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FRANCISCO DA SILVA ARAÚJO USO DE ANTIDEPRESSIVOS POR ADOLESCENTES: TRATAMENTO DA ANSIEDADE E DEPRESSÃO BACABAL 2020

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BACABAL 2020

FRANCISCO DA SILVA ARAÚJO

USO DE ANTIDEPRESSIVOS POR ADOLESCENTES:

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BACABAL 2020

USO DE ANTIDEPRESSIVOS POR ADOLESCENTES:

TRATAMENTO DA ANSIEDADE E DEPRESSÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.

Orientador:

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FRANCISCO DA SILVA ARAÚJO

USO DE ANTIDEPRESSIVOS POR ADOLESCENTES:

TRATAMENTO DA ANSIEDADE E DEPRESSÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Farmácia.

BANCA EXAMINADORA

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)

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Dedico este trabalho a Deus, qυе iluminou о mеυ caminho durante esta caminhada. Aos meus pais pelo apoio e carinho constantes.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pela minha vida, e por me permitir ultrapassar todos os obstáculos encontrados ao longo desses 5 anos.

Aos meus pais Maria dos Milagres da Silva Araújo e José Inácio da Silva Araújo, por todo apoio e compreensão. Aos meus irmãos por todo o incentivo durante os anos de faculdade.

A Carolina Passos, cuja presença foi essencial para a conclusão deste sonho, sou grato pela sua paciência e apoio durante esses 5 anos.

Aos amigos, que sempre estiveram ao meu lado, pela amizade incondicional e pelo apoio demonstrado ao decorrer de toda essa batalha.

Por fim, meu muito obrigado a todos que de alguma forma contribuíram nessa jornada.

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“Que todos os nossos esforços estejam sempre focados no desafio à impossibilidade. Todas as grandes conquistas humanas vieram daquilo que parecia impossível.”

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ARAÚJO, Francisco da Silva. Uso de Antidepressivos por Adolescentes: Tratamento da Ansiedade e Depressão. 2020. 32 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso em Farmácia – Pitágoras, Bacabal, 2020.

RESUMO

A adolescência é um período de descobertas e novas sensações, onde surgem as características sexuais secundarias do indivíduo, desenvolvendo processos psicológicos e a identificação do mesmo no meio social. Essa fase traz consigo sentimento de insegurança e duvidas, que muitas vezes leva o jovem a ficar crítico, rebelde e afastar-se do meio, tornando-se isolado. Dentro desse cenário, a ansiedade e depressão tornam-se comum nesta fase, trazendo preocupações para os pais e equipe de saúde. A partir disso, o presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre o uso de medicamentos antidepressivos por adolescentes diagnosticados com depressão e ansiedade. O estudo desenvolvido tratou-se de uma revisão bibliográfica, sobre o tema exposto, sendo utilizado artigos, teses, dissertações das seguintes bases de dados: SciELO, BVS, PubMed, com período de análise dos anos de 2007 a 2020. A ansiedade manifesta se por preocupações excessivas e incontroláveis, com sintomas fisiológicos como tremores, cansaço fácil, sensação de falta de ar ou asfixia, coração acelerado, suor excessivo, mãos frias e suadas, tontura, náuseas, diarreia, desconforto abdominal, ondas de calor. Enquanto que a depressão aumenta o número da mortalidade entre os jovens, sendo muitas vezes subdiagnosticada e subtratada. Esses transtornos afetam a qualidade de vida do adolescente, bem como seu desenvolvimento, trazendo prejuízos significativos, além de incapacitar o mesmo, trazendo transtornos a ele e sua família. A terapia para esta situação consiste em acompanhamento psicológico e tratamento farmacológico, afim de atenuar os sintomas sentidos. Os antidepressivos são a classe de escolha nessa situação, sendo empregados na maioria dos casos, trazendo resultados positivos, porém com uma variedade de efeitos colaterais, que podem levar a não adesão ao tratamento farmacológico. A partir disso, observa-se a importância do profissional farmacêutico no acompanhamento desses pacientes, orientando a ele e sua família, realizando seu perfil farmacoterapêutico afim de evitar possíveis problemas relacionados a medicamentos e interações medicamentosas, promovendo um aumento da efetividade do tratamento medicamentoso e, consequentemente a melhoria da qualidade de vida do paciente.

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ARAÚJO, Francisco da Silva. Use of Antidepressants by Adolescents: Treatment of Anxiety and Depression. 2020. 32 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso em Farmácia – Pitágoras, Bacabal, 2020.

ABSTRACT

Adolescence is a period of discoveries and new sensations, where the secondary sexual characteristics of the individual emerge, developing psychological processes and their identification in the social environment. This phase brings with it a feeling of insecurity and doubts, which often leads the young person to become critical, rebellious and to move away from the environment, becoming isolated. Within this scenario, anxiety and depression become common at this stage, raising concerns for parents and the health team. Based on this, the present study aimed to conduct a literature review on the use of antidepressant drugs by adolescents diagnosed with depression and anxiety. The developed study was a bibliographic review, on the exposed theme, using articles, theses, dissertations from the following databases: SciELO, VHL, PubMed, with an analysis period from 2007 to 2020. Anxiety manifests itself due to excessive and uncontrollable concerns, with physiological symptoms such as tremors, easy tiredness, feeling of shortness of breath or suffocation, fast heart, excessive sweating, cold and sweaty hands, dizziness, nausea, diarrhea, abdominal discomfort, hot flashes. While depression increases the number of mortality among young people, it is often underdiagnosed and undertreated. These disorders affect the adolescent's quality of life, as well as his development, causing significant losses, in addition to incapacitating him, bringing disorders to him and his family. Therapy for this situation consists of psychological monitoring and pharmacological treatment, in order to mitigate the symptoms experienced. Antidepressants are the class of choice in this situation, being used in most cases, bringing positive results, but with a variety of side effects, which can lead to non-adherence to pharmacological treatment. From this, it is possible to observe the importance of the pharmaceutical professional in monitoring these patients, guiding him and his family, performing their pharmacotherapeutic profile in order to avoid possible problems related to drugs and drug interactions, promoting an increase in the effectiveness of drug treatment and, consequently improving the patient's quality of life.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADTs Antidepressivos Tricíclicos AF Atenção Farmacêutica

ISRS Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina MAO Monoaminoxidase

OMS Organização Mundial de Saúde

RNM Resultados Negativos Associados À Medicação SF Seguimento Farmacoterapêutico

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 14

2. ANSIEDADE E DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA.. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 2.1 ADOLESCÊNCIA...16

2.2 TRANSTORNOS DE ANSIEDADE...17

2.3 DEPRESSÃO ...18

3. ANTIDEPRESSIVOS ... 21

4. ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO ANTIDEPRESSIVO ... 26

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...30

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1. INTRODUÇÃO

A adolescência é um período de descobertas e novas sensações, onde surgem as características sexuais secundarias do indivíduo, desenvolvendo processos psicológicos e a identificação do mesmo no meio social. Essa fase traz consigo sentimento de insegurança e dúvidas, que muitas vezes leva o jovem a ficar crítico, rebelde e afastar-se do meio, tornando-se isolado. Dentro desse cenário, a ansiedade e depressão tornam-se comum nesta fase, trazendo preocupações para os pais e equipe de saúde.

A ansiedade manifesta se por preocupações excessivas e incontroláveis, com sintomas fisiológicos como tremores, cansaço fácil, sensação de falta de ar ou asfixia, coração acelerado, suor excessivo, entre outros. Enquanto que a depressão aumenta o número de mortes entre os jovens, sendo muitas vezes subdiagnosticada e subtratada.

Esses transtornos afetam a qualidade de vida do adolescente, bem como seu desenvolvimento, trazendo prejuízos significativos, além de incapacitar o mesmo, traz transtornos a ele e sua família. A terapia para esta situação consiste em acompanhamento psicológico e tratamento farmacológico, afim de atenuar os sintomas sentidos. Os antidepressivos são a classe de escolha nessa situação, sendo empregados na maioria dos casos, proporcionando resultados positivos, porém com uma variedade de efeitos colaterais, que podem levar a não adesão ao tratamento farmacológico.

A partir disso, observa-se a importância do profissional farmacêutico no acompanhamento desses pacientes, orientando a ele e sua família, afim de aumentar a efetividade do tratamento medicamentoso, trazendo à tona a questão: Quais os riscos da utilização de antidepressivos em adolescentes?

A partir disso, o presente estudo teve como objetivo geral: realizar uma revisão bibliográfica sobre o uso de medicamentos antidepressivos por adolescentes diagnosticados com depressão e ansiedade. Os objetivos da pesquisa foram: compreender o período da adolescência e os fatores que levam aos transtornos de ansiedade e depressão nessa faixa etária; conhecer os principais antidepressivos utilizados para o tratamento de ansiedade e depressão em adolescentes, suas características farmacológicas, reações adversas e os riscos da automedicação

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nesses casos; discutir a importância do profissional farmacêutico no acompanhamento e intervenção do tratamento farmacológico do paciente, frente as reações adversas.

O estudo desenvolvido tratou-se de uma revisão bibliográfica, sobre o tema exposto, sendo utilizado artigos, teses, dissertações das seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed (National Library of Medicine Medicine), com período de análise dos anos de 2007 a 2020, por meio dos descritores: “Antidepressivos”, “Ansiedade”, “Depressão” “Adolescência”. Os critérios de exclusão foram: resenhas, editoriais, relatos de experiência, cartas ao editor, assim como estudos que não abordassem a temática relevante aos objetivos da revisão.

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2. ANSIEDADE E DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA

2.1 ADOLESCÊNCIA

A palavra adolescência vem do latim adolescere, que significa crescer. A OMS (Organização Mundial de Saúde) caracteriza a adolescência como o período da vida em que surgem as características sexuais secundárias, desenvolvendo os processos psicológicos no jovem e os padrões de identificação, que evoluem da fase infantil para a adulta. A adolescência é definida como o período de 10 a 19 anos e é diferenciada em adolescência inicial, que tem início dos 10 e termina aos 14 anos de idade, e a adolescência final, que compreende a idade de 15 a 19 anos (JATOBÁ; BASTOS, 2007; SCHOEN-FERREIRA; AZNAR-FARIAS; SILVARES, 2010).

Para Avanci et al.,(2007) a fase da adolescência tem importância vital para a estruturação de personalidade do indivíduo, além de ser uma época da vida em que os melhores índices de saúde, vitalidade e criatividade são vividos, permitindo que o adolescente responsabilize-se pelas tarefas da vida adulta e se lance em novos sonhos e perspectivas.

Esse período é repleto de transformações físicas, psíquicas, afetivas e sociais, onde a criança passa a ser adulto, saindo do estado de segurança e dependência com os pais, para o desconhecido, emergindo sentimentos de estranheza e descoberta em relação a si mesmo. As alterações hormonais e fisiológicas trazem consigo duvidas e inquietações (BRITO, 2011).

Nesse período, o adolescente sente-se desajeitado, sem domínio sobre o seu corpo e a sua sexualidade. Torna-se comum nesta fase atos de rebeldia, discussões, fugas, maus resultados escolares, tornando-se muitas vezes crítico as situações do seu meio, afastando-se. O elo que estabeleceu com os pais quando criança, desde os primeiros dias de vida, torna-se essencial na formação das suas opiniões e como enfrentará as mudanças que lhe ocorrem (JATOBÁ; BASTOS, 2007; BRITO, 2011).

Dentro desse cenário de angustia e preocupações, a ansiedade e depressão tornam-se patologias comumente vistas nesse período, onde a ansiedade apresenta uma prevalência estimada entre os 4 e os 20%, enquanto que a depressão afeta entre 3 a 8% dos jovens (CRUJO; MARQUES, 2009).

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2.2 TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

Diante de tantas mudanças sofridas, a ansiedade torna-se uma emoção frequente no adolescente, um sinal de alarme diante de uma situação que pode representar futuramente uma ameaça. A ansiedade se torna patológica quando as respostas fisiológicas geradas por esta se tornam persistentes e incontroláveis, mesmo após a retirada do estímulo, impedindo o indivíduo de realizar atividades cotidianas. O adolescente sente-se amedrontado pelas modificações que ocorrem e ele não é capaz de controlar: seu corpo, o relacionamento com os pais, o receio no futuro incerto, as decisões e novas responsabilidades que lhe são atribuídas (BRITO, 2011; SOUZA et al., 2016).

Segundo Asbahr (2004), tanto a ansiedade quanto o medo são considerados patológicos quando exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo ou qualitativamente diversos do que se observa como norma naquela faixa etária, e também quando interferem na qualidade de vida, conforto emocional ou desempenho diário. Tais reações exageradas ao estímulo ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, em indivíduos com uma predisposição neurobiológica herdada.

Os transtornos de ansiedade ocorrem mais frequentemente na adolescência, e manifestam se por preocupações excessivas, incontroláveis e múltiplas. Estas preocupações habitualmente estão relacionadas ao futuro, as aprovações, as dificuldades e relacionamentos com família e amigos, interferindo no desenvolvimento do adolescente e seu convívio na sociedade, acentuando os problemas familiares e levando ao isolamento deste. Como método de fuga, o jovem pode apresentar comportamentos de risco, utilizando álcool e drogas ou até comportamento sexual impulsivo, afim de negar suas frustrações e medos (CRUJO; MARQUES, 2009; BRITO, 2011).

Nas crises de ansiedade, é comum surgir sintomas físicos como tremores, cansaço fácil, sensação de falta de ar ou asfixia, coração acelerado, suor excessivo, mãos frias e suadas, boca seca, tontura, náuseas, diarreia, desconforto abdominal, ondas de calor, calafrios, micção frequente, dificuldade para engolir, entre outras (DE SOUSA; OLIVEIRA; CALOU, 2018) .

Os transtornos de ansiedade são classificados em: transtornos de ansiedade generalizada, transtornos do pânico, fobias específicas, o transtorno de ansiedade de

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separação e transtornos de ansiedade social (SOUZA et al., 2016). Em crianças e adolescentes, os quadros mais frequentes são o transtorno de ansiedade de separação (TAS), com prevalência em torno de 4%, o transtorno de ansiedade generalizada (TAG; 2,7 a 4,6%) e as fobias específicas (FE; 2,4 a 3,3%). A prevalência de fobia social (FS) fica em torno de 1%, e a de transtorno de pânico (TP), em 0,6% (ASBAHR, 2004).

As abordagens psicoterápicas utilizadas no tratamento dos transtornos de ansiedade, na infância e na adolescência, incluem a psicanálise, a psicoterapia de orientação analítica, a terapia cognitivo-comportamental (TCC), a terapia familiar, a psicoterapia de apoio e outras formas de psicoterapia. Entre essas, a TCC é a que demonstra maior eficácia em estudos controlados. A educação do adolescente e da família são um importante componente do tratamento. Esta educação permite uma compreensão dos sintomas e da forma como estes afetam as relações interpessoais (RESENDE et al., 2013).

2.3 DEPRESSÃO

Durante muitos anos, a depressão em crianças e adolescentes foi “desvalorizada”, pois acreditava-se que adolescentes não eram suscetíveis a crises depressivas, sendo vista como uma crise comum da idade. Os primeiros relatos de que a depressão poderia também manifestar-se em adolescentes surgiram em meados do século XVIII. Somente a partir de 1960 sua ocorrência foi relacionada à infância e adolescência. Embora já existissem estudos que abordavam a ocorrência de sintomas depressivos em crianças e adolescentes, o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, por exemplo, só passou a considerar a depressão nesta faixa etária a partir de 1975 (BIAZUS; RAMIRES, 2012).

Hoje em dia, a depressão é considerada uma seria doença com elevada morbilidade e mortalidade nos adolescentes, sendo frequentemente subdiagnosticada e subtratada. Estima-se a cada 3 adolescentes com depressão, 2 não são devidamente diagnosticados e que dos diagnosticados, menos da metade recebem o tratamento correto (RESENDE et al., 2013; RAMOS, 2018).

O sentimento de tristeza faz parte da experiência normal da pessoa. O conceito de depressão, no entanto, não é sinônimo de tristeza ou infelicidade, apesar das

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infelicidades ser um componente comum do humor depressivo associado ao transtorno. A depressão é uma perturbação do humor multifatorial que envolve aspetos afetivos, motivacionais, cognitivos e neurovegetativos que devem ser levados em consideração na sua avaliação e tratamento. A depressão pode se apresentar como um sintoma, quando o afeto é a tristeza, ou como uma síndrome ou transtorno, quando apresenta um grupo de sintomas que aparecem juntos, com a tristeza fazendo parte de um grande elenco de problemas, que pode incluir a perda desinteresse nas atividades, sentimento de desvalia, perturbações do sono, mudanças do apetite, entre outros (LIMA, 2004; RAMOS, 2018).

Atualmente a depressão vem sendo considerada um grave problema de saúde pública, principalmente nesta faixa etária, em que os indivíduos são mais susceptíveis. Incapacitante, essa doença e seu percurso, afeta não somente o jovem, mas também toda sua família, com efeitos adversos em longo prazo, trazendo prejuízos significativos na aprendizagem e desenvolvimento acadêmico, o que pode prejudicar a sua inserção escolar e levar ao comprometimento com os demais colegas, causando conflitos com os pais e, conduzindo o jovem ao isolamento (JATOBÁ; BASTOS, 2007). Os principais fatores de riscos relacionados ao aparecimento da depressão , são: histórico familiar de depressão (parentes de 1° grau), transtornos de ansiedade, hiperatividade e défice de atenção, estresse, relacionamento complicado com os pais e amigos, perdas recentes, dificuldades na escola e em outros meios sociais, doenças crônicas (HIV, diabetes mellitus, asma, etc.) (RESENDE et al., 2013). defendem que com o decorrer da adolescência, ocorre um aumento substancial, tanto do número de sintomas de depressão, como do início das perturbações depressivas, existindo uma maior prevalência no género feminino (RAMOS, 2018).

A fisiopatologia da depressão ainda está pouco determinada. As hipóteses mais relevantes estão voltadas a diminuição de monoaminas e alterações no eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. Existem quatro tipos de intervenção terapêutica para o tratamento desses transtornos: a intervenção psicossocial, a psicoterapia, a terapia farmacológica e a terapia combinada (RESENDE et al., 2013).

Na maioria dos adolescentes, uma terapia combinada (psicoterapia e farmacologia) é a solução mais eficaz do que qualquer uma das opções de forma isolada. O objetivo da psicoterapia passa por identificar e modificar os possíveis esquemas de pensamentos negativos e distorcidos da criança (assim como na

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família), a sua baixa autoestima e a tendência a interpretar os acontecimentos de forma pessimista (RAMOS, 2018).

Quanto ao tratamento farmacológico, o uso de psicofármacos é muito comum como intervenção terapêutica. As intervenções farmacológicas são necessárias quando os sintomas são graves e incapacitantes, embora estudos controlados documentam que seu uso seja limitado em crianças e adolescentes. Os medicamentos são prescritos visando sempre o bem-estar dos pacientes, de forma que sejam mínimas as interações medicamentosas e efeitos adversos (ASBAHR, 2004; AFONSO; GUARNIÉRI, 2018).

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3 ANTIDEPRESSIVOS

Na maioria dos adolescentes, uma terapia combinada (psicoterapia e farmacologia) é a solução mais eficaz do que qualquer uma das opções de forma isolada. O objetivo da psicoterapia passa por identificar os principais antidepressivos utilizados para o tratamento de ansiedade e depressão em adolescentes, suas características farmacológicas, reações adversas e os riscos da automedicação nesses casos (RAMOS, 2018).

Ao clínico responsável pelo tratamento do adolescente com depressão, cabe a decisão de escolha da indicação de medicamentos, muitos destes com diversos efeitos colaterais, além de alguns não possuírem eficácia comprovada, tornando difícil o tratamento. A busca por novos medicamentos com menos efeitos colaterais e segurança comprovada é de grande interesse atualmente, porém, a maioria dos estudos realizados são em pacientes adultos (BRASIL; BELISÁRIO FILHO, 2000).

Nesse cenário, os antidepressivos podem constituir uma alternativa, assim como antipsicóticos em doses baixas. São utilizados, na prática clínica, em situações de alguma gravidade e quando existem situações de comorbidade, embora a sua ponderação deva ser feita pelo especialista (CRUJO; MARQUES, 2009).

No tratamento antidepressivo, o objetivo principal é a busca da melhora do quadro clínico de acordo com os principais sintomas apresentados pelo paciente, o que permite a melhora do perfil, levando a uma melhor definição dos aspectos do tratamento, dose, tempo de tratamento, horários, de forma individualizada, afim de garantir uma maior efetividade do esquema terapêutico (MOREIRA et al., 2014).

O autor Lima (2004) acrescenta que antes de se iniciar o tratamento farmacológico com antidepressivos, faz-se necessário averiguar as doenças concomitantes do paciente, possíveis transtornos causados pelo uso de substâncias psicoativas, doenças crônicas, tratamentos que o paciente já faz uso, afim de reduzir o risco de possíveis interações medicamentosas.

Os medicamentos antidepressivos são os principais empregados no tratamento de estados depressivos e nos transtornos de ansiedade. O tratamento começa com doses baixas, com atenção à tolerância inicial do paciente. O aparecimento dos efeitos antidepressivos pode levar até 4 a 6 semanas, enquanto os efeitos colaterais surgem mais precocemente (AFONSO; GUARNIÉRI, 2018).

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Moreira et al., (2014) discutem que o aumento gradual da dose deve ser feita até que ocorra um dos seguintes episódios: a presença de efeitos colaterais que dificultem o aumento da dose; o alcance máximo limite da dose recomendada; a redução dos sintomas do paciente; ou, a ocorrência da melhora do quadro clinico do paciente ou da piora significativa , com o aumento das doses. A remissão completa dos sintomas pode demorar, não se deve considerar que uma droga tenha atingido sua maior eficácia antes que a dose máxima tenha sido mantida por um período mínimo de quatro semanas.

Os medicamentos antidepressivos são divididos farmacologicamente em: antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos, inibidores da MAO (monoaminoxidase) e, inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS). Para o tratamento dos transtornos depressivos e de ansiedade em adolescentes, o grupo mais utilizado é o dos ISRS, por sua maior segurança e menor presença de efeitos colaterais em adolescentes, e em segundo lugar, a bupropiona (BRASIL; BELISÁRIO FILHO, 2000). Os antidepressivos são capazes de proporcionar uma melhora de 60% a 70% dos sintomas depressivos no prazo de um mês. Porém, nem todos os pacientes respondem aos medicamentos da mesma forma, o que leva a tentativa e troca de vários medicamentos no decorrer da doença (AFONSO; GUARNIÉRI, 2018).

O uso de antidepressivos em adolescentes, apesar de proporcionar inúmeros efeitos colaterais, é justificado por interromper as ideias de suicídio. O suicídio em adolescentes é umas das principais preocupações, devido a sua elevada incidência nesta faixa etária. As ideias de suicídio no adolescente com depressão são comuns, onde o mesmo faz várias tentativas, apresentando alta morbidade (SCHNEIDER; RAMIRES, 2007).

Os inibidores da monoaminoxidase (IMAO) são antidepressivos pouco utilizados em crianças e adolescentes, pois é necessário a adesão a uma dieta sem tiramina (deve ser evitado o consumo de queijos e seus derivados, alimentos que contem cafeína, chocolates, entre outros). Seus efeitos colaterais são graves e além disso, interagem com muitos medicamentos, sendo capazes de causar crises hipertensivas e convulsões (ROCHA et al., 2004).

Os antidepressivos tricíclicos (ADTs), são menos utilizados em adolescentes, devido a sua pouca eficácia nesse grupo, além de proporcionar mais efeitos colaterais, se comparado as demais classes. Seu efeito farmacológico está relacionado a

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diminuição da recaptação da noradrenalina e da serotonina, o que eleva a ação dos neurotransmissores. Por outro lado, seus efeitos colaterais estão relacionados ao bloqueio dos receptores (MOREIRA et al., 2014).

Essa classe, pode causar efeitos cardiotóxicos nos pacientes, por isso sua utilização deve se restringir a casos refratários ou, em casos em que o paciente possui doenças concomitantes como TDAH, transtornos de ansiedade e manias. Outros efeitos colaterais comumente observados em pacientes que fazem uso de ADTs são: boca seca, constipação, insônia, náuseas, tremores, em alguns casos pode ocorrer convulsões e discrasias sanguíneas (BRASIL; BELISÁRIO FILHO, 2000; RAMOS, 2018).

Os ISRS por possuírem efeitos colaterais mais fracos, em comparação as outras subclasses, são os mais escolhidos atualmente para o tratamento da depressão em adolescentes. Sua ação farmacológica consiste em inibir potentemente e de forma seletiva a recaptação de serotonina (5-HT) no terminal neuronal pré-sináptico (BRASIL.; BELISÁRIO FILHO, 2000).

Seus principais efeitos colaterais são: dor de cabeça, náusea, tonturas, sudorese, ansiedade, acatisia, em casos mais graves, convulsão e desinibição psicomotora. Se o paciente apresentar efeitos adversos graves a um medicamento ISRS, pode ser trocado por outro da mesma classe, para avaliação (SCHNEIDER; RAMIRES, 2007).

Em relação a dosagem do medicamento, este deve ter início com doses baixas que devem ser aumentadas, de forma lenta e progressiva, de acordo com a resposta do organismo ao medicamento. Quando a dose desejada for alcançada, faz-se necessário aguardar de quatro a seis semanas para avaliação do quadro clínico (LIMA, 2004).

Em relação a retirada do medicamento, esta deve ser realizada de forma gradativa, a cada semana, em especial com medicamentos de meia-vida curta (paroxetina, sertralina e fluvoxamina), afim de reduzir a probabilidade da "síndrome de retirada abrupta" (cefaleia, tontura, náusea, vômito, mialgia, calafrios, parestesias, irritabilidade, ansiedade intensa e problemas de sono) (BRASIL; BELISÁRIO FILHO, 2000).

Apesar de existirem poucos estudos de longo prazo sobre a efetividade e segurança dos ISRS em pacientes juvenis, esta subclasse vem substituindo os ADTs,

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tornando-se os principais indicados para o tratamento da depressão, por não oferecerem risco de cardiotoxicidade e de letalidade por superdosagem (MOREIRA et al., 2014).

Quando os medicamentos ISRS não são eficazes no tratamento dos transtornos em adolescentes, são administrados os antidepressivos atípicos, principalmente a bupropiona. São fármacos muito eficazes, porem devido aos seus efeitos colaterais, não são medicamentos de primeira escolha. Estes medicamentos possuem a capacidade de melhorar significativamente o humor depressivo, sem causar euforia no paciente (RAMOS, 2018).

A indução de crises convulsivas, pode ocorrer pelo uso de alguns antidepressivos, e em alguns casos, pelo aumento da dose do medicamento. A hipertensão ortostática pode ser observada em alguns pacientes que fazem uso dos ADTs, trazodona e inibidores da MAO, efeito este que pode ser evitado com aumento lento da dosagem do fármaco. Esse efeito indesejável pode ser minimizado com o aumento mais lento da dose (BRASIL; BELISÁRIO FILHO, 2000).

Transtornos de ansiedade e distúrbios relacionados ao sono, podem ser intensificados com o uso de bupropiona e desipramina. Hipomania é um efeito colateral que pode ocorrer de 5 a 20% dos pacientes tratados com os medicamentos antidepressivos. O aumento de peso é um dos efeitos mais comuns, sendo causado por medicamentos da classe dos inibidores da MAO e ADTs (MOREIRA et al., 2014). Apesar dos efeitos colaterais, a redução no uso de antidepressivos foi associada a uma elevação da taxa de mortes por suicídio. A maioria dos médicos acredita que os benefícios dos antidepressivos superam os riscos, mas, alertam para o facto de os familiares ficarem atentos a sintomas de agravamento ou pensamentos suicidas. Os riscos de suicídio podem ser minimizados se houver troca constante de informações entre os pais e os profissionais de saúde mental, se a supervisão da criança ou adolescente for a mais adequada e se as sessões de psicoterapia forem regulares (RAMOS, 2018).

A indicação de fármacos antidepressivos para crianças e adolescentes, ainda é muito discutido, trazendo diversas preocupações, mas também esperanças em relação ao futuro do paciente. Os efeitos colaterais, o uso descontrolado e banal dos medicamentos são as principais preocupações, pois a imagem de que o medicamento seja solução imediata para o problema, não é verdadeira, e se não avaliada de forma

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adequada, pode inclusive piorar o quadro clínico do paciente. A esperança que o tratamento reduza os quadros da doença e permita o convívio social do adolescente, melhorando a qualidade de vida é o que guia as pesquisas com novos fármacos, afim de possibilitar o melhor tratamento possível (MOREIRA et al., 2014).

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4 ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO TRATAMENTO ANTIDEPRESSIVO

A depressão e ansiedade na adolescência é um considerada uma seria doença com elevada morbilidade e mortalidade nos adolescentes, trazendo prejuízos significativos na aprendizagem e desenvolvimento acadêmico, bem como na sua interação social, reduzindo a qualidade de vida do mesmo (GEYER, 2016).

A principal base de tratamento para a depressão e ansiedade é utilização de medicamentos, proporcionando a redução dos sintomas, mas trazendo efeitos colaterais. Os profissionais de saúde que prescrevem e acompanham o paciente, devem estar aptos para escolher o melhor esquema terapêutico possível, reduzindo os sintomas presentes e com menor número de efeitos colaterais possíveis (MOREIRA et al., 2014).

Muitas vezes os pacientes podem considerar a medicação como uma agressão, devido aos seus efeitos, o que o leva a não aderir ao tratamento medicamentoso de forma correta. Dentre os profissionais da equipe de saúde, o farmacêutico ganha especial destaque, para lidar com esse problema, graças ao seu vasto conhecimento sobre os medicamentos, sendo apto para acompanhar e orientar o paciente (SILVA; BRANDÃO, 2017).

A orientação e o acompanhamento farmacoterapêutico e o contato do profissional farmacêutico ao paciente que utiliza o medicamento, são fundamentais para garantir a efetividade e adesão ao tratamento. Para alguns países, principalmente os mais desenvolvidos a Atenção farmacêutica já é realidade e mostra a sua eficácia na redução de agravamentos dos pacientes portadores crônicos e de custos para o sistema de saúde (PINHEIRO, 2016).

A atenção farmacêutica (AF) é a existência do conhecimento em prestar orientação ao usuário, dentro de uma visão mais completa do paciente em sua relação com o medicamento. À orientação apresentação de atenção farmacêutica ao paciente do medicamento está cada vez mais sendo comentada, podendo mostrar o quão é importante na saúde dos pacientes em geral, onde a Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselha a continuidade desse trabalho visto que tem muita influência e vantagens (LAVRINS, 2016).

A soma das atitudes, comportamentos, valores éticos, conhecimentos e responsabilidades do profissional farmacêutico no ato da dispensação de

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medicamentos, com o objetivo para a obtenção de resultados terapêuticos desejados e melhoria da qualidade de vida do paciente (OPAS, 2002).

Sendo assim, a atenção farmacêutica é um conceito de prática profissional em que o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico, pois ele assegura que o paciente tenha acesso à informação acerca da utilização adequada dos medicamentos, o que contribui para o seu uso racional. Outras atribuições do farmacêutico são: o monitoramento da utilização dos medicamentos por meio da ficha de controle terapêutico; o aconselhamento aos doentes acerca do uso de medicamentos de venda livre, a participação em programas de educação para a saúde em colaboração com outros membros da equipe de saúde e a construção de indicadores que visem mensurar a efetividade das intervenções (SILVA; BRANDÃO,2017).

Visando à orientação e o acompanhamento farmacoterapêutico e o contato do profissional farmacêutico ao paciente que utiliza o medicamento. Para alguns países, principalmente os mais desenvolvidos a Atenção Farmacêutica já é realidade e mostra a sua eficácia na redução de agravamentos dos pacientes portadores crônicos e de custos para o sistema de saúde (LAVRINS, 2016).

O acompanhamento farmacoterapêutico pode contribuir consideravelmente para uma maior adesão e maior esclarecimento sobre o tratamento, assim como diminuição de reações adversas por medicamentos, diminuição no gasto para o sistema de saúde, acarretando benefícios ao tratamento farmacológico (BALESTRE et al., 2007).

Este é um serviço farmacêutico provido de muitos encontros com o paciente. No processo de cuidado, os problemas são identificados e relacionados a medicamentos e resultados negativos da farmacoterapia, observando suas causas e intervindo por meio de documentos, com o objetivo resolver e prevenir problemas. A principal diferença deste serviço em relação aos outros consiste na proposta contínua do cuidado feito pelo farmacêutico em diversas consultas (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE, 2002).

Também é importante explicar aos pais ou responsáveis que cada medicação requer um determinado período de tempo para agir e que não se deve interromper abruptamente o uso de determinadas drogas. Como procedimento inicial, queixas

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somáticas e tiques devem ser registrados para não serem confundidos, posteriormente, com efeitos colaterais ou adverso (MOREIRA et al., 2014).

A Atenção Farmacêutica vem se salientando em muitos países, vem destacando conceitos derivados da Farmácia Clínica. No Brasil, a atenção farmacêutica tem mostrado a importância dos multiprofissionais de saúde, principalmente os profissionais farmacêuticos. Alguns lugares do país com serviços planejados e especializados têm capacitado para realizar a atenção farmacêutica em seu sentido definitivo, contrapõem-se a hospitais e centros de dispensação que estabelece de um único farmacêutico que realiza, comumente, atividades burocráticas e administrativas (KNORST; ARAUJO, 2008).

A Atenção Farmacêutica é uma atividade de grande importância na atuação do farmacêutico, uma vez que permite acessibilidade ao medicamento acompanhada de aconselhamento em saúde, seguimento farmacoterapêutico (SF), além de trazer o apoio profissional ao paciente. O SF permite que os problemas relacionados aos medicamentos sejam identificados, e assim, prevenir que os resultados negativos associados à medicação (RNM) ocorram (PINHEIRO, 2016).

A prática da AF é o componente principal na interação diretamente com o paciente onde atende as necessidades de cada um relacionadas aos medicamentos. No entanto, a atenção farmacêutica envolve um processo de assistência ao paciente, que inclui três etapas: 1- análise da situação das necessidades do paciente em relação aos medicamentos; 2- elaboração de um plano de seguimento, incluindo os objetivos do tratamento farmacológico e as intervenções apropriadas;3- Avaliação do seguimento para determinar os resultados reais no paciente (LAVRINS, 2016).

Essa ação do farmacêutico deve contar com uma equipe multidisciplinar, realizando uma monitoração contínua acerca dos medicamentos que o paciente utiliza e sobre seus efeitos (positivos ou não) que possam vir a acometer o paciente (PINHEIRO, 2016).

Outras atribuições do farmacêutico são: O monitoramento da utilização dos medicamentos por meio da ficha de controle terapêutico; o aconselhamento aos doentes acerca do uso de medicamentos de venda livre, a participação em programas de educação para a saúde em colaboração com outros membros da equipe de saúde

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e a construção de indicadores que visem mensurar a efetividade das intervenções (SILVA; BRANDÃO, 2017).

A abordagem educativa possibilita a ação colaborativa entre o paciente e os demais profissionais de cuidado em saúde, favorecendo o esclarecimento de dúvidas, atenuando as ansiedades pela convivência com problemas semelhantes já solucionados, bem como, proporcionando maior efetividade na aplicação de medidas terapêuticas (KNORST; ARAUJO, 2008).

A atenção farmacêutica, independente do modelo utilizado, tem como base o acompanhamento farmacoterapêutico, onde o usuário do medicamento é o ponto de partida. Tendo em vista o paciente, o farmacêutico acompanha-o durante todo o seguimento na tentativa de buscar problemas relacionados ao medicamento (PRM) e resolvê-los dentro da sua competência (OLIVEIRA, 2014).

Dentre os mais variados modelos de atenção farmacêutica, os que mais se destacam entre os membros da equipe de saúde no mundo são os modelos espanhol e o americano, conhecidos como método dáder e modelo de minnesota, respectivamente (FREITAS; PEREIRA, 2008).

Sendo assim, a atenção farmacêutica é um conceito de prática profissional em que o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico, pois ele assegura que o paciente tenha acesso à informação acerca da utilização adequada dos medicamentos, o que contribui para o seu uso racional (SILVA; BRANDÃO, 2017).

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A adolescência é um período é repleto de transformações físicas, psíquicas, afetivas e sociais, onde a criança passa a ser adulto, saindo do estado de segurança e dependência com os pais, para o desconhecido, emergindo sentimentos de estranheza e descoberta em relação a si mesmo. As alterações hormonais e fisiológicas trazem consigo duvidas e inquietações.

Dentro desse cenário de angustia e preocupações, a ansiedade e depressão tornam-se patologias comumente vistas nesse período, onde a ansiedade apresenta uma prevalência estimada entre os 4 e os 20%, enquanto que a depressão afeta entre 3 a 8% dos jovens. Os transtornos de ansiedade ocorrem mais frequentemente na adolescência, e manifestam se por preocupações excessivas, incontroláveis e múltiplas. Enquanto que a depressão vem sendo considerada um problema de saúde pública, principalmente nesta faixa etária, em que os indivíduos são mais susceptíveis. Incapacitante, essa doença e seu percurso, afeta não somente o jovem, mas também toda sua família, com efeitos adversos em longo prazo, reduzindo a qualidade de vida do paciente.

As intervenções farmacológicas são necessárias quando os sintomas são graves e incapacitantes, embora estudos controlados documentam que seu uso seja limitado em crianças e adolescentes. Os medicamentos antidepressivos são na maior parte das vezes a primeira linha de tratamento na depressão em adolescentes, sendo empregados comumente, os antidepressivos da classe de inibidores seletivos da recaptação da serotonina, sendo esses: fluoxetina, paroxetina e sertralina.

Dentro da equipe o profissional farmacêutico é responsável por acompanhar, orientar o paciente e seus familiares, realizando seu perfil farmacoterapêutico, evitando assim os riscos e uso desnecessário de medicamentos, possíveis interações medicamentosas e efeitos colaterais; promovendo um aumento da efetividade do tratamento medicamentoso e, consequentemente a melhoria da qualidade de vida do paciente.

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REFERÊNCIAS

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