ffi
Esruoo
soBRE
LronnaNÇA
NAS
Escor,As Do
CoNcrLHo
nn
Snnpn
Dissertaçáo
paru
obtenção
do
grau
deMestre
em
Educação
-
Administração Escolar
Mestrando:
António
José
Patiúo
Pereira
Orientador: Professor
Doutor
José
Lopes Cortes Verdasca
Universidade
de
Évora
-
Escola
Superior
de
Educação
de
Beja
Esruno
soBRE
LroBnLNÇA
NAS
Escor,as Do
CoNcrLHo
nrc
SrnPa
Dissertaçáo
para
obtenção do grau
deMestre em Educação
-
Administração Escolar
4t,v
14U
Mestrando:
António
JoséPatinho Pereira
Orientador: Professor
Doutor
JoséLopes Cortes Verdasca
Universidade
de
Évora
-
Escola
Superior
de Educação de
Beja
fi}.,.í,
Setembro de2007
Agradecimentos
I -
Ao
ProfessorDoutor
JoséLopes
CortesVerdasc4
pelasvaliosas
sugestões e,sobrefudo,
pela
sua
paciência,porque
soube esperarnas
sucessivas"paragens"
eo'arranques"
que este nosso trabalho teve por condicionalismos pessoais e profissionais.
2
-
)\minha
esposa que enfrentou a confirsão de "papelada e livralhada" que se instalou lá em casa e ao meufilho
Duarte, que ficou privado das tardes de pesca e compreendeu sempre a necessidade do seu pai concluir o trabalho.3
-
As
minhas colegas IsabelLouzeiro
eAna
Nevese
Isabel Venâncio,do
ConselhoExecutivo da Escola Básica do 2o e 3o Ciclo Abade Correia da Serra, pelo seu constante
incentivo.
4
-
A
todos os
professorese
aos presidentesdos
órgãosde
gestêio das escolas do concelho de Serpa, por terem respondido aos inquéritos enviados.A
Study
of
Leadership
in
Serpa
County
Schools
Abstract
Based
on
Burns's
seminalwork
(1978)
on
transformational leadership, Bass (1985) developed a modelof
transformational andtansactional leaderúip
referredto
as
"full
range leadership
model".
Transformational leaders establish an appealingvision
and amission
for
their
organizations,by
empoweringtheir
followers,
encouragethem to
develop their
full
potential and thereby contribute more capably to their organisation.Using
Bass'smodel,
our
study
has investigatedthe
relationship between leadershipstyles
in
five
schools
of
Serpa
County
and
leadership outcomes
(extra
effort,
effectiveness
and
satisfaction).The
teachersfrom
these schools have evaluatedtheir
school leaders by completing the
Multifactor
Leadership Questionnaire(Avolio &
Bass, 2004).Although we
are awaÍe
of
some
limitations
of
our
study,
suchas
the
reliance
on teacher's perceptions,the
results have shownthat a
transformational leadership stylecorrelates
positively
with
leadership outcomes;and
that
a
tansactional
leadershipshows
a
less
positive
one and
a
negative
conelation
wiú
the
passive/avoidance behaviours.Additionally,
leaders have rated themselves morepositively in all
MLQ
scales, thantheir teachers
did.
Female leaders have revealed more transformational behaviours thanmale leaders.
Resumo
Baseado
no
trabalho seminal deBurns
(1973) sobre liderança transformacional, Bass(1985)
desenvolveuum
modelo de liderançatansformacional
e transaccional referidocomo
"full
range leadershipmodel".
Os líderes transformacionais articulam uma visãoapelativa e uma missão paÍa as suas organizações, através
do
empowerrnent dos seusseguidores, encorajam-nos
a
desenvolver plenamenteo
seu potencial, possibilitando contributos mais valiosos paraaorgatizaçáo.
Usando
o
modelo
de
Bass, este estudo investigou
como os estilos
de
liderança evidenciados por cinco líderes de escolas do Concelho de Serpa se relacionamcom
osresultados da liderança (esforgo extra, eficácia
e
satisfação). Os professores avaliaramos seus líderes preenchendo o Questionário
Multifactorial
de Liderança(Avolio &
Bass,2004).
Apesar
da
existênciade
algumaslimitações
neste estudo,como
a
dependência daspercepções dos professores,
os
resultados mostramque
a
liderança transformacionalapresenta
uma
correlaçãopositiva com os
resultados;a
transaccional evidencia umamenor
correlagão,
sendo
essa correlação
negativa para
os
comportamentos passivos/recusa.Adicionalmente, os líderes avaliaram-se mais positivamente do que os seus professores
em
todas
as
escalas
do
MLQ. Os
líderes
de
género
feminino
demonsfam
comportamentos mais transformacionais do que os de género masculino.
Índice Geral
Agradecimentos
Abstract
Resumo
Índice de Quadros
Índice de Figuras, de Gráficos e de Mapas...
Glossário de Termos
...
l.
Intodução
2.
JustiÍicação e Relevância do Estudo2.1
Motivação Pessoal2.2
Liderança Educacional: um ImperativoActual
3.
Contexto: O Concelho de SerPa3.1
Localizaçáo e Contexto Histórico-Geográfico3.2
Níveis de Escolarizaçáo da Populagão ......
3.3
Agrupamentos de Escolas e Escolas não Agrupadas....3.3.1 Agrupamentos de Escolas do Concelho de Serpa. 3.3.2 Escola Secundiíria e Escola ProÍissional
3.4
População Discente e Docente 4.4.1 4.2
Esquema Conceptual e Teorias de Base
Intodução...
A
Escola como Organrzaçáo4.2.1
AEscola como Objecto de Estudo4.2.2
AEscola e os Modelos de Análise4.2.3
AEscola e as Teorias4.3
A
Liderança4.3.1 Liderança: definição do Conceito .
4.3.2Lideraryq
Valores e Ética4.3.3 Liderança e Poder 4.3.4 Gestiio e
Liderança...
4.3.5 Estilos e Teorias
4.3.5.1Dos
"GreatMen"
aos Traços da Personalidade .. 4.3.5.2 As Teorias"Behavioristas"
e os EstilosOs Estudos das Universidades de Ohio e Michigan Os Estilos de Liderança de
Likert
Os Estilos de Liderança de
Lewin
Grelha de Liderança de Blake eMouton
4.3.5.3
A
Situação ou ContingênciaA TeoriaNormativa
deVroom
e Yettoniii
iv
v
viii
x
xi
I
6 6 9 25 25 27 28 29 30 31 33 33 35 35 38 51 57 58 60 657t
75 76 79 79 81 83 83 88 89 92vi
A Teoria "Path-Goal"
Liderança Situacional de Hersey e Blanchard
...
A
Teoria da Contingência de FiedlerContinuum de Liderança de Tannembaum e Schmidt
4.3.6 Na Escola: Liderança (s) para a Mudança 4.3 .6.1 Liderança Transformacional 4.3.6.2 Liderança " Invitattonal
"
...
4.3.6.3 Liderança " Facilttattve"
4.3.6.4 Liderança " Sustainable"
4.3.6.5 Liderança "Distributed"
...
4.3.6.6 Liderança "Level5"
4.3.7 Liderartça e
(In)
Satisfação dos Professores 4.3.8 Liderança e Comunicação na Escola 4.3.9 Liderança e GéneroMetodologia
Questões Iniciais de Pesquisa Opções Metodológicas
...
O
Instumento:
QuestionárioMultifactorial
de Liderança...
Amostra e Procedimentos
Cronograma...,.
Anrálise dos Resultados
... ....
Resultados da Escola
Alfa
Resultados da Escola Beta Resultados da Escola Gama
...
Resultados da Escola Delta
Resultados da Escola Épsilon
Resultados Globais
6.6.1 Resultados Liderança e Género Conclusões
Limitações e Recomendações para Fufuras Pesquisas Reflexões Pessoais
Referências
BibliográÍicas
Anexos
CaÍta aos Presidentes dos Conselhos Executivos/Directores CaÍlaaos Professores
Questionrârio
Multifactorial
de Liderança Versão Liderados (5 itens) QuestionárioMultifactorial
de Liderança Versão Líder (5 itens)MLQ-SX
ScoringKey
(Frente)MLQ-SX
ScoringKey
(Verso)95 98
r00
102 108tt9
120t22
123 128t3t
t43
t54
5. 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5t57
157 158t6t
168t72
173 175 183l9r
199 207 215 227 230 233 235 237 249 250 251 252 2532s4
2552s6
7. 8. 9 10. 6. 6.1 6.2 6.3 6.4 6.5 6.6A
B C D E FG CaÍtade Autorização de Utilizzrção do
MLQ-SX
Quadro
I
Quadro 2 Quadro 3 Quadro 4 Quadro 5 Quadro 6 Quadro 7 Quadro 8 Quadro 9 Quadrol0
Quadro II
Quadro 12 Quadro 13 Quadro 14 Quadro 15 Quadro 16 Quadro 17 Quadro 18 Quadro 19 Quadro 20 Quadro2l
Quadro22
Quadro 23 Quadro 24 Quadro 25 Quadro 26 Quadro 27 Quadro 28Índice
de
Quadros
Escolarizaçáo daPopulação do Concelho de Serpa
No de Alunos por Níveis de Ensino e Percentagem de lnsucesso (2006/07
...
No de Professores em200612007 ..
Taxionomia de Poder
Distinções entre GestE[o e Liderança segundo
Kotter
(1999)...Distinções entre Gestão e Liderança
...
Estilos de Gestêlo e Grelha de Blake e
Mouton
...
Comparação entre as Teorias Behavioristas e os seus Estilos
Estilos de Tomada de decisão do modelo de Vroom/Yetton/Yago
Diagrama Decisional de Vroom/Yetton/Jago
Estilos CompoÍamentais do Líder na Teoria Path-Goal Modelo Path-Goal
Modelo de Liderança Situacional de Hersey e Blanchard
Modelo de Fiedler ..
Continuum de Liderança de Tannambaum e Schmidt Movimentos de Pesquisa e Modelos de Liderança
Hierarquia de Cinco Níveis de Liderança
....
Os suportes da Comunicação na Escola
Constructos Definidores e Itens do Questioniário
Multifactorial
deLiderança
...
Itens de Resultados do Questioruário
Multifactorial
de Liderança Estatística Descritiva e Fiabilidade doMLQ-SX
Alpha de Cronbach da Amostra-teste
Codificação das Escolas lT axa de Retorno/Amostra Cronograma/Ano
lectivo
2006 12007Estatística Descritiva da Escola
Alfa
e Alpha de Cronbach...
Análise de Regressão Linear da Escola
Alfa-
Liderança Transformacional. Análise de Regressão Linear da EscolaAlfa
-
Liderança Transaccional...
Análise
de
Regressão
Linear
da
Escola
Alfa
ComportamentosPassivos/Recusa
Conelações de Pearson
-
EscolaAlfa
Ilúaúz
de Correlações da EscolaAlfa
...
Estatística Descritiva da Escola Beta e Alpha de Cronbach
Análise de Regressão Linear da Escola Beta
-
Liderança Transformacional.Anrflise de Regressão Linear da Escola Beta
-
Lideranga Transaccional...
Anrílise
de
Regressão
Linear
da
Escola
Beta
Comportamentos Passivos/Recusa ..Correlações de Pearson
-
Escola Beta Matrrz de Correlações da Escola Beta27 32 32 67 72 73 85 87 89
9t
93 94 97 99 101 103 129 148 Quadro 29 Quadro 30 Quadro3l
Quadro 32 Quadro 33 Quadro 34 Quadro 35 Quadro 36 Quadro 37 16s 166 168 170 "1,71 172 175 177 178 179 181 182 183 185 186 187 189 190 191Estatística Descritiva da Escola Gama e Alpha de Cronbach
Quadro
38
Análise
de
Regressão
Linear
da
Escola
Gama
Liderança Transformacional Quadro 39 Quadro 40 Quadro4l
Quadro 42 Quadro 43 Quadro 44 Quadro 45 Quadro 46 Quadro 47 Quadro 48 Quadro 49 Quadro 50 Quadro 51 Quadro 52 Quadro 53 Quadro 54 Quadro 55 Quadro 56 Quadro 57 Quadro 58 Quadro 59 Quadro 60 Quadro6l
Quadro 62 Quadro 63 Quadro 64 Quadro 65 Transformacional Passivos/RecusaAnálise de Regressão Linear da Escola
Gama-
Liderança Transaccional...
Análise
de
RegressãoLinear
da
Escola Gama
-
Comportamentos Passivos/Recusa ..Correlações de Pearson
-
Escola GamaMalrizde
Correlações da Escola GamaEstatística Descritiva da Escola Delta e
Alpha
de CronbachAnálise
de
Regressão
Linear
da
Escola
Delta
LiderançaTransformacional
Análise de Regressão Linear da Escola Delta
-
Liderança Transaccional...
Análise
de
Regressão
Linear
da
Escola
Delta
Comportamentos Passivos/Recusa...
Correlações de Pearson
-
Escola Deltar93
194 195 197 198 199 201202
203 205 206 207 209 2102tl
213 214 215216
Maúzde
Correlações da Escola DeltaEstatística Descritiva da Escola Épsilon e Alpha de Cronbach
Análise
de
Regressão
Linear
da
Escola
Epsilon
Liderança Análise de Regressão Linear da Escola Epsilon.-
Liderança Transaccional .Análise
de
RegressãoLinear
da
Escola Epsilon
-
Comporüamentos Correlações de Pearson-
Escola EpsilonMatnzáe
Correlações da Escola ÉpsilonEstatística de Fiabilidade dos Resultados Globais
Estatística Descritiva dos Resultados Globais
I
Apha de CronbachMédias
dos
Itens
e
das Dimensõesde
Liderançae
dos
Resultados dos Líderes e Professores...
Anrálise de Regressão Linear
-
Liderança Transformacional Anrílise de Regressão Linear-
Liderança Transaccional ...-..
Anrálise de Regressão Linear
-
Comportamentos Passivos/Recusa Correlações de Pearson-
Resultados GlobaisCorrelações de Spearman
-
Resultados GlobaisCorrelações de Pearson para os Resultados da Liderança desagregados . ...
Maúzde
Correlações dos Resultados GlobaisMédia
e
Desvio
Padrãopor
Génerodos
Líderespara
as Dimensões eResultados da Liderança
...
219 220 221 222 224 224 225 226 227 1XFigura
I
Figva2
Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10 Figura1l
Figura 12 Figura 13 Figura 14Gráfico
1 Ctrâfico2 Gráfico 3 Gráfico 4 GráÍico 5 Gráfico 6Gráfico7
Gráfico 8 Gráfico 9 Grríficol0
Gráfico l
l
Índice
de
Figuras,
de
Gráficos
e
de
Mapas
Interpretagão do Modelo de Bass adaptado à Escola Brasão da Cidade de Serpa...
Modelo de Liderança Situacional de Hersey e Blanchard Pirâmide de Necessidades de
Maslow
A
Comunicação .. 23 25 98 139r44
l5l
153 r67 180 188t96
2042t2
223 Sentido da Comunicação num Agrupamento de EscolasSentido da Comunicação nos Órgãos de Administração Contraste dos Tipos de Liderança no
MLQ
Rectas de Regressão
-
EscolaAlfa
Rectas de Regressão
-
Escola Beta Rectas de Regressão-
Escola Gamae Gestão das Escolas
e Resultados dos Líderes e Professores dos Professores por Escolas
atribuídas pelos Professores aos seus
Rectas de Regressão
-
Escola Delta .. Rectas de Regressão-
Escola ÉpsilonRectas de Regressão
-
Resultados GlobaisMédias Lideranças e Resultados LíderlProfessores da Escola
Alfa
Médias das Sub-escalas do
MLQ
do Líder/Professores da EscolaAlfa
... Médias Lideranças e Resultados Líder/?rofessores da Escola Beta ... Médias das Sub-escalas doMLQ
do Líder/Professores da Escola Beta...,Médias Lideranças e Resultados Líder/Professores da Escola Gama
Médias das Sub-escalas do
MLQ
do Líder/Professores da Escola Gama...Médias Lideranças e Resultados Líder/Professores da Escola Delta
Médias das Sub-escalas do
MLQ
do Líder/Professores da Escola Delta ... Médias Lideranças e Resultados LíderiProfessores da Escola ÉpsilonMédias das Sub-escalas do
MLQ
do Líder/Professores da Escola Épsilon ....Médias das Dimensões de Liderança e Resultados dos Líderes e Professores por Escolas 176
t76
184 184 192r92
200 200 208 208Gráfico
12 Gráfico 13 Gráfico 14Médias das Dimensões de Liderança
Médias das Dimensões de Liderança
Médias das Dimensões de Liderança
217
2r7
218
Líderes, por Géneros
...
Gráfico
15
Médias das Dimensões de Liderança dos Líderes por Género228
229 26
Mapa
1
Concelho de Serpa ..OFSTED
MLQ-sX
OCDE
Glossário
de
Termos
Office for
Standardsin
Education (ReinoUnido)
Multifactor
Leadership Questionnaire (Short Form)Orgarizaçáo paÍa a Cooperação e Desenvolvimento Económico
Her
Majes§
Inspectorate (Reino Unido)Department of Education and Science (Reino
Unido)
Headteacher Leadership and Management ProgrammeNational College
for
School Leadership Escola do 1oCiclo
do Ensino Brísico Ensino Pré-escolar ItineranteJardim-de-infância
Centro de Educação Pré-escolar Escola Básica Integrada
Instituto Nacional de Estatística
Leadership Behavior Description Questionnaire Recompensa Contingente
Ministério
da EducaçãoInfl uência ldealizada (Atributo s) Consideração Individual izada
Transformational Leadership Questionnaire Infl uência ldealizada (Comportamental)
Individual
Leadership Theory InspiraçãoMotivacional
Estimulação Intelectual
Least Preferred Coworker
Laissez-fúe
Leaderúip
Competency InventoryGestÍio por Excepgão
(Activa)
GestÍio por Excepção (Passiva)Multifactor
Leadership Questionnaire Resultados da LiderançaS ite-based-management
Escola ProÍissional de Desenvolvimento Rural
Direcção Regional de Educação do Alentejo
Massachusetts Institute of Technology
Presidente do Conselho Executivo
Conselho Executivo
Leader-member Exchange Theory
Estatuto da Carreira Docente Comportamento Passivo/Recusa Escala de Avaliação de Depressão
Sindicato Nacional do Ensino Secundrírio
-
FrançaHMI
DESEBI
INE
HEADLAMP
NCSL
EBl ...
EPEI...
CEPE JILBDQ
REME...
rr(A)
CI
TLQ
r(c)
TM..
ILT
EI
LPC...
LF...
LCI.
GEA GEP RES SBMMLQ
EPDRSDREA
MIT
PCE CE .. ECDL\iD(...
cPR
...
CES-D Snes-FSUxi
1.
Introdução
"Governments around the world are ifivolved in the business of educational reform. Imprwing the
micro-efiiciency of the school has been via,ved as means of addressing some of the macro-problems of the state and
society".
(Macbeth, cit. inHuns et aL.2003:9)
Nas últimas décadas, a educação tem sido afectada por um conjunto de variáveis externas e
internas as quais
implicam
necessariamente mudanças uÍgentese
profundasnos
sistemaseducativos.
A
indispensabilidadede
uma resposta efrcaz às exigênciasda
sociedade temlevado
a
uma
espéciede revolução
copernicanUa
qual
coloca
a
escolano
centro
daspreocupações educacionais.
Diversos
países promoveram reformasnos
seus sistemasde
ensinoe os
objectivos
quenortearam essa mudança passam
por
conceder autonomia efectivae
fortalecer as escolas.Por outro
lado, todas as pesquisas apontama
dinâmica da escola como responsável pelosucesso dos seus alunos, aparecendo esta dependente da qualidade da liderança. De facto, as
numerosas investigações produzidas, principalmente
nas
duas últimas
décadas, evidenciaramo
comportamento e a atifude dos indivíduos que assumem funções de gestãonas escolas
como
um
elemento determinanteda
existência, da qualidadee do êxito
dosnecessiários processos de mudança nas escolas e, consequentemente, do sucesso dos alunos
(Fullan, 2001 ; Gunter, 2001 ;
Murillo,
2004; Northouse, 2004).Também
os
serviços
responsáveisque
têm,
entre outras
fungões,a
monitorizaçáo
daprestagão
do
servigo educativo
por
parte das
escolas, nomeadamenteos
serviços
de inspecção, têmrecoúecido
avital
importância da lideranga das escolase
analisadoa
sua qualidade e impacto. Isto mesmo é referido nos relatórios do OFSTEDI que referem:"The quality and impact
of
leadership
will
continue
to
be
keyfeatures of Ofsted inspection.
It
is alsoinueasingly
important aspect'
Offrce for Standards in Education no Reino Unido.of
inspectton
in
other
European countrtes.
Our work
with
other inspectorateshas shown
that
the devolution
of
responsibilities
toindividual
schools and headsis
increasing across the whole Europe.More
responsibility
is
being
given
to
head
teachersto
lead
and managetheir
schools,and
they
hwe
becomemore
responsive toneeds and aspirations of
parents...
Countries like France, Portugal?,Austria
and the Netherlandsare
movingto
systemsof
whole-schoolinspection
or
evaluation
with
the
evaluation
oí
leadership
andmanagement as a central
part
in theprocess."
E hoje consensualmente aceite que o êxito organizacional esta claramente relacionado com a
excelência
individual
e estaé
cada vez mais necessária, especialmente em cargos de gestão que exigemmuito
maisdo
que competência técnica,pelo
contriârio impõemum
complexotipo
de destreza social capazde mobilizar toda a comunidade educativa, atingir os objectivospropostos apesaÍ dos muitos obstáculos e apto a
unir
as pessoas emtorno
de uma ambição estratégica.E
essaperícia
social tenderia a manter as organizações educativas unidas emfunção
de
propósitos
claros
e
liwes
da
mediocridade
caracteiz-adapelos
conflitos
burocráticos e pelas lutas de poder. Essa destreza
-
a liderança-
é recorrentemente referidacomo
uma
competência
directiva
indispensável,
tanto
transversal,
como
específica (interventora, reflexiva, crítica) entre pares-
uma função que pressupõe actividades detripla
nattxez-a- técnica, de interpretação e transformadora.Melhorar uma
realidadetão
complexacomo
a
de uma
escolae
adaptâ-laàs
exigências actuais não é uma tarefafiícil.
A
liderança que aspire ao sucesso deve"ver"
a sua escola deuma
forma
holísticade
modoa
compreender osdiÍiceis
problemase a
complexidade dasrelações no seu
interior,
ao mesmo tempo que gere e se adapta as pressões exteriores. Gerir uma escolaé
uma tarefa ánduaexigindo
uma prepaÍação adequadae muita
dedicação.A
liderança aliada aum
profundo conhecimento do universo escolar e educativo éum
factor2 No
nosso país, o Despacho Conjunto n" 37012006 de 3 de Maio dos Ministérios das Finanças e da Educação
desigrou um grupo de trabalho para proceder à avaliação das escolas, com vista à celebração de contratos de
autonomia (ver nota de rodapé 49).
fundamental
e
necessário
paÍa
a
mudança,
comprometendo-aefectivamente
com
apromoção
da
qualidade das aprendizagens de todosos
alunos.A
investigação nesta áreaconstitui
um
corpus
de
evidência,revelando que
uma
liderançaforte,
guiadapor
umaabordagem
transformacional,
munida
de
uma
formação
adequadae
num
quadro
deautonomia,
favorece
a
mudança organizacional
e
capacita
a
escola
paÍa
geraÍ
um comprometimento colectivo que favoreça a melhoria da qualidade dos processos deensino-aprendizagem e dos resultados escolares.
A
liderança transformacional éhoje
reconhecida comoa
abordagem-
ou
solução-
mais eftcaz para as urgentes mudanças emvias de
serem operadas nos sistemas educativos de diversos países e aparece associada às escolas e aos líderes eÍicazes, cujos comportamentosde
liderança influenciam
os
valores
e
as
aspirações
dos
liderados.
Os
líderestransformacionais
suscitam
sentimentosde
confiança
e
de
respeito
e
transmitem
umamotivação de modo a que os liderados transcendam os seus próprios interesses em
prol
daorganzaçáo.
O
comportamento transformacional destes líderes/directoresparece
actuarsobre
os
comportamentosde
cidadania organizacional
e
da
identidade
profissional,reforçando
a
coesãodo
grupo
de
profissionais.
Leithwood (1992:12),
ao
nível
dasinstituições educativas, reforça esta ideia ao referir que:
"Transformational leadership
has
a
sizable
influenceon
teachercollaboration and a signtficant
relationship
exists between its aspectsand the
changesof
teachers'
attitudestoward
school improvement and altered instructional behaviour ".Assim,
paraliderar
mudançasna
estrutura organizacionale
na gestão das nossas escolas,justifica-se
a
emergênciade
líderes transformacionaiscom
capacidade para reconhecer anecessidade de mudar, de
gerir
a transição, de criar uma nova visão, de desenvolver novas ideias e deinstitucionalizar
a mudanç4ou
seja, líderes capazes delidar
comaquilo
a que Sanches(1998)
chamade
"dilemas
deautonomia"
e
"dilemasde legitimação
social
da escola". Líderes capazes de promover processos de participação na gestÊÍo, tendo em contaque
a
escolapode ser
üma
"comunidadede
líderes",
onde urgepromover
a
"dimensãorelacional da lideranço" e
favoreceruma "liderança
colegial".
Uma
liderançaque
sejadesafiada
a
adoptar estilos
de
actuaçãoque the
permitam
o
desempenhodo
papel
de"facilitadora
dos processosde
desenvolvtmento,valorização
e
inovaçôio"
(Martinez
eAlmohalla,
1990).Segundo
Leithwood
(lgg2),
os movimentos de reestruturação das escolas, devem envolverdois tipos de mudanças: de
primeira
ordem que promovamum
ambiente seguro e ordeiro euma focalizaçáo nas actividades de ensino
e
aprendizagem e mudanças de segunda ordemcomo
a
articulagãode uma visão
apelativa
e
partilhada, melhoria
na
comunicação edesenvolvimento
de
processosde
tomada
de
decisão colaborativa.
Assim,
o
autor mencionado refere:" school leaders must focus efforts on using their
focilitative power
to malre secondorder
changes.Transformational
leadership providesthis
focus.
Transformational leadershipfacilitates
theredefinition
of
people's mission and vision, a renewal of
their
commitment, and therestructuring of their systemsfor
goal
accomplishment". (Opcit:
ll).
Na
literatura
internacional, surge-nos frequentementea
constataçãode que
as liderançaseficazes exercem
uma indirecta,
mas poderosa,influência
na
eficácia das
escolase
no sucesso dos alunos(Leithwood
etal.
1999). Se a qualidade do ensino influencia fortemente os níveis de motivação e sucesso dos alunos, tem sido consistentemente argumentado que aqualidade
da
lideranga,por
seuturno, influencia
também,de
um
modo
determinante, amotivação dos professores e, consequentemente, a promoção dessa qualidade ao
nível
dassalas de aula
(Fullan,200l;
Sergiovanni, 2001).É
devido
a
este quadroteórico
que
surgea
necessidadede
realizar este estudocom
oobjectivo de avaliar em que medida os docentes percepcionam a liderança das escolas, assim
como
a
sua relaçãocom
a
efrcâcíaoo
esforçoe
a
satisfação dos docentes das escolas do concelho de Serpa-
se possüdora de características predominantemente transformacionais, transaccionais e/ou de comportamentos passivos e de recusa.Para
o
presentetrabalho,
seguiremoso
modelo
propostopor
BernardBass (1995)
quedefiniu cinco
dimensõesteóricas
da
liderança
transformacional,a
saber:
a
Influência
Ídeatiz-ada
ou
Carisma,
sendoesta atribuída
e
comportamental("Idealized
Influence
-attributed
andbehwior),
aMotivação
Inspirada("Insptrational
motivation"),
o
Estímúo
Intelectual
("Intellectual stimulation") e a
ConsideraçãoIndividualizada ('Individotalized
consideration").
As
seguintes dimensões ligadas à liderança transaccional(Avolio
&
Bass,2004) também
serão analisadas:a
Recompensa Contingente("Contingent
Reward"),
aGestiÍo
por
Excepção:
Activa
("Managetnent-by-Exception:Active"), assim como
osComportamentos
de
passividadee
recusa3 previstospor
estes autores (Passtve/AvoidanceBehavior),
queincluem a
GestãopoÍ
excepção: passivae
Laissez-faireou
não lideranga. Finalmente, observal-se-ão os resultados da liderança: Esforço Exha (ExtraEffort),
Eficácia(Effe ctiv eness) e Satisfação (Sati sfaction).
Adicionalmente procuraremos
também
saber
que relação existe entre
o
género
dos Presidentes do Conselho Executivos/Directores e os seus estilos de liderança predominantes.No
âmbito da
presente pesquisa,utilizou-se
como
instrumentode
recolha
de
dados oMultifactor
Leadership Questionnaire na sua versão reduzida(MLQ-5X)
desenvolvidopor
Bass e
Avolioa, o qual
se encontra especificamente direccionado paraidentificar
os estilos de liderança supracitados.3
Comportamentos em que predomina um mecanismo de defesa (consciente ou inconsciente) que consiste na
recusia em enfrentar situações ou actividades que provoquem conflito ou ansiedade.
a Bernard M. Bass, Center for Leadership Studies and School
of
ManagemenÇ Binghamton University,Estados Unidos da América; Bruce
J.
Avolio, Departmentof
Management and Collegeof
BusinessAdministration; University of Nebraska
-
Lincoln, Estados Unidos da América.2. Justificação
e
Relevância
do
Estudo
"Leaders and managers in schools are faced with the challenge of operating in a rapidly changing world. In
this world the globalisation of economic systems, technological advance and the increased expectations that
society has
of
its education system have replaced past certainties with new and uncertain frameworlts.Dynamic change has become the order of the day. How do leaders and managers meet this challenge and
develop approaches in order to operate successfully in this new etwironment?" (Davies et al. 1997 :129)
2.1
Motivação
Pessoal
"...from here on the only constant in our lives will be change",
(MacBeath, 1998:20)
As
motivações e interesses pessoais nãojustificam, por si
só, as opções e Írs considerações que se irão naturalmente revelando ao longo do trabalho. Porém, julgamos que alguns destes elementos poderão ajudar a compreender as ideias a desenvolveÍ e as opiniões queo
autor ira, de modo mais ou menos expresso, deixar transparecer.Esta abordagem da temática da liderança nas escolas é motivada
por
viários pressupostos.Em primeiro lugar,
a
experiência pedagógicae de
gestão, acumuladapelo autor
durante mais de quinze anos no ConselhoDirectivo
(hoje Executivo) de uma escola que passoupor
viírias
metamorfoses-
de
um
antigo
"ciclo
preparatório"
a
uma
escolaQ+S que
depois passoua
Escola Brisica Integradae
destaa
Escola Básicado
2oe
3"
Ciclos
sede deum
agrupamento vertical de escolas
-,
contribuiu paÍaum
saber, que não é possível nem anularnem desconsiderar, sobre
o
modo de organizare gerir
as organizações escolares. Sendo oautor
professorhá
dezasseis anos,catorze
dos
quais
na
gestão escolar,que
vive
estaprofissão
e
encaraos
cargosde
gest2iode forma
intensae empeúada,
as problemáticasrelativas
à vida
escolarnão podem deixar
de
ser
motivo de
observaçãoe
de
reflexãoconstantes.
As
causas e factores que propiciam a eficiência e eficácia da escola, logo do seu sucesso,com particular
incidência sobreos
processosde
gestiioe
liderança são motivossuficientes para
tentar uma
maior
aproximação/coúecimento
desta áreaaÍavés de
umainvestigação apurada
e
objectiva, sem os
juízos de valor
que
acompanhammuitas
dasreflexões do senso comum.
Em
segundo lugar, a constatação da complexidade da tarefa de gerir as nossas escolas quenão
se
compadececom
amadorismos,nem com
necessidadesde
afirmação
pessoal ouprotagonismo,
os
quais,
por
vezes,
esvaziam
essa função
da
sua
componente
deresponsabilidade
e
de apresentação de resultados concretos.Foi
a
constataçãodo
grau deamadorismo
que ainda norteia
este
cargo nas
escolas portuguesase
da
necessidadeimperiosa
e
urgentede
formação nesta iárea quenos
levaramà
frequênciado
Curso
deEstudos
Superiores Especializadosem
Gestiio
e
Administração
Escolar.
As
mesmaspreocupações conduziram agora a este Mestrado em Ciências da Educação, na variante de
Administração
Escolar. São ainda
os
mesmos
interessese
preocupações,nesta
areafundamental, que
levam
a
abordaro
tema
das escolase
da
sua liderança neste primeiroestudo.
Finalmente, em quaÍto
lugar,
foi
igualmente relevanteo
conhecimentoadquirido
sobre ossistema
de
administraçãoe
gestÍtodas
escolasda União Europeiq primeiro
enquantobolseiro Erasmus na Universidade de Chichester em Inglaterra e como professor estagiário numa escola do mesmo país, e depois como coordenador de Projectos Educativos Europeus,
no
âmbitodo
Programa Sócrates-
Comenius durante mais de dez anos, experiências quepermitiram
visitar
várias escolasem
diferentes contextose
em diversos países europeus. Esse mesmo caminhopermitiu verificar
in
loco as diferenças-
por vezes substanciais-
emtermos
de
gestêioe
administração-
e
liderança-
das escolasenvolvidas
e do
grau
deenvolvimento e
empeúo
dos professores na vida escolar.Se
bem que
a
esmagadoramaioria dos
esfudosem
torno
da
liderança transformacional provém dos países anglo-so(ónicos, o que pode condicionar agerreralização dos resultadosnoutros
contextos,Leithwood
&
JaÍtzí
(2000) referem, "olthough there have
beenfew
studies
of
such leadership (transformational)
in
schools, evidence showsthat
there
aresimilarities
in
transformntional
leadership whetherit
is in a
schoolsetting
or a
business erruironmenÍ", acrescentando Spreitzer etal.
Q005:5) que:,,...
the
general
idea
of
leadership
is
considered
a
universalphenomenon
-
indeed, no society has beenfound without somekind
of
leadership.
Bass (1997) suggestsa
universalposition
regarding
the cross-cultural
transferability
of nansformatíonal leadership. ThisHnd
of
culture-free approach
assutnes
that
core
leadershipconstructs should be
similar
orinvariant
acrosscultures"
Bass (1991)
cit. in
Spreitzer etal.
(2005:5), sugere também que:"That
leadership engagein
moretransformational
behaviorwill
bemore
effective
than
those who
engage
in
less
transformational behavior, regardlessof
culture.He
suggests that developtng a visionof
thefuture
and
motivattngfoltowers
to
work hard
to
achieveexceptional performance should be
part
of
aformula
for
excellencein any
culfiire."
Assim,
pesquisar sobreum
tema pouco esfudadono
contexto português, em organizaçõesmúto
específicascomo
as escolase
num
concelhodo interior
alentejano,foi
ouüo
dosfactores motivadores.
2.2 Liderança Educacional
:um
Imperativo Actual
"Leadership counts. Rare is the effeatve school that does not hqve an ffictive head"'
(Sergiovanni, 200 I :ix)
«Já nada muda
já
como soía»» é oúltimo
verso do soneto de Camões <<Mudam-se os tempos,mudam-se
as
vontades»e
significa
que
já
não muda como era
costume.Este
é
umpensamento antigo, mas ainda pouco assimilado. "O
futuro
iá
não éaquilo
quefoi",
como escreveu Paul Valéry. De facto, a sociedade evoluiu de uma maneira exponencial ecadavez
se exige mais à escola. Esta pode perder
a
suaraúo
de ser pois, além de ensinar a escrever,ler
e contar, é-lhe pedido também que eduque para os valores, atitudes e comportamentos. Pede-se-lhe também que acompanhe uma evolugão vertiginosa e que resolva os problemas criados por essa mudança. Mesmo aonível
da unidade organizacional básica da sociedade-a
famí|ia
-
as
alterações são tantasque, como refere
Savaterna
suÍI
obta
"O
valor
deEducar",
esta se eclipsou e torna-se necessário que a escola a substitua em algumas tarefas basicasde
socialização primrária.Ao
mesmotempo
"a
sociedqdereclama que
a
escolaconsolide valores
a
que ela
já
renunciott".
Também
a
emergênciada
sociedade doconsumo;
do
coúecimento;
da
informação
e
da
comunicação
colocou
pressõesinsustentiíveis nas instituições educativas.
O
relatório
daOCDE (2001:13), "New
Schools ManagementApproaches"
meÍrciona noinício
do documento:'oschools everywhere
are
being asftedto do
more than ever before.They
face
a complexworld
and a seemingly endless setof
pressures.Those who manage schools must talre responsibility
for
an
arduoustask."
A
educaçãoé
considerada fundamentale a
chavepaÍa
o
desenvolvimento económico esocial dos países (Daresh, 1998:323), daí que as referidas exigências obrigam as escolas e
outras instituições educativas a adoptar outro caminho (por vezes desconhecido e sinuoso),
por
vezesradical,
com
o
objectivo
de
fomentaruma
constante evoluçãoda
sociedade emelhorar
o
rendimento académicodos
alunos.Muito
se tem
falado em
autonomia dasescolas ("self-management"), por vezes descrita como uma gestê[o centrada na escola
(SBM'
"site-based-managmenÍ"). Se bem que esta tendência descentralizadorapossa tomar as mais diversas formas, invariavelmente todas elas partem
do
pressuposto queo
resultado será aelevação do rendimento académico dos alunos
(Bush,
2002).A
realizaçáo deste objectivoassenta criticamerúe na qualidade da liderança escolar.
A
relação entrea
qualidadeda
liderançae a
eficácia das escolastem
sido
demonstrada através da investigação em muitas partes do mundo,incluído
os países da Europa e outros tÍio distantes como os do Ane[ do Pacífico(Mortimore
etal-,2000; Dalin,
1998).Com efeito, todos os estudos sobre eficácia das instituições escolares evidenciam a liderança como um factor chave. Por outro lado, nenhuma investigação comprovou a relação
positiva
entre escolas eficazes e liderança fraca.A
publicação, pelo Departamento de Educação do governo dos Estados Unidos, do relatório"A Nation
at
Risk", em 1983, deu início a uma gfande vaga de reformas neste país, tendo-se prestado especial atenção à liderança das escolas. Esta focalizaçáo na liderança conduziu à elaboração deum
documentointitulado
"Leadershipfor
America's Schools"
que lançou asbases
de
um
programa ambiciosode
formação paraos
administradores escolares. Neste mesmo país, a publicaçãoem
1966 dojá
famoso Relatório Colemann, que abordava o temada
igualdade
de
oportunidades
na
educação,gerou uma forte polémica
nos
meiosacadémicos e científicos.
Nele
seconclúa
que a escola tinha pouco ou nenhum efeito sobreo êxito
académico dos alunos, considerando as variáveis sócio-económicas dasfamílias.
A
conclusão levava à ilação de que as diferentes formas de organizagão,o
funcionamento das escolase a
acfuação dos professorestinham
escassainfluência
nos resultados escolares. Estes pressupostos impulsionaram os movimentos que posteriormente receberam os nomesde
eficácia
escolarou
escolas eÍicazes(school
ffictivenessrl
e
de
melhoria
da
escola(school
improvement).O
modelo
utilizado
nesterelatório
foi
denominado
"black
box",
5 para aprofundar coúecimentos sobre eficácia escolar, ver United States Department of Education (1986);
Northwóst Educational Research Laboratory (1990); Firestone (1991); Mortimore (1991, 1995, 1998);
Scheerens (1992); Creemers Og94|l1; Reynolds et at. (1994\; Goldstein (1997;1998\; Scheerens
&
Bosker (tgg1);Grày etit.
(tggg); Sammons (lggg), Townsend et a.t (1999\, Teddlie & Reynolds (2000), Wendell (2000)porque defendia uma representação da escola idêntica a uma caixa negxq analisando apenas
os
"inputs"
(características pessoaise
sociais
dos
alunos)
e
os
"ottt7)l,tts" (resultadosescolares).
As
novas
propostasde aftílise
começarama
incluir
variáveis
de
processoatribuídas
à
escola,o
quepermitiu identificar
factores chave de qualidadee
eficácia
da escola. Como resultados destas novas investigações, foram identificados alguns factores queestllo relacionados
com a eficácia da
escola:uma liderança
educativaíorte;
expectativasaltas
em relação aos resultados académicos dos alunos; um clima seguro e disctplinado eavaltações frequentes dos progressos dos alunos.
Tambem em Inglaterra e no País de Gales, depois de um amplo debate nacional, se publicou,
em 1988,
a
"Education ReformAct"
querevolucionou completamente o sistema de ensino -as escol-as começaÍama
ser geridas localmente6 e deu-seinício
aum proficuo
conjunto deestudos sobre a importância da sua liderança. Efectivamente, a mais
valia
de uma liderança educacional forte é reconhecida por vários autores que fundamentaÍn as suas conclusões em estudos empíricos realizados.A
Comissão Nacional de Educação do ReinoUnido
referia em1993
(Cit.
Stoll and
Fink,
1996:10l): "Good
leodership
is
one
of
the
keyfeatures
of
successful schools. This as been emphasisedtime
andagain,
but themaior
changes whichare
affecting
schoolswill
make even moresigni/icant
demands".Em
1977,já
os
HMIT(serviços de inspecção) deste país
afirmavami
"Leadership is, without exception, one of thekey
componentsof
"good schools"
(DESBciÍ.
Hopkins
in
Haris
et
al.
2003:55).
Nos EstadosUnidos,
a
prestigiada empresa PricewaterhouseCoopers,revelava
em
1999
noRelatório
"The Importanceof Leadership:
TheRole of
SchoolPrincipals",
depois de umvasto
estudode
investigaçãoem
escolasde
reconhecido sucesso,que
a
autonomiae
a liderança forte são os ingredientes principais das escolas eficazes.Em
Portugal, surgiram reformas (muitas vezes seguidas de contra-reformas) as quais,por
vezes,
apenas acenfuarammais
o
desconcertoe
o
desânimoentre
os
professores do propriamenteos
ajudarama
encontrarcamiúos
válidos
paÍa a mudança. Fazer reformas6
Nestes paÍses, estas reformas ficaram coúecidas por LSM (Local Management of Schools).
7
Her Majesty lnspectorate no Reino Unido.
8
Deparhrent of Education and Science no Reino Unido.
"para"
as escolas e não fazê-las"coru"
as escolas;partir
do pressuposto que os professores são partedo
problemae
não parte da soluçãoe
não apostar na liderança comoum
factorchave para a mudança é condenar as reformas ao insucesso. Atente-se no que
diz
Davies naobra'oschool Leadership
for
the 21tr Century:'oThe success
of
reformsis
determinednot
only by the natureof
thereforms
themselves,and how
they
are
implemented,but also
bysecondary
wave
of
reform
changes
in
the
leadership
and
management
behaviour
of
individual school leaders"@avies et
al. 1997:32).Também Barroso (1996:187) aborda esta questElo
no
artigo
"da Autonomia
decretada àAutonomia construída" referindo a importância
de
"
(...)
desenvolverformas
diversi/icadas,individuais e
colectivasde liderança,
sema
qual não
se podem empreenderos
dtJíceis ecomplexos processos de coesão necessários
para
que a escola se constitua como um sujeitosocial
coerente".
Estas conclusões são ainda corroboradaspor
Nóvoa
(1999.,26) quando afirma:"A
coesão ea
qualidade de uma escola dependem emlarga
medidada
existência
de
uma
liderança
organizacional
efectiva
ereconhecida, que
promova
estratégias concertadasde actuação
eesttmule
o
empenhamentoindividual
e
colectivo
na
realização
deprojectos de trabalho ".
A
centralidadedo
conceito de liderançae
a
sua importânciano
quadro das organizações educativas resulta também,em
boa pârtê, das especificidades dainstituição
escolare
dotrabalho
inerenteà
administração educativae.De
facto,
o
processode
escolarizaçáo émarcado,
segundo
Greenfield (2000:259),
pelo
oocarácter eminentementernoral
dae
Segundo Greenfield (2000) o trabalho do administrador escolar envolve uma extensiva comunicação face a
face, é reactivo, imediatista e orientado pdÍa a acção, enfrenta problemas imprevisíveis, as decisões são
frequentemente tomadas sem adequada e/ou completa informação; acresce ainda que o trabalho é marcado
pelas frequentes intemrpções, pela multiplicidade de intervenientes nos processos de resolução de problemas e pela pressão para a manutenção das rotinas dada a ambiguidade e a tncerteza dos contextos.
actividade"
-
dadaa
obrigatoriedadeda
frequência escolar,a
imaturidade dos alunose
ainerente dependência face aos professores
-,
pela"natureza individual
da docência e pelasexigências
contraditórias,
imprevisíveis e ambíguas dos contextos".O
individualismo
dos professoresl0 permite um elevado grau de autonomia no controlo do seu trabalho dirârio. Não existindo uma supervisãopróxim4
a alteração das suas práticas não pode ser imposta nem observada.Assim
sendo,é
necessárioactivar
imperativos morais e recompensas psíquicas resultantes das relações interpessoais edo
sucesso dos alunos. Greenfield (2000:261) refere ainda que:*O
desa/io dos adrninistradores é conseguir"tocar"
os professores aeste
nível.
Esta
exigência
do
contexto
à
escola
requer que
osadministradores se apoiem mais frequentemente na liderança do que na gestão ou administração de
rotinas".
No
ReinoUnido,
os sucessivos relatóriosdo
OFSTED têm referidoa
liderança como umfactor chave no desempenho das escolas:
"...Effective leadership
is
of
crucial
importance
to the quality
of
education
and
the
standardsof
achievementin
our
schools...
lÜeknow that
head
teachers malcea
dffirence.
Inspection
evidence shows theclear
link
between the qualttyof
leadership, thequality
of
teaching and the achievement of
pupils.
Good heads enable teachersto
teachwell."
Mais
recentemente, outras pesquisastêm
deixado aindamais claro,
o
papelda
liderançacomo factor
primordial
paraatingir
os objectivos das organizagões educativas. Destacamosdois estudos: o de Sammons et
al.
(1998) e a meta-análise de Waters, Marzano eMcNulty
(2003)tt.
Vejamos os aspectos mais destacados destes estudos. Entre os oÍrze factores que Sammons reconhece para as escolas efrcazes,o primeiro
é a liderança profissional, que ser0
É
sobejamente coúecidaa
"imagem"da
escola como "arquipélago"de
salas de aula, onde oindividualismo pode dar lugar ao isolamento, surgindo uma insularidade docente imobilista que cristaliza as
práticas e os processos e inviabiliza a mudança.
n
Disponível em www.mcrel,org/PDF/LçadershipQrganlzgÍisnDeyclBlmçpíSQ3.1R.R-Balancedleadership.pdf
caracteiza
pela Íirmeza
e
determinaçãodos
directores escolaresnos objectivos
a
serematingidos, sem que
isto implique
não
dar
espaçoà
participaçãodos
docentes.As
suasinvestigações provaram que os directores eficazes partilham a responsabilidade da lideranga e envolvem os professores e outros funcionários na tomada de decisões
-"Effective
leaders arefirm
andpurposefut
tn
leading
improvement;participative
bysharing
leadershipand
delegating;
and
'the
leadtng professional' through
their
pedagogic
and
curriculumknowledge"
-,
Sammonse/
al.
(1998:8).O
estudode
Waters etal.
(2003)
é
umameta-análise de
70
estudos sobreos
efeitos da liderança realizados nasfiês
décadas anteriores,envolvendo quase três
mil
escolas, mais de ummilhão
de alunos e 14mil
professores. Esta pesquisa demonstrou inequívovamente que há uma relação muito estreital2 entre a liderançae o
sucesso dos alunos-
"The
datafrom our
meta-analysis demonstratethat there
is, infact,
a substantial relationshtp between leadeship and student achievement"-
(Ibid:3).Para
além
do
impactogeral da
liderança,foram
salientados2l
responsabilidades associadas àliderança
com
correlaçõespositivas
com
o
sucessodos
estudantesoonde
encontramosl3 dimensões da liderança transformacional.Estes pressupostos preocupam os responsáveis pela educação dos diversos países,
o
que osleva a
apostarna
liderançae na
formagãodos
responsáveis pelas escolas.Nos
EstadosUnidos, os
potenciais candidatosa
directoresde
escolas(Principals)
e
a
assessores dadirecção (Assistant Principals) devem
obter
o
grau
de
Mestre
em
AdministraçãoEducacional, tendo sido recomendado aos estados que
impoúam
condições rigorosas paÍa oseu
recrutamento,a
sua formação
e
a
supervisãodo
seu trabalho.
Em
Inglaterra,
foi
introduzido o pÍogrÍrma
"HEADLAMP"'A p*uformação
e apoio aos directores das escolase,
em
Novembro
de
2000,
foi
criado
o
National College
for
School
Leadership,
na12
O impacto ou magrritude da influência (expresso como correlação) da liderança no sucesso dos alunos foi de
0,25,
'í
Wut"r, et at. Q003) identificaram dimensões relativas ao estÍmulo intelectual: "ensures thatfaculty and staff are ware of the- most' current theories and practices and makes the discussion of these a regular aspect of theschool's culture...inspires and leads new and challenging innwatiorr"; à recompensa contigente: "recognizes
and rewards and inditdual accomplishments"; à consideração individual: "demowtrates an awareness of the
personal a;pects of teacher and staff'; e à influencia idealizada:. "cornmunicates and operates from strong
ideals and beliefs... establishes clear goals ". la
Headteacher Leadership and Management Programme.
Universidade de Nottingham. O
NCSL
desenvolve, entre outros, dois programas nacionais:o
National
ProfessionalQualification
for
Headteachers, para os professores que desejemconcorrer à direcção das escolas
e
o Leaderúip
Programmefor
Serving Headteachers. O ambiciosoconjunto de
programasformativos
do NCSL é
apoiadopoÍ um
gupo
muitoactivo
e
conceituadode
investigadores educacionais,cujos
resultadosse reflectem
nos diversos programas formativos.Em
Portugal,parao
exercício do cargo de Presidente do Conselho Executivo, é exigido que os professores tenham pelo menos cinco anos de serviço,qualificação"
p*u
o
exercício de fungões de administraçãoe
gestêioou
possuam experiência correspondentea um
mandatocompleto no exercício de cargos de administração
e
gestÍlo escolar. Parao
caÍgo device-presidente do Concelho Executivo é apenas exigido um mínimo de três anos de serviço. Ou
sejq
qualquer professor que exerçao
caÍgo de vice-presidente duranteum
mandato (pode até ser deum
ano)Íica
qualificado parao
exercício de funções de administração e gestÊio.Acresce que os professores que exeÍçam cargos de gestÍio não são avaliados no desempenho
dessas funções nem existe uma supervisão do seu trabalho.
Para
o
acesso as funçõesde
direcção das escolasem
Espanhaé
exigida
experiência em cargos de direcção, uma formação especíÍicade
120 horas em conteúdos de direcção eter
uma avaliação positiva do seu trabalho na escola, quer como professor, quer em algum cargo de direcção.
No final
de cada mandato, háuma
avaliaçáo do seutrúalho
e, no caso de não ser positiva,o
director perderáa
sua habilitação e não poderávoltar a
apresentar-se como candidato.Considerando que Portugal
e
Espanha são os únicos paísesno
mundo onde os directores escolares são eleitos,o
seguinte testemunhode um
coúecido
autor espanhol, poderá sermotivo
de reflexão (Santos Guerra, 2002:158):15
Segundo os números
I
e 2 do Artigo 54 do Estatuto da Carreira Docente, a qualificação para o exercício de funçíes de administração e gestão, por docentes profissionalizados integrados na carreir4 adquire-se pelafrequência com aprovéitamento de cursos de licenciaturq de cursos superiores especializados e de cursos
espãcializados em escolas superiores, realizados em instituições de formação para o efeito competentes nas áràas de administração escolar ou administração educacional ou pela aquisição de grau de mestre ou doutor
nestas áreas.
"É, dellacto,lamentáruel que quem deveria
servir
como estímulo seiaoJinal
urn obstáculo,
que
quemdeveria
garantir
coesãoincite
a
discórdia,
que quem deveria enriquecer oproiecto
seia aprinctpal
causa
do
seu
empobrecimento,que
quern
deveria incentivar
aotrabalho seja um
exemplo depreguiça, que
quern deveria gerar
ilusão seja
umafonte
de pessimismoe
desânimo...Por
tudo tsto
énecessárto melhorar a acção dos directores e directoras escolares"
Segundo este autor, o desânimo dos directores escolares deve-se:
"à
escassa relevôncia dastarefas
que
desempenham,à
pouca preparação
especíJicapara elas,
à
diliculdade
decoordenar
profissionais
desmotivados(...)"
(op. cit.:168).
Estamosconvictos
que
este"retrato"
de Santos Guerra não se aplicaà
esmagadoramaioria
das direcções das nossasescolas.
No
entanto, aos professores quelideram
e
aos que se propõemliderar
as nossasescolas dever-se-á fornecer
uma
formação adequadae
exigir
profissionalismo,paÍa
queestas possam adaptar-se às novas e sempre cambiantes exigências da sociedade actual.
Em
ambosos
casos,o
carácter democráticoe participativo
da gestt[o e administração das escolas têm uma origem comum: após 3 queda das respectivas ditaduras(no
caso espanholcom o
fim
da ditadurafranqüsta,
em Portugal após a revolução de 1974), em que o director era-
em
grande medida-
um
delegadopolítico,
reclama-se uma gestâÍo democrática das escolas, onde os órgãos de direcção são eleitos. Nestes dois países questiona-se actualmenteo
modelo de eleição para os Conselhos Executivos.Em
seu lugar defende-se uma direcçãomais profissionalizada.
De
facto,no
momento das eleições para este órgão, os candidatos são mais líderes sociais e políticos do que futuros gestores e líderes pedagógicos. É a escolacomo arena
política.
Estas lutas de poder, bem como a existência de grupos mais ou menos organizados de oposição aos conselhos executivos em exercício e osconflitos
ideológicosque estÍlo subjacentes a todo o processo, aliados à escassa capacidade de gest2[o e autonomia de que dispõem são realidades quotidianas explicativas de uma cultura de escola