Antes que matem os Elefantes
“A coreógrafa Olga Roriz quis que a guerra na Síria fosse o palco de "Antes que matem os
Elefantes", uma peça de dança que criou como alerta para uma reflexão coletiva sobre o
conflito naquele país.”
LUSA, 28 de Abril de 2016
“O título coloca em relação ideias de extinção, sobrevivência, bestialidade, urgência. Sugere
a iminência de uma catástrofe mas também a possibilidade de lhe oferecer resistência.
Neste sentido, podemos tomá-lo como um alerta ou apelo a tudo aquilo que contrarie a
indiferença e o esquecimento. Em Antes que Matem os Elefantes, a coreógrafa Olga Roriz
coloca em cena uma tragédia contemporânea: a cidade martirizada de Alepo, a face mais
sangrenta da guerra civil na Síria. A peça começa num registo documental, com vozes de
crianças sírias projetadas num ecrã negro, para depois nos instalar no interior de um
apartamento em ruínas. Por entre um frigorífico esventrado, cobertores rasgados e
colchões sujos, os corpos convulsos de sete bailarinos vão compondo cenas de uma
humanidade em decomposição, resistindo juntos a uma ameaça que lhes é imposta do
exterior. Crua e impiedosa, Antes que Matem os Elefantes recusa qualquer tipo de
espectacularização ou consolo. E deixa-nos com uma incomodativa pergunta: o que
podemos nós fazer aqui?”
Antes que matem os Elefantes
Estreia absoluta a 29 Abril 2016 às 22h | Dia Mundial da Dança | Centro Cultural de Ílhavo
Por onde reabrir caminho, qual o tema, a terra, o objetivo? À procura de nós, dos nossos detritos.
Em frente... sempre em frente não olhar para trás. Olhos fechados sem querer pensar, o frio, o medo do frio, a fome.
Ali em lugar nenhum, lugar perdido, duro, rasgado.
Ali, o lugar da ânsia do desconhecido. Memórias de estômago vazio. A escuridão, o corpo colado a outro corpo e a outro e a outro...
O filho de encontro ao peito, cobertor às costas e malas, sacos, bonecos, entre uma outra pequena mão de carne e osso.
Pés devastados, pisados de cada poeira. As pedras…
O céu espesso, um céu aberto e a cabeça a estalar. Já não se sabe da dor, já se perdeu a ira. A dúvida, a insegurança e a pequenez cansa.
Perdido o mínimo poder, perdida a dignidade, cansa. Demolida a última réstia de humanidade, cansa. E porquê eu?
Olga Roriz - Out. 2015
TEASER:
Vimeo
PROMO:
Vimeo
Ficha Artística e Técnica
Direção
Intérpretes
André de Campos, Beatriz Dias, Bruno Alexandre, Bruno Alves, Carla Ribeiro, Francisco Rolo, Marta Lobato Faria
Seleção musical Olga Roriz e João Rapozo
Música Aphex Twin, Ben Frost, Dahfer Youssef, Gavin Brayers,
Max Richter, Two Fingers
Cenografia e figurinos Olga Roriz e Paulo Reis Desenho de luz Cristina Piedade
Vídeo e pós-produção áudio João Rapozo Assistente de dramaturgia Paulo Reis
Montagem e operação de luz Rui Miguel Simão Montagem e operação de som Ponto Zurca Apoio cenográfico Patrícia Soares
Companhia Olga Roriz Direção Olga Roriz
Produção e digressões Ana Rocha Gestão Patrícia Soares
A violência da guerra na Síria em "Antes que matem os Elefantes" de
Olga Roriz
Lusa 28 Abr, 2016, 14:25 | Cultura
A coreógrafa Olga Roriz quis que a guerra na Síria fosse o palco de "Antes que matem os Elefantes", uma peça de dança que criou como alerta para uma reflexão coletiva sobre o conflito naquele país.
Logo no início de "Antes que matem os Elefantes" é exibido um vídeo de seis minutos, sem imagens, apenas com legendas, com depoimentos de crianças, a maior parte delas a viver em Allepo, na Síria.
"A ideia de colocar o vídeo como introdução foi para posicionar bem o espetáculo, que era daquilo que eu queria falar", explicou Olga Roriz, contactada pela agência Lusa, indicando que em palco vão estar sete bailarinos que se movem num apartamento destruído.
Olga Roriz comentou que o apartamento "poderia ser simbolicamente o conflito interno das pessoas, ou uma guerra em qualquer lugar, mas quis que fosse sobre a Síria", onde o conflito continua a provocar fome, violência, morte e a lançar o país no caos.
As crianças que aparecem no vídeo introdutório passam fome, algumas ficaram órfãs, perderam irmãos, familiares, estão perturbadas, e as vozes e as palavras constituem, segundo a coreógrafa, "um alerta" para o público.
Vídeo com entrevista de Olga Roriz para RTP1: http://www.rtp.pt/noticias/cultura/violencia-da-guerra-na-siria-inspirou-olga-roriz_v914993
Digressão Antes que matem os Elefantes
Antes que matem os Elefantes 29 de Abril de 2016
Centro Cultural de Ílhavo, Ílhavo
Antes que matem os Elefantes 28 de Maio de 2016
Casa das Artes, Vila Nova de Famalicão Antes que matem os Elefantes
15 e 16 de Julho de 2016 Teatro Camões, Lisboa
Antes que matem os Elefantes 23 de Setembro de 2016
Teatro Municipal Sá de Miranda, Viana do Castelo Antes que matem os Elefantes
29 de Outubro de 2016
Teatro Municipal de Bragança, Bragança Antes que matem os Elefantes
26, 27 e 28 de Janeiro de 2017 Teatro Nacional São João, Porto
Antes que matem os Elefantes 25 de Fevereiro de 2017
Teatro das Figuras, Faro Antes que matem os Elefantes 1 de Abril de 2017
Teatro Joaquim Benite, Almada Antes que matem os Elefantes 7 de Abril de 2017
Convento de São Francisco, Coimbra
Antes que matem os Elefantes 21 de Abril de 2017
Theatro Circo, Braga
Antes que matem os Elefantes 20 de Maio de 2017
TEMPO, Portimão
Antes que matem os Elefantes 27 de Setembro de 2017
Teatro Municipal de Vila Real, Vila Real
Olga Roriz
Olga Roriz, natural de Viana do Castelo teve como formação artística na área da Dança o curso da Escola de Dança do Teatro Nacional de S. Carlos com Ana Ivanova e o curso da Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa. Em 1976 integrou o elenco do Ballet Gulbenkian sob a direção de Jorge Salavisa, permanecendo até 1992 onde foi primeira bailarina e coreógrafa principal.
Em Maio de 1992 assumiu a direção artística da Companhia de Dança de Lisboa.
Em Fevereiro de 1995 fundou a Companhia Olga Roriz, da qual é diretora e coreógrafa.
O seu reportório na área da dança, teatro e vídeo é constituído por mais de 90 obras, onde se destacam as peças ‘Treze Gestos de um Corpo’, ‘Isolda’, ‘Casta Diva’, ‘Pedro e Inês’, ‘Paraíso’, ‘Electra’, ‘Nortada’ e ‘A Sagração da Primavera’.
Criou e remontou peças para um vasto número de Companhias nacionais e estrangeiras entre elas o Ballet Gulbenkian e Companhia Nacional de Bailado (Portugal), Ballet Teatro Guaira (Brasil), Ballets de Monte Carlo (Mónaco), Ballet Nacional de Espanha, English National Ballet (Inglaterra), American Reportory Ballet (E.U.A.), Maggio Danza e Alla Scala (Itália).
Internacionalmente os seus trabalhos foram apresentados nas principais capitais Europeias, assim como nos E.U.A., Brasil, Japão, Egito, Cabo Verde, Senegal e Tailândia.
Tem um vasto percurso de criação de movimento para o Teatro e Ópera.
Na área do cinema realizou três filmes, ‘Felicitações Madame’, ‘A Sesta’ e ‘Interiores’.
Várias das suas obras estão editadas em DVD pela produtora Real Ficção, realizadas por Rui Simões.
Uma extensa biografia sobre a sua vida e obra foi editada em 2006 pela Assírio&Alvim com texto de Mónica Guerreiro.
Desde 1982 Olga Roriz é distinguida com relevantes prémios nacionais e estrangeiros. Entre eles destacam-se o 1º Prémio do Concurso de Dança de Osaka, Japão (1988), Prémio da melhor coreografia da Revista Londrina Time-Out (1993), Prémio Almada (2004), Condecoração com a insígnia da Ordem do Infante D. Henrique – Grande Oficial pelo Presidente da República (2004), Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores e Milleniumbcp (2008), Prémio da Latinidade (2012).
Companhia Olga Roriz
A Companhia Olga Roriz (COR), fundada em 1995 com o apoio financeiro do Ministério da Cultura e dirigida pela coreógrafa Olga Roriz, tem sido ao longo destes 19 anos uma referência de qualidade profissional e artística no panorama nacional e internacional da dança contemporânea portuguesa.
A COR caracteriza-se e diferencia-se pelo facto de ser uma companhia de autor que criou uma vasta obra com um perfil e estilo próprios.
Todas as produções são o resultado de um intenso processo criativo, de investigação, partilha e reflexão. Tem apresentado as suas produções em todos os espaços culturais de referência nacionais. Internacionalmente já atuou em Cabo Verde, França, Itália, Alemanha, Polónia, Brasil, Espanha, Checoslováquia, EUA e Macau.
Produções
1995 - Introdução ao Princípio das Coisas II, Finisterra II 1996 - Propriedade Privada, Cenas De Caça II
1997 - Start and Stop Again
1998 - Anjos, Arcanjos, Serafins, Querubins,... e Potestades, Propriedade Pública 2000 - Os Olhos de Gulay Cabbar
2001 - Código md8
2002 - Não Destruam Os Mal-Me-Queres 2003 - Jump-Up-And-Kiss-Me
2004 - Jardim de Inverno II, Confidencial
2005 - Felicitações Madame I, II, O Amor Ao Canto Do Bar Vestido De Negro 2006 - Felicitações Madame III, Daqui Em Diante, Felicitações Madame (filme) 2007 - Paraíso, A Sesta (filme)
2008 - Inferno
2009 - Nortada, Interiores, Solos
2010 - Electra, A Sagração da Primavera, Interiores (filme) 2011 - Pets
2012 - Present in Progress, Cenas, A Cidade
2013 - A Sagração da Primavera – Solo, Eurídices (filme)|2014 – Terra 2015 - 20º aniversário COR (reposição de 6 peças de repertório da COR)
2016 - Antes que matem os Elefantes 2017 - Síndrome
Contactos
Escritório e Estúdios Companhia Olga Roriz Palácio Pancas Palha
Rua de Santa Apolónia, 12 - 14 1100-468 Lisboa | Portugal companhia@olgaroriz.com Tel.: (+351) 218 872 383 Produção e digressões ana.rocha@olgaroriz.com Tm: (+351) 927 367 914 www.olgaroriz.com
Companhia Olga Roriz financiada por:
Coprodução: