rd
51
.-
DESIDRDGENASE LAÇIICA NAS NENINGIIES AeuDAs DA CRIANÇA
ATIVIDADE DA DESIDRDGENASE LÃcTIcA NAS NENINGITES BACTERIANA AGUDA E AssÊPTIcA, E seu vALoR CUNICRI TÊRID DE cuRA NAS MENINeITEs BACTERIANAS AeuDAs.
_ 4'¿
PE
032
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
,-
DESIDROGENASE LACTICA NAS HENINGITES AGUDAS
DA CRIANÇA
ATIVIDADE DA DEs1DRoGENAsE LÂcT1cA NAs MENINOITES BACTERIANA AGODA E AssÊPT1cA, E SEU vALoR cu«>cRL TÊRIO DE cuRA NAS MENINGITES BACTERIANAS AeuDAs.
4
AUTORES: CLAUDIO DE SOUZA SANDNER* MARIO ANTONIO BERGAMASCHI*
DOUTORANDOSDO CURSO DE GRADUAÇÃO DE MEDICINA
DA UFSC - ll? FASE.
AGRADECIMENTOS
AO DR. RONALDO JOSE MELO DA SILVA, PRIMUS INTER PARES, PELA INTEGRAL DEDICAÇÃO E INCANSÃVEL AUXILIO;
AO DR. NELSON GRISARD, A QUEM DEVEMOS VALIOSAS SUGEÊ TOES;
AO DR. JOÃO NILSON ZUNINO, QUE POSSIBILITOU AS INVEÊ
TIGAÇOES LABORATORIAIS;
AO PROF. CRISTIANO JOSE C. DE ALMEIDA CUNHA, ORIENTA DOR DAS ANALISES ESTATISTICAS;
AO AMIGO OSVALDO REMIGIO PONTALTI FILHO, RESPONSÁVEL PELAS ARTES GRÁFICAS;
AOS FUNCIONÁRIOS DO SERVIÇO DE ARQUIVO MEDICO E ESTA TISTICA DO HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO, PELA AMA
VEL DISPONIBILIDADE. -~
íNg1cE
PÁGINA
1 - SUMÁRIO ... .. 01
II - INTRODUÇAO . . . .. O2
III - MATERIAL E METODOLOGIA . . . . . . . . . .. O3
IV - RESJLTADOS . . . .. O5
v - n1scussÀo ... .. ;u
VI ~ CONCLUSOES . . . . . . . . .. E7
VII - SUMWARY . . . . . . . . . . .. 18
SUMÁRIO
\
Determinou-se a atividade da desidrogenaseláctica (DHL)
em 170 amostras de liquido cefalorraquiano provenientes de 153 cri
_. ¿ .‹
anças. Destas, 100 nao apresentavam sindrome infeccioso neurologi
co, sendo consideradas como grupo controle. A atividade mëdia da
DHL no grupo controle foi de 23 Í 4,1 UI. De 35 crianças portaànas
de meningite bacteriana aguda, foram obtidas 35 amostras iniciais na fase aguda da enfermidade e 17 amostras finais ao termino do
tratamento. A atividade mëdia da DHL na amostra inicial foi de
280, Í 170,6 UI e na amostra final de 31,7 Í 8,2 UI. Dezoito crian
ças constituíram o grupo das meningites assêpticas, cujas amostras
de LCR mostraram niveis mëdios de atividade da DHL de 29,2 Í 10,7
UI. O estudo estatístico dos niveis de atividade da DHL entre as
meningites bacteriana aguda e assëptica mostrou uma diferença alta mente significativa (p< 0,0005). A analise dos níveis da DHL nas meningites assëpticas permitiu estabelecer um limite de 70 Ulacnma
do qual a meningite aguda deve ser considerada com bacteriana. As comparações entre as amostras inicial e final sugeriram uma rela ção direta entre a regressão da meningite bacteriana aguda e os ni
veis de atividade da DHL. O presente estudo vem confirmar a utili dade da DHL no diagnõstico diferencial das meningites agudas e de
finir o seu valor como critério de cura nas meningites bacterianas agudas.
INTRODUQÃO
4 z
As analises citologica e bioquimica habitualmente reali zadas no liquido cefalorraquiano (LCR) nem sempre possibilitam o diagnõstico etiolõgico de uma meningite aguda, sobretudo quando houve uso präúo einadequado de antibiõticos. Por isso, diversas provas laboratoriais no LCR, como a determinação da atividade da
proteina C reativa (8, 24 e 25), ãcido lãctico (2, 13, 18, l9),pH
(2), glutation (18) e muramidase (1) tem sido utilizadas com o propõsito de orientar no diagnostico diferencial.
A desidrogenase lãctica (DHL) ë uma enzima fermentativa que estã normalmente presente na maioria dos tecidos e em vãrios fluidos orgânicos, entre eles o LCR (3, 20, 21, 26). Essa enzima
pode apresentar atividade aumentada em várias afecções do sistema nervoso central (SNC) (9, 14, 26) e ë de fâcil e rapida determina
ção, sem exigir laboratõrio especializado (14). Värios trabalhos
a tem demonstrado como de alto valor na díferenciaçao etiolõgica
das meningites agudas (5, 9, 14, 22).
O presente estudo objetiva comprovar a utilidade da DHL no diagnõstico diferencial entre as meningites bacterianas agudas
MATERIAL E METODOLOGIA
Estudaram-se 170 amostras de LCR em 153 pacientes aten didos no Hospital Joana de Gusmao de Florianópolis, no periodo de
Janeiro de 1981 a Abril de 1982, divididas em qxmro grupoâi
Grupo A: constituido por 100 amostras de LCR provenien
tes de 100 crianças nas quais, embora tendo procurado o serviço medico sem que apresentassem comprometimento infeccioso neurolõgi
co, ficou justificada a punção lombar. Consideraram-se tais amos tra normais por mostrarem até S cëlulashmf (todas ‹ linfomonocitã
rias), bioquímica normal e bacterioscopia e cultura negativas.
Grupo B1: formado por 35 amostras, chamadas amostra ini cial, oriundas de pacientes com meningite bacteriana aguda, assim considerados por apresentarem quadro clinico característico, LCR com pleocitose a predomínio de polimorfonucleares, alteraçoes bio
químicas e bacterioscopia e/ou cultura positivas.
Grupo BZ: composto por 17 amostras de diversos pacien
tes do grupo B1, consideradas amostra final, que foram obtidas ao
4
termino do tratamento (comumente entre o 109 e o 14° dia de inter nação) e cujos resultados determinaram a suspengão das medidas te rapëuticas.
Grupo C: constituido por 18 amostras provenientes de 18
crianças portadoras de meningite assëptica, assim consideradas por apresentarem quadro infeccioso meningeo,LCR com pleocitose a predo minio de celulas linfomonocitãrias e bacterioscopia e cultura nega
tivas. Neste grupo não se realizou estudo virolõgico nem se utili
zou antibioticoterapia, tendo havido em todos os casos boa evolu çao clinica.
O LCR de todas as amostras acima consideradas não era francamente hemorrãgico, eliminando-se dessa maneira a possibilida
de de valores elevados paraa atividade da DHL por hemolise e/ou
_4_
O LCR de todos os pacientes foiobtido atravës das tëcni cas habituais de punção lombar. Em todas as amostras foram realiza
dos estudo citoquimico (citologia total e especifica, dosagem de
glicose, proteinas e cloretos], bacterioscopia pelo Gram, cultura e determinação da atividade da DHL.
4
O estudo citoquimico foi realizado mediante as tecnicas usuais de laboratõrio.
O LCR foi semeado a uma temperatura de 35-SÓQC nosnmios
de cultura de Tayer-Martin em microaerofilia, de Mac-Conkey, em
ãgar-sangue e caldo de tioglicolato.
A atividade da DHL foi medida por espectofotometria utilizando-se o aparelho de Coleman Junior 2, modelo 6/20, com ba se no NADH2 formado a partir da reação direta do lactato-piruvato
..
catalizada pela DHL (15). Usaram-se baterias do laboratorio Lab tesfg que apresenta como valores normais 5 a 33 UI.
A analise estatistica constou de media, desvio padrão, teste "t" de Student, coeficiente de variaçao de Pearson e prova
2
g§suLTADos
As meningites bacterianas agudas tiveram maior incidencia (74,30%) entre os lactentes, enquanto 50,00% dos casos de meningite
assëptica ocorreram entre os pre-escolares (tabela li.
TABELA
I
Distribuiçãodos
MeningitesAgudaspor
Faixa
EI__tg'_[iuTIPO DE
MENING|TE_
gfama Meningite bacteriano aguda i
Meningite asséptica
atdña z" “ ”
ng de casos percentual n- de casos percentual
0 '-4 29d 7 20.00 O 0 29d --I 20 ' I9 54.30 5 ZÀ78 20 -'t 70 8 22.85 9 50.00 vu
-i
14° i 2.85 0 4 22.22total 35 I00.00 I8 i00.00
No grupo das MBA identificou-se 0 agente etiológico em
27 amostras (77,14%) e nas demais somente a bacterioscopia foi posi
tiva. Os agentes bacterianos isolados foram (quadfol): Haemophylus influenzae (7 casos), Streptococcus pneumoniae (5 casos), Neisseria sp. (5 casos), Escherichia coli (2 casos), Pseudomonas aeruginosa (2 casos), Salmonella não-tifosa (2 casos), Staphylococcus aureus (l ca so, Proteus sp. (1 caso), Enterobacter sp. (1 caso) e Streptococcus
_6_
QUADRO
I
Microrganismos isoladosnas culturas
LCR
das me-- ningites bacterianas agudas
nQ
r|Po
DE BAcrER|A
cggosHoenmphyms influenzae 7 Streptococcus pneumoniae 5 Neisseria sp? 5 Escherichia coli 2 Pseudomonas aeruginosa _ 2 Sahnonefla não-tñosa 2 Staphylococcus aureus I ú Proteus sp. I Enterobacter sp. I Strept. /3 - hemolítuco I
TOTAL
27 .nao memngmdrsA tabela II resume os dados obtidos nos diversos grupos
estudados.
O grupo controle apresentou niveis de atividade de DHL
de 23,4 Í 4,1 U1.
No grupo B1 (meningites bacterianas agudas - amostra i
nicial) a atividade da DHL mostrou valores de 280,3 Í 170,6 UI, re velando uma diferença estatistica altamente significativa (p<0.0005) com o giupo controle (grafico I).
_ 7 _
TABELA
IE
Atividade
da
DHL
no
LCR
Grupos Esfudodos de U ¡ Padrão Amotros Número Médio ` Ú¢5V¡° s Limites Ul U| controle IOO 23.4 4.| 7-
52 meningite bocf. aguda ` '-amosfro inicial 35 280.3 I?0,6 I3
-
I22|-mostra finm 1? 31.7 e.2
'
14-55
meningife assépfica I8 292 IO.7 T
-
65No grupo B2. (meningítes bacterianas agudas - amostra fi
nal) os indices de atividade da DHL foram de 31,7 Í 8,2 UI, demons
trando que não houve diferença estatisticamente sigúfianfiva(p>0AH)
com o grupo controle (gráfico II).
No grupo das meningítes assëptícas a atividade da DHL foi
de 29 Í 10,7 UI, revelando assim, que a diferença entre esse grupo
e o de controle não foi estatisticamente significativa (p>0,100) Cgräfíco III).
4$.9 U|-
í'
GPAHCO I
Desidrogenose
Lócfico/LCR
menangfife
bocfenona
oflvldode nnncnol grupo °°mr°|e
17// '//'zí /. H/ l. , z. ×,,z, , . //×// fz/'z , ,, z /, /V/.~ 7//',_ > /,z , z' z \×\§\ \ ¡ × \\` \ \ ×~ \\ / / //,/ / /, VW/ f$š\\ \ ×\\`\ / //,// , .V/. \\ \§`\\\§\\ \\\ × ×fQ\\ 3 \ \ / f ./ i. -, /V/./.V z z//,V /V ',',f z,//,' ¿ f ff/;--*1*›'V ff / \\\ wcN di.” bw '=& //////Í z z ,I / f '/ / / / z /z, ', 55 ul E: N-35 N 100 M-zao 3 M 234 09570 6 DPÉ4| ¿¡v.|5| cv 067 Á p< o ooos
eRÁnco 1:
Desidrogenose
Lóctico/LCR
me“¡'Í'9"e b°°Íe"¡°“° u controle
o11v|dode flnol gr po 39.9U- 3L7U~ 23 5UI- \*>\t& \@§\ .×\\;\¡ \ \\ \\\* z , 1/ / /,j/z M, : ' : \ \\\\_× \ Íj§ ` \ W511 _ \ \¿× \
§
:&`¬ f z 1 , . . vz., 1 V. V ff/ //,_,×.~ ë \\ \«~\ \\ lxxššr / × / , z , z , , , , , z, .-/ / » / \ // / /z, ./. //z/z , z ,z ,V z / '////, z ,'/ °° 27,5 UI 23.4U| l9.3 UI Nfl? M-31.7 DP=8.2 cv-0.36 N- IOO M'23.4 DP- 4.| cv- 0.67 p_>0.0I_g..
eRÁr›¬,‹:o 111
Desidrogenose
Lócficu/LCR
menin
ifeussépfico
~afiãdode
inicio! ,grup°
Comme
`599l.l- 29 2 UI- |3.5 UI* \§¡¿\x\Ó` §z\\ \\ \\\: \ // 1 .,',. f z/V ,f V/ /,/, zzz z ,V/;×z , › ', .//M , , f 'f/ z'/X. //z/////z. W \\\ \ 1. 1/ // /_ '///Í; Y ,/ // - /rf V í/ V/ ,fíizfffí/é .Ç Çx* \\\ z // ,z ./ /z /z, z/../.'./. -27.5 UI -23.4U -!9.3 LI N'I8 M-29.2 DP'IO.7 - cv~O.52 N=I0O M- 23.4 DP ' 4.! cv- 0,67 p > OJOO_1()_
eRÁFico 11
Desidrogenose
Lóciica/LCR
meningite bacteriana menšngiie ossépiicu
afividude inicial criividode inicial
450,9 ui»
--
2eo.3 ui~ \ ça › \ , \ \\1%›:. ^`~ífÍ; §\\\\\\\\\×\\~\ fx " fz ,z , ,_:W
zf '/ífz/í `;';'×íf' /7/7% 'Í í//// I //, 'z ^ /, z z//
;i\ê i _ _ Í'*Í `\_\\Í`\ ×\\\\\\\\\\\\\\\\\ 'z /é aí M' io9.7 ui» í ‹ É \.§\ \` _ ¿¿ ; , /.z / f//// «V //////z -/f//y/f;/óf fy fu' f íi ,V `,V ,/,lá 39n9UI {29.2LI |3.5UI N'35 M'280,3 DP' I70,6 CV' |,3I N' I8 M'29.2 DP- IO,? cv - 0.52 p < 0.0005 S_11_
GRÁFICO :sz
Desidrogenase
Lóciica/LCR
meningite bacteriana meningite bacteriana atividade inicial atividade final
4509 u-
--
\\ \\ ZWÕ LI* Â%ÉZ%Ê@ âúwzøá //‹ .z,,f,z / \\\ ‹/;' ,1;: fz/ í z, z:/,A ;y/ ,zíz 3/ ”/,l I -1:; :z'f;¢ 21,4 -V fi * ff/ 2 ,_'zi,×_i', 1 /v ii» ' / já .f/,jz-9,' / // ,hH¢,/â%%¢Ó/
\ ~ ‹\\ \ -.Í \\ × \ - .\ `¬_\\ \ ô _ \, \ ~ \e \\§\`\\\\\\ 1 z , , ,, . 6 , 'f , V z |o9,7u|~ 5--
Z , 2 ‹ ‹ / /, . , , V. Ç , 2-/, z Y./1 /, N- 35 M' 280,3 DP-170.6 cv- i.3i O 2 Êvã; CD;-"¡ p < 0.0005 39.9 UI 31] Ui 231.5 LI ..]_2__13_
TABELA
IIIComparação
do
Atividadedo
DHL
nos Meningitesg Ag5,:_d_o_'.~§_meningite meningite
bacteriano osséptico Total
oumenfado 3! 2 3 3 normal _4 |6 20 1‹›1ú|
35”
:e53
2 XOJNd=&£35 p < 0.00!A anãlise estatística ente Bl e C mostrou uma diferença estatística altamente significativa ( p<0,(mO5)(grãfico IV), que tam
bëm foi observada quando se compararam os grupos Bl e B2 (p<0,0005) (gráfico v).
Embora tenham sido encontrados 4 valores normais (falsos
negativos) no grupo Bl e 2 valores aumentados (falsos positivos) no
grupo C, o teste X2 demonstrou que existe uma diferença estatistica altamente significativa entre esses dois grupos e que a atividade da DHL depende do tipo da meningite, estando sempre aumentada nas me ningites bacterianas agudas (p<0,00l) (tabela III).
DISCUSSÃO
As meningites bacterianas agudas representam uma doença importante na infância, ainda com morbidade e mortalidade relativa
mente elevadas (6). Para o seu diagnõstico diferencial com as me ningites virais ou assëpticas, utilizam-se, habitualmente, dados clínicos e laboratoriais (hemograma¿ exame do LCR, etc.). Particu larmente no LCR, a citologia totalfiëspecifica, as dosagens de gli cose e proteinas e a bacterioscopia e cultura, são os elementos Ê
miüde empregados. Não obstante, quando a bacterioscopia e/ou a cul tura saonegmjvasrz em especial, quando o paciente ê visto nas pri meiras etapas da enfermidade, a simples analise citoquimica do LCR pode não permitir um adequado diagnõstico diferencial entre as me
4
ningites agudas. A dificuldade ë maior quando se fez uso previo de antimicrobianos.
A DHL tem sido apontada como de indiscutível valor nes
ses casos de duvidoso diagnõstico etiolõgico nas meningites agudas
.ø _,
(5, 9, 12, 14, 22). Alëm de sua rapida e fãcil determinaçao, sem requerer laboratõrio especializado, parece não ter nenhuma relação direta com o numero e tipo de leucõcitos, glicose ou proteina dg LCR (18, 22), ao contrãrio do que se verifica com o acido lãctico
(4). Embora nao guarde relaçao entre sua atividade e o microrganis
mo infectante, como acontece com a proteina C-reativa (25).
A atividade da DHL no LCR pode estar aumentada em casos de tumor metastätico do SNC, leucemia meningea e acidente vascular cerebral (9), e observaçoes anteriores relatam um aumento acentua do em presença de meningite purulenta (5, 9, lZ,'l4, 22, 26). A 9 rigem desse aumento nos pacientes com infecção do SNC não foi aih da completamente esclarecida e requer maiores estudos. Segundo wro
blewski (27) haveria um comprometimento da barreira
hemato-encefã
lica, devido ã presença de infecção meningea, que permitiria a pas
Sagem de componentes do compartimento vascular para o LCR. Contu
..15V..
niveis de atividade da DHL no LCR sao significativamente mais altos
do que no soro, e os tipos de isoenzimas da DHL nesses dois fluidos
são diferentes. Estes mesmos autores não excluem a possibilidade de uma fonte exõgena bacteriana para explicar o aumento da atividade
da DHL, e alguns trabalhos sugerem uma origem a partir dos granulš
citos (9, 26).
Dequakwermbàzosevmnosimplicados
na lise da cëlula bacteriana e a dinâmica dos leucõcitos envolvidos requerem investigaçoes ainda mais consistentes.
Os resultados obtidos no grupo controle, com pequena va
riação, concordam com a literatura consultada (14, 22, 26) mostran
do que , a despeito de as crianças desse grupo apresentarem síndrg
me infeccioso extraneurolõgico, não houve alteração na atividade da
DHL, comprovando a validade de se ter considerado o grupo controle
comeztai. Hã evidências de que os níveis de atividade dessa enzima sejam mais elevados nos recem-nascidos do que nas demais faixas etã rias (l4,22). Os resultados obtidos comprovam a utilidade da deter minação da atividade da DHL quando comparados aos níveis enunmraàm
nas meningites bacterianas agudas (grãfico I). O presente estudo
confirma, assim, o aumento altamente significativo da atividade da DHL na meningite aguda de origem bacteriana. Por outro lado, houve um declínio acentuado da sua atividade quando comparadas as amos tras inicial e final (grãfico V), com uma diferença estatística al tamente significativa (p<U,00O5). Esses dados sugerem uma relação direta entre a regressão da meningite bacteriana aguda e a queda da atividade da DHL. Este declínio foi tambem observado por Neches e Platt, que notaram ainda niveis da DHL persistentemente altos em pacientes que morreram ou não responderam ao tratamento (22). Estes
autores, contudo, nao mencionaram a normalizaçao dos niveis da DHL como de valor no critério de cura das meningites bacterianas agxms.
Quanto ãs meningites assëpticas, os valores encontrados
mantiveram-se dentro dos limites normais, sem diferença estatistica significativa (p>O,l00) com o grupo controle (grãfico III). Esses dados confirmam os estudos realizados por outros autores. Comparan do-se, portanto, os níveis de atividade da DHL entre as meningites
bacterianas agudas e as assëpticas, evidencia-se uma diferença alta mente significativa (grãfico IV), permitindo assegurar que esta en
_16...
zima ë um importante indicador no diagnõstico diferencial das me ningites agudas. Esta observação poderia ter sido de grande utili dade, por exemplo, no decorrer da analise retrospectiva dos casos
de meningite aguda, quando foram encontrados 12 pacientes, todos
tratados com antibioticoterapia, excluídos deste estudo por não apresentarem diagnõstico etiolõgico para a sua meningite. A anãli
se dos niveis de atividade da DHL permitiria uma adequada diferen ciação etiolõgica e dispensaria o uso de antibiõticos nos casos de
origem nao bacteriana.
O quadro II demonstra a possibilidade, ainda que infre quente, de existirem casos de meningites bacterianas agudas com DHL em níveis normais de atividade. Jã nas meningites assëpticas ou virais, os niveis de atividade nao ultrapassaram de 65 UI; fato
este também notado por outrobautores (9, 22). Essas observações,
a
juntadas as conclusões de Feldman (9), permite-nos afirmar que pa cientes com níveis de atividade da DHL superiores a 70 UI devamser considerados como portadores de meningite bacteriana aguda até prova em contrãrio e, como tal, a adequada antibioticoterapia deve ser prontamente iniciada.
Todas as considerações anteriores não ivalidam, doravan te, a realização de estudos comparativos que indiquem o elemento
do LCR de maior especificidade, menor custo e mais acessivel aos
CONCLUSÕES
A dosagem da atividade da DHL em 170 amostras de LCR permitiu estabelecer:
19) 0 diagnõstico diferencial entre as meningites bacte
riana aguda e assëptica;
29) que pacientes com niveis de atividade superiores a
70 UI devam ser consideradas como portadores de meningite bacte .z
riana aguda ate prova em contrario;
3°) o valor da DHL como criterio de cura das meningites bacterianas agudas.
SUMARY
Cerebrospínal fluid (CSP) acid dehydrogenase (LDH)-acti
vity was determined in 170 samples deriving of 153 children. Among these, 100 had no central nervous system infection and were consi dered Unbe control group. Mean LDH activity in the control group was 23,3 Í 4,1 units. Of 35 children with bacterial meningitiswere
obtained 35 initial samples in the acute phase of the sickness and
17 final samples in the ending of the treatment. Mean LDH~activity
in the initial sample was of 280,3 Í 170,6 units, and in the final
sample 31,7 Í 8,2 units. Eighteen children formed the aseptic me
ningitis group, whose CSF samples showed mean LDH~activity of 29,
2 Í 10,7 units. The levels of LDH-activity between bacterial and
aseptic meningitis presented a highly significant difference (p<0,0005). The analysis of the levels of
LDH-activity
in aseptic meningitis permited to establish a limit of 70 units above whichthe acute meningitis must be considered as a bacterial one. Compa rative studies with the initial and final samples suggested a di rect relantionship between bacterial meningitis and the levels of LDH-activity. This study confirms that the LDH is useful in the
differencial diagnosis of the acute meningitis and determines its
value as a healing criterion in the bacterial meningitis.
1
BIBLIOGRAFIA
na
1. ANSARI, A.; LIPSEY, A. G NACHUM, R.: Cerebrospinal fluid murami
dase levels in meningitis. J. Pediatr., 94: 752-755,1979.
2. ARAGON, G.J.; ESTERNOD, J.G.; SAURI, G.C.; BANULOS, T.A.; BANH
LOS, A.M.A.; ACOSTA, C.S.; HERNANDEZ O.M.: Evaluacion de cin
co pruebas de laboratorio para el diagnóstico diferencial en tre meningoencefalitis purulenta y viral. Arch. Invest.hÉd¬ 10: 111-119, 1979.
3. ARONSON, S.: Enzyme determination in neurologic and neuromuscu lar diseases of infancy and childhood. Pafiatr.C1hL N..Amer¬
7: 527, 1960.
4. ASLAM, M.; SIDDIQUI, M.A. G TAJUDDIN, M. Lctic acid estimation
in cerebrospinal fluid in meningitis,Indian J. Med.Res¬ 70:
137-139, 1979.
5. BEATY, H. N. G OPPENHEIMER, S.: Crebrospinal-fluid lactic
dándrogämse and its isoenzymes in infectious of the central nervous system. New Eng. J. Med., 279: 1197-1202, 1968.
6. BELL, W.E. ã Mc Cormick, W.F. In:~ . Neurologia infectious
in chi1dren.Philade1phia, W. B. Saunders, 1975.Chap.1¬ p.15.
7. BROOK, 1.; BRICKNELL, K.S; OVERTUF, G.D. G FINEGOLD, S.M.: Mea
surement of lactic acid in cerebrospinal fluid of patients with infectious of the central nervous system.J. hüect.Dis¬
l37:384-390, 1978.
8. CORRAL, J.C.; PEPPLE, M.; MOXON, E.R. G HUGHES, W.T.: C- Reacti
ve protein in spinal fluid of children with meningitis.
J. Pediatr., 99: 365-369, 1981.
9. FELDMAN, W.E.: Cerebrospinal fluid lactic acid dehydrogenase activity. Am. J. Dis. Child., 129: 77-80, 1975.
._20_
10. FISHMAN, R.A. InI_________-(krdnal fluid in diseasses of the nervous system. Philadelphia, W.B. Saunders, 1980. Chap. 7,
p. 261.
ll. GANDHI, P.C.; KHAN, M.A.; MATHUR, P.S. G SINPH, V.: Lactic
acid levels in cerebrospinal fluid in various meníngitides
in infancy and childhood. lpd. Pediatr., 14: 505-510, 1977.
12. GANNAT, M.; VIALLARD, J.L.; MOTTA C.; GOUMY, P.; DASTUGUE, B.
G MENUT, G.: Place de la determination de lalactkmdeándroge
nase et de sou profil isoenzymatique par l'etude du rapport alpha H. B.D./ L.D. dans le liquide cëphalo-rachidien au
cours des meningites aigues de l'enfant. Êgdiatrie,
34: 211-225, 1979.
15. GÂSTRIN, 13.; BRIEN, H. õ Romao, L.z Rapid diagnosis of meningi
tis with use of selected clinical data and gas-liquid chro matographie determination of lactate concentration in cere brospinal fluid. J. Infect. Dis., 139: 529-533, 1979.
14. HALLOCK, J. A.; DEVOE, P.; ROHN B.; HOLT, R. G WlTHElLER,A.P¿
Clinical implications of lactic acid dehydrogenase in cere brospinal fluid. Clin. Pediatr., 17: 372-375, 1978.
15. HENRY, R.J.; CHIAMORI, N.; GOLUB, O.J.; BERKMAN,S.: Revised Spectrophotemetric methods for the determination of gluta mic-oxalacetic transaminase, glutamic-pyruvic transaminase, and lactic dehydrogenase. Am. J. Clin* Pathol., 34 381-397,
1960. `
'-
ló. HERNANDEZ J.J.C.; MACIAS, J.G.; SANDOVAL, D.P.; DEL P020, S.C.
ë IRLES, J.R.: Estudios seriados del equilibrio ácido-base
y lactato en liquido cefalorraquiano en diversos tipos de
meningitis. Implicaciones fisiopatolõgicas y clinicas.
R. Clin. Esp., 153: 425-431, 1979.
17. HURD, C.A.; FENNEMA, K.J. G BLAZEVIC, D.: Use of cerebrospinal
fluid lactate levels in the diagnosis of bacterial meningi
_ 21 _
JONSSON, 1.; BRIEM, H. G RONQUIST, G.: Cerebrospinal fluid con
tent of adenylate kinase, lactate and glutathion in pati ents with meningitis. Scand. J. lnfect. Dis., 11:-55, 1979.
KOMOROWSKI, R.A.; FARMER, S.G.; HANSON, G.A. G HAUSE, L.L.: CÊ
rebrospinal fluid lactic acid in diagnosis of meningitis.
J. Clin. Microbiol., 8: 89-92, 1982.
LH¶HNG, M.; SLOBODY, L.; STONE, M.; HOSBACH, R. G MESTERN,
J.: Activity of GOT and LDH in the CSF and plasma and abnor má_newborn infants. Pediatrics., 24: 378, 1959.
LENDING, M.; SLOBODY, L. ê MENSTERN, J.: Cerebrospinal fluid
GOT and LDH activities in children with neurologic disorders. J. Pediatr., 65: 415, 1964.
NECHES, W. PLATT, M.: Cerebrospinal fluid LDH in 287 children, including 53 cases of meningitis of bacterial and non-bacte rial etiology. Pediatrics., 41: 1097-1102, 1968.
REIS, J.B.; A. Ê REIS, J.B.F. I1'1.2
pi,
Líquídg Cefalgšraquiano. Sao Paulo, Sarvier SA Editoras de Livros Médicos, 1980. cap. 4, p. 51-54.
SABEL, K.G. G HANSON, L.A. The clinical usefulness of C-reacti
ve protein (CRP) determination in bacterial meningitis and septícemia in infancy. Acta Paediatri. Scand., 63: 381-388,
1974.
SABEL, K.G. G WADSWORTH, C.: C-reactive protein (CRP) in early
diagnosis of neonatal septfcemia. Acta Paediatr. Scand.,68: 825-831, 1979.
WRÕBLEWSKI, F.; DECKER, B. G WRÕBLEWSKI, R.: Activity of lag
tic ,dehydrogenase in spinal fluid. Am. J. Clin. Pathol., 28: 269-271, 1957.
'
WROBLEWSKI F.: The mecanisms of alteration in LDH adivity of body fluids.Ann. N.Y¿iAcad. Sci., 75: 322, 1958.
TCC UFSC PE 0032 Ex.l N-Charm TCC UFSC PE 0032 Autor: Sandner. Cláudio d
Título: Desidrogenase láctia nas meningi
972815263 AC. 2536S| Exl UFSC BSCCSM