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PREVALÊNCIA DAS LESÕES BUCAIS DIAGNOSTICADAS NOS PESCADORES DA COLÔNIA DE PESCADORES DO BAIRRO DA BARRA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC)

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

BRUNA FIDELIX DA SILVEIRA

ÉRICLES MICAEL HECK

PREVALÊNCIA DAS LESÕES BUCAIS DIAGNOSTICADAS NOS

PESCADORES DA COLÔNIA DE PESCADORES DO BAIRRO DA

BARRA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC)

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BRUNA FIDELIX DA SILVEIRA

ÉRICLES MICAEL HECK

PREVALÊNCIA DAS LESÕES BUCAIS DIAGNOSTICADAS NOS

PESCADORES DA COLÔNIA DE PESCADORES DO BAIRRO DA

BARRA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC)

Itajaí, (SC) 2010

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientador:

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BRUNA FIDELIX DA SILVEIRA

ÉRICLES MICAEL HECK

PREVALÊNCIA DAS LESÕES BUCAIS DIAGNOSTICADAS NOS

PESCADORES DA COLÔNIA DE PESCADORES DO BAIRRO DA

BARRA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC)

1. Prof. _____________________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) 2. Prof. _________________________________________

Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) 3. Prof. _____________________________________________ Curso de Especialização UniABO - Itajaí

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientador:

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos nossos pais, responsáveis pela nossa educação desde o princípio. Eles foram nossos primeiros mestres, professores do certo e errado e que, apesar da distância durante o período acadêmico, sempre estiveram conosco, nos dando apoio e força em toda a nossa jornada. Não há graduação, mestrado ou doutorado que possa nos ensinar os valores e os princípios que vocês nos deixaram como herança.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter nos concedido o dom da vida.

Aos nossos pais, sem os quais não teríamos conseguido alcançar esta vitória. Aos nossos colegas, cuja participação na nossa formação foi fundamental. A professora Elisabete Bottan, pela paciência, pela disponibilidade em nos co-orientar, pelos conhecimentos transmitidos e pelo carinho.

Ao nosso orientador, professor Francisco Carlos Seeberg Aranha, pela sabedoria em orientar, pelos conhecimentos transmitidos.

A todos os nossos amigos, mas, em especial, Fernando e Larissa Holderied, Gerônimo Fortes, Fernanda Loppi e Maria Eugênia Damo, pelo carinho, incentivo e força com que nos ajudaram a realizar esse projeto.

Aos funcionários, pela colaboração na execução da pesquisa. Aos pescadores, por participarem voluntariamente da pesquisa.

A Colônia de Pescadores do bairro da Barra em Balneário Camboriú por fornecerem os dados necessários.

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“É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida passar. É melhor tentar, ainda que em vão que sentar-se, fazendo nada até o final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias frios em casa me esconder.

Prefiro ser feliz embora louco, que em conformidade viver”.

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PREVALÊNCIA DAS LESÕES BUCAIS DIAGNOSTICADAS NOS PESCADORES DA COLÔNIA DE PESCADORES DO BAIRRO DA BARRA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ (SC) Bruna Fidelix da SILVEIRA e Éricles Micael HECK

Orientador: Prof. Francisco Carlos Seeberg ARANHA Data da defesa: setembro de 2010.

Resumo:

Os pescadores são uma classe trabalhadora muito propensa ao desenvolvimento e evolução de lesões bucais devido a diversos fatores tais como o uso de tabaco, álcool e a exposição prolongada a radiação solar. Por este motivo o objetivo deste trabalho foi analisar a prevalência de lesões bucais diagnosticadas nos pescadores do bairro da Barra de Balneário Camboriú (SC), determinando a sua frequência, identificando os tipos de alterações encontradas e caracterizando os sujeitos da pesquisa quanto ao gênero, à idade, aos hábitos deletérios (fumo, álcool, exposição solar) e a adoção de medidas de proteção aos raios solares. Foi realizada uma palestra e visitas domiciliares e aos locais de trabalho dos pescadores, onde foi possível analisar 50 indivíduos, através de anamnese e exame clínico da cavidade bucal e peribucal. Foram encontradas alterações em oito dos indivíduos examinados (10%), com maior prevalência no sexo masculino (80%). A leucoplasia foi a lesão mais encontrada (50%), seguido de hiperplasia fibrosa inflamatória (25%), glossite migratória benigna (12,5%) e lesão pigmentada com (12%). Nenhum dos pescadores com lesão submeteu-se a realização de biópsia. Através da pesquisa foi possível observar uma porcentagem alta de alterações, sendo necessária uma série de medidas educativas afim de melhorar as condições de saúde bucal dessa população. Palavra-chave: epidemiologia, lesões bucais

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 2 REVISÃO DE LITERATURA………. 3 MATERIAIS E MÉTODOS………. 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS……… 5 CONCLUSÂO……….. 09 11 29 31 40

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1 INTRODUÇÃO

Quando se aborda o tema de educação em saúde, deve-se levar em consideração que uma população será cada vez mais saudável à medida que seu nível de conhecimento sobre saúde seja adequado, ocorrendo assim a adoção de hábitos de vida saudáveis. (BASTOS et al., 2003)

Vários fatores estão relacionados com o surgimento e classificação dessas lesões, dentre eles: exposição prolongada à radiação solar sem o uso de equipamentos de proteção individual (protetor solar, bonés ou chapéus etc); consumo de álcool e tabaco; falta de higiene oral adequada; próteses mal adaptadas e uso de medicamentos. Diante desses fatores, algumas alterações tornam-se mais frequentes, tais como as neoplasias malignas e benignas, leucoplasias, lesões hiperplásicas, micoses e viroses bucofaciais. (MARTINS et al., 2007; SILVA et al., 2006)

Neoplasias são alterações celulares que causam uma proliferação celular anormal, sem controle e autônoma, na qual as células reduzem ou perdem a capacidade de se diferenciar, em consequência de mudanças nos genes que regulam o crescimento e a diferenciação celulares. Elas podem ser classificadas como malignas ou benignas, de acordo com o grau de comprometimento e da funcionalidade dos órgãos que afetam. (SILVA et al., 2006)

As leucoplasias são lesões cancerizáveis muito comuns na mucosa bucal, possuem etiologia idiopática ou influenciada por fatores externos como consumo de tabaco e álcool. O diagnóstico da leucoplasia é complexo e sua aparência clínica é semelhante a outras lesões que possuem aspecto de placas brancas que acometem o complexo estomatognático no qual a ausência de sintomatologia clínica é rotineira, sendo geralmente descoberta em exames de rotina. (NEVILLE 2008)

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Lesões hiperplásicas se caracterizam pela proliferação de tecido mediada por fatores etiológicos geralmente conhecidos e passiveis de correção, a fim de cessar o estímulo que causa essa proliferação anormal. (NEVILLE 2008)

Micoses e viroses bucofaciais são doenças determinadas por micro-organismos fúngicos ou viróticos que infectam a cavidade bucal dos indivíduos causando grande dor ou desconforto aos portadores. As lesões fúngicas são mais frequentes e com prognóstico de cura melhor que as lesões virais, que são muito determinadas por fatores imunológicos do hospedeiro. (NEVILLE 2008)

As lesões bucais podem exercer influência negativa sobre a qualidade de vida dos indivíduos acometidos, podendo causar dor, desconforto, dificuldade nas funções bucais básicas como mastigação e deglutição, incapacitá-los para o trabalho, ou até mesmo levar a óbito. Assim, um diagnóstico precoce dessas lesões, além de possibilitar melhorias das condições de saúde desses pescadores, pode exercer fundamental papel no processo de cura dessas patologias, principalmente no caso de neoplasias malignas, tendo em vista que um diagnóstico precoce pode aumentar em porcentagem exponencial a probabilidade de cura da lesão. (SILVA et al. 2006)

Portanto, o cirurgião-dentista, além de ter fundamental importância no diagnóstico precoce das diversas lesões que acometem a cavidade oral, também precisa desenvolver um papel social frente à população, prestando esclarecimentos em relação aos fatores causais e às medidas preventivas referentes a essas lesões. (FARIA JÚNIOR et al., 2004; FONTESI; SOUSA; ROSA, 2004)

Frente a essas considerações, desenvolveu-se esta investigação com o objetivo de diagnosticar lesões bucais em uma população de pescadores associados a colônia de pescadores do bairro da Barra, município de Balneário Camboriú (SC).

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Regezi e Sciubba (1991) afirmam que o trabalho ao ar livre, como na agricultura e pesca, está claramente associado com a tendência ao desenvolvimento de lesões pré-carcinogênicas em região de cabeça e pescoço , aumentando de acordo com a idade e tempo de exposição à radiação. Na avaliação bucal, as alterações estão relacionadas mais frequentemente com o lábio inferior, pois é a região que mais fica exposta a radiação UV.

JUCHEM et al. (1998) ressalta que populações de pele alva que se queimam facilmente, ao invés de se bronzearem, correm um risco aumentado de desenvolverem lesões malignas comparadas àquelas de pigmentação escura. O uso regular de protetores solares é importante para a prevenção de câncer de pele.

Santos (1999) se refere à anamnese como o elemento mais importante da clínica para o estabelecimento do diagnóstico e das condutas terapêuticas que irão determinar a cura ou o alívio do paciente. Trata-se de um ato de comunicação, que exige a qualidade primordial de um bom ouvinte, uma interação perfeita e uma identificação recíproca com o seu paciente.

Kijner e Scarsanella (2003) tiveram como objetivo identificar as lesões bucais que acometeram pacientes que frequentaram o serviço de atendimento da Clínica de Estomatologia da Faculdade de Odontologia ULBRA/Torres, no segundo semestre de 2003, e associar ao gênero e à idade. Os dados foram obtidos através das fichas de exame clínico dos pacientes. Foram analisados 51 pacientes, 38 mulheres e 13 homens. Para diminuir erros, as anotações foram feitas somente após a confirmação do diagnóstico dado pelos alunos e pelo professor responsável. A seguir os dados foram submetidos a tratamento estatístico no programa Microsoft

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Excel para Windows. Os resultados mostraram a candidíase como lesão mais frequente (56,9%), sendo 60,5% no sexo feminino e 46,2% no sexo masculino, com 91,7% em pacientes com faixa etária de 51 a 60 anos. Do total, 15,7% dos pacientes apresentaram hiperplasia inflamatória traumática, 15,8% no sexo feminino e 15,4% no sexo masculino, com prevalência na faixa etária de 51 a 60 anos com 33,3%. A queilite actínica obteve percentual de 13,7%, sendo 23,1% em homens e 10,5% em mulheres. A faixa etária de maior prevalência foi 31 a 40 anos. As lesões de maior incidência foram candidíase, hiperplasia inflamatória traumática e queilite actínica. Candidíase e hiperplasia inflamatória traumática foram de maior incidência na faixa etária dos 51 a 60 anos e no sexo feminino. A queilite acometeu mais homens da faixa etária de 31 a 40 anos de idade.

Nogueira et al. (2004) caracterizaram os cânceres de boca do Estado do Ceará por imuno-histoquímica, com a detecção da p53 em 85 pacientes com lesões de mucosa bucal, divididas em três grupos. O 1º de referência (n=15), o 2º de lesões epiteliais proliferativas benignas (n=36) e o 3º de carcinomas invasivos (n=34). Correlacionaram-se esses achados com o tabagismo, idade, sexo e a localização da lesão. Do total dos casos, 32,9% foram p53 positivos. Nos grupos: 6,7% no 1º; 22,2% no 2º; e 55,8% no 3º, foram positivos. Não foi estatisticamente significante a correlação entre a positividade para p53 e o sexo, a idade nem a localização das lesões. Os resultados foram altamente significativos entre a p53 e o tabagismo. Os autores concluíram que a positividade para a proteína p53, detectada por imuno-histoquímica, está vinculada à malignidade com associação a pacientes expostos ao tabaco.

Faria Júnior et al. (2004) avaliaram a frequência das lesões orais em pacientes portadores de doenças dermatológicas, visando despertar o

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cirurgião-dentista para a necessidade de estabelecer um diagnóstico preciso. A amostra desse estudo constou de 101 pacientes procedentes do Serviço de Dermatologia do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) da UFRN com dermatopatologias diagnosticadas os quais foram examinados clinicamente com intuito de identificar alterações bucais. A idade dos pacientes variou entre 20 e 60 anos de idade, havendo predileção pelo sexo feminino (1.8:1). Os resultados foram que do total de casos avaliados, 43% eram de lúpus eritematoso, 35% de líquen plano, 11% de pênfigo vulgar, 8% de eritema multiforme e 3% eram do grupo penfigóide. As manifestações orais, em valores absolutos, foram mais frequentes nos pacientes portadores de líquen plano (17) seguido pelo pênfigo (3), grupo penfigóide (2) e lúpus eritematoso (2). O líquen plano reticular foi a apresentação clínica mais comum e a mucosa jugal o sítio mais acometido. Os portadores de pênfigo e grupo penfigóide exibiram preferencialmente lesões de aspecto ulcerativo distribuídas na região de mucosa jugal e orofaringe, enquanto o lúpus eritematoso apresentava lesões circunscritas e eritematosas. Não foram observadas alterações bucais nos casos de eritema multiforme. Os autores chegaram à conclusão que o líquen plano foi a dermatopatologia mais prevalente em relação à frequência das alterações orais apresentadas, a partir da qual podemos inferir a necessidade do conhecimento do cirurgião-dentista neste contexto e a importância do seu papel para que seja estabelecido um diagnóstico precoce e orientado o tratamento adequado com uma abordagem multidisciplinar.

Fontesi, Sousa e Rosa (2004) elaboraram uma análise epidemiológica dos casos de carcinoma epidermóide pertencentes aos arquivos do Serviço de Patologia Cirúrgica da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos- UNESP, durante o período de 1972 a 2001, perfazendo um total de 146 casos. Destas foram

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coletados os dados para avaliar a correlação entre o consumo de tabaco e a incidência de câncer bucal segundo o sexo, a idade e os hábitos. Em seguida esses dados foram organizados em tabelas e analisados estatisticamente. Os resultados mostraram um aumento dos casos a partir de 1993. A maioria dos casos era em pacientes do sexo masculino (84,47%) e o restante, (15,53%) era do sexo feminino. Do número total de casos 103 pacientes eram não-fumantes e 43 eram fumantes. No estudo 64,5% dos pacientes eram de faixa etária entre 50 e 59 anos. O carcinoma epidermóide é uma doença muito incidente no Brasil, porém, pode ser diagnosticado precocemente se o cirurgião-dentista estiver atento a qualquer alteração da mucosa sugestiva de malignidade, principalmente em pacientes fumantes.

Campelo et al. (2005) realizaram um levantamento epidemiológico de 77 casos de lesões verrucosas da mucosa oral, diagnosticadas no Serviço de Anatomia Patológica da Disciplina de Patologia Oral do Departamento de Odontologia da UFRN, no período de janeiro de 1970 a maio de 2002. Foram encontrados 63 casos de papilomas (81,8%), 06 casos de verrugas vulgares (7,8%) e 08 casos de carcinomas verrucosos orais (10,4%), em todos os tipos de lesões analisadas predominaram o gênero feminino. A maior ocorrência do papiloma e verruga vulgar oral foi na primeira década de vida e os carcinomas verrucosos só foram encontrados registros a partir da quinta década de vida. Nos casos de papiloma e verruga vulgar a raça mais atingida foi a raça branca e nos casos de carcinoma verrucoso a distribuição entre as raças foi idêntica. Quanto à localização mais frequente para o papiloma foi a região de palato, para a verruga vulgar foi a região de lábio e para o carcinoma verrucoso a região mais frequente foi a de rebordo alveolar.

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Cruz et al. (2005) realizaram um levantamento das lesões orais do Hospital Universitário - Unidade Presidente Dutra, da UFMA, no período de 1992 a 2002 com a finalidade de avaliar a frequência das lesões orais examinadas, a localização anatômica e sua distribuição quanto ao tipo, sexo e idade. Foram avaliadas 295 fichas clínicas com seus respectivos laudos de diagnóstico histopatológico. Cada caso foi classificado em onze diferentes grupos, apresentando-se número e índice percentual das lesões de maiores ocorrências. Os resultados demonstraram um predomínio das lesões proliferativas não neoplásicas, com sessenta casos; a hiperplasia fibrosa inflamatória representou a entidade mais comum, sendo o sexo feminino o mais envolvido e na primeira década de vida ocorreu maior percentual de casos.

Oliveira e Simas (2005) desenvolveram um trabalho de pesquisa intervenção, estabelecendo-se um diagnóstico precoce e de prevenção do carcinoma basocelular para os pescadores do município de Itapema-SC. Foram examinados 71 pescadores, dos quais 07 apresentaram-se com lesões compatíveis com o diagnóstico de carcinoma basocelular. Três desses pacientes submeteram-se a biopsia, e dentre estes através do laudo anatomopatológico, 2 foram confirmados sendo carcinoma basocelular.

Pereira, Andrade e Sobral (2005) realizaram um estudo com o objetivo de reclassificar as neoplasias de glândula salivar diagnosticadas no CIAP do HUOC da UPE, num período de 26 anos de acordo com a classificação da OMS de 1992. Foram selecionados 120 casos que possuíam a lâmina e/ou o bloco e a reclassificação foi realizada por dois patologistas bucais. O melhor nível de concordância ocorreu entre o Dhisto1 e 2 (K=0,739), enquanto o pior foi registrado entre o Dhisto 0 e 2 (K=0,524). O nível de concordância entre os patologistas e o

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diagnóstico inicial do serviço variou de moderado a bom, representado por percentuais de 46,7% a 59,9%. Dos 120 casos reclassificados 57 (37,01%) neoplasias modificaram o diagnóstico inicial, resultando em 15 benignas e 42 malignas. Nas lesões reclassificadas como benignas, o adenoma pleomórfico, o tumor de Warthin e o adenoma canalicular foram as mais frequentes. Nas reclassificadas como malignas, o carcinoma mucoepidermóide, o carcinoma adenóide cístico e o adenocarcinoma polimorfo de baixo grau foram as variantes histológicas mais comuns.

Tomita et al. (2005) avaliaram a saúde oral dos trabalhadores da construção cívil, na cidade de Bauru (SP). Dos 450 inscritos, 219 trabalhadores foram selecionados, todos do sexo masculino, que foram divididos segundo idade, ocupação e escolaridade. Nesse estudo não foram observadas lesões orais importantes, mas 2,7% dos indivíduos apresentaram algum fator de risco que podem levar ao câncer de boca. Os autores concluíram que é preciso orientar e ensinar os trabalhadores da construção civil, mediante educação e adequação oral, para que não haja tanta desinformação e que fatores de risco do câncer oral sejam conhecidos para que possam ser evitados.

Rocha et al. (2006) avaliaram a prevalência de neoplasias benignas orais dentre as peças cirúrgicas encaminhadas ao Serviço de Anatomia Patológica da Disciplina de Patologia Oral da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no período de 1982 a 2002. Foram analisados 4.592 laudos histopatológicos e os resultados demonstraram que as neoplasias benignas corresponderam a 7,31% deste total; dentro dos diversos tipos histológicos de neoplasias benignas, os mais frequentes foram o fibroma (34,9%), o papiloma (16,7%), o hemangioma (14%) e o fibroma de células gigantes (12,3%). Estas lesões acometeram mais frequentemente

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o sexo feminino (67%) e a quarta década de vida (20,6%); o sítio anatômico mais atingido foi a mucosa jugal (29,5%) e a maioria das lesões apresentou crescimento lento (67%) e exofítico (67%).

Biazevic et al. (2006) descreveram as tendências da mortalidade por câncer de boca e orofaringe, no município de São Paulo, no período de 1980 a 2002. O câncer de boca e orofaringe são considerados os neoplasmas mais frequentes de cabeça e pescoço, com cerca de 390 mil novos casos por ano. Foram coletados dados sobre os óbitos de pessoas residentes no município de São Paulo, cuja causa básica foi identificada pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade como sendo câncer de boca e orofaringe. Os diferentes sítios de localização anatômica das neoplasias foram identificados pela Classificação Internacional de Doenças. O câncer de língua foi à categoria com mortalidade mais elevada. Câncer de lábio, gengiva e área retromolar apresentavam tendência decrescente. A orofaringe e partes não especificadas da boca sofreram incremento de mortalidade. A mortalidade global por câncer de boca e orofaringe foi, em média, 4,75 vezes mais elevada no sexo masculino que no feminino.

Silva et al. (2006) efetuaram o levantamento da prevalência de alterações labiais relacionadas à exposição crônica ao sol e estudaram a sua relação com outros possíveis fatores etiológicos numa população de pescadores de Florianópolis/SC bem como os dispositivos e métodos de prevenção regularmente utilizados. Foram examinados 111 pescadores de 08 comunidades pesqueiras de Florianópolis, no período compreendido entre agosto de 2002 e março de 2003. Todos os participantes voluntários da amostra foram entrevistados e examinados em sedes ou associações das colônias de pescadores incluídas na amostra. As alterações labiais diagnosticadas no exame clínico foram registradas em ficha clínica

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própria. Os resultados foram 48 casos de queilite actínica, 2 casos de queilite actínica aguda, 3 de leucoplasia, 4 de hiperceratose e 4 suspeitas de carcinoma epidermóide. Os autores concluíram que a população pesqueira da Ilha de Santa Catarina caracteriza-se, em sua maioria, por ficarem mais de seis horas diárias expostas à radiação ultravioleta, sem o uso devido de proteção (boné/chapéu; protetor solar). Como o câncer de boca é um problema de saúde pública e sua incidência tem aumentado consideravelmente, é fundamental a participação do cirurgião-dentista com grande responsabilidade na luta contra o câncer, eliminando fatores irritativos, muitas vezes carcinógenos, no reconhecimento de lesões cancerizáveis, no aconselhamento de afastamento de fatores carcinógenos ambientais e no diagnóstico precoce das neoplasias da boca.

Martins et al. (2007) realizaram um relato de caso clínico sobre queilite actínica e realizaram uma discussão sobre a conduta clínica adotada. Um paciente do sexo masculino, leucoderma, com 60 anos de idade, fumante há 35 anos, procurou atendimento para trocar de prótese. O exame físico intrabucal mostrou lábio inferior com múltiplas manchas esbranquiçadas e circundadas por área eritematosa e ressecamento labial, além de descamação, fibrose e edema neste local. Procedeu-se à biopsia incisional na área avermelhada e o material foi encaminhado para exame anatomopatológico. Os cortes histológicos confirmaram a hipótese de queilite actínica. O paciente foi orientado a usar chapéu e filtro solar labial e fazer o controle clínico da lesão. A queilite actínica é uma lesão potencialmente maligna que afeta o lábio inferior e que acomete principalmente homens de pele clara: é causada por exposição intensa ao sol e se apresenta na forma crônica e aguda. O diagnóstico definitivo somente pode ser dado mediante exame clínico minucioso e biopsia incisional. A terapia empregada pode ser

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conservadora para evitar transformação maligna ou remoção total e necessária da lesão, em caso de atipia epitelial.

Mourão et al. (2007) realizaram um trabalho com o objetivo de apresentar dois casos clínicos de cisto paradentário acometendo terceiros molares, ressaltando sua dificuldade diagnóstica microscópica e a necessidade da avaliação conjunta dos dados clínico-radiográficos e transcirúrgicos. Caso 1: Paciente do gênero feminino, 23 anos de idade, leucoderma, apresentou-se com queixa de episódios recorrentes de pericoronarite na região do terceiro molar inferior direito. Clinicamente apresentava dente 48 semi-incluso e radiograficamente apresentava uma área radiolúcida unilocular bem delimitada localizada em sua região distal. O tratamento escolhido foi a exodontia do terceiro molar e a enucleação da lesão cística. Microscopicamente observou-se uma cavidade revestida por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado e um tecido conjuntivo subjacente com intenso infiltrado inflamatório crônico. Os achados transcirúrgicos, macroscópicos e microscópicos confirmaram o diagnóstico de cisto paradentário. Caso 2: Paciente do gênero feminino, 42 anos de idade, leucoderma, assintomática, foi submetida a radiografia panorâmica para remoção dos terceiros molares não erupcionados, na qual foi evidenciada a presença de uma área radiolúcida unilocular bem definida localizada na face mesial do dente 48. O tratamento escolhido foi a exodontia do terceiro molar e a enucleação da lesão cística. Microscopicamente observou-se uma cavidade revestida por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado hiperplásico e um tecido conjuntivo subjacente com intenso infiltrado inflamatório crônico. Os achados transcirúrgicos, macroscópicos e microscópicos confirmaram o diagnóstico de cisto paradentário. O cisto paradentário está frequentemente associado a processos inflamatórios recorrentes no periodonto associados a dentes

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semierupcionados. É essencial reforçar a necessidade da inter-relação clínico-radiologista, cirurgião-patologista para o preciso diagnóstico do cisto paradentário, para que seja possível avaliar sua verdadeira frequência, distribuição e, consequentemente, confirmar seu comportamento biológico

Bertoja et al. (2007) realizaram um estudo retrospectivo de 1.963 lesões bucomaxilofaciais diagnosticadas pelo Laboratório de Histopatologiada Faculdade de Odontologia do UnicenP/PR no período de 2003 a 2006, com a finalidade de demonstrar a prevalência das lesões bucais mais frequentes, correlacionando-as com idade e gênero. Foi realizada uma análise retrospectiva de base de dados referentes a laudos histopatológicos arquivados, para posterior avaliação percentual das patologias diagnosticadas. Por intermédio de pedidos de exame também se incluíram no estudo idade e gênero dos pacientes. Os dados etários coletados foram divididos em décadas de vida, da seguinte maneira: de 0-10 anos (1ª década de vida), de 11-20 anos (2ª década), de 21-30 anos (3ª década), de 31-40 anos (4ª década), de 41-50 anos (5ª década), de 51-60 anos (6ª década), de 61-70 anos (7ª década), de 71-80 anos (8ª década) e de 81-90 anos (9ª década). Os resultados mostraram 82 variantes histológicas diferentes. O perfil epidemiológico de pacientes acometidos por patologias mostrou percentual maior em indivíduos do sexo feminino (65,82%), com maior frequência na 5ª década de vida (24%) e média de idade de 44,2 anos. Os dados evidenciaram a hiperplasia fibrosa inflamatória como a lesão mais prevalente (30,6%), seguida de fibroma (21,29%), cisto radicular (5,2%) e mucocele (5,04%).

Santos et al. (2007) relataram um estudo descritivo retrospectivo com o objetivo de traçar o perfil epidemiológico dos pacientes com lesões fibro-ósseas, os prontuários estudados foram de pacientes atendidos de julho de 1992 a julho de

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2007, no arquivo de prontuários dos pacientes diagnosticados no Laboratório de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco – FOP/UPE. Foram registrados 112 casos de lesões fibro-ósseas, com idade que variou entre 8 meses e 89 anos. Foram analisados os indicadores gênero, faixa etária, presença de sintomatologia, localização topográfica e tipo histopatológico. Do total de 112 casos, 54 casos eram fibroma cemento-ossificante, 41 casos de lesões fibro-ósseas e 17 casos de displasia fibrosa. As segunda e terceira décadas de vida foram as de maior ocorrência (56 casos), 70 casos na mandíbula e, em sua maioria, mostraram-se assintomáticos (87 casos). A raça caucasiana foi a mais acometida (55 casos), bem como o gênero feminino (78 casos). Na maioria dos casos as lesões fibro-ósseas, apresentam-se assintomáticas.

Neville et al. (2008) afirmam que a quantidade de cigarros industrializados consumidos por um indivíduo se reflete diretamente numa maior probabilidade de desenvolvimento do câncer bucal. No entanto estudos revelam que o consumo de cigarro industrializado não foi capaz de induzir alterações morfométricas significativas nas células da mucosa bucal de indivíduos jovens. Este fato reforça a hipótese de que há a necessidade de um tempo de exposição prolongada para que as modificações celulares ocorram. Quanto ao consumo de álcool não há evidencias de que o seu consumo por si só possa ser capaz de desenvolver um câncer bucal, porem esse habito parece ser um potencializador principalmente quando associado ao consumo de tabaco.

Badauy (2008) analisou os componentes celulares e de fibras do tecido conjuntivo nas hiperplasias inflamatórias, nos fibromas e na fibromatose gengival hereditária, além de investigar a imunocompetência e efetuar análises moleculares de pacientes com fibromatose gengival hereditária (FGH). Para tanto foram

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desenvolvidos 4 artigos com universos amostrais e metodologias distintas. No primeiro artigo pretendeu-se estabelecer critérios microscópicos válidos para diferenciar fibroma (F) e hiperplasia inflamatória (HI). Foram avaliados em microscópio óptico 136 lesões coradas com HE e pelo tricromio de Masson. Os resultados mostram que uma área central de fibras colágenas dispostas de forma enovelada e mais densa, circundada por uma camada de fibras dispostas de forma paralela são características dos F, enquanto a presença de hiperplasia epitelial infiltrado inflamatório e fibras colágenas organizadas de forma paralela, são características das HI. No segundo artigo o autor estudou 18 lesões de F e 13 de HI, que foram preparadas histologicamente e coradas pelo picrosirius red e pelo direct blue para avaliação quantitativa das fibras colágenas e de fibras do sistema elástico, respectivamente, em microscopia e laser confocal. Os resultados confirmam a disposição estrutural das fibras colágenas observadas no primeiro artigo, além de apontarem diferenças nas áreas ocupadas pelas fibras colágenas em todas as regiões estudadas. No terceiro artigo o objetivo foi proceder uma avaliação dos componentes fibrosos e celulares das 3 lesões. Espécimes das 3 lesões foram estudados em microscopia ótica, a fim de avaliar suas populações de fibroblastos e de células inflamatórias e os seguintes componentes fibrosos do tecido conjuntivo: fibras colágenas, sistema de fibras elásticas, fibras reticulares e fibras oxitalânicas. Os resultados mostram disposição e concentração diferente nas fibras colágenas nas 3 lesões e maior concentração de fibras reticulares na FGH. A análise dos componentes celulares mostrou maior número de fibroblastos no F e maior contagem de células inflamatórias na HI. O quarto estudo utilizou uma avaliação morfológica semelhante aos segundo e terceiro estudos. Dos pacientes com FGH foi obtido sangue periférico para avaliação da proliferação celular de linfócitos através

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do teste MTT e para o sequenciamento do gene SOS-1. Os resultados mostraram hiperplasia epitelial na porção externa da gengiva dos pacientes com FGH, maior concentração de fibras colágenas e poucas células inflamatórias. Os 3 pacientes com FGH não mostraram diferenças no seu índice de proliferação de linfócitos em relação aos controles e não apresentaram a mutação descrita no gene SOS-1 de outras famílias com FGH. O autor concluiu que as 3 lesões apresentaram estrutura conjuntiva diferente quanto ao aspecto quantitativo e na disposição estrutural de seus componentes.

Frigo e Vacaro (2008) tiveram por objetivo conhecer as características (idade, gênero, raça, fatores de risco e localização anatômica) dos pacientes diagnosticados com carcinoma espinocelular, no setor clinico do Serviço de Diagnóstico Histopatológico de Lesões Orais da UNIVALI. Os autores avaliaram 130 prontuários clínicos de pacientes com lesões orais diagnosticados no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2007. Os resultados em relação à idade mostram que a faixa etária mais acometida foi entre 45 e 83 anos, sem distinção por gênero, sendo esses em sua maioria brancos e fazendo o uso concomitante de tabaco e álcool e sendo a língua a região com maior incidência da lesão.

Avelar et al. (2008) analisaram a prevalência do granuloma piogênico dentre os prontuários dos pacientes atendidos no laboratório de patologia oral da Faculdade de Odontologia, da Universidade de Pernambuco, no período de janeiro de 1992 a março de 2007. Foram analisados os indicadores de gênero, faixa etária, raça, localização anatômica, diâmetro das lesões e presença de sintomatologia. Foram analisados um total de 5007 registros presentes no laboratório: 3,81% correspondiam a lesão diagnosticada como granuloma piogênico oral, e 19,9% dos pacientes pertenciam a segunda década de vida; 40,1% pertenciam a raça branca; a

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gengiva foi o local mais acometido (77,9%) e lesões de menor diâmetro tendo no máximo 2cm foram as mais observadas no diagnóstico inicial. Os autores encontraram resultados semelhantes aos encontrados na literatura cientifica mundial.

Pouchain et al. (2009) tiveram como objetivo descrever a epidemiologia de todas as lesões bucais vistas em uma população brasileira e compará-las com outros relatos da literatura. Foram analisados os dados clínicos e histopatológicos dos pacientes atendidos no serviço de Estomatologia do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Ceará, Campus de Sobral, Brasil, entre junho de 2007 e julho de 2009. Os dados colhidos basearam-se em variáveis individuais como diagnóstico histopatológico, localização anatômica, idade, sexo e cor da pele. Além disso, as lesões foram categorizadas em semelhança à Moreira et al. (2006). A análise, que compreendeu 300 espécimes biopsiados, revelou 127 casos em homens e 173 em mulheres. Adicionalmente, a idade variou dos 4 aos 96 anos. Hiperplasia fibrosa inflamatória foi a lesão mais comum (16,3%), seguida de mucocele (6%), cisto radicular (5%), fibroma (5%) e carcinoma epidermóide (4,3%). Este estudo confirmou que a cavidade oral é apta para sediar diversas lesões com apresentações clínicas, localizações e etiologias diferentes, afetando ambos os sexos, em todas as raças, desde crianças a idosos. Além disso, os processos proliferativos não neoplásicos permanecem como a condição oral mais comum.

Pozzer et al. (2009) realizaram um relato de 2 casos clínicos referentes a cistos odontogênicos e revisaram os aspectos relevantes no seu tratamento. No primeiro caso: paciente sexo masculino, 10 anos de idade, compareceu à área de cirurgia encaminhada pelo ortodontista, devido à presença de uma imagem radiolúcida de 1,5cm de diâmetro, ao redor do dente 45, observada na radiografia

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panorâmica após a exodontia do dente 85. O paciente apresentava-se assintomático. Após avaliação do dente permanente, foi instaurado o tratamento cirúrgico com a marsupialização do cisto e exposição do dente permanente associado. Foi identificada uma área de descolamento que permitiu a remoção da cápsula cística na sua região superior e a exposição do dente permanente. A análise histopatológica diagnosticou cisto dentígero. No segundo caso: paciente com 10 anos de idade, sexo masculino, compareceu à área de cirurgia encaminhado por um cirurgião-dentista, devido à presença de uma imagem cística em radiografia panorâmica. O paciente apresentava-se assintomático. Não apresentava aumento de volume nem irregularidades ao exame clínico. Na avaliação radiográfica, observou-se uma imagem radiolúcida bem delimitada, associada à região apical do dente decíduo e à coroa do dente permanente. O tratamento cirúrgico consistiu na exodontia do dente decíduo e eliminação da parede superior do cisto. O diagnóstico histopatológico foi cisto radicular. Cistos dentígeros são frequentes na cavidade oral, porém, sua associação com dentes decíduos é escassa. O diagnóstico deve ser feito em associação com radiografia panorâmica e periapical (avaliação da extensão e relações anatômicas da lesão), punção aspirativa e biópsia incisional ou excisional para análise histopatológica.

Nanami et al. (2009) avaliaram a prevalência de lesões císticas diagnosticadas no Laboratório de Histopatologia da Universidade Positivo de Curitiba- PR, no período de fevereiro de 2002, a agosto de 2006, relacionando-as às variantes etárias e de sexo. Foram estudados 242 casos de cistos odontogênicos registrados e diagnosticados. Os laudos emitidos foram estudados isoladamente quanto à prevalência e à distribuição pelo sexo e idade dos pacientes. A lesão mais encontrada foi o cisto radicular, correspondendo a 42% das amostras, seguido pelos

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cistos de natureza odontogênica (24%), cisto de natureza inflamatória (11%) e queratocisto (10%). Os autores concluíram que o sexo masculino foi o mais acometido, principalmente entre a terceira e quinta décadas de vida.

Henrique et al. (2009), determinaram a prevalência das alterações da mucosa bucal em brasileiros adultos residentes na cidade de Uberaba, Minas Gerais, Brasil. Foi utilizada uma amostra randomizada em relação à idade, sexo e etnia. A amostra compreendeu 1006 indivíduos acima de vinte anos de idade. Os indivíduos foram examinados de acordo com o guia proposto por Marcucci. Dos indivíduos examinados, 54,4% apresentaram alguma alteração da mucosa bucal, desses, 35,2% com alterações dentro do padrão de normalidade e 32,2% com lesões de mucosa bucal (12,6% dos indivíduos apresentaram as duas condições). A gengivite foi a lesão mais comum (6,6%). Outras lesões também encontradas foram: candidíase (4,5%), fibroma (3,2%), hiperplasia fibrosa inflamatória (3,1%), queilite actínica (2,4%), úlcera traumática (1,7%), mucocele (1,2%), leucoplasia bucal (1,2%) e afta menor (1,2%). Dentre as alterações dentro do padrão de normalidade a alteração mais comum foram varizes sublinguais (9,9%), seguido por grânulos de Fordyce (6,6%), língua fissurada (3,2%), leucoedema (3,1%), língua geográfica (2,7%), toro mandibular (2,1%), linha alba (2,1%), língua pilosa (1,4%) e toro palatino (1,0%). Biópsias foram realizadas em 31 casos clinicamente indicados e nenhum câncer foi registrado. As condições encontradas entre os brasileiros são essencialmente as mesmas descritas em outras partes do mundo e diversos fatores aumentam a probabilidade do surgimento de lesões específicas de mucosa bucal.

Canger, Celenk e Kayipmaz (2009), realizaram um estudo em uma população na Turquia, com o objetivo de analisar a prevalência de hiperplasia fibrosa inflamatória e hiperplasia papilar inflamatória. As amostras eram compostas por 131

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mulheres e 39 homens, todos os usuários de próteses totais. Os pacientes foram distribuídos em dois grupos etários (30 a 60 anos e 60 a 80 anos). A análise dos dados coletados nos pacientes mostrou que a incidência de hiperplasia fibrosa inflamatória foi maior nas mulheres que nos homens, e a incidência de hiperplasia papilar inflamatória foi semelhante em ambos os sexos. A maioria das lesões encontradas encontravam-se no grupo de 30-60 anos de idade. A incidência de lesões aumentou conforme aumentou o tempo em que o paciente já fazia uso de prótese. A principal queixa dos pacientes com hiperplasia inflamatória fibrosa e hiperplasia papilar inflamatória foi o crescimento de tecido mole. Na maxila, a incidência da hiperplasia inflamatória fibrosa foi superior à da papilar inflamatória. Houve também uma diferença significativa entre a distribuição dos tipos de lesão na mandíbula. Houve maior número de lesões na maxila, em comparação com a mandíbula e mais hiperplasias inflamatórias fibrosas estavam localizados na região anterior da mandíbula.

Moschetta e Heinen (2009) tiveram por objetivo traçar a prevalência das lesões diagnosticadas na Clínica do Serviço de Diagnóstico Histopatológico do Curso de Odontologia da Univali visando obter maiores detalhes das patologias diagnosticadas no serviço, que é referência na nossa região, estimulando o profissional a aumentar o seu conhecimento acerca das lesões de maior prevalência capacitando-o assim a realizar o diagnóstico precoce que é de suma importância para um correto tratamento e melhor prognóstico do paciente. Os dados utilizados no trabalho foram obtidos junto aos prontuários clínicos de pacientes com lesões orais atendidos no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2007, em um total de 140 prontuários. Os resultados encontrados foram: a faixa etária mais atingida ficou entre 41 a 60 anos, o gênero mais atingido foi o feminino, o sítio anatômico mais

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atingido foi o lábio, a lesão encontrada com maior frequência foi o hemangioma, seguido pela hiperplasia fibrosa inflamatória, o grupo das lesões que teve maior frequência foi o de neoplasias benignas, seguido pelo grupo dos processos proliferativos não neoplásicos.

Cimardi e Fernandes (2009) tiveram por objetivo avaliar a prática e atitude clínica dos cirurgiões-dentistas de Santa Catarina em relação ao câncer de boca. Foi realizado um estudo transversal aleatório por amostragem de 385 cirurgiões-dentistas cadastrados no banco de dados do Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina (CROSC). O questionário utilizado foi enviado via correio convencional (resposta de 19,7%) e via e-mail (resposta de 1,4%), evidenciando a falta de interesse da classe pelo assunto e, em participar, de pesquisas científicas. Os resultados permitiram avaliar que a prática do profissional de realizar o exame em busca de lesões suspeitas de câncer de boca foi relatada pela maioria da amostra (72%), mas 47,5% dos participantes relataram nunca terem realizado um diagnóstico de câncer de boca. Os autores concluíram que a política do governo federal para encaminhamento dos pacientes com lesões suspeitas não vem sendo posta em prática, pois somente 11,7% dos entrevistados relataram estar encaminhando seus pacientes para os Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs). Dessa forma, a realidade está distante da prática do profissional da odontologia. Os dados permitem concluir que se faz necessária a divulgação dos serviços de diagnóstico de câncer bucal para os profissionais de Santa Catarina e que o cirurgião-dentista se responsabilize pelo diagnóstico desta enfermidade.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo foi realizado na Colônia de Pescadores do município de Balneário Camboriú, que possui duzentos e cinquenta (250) associados. A autorização para entrar em contato com seus associados foi dada pelo presidente da Colônia. O projeto de pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da UNIVALI, sob o n º 341/09A.

O público-alvo deste trabalho são os pescadores associados à colônia de pescadores do bairro da Barra de Balneário Camboriú – SC, tratando-se de uma classe trabalhadora que está exposta continuamente a fatores desencadeadores de lesões, com o agravante de, geralmente, possuírem poucas oportunidades para obterem informações em linguagem acessível e outros procedimentos preventivos em relação às lesões bucais.

Os endereços dos associados foram obtidos junto à secretária da Colônia de Pescadores. Dos 250 associados, nos foram repassados 180 endereços. A esses endereço foi enviada uma carta convite para uma palestra, onde se evidenciariam temas como saúde bucal, fatores de risco e prevenção ao câncer bucal. Esta palestra foi ministrada no dia 09 de abril de 2010 às 15:00 horas com a presença de quatro pescadores.

Como o número de pescadores participantes da palestra não foi expressivo, optamos pela realização de visitas domiciliares e visitas nos locais de pesca, momento no qual se explicava aos pescadores o objetivo e os procedimentos da pesquisa; aqueles que por livre e espontânea vontade aceitaram participar, responderam a um questionário e foram submetidos ao exame clínico. Houve um total de 50 participantes.

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O exame clínico compreendeu anamnese e exame físico. A anamnese constou de questionário contendo itens referentes a: gênero, idade, antecedentes familiares, tempo de exposição à radiação solar, cor da pele, histórico médico, hábitos nocivos e hábitos de proteção. Este questionário foi preenchido pelos acadêmicos e será mantido sob sigilo por ser considerado um prontuário do paciente e arquivado no Laboratório de Diagnóstico Histopatológico do curso de Odontologia da Univali.

O exame físico constou de uma minuciosa análise da região bucal e peribucal, atendendo às normas de biossegurança, identificando lesões da mucosa oral e peribucal. Quando os exames foram realizados nas residências dos pescadores procedeu-se da seguinte forma: sob luz de lanterna, com o paciente sentado em uma cadeira, com os acadêmicos a realizar o exame com palitos de madeira, procurando qualquer alteração relevante. Quando realizado no local de trabalho os atracadouros dos barcos de pesca, o pescador foi orientado a sentar num banco ou cadeira, e o exame procedeu da mesma maneira citada acima.

Dentre os 50 pescadores examinados, cinco (5) apresentaram alterações relevantes e foram encaminhados para realização de biópsia e posterior análise histopatológica no Serviço Histopatológico de Lesões Bucais da UNIVALI, a fim de se obter um diagnóstico definitivo. No entanto, um sujeito se recusou a fazer o referido exame e os outros (4) não compareceram no dia agendado na Clínica do curso de Odontologia para a realização da biópsia.

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Caracterização da amostra

Integraram a pesquisa um total de 50 pessoas, representando 20% da população-alvo, sendo 50% de homens e 50% de mulheres. O aparecimento de 25 mulheres na pesquisa não seria surpresa já que é provado que esta atividade feminina reforça o papel de informante-chave que demonstrava uma atuação extremamente ativa no ambiente de pesca. Mesmo o domínio da pesca cabendo ao marido ela participa ativamente da venda e administração dos rendimentos. (Borgonha e Borgonha, 2008).

As idades variaram de 20 a 85 anos, sendo que a maioria estava na faixa etária de 51 a 60 anos (Gráfico1), porém com grande variação, mas acaba concordando com os trabalhos de Silva et al. (2006) que obteve uma média de idade de 47,73 anos; de Bertoja (2007), que encontrou um percentual de 24% na mesma faixa etária de 41 a 60 anos; de Frigo e Vaccaro (2008) onde a faixa etária mais atingida foi a 5ª e 6ª década de vida e no trabalho de Moschetta e Heinen (2009) onde foi encontrado um percentual de 37,6 % na faixa etária de 41 a 60 anos de idade.

A maioria (98%) eram leucodermas, concordando com o trabalho de Silva et al. (2006), que encontrou um total de 92,79% de leucodermas e 7,21% de melanodermas.

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10 20 22 24 14 8 2 0 20 40 60 80 100 20 a 30 31 a 40 41 a 50 51 a 60 61 a 70 71 a 80 81 acima

Faixa etária

Pescadores

Gráfico 1- Distribuição da freqüência relativa referente às faixas etárias dos sujeitos integrantes da pesquisa.

Quanto aos hábitos nocivos, observa-se no gráfico 2 que 68% dos homens e 24% das mulheres são tabagistas, já em relação ao consumo de álcool este hábito se demonstrou presente apenas no grupo masculino com 8%. Esse resultado mostra um percentual mais elevado de uso de tabaco do que comparado com a pesquisa do IBGE (2008), onde 21,6% da população brasileira masculina acima de 15 anos, e 13,1% do total feminino fazem uso de tabaco.

A quantidade de consumo de cigarros diários pode ser observado no gráfico 3, que demonstrou que tanto o sexo masculino (76,47 %), quanto o sexo feminino (83,33 %) fazem o uso de até 20 cigarros por dia. De acordo com Neville et al. (2008) o risco relativo de se desenvolver câncer de boca é de pelo menos 5:1, quando comparado com pacientes não fumantes, quando consumidos cerca de 40 cigarros diários e aumenta para 17:1 quando fumantes de mais de 80 cigarros por dia. Este estudo também revela que o risco aumenta proporcionalmente a medida que o tempo de consumo do tabaco for aumentando.

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68 8 24 0 32 92 76 100 0 20 40 60 80 100 120

fumo álcool fumo álcool

Homens Mulheres

SIM NÃO

%

Gráfico 2- Distribuição da freqüência relativa referente hábitos nocivos dos sujeitos integrantes da pesquisa, segundo o gênero.

76,4 17,6 5,8 83,3 0 16,6 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 1 a 20 21 a 40 41 a 60 Homens Mulheres

Gráfico 3 – Distribuição da freqüência relativa das categorias que representam a quantidade de cigarros consumidos diariamente nos integrantes da pesquisa, segundo o gênero.

A possibilidade de redução da incidência do câncer de boca está relacionada ao conhecimento e controle de fatores que são considerados de risco para o desenvolvimento da doença. Neste contexto, destaca-se a influência do hábito de fumar e do consumo excessivo de bebidas alcoólicas.(Freitas et.al. 2005)

Quanto a exposição à radiação solar, é possível observar no gráfico 4 que os homens se expõe mais e por maior tempo (92%), de 9 a 12 horas de exposição por dia, enquanto que as mulheres, em sua maioria, se expõe de 0 a 4 horas por dia, de

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acordo com o trabalho de Silva et al. (2006) que encontrou um percentual de exposição de mais de 9 horas em 61 dos 111 pescadores examinados.

0 8 92 64 16 20 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 0 a 4 5 a 8 9 a 12 Homens Mulheres

Gráfico 4- Distribuição da freqüência relativa das categorias que representam a quantidade de horas diárias de exposição à radiação solar dos sujeitos integrantes da pesquisa, segundo o gênero.

Em relação aos hábitos de proteção é possível observar que os homens se protegem mais (64%), enquanto as mulheres obtiveram menor resultado, 52% (Gráfico 5), se assemelhando com Silva et al. (2006), onde os resultados demonstram que 55,86% dos pescadores fazem uso de algum tipo de proteção.

O modo de proteção foi avaliado em três grupos: uso de boné/chapéu, protetor solar e ambos, e os resultados, de acordo que gráfico 6, demonstram o maior uso de boné/chapéu nos homens (62,5%) e de protetor solar no grupo das mulheres (61,5%).

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64 52 36 48 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Homens Mulheres Sim Não

Gráfico 5- Distribuição da freqüência relativa, segundo o gênero, das categorias que indicam o hábito de proteção à radiação solar praticado pelos sujeitos da pesquisa.

62,5 0 37,5 30,7 61,5 7,6 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Boné/ Chapeu Protetor solar Ambos Homens Mulheres

Gráfico 6- Distribuição da freqüência relativa, segundo o gênero, das categorias que indicam o tipo hábito de proteção à radiação solar praticado pelos sujeitos da pesquisa.

A radiação ultravioleta é importante para a síntese de vitamina D, porem ocasiona uma série de efeitos patológicos, com destaque para as neoplasias (JUCHEM et al., 1998).

Quanto ao histórico médico, 48% dos homens e das mulheres referiram apresentar algum tipo de alteração de saúde. (Gráfico 7).

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Dentre estes, o problema mais relatado foi hipertensão arterial que nos homens foi de 28,5% e nas mulheres de 48%, seguido de diabetes com 14,2% nos homens e nas mulheres com 16%.( Gráfico 8)

48 52 48 52 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Homens Mulheres Sim Não

Gráfico 7 – Distribuição da freqüência relativa, segundo o gênero, de sujeitos

pesquisados que apresentaram algum tipo de doença.

28,5 7,1 14,2 7,1 7,1 7,1 7,1 7,1 7,1 0 0 0 0 7,1 48 4 16 0 0 0 0 4 4 4 12 4 4 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Homens Mulheres

Gráfico 8- Distribuição da freqüência relativa tipo de doenças apresentadas, segundo o gênero, de sujeitos pesquisados.

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Em relação aos antecedentes familiares, o histórico médico demonstrou que tanto homens quanto mulheres apresentaram a mesma porcentagem de 76 %, indicando algum antecedente familiar de doença.(Gráfico 9).

De acordo com o gráfico 10 a doença que se destacou foi a hipertensão arterial com 35,71% nos homens e 36,36 nas mulheres.

76 76 24 24 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Homens Mulheres Sim Não

Gráfico 9- Distribuição da freqüência relativa de homens e mulheres que apresentaram algum antecedente familiar de doença.

35,7 10,7 7,1 21,4 25 0 36,3 24,2 0 21,2 15,1 3,0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Hipertensão Câncer Distúrbio respiratório

Diabetes CardiopatasDistúrbio no fígado Homens Mulheres

Gráfico 10 - Distribuição da freqüência relativa das categorias que representam as doenças familiares relatadas pelos sujeitos da pesquisa, segundo o gênero.

O histórico médico do paciente pode nortear o cirurgião dentista para definir o provável diagnóstico do paciente. Em relação aos resultados do projeto convem

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salientar a porcentagem dos pacientes que relataram possuir câncer (7,1% de homens e 4% de mulheres), pois a literatura revela que é uma lesão que pode manifestar metastases, que é uma transferência de células cancerígenas para outros lugares do corpo através do interstício, muito frequentes em melanomas em fase evoluída.( Regezi e Sciubba, 1991; Neville et al., 2008).

4.2 Caracterização das lesões

Do total de cinqüenta sujeitos que participaram da pesquisa, cinco indivíduos, o que representa 10% da amostra, apresentaram alguma alteração observável clinicamente. Destes, quatro (80%) eram do sexo masculino e um (20%) do feminino. Porém como já esclarecido nos matérias e métodos não foi possível realizar o diagnóstico definitivo.

Destes cinco pacientes, foram diagnosticadas clinicamente oito lesões: quatro leucoplasias (50%), uma lesão pigmentado (12,5%), duas hiperplasias fibrosas inflamatórias (25%) e uma glossite migratória benigna (12,5%), de acordo com gráfico 11.

Lesões Diagnosticadas Clinicamente

12,5% 25% 50% 12,5% Glossite Migratóia Benigna Hiperplasia Fibrosa Inflamatória Lesão Pìgmentada Leucoplasia

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Os pacientes que apresentaram leucoplasia eram do sexo masculino, leucodermas, todos acima da 4º década de vida, fumantes de uma carteira de cigarros por dia, apresentavam as lesões na região de terceiros molares inferiores na quantidade de três e uma na região de comissura labial esquerda, com cerca de 3mm. Henrique et al. (2009) encontrou a leucoplasia com frequência de apenas 1,2%, o que não pode servir de parâmetro, já que nossa amostra e percentual de lesões totais foi menor, em relação ao trabalho do autor.

O sujeito da pesquisa que apresentava lesões compatíveis com hiperplasias fibrosa inflamatória é do sexo feminino, 60 anos, raça branca, diabética e hipertensa, apresentava as lesões na mucosa jugal inferior e superior na região anterior, decorrente de prótese parcial removível mal adaptada, com cerca de 7 mm cada. O resultado é semelhante ao obtido por Kijner e Scarsanella (2003) com um total 15,7% dos pacientes apresentando a lesão, 15,8% no sexo feminino, com prevalência na faixa etária de 51 a 60 anos com 33,3%; Bertoja et al. (2007) obteve a hiperplasia fibrosa inflamatória como a lesão mais prevalente (30,6%); Pouchain et al. (2009) obteve a referida lesão com um percentual de (16,3%); Canger, Celenk e Kayipmaz (2009) observaram que a incidência de hiperplasia fibrosa inflamatória foi maior nas mulheres do que nos homens.

O indivíduo que apresentou o nevo pigmentado é do sexo masculino, leucoderma, 35 anos, fumante de uma carteira de cigarros por dia, apresentavam a lesão no lábio inferior com cerca de 3mm.

O pescador que, além da leucoplasia, apresentou glossite migratória benigna, é do sexo masculino, 45 anos, leucoderma e fumante de uma carteira de cigarros por dia. Henrique et al. (2009) encontrou a referida lesão em 2,7% das amostras.

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5- CONCLUSÃO

Por meio deste projeto pesquisa foi possível concluir que o percentual de indivíduos com alterações encontradas foi relativamente alto (10%). Isso se deve ao fato de ser uma população muito exposta aos fatores de risco (fumo, álcool, exposição à radiação solar, idade, etc.), além do baixo grau de escolaridade e instrução, que predispõe essa população a ser considerado um grupo de risco ao desenvolvimento de lesões.

A leucoplasia foi a alteração mais acometida, 4 casos perfazendo um total de

50% da amostra. A população masculina caracterizou-se pelo maior numero de alterações, 6 no total, enquanto a feminina apresentou 2 lesões.

A comunidade pesqueira do Bairro da Barra demonstra-se um grupo de difícil acesso e adesão a esse tipo de projeto, além de uma população carente no que se diz respeito a atividades que promovam a saúde geral e bucal, tornando necessários projetos que tragam a esta população uma interação com a as diversas equipes de saúde melhorando o quadro de saúde bucal.

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(44)

10 ANEXO A –

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após ser esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Título do Projeto: – Prevalência das lesões bucais diagnosticadas nos pescadores da colônia de pescadores do bairro da Barra de Balneário Camboriú (SC).

Pesquisador Responsável: Prof. Francisco Carlos Seeberg Aranha Telefone para contato: (47) 3341-7564

Pesquisadores Participantes: Bruna Fidelix da Silveira; Éricles Micael Heck Telefones para contato: (47) 99127081- 91366126

1. Objetivo – Analisar a prevalência das lesões bucais em pescadores associados na colônia de pescadores do bairro da Barra na cidade de Balneário Camboriú (SC). 2. Justificativa – Por se tratar de uma população considerada de risco a desenvolver diversas lesões bucais, propõe-se a realização dessa pesquisa a fim de se diagnosticar a presença, ou não, dessas patologias e, se elas existirem, definir um diagnóstico definitivo e encaminhá-los para tratamento adequado, visando a cura. 3. Procedimentos a serem realizados no estudo – será aplicado um questionário com perguntas sobre os seus hábitos e a sua profissão (se fuma, se bebe, se utiliza algum tipo de protetor solar, se utiliza boné, há quanto tempo é pescador, qual o horário de trabalho). Depois, será efetuado um exame clinico da boca. Este exame será efetuado na sede da Colônia em dia e hora marcados com antecedência. Neste exame, a pessoa ficará sentada em uma cadeira, com a boca aberta para que seja efetuada a observação do interior da boca para se localizar a presença de manchas, e outros sinais indicativos de lesões. Também, será realizada a avaliação da região do pescoço para observação de feridas, manchas e outros sinais que representem lesões de pele. Os acadêmicos realizarão o exame devidamente protegidos com materiais de segurança (óculos, gorro, máscara e luvas) e utilizarão espátulas de madeira descartáveis e materiais devidamente esterilizados. O exame não causa qualquer tipo de dor ou desconforto. Se alguma lesão for encontrada, a pessoa será encaminhada para a clinica da UNIVALI para um diagnóstico definitivo da lesão encontrada, com exames complementares como a biópsia. A biópsia é um procedimento cirúrgico de pequeno.

4. Desconforto ou risco – Aqueles que tiverem que realizarem biópsia poderão ter um leve desconforto causado por um inchaço na região em que ela será feita. A biópsia será realizada na clínica da Univali por um profissional especializado. Ela é a retirada de uma pequena porção da região da lesão para ser analisada em Laboratório.

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