• Nenhum resultado encontrado

PARADIPLOMACIA CULTURAL: O ESPAÇO DAS ORGANIZAÇÕES NA ATUAÇÃO DAS CIDADES GLOBAIS. Leonardo Mercher 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PARADIPLOMACIA CULTURAL: O ESPAÇO DAS ORGANIZAÇÕES NA ATUAÇÃO DAS CIDADES GLOBAIS. Leonardo Mercher 1"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Departamento de Ciências Sociais

Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais – NEPRI

PARADIPLOMACIA CULTURAL:

O ESPAÇO DAS ORGANIZAÇÕES NA ATUAÇÃO DAS CIDADES GLOBAIS

Leonardo Mercher1

TEMA – O tema da presente pesquisa é a prática da paradiplomacia cultural das cidades globais no espaço das organizações internacionais. De forma mais específica, serão estudadas as atividades das três cidades globais Buenos Aires, Rio de Janeiro e São Paulo em dois espaços das principais organizações às quais estão vinculadas: a Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU) e a Rede de Mercocidades. Dentro dessas duas organizações, cada qual de natureza específica, analisa-se a documentação disponibilizada que registra as atividades das mesmas nos espaços dirigidos à cultura: a Comissão de Cultura da CGLU (CC-CGLU) e a Unidade Temática de Cultura das Mercocidades (UTC), identificando tanto as principais áreas de interesse que esses atores subnacionais buscam, como a relação de fortalecimento do movimento subnacional cultural através das organizações, de 2004 até os dias atuais.

LINHA DE PESQUISA - Organizações Internacionais - Estudos sobre as instituições internacionais de vários tipos (tratados, organizações, regimes, convenções, redes etc.). Estudo das teorias das organizações internacionais com vistas a descrever, explicar e acompanhar o surgimento e o desempenho das Organizações Intergovernamentais. Análise das possibilidades e limites da ordenação do sistema político internacional, a capacidade e a legitimidade das instituições internacionais e as condições de superação das incertezas que dificultam a cooperação entre Estados e outros atores.

1 Mestrando em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná.

(2)

CONTEXTO – A atuação transnacional de governos subnacionais na América do Sul vem crescendo em ritmo acelerado nos últimos vinte anos. Os processos de integração regional elaborados pelos governos centrais (nacionais) também facilitaram a ida desses novos atores à esfera internacional, como na criação da Rede Municipal de Mercocidades (1995) e na participação em outras organizações como a Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU). Vários governos municipais da Argentina e Brasil aderiram ao novo fluxo das diplomacias paralelas aos seus governos centrais – paradiplomacia – e iniciaram gestões locais sobre agendas internacionais nas mais diversas dinâmicas, como nas culturais.

Nas décadas de 1990 e 2000 as cidades que atuavam nas relações internacionais receberam diversas classificações de acordo com sua relevância em setores específicos ao cenário internacional. Desconstruindo os conceitos de cidade mundial e hierarquia urbana – elaborados por Patrick Geddes em 1915 – Saskia Sassen conseguiu, em 1991, construir um novo conceito sobre cidades e relações internacionais: a cidade global. Esse conceito possibilitou novos estudos mais delimitados desses atores internacionais ao qual será empregado aqui para delimitação da paradiplomacia cultural em exercício – das cidades de Buenos Aires, Rio de Janeiro e São Paulo – nos espaços das organizações internacionais de cidades – CGLU e Mercocidades – nos últimos anos.

PERGUNTA-PROBLEMA - Como se dá a prática da paradiplomacia cultural dessas três cidades no espaço das organizações; e como as organizações são acionadas por esse movimento ao ponto de fortalecerem o movimento subnacional?

JUSTIFICATIVA – Justifica-se esse estudo através da escassez de análise científica da paradiplomacia cultural, cada vez mais intensa nos dias de hoje, sobretudo a exercida dentro do espaço das organizações internacionais de cidades e demais governos locais. A relevância da temática para os estudos das relações internacionais se dá tanto pela observação dessa prática paradiplomática, como pela instrumentalização da teoria construtivista pelo efeito bumerangue, visto que a atual relação das organizações com os demais atores internacionais remete ao movimento transnacional triangular proposto por esse efeito construtivista, onde as cidades vão ao cenário internacional de forma organizada e se fortalecem para defender seus interesses junto aos demais atores tradicionais – como os

(3)

Estados e suas organizações.

OBJETIVOS GERAIS - Busca-se responder à pergunta-problema através do exercício de se identificar a prática da paradiplomacia cultural dessas três cidades globais nos espaços culturais das organizações (CC-CGLU e na UTC).

OBJETIVOS ESPECÍFICOS – Identificar as áreas da ação cultural da paradiplomacia das três cidades analisadas nos espaços das organizações e compreender a relação entre as organizações internacionais de cidades e o efeito construtivista bumerangue.

HIPÓTESE – O espaço cedido pelas organizações à paradiplomacia cultural fortalece não só a cultura, como as próprias organizações e o movimento subnacional segundo a lógica construtivista do efeito bumerangue.

ARGUMENTOS – As linhas de pensamento presentes nessa pesquisa são construtivistas, englobando ainda ideias secundárias como o conceito de cidade global de Saskia Sassen (1991). O efeito bumerangue de Martha Finnemore e Kathryn Sikkink (1998) orienta as análises finais, mas a exposição de autores como Tullo Vigevani (2004), Mónica Salomón (2007) e Saskia Sassen (2008) possibilitam identificar e delimitar os vetores da ação (cidades globais) e o foco sobre a paradiplomacia cultural como real objeto aqui em análise.

METODOLOGIA – Primeiramente dá-se a coleta e analise documental das duas organizações (CC-CGLU e UTC) durante os anos de 2004 até 2012, trabalhando com toda a documentação disponibilizada. Posteriormente faz-se uma análise de conteúdo sobre a participação das três cidades globais registrada na documentação e uma interpretação teórica dos resultados obtidos, visando responder às questões levantas ao longo do texto.

SUMÁRIO - A estrutura dessa pesquisa está dividida em cinco capítulos. No primeiro faz-se uma breve introdução ao tema e metodologia. No faz-segundo capítulo têm-faz-se uma revisão de literatura necessária para a contextualização do atual processo subnacional, bem como a concepção e classificação das cidades globais. No terceiro é exposto os dados obtidos das

(4)

análises de conteúdo dos documentos disponibilizados pela CC-CGLU e pela UTC das Mercocidades. No quarto faz-se a interpretação dos dados com o auxílio teórico construtivista, visando compreender como as organizações atuam para o fortalecimento da paradiplomacia cultural. Por fim, no quinto e último capítulo, têm-se as considerações finais dessa dissertação. Completa-se a estrutura com referências bibliográficas, anexos e apêndices.

CRONOGRAMA – Ao longo do ano de 2011 foram feitas alterações estruturais no projeto inicial que resultaram no presente projeto. Em maio de 2012 foi concluída a revisão de literatura, bem como os dois primeiros capítulos propostos. Em julho de 2012 concluiu-se a coleta documental que possibilitou também o fechamento do terceiro capítulo. Ao longo dos meses de agosto e setembro conclui-se 70% da dissertação que foi encaminhada para qualificação. Nos meses de outubro e novembro inicia-se a finalização da dissertação com a elaboração do quarto capítulo, bem como das alterações orientadas na banca de qualificação em setembro. No mês de dezembro de 2012 deverá ser concluída a dissertação que aguardará a banca final.

BIBLIOGRAFIA

DOEL, Mark; HUBBARD, Philip. Taking World Cities Literally: Marketing the City in a Global Space of flows. In. City: analysis of urban trends, culture, theory, policy, action. Londres: Taylor & Francis Group, vol.6, n.3, pp.351-368, 2002.

FINNEMORE, Martha; SIKKINK, Kathryn. International Organization. Cambridge: Cambridge Inc., 1998.

FOREIGN POLICY. The 2008 Global Cities Index. Washington: Foreign Policy of Washington Post Company, pp.68-76 nov./dez. 2008. Conteúdo disponibilizado em http://www.foreignpolicy.com/. Acessado em abr. 2011.

HAWKES, John. The Fourth Pillar of Sustainability: Culture’s essential role in public planning. In. Exploring local policies for cultural diversity. PASCUAL, Jordi. Local policies for cultural diversity, CC-CGLU pp.04-31, 2006.

RIBEIRO, Edgar. Diplomacia cultural: seu papel na política externa brasileira. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2011.

SALOMON, Mónica; NUNES, Carmen. A Ação Externa dos Governos Subnacionais no Brasil: Os Casos do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre. Um Estudo Comparativo de

(5)

Dois Tipos de Atores Mistos. Rio de Janeiro: Contexto Internacional, vol.29, n.1, pp.99-147, 2007 a.

SASSEN, Saskia. The Global City: New York, London, Tokyo. Nova Jersey: Princeton University Press, 1991.

SASSEN, Saskia; ROOST, Frank. A cidade: local estratégico para a indústria global do entretenimento. In. Espaços & Debates: aliança e competição entre cidades. Revista de Estudos Regionais e Urbanos, ano XVIII, n.41, pp.66-74, 2001.

SASSEN, Saskia; A.T. Kearney Global Management Consultants; The Chicago Council of Global Affairs. The 2008 Global Cities Index. Washington: Foreign Policy Magazine, pp.68-76, nov./dez. 2008.

SASSEN, Saskia. Sociologia da globalização. Porto Alegre: Artmed, 2010.

SEGURA, Caterína García. La participación de las comunidades autónomas españolas en las relaciones internacionales. Reflexiones sobre la presencia internacional de las comunidades autónomas históricas: Cataluña, Galicia y el País Vasco. In. VIGEVANI, Tullo et al. A dimensão subnacional e as Relações Internacionais. São Paulo: Educ/Unesp/EdUSC/FAPESP, 2004

SOARES, Maria Susana Arrosa. A diplomacia cultural no Mercosul. Revista Brasileira Política Internacional vol.51, n.1, pp. 53-69, 2008.

STUART, Ana Maria. Regionalismo e democracia: o surgimento da dimensão subnacional na União Europeia. In. VIGEVANI, Tullo et al. A dimensão subnacional e as Relações Internacionais. São Paulo: Educ/Unesp/EdUSC/FAPESP, 2004.

VIGEVANI, Tullo. El marco jurídico e institucional para la gestión internacional de los actores subnacionales gubernamentales em Brasil. Integración & Comércio, n.21, pp.27-46, 2004.

Referências

Documentos relacionados

Dar autonomia aos membros da organização para buscar a visão – removendo as forças restritivas e incentivando as propulsoras (mudança);. Planejar, criar e recompensar as

Verificar sua integridade e reconstituir os rejuntamentos internos e externos dos pisos, paredes, peitoris, soleiras, ralos, peças sanitárias, chaminés, grelhas de ventilação

Conforme mencionado anteriormente, cada conta é um elemento, e o patrimônio é composto por estes elementos. Cada inclusão ou alteração é feita por meio das contas e tem por

evidenciar possíveis relações entre o microbismo ocorrente e o meio em que se inserem e, consequentemente, avaliar as pressões e temperaturas existentes nos vários

O regime de funcionamento online deste curso, suportado por uma plataforma informática de gestão da formação/aprendizagem, permitirá ainda alcançar outros objetivos

Conclui-se que a aplicação tanto do marketing verde quanto da gestão ambiental, em conjunto com as ações baseadas na meta do desenvolvimento sustentável, gera

Refletir sobre o efetivo cumprimento da lei, no que se refere à escola pública e às questões qualitativas e quantitativas que envolvem esse lócus primordial – nas suas diversas

Entrada do Abismo Šemonovo (Šemonovo brezno) ... Principais províncias espeleológicas do Brasil ... Mapa simplificado das principais províncias espeleológicas de Minas Gerais ...