SIP
M9
DANIEL
LUIZ
CARDOSO MACCARI
GESTAÇÃQ NA
ADOLESCÊNCIA, ANÁLISE
Dos
FATORES ENVOLVIDOS
NA
EALHA
DA
PREVENÇÃO
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso de Graduação
em
Medicina.ELORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
nv A I
GESTAÇAO NA ADOLESCEN
CIA,
ANALISE
DOS
FATORES ENVOLVIDOS
NA FALHA DA PREVENÇÃO
Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, para a conclusão do Curso deGraduação
em
Medicina.Coordenador
do
Curso:
Dr.Edson
Cardoso.Orientador:
Dr.Marco
AurelioDa
Ros.FLORIANÓPOLIS
-
SANTA CATARINA
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer
meu
orientador, Dr.Marco
AurelioDa
Ros, por acreditarna
viabilidade deste estudo, e por sua colaboração,realçando os aspectos importantes a
serem
pesquisados, e possibilitandoque
eu desenvolvessemeus
objetivos.Agradeço
aos funcionáriosdo Alojamento Conjunto do
HU,
que
receberam-me muito bem, além
de facilitaremminha
tarefa de entrevistador.À
minha namorada
emeus
amigos,que
me
incentivaram .a vencer osdesafios e obstáculos
que
ocorreramna
elaboração deste estudo.À
Deus
e aosmeus
pais, aquem
devo
tudo oque
me
foidado
e permitidoINTRODUÇÃO
... __OBJETIVO
... ._MÉTODO
... __RESULTADOS
... ._DISCUSSÃO
... ._ ~OONCLUSOES
... ._REFERÊNCIAS
___________________________ _.RESUMO
... _.SU1\/IMARY
.... __ . . . - - . . . . .- . . . . . . . . . . . - . z . . z. ________ 21.
INTRODUÇÃO
Em
1998
o SistemaÚnico
deSaúde
registrou 699.000 partosem
jovenscom
idade entre dez edezenove
anos , totalizando cerca de25
a30%
de todos ospartos realizados neste períodol.
Em
nosso .meio(SC)
estas estatísticas são semelhantesz e sóvem
aconfirmar
os altos índicesde gestantes adolescentesque crescem
a cada ano, eisto
fica
evidentequando
analisamos as estatísticasdo
Ministérioda
Saúde que
mostram
que
em
1993 as adolescentes totalizavam cerca de22%
dos partospagos
pelogovemo,
enquantoem
1996
estesnúmeros
subiram para26%,
ou
seja cerca de 74.600novos
casos de gestações precocesz.Estes
números
crescentesnão
podem
ser ignorados e levantam questões sobre os fatos e circunstâncias envolvidosna
ausência de prevenção, vistoque
na
sua grande maioria estas gestaçõesnão
são planejadas3.O
domínio
das informações sobre a fecundação e osmeios
disponíveis para evita-la é cada vezmaior
entre as adolescentes4, e isto se deveem
grande parte a incorporação de aulas sobre o uso dosmétodos
anticoncepcionais,dando
enfoque preferencial ao preservativona
prevençãoda
gravidez precoce,AIDS
eDST°s
G)oenças
sexualmente transmissíveis), nas escolas públicasl.
Também
pelascampanhas
publicitárias
que
abordam
massivamente
o usoda
camisinha e pelamaior
liberdade de
comunicação
com
os paiss.No
entanto, estemaior
grau de informação que, teoricamente, deveria diminuir onúmero
de gestações indesejadas parecenão
smtir efeitodado o
fatoque
as gestaçõesem
idade precoce são, a cada dia, mais freqüentesz. Estegrávidas tão
precocemente
etem maior
liberdade para questionarem
casa,porque
então os índices de gestaçõesna
adolescêncianão
param
de subir? Este é justamente oproblema que
nospropusemos
a pesquisar.Talvez pelo fato de estarem iniciando a vida sexual
mais precocemente
(em
1984
apenas14%
das adolescentesadmitiam
ter tido relações sexuais antesdo
15 anos, jáem
l999
estenúmero
subiu para32%), ou
pelo própriocomportamento
sexualdo
brasileiro,que
sabecomo
agir para prevenir-sedo
contágio
com
HIV
mas,na
“hora H”, muitos aindafazem
o contrário, edispensam
a camisinha.Uma
pesquisado
CEBRAP
(Centro Brasileiro de Analise e Planejamento)em
parceriacom
o Ministérioda
Saúde, publicadaem
outubro desteano
confirmou
estecomportamento
de riscodo
brasileiro, pois69%
dos entrevistadosreconheceram que
o preservativo éo forma mais eficaz
de se
manter
longeda
AIDS
porém
apenas32%
utilizam-noó.É
evidente a sobreposição de diversos fatores queimplicam na
gestação adolescente.A
relaçãoda
adolescentecom
omeio
familiar,com
seu parceiro e consigo são de importância fundamental parauma
prevenção eficiente7.A
adolescência éum
período árduo,uma
transição entre a infância e a vida adultaonde ocorrem
alterações bioquímicas, fisicas e sociaisque
colocam
o púbereem uma
situação de confusão e euforia perante suasmudanças,
refletindo diretamente sobre sua sexualidade.A
conseqüência disto é a procura poruma
colocaçãoou
auto-afirmação diante de seugmpo,
quepodem
resultarem
atitudesimpensadas
e inconseqüentes pelos adolescentess.Este trabalho tenta esclarecer as causas implicadas
na
falhada
anticoncepção, e que resultam
na
gravidez precoce,com
intuito de otimizar os trabalhos de prevençãoda
gravidezna
adolescência, pois esta éna
grande maioria, indesejada, e causa oabandono da
escola eo fechamento
de perspectivas para muitas destas futurasmães
adolescentesg.3
2.
OBJETIVO
Geralzinvestigar e discutir os fatores envolvidos
na
falha da anticoncepçãona
adolescência.Específicos: 1-Traçar
um
perfil sócio,econômico
e cultural simplificado das adolescentes internadasno Alojamento
Conjuntodo
HU
(Hospital Universitário Polydoro
Emani
deSão
Thiago, Flotianópolis,SC
).2-Idefinir seu
conhecimento
dos osmétodos
anticoncepcionais.
3-Identificar
em
seu discurso, as causas e circunstâncias envolvidasna
falhada
prevenção.3.
MÉTODO
O
trabalho concentrou-seem
estudar os fatores envolvidosna
falha dosmétodos
contraceptivosna
adolescência.Como
a própria adolescente équem
mais
vivencia a gravidez ,foram eleitas sujeito e objetoda
pesquisa as puérperascom
idade entre 10 e 19 anos atendidasno
alojamento conjuntodo
Hospital Universitário.Devido
aopequeno
número
de gestantes intemadas,em
funçãodo
localda
pesquisa edo pouco
tempo
deacompanhamento,
optou-se porum
estudo exploratório qualitativo que, devido as suas características apresentou-secomo
metodologiamais
adequada, tendoem
vista o grandenúmero
de fatores envolvidos sobre a questão levantada. Este tipo de estudonão busca
por resultados estatísticos, e é mais voltado para o entendimentodo
processo e sua construção depende,em
grande parte,da
interação entre pesquisador e pesquisado.A
pesquisa foi realizada diretamentecom
adolescentes puérperasque
passaram
peloAlojamento
Conjuntodo
Hospital Universitáriono
período de 02/08/99 a 29/09/99, totalizando40
casos.Não
houve amostragem,
isto é,o
número
de entrevistadas limitou-se ao universo de adolescentes atendidas nesteperíodo.
A
coleta dos dados deu-se sobforma
de entrevista verbal aplicada pelo próprioexaminador
e gravadaem
mini-cassete.As
entrevistasforam
constituídas de duas partes, a primeira seguiaum
roteiro de perguntas pré- estabelecidas, objetivas e, queforam
analisadas e correlacionadascom
a5
segunda
parteda
entrevistaque
secompunha
de perguntas abertas,ou
de raciocínio aberto,onde
o entrevistadoficava
livre para dar a resposta que lhe pareoesse mais apropriada.Foi realizado
um
pré-teste,com
4 adolescentes grávidas,com
situação semelhante a das pesquisadas, e quedefiniram
as questões aserem
estudadas.A
entrevista pessoa-pessoa foi a técnica empregada, por ser imprescindível ao estudo qualitativo. Neste, as perguntas de raciocínio aberto,isto é, questões
não
objetivas, são as mais importantesuma
vezque
permitem
um
amplo
espectro de resposta ao pesquisadog.Os
dados da
primeira parteda
entrevista,mais
objetivos,receberam
tratamento informático, sendo analisadosno programa
Access, através de correlação linear simples e discutidosem
relação aosda segunda
parte,composta
de perguntas de resposta aberta, e a literatura encontrada sobre otema
4.
RESULTADOS
Os
resultadosforam
dispostos das seguintes formas: a primeira,em
gráficos de análise estatística, dos dados colhidos, paramelhor
determinar a intimidade das entrevistadascom
osmétodos
contraceptivos,além
de traçarum
perfil sócio,econômico
e cultural simplificado, e a segunda,com
osdados
obtidos das perguntas abertas
que
questionaram as circunstâncias e causas implicadasna
falhada
anticoncepção, e serão apresentados e debatidos ao longo dessa discussão.planejada
planejada
Figura
1 .Analise da variável gravidez planejada e não planejada, da adolescente puerpera atenduh no'I I I I I I
0%
20% 40%
60% 80%
100%
Alojamento Conjunto do HU, Fpólis, SC, 1999.
Figura
2. Análise da variável idade na adolescente puérpela atendida no Alojamento Conjunto doHU
Fpólis, sc, 1999. 19a 18a 17a 16a 15a 14a
0%
20%
40%
60%
80% 100%
2 grau incompleto
1 grau completo l grau imcompleto
0%
10%
20% 30% 40% 50%
Figura
3.Aná1ise da variável escolaridade, na adolescente atendida no Alojamento Conjunto do HU, Fpólis, SC, 1999.C=~=›=d=~
_
SM»
_
U'-fã°
W'
_
¬ | | | | |
0%
1 0°/o 20°/o30%
40%
50°/oFigura
4-.Análise da variável estado civil, da puérpera adolescente atendida no Alojamento Conjunto doTrabalhae estuda
Sem
ocupação Trabalha Estuda 'I I I I I I I0%
10%
20% 30% 40% 50% 60%
F
Ígllfa 5.Análise da variável ocupação na puérpera adolescente atendida no Alojamento Conjunto doHU
Fplos, SC, 1999. Acilm de 8 Salários mínimos
-
6-8SaIários ...¡..¡....,s_
*S
S“'á“°”_
mínimos 1-2Salários njíninjos_
'I I I I I I I I0%
10%
20% 30%
40% 50% 60%
70%
Figura
6. Análise ch variável renda familiar mensal, na adolescente puérpera atendida no AlojamentoConjunto do HU, Fpólis, SC, 1999.
Já haviam utilizado
algum
MAC
0%
10%
20% 30%
40%
50%
60%
70% 80% 90%
Figura
7.Aná1ise da variável uso anterior ou não deMAC
(método anti-oonoeptivo) , na puérpera atendidano Alojamento Conjlmto do HU, Fpólis, SC, 1999.
IIIIIII
IIIII
PreservativoACO
I I I I I .0%
10%
20%
30%
40%
50%
60% 70%
Figura
8.Aoà1iso ao vzúàvol úpo oo método zoúooooopoioozl proferido, nas oaolosoomos puérpozoo ooo jáll
Não sabiam usar seu
MAC
corretamenteSabiam como usar
seu
MAC
corretamente
0%
10% 20%
30% 40% 50%
60%
70%
80%
90%
100%Figura
9.Análise da variável sabiam como usar seu método anticoncepcional de forma eficaz, aplicada nasadolescentes atendidas no Alojamento Conjunto do HU, Fpólis, SC, 1999.
M
:
RW
_
M-
_
'1 I I I I
0%
20%
40%
60%
80%
Figura
l0.Análise da variável como avalia seus conhecimentos sobre os métodos de se evitar uma gravidez aplicada nas adolescentes gestantes atendidas no Alojamento Conjunto do HU, Fpólis, SC, 1999.Os
dadosda
primeira parteda
pesquisa, objetivos,foram
analisados deforma
simples e apresentados graficamente, assim, foi possível traçarum
perfildo
sujeitoda
pesquisa.Os
dadosnão
tem
valor estatístico, levando-seem
contaque a população adolescente
do
Brasil atualmente giraem
tomo
de32
milhões de pessoas,ou
21,84%
da
populaçãol,mas
ajudam
a definir a adolescenteque
está engravidando
na
regiãoda
grande Florianópolis.A
figura
l, deixa claroque
a adolescentenão
pretendia engravidar,uma
vez
que
95%
das entrevistadasnão
planejaram sua gestação.Em
detrimento a estesdados
observa-se (figura 7)que
85%
dessas jáhaviam
usadoalgum
método
contraceptivono
períodoque
antecedeu a concepção,sabiam
usá-locorretamente
em
90%
dos casos (figura 9), e mais de80%
definiram
seusconhecimentos sobre anticoncepção entre regular e
bom
(figura 10), elegendoem
sua maioria,o
preservativocomo
método
preferencial (figura 8)A
adolescente atendidano Alojamento
Conjuntodo
HU
se encontranuma
faixa etáriamédia
de 17 anos (figura 2),no
grupo estudado todaseram
alfabetizadas e
na
maioria estudantes quecursavam
o primeiro grau (figuras 3e5), ecom
uma
renda familiarmédia
de 3 a 5 saláriosmínimos
(figura 6).. Analisando estes dados, forma-se a
imagem
deuma
adolescentecom
cerca de 17 anos, estudante, que
conhece
osmeios
de prevençãoda
concepção,tem
acesso a eles meios, usa-os ocasionalmente,não
planeja engravidar,mas
mesmo
assim engravida.Para tentar encontrar soluções para esta questão, utilizamo-nos de perguntas de raciocínio aberto que,
como,
já citado, são de importância13
fundamental para
um
trabalho de caráter qualitativo9, ecom
base nelas, pesquisar a literatura disponível e discutí-la.Quando
questionadas sobre o por quêda
falha, oque
houve, porquê não
ousaram, obteve-se respostas semelhantes
em
praticamente todo grupo.De
todasque
usavam
o
condon, e quecompunham
60%
do
total (figura 8), foi observadouso esporádico,
não
por faltado
método
mas, sim por fatoresque
vão
desde as dificuldades e tabus envolvidosno
seu uso à imposição ao parceiro,passam
pelo fato de ser consideradoincômoda
sua colocação etenninam na
respostadada
por praticamente todas as entrevistadas “...Na hora a gente esquece de tudo...”
(referindo-se ao uso
do
preservativono
momento
do
ato sexual). Frasescomo
esta e outrascomo:
“...Acheique não
ia acontecer comigo...”, “...Pintou o clima e a gentenão
agüentou...”, “...Na hora a gente esquece....” e ”...Não gosto de parar, procurar, colocar e só depois continuar...”, “...Perde o clima...”,refletem
afonnação
sexualdo
adolescente,que conhece
e sabeque
deve usar ométodoó
mas, por tabus, preconceitos, pela ansiedade
que
envolve o ato sexual e pelopensamento mágico
baseadona
onipotência pubeitária denão
se achar vulnerável,não
se previne1°”1.Em
apenas dois casos foi referido orompimento
da
camisinha, justificando a falhado
método.Do
grupo que
já havia utilizado contracepção oralcomo
método
de escolha (figura 8), seuabandono
relacionou-se às frequentes queixas associadasaos efeitos colaterais
do
usoda
terapia honnonal, eque
se refletiramem
respostasdo
tipo: “...Faz mal...”, “...Engorda edá
espinhas...” e “...Me faziamal...”, “...incha
meus
seios...”.Em
apenas 2 casos a falhado
método
foirelacionada ao esquecimento nas
tomadas
diárias.A
literaturau”8 refere que osmétodos hormonais
são os mais eficazesna
prevençãoda
gestação adolescente, poisalém
de altamente efetivonão
interferemna
prática sexual,que
muitas vezes é imprevisível,porém
considerandoAIDS
eDST°s,
o usoda
camisinha deve ser preferencial”.Na
prática, o que se viu foi que os efeitos colateraisda
dificuldade
em
aceitar a vida sexual de seus filhos, afastam-nas temporariamentedo
método.O
estudo dosdados
colhidos,mostram
que
apesar de todos os esforços envidadosna
prevençãoda
gestação adolescente, os resultadostem
sido precários. Faltao quê
?,Falhamos onde
?,Como
repensar estratégias ?, Quais asdificuldades
em
estabelecerum
vínculo entre ométodo
e sua usuária.~
A
discussao abaixo foi referenciadana
literatura aque
tivemos acesso,na
palestrado
Pediatra, especialistaem
Adolescência, Paulo CésarPinho
Ribeiro, realizadaem
outubro deste ano,na
cidade deFoz
do
Iguaçu, duranteo
56°Curso
Nestlé de Atualizaçãoem
Pediatria, eem
situações vivenciadas peloautor.
A
sociedade tende anão
reconhecer a sexualidade entre os jovensl.No
processo informativo, muitas vezes a manifestação de sexualidade é negada, reprimida, é vistacom
intolerância,ou
a sociedadetoma
uma
postura pseudo- pennissiva, avalizando o exercícioda
sexualidade entre os jovensmas
reprimindo seus resultadosm.Enquanto
a prática sexual pelo adolescentedo
sexo masculino ainda é considerada manifestação de masculinidade e força, as adolescentesdo
sexo femininorecebem
informações quenão
refletem sua experiência, já que nelas os desejosdevem
ser supostamente reprimidos, ligados ao casamento, à heterosexualidade e sua função reprodutiva, desconsiderando suas sensações e emoções1°14. Destemodo, fica
difícil trabalhar a prevençãoda
gravidez,uma
vezque
amoral
recriminao
uso dosmétodos
anticoncepcionais pelas
não
casadas, especialmente as adolescentes.Além
disto,a falta de ações que atentam às reais necessidades das adolescentes e sua sexualidade, a divulgação de
métodos
contraceptivos os quaisnão
se identificamou
seadequam
àsmesmas,
e a dificuldadeem
fomecê-los, principalmente às15
A
orientação afetivo-sexual,programa que
vem
sendo implantado eimplementado
nas escolas,desempenha
um
papel importantena formação
dos jovens”.O
programa
procura abordar otema
após estabelecer os questionamentos e aspirações dos alunos, auto ajustando-seem
cada grupo”. Este trabalho éum
dos fatores quepoderiam
estar influenciando,no
futuro, a diminuição dos índices de gravidez,DST°S
eAIDS
entre adolescentes. Neste tipo de orientação ao adolescente é importantenão
priorizar os aspectos negativosda
sexualidade e sim enriquecer os jovenscom
informações verdadeirasnão
tendenciosasou
preconceituosas, dismitificando tabus. Istocom
uma
equipe multidisciplinar suficientemente sensível para discutir,além
deproblemas
gerados pela sexualidade, o amor, a intimidade e a responsabilidade interpessoal, vinculando-se ao . adolescente”. Trabalhar o exercícioda
sexualidade, deixando claro
que
este se faz poropção
própria,com
maturidade e responsabilidade,com
conhecimento
do
próprio corpo edo
parceiro,conhecendo
a prevenção e respeitando sempre, a si próprio e ao parceiroló.Um
trabalho de orientação afetivo sexual realizado
numa
escola de 1° e 2° grausem
Curitiba", seguindo esta tendência,
com
uma
equipe multidisciplinar procurandouma
educação continuada e urnaformação
geraldo
aluno quanto a sexualidade, assimcomo
a sensibilização e conscientização dos paisem
relação aformação
sexual dos filhos, conseguiuum
índice de gravidez zero nos 3 anosem
que
foi aplicado. Isto demonstraque
a educação émn
processo lento,mas
muito
satisfatório.A
escola é apontada por todos especialistasem
adolescênciacomo
um
dos canais imprescindíveis para prevençãoda
gestação indesejada”.A
escola parece serum
fator protetorno que
tange o assuntoem
discussão. Muitas vezes ao engravidar as adolescentes são “convidadas” a sairda
escola, pois seriamum
péssimo
exemplo
para as colegas.Com
essa evasão, a escola deixa de funcionarainda, muitas destas jovens
tendem
a repetir varias gestaçõesacomodando-se no
papel de
mãe”.
A
família deve criarum
vínculo deconfiança
com
os filhos, para que estestenham
liberdade de questionar e informar-se para suaformação
sexual. Para isto os paisdevem
reciclar-se, revendo seus conceitos, livrando-se de tabus, mitos e preconceitos, enriquecendo os laços afetivoscom
seus filhos e estabelecendo assimum
modelo
sexual a ser seguido.Os
valores familiaresnão
devem
confrontar-secom
informações duvidosas, distorcidas e contraditórias que ojovem
adquire dosmeios
decomunicação
e colegas, pois este confrontamentodá
abertura para ações dedesafio
e auto afirmação,algumas
vezes resultando
na
gravidez indesejadamó.O
engajamento
dos paisnão
seráeficaz
senão
houver disponibilidade e abertura ao diálogo, sendoque
os assuntos sobre sexualidadenão
devem
ser tratados deforma
pré-estabelecida e simno
momento
que
surgirem.A
educação
sexual deve ser mais para o serdo
que para o ter e o fazer,deve ser
mais
voltada paraformação da
autoconsciência e dos próprios valores,uma
educação
para troca, para liberdadecom
responsabilidade, para oamor
e para vida passada, presente e futuraló.Outro fator é
que vivemos
numa
sociedade altamente erotizada, e a mídia contribuiem
grande partecom
filmes, novelas, shows,programas
e comerciaisonde
o erótico e a sexualidade muitas vezes são explorados e fatosque
gerariamproblemas na
vida realsempre
acabam
da melhor maneira
possível.Também
apresentam profissionaisnão
capacitados analisando questões de sexualidade e transmitindocomo
verdades sua visão distorcidado
tema,ou
analisando questões individuais e influenciando de maneira desastrosaum
publicoque
esta. . . ~
iniciando sua
formaçao
sexuall ”17
Infiuenciados pelas cenas tórridas e avassaladoras
do cinema
e televisão,aprendemos
um
modelo
de relação sexual,sempre
envolvidoem
muitaemoção,
num
desfazer de roupas dos dois apaixonados, intensamente,onde não há
espaçonem
tempo
para camisinha.Não
há
muito desconfortono
seu uso, existesim
muita inverdade nesses desconfortos, cunhou-se até
uma
frase de efeitoarrasador para desmerecê-la:
“De
camisinha écomo
chupar balacom
papelzinho”.É
preciso ser ditoque
mesmo com
a libido exacerbada e a paixão entorpecedora, pode-se praticar o sexocom
muitacalma
e criatividade,com
a camisinha participandoda
festa, e tirando todo proveitoda
relaçãosem
correrriscoszo.
O
Governo,
osmeios
de comunicação, e ascampanhas, que
promovem
o usodo
preservativo, precisam criarum
charme
em
tomo
deste, erotizar o método, tomá-lo partedo
jogo sexual, eenfim,
deixa-lo atraente.Outro fator de grande influência
na
gestação adolescente éo
pensamento
mágico que
o induz a pensarque
a gravideznunca
vai ocorrercom
ela/ele.O
jovem
mesmo
dominando
as informações referentes a reprodução e prevenção,~
nao
acreditana
necessidadedo
uso contínuodo
método
contraceptivo, resultandona
gravideznão
planejada1°3'16.A
busca
de urnanova
situação perante desajustes familiares, falta de perspectivas futuras, o exercícioda
sexualidadesem
prevenção eno
envolvimentoda
paixão,o
ato sexual de caráter infortuito eimprogramado,
a conduta de paisque achando que
o filho vai cairno
sexo desenfreado senão
estivercom medo
da
gravidez são outros fatores que sópodem
ser solucionadoscom
uma
fonnação
sexual sólida e eficazs °7°16.Ainda
existem falhasno
fornecimento de informações sobre ofuncionamento
de seu corpo, das questoesenvolvendo
o exercícioda
19
ó.
coNcLUsõEs
Após
a discussãoficou
claramente observadouma
sobreposição de fatoresenvolvendo
a gestaçãona
adolescência e a sua prevenção.Concluímos que
a adolescente atendidano
HU
de Florianópolis,mesmo
conhecendo
e tendo acesso aosmétodos
anticoncepcionais,não
se preveniramadequadamente
e engravidaram deforma não
planejada. Nestes casos os fatoresque
tiverammaior
influênciana
falhada
contracepção foram: a onipotência púbereem
não
se achar vulnerável, a ansiedadeno
momento
do
ato sexual, os mitos e tabusenvolvendo
osmétodos
contraceptivos, e a faltada
erotizaçãodo
preservativo.As
ações para diminuir os índices de gravidezna
adolescência deveriam centrar-sena formação
sexualdo jovem,
feitana
escolacom uma
equipe multidisciplinar capacitadaque
consiga se aproximar e criarum
vinculocom
oaluno".
Algumas
considerações para que as ações preventivasna
adolescência setomem,
mais
eficazes: a educaçãodeve
ser dirigida parauma
sexualidadeadequada
a cada indivíduo, privilegiando as relaçõeshumanas,
os sentimentos, as responsabilidades sexuais e as expectativas individuais, saindodo
lugar-comum
das informações apenas biológicas; deve-se valorizar aeducação
geralcomo
um
todo, trabalhandonão
só as questões queenvolvam
sexualidade,mas
a importânciada
saúde fisica, mental, sexual e reprodutiva; motivar, capacitar, informar, treinar e qualificar os educadores e profissionais de saúde para trabalhar a sexualidadedo
jovem
com
conhecimento,sem
idéias preconceituosasindivíduo, sua privacidade e seu livre-arbítrio e sua crença religiosa; estimular a
formação
de adolescentes multiplicadores de informação e envolvê-losno
trabalho preventivo, implantação de serviços
que
promovam
atenção integral ao adolescente,implementação
dos serviços já existentes de aconselhamento, prevenção e provisão de serviços de contracepção; trabalhar sempre,com
os jovens o resgateda
prudência e onão
envolvimentocom
situações deI_iScO2l,3,l6,l7,19'
Finalizando, o
problema
atualda
gravidezna
adolescência,um
problema
social,
não
constitui apenasuma
preocupaçãodo
Govemo, mas
de todos profissionais de saúde, educadores e sociedade envolvidos.21
7.
REFERÊNCIAS
Ribeiro
PCP.
Prevenção da
Gravidezna
Adolescência-
Uma
VisãoInterdisciplinar. In: 56°
Curso
Nestlé de Atualizaçãoem
Pediatria, 1° ed.São
Paulo: Nestlé; 1999. P.73-8.Ministério
da
Saúde. Percentual de partosem
adolescentes de 10-19 anos, pelas Regiõesdo
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urbana de FlorianÓpo1is',SC.' Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 1999. 1()9p.Objetivo: determinar e discutir os fatores envolvidos
na
falhada
prevençãoda
gravidez adolescente .
Método:
estudo exploratório qualitativo, realizadocom
entrevistas individuais,em
40
adolescentes que utilizaram oAlojamento
Conjuntodo
Hospital Universitárioda
Universidade Federal de Santa Catarina,no
período de 02/08/99 à 29/09/99.Resultados: foi verificado
que
90%
da
amostranão
planejou a gestação,que mais de
80%
considerava seus conhecimentos sobre anticoncepção entre regular ebom,
85%
já havia utilizadoalgum
método
anticoncepcional, esabiam
como
usá-lo corretamenteem 85%
dos casos.Os
principais fatoresque
relacionados à falhada
contracepção foram: a onipotência púbereem
não
se achar vulnerável, aempolgação no
momento
do
ato sexual, os mitos e tabusque
envolvem
osmétodos
contraceptivos , o preconceitocom
os anticoncepcionaisorais e a
formação
sexual deficiente.Conclusões:
no
grupo estudado, as adolescentes detinham informações e acesso aosmétodos
contraceptivos,mas
devido a suaformação
sexual, fatorescomo:
a onipotência púbere, a ansiedadeque
envolveo
ato sexual,o
comportamento
sexual de risco e a falta de atrativos
no
usodo
preservativo, determinaram a falhana
contracepção.Por
fim,
formar jovens sexualmente responsáveis e saudáveis, parece ser o únicocaminho
paraque
a prevençãoda
gravidezna
25
SUMMARY
Purpousez
establishand
discuss the factors involved in the failure ofpregnancy
prevention during adolescence.
Method:
qualitativeand
explorative study, accomplished through fortyindividual interviews with adolescent
womem
wich were
using theUnited
Acomodation
of
the Hospital of the State of Santa Catarina Federal University, during the period rangedbetween August
2 th untilSeptember 29
th 1999.Results: it has
been
observed that90%
of
the sample haven°t planned theirpregnany, that
more
than80%
have
considered theirknowledge
aboutcontraceptive
methods from
regular to god,85%
have
already usedsome
ofthem
and
knew
how
to usethem
properly also in85%
of the cases.The
main
factors related to the failure of
pregnancy
prevention were: the adolescentonmipotence
front to their vulnaberatily of getting or not pregnant, the anxiety involving the sexual act it self, the behavior of risk adopted for the majority ofthem,
and
the abscence of sex appeal in the useof
condomns.
Conclusionz
The
adolecents, in the studied group,had knowledge and
access tocontraceptive methods.