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CONTABILIDADE DAS ORGANIZAÇÕES

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Academic year: 2022

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CONTABILIDADE DAS ORGANIZAÇÕES

AULA 3

Prof. André Júnior de Oliveira

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CONVERSA INICIAL

Nesta aula, falaremos sobre o plano de contas, um assunto muito importante, afinal, para tudo o que queiramos fazer, tanto no plano pessoal como profissional, precisamos de planejamento. Na contabilidade não é diferente, e é aí que entra o papel do plano de contas, uma ferramenta que contém códigos e classificações usados para o registro das entradas e saídas financeiras de uma empresa. Esses códigos, chamados de contas, são categorizados em grupos, servindo de base para estruturar os relatórios contábeis das organizações, como o seu balanço patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

CONTEXTUALIZANDO

O primeiro passo para a contabilização das empresas é a configuração do plano de contas, pois a gestão precisa estabelecer quais contas farão parte do sistema de contabilidade. Por meio das contas elencadas no plano de contas, as empresas têm condições de saber de onde vem (receitas, origens de recursos) e para onde vai o seu dinheiro (despesas, aplicação de recursos). Para tanto, a estrutura do plano de contas precisa ser atual e conveniente, de acordo com a realidade das operações da organização.

O plano de contas dá direcionamento aos trabalhos contábeis executados nas empresas, servindo de modelo para a confecção das demonstrações financeiras. Ele organiza as finanças da entidade e segrega as despesas, receitas, ativos e passivos, com a finalidade de proporcionar aos usuários destas informações uma maior e melhor compreensão da saúde financeira da empresa.

O plano de contas é flexível, uma vez que pode ser adaptado a qualquer hora, a fim de atender às necessidades da organização. Isso significa que as contas podem ser adicionadas contas de acordo com as exigências, contudo, as contas que um dia foram criadas podem mudar de nomenclatura, mas não podem ser excluídas, visto que já possuem registros anteriores.

TEMA 1 – PLANO DE CONTAS: OBJETIVO E AGRUPAMENTOS

O plano de contas pode ser definido como o conjunto de contas, previamente estabelecido, com a finalidade de nortear os trabalhos contábeis de registro dos fatos e atos inerentes à entidade, servindo de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis. É importante salientar que a

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montagem do plano de contas deve ser feita de forma personalizada, de acordo com a necessidade e realidade de cada empresa, uma vez que os usuários das informações podem precisar de detalhamentos específicos. Se o modelo de plano de contas for geral, ele não pode atender às necessidades dos usuários.

O plano de contas busca, então, estabelecer normas de conduta para o registro de operações da organização, e, na sua montagem, ele deve:

atender às necessidades de informação da administração da empresa;

ser elaborado de acordo com formato compatível com as normas legais de elaboração do balanço patrimonial e demais demonstrações contábeis, especificamente aos princípios de contabilidade;

adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos, principalmente às da legislação do imposto de renda.

O plano de contas pode ser entendido como um elenco de contas, ou conjunto de normas, no qual devem fazer parte as descrições de funcionamento de cada conta, ou seja, deve estar sempre acompanhado de um manual, com comentários e indicações acerca da aplicação e do uso de cada uma das contas.

O plano de contas deve estar estruturado de acordo com o conceito legal da Lei 6.404/1976 (artigos 176-182 e 187), sendo composto da seguinte forma no tocante ao balanço patrimonial:

Ativo Passivo

Circulante Circulante

Não circulante Não circulante

Realizável a longo prazo Patrimônio líquido

Investimentos Imobilizado

Intangível

Conforme mencionado anteriormente, cada conta é um elemento, e o patrimônio é composto por estes elementos. Cada inclusão ou alteração é feita por meio das contas e tem por objetivo registrar as movimentações patrimoniais.

Dessa forma, é possível expor bens, direitos, obrigações, fazer o lançamento das receitas e das despesas, de forma que os resultados sejam apurados mediante o confronto destas, decorrentes das atividades da empresa.

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Ao estruturar um plano de contas, deve ser observado que: a) as necessidades das empresas são diferentes, então, um plano de contas elaborado para a empresa A pode não ser útil para a empresa B; b) o ponto inicial para a elaboração do plano de contas é a movimentação da empresa, assim, o papel do contador é de monitorar e ser uma peça consultiva; c) a classificação deve partir do geral para o específico, dessa forma, existirá um grupo de contas, um subgrupo, e, neste subgrupo, as contas que são passiveis de lançamentos; d) a nomenclatura de cada conta deve ser de rápida identificação para os usuários deste plano de conta e para os que forem utilizar essa informação contábil.

O plano de contas pode ser entendido também como o agrupamento ordenado de todas as contas utilizadas pela contabilidade dentro das empresas, isto é, as contas de ativo, passivo, receita e despesas.

Para classificar os ativos e passivos em um plano de contas contábil, é preciso saber quais são os códigos referentes à classe deles. O plano de contas é dividido em grupos, subgrupos e contas, conforme o exemplo a seguir:

1º dígito – classe (1 – ativo);

2º dígito – grupo (1.1 – ativo circulante);

3º dígito – subgrupo (1.1.1 – disponível);

4º dígito – conta (1.1.1.01 – caixas e equivalentes de caixa);

5º dígito – subconta (1.1.1.01.001 – caixa).

No geral, as contas são classificadas da seguinte forma: o classificador 1 para o grupo do ativo; 2 para o grupo do passivo; 3 para as despesas e custos;

4 para as receitas; e 5 para as contas de compensação.

Veja a seguir algumas classificações presentes nos planos de contas:

1. Ativo:

circulante;

disponível;

aplicações financeiras.

2. Passivo:

circulante;

não circulante;

patrimônio líquido.

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3. Despesas:

custos diretos de produção;

despesas operacionais;

outras despesas.

4. Receitas:

receita bruta de vendas e serviços;

• dedução de receita bruta de vendas e serviços;

receita operacional;

receita de participações societárias;

outras receitas.

5. Contas de compensação

TEMA 2 – RAZONETES

Razonete é uma versão simplificada ou até mesmo uma forma didática do livro Razão, fundamental ao processo de escrituração contábil, sendo exigido pela legislação brasileira para empresas enquadradas no regime tributário lucro real. O razonete também pode ser chamado de gráfico ou conta em T, sendo bastante utilizado pelos contadores, pois é por meio dele que são feitos os registros de forma individual por conta.

O razonete foi criado com a finalidade de ajudar no entendimento da mecânica dos lançamentos contábeis. O controle individualizado das contas é importante para se conhecer os saldos, de forma a possibilitar a apuração dos resultados e a elaboração de demonstrações contábeis, como o balancete de verificação do razão e do balanço patrimonial.

Figura 1 – Razonete

Fonte: Oliveira, 2019.

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Para creditarmos ou debitarmos, devemos saber de que tipo de venda ou compra se trata. Em uma compra a prazo de mercadorias, no valor de R$

10.000,00, com 12% de ICMS, por exemplo, teremos os seguintes razonetes:

ICMS a recuperar R$ 1.200,00

Fornecedores

R$ 10.000,00

Estoques R$ 8.800,00

Conforme podemos observar nos lançamentos efetuados, para cada conta do balanço patrimonial utiliza-se um razonete e, nele, realiza-se a movimentação. De um lado, registram-se os aumentos e de outros as diminuições. Como saber em que lado colocar o acréscimo ou decréscimo? Tudo dependerá da natureza da conta, se esta pertence ao grupo do ativo, passivo, receita, despesa ou patrimônio líquido. Por exemplo, se a conta a ser utilizada for de ativo, os aumentos serão registrados no lado esquerdo do razonete e as diminuições do lado direito. Contudo, se a conta for de passivo ou PL, os lados serão invertidos: os aumentos serão registrados no lado direito do razonete e as diminuições no lado esquerdo.

A importância dos razonetes na atualidade é didática, sendo amplamente utilizados para o auxílio na compreensão de como as operações de uma empresa são processadas pela contabilidade. Na realidade prática, a fonte dos dados para a obtenção do balancete, do balanço patrimonial ou DRE – Demonstração do Resultado do Exercício é o livro diário.

TEMA 3 – LANÇAMENTOS DE ABERTURA DE EMPRESA (INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL)

A constituição de uma empresa se dá com a abertura de atos constitutivos junto à Junta Comercial, sendo esta a responsável pelo registro do comércio, ou nos órgãos responsáveis pelo registro civil das pessoas jurídicas. Contabilmente, para a abertura da escrita contábil, tem-se os lançamentos de subscrição do capital e a integralização do capital social da empresa. Esta integralização pode ser total ou parcial, efetuada em espécie ou bens móveis e imóveis.

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Vejamos o seguinte exemplo: a empresa Ciranda Ltda. possui dois sócios, Alberto e Bertoldo, que, no ato de constituição da referida empresa, integralizaram a quantia total de R$ 600.000,00, cada um com R$ 300.000,00, correspondente a 50% do valor total. Dessa forma, na cláusula do contrato social da empresa Ciranda Ltda. consta o seguinte:

Cláusula QUARTA – O capital social é de R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais), dividido em 600.000 quotas de R$ 1,00 (um real) cada uma, a ser integralizado da seguinte forma:

Alberto, 300.000 quotas de R$ 1,00 cada uma, totalizando R$ 300.000,00, sendo integralizados neste ato em moeda corrente do país.

Bertoldo, 300.000 quotas de R$ 1,00 cada uma, totalizando R$

300.000,00, sendo que R$ 100.000,00 são integralizados neste ato em moeda corrente do país e R$ 200.000,00 são integralizados nesta data por meio de incorporação de imóvel localizado na Rua Paulino Matos, 151, Centro – Rio Grande, RS, conforme laudo pericial.

Vejamos agora como fica registrada esta integralização do capital social da empresa Ciranda Ltda.:

Débito: bancos conta movimento: R$ 400.000,00.

Débito: imóveis: R$ 200.000,00.

Crédito: capital social: R$ 600.000,00.

Histórico: valor integralização do capital social no valor de R$ 600.000,00, dividido em 600.000 quotas de R$ 1,00 cada uma, conforme contrato social, registrado junto à Junta Comercial do estado do Rio Grande do Sul, cabendo 300.000 quotas ao sócio Alberto e 300.000 quotas ao sócio Bertoldo.

O capital inicial da empresa representa os recursos próprios iniciais, por onde as atividades começarão, e este será o único capital enquanto não houver entrada de outros recursos, tais como aqueles advindos de receitas das atividades desenvolvidas. Este investimento inicial é a composição primária do patrimônio líquido das organizações.

O capital declarado no contrato social precisa ser integralizado, mediante depósito de dinheiro em conta da empresa, por meio da transferência de bens móveis ou imóveis, ou por meio de participação societária em outras empresas.

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TEMA 4 – LANÇAMENTO DE AQUISIÇÃO DE IMOBILIZADO

Os ativos nomeados como imobilizados são aqueles bens necessários à manutenção das atividades da empresa, apresentando-se na forma de bens tangíveis, como os edifícios, as máquinas, os veículos, entre outros.

No ato de aquisição de cada item considerado imobilizado, é efetuado um registro no grupo do ativo do balanço patrimonial. Cada conta recebe o registro do valor de incorporação do bem, assim como dos custos das benfeitorias realizadas nesses bens ou em bens locados de terceiros ou arrendados.

Os bens de natureza tangível, mesmo que ainda não estejam em operação, também são classificados no ativo imobilizado, por exemplo, as obras em andamento, importações em andamento etc.

Os bens classificados como ativo imobilizado são mantidos por uma empresa para uso na produção ou comercialização de mercadorias e serviços, locação ou finalidades administrativas. São bens cuja expectativa de vida útil mínima é de 12 meses e são registrados a valor contábil, sendo este o montante pelo qual o ativo está registrado na contabilidade.

No ato de aquisição de bens para o ativo imobilizado, são efetuados os seguintes lançamentos contábeis:

a) Aquisição à vista:

débito: imobilizado (descrição do bem a ser adquirido);

crédito: caixa ou banco.

b) Aquisição a prazo:

débito: imobilizado (descrição do bem a ser adquirido);

crédito: fornecedores.

c) Aquisição a prazo por meio de financiamento.

Quando acontecer aquisição por meio de financiamento, deve ser considerado como o valor do bem imobilizado, acrescido de outras despesas, tais como frete cobrado à parte. As despesas financeiras decorrentes de empréstimo contraído para a aquisição de bens do ativo imobilizado não devem fazer parte do valor de aquisição do bem, e sim devem ser lançadas na conta de despesa financeira da empresa.

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Contudo, os encargos financeiros de empréstimos e financiamentos de terceiros com a finalidade de construir ou montar bens que comporão o ativo imobilizado devem ser capitalizados até o momento considerado ideal para operação.

Se a aquisição do bem do ativo imobilizado for contraída, com prazo de vencimento final após o término do exercício social, as parcelas que vencem em período posterior ao término do exercício devem ser contabilizadas no passivo não circulante, e, ao encerramento de cada balanço, cada parcela liquidada deve ser transferida para o passivo circulante.

Dessa forma, no ato de aquisição do bem, via financiamento:

débito: imobilizado;

crédito: empréstimos e financiamentos (passivo circulante/passivo não circulante.

TEMA 5 – LANÇAMENTO DE DEPRECIAÇÃO

A depreciação refere-se ao encargo que determinados bens sofrem periodicamente, seja por uso, obsolescência ou desgaste natural. Cada bem tem uma taxa anual de depreciação, que é fixada em função do prazo de vida útil, durante o qual este bem possa servir para a empresa detentora dele, ou seja, durante o período em que se possa esperar sua utilização econômica.

A taxa de depreciação a ser registrada na escrituração contábil da pessoa jurídica deve ser contabilizada como despesa operacional, mas, em contrapartida, é registrada no grupo do ativo não circulante, demonstrando assim a desvalorização do bem – e o valor da depreciação é determinado mediante a aplicação de uma taxa de depreciação sobre o valor desse bem. A taxa é determinada por critérios estabelecidos no Pronunciamento Contábil 27 (CPC, 2009), que classifica o imobilizado como sendo um bem palpável, destinado para o uso de produção ou fornecimento de mercadorias e serviços, para aluguel ou fins administrativos, devendo ser utilizado por mais de um período.

O valor máximo de depreciação é o valor limite do bem menos o valor residual. O valor residual pode ser entendido como o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, após deduzir despesas de venda, considerando que o bem esteja com tempo de uso e condição esperada para o fim de sua vida útil.

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Você pode estar se perguntando: em que momento os bens começam a depreciar? No ato de aquisição? Não, o item é considerado depreciável quando está em condições de operação, ou seja, quando está em uso, e o prazo final será o dia em que este item for baixado ou transferido. Quando o ativo é considerado obsoleto, ele continua a ser depreciado, assim como se determinado bem tiver utilização interrompida temporariamente, ainda assim continua em depreciação.

A vida útil de determinado bem é estimada de acordo com o seu período de uso e nível de uso – uma máquina que trabalha 8 horas por dia tem depreciação menor do que uma máquina que trabalha 12 horas por dia. Contudo, existem aspectos não controláveis relacionados à vida útil dos bens, tais como a obsolescência tecnológica, resultante de mudanças ou melhorias na produção, quando o mercado exige que o produto tenha características que a máquina não tem condições de atender.

Vejamos o seguinte exemplo:

Valor do imóvel: R$ 200.000,00.

Taxa anual de depreciação: 4% ao ano – entende-se que o bem será depreciado ao longo de 25 anos, ou seja 100% (valor total do imóvel) dividido por 4% = 25 anos de vida útil estimada.

Valor da depreciação no ano: R$ 8.000,00 (R$ 200.000 x 4%).

Valor da depreciação mensal: R$ 666,66 (8000 : 12 meses).

Como seriam os lançamentos desta depreciação? O registro contábil deve ser efetuado a débito de uma conta de despesa operacional e a crédito em conta redutora do ativo imobilizado, chamada depreciação acumulada.

Contas redutoras referem-se a contas que, embora sejam classificadas em determinado grupo patrimonial, ativo ou passivo, têm saldo contrário ao saldo determinado naquele grupo. Em nosso caso, a conta depreciação acumulada é classificada no grupo do ativo, mas possui natureza credora, com saldo inverso à natureza das demais contas de ativo.

Débito: despesas com depreciação (despesa operacional/conta de resultado) – R$ 666,66.

Crédito: depreciação acumulada – imóveis (conta redutora – ativo imobilizado) – R$ 666,66.

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Ao final do lançamento, percebemos que o valor do imóvel não é mais R$

200.000,00, e sim R$ 199.333,33, visto que reduz o valor referente à depreciação acumulada do mês que contabilizamos. Assim, vejamos como ficariam tais lançamentos nos razonetes:

Depreciação acumulada

- Saldo Anterior 666,66

666,66 Saldo Final Despesas com depreciação

Saldo Anterior - 666,66 Saldo Final 666,66

Para melhor demonstração e entendimento dos itens demonstrados, vejamos o balancete a seguir:

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO

Saldo anterior Débito Crédito Saldo final ATIVO

Imóveis 0,00 200.000,00 0,00 200.000,00

(-) Depreciação acumulada 0,00 0,00 666,66 (666,66)

TOTAL DO ATIVO

-

0,00 200.000,00 666,66 199.333,33

PASSIVO

Patrimônio Líquido

Capital social 0,00 0,00 200.000,00 200.000,00

TOTAL DO PASSIVO 0,00 0,00

200.000,00 200.000,00 DESPESAS

Despesas administrativas 0,00 666,66 0,00 666,66

Despesa com depreciação 0,00 666,66 0,00 666,66

TOTAL DAS DESPESAS 0,00 666,66 0,00 666,66

Conforme visto no balancete, o valor do imóvel registrado é de R$

200.000,00, mas, considerando o valor referente à depreciação acumulada de R$ 666,66, o valor do imóvel atualizado é de R$ 199.333,33. Nota-se ainda que, por se tratar de balancete, o ativo e passivo ainda não batem, pois a diferença é justamente o valor referente à despesa da depreciação. Para que tais valores

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sejam equacionados, o lucro deve ser apurado por meio da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

TROCANDO IDEIAS

Ao longo desta aula percebemos que o papel do contador teve grande importância no passado, e continua tendo no presente. Por meio do trabalho do contador, a empresa tem as informações adequadas para a tomada de decisões.

Em notícia veiculada na revista Veja do dia 30/01/2018, profissões da área administrativa, tais como as funções do contador, tendem a acabar, visto que

“até 2030, as máquinas devem acabar com metade dos trabalhos existentes hoje”. De acordo com a matéria, o cenário previsto é de grande desemprego, forçando profissionais a serem mais produtivos. Já em 2012, na revista Exame, foi publicada uma matéria intitulada: “Tem coisas que só um contador pode fazer por sua empresa”. Então, de um lado, cientistas preveem um cenário em que a inteligência artificial tomará conta dos trabalhos existentes, e, do outro, exalta- se o trabalho dos contadores, dizendo que estes cuidam dos impostos a pagar e auxiliam nas decisões do negócio, sendo fundamentais às organizações.

Assim, reflita sobre essas duas posições, após a leitura dos artigos (disponíveis em: <https://exame.abril.com.br/pme/3-coisas-que-so-um-contador- pode-fazer-por-sua-empresa/> e <http://fliphtml5.com/cegbf/exnu>), acesse o fórum, por meio do Ambiente Virtual da Aprendizagem (AVA), e discuta com os colegas acerca da importância do contador nas organizações. Aproveite e responda às seguintes perguntas: em meio à evolução tecnológica, qual a importância do contador nas empresas? E qual influência a informação contábil pode exercer dentro das organizações?

NA PRÁTICA

A empresa Boa Gente S/A apresentava o seguinte balanço patrimonial no dia 31/12/2017:

BALANÇO PATRIMONIAL – SONARE LTDA

Ativo Passivo

Caixa 250.000,00 ICMS a recolher 12.000,00

ICMS a recuperar 6.000,00

Estoque - Patrimônio líquido

Capital social 200.000,00

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Lucro do período 44.000,00 TOTAL DO ATIVO 256.000,00 TOTAL DO PASSIVO 256.000,00

No decorrer do ano de 2018, ocorreram as seguinte situações:

a) aumento de capital social no valor de R$ 100.000,00, no dia 10/02/2018;

b) aquisição de imobilizado (veículo) no valor de R$ 50.000,00, 01/03/2018;

Com base nisso, calcule a depreciação do veículo adquirido, efetuando os lançamentos no razonete. Por fim, apresente o balanço atualizado e a Demonstração do Resultado do Exercício:

Solução:

(A) Aumento de capital social no valor de R$ 100.000,00, no dia 10/02/2018:

Caixa Capital Social

S.A. R$

250.000,00

S.A. R$

200.000,00

R$ 100.000,00 R$ 100.000,00

S.F. R$ 350.000,00 S.F.R$

300.000,00

Caixa Saldo Anterior 250.000,00

(A)100.000,00 Saldo Final 350.000,00

Capital Social

200.000,00 Saldo Anterior 100.000,00 (A)

300.000,00 Saldo final

(B) Aquisição de imobilizado (veículo) no valor de R$ 50.000,00, 01/03/2018:

Imobilizado (veículo) Caixa

S.A. R$ 0,00 S.A.R$ 250.000,00 R$ 50.000,00

R$ 50.000,00 R$ 100.000,00

S.F. R$ 50.000,00 S.F.300.000,00

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Imobilizado (veículo)

Saldo Anterior 0,00

(B)50.000,00 Saldo Final 50.000,00

(C) Depreciação do veículo no valor de R$ 50.000,00, 01/03/2018:

Depreciação acumulada Despesa com depreciação S.A. R$ 0,00 R$ 10.000,00 S.A.0,00

R$ 10.000,00 S.F R$ 10.000,00 S.F.10.000,00

Depreciação acumulada

Saldo Anterior - 10.000 10.000

Despesas com depreciação Saldo Anterior -

10.000

Saldo Final 10.000

BALANÇO PATRIMONIAL

Saldo anterior Débito Crédito Saldo atual

Caixa 250.000,00 100.000,00 50.000,00 300.000,00

ICMS a recuperar 6.000,00 0,00 0,00 6.000,00

Estoque 0,00 0,00 0,00 0,00

Veículos 0,00 50.000,00 0,00 50.000,00

(-) Depreciação

acumulada 0,00 0,00 10.000,00 (10.000,00)

TOTAL DO ATIVO 256.000,00 50.000,00 10.000,00 346.000,00

Passivo

ICMS a recolher 12.000,00 0,00 0.000,00 12.000,00

Caixa

Saldo Anterior (S.A.)250.000,00 (B) 50.000,00 100.000,00

Saldo Final 300.000,00

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Patrimônio

Líquido 0

Capital Social 200.000,00 0,00 100.000,00 300.000,00

Lucro do período 0,00 10.000,00 0,00 (10.000,00)

Lucros acumulados 44.000,00 0,00 0,00 44.000,00

TOTAL DO

PASSIVO 256.000,00 0,00 28.000,00 346.000,00

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita de vendas 0,00

(-) ICMS sobre vendas 0,00

(=) Receita bruta 0,00

(-) Custo sobre mercadorias vendidas 0,00

(=) Lucro bruto 0,00

(-) Despesas operacionais 10.000,00

(=) Lucro operacional (10.000,00)

FINALIZANDO

Os objetivos desta aula foram trazer conceitos importantes acerca do plano de contas e mostrar que a contabilidade nas organizações somente acontece devido à sistemática de classificação das contas contidas nele.

Observamos ainda que o plano de contas é previamente estabelecido, sendo o que orienta os trabalhos de registro de atos e fatos contábeis inerentes à entidade e servindo de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis.

O balanço patrimonial tem origem no plano de contas, ou seja, os grupos do ativo e do passivo, assim como o patrimônio líquido é composto a partir dos lançamentos efetuados nas contas constantes do plano de contas. Os lançamentos iniciais da empresa, que trazem a integralização de capital social, assim como os lançamentos da aquisição de imobilizado, são demonstrações da dinâmica existente, no que diz respeito à utilidade do plano de contas para as organizações.

Já vimos em aulas anteriores que o balanço patrimonial indica equilíbrio entre as contas, sendo demonstrado pela equação: ativo – passivo = patrimônio líquido. A equação patrimonial promove o equilíbrio entre as contas do ativo, e tal equilíbrio deve ser evidenciado em cada lançamento. Como ferramenta auxiliar neste processo temos o razonete, que serve para demonstrar a

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funcionalidade do método das partidas dobradas: do lado esquerdo, lançamos a débito e, do lado esquerdo, lançamos a crédito.

Por fim, cabe destacar que todo bem tem prazo de vida útil, e como a contabilidade analisa, registra e evidencia o patrimônio das organizações, esta desvalorização dos bens do ativo imobilizado é contabilizada de acordo com prazos determinados pela política da empresa, considerando o laudo de avaliação que cada bem possui. No Brasil, as empresas observam tais critérios de acordo com o pronunciamento contábil de número 27, que permite contabilizar valores de depreciação de acordo com a realidade vivenciada pela organização.

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REFERÊNCIAS

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ÁLVARES, D. 3 coisas que só um contador pode fazer por sua empresa. Exame, 2012. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/pme/3-coisas-que-so-um- contador-pode-fazer-por-sua-empresa/>. Acesso em: 20 jul. 2019.

FEA/USP. Contabilidade introdutória. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

FRANCO, H. Contabilidade geral. 23. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

GASPARINI, C. O novo perfil de uma das profissões mais estáveis do Brasil.

Exame, 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/carreira/o-novo-perfil- de-uma-das-profissoes-mais-estaveis-do-brasil/>. Acesso em: 20 jul. 2019.

IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da contabilidade. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

IUDÍCIBUS, S de; MARION, J. C. Contabilidade comercial. 9. ed. São Paulo:

Atlas, 2010.

LOPES. A. Elas vão substituir você. Veja. Disponível em:

<http://fliphtml5.com/cegbf/exnu>. Acesso em: 20 jul. 2019.

MARION, J. C. Contabilidade básica. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

______. Contabilidade empresarial. 15. ed. São Paulo: Atlas. 2009.

PRONUNCIAMENTO técnico CPC 27. Comitê Pronunciamentos Contábeis.

Disponível em:

<http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/316_CPC_27_rev%2003.pdf>.

Acesso em: 20 jul. 2019.

Referências

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