular. Posteriormente, à medida que aumentava a duração da

DM, os factores que suprimiam/neutralizavam a síntese de NO iriam-se revelando

prevalentes, afectando principalmente a NOSe. O aumento do superóxido e a

acumulação de produtos de glicosilação poderiam ser alguns dos factores

responsáveis por esta diminuição (50, 51).

Verifica-se que há uma diminuição dos níveis plasmáticos de L-arginina em

animais e em humanos diabéticos, havendo no entanto, estudos que mostravam

níveis plasmáticos normais (38, 50). A sua suplementação na nefropatia diabética foi

estudada por Reyes e col. (1993), um dos primeiros estudos a demonstrar uma

diminuição da proteinúria e atenuação da hiperfiltração em animais diabéticos

após tratamento com L-arginina peros durante 14 semanas (38). Os animais

apresentavam diminuição da excreção urinária de nitritos/nitratos e de GMPc,

sugerindo uma redução da síntese de NO (53). Este estudo sugeriu assim, que a

administração de L-arginina não exerce os seus efeitos benéficos pelo aumento

da produção de NO (53). Um dos possíveis efeitos benéficos seria mediado pela

diminuição da formação de produtos de glicosilação, responsáveis também pela

(20)

A L-arginina, Malnutrição e Stresse Oxidativo

O stresse oxidativo é uma condição característica da IRC e é definido como um

desequilíbrio entre as ROS e os níveis de antioxidantes, resultando num aumento

da actividade oxidativa (9, 10). Vários estudos demonstraram que o stresse

oxidativo ocorria desde estadios iniciais da doença renal, sendo amplificado à

medida que a insuficiência renal progride (7, 15).

No que respeita à deficiência dos componentes antioxidantes, a população com

doença renal apresenta várias, desde a deficiência de vitamina C, a diminuição

dos níveis intracelulares de vitamina E, baixa concentração de selénio e

deficiência no sistema da peroxidase da glutationa (10).

O stresse oxidativo promove uma deficiência de NO, quer pela inactivação deste

pelos radicais livres e formação de superóxido, quer pelo aumento dos níveis de

ADMA, directamente ou pela inibição da DDAH, a enzima responsável pela

metabolização do ADMA (7, 10, 36, 54, 55). Além disso, na ausência de substrato

suficiente, nomeadamente de L-arginina, a NOSe altera o seu perfil enzimático,

reduzindo o oxigénio a superóxido e potenciando o stresse oxidativo (28).

O stresse oxidativo tem implicações importantes no DRC promovendo a disfunção

endotelial, o desenvolvimento de aterosclerose e aumentando o risco de DCV e a

(21)

A L-arginina na Hipertensão Arterial

A HTA é uma das principais complicações da IRC e é não só um dos principais

preditores de mortalidade por DCV, como também um importante determinante da

progressão da doença renal (9, 13, 56, 57).

O papel do NO na génese/tratamento da HTA foi reconhecido desde cedo (58).

Huang e col. (1995) demonstraram que os animais com deficiência induzida da

NOSe, apresentavam vasodilatação deficiente e HTA (59). Outros estudos

mostraram ainda que a infusão de inibidores da NOS (L-NMMA) provocava HTA

grave (57, 60). De modo semelhante, vários ensaios clínicos revelaram que, em

doentes hipertensos, os níveis de NO se encontravam diminuídos e que uma das

terapêuticas possíveis para esta patologia residia no aumento da

biodisponibilidade de NO (57). Porque a diminuição de NO é um dos mecanismos

envolvidos na génese da HTA, o aumento do substrato para a síntese deste

composto foi sugerido como uma potencial medida terapêutica, sugerindo assim a

suplementação em L-arginina no tratamento da HTA (61). Melhorias substanciais

na vasodilatação foram observadas com a suplementação em L-arginina em

vários estudos em humanos e animais (57, 58, 60, 62). Além disso, vários ensaios

clínicos mostraram reduções significativas da pressão arterial (PA) e da

resistência vascular periférica após a administração ev de L-arginina (58).

No entanto, os resultados são ainda controversos (57, 58, 63). Em alguns estudos

verificou-se melhoria na vasodilatação sem alterações da PA, e noutros, uma

diminuição efectiva desta (8, 57). West e col. (2004) estudaram os efeitos da

suplementação oral de L-arginina (12g/dia durante 3 semanas) em indivíduos com

hipercolesterolemia (58). Verificaram, no grupo experimental, uma diminuição

(22)

sugerindo que doses mais elevadas são necessárias para induzir a síntese de

NO. A duração e gravidade da doença e, a disfunção endotelial, são alguns

factores importantes que podem também condicionar a resposta à suplementação

de L-arginina (61).

Os mecanismos propostos para explicarem a diminuição da PA pela L-arginina

foram a melhoria da função vasomotora endotelial, o aumento da síntese de NO,

a diminuição da actividade da endotelina 1 e da angiotensina II, modulação da

hemodinâmica renal, e diminuição do stresse oxidativo, diminuição da ADMA e

aumento da secreção e sensibilidade à insulina (8, 50, 57).

A L-arginina na Nefrectomia

Na nefrectomia assiste-se a uma diminuição da massa renal, ocorrendo várias

alterações funcionais compensatórias, como o aumento da TFG por nefrónio,

diminuição da TFG e do FPR, HTA e proteinúria; e alterações estruturais, como

glomeruloesclerose, fusão de podócitos e expansão mesangial (8, 64).

Adicionalmente ocorre também, diminuição da síntese de NO como potencial

factor da progressão da doença renal (7, 65).

Com base nestas observações, foi sugerida a suplementação de L-arginina como

estratégia para atenuar a perda de função renal neste modelo de IRC. Reyes e

col. (1992) demonstraram que a suplementação oral de L-arginina durante seis

semanas, iniciada imediatamente após uma nefrectomia subtotal (85-90%),

resultava em maiores TFG e FPR e em menores alterações glomerulares e

intersticiais, apesar de níveis plasmáticos de L-arginina similares (66). Mais tarde, o

mesmo grupo (1994) demonstrou que a administração crónica de L-arginina neste

(23)

provavelmente devido ao efeito antagonista do efeito da angiotensina II (67). Estes

resultados foram posteriormente confirmados por estudos de outros autores (64).

A L-arginina na Uropatia Obstrutiva

No que concerne à obstrução ureteral, esta condição resulta em alterações da

função renal, com diminuição da TFG e FPR, fibrose intersticial, HTA, infiltração

linfocitária, aumento da apoptose celular e perda de função renal (8). A descoberta

de que esta condição se fazia acompanhar de aumento das NOSe e NOSi e de

baixos níveis plasmáticos de L-arginina, impulsionou uma série de estudos

experimentais acerca dos possíveis efeitos benéficos da suplementação deste

aminoácido nesta condição clínica (7, 8).

A maioria destes estudos sugeria que a falta de substrato para a NOS poderia

explicar algumas das alterações funcionais e degenerativas induzidas pela

obstrução ureteral (8). Reyes e col. (1994) demonstraram em estudos animais,

com obstrução bilateral igual ou superior a 24 horas, suplementados com

L-arginina (1% na água de 24h e nos 3 dias anteriores à obstrução) apresentavam

TFG mais altas e menor infiltração de macrófagos que os animais não

suplementados (68). Estes resultados vieram confirmar o que já havia sido

demonstrado anteriomente (69).

Outros estudos experimentais mostraram ainda efeitos benéficos na melhoria da

perfusão renal, da TFG, dos níveis plasmáticos de creatinina e ureia, na

diminuição da resistência vascular pré-glomerular, regulação das funções dos

(24)

A L-arginina na Insuficência Renal Aguda

No âmbito da insuficiência renal aguda (IRA) existem vários estudos que sugerem

efeitos benéficos da suplementação de L-arginina em modelos de IRA isquémica

e nefrotóxica (8).

Alterações no metabolismo da L-arginina - NO foram sugeridas como sendo

importantes mediadores na patogénese da IRA isquémica. Vários estudos

demonstraram que a biodisponibilidade de NO se encontrava alterada na IRA

isquémica, apesar do aumento da expressão e actividade do NOSi (8). A

sobre-expressão de NOSi durante as fases iniciais da doença, poderá levar à produção

de níveis aumentados de NO, estando este NO implicado na patogénese da IRA,

nomeadamente na indução de stresse oxidativo (70). Desta forma, o NO derivado

do NOSi reagia com o superóxido, resultando na formação de grandes

quantidades de peroxinitrito, diminuindo a biodisponibilidade de NO e aumentando

o stresse oxidativo (8). De facto, a inibição da NOSi durante a fase de indução da

IRA isquémica, resulta numa atenuação da disfunção renal, diminuição do stresse

oxidativo, peroxidação lipídica e dano no DNA (71).

É possível então sugerir que a isquemia renal resultava numa diminuição da

biodisponibilidade de NO, apesar de um aumento inicial de NOSi, sendo sempre

importante fazer a distinção entre o NO da NOSi e do NO da NOSe. Enquanto o

NO-NOSe era responsável pela manutenção da hemodinâmica e função renal, o

NO-NOSi exercia efeitos predominantemente patológicos.

Além destes factores, verificou-se neste modelo de IRA uma diminuição da

expressão de enzimas antioxidantes, como a dismutase do superóxido,

peroxidase da glutationa e catalase, contribuindo também para o aumento do

(25)

Efeitos benéficos da administração de L-arginina foram descritos em fases

agudas da insuficiência renal isquémica. Schneider e col. (2003) demonstraram

que a administração de L-arginina durante a fase isquémica (via intraperitoneal) e

continuada após 14 dias (via oral) teria efeitos benéficos a nível da TFG, FPR,

diminuição da produção de superóxido e prevenção da sobre-expressão de NOSi

(70)

. O efeito benéfico desta suplementação vem ainda reforçar a ideia de que a

deficiência de NO poderá estar envolvida na patogénese da IRA isquémica. Estes

resultados vieram confirmar resultados semelhantes de outros estudos (72).

Relativamente à IRA nefrotóxica, um estudo de Schramm e col. (2002)

demonstrava efeitos benéficos da suplementação aguda deste aminoácido,

nomeadamente na TFG e no FPR, com aumento da excreção de metabolitos do

NO, resultados que eram compatíveis com outros estudos (8, 73, 74). Estes efeitos

sugeriam que a deficiência de NO teria um papel importante na patogénese da

IRA nefrotóxica. Outros estudos mostraram ainda efeitos benéficos da

suplementação em L-arginina na IRA induzida por vários tóxicos, a nível da

redução dos níveis plasmáticos de ureia e de creatinina e diminuição da poliúria (8,

75)

.

A L-arginina nas Terapêuticas Substitutivas de Função Renal Hemodiálise e Diálise Peritoneal

Schmidt e col. (1999) demonstraram que a produção de NO se encontrava

diminuída nos doentes em diálise peritoneal com ingestão de precursores do NO

controlada (76). Existe alguma discrepância no que diz respeito aos níveis

plasmáticos de L-arginina dos doentes em diálise, variando entre normais e

(26)

nomeadamente um aumento da produção corporal de NO nos doentes em

hemodiálise (41, 77).

Todavia, vários estudos indicavam um aumento de ADMA nestes doentes, que

era revertido a níveis normais durante a diálise (18, 36, 76, 78). Esta diminuição estava

associada a melhoria na vasodilatação (79).

Os estudos acerca da suplementação em L-arginina nos doentes sujeitos a estas

terapêuticas são ainda muito limitados, embora um estudo recente tenha

demonstrado efeitos benéficos da suplementação de L-arginina devido aos seus

efeitos na redução da ADMA e no stresse oxidativo (80).

Pós-Transplante

O transplante renal é uma das terapêuticas substitutivas de função renal que, se

bem sucedido restitui a função renal próxima da normal, permitindo melhoria

considerável da qualidade de vida do doente renal. Estima-se que em Portugal

sejam realizados cerca de 400 transplantes renais por ano, das quais 10% de

dador vivo (1).

Após o transplante a terapêutica imunossupressora adequada é fulcral para evitar

a rejeição. Ainda hoje a utilização de ciclosporina A (CsA), como imunossupressor

é inquestionável, conhecendo-se no entanto a sua vertente nefrotóxica (81).

Em estudos in vitro com células endoteliais, a CsA parece exercer uma toxicidade

directa (81). Contudo, outros estudos mostraram que existiam mecanismos

indirectos pelos quais a CsA exerceria a sua toxicidade no rim.

Uma investigação de Norma e col. (1994) avaliou o impacto do NO na

nefrotoxicidade induzida pela CsA em ratos nefrectomizados unilateralemente (81).

Os autores administraram CsA (30mg/Kg via sc ) 15 dias após a nefrectomia e

(27)

hemodinâmica glomerular antes e após a administração de um inibidor da NOS,

ester metil N-nitro-L-arginina (L-NAME ) e de L-arginina (15mg/Kg/min). Neste

estudo verificaram que a administração crónica de CsA induzia diminuição da

pressão arterial média e da TFG devido ao aumento da resistência das arteríolas

aferentes e eferentes. No entanto, este efeito vasoconstritor parecia não estar

associado à diminuição do NO, uma vez que a excreção urinária de NO2-/NO3

-não se alterou. Parece provável que esta vasoconstrição seja secundária ao

aumento da produção de vasoconstritores, como endotelina, tromboxano A2 e

angiotensina II e que a quantidade de NO não seja suficiente para contrariar este

efeito. No grupo de ratinhos tratados com L-arginina verificaram um aumento da

excreção de NO2-/NO3-, concluindo-se que houve efectivamente um aumento da

produção de NO. Neste grupo houve um efeito benéfico que se traduziu em

diminuição da PA média e um aumento do fluxo plasmático glomerular e da TFG

por nefrónio. Os efeitos da L-NAME foram opostos aos da L-arginina. Desta

forma, concluiram que, apesar da deficiência de NO não estar aparentemente

envolvida no mecanismo de toxicidade da CsA, o aumento da sua produção

parece ter um efeito protector na preservação da função renal, atenuando os

efeitos vasoconstritores deste fármaco.

Outros estudos semelhantes foram realizados em animais com FRN, com

resultados também idênticos. Em particular Nicola e col. (1993), demonstraram

que a administração de CsA (30mg/Kg via sc) durante oito dias resultava em

vasoconstrição da arteríola aferente, que provocava uma alterações na

hemodinâmica renal semelhante à anteriormente descrita (83). Também aqui a

administração oral de L-arginina (1,6g/Kg/d) revertia parcialmente os efeitos da

(28)

Um ensaio clínico de Andrés e col (1997) avaliou os efeitos renais da

administração aguda de L-arginina (24,94g, via ev) em 10 doentes transplantados

e tratados cronicamente com CsA (1,1 a 3,15mg/Kg/bid) (84). Verificaram um

aumento significativo da TFG, do FRP e da natriurese, sem alteração da PA

média, sugerindo que a vasodilatação renal seria a nível da arteríola aferente e

que seria mediada pelo aumento de NO. A ausência de efeitos na PA e na

alteração dos níveis plasmáticos de renina indicavam que o sistema

renina-angiotensina-aldosterona não esteve implicado nas alterações hemodinâmicas do

rim.

Pelo contrário, um estudo de Gaston e col. (1995), não demonstrou qualquer

efeito benéfico da suplementação de L-arginina em indivíduos transplantados

tratados com CsA (85). No entanto podem discutir-se algumas diferenças entre

estes dois estudos que explicariam possivelmente os resultados contraditórios.

Andrés e col. estudaram um grupo cuja maioria era caucasiana enquanto que o

de Gaston e col. era maioritariamente de afro-americanos, justificando a diferente

a resposta a agentes vasodilatadores. A altura da administração de L-arginina, em

relação à toma de CsA, era também distinta nestes dois grupos, pois neste último

ocorria 18 a 22h após a dose de CsA. O pico de acção máxima de CsA no rim é

agudo, pelo que os efeitos da L-arginina poderão ser maximizados quando este

aminoácido é administrado imediatamente após a CsA. Desta forma, estas

diferenças poderão explicar, em parte, a ausência de efeito da suplementação de

L-arginina neste estudo.

Além do papel na prevenção da nefrotoxicidade da CsA, a suplementação de

L-arginina foi também estudada no sentido de modificar a hemodinâmica do

(29)

Existem várias evidências de que a expressão de NOSe se encontra diminuída e

os níveis de ADMA se encontram aumentados nos indivíduos com rejeição do

aloenxerto (86). Além destes factores, esta condição é caracterizada por um

aumento do stresse oxidativo e por acumulação de produtos de glicosilação.

Desta forma, um aumento do substrato para a síntese de NO poderá aumentar a

síntese de NO e, teoricamente, prevenir a rejeição aguda/crónica do aloexerto (86,

87)

.

Um estudo de Vos e col. (2001) avaliou o efeito da suplementação de L-arginina

em animais transplantados e tratados com baixas doses de CsA (2,5mg/Kg/dia via

sc) (88). Dividiram os animais em vários grupos, dos quais dois foram utilizados

para o estudo do impacto da L-arginina: administraram o produto cerca de cinco

horas após o transplante e mantiveram por sete dias no grupo de estudo.

Verificava-se que no grupo de controlo, a TFG e o FRP eram menores,

consequentes de um aumento da resistência da arteríola aferente.

Histologicamente verificaram-se também algumas diferenças. Nos ratinhos

tratados apenas com CsA observaram-se evidências de rejeição aguda

acompanhada de lesões vasculares, glomerulares e tubulointersticiais. No grupo

de ratinhos tratados com L-arginina, havia menor oclusão vascular, edema

endotelial, inflamação e trombose e menor lesão tubulointersticial e tubulite, sem

alteração da TFG ou FRP no rim contralateral. Este trabalho sugeriu que a

L-arginina poderia mediar os mecanismos inflamatórios envolvidos na rejeição

aguda do transplante.

Mais tarde, Albrecht e col. (2002) demonstraram que a suplementação crónica de

L-arginina (1mg/g/dia) iniciada dois dias antes do transplante e continuada

(30)

aloenxerto (86). Neste estudo foram utilizados animais transplantados e tratados

com CsA durante 10 dias, evitando desta forma a rejeição aguda do aloenxerto. A

PA sistólica, medições dos metabolitos do NO, a creatinina plasmática e a

proteinúria foram avaliadas de quatro em quatro semanas. Verificaram um

aumento da excreção urinária de NO2- e NO3-, diminuição da proteinúria e menor

glomeruloesclerose focal e segmentar nos animais tratados com L-arginina. De

salientar ainda que a diminuição na proteinúria foi relevante apenas a partir das

20 semanas. Desta forma, verificava-se neste estudo que a suplementação de

L-arginina parecia ter um efeito protector durante a primeira fase após o transplante,

mediando as reacções imunológicas e as lesões decorrentes da

isquemia/reperfusão; e durante períodos mais tardios (semanas ou meses após o

transplante), pela manutenção da hemodinâmica renal através do NO.

Mais recentemente, Cupisti e col. (2008) demonstraram, em indivíduos com

transplante e FRN, que a substituição de 25g de proteína de origem animal por

25g de proteína de soja (durante um período de 5 semanas) resultava numa

melhoria da relação L-arginina/ADMA, diminuição da proteína C reactiva e

melhoria na vasodilatação (89). Atribuiram-se estes efeitos ao aumento da relação

L-arginina/ADMA.

Análise Crítica

Relativamente à suplementação oral de L-arginina, importa referir que os estudos

realizados em humanos são ainda em pequeno número, pouco conclusivos,

normalmente associados a um tamanho amostral pequeno e resultados

contraditórios. No entanto, parecem haver fortes evidências de que a

(31)

doença renal, sem efeitos adversos documentados, nomeadamente na

insuficiência renal crónica e aguda, nas nefrectomias, uropatias obstrutivas, na

hipertensão arterial e nas terapêuticas substitutivas de função renal. O impacto

pode traduzir-se em melhoria da função renal, como na prevenção de fenómenos

ateroscleróticos.

Desta forma, interessa realçar o papel da nutrição na promoção da ingestão de

alimentos ricos em L-arginina contribuindo para o atraso da progressão das

patologias acima referidas. Alimentos como peixe, amêndoas, nozes e soja são

especialmente ricos neste aminoácido, pelo que o seu consumo deve ser

priveligiado, sempre que aplicável. A ingestão preferencial de peixe,

particularmente, tem maior impacto no atraso da progressão da doença renal, que

poderá ser também explicado pelo elevado teor em L-arginina.

Deve realçar-se a importância deste aminoácido em doentes transplantados pois,

existem evidências muito fortes acerca dos benefícios inerentes à substituição

parcial da proteína animal por proteína de soja nestes indivíduos.

Por outro lado, em algumas condições, nomedamente nas glomerulopatias e na

diabetes mellitus, a intervenção não deve ser tão decisiva, na medida em que

existem evidências de que em algumas fases destas doenças a L-arginina

poderia agravar a função renal.

No que respeita à suplementação oral é necessária alguma contenção pois, a

restrição proteica é uma importante medida terapêutica na maioria das condições

de patologia renal pré-TSFR e a L-arginina não deixa de ser um constituinte

(32)

Aínda há um longo percurso a fazer no que concerne à investigação dos

benefícios da L-arginina nos doentes renais, devendo os profissionais da área

(33)

Referências Bibliográficas

1. Nefrologia SP. Dia Mundial do Rim. 2009. Disponível em:

http://www.spnefro.pt/.

2. Fauci A, Kasper D, Longo D, Braunwald E, Hauser S, Jameson L. Harrison´s - Principles of Internal Medicine. Mc Graw Hill Medical; 2008.

3. Wu G, Jr. MS. Arginine metabolism: nitric oxide and beyond. Biochem J. 1998; 336:1-17.

4. M. S, Morris J. Arginine Metabolism: Boundaries of Our Knowledge. J Nutr. 2007; 137:1602-09.

5. Boger R. The Pharmacodynamics of L-Arginine. J Nutr. 2007; 137(6):1650-55.

6. M. S, Jr M. Enzymes of arginine metabolism. J Nutr. 2004; 134:2743-47. 7. Baylis C. Nitric oxide deficiency in chronic kidney disease. Am J Physiol Renal Physiol 2008; 294

8. Cherla G, Jaimes EA. Role of L-Arginine in the Pathogenesis and Treatment of Renal Disease. Journal of Nutrition. 2004; 134(2801-2806)

9. Wühl E, Schaefer F. Therapeutic strategies to slow chronic kidney disease progression. Pediatr Nephrol. 2008; 23(5):705-16.

10. Locatelli F, Canaud B, Eckardt K-U, Stenvinkel P, Wanner C, Zoccali C. Oxidative stress in end-stage renal disease: an emerging threat to patient outcome Nephrology Dialysis Transplantation. 2003; 18:1272-80.

11. Stenvinkel P, Carrero JJ, Axelsson J, Lindholm B, Heimburger O, Massy Z. Emerging Biomarkers for Evaluating Cardiovascular Risk in the Chronic Kidney Disease Patient: How Do New Pieces Fit into the Uremic Puzzle? Clin J Am Soc Nephrol. 2008; 3:505-21.

12. Brunini. TM, Moss M, Siqueira MA, Santos SF, Lugon JR, Mendes-Ribeiro AC. Nitric Oxide, Malnutrition and Chronic Renal Failure Cardiovasc Hematol Agents Med Chem 2007; 5(2):155-61.

13. Matsuguma K, Ueda S, Yamagishi S, Matsumoto Y, Kaneyuki U, Shibata R, et al. Molecular mechanism for elevation of asymmetric dimethylarginine and its role for hypertension in chronic kidney disease. J Am Soc Nephrol. 2006; 17:2176-83.

14. ME B, JT. B. Renal arginine metabolism. Journal of Nutrition. 2004; 134:2791-95.

15. Tatematsu S, Wakino S, Kanda T, Homma K, Yoshioka K, Hasegawa K, et al. Role of nitric oxide-producing and -degrading pathways in coronary endothelial dysfunction in chronic kidney disease. J Am Soc Nephrol. 2007; 18:741-49.

16. Komers R, Anderson S. Paradoxes of nitric oxide in the diabetic kidney [Review]. Am J Physiol Renal Physiol. 2003; 284:F1121-F37.

17. Bruninia TMC, Mendes-Ribeiroa AC, Elloryc JC, Mannd GE. Platelet nitric oxide synthesis in uremia and malnutrition: A role for L-arginine supplementation in vascular protection? cardiovasc res. 2007; 73(2):359-67.

18. Wahbi N, Dalton RN, Turner C, Denton M, Abbs I, Swaminathan R. Dimethylarginines in chronic renal failure Journal of Clinical Pathology 2001; 54:470-73.

19. Freedman JE, Loscalzo J, Barnard MR, Alpert C, Keaney JF, Michelson AD. Nitric oxide released from activated platelets inhibits platelet recruitment. J Clin Invest. 1997; 100(2):350-56.

(34)

20. Fliser D, Fronenberg F, Kielstein J, Morath C, Bode-Böger S, Haller H, et al. Asymmetric dimethylarginine and progression of chronic kidney disease: the mild to moderate kidney disease study. J Am Soc Nephrol. 2005; 16(8):2456-61.

21. LYu, Tomé L, Castro. Id, Campos S, Seguro A. Beneficial and harmful effects of L-arginine on renal ischaemia Nephrology Dialysis Transplantation. 1999; 14(5):1139-45.

22. Baylis C, Qiu C. Importance of nitric oxide in the control of renal hemodynamics. Kidney Int. 1996; 49:1727-31.

23. Zatz R, Baylis C. Chronic Nitric Oxide Inhibition Model Six Years On Hypertension. 1998; 32:958-64.

24. Schmidt R, Baylis C. Total nitric oxide production is low in patients with chronic renal diseases. Kidney Int. 2000; 58(3):1261-66.

25. Wever R, Boer P, Hijmering M, Stroes E, Verhaar M, Kastelein J, et al. Nitric Oxide Production Is Reduced in Patients With Chronic Renal Failure Arteriosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology. 1999; 19:1168-72.

26. Nicola LD, Bellizzi V, Minutolo R, Andreucci M, Capuano A, Garibotto G, et al. Randomized, double-blind, placebo-controlled study of arginine supplementation in chronic renal failure. Kidney Int. 1999; 56:674-84.

27. Ribeiroa ACM, Bruninia TMC, Ellorya JC, Mannb GE. Abnormalities in L-arginine transport and nitric oxide biosynthesis in chronic renal and heart failure. cardiovasc res. 2001; 49(4):697-712.

28. Loscalzo J. An experiment of nature: genetic l-arginine deficiency and NO insufficiency. J Clin Invest. 2001; 108(5):663-64.

29. Yilmaz MI, Sonmez A, Saglam M, Qureshi AR, Carrero JJ, Caglar K, et al. ADMA Levels Correlate with Proteinuria, Secondary Amyloidosis, and Endothelial Dysfunction J Am Soc Nephrol. 2008; 19:388-95.

30. Böger R, Bode-Böger S, Szuba A, Tsao P, Chan J, Tangphao O, et al. Asymmetric dimethylarginine (ADMA): a novel risk factor for endothelial dysfunction: its role in hypercholesterolemia. Circulation. 1998; 98(18):1842-47. 31. Vallance P, Leone A, Calver A, Collier J, Moncada S. Accumulation of an endogenous inhibitor of nitric oxide synthesis in chronic renal failure. The Lancelet. 1992; 339(8793)

32. Lin K, Ito A, Asagami T, Tsao P, Adimoolam S, Kimoto M, et al. Impaired nitric oxide synthase pathway in diabetes mellitus: role of asymmetric dimethylarginine and dimethylarginine dimethylaminohydrolase. circulation. 2002; 106(8):987-92.

33. MacAllister RJ, Rambausek MH, Vallance P, Williams D, Hoffmann K-H, Ritz E. Concentration of dimethyl-L-arginine in the plasma of patients with end-stage renal failure Nephrology Dialysis Transplantation. 1996; 11(2449-2452) 34. Xiao S, Wagner L, Schmidt R, Baylis C. Circulating endothelial nitric oxide synthase inhibitory factor in some patients with chronic renal disease. Kidney Int. 2001; 59(4):1466-72.

35. Kielstein JT, Böger RH, M.Bode-Böger S, Frölich JC, Haller H, Ritz E, et al. Marked Increase of Asymmetric Dimethylarginine in Patients with Incipient Primary Chronic Renal Disease J Am Soc Nephrol. 2002; 13:170-76.

36. Zoccali C, Benedetto F, Maas R, Mallamaci F, Tripepi G, Malatino L, et al. Asymmetric dimethylarginine, C-reactive protein, and carotid intima-media thickness in end-stage renal disease. J Am Soc Nephrol. 2002; 13(2):490-96.

(35)

37. Kielstein JT, Salpeter SR, Bode-Boeger SM, Cooke JP, Fliser D. Symmetric dimethylarginine (SDMA) as endogenous marker of renal function—a meta-analysis Nephrology Dialysis Transplantation. 2006; 21(9):2446-51.

38. Reyes A, Karl IE, Kissane J, Klahr S. L-arginine administration prevents glomerular hyperfiltration and decreases proteinuria in diabetic rats. J Am Soc Nephrol. 1993; 4:1039-45.

39. Linden E, Cai W, He JC, Xue C, Li Z, Winston J, et al. Endothelial Dysfunction in Patients with Chronic Kidney Disease Results from Advanced Glycation End Products (AGE)-Mediated Inhibition of Endothelial Nitric Oxide Synthase through RAGE Activation. Clin J Am Soc Nephrol. 2008; 3:691-98.

40. Tizianello A, Ferrari GD, Garibotto G, Gurreri G, Robaudo C. Renal metabolism of amino acids and ammonia in subjects with normal renal function and in patients with chronic renal insufficiency. J Clin Invest. 1980; 65(5):1162-73. 41. Lau T, Owen W, Yu Y, Noviski N, Lyons J, Zurakowski D, et al. Arginine, citrulline, and nitric oxide metabolism in end-stage renal disease patients. J Clin Invest. 2000; 105(9):1217-25.

42. Cooke JP, Singer AH, Tsao P, Zera P, Rowan RA, Billingham ME. Antiatherogenic effects of L-arginine in the hypercholesterolemic rabbit. J Clin Invest. 1992; 90(3):1168-72.

43. Gornik HL, Creager3 MA. Arginine and Endothelial and Vascular Health. J Nutr. 2004; 134:2880-87.

44. Walpen S, Beck K, Schaefer L, Raslik I, Eberhardt W, Schaefer R, et al. Nitric oxide induces MIP-2 transcription in rat renal mesangial cells and in a rat model of glomerulonephritis FASEB J. 2001; 15(3):571-73.

45. Narita I, Border WA, Ketteler M, Ruoslahti E, Noble NA. L-arginine may mediate the therapeutic effects of low protein diets. Proc Natl Acad Sci 1995; 92:4552-56.

46. Peters H, Border W, Rückert M, Krämer S, Neumayer H, Noble N. L-arginine supplementation accelerates renal fibrosis and shortens life span in experimental lupus nephritis Kidney Int. 2003; 63(4):1382-92.

47. Peters H, Border W, Noble N. Tandem antifibrotic actions ofl-arginine supplementation and low protein diet during the repair phase of experimental glomerulonephritis Kidney Int. 2000; 57(3):992-1001.

48. Waddington S, Cook H, Reaveley D, Jansen A, Cattell V. L-arginine depletion inhibits glomerular nitric oxide synthesis and exacerbates rat nephrotoxic nephritis Kidney Int. 1996; 49(4):1090-96.

49. Veelken R, Hilgers KF, Hartner A, Haas A, Bohmer KP, Sterzel B. Nitric oxide synthase isoforms and glomerular hyperfiltration in early diabetic nephropathy. J Am Soc Nephrol. 2000; 11:71-79.

50. Pieper G. Review of alterations in endothelial nitric oxide production in diabetes - Protective role of arginine on endothelial dysfunction

Hypertension. 1997; 31:1047-60.

51. Radko K, Lindsley JN, Oyama T, Allison KM, Anderson S. Role of neuronal nitric oxide synthase (NOS1) in the pathogenesis of renal hemodynamic changes in diabetes. Am J Pshysiol Renal Physiol. 2000; 279:F573-F83.

52. Dai F, Diederich A, Skopec J, Diederich D. Diabetes-induced endothelial dysfunction in streptozotocin-treated rats: role of prostaglandin endoperoxides and free radicals. J Am Soc Nephrol. 1993; 4(6):1327-36.

(36)

53. Weninger M, Xi Z, Lubec B, Szalay S, Höger H, Lubec G. L-arginine reduces glomerular basement membrane collagen N epsilon-carboxymethyllysine in the diabetic db/db mouse. Nephron. 1992; 62(1):80-83.

54. Cross J, Donald A, Kharbanda R, Deanfield J, Woolfson R, MacAllister R. Acute administration of L-arginine does not improve arterial endothelial function in chronic renal failure. Kidney International. 2001; 60(6):2318-23.

55. Loscalzo J. Nitric Oxide Insufficiency, Platelet Activation, and Arterial Thrombosis Circ Res. 2001; 88:756.

56. Hadtstein C, Schaefer F. Hypertension in children with chronic kidney disease: pathophysiology and management. Pediatr Nephrol. 2008; 23(3):363-71. 57. Gokce N. L-arginine and hypertension. J Nutr. 2004; 134(10):2807-11. 58. West SG, Likos-Krick A, Brown P, Mariotti F. Oral L-Arginine Improves Hemodynamic Responses to Stress and Reduces Plasma Homocysteine in Hypercholesterolemic Men. J Nutr. 2005; 135:212-17.

59. Huang PL, Huang Z, Mashimo H, Bloch KD, Moskowitz MA, Bevan JA, et al. Hypertension in mice lacking the gene for endothelial nitric oxide synthase. Nature. 1995; 377:239-42.

60. Sanders P. L-Arginine and Arginine Analogs in Progressive Renal Failure. Blood purification. 1995; 13(3):219-27.

61. Sato K, Kinoshita M, Kojima M, Miyagawa K, Takase H, Suzuki S, et al. Failure of L-arginine to induce hypotension in patients with a history of accelerated-malignant hypertension, Journal of Human Hypertension J Hum Hypertens. 2000; 14(8):485-88.

62. Chen PY, Sanders PW. L-arginine abrogates salt-sensitive hypertension in Dahl/Rapp rats. J Clin Invest. 1991; 88(5):1559-67.

63. Cobelli FD, Fiorina P, Perseghin G, Magnone M, venturini M, Zerbini G, et al. L-Arginine–Induced Vasodilation of the Renal Vasculature Is Preserved in Uremic Type 1 Diabetic Patients After Kidney and Pancreas but not After Kidney-Alone Transplantation. Diabetes Care. 2004; 27:947-54.

64. Ashab I, Peer G, Blum M, Wollman Y, Chernihovsky T, Hassner A, et al. Oral administration of L-arginine and captopril in rats prevents chronic renal failure by nitric oxide production. Kidney International. 1995; 47:1515-21.

65. Kang D-H, Nakagawa T, Feng L, Johnson RJ. Nitric Oxide Modulates Vascular Disease in the Remnant Kidney Model American Journal of Pathology. 2002; 161:239-48.

66. Reyes A, Purkerson M, Karl I, Klahr S. Dietary supplementation with L-arginine ameliorates the progression of renal disease in rats with subtotal nephrectomy. Am J Physiol Renal Physiol. 1992; 20(2):168-76.

67. Katoh T, Takahashi K, Klahr S, Reyes A, Badr K. Dietary supplementation with L-arginine ameliorates glomerular hypertension in rats with subtotal nephrectomy. J Am Soc Nephrol. 1994; 4:1690-94.

68. Reyes AA, Porras BH, Chasalow FI, Klahr S. L-arginine decreases the infiltration of the kidney by macrophages in obstructive nephropathy and puromycin-induced nephrosis. Kidney International 1994; 45:1346-54.

69. Reyes AA, Martin D, Settle S, Klahr S. EDRF role in renal function and blood pressure of normal rats and rats with obstructive uropathy. Kidney International. 1992; 41:403-13.

70. Schneider R, Raff U, Vornberger N, Schmidt M, Freund R, Reber M, et al. L-Arginine counteracts nitric oxide deficiency and improves the recovery phase of ischemic acute renal failure in rats. Kidney Int. 2003; 64(1):216-25.

(37)

71. Goligorsky M, Brodsky S, Noiri E. Nitric oxide in acute renal failure: NOS versus NOS. Kidney Int. 2002; 61(3):855-61.

72. Basile D, Donohoe D, Roethe K, . DM. Chronic renal hypoxia after acute ischemic injury: effects of L-arginine on hypoxia and secondary damage Am J Physiol Renal Physiol. 2003; 284(2):338-48.

73. Schramm L, Weierich T, Heldbreder E, Zimmermann J, Netzer K, C Wanner. Endotoxin-induced acute renal failure in rats: effects of L-arginine and nitric oxide synthase inhibition on renal function. J Nephrol. 2005; 18(4):374-81. 74. Schramm L, La M, Heidbreder E, Hecker M, Beckman JS, Lopau K, et al. L-Arginine deficiency and supplementation in experimental acute renal failure and in human kidney transplantation. Kidney Int. 2002; 61:1423-32.

75. Schramm L, Heidbreder E, Lopau K, Schaar J, Cicco DD, Götz R, et al. Toxic acute renal failure in the rat: effects of L-arginine and N-methyl-L-arginine on renal function. Nephrology Dialysis Transplantation. 1994; 9(4):88-93.

76. Rebecca J. Schmidt, Yokota S, Tracy TS, Sorkin MI, Baylis C. Nitric oxide production is low in end-stage renal disease patients on peritoneal dialysis Am J Physiol Renal Physiol. 1999; 276(5):794-97.

77. Passauer J, Bussemaker E, Ursula Range, Plug M, Gross P. Evidence In Vivo Showing Increase of Baseline Nitric Oxide Generation and Impairment of Endothelium-Dependent Vasodilation in Normotensive Patients on Chronic Hemodialysis J Am Soc Nephrol. 2000; 11:1726-34.

78. Kielstein J, Böger R, Bode-Böger S, Schäffer J, Barbey M, Koch K, et al. Asymmetric dimethylarginine plasma concentrations differ in patients with end-stage renal disease: relationship to treatment method and atherosclerotic disease. J Am Soc Nephrol. 1999; 10(3):594-600.

79. Cross JM, Donald A, Vallance PJ, Deanfield JE, Woolfson RG, MacAllister RJ. Dialysis improves endothelial function in humans Nephrology Dialysis Transplantation. 2001; 16:1823-29.

80. El-Mesallamy H, Hamid SA, Gad M. Oxidative stress and asymmetric dimethylarginine are associated with cardiovascular complications in hemodialysis patients: improvements by L-arginine intake Kidney Blood Press Res. 2008; 31(3):189-95 (abstract).

81. Bobadilla NA, Tapia E, Franco M, López P, Mendoza S, García-Torres R, et al. Role of nitric oxide in renal hemodynamic abnormalities of cyclosporin nephrotoxicity. Kidney Int. 1994; 46:773-79.

82. Fogo A, Hellings S, Inagami T, Kon V. Endothelin receptor antagonism is protective in in vivo acute cyclosporine toxicity. Kidney Int. 1992; 42(3):770-74. 83. Nicola LD, SC ST, Wead, Brown, Gabbai F. Arginine feeding modifies cyclosporine nephrotoxicity in rats. J Clin Invest. 1993; 92(4):1859-65.

84. Andres A, Morales J, Praga M, Campo C, Lahera V, Garcia-Robles R, et al. L-arginine reverses the antinatriuretic effect of cyclosporin in renal transplant patients. Nephrology Dialysis Transplantation. 1997; 12(7):1437-40.

85. Gaston RS, Schlessinger SD, Sanders PW, Barker CV, Curtis JJ, Warnock DG. Cyclosporine inhibits the renal response to L-arginine in human kidney transplant recipients. J Am Soc Nephrol. 1995; 5:1426-33.

86. Albrecht EWJA, Goora Hv, Oostena AS-v, Stegeman CA. Long-term dietary L-arginine supplementation attenuates proteinuria and focal glomerulosclerosis in experimental chronic renal transplant failure Nitric Oxide. 2002; 8:57-58.

(38)

87. Tain Y-L, Muller V, Szabo AJ, Erdely A, Smith C, Baylis C. Renal cortex neuronal nitric oxide synthase in response to rapamycin in kidney transplantation. Nitric Oxide. 2008; 18:80-86.

88. Vos I, Rabelink TJ, Dorland B, Loos R, Middelaar BV, Grone H-J, et al. L-Arginine Supplementation Improves Function and Reduces Inflammation in Renal Allografts J Am Soc Nephrol. 2001; 12:361-67.

89. Cupisti A, Ghiadoni L, D'Alessandro C, Kardasz I, Morelli E, Panichi V, et al. Soy protein diet improves endothelial dysfunction in renal transplant patients Nephrology Dialysis Transplantation. 2006;

Referências

Documentos relacionados

To evaluate the role of renal nerve activity in L-NAME-induced hypertension, we compared the blood pressure response in four groups (N = 10 each) of male Wistar- Hannover rats

Consequences of cerebroventricular insulin injection on renal sodium handling in rats: effect of inhibition of central nitric oxide

Chronic nitric oxide synthesis inhibition induced by the treatment of rats with L-NAME results in endothelial dysfunction, vascular hypertrophy, cardiac fibrosis, athero-

Effects of the adenosine A1 receptor antagonist rolofylline on renal function in patients with acute heart failure and renal dysfunction: results from PROTECT

Inhibition of the L-arginine – nitric oxide pathway mediates the antidepressant effects of ketamine in rats in the forced swimming test. Pharmacology Biochemistry

The characterization of the effects in the isolated kidney and renal tubular cells gives strong evidences that the acute renal failure induced by this venom is a result of the

Takeuchi, Role of nitric oxide in regulation of gastric acid secretion in rats: effects of NO donors and NO synthase inhibitor, Br. Kim, Effects of a nitric oxide donor and nitric

Activities of nitric oxide synthase in liver and plasma L -arginine were reduced significantly in alloxan induced diabetic rats while treatment with mature coconut water reversed