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Embrapa Hortaliças, Caixa Postal 218, CEP Brasília DF,

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Academic year: 2021

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Avaliação do banco de sementes no solo e ocorrência de plantas

daninhas sob a influência da solarização, fumigação e uso de

suplementos orgânicos na produção de tomate, sob cultivo protegido.

Welington Pereira1; Mírian Josefina Baptista1

1Embrapa Hortaliças, Caixa Postal 218, CEP 70.359-970 – Brasília – DF, Email: wellpe@cnph.embrapa.br

RESUMO

O manejo inadequado nos sistemas de cultivos de hortaliças geram grandes bancos de sementes no solo, o que garante o potencial regenerativo de várias espécies. Os objetivos deste trabalho foram avaliar o banco de sementes no solo e a ocorrência de plantas daninhas sob a influência de solarização, fumigação e uso de suplementos orgânicos para o cultivo do tomate. O experimento foi conduzido em casa de vegetação telada lateralmente com 50 m de comprimento por 8 m de largura, localizada no campo experimental da Embrapa Hortaliças, Brasília-DF. O delineamento experimental foi blocos inteiramente casualizados, com 10 tratamentos e três repetições. Foram testados os tratamentos: 1- sem solarização; 2- sem solarização e fumigado com brometo de metila; 3-sem solarização e com adição de cama de frango (2%); 4- 3-sem solarização e com adição de restos culturais de brócoli (2%); 5- sem solarização e com adição de restos culturais de couve-flor; 6- com solarização; 7- com solarização e fumigado com brometo de metila; 8-com solarização e 8-com adição de cama de frango (2%); 9- 8-com solarização e 8-com adição de restos culturais de brócoli (2%); e 10- com solarização e com adição de restos culturais de couve-flor. O período de solarização foi de 27/08/03 a 30/10/03 (63 dias) e após este período a área foi plantada com tomate. As espécies de plantas daninhas presentes foram monitoradas e catalogadas por meio de: 1) quantificação do banco de sementes no solo, por meio de amostras de solo compostas de 10 subamostras (fatias no perfil de 0 a 20 cm do solo), num total de 8 litros de terra peneirada e seca ao ar, por parcela, segundo a técnica de germinação das sementes; 2) identificação, contagem das espécies emergidas e peso da matéria seca total das plantas daninhas, aos 30 dias após o plantio do tomate, presentes em amostras de 2000 cm2 da área útil da parcela. A fumigação e solarização reduziram a

viabilidade das sementes no solo e sobrevivência das plantas daninhas, havendo maior ação do tratamento químico do que o físico.

PALAVRAS-CHAVE: Lycopersicon esculentum, manejo, viabilidade de sementes e

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ABSTRACT

Evaluation of the soil seed bank and weed control as influenced by solarization, fumigation and organic amendments on the tomato production under protected crop.

Inadequate weed management on vegetable crop systems can generate large soil seed bank and continuously allow the regenerative potential of several species. The objectives of this work were to evaluate the soil seed bank and the weed control as influenced by soil solarization, fumigation and the use of organic amendments on the production of tomato under protected crop. The experiment was carried out at Embrapa Vegetables, Brasília – DF in completely randomized block design with ten treatments and three replications each. The following treatments were tested: 1- no solarization; 2- no solarization and fumigation; 3- no solarization and chicken litter amendment; 4- no solarization and broccoli residue amendment; 5- no solarization and cauliflower amendment; 6- solarization; 7- solarization and fumigation; 8- solarization and chicken litter amendment; 9- solarization and broccoli amendment; 10- solarization and cauliflower amendment. Solarization was done from September 27 to October 30, 2003 (63 days). The weeds and their viable seeds were identified and counted by sampling the emerged plants, at 30 days after transplanting of the tomato seedlings, and by soil sampling and germination of the viable seeds method. Fumigation and solarization reduced the number of viable seeds in the soil and weed survival, with greater impact of the chemical treatment than the physical treatment.

KEYWORDS: Lycopersicon esculentum, weed management, seed viability and weed

survival.

A grande diversidade de espécies de plantas daninhas está, normalmente, associada a ambientes com distúrbios constantes, devido, principalmente, às suas características biológicas e reprodutivas que promovem elevada produção de sementes, eficiente dispersão em algumas espécies, dormência e longevidade das sementes e sobrevivência das plantas. Estas características, aliadas ao manejo inadequado nos sistemas de cultivos de hortaliças, geram grandes bancos de sementes no solo, o que garante o potencial regenerativo de várias espécies mesmo na ausência de produção de novas sementes. A maioria das sementes que chegam ao solo em áreas cultivadas advém principalmente de plantas invasoras anuais (cerca de 95%) e das próprias culturas (Roberts, 1981). O uso de adubos

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orgânicos e a água de irrigação pode constituir em fonte de introdução de plantas na área cultivada (Wilson, 1988).

As plantas daninhas emergem em diferentes épocas durante o ciclo cultural, uma vez que existem muitas espécies com diferentes ciclos de vida, padrões de germinação e exigências edafoclimáticas para o crescimento. As variações da temperatura e condições de umidade, luz e aeração do solo promovem vários fluxos de germinação e emergência. Por sua vez, as sementes e/ou outros órgãos reprodutivos estão dispersos em diferentes profundidades do solo, sendo a emergência influenciada pelo tipo de solo, práticas culturais e especificamente pela ação dos métodos de controle das plantas daninhas. Os objetivos deste trabalho foram avaliar o banco de sementes no solo e a ocorrência de plantas daninhas sob a influência de solarização, fumigação e uso de suplementos orgânicos para o cultivo do tomate.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em casa de vegetação telada lateralmente com 50 m de comprimento por 8 m de largura, localizada no campo experimental da Embrapa Hortaliças, Brasília-DF. A área experimental estava naturalmente infestada com plantas daninhas e patógenos, tendo o experimento sido conduzido para avaliar ambos aspectos. O solo foi preparado por meio de aração até 30 cm de profundidade, com uso de subsolador, enxada rotativa e nivelamento manual. Procedeu-se a irrigação em torno da capacidade de campo até 40 cm de profundidade e no dia seguinte as parcelas (3m x 3m) a serem solarizadas foram cobertas com plástico de polietileno (PE) transparente de 50 m de espessura. As bordas do plástico foram enterradas no solo a 20 cm de profundidade tomando-se o cuidado de evitar o acúmulo de ar sob o plástico. O delineamento experimental foi em blocos inteiramente casualizados, com 10 tratamentos e três repetições. Foram testados os tratamentos: 1- sem solarização (controle) - SSTE; 2- sem solarização e fumigado com brometo de metila SSBM; 3 sem solarização e com adição de cama de frango (2%v/v) -SSCF; 4- sem solarização e com adição de restos culturais de brócoli (2% v/v) - SSRB; 5-sem solarização e com adição de restos culturais de couve-flor - SSRC; 6- com solarização (controle) – CSTE; 7- com solarização e fumigado com brometo de metila - CSBM; 8- com solarização e com adição de cama de frango (2%v/v) - CSCF; 9- com solarização e com adição de restos culturais de brócoli (2%v/v) - CSRB; e 10- com solarização e com adição de restos culturais de couve-flor - CSRC. Nas parcelas solarizadas e tratadas com brometo de metila este foi aplicado após a retirada do plástico e nas não solarizadas, na mesma época, adicionando-se 22,5 cm3 de Bromex por m2 de solo. A adição de cama de frango e

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O período de solarização foi de 27/08/03 a 30/10/03 (63 dias) e após este período a área foi plantada com tomate. As temperaturas máximas e mínimas do solo da casa de vegetação foram monitoradas com termômetro de solo.

As espécies de plantas daninhas presentes foram monitoradas e catalogadas por meio da: 1) quantificação do banco de sementes no solo, por meio de amostras de solo compostas de 10 subamostras (fatias no perfil de 0 a 20 cm do solo), num total de 8 litros de terra peneirada e seca ao ar, por parcela, segundo a técnica de germinação das sementes em casa-de-vegetação, conforme descrição de Gross (1990) e Schreiber et al.(1989); 2) identificação, contagem das espécies emergidas e peso da matéria seca total das plantas daninhas, aos 30 dias após o plantio do tomate, presentes em amostras de 2000 cm2 da

área útil da parcela.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

As temperaturas do ar máximas médias nos meses de setembro e outubro foram: 29,7ºC e 30,3ºC respectivamente, ao passo que as temperaturas médias do solo solarizado, durante este período, foram: 46,9°C; 40,7ºC e 36,0ºC nas profundidades 5, 10 e 20 cm, respectivamente. Semelhantemente, no solo não solarizado foram de 41,7ºC; 34,8ºC e 35,2ºC.

Na área experimental, ocorreram as seguintes espécies de plantas daninhas (nome comum – científico e código internacional): amendoin-bravo - Euphorbia heterophylla L. (EPHHL), azedinha-trevinho - Oxalis corniculata L. (OXACO), beldroega - Portulaca

oleracea (L.) (POROL), botãodeouro Galinsoga parviflora Cav. (GASPA), capimcolchão -Digitaria horizontalis Willd. (DIGHO), capim-coloninho - Echinochloa colonum (L.) Link.

(ECHCO), capimmarmelada Brachiaria plantaginea (Link) Hitch. (BRAPL), capimmimoso

-Eragrostis pilosa (L.) P. Beauv. (ERAPI), capim-napier - Penninsetum purpurueum

Schumach. (PESPU), capimpédegalinha Eleusine indica (L.) Gaertn. (ELEIN), cardo

Cirsum vulgare (Savi) Ten. (CIRVU), caruru Amaranthus spp. (+AMAPN), couveflor -Brassica oleracea L., erva-de-Santa-Luzia - Chamaesyce hirta (L.) Millsp. (EPHHI),

falsa-serralha - Emilia sonchifolia (L.) DC. (EMISO), joá-de-capote - Nicandra physaloides (L.) Pers. (NICPH), macela - Gnaphalium spicatum Lam. (GNASP), maria-pretinha - Solanum

americanum Mill. – (SOLAM), mentrasto Ageratum conyzoides L. (AGECO), mentruz -Lepidium virginicum L. (LEPVI), quebra-pedra - Phyllanthus niruri L. (PYLNI),

quebra-pedra-rasteira - Chamaesyce prostrata (Ait.) Small (EPHPT), quiabo - Abelmoschus esculentus, serralha - Sonchus oleraceus L. (SONOL), tomate – Lycopersicon esculentum Mill., trapoeraba - Commelina bengalensis L. (COMBE), trevo - Oxalis latifolia Kunth (OXALA), vassoura - Malvastrum coromandelianum (L.) Garcke (MAVCO). Destas 41 espécies apenas

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6 (AMAPN, DIGHO, ELEIN, GASPA, OXALA e POROL, Figuras 1) foram influenciadas significativamente pelos tratamentos, de acordo com o teste F.

Os tratamentos que apresentaram menores bancos de sementes viáveis no solo foram os tratados com brometo de metila, sem ou com solarização, diferindo dos demais. Os números das espécies de DIGHO, ELEIN, GASPA, OXALA e total de plantas daninhas da testemunha solarizada diferiram significativamente da testemunha não solarizada, indicando também o efeito da solarização, embora em menor intensidade do que a fumigação. Os tratamentos cama de frango e resíduos de brócoli), solo solarizado ou não solarizado reduziram significativamente o número total de sementes viáveis de plantas daninhas no solo, em relação aos tratamentos testemunha e resíduo de couve-flor em solo não solarizado (Figura 1B). Em relação ao total das plantas daninhas emergidas no solo e presentes aos 30 dias após o transplante do tomate, sob cultivo protegido, os tratamentos com brometo de metila e cama de frango, ambos em solo solarizado, diferiram dos demais com ou sem solarização (Figura 1A).

Conclui-se que a fumigação e solarização reduziram a viabilidade das sementes no solo e sobrevivência das plantas daninhas, havendo maior ação do tratamento químico do que o do físico.

LITERATURA CITADA

GROSS, K. L. A comparasion of methods for estimating seed numbers in the soil. Jounal of

Ecology, v.78, p.1079-1093, 1990.

ROBERTS, H.A. Seed Banks in Soils. Advances in Applied Biology, v.6, 1981, p. 1-55.

SCHREIBER, R. L.; LECK, M. A.; PARKER, V. T. Seed banks: general concepts and methodological issues. In: LECK, M. A.; PARKER, V. T.; SIMPSON, R. L. (Ed.). Ecology of

soil seed banks. London: Academic Press, 1989, p. 3-8.

WILSON, R.G. Biology of weed seeds in the soil. In: Altieri, M.L.; Liebman, M. (ed.) Weed

management in agroecosystem: Ecological Approaches. CRC Press, Inc, Boca Raton, FL.,

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Figura 1. Nº de espécies e classes de plantas daninhas emergidas/m2 (A), e da soma de três fluxos

de germinações das sementes em amostras de 8 litros de solo; sob a influência de solarização, fumigação e suplementos orgânicos no cultivo de tomate, sob cultivo protegido(B); Brasília – DF, 2003. Legendas: CS = com solarização, SS = sem solarização, BM = brometo de metila, CF = cama de frango, RB = resíduos de brócoli, RC = resíduo de couve-flor, TE = testemunha; +AMAPN = Amaranthus spp., DIGHO = Digitaria horizontalis, ELEIN = Eleusine indica, GASPA = Galinsoga parviflora, OXALA = Oxalis latifolia, POROL = Portulaca oleracea, TOTPD = total de plantas daninhas, TOTMON = total de moncotiledôneas, TOTDIC = total de dicotiledôneas. Os tratamentos seguidos das mesmas letras não diferem entre si pelo teste T (DMS), ao nível de 5% de probalidade.

g e d d g d e f f f a c c f d d e e e c c bc e d d cd e d d b a c c c d c d c cd bc b c d ed c c e f d c e d cd g e d d g d e f f a b c b a b b c b b bc a c de d b a e d f a b b a b b c e d a a b b c a a b c e d b b c a a a a c d 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 N º d e p lan tas em er g id as / 8 lit ro ss CSBM CSCF CSRB CSRC CSTE SSBM SSCF SSRB SSRC SSTE Tratamentos

POROL GASPA DIGHO AMAPN ELEIN

OXALA TOTPD TOTMON TOTDIC

B

g f f g e f fg e f f e e c a b b c b c b c a b c e f e d e d b c b d c e f e d d b cd e d cd b cd b c a a b c a b b b c a e d b c cd cd e b c cd c a a a a a b cd e e e d cd d 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 525 N ú m e ro d e p la n ta s/ m 2 CSBM CSCF CSRB CSRC CSTE SSBM SSCF SSRB SSRC SSTE Tratamentos

POROL AMAPN OXALA TOTPD TOTMON TOTDIC .

Referências

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