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INFLUÊNCIA DE ADUBAÇÃO FOSFATADA E NITROGENADA NA RETENÇÃO DE NUTRIENTES EM Aspidosperma pyrifolium Mart.

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Empresa Júnior Florestal Planalto Verde – ECOFLOR

Universidade de Brasília – Campus Universitário Darcy Ribeiro Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Florestal, Sala A1 16/52

Asa Norte, Brasília-DF - CEP.: 70910-900

Contato: (61) 3107-5621 / (61) 9124-4214 ecoflor@unb.br

INFLUÊNCIA DE ADUBAÇÃO FOSFATADA E NITROGENADA NA RETENÇÃO

DE NUTRIENTES EM Aspidosperma pyrifolium Mart.

Apresentado no XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências do Solo, 2011

Laura Sabbatini Trebbi ⁽¹

,

²⁾; Bruno Mariani Piana ⁽¹

,

³⁾

⁽¹⁾ Graduanda (o) em Engenharia Florestal, Departamento de Engenharia Florestal; Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Faculdade de Tecnologia, CEP: 70910-900, Brasília/DF; E-mail: laurast87@yahoo.com; ⁽²⁾ Membro efetivo da diretoria de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Empresa Júnior de Consultoria Florestal – Ecoflor, Brasília/DF; ⁽³⁾ Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Empresa Júnior de Consultoria Florestal – Ecoflor, Brasília/DF.

RESUMO

Aspidosperma pyrifolium, natural da

caatinga, é uma espécie economicamente importante por sua multiplicidade de usos. Apesar de ser de extrema importância, o estado nutricional de plantas da caatinga ainda é muito pouco estudado. Este trabalho tem como objetivo a determinação de teores de fósforo e nitrogênio em folhas e caules de mudas de

A. pyrifolium cultivadas em diferentes

tratamentos de adubação. As mudas foram cultivadas, isoladamente ou em presença de outras espécies, em vasos sem e com adubação nitrogenada e/ou fosfatada. Os teores foram determinados por meio de análises químicas dos materiais vegetais e os dados foram submetidos à análise estatística. Os resultados mostraram que

os diferentes tipos de adubação não exerceram influência na quantidade de nutrientes retidos pela espécie, o que pode ser explicado pelo baixo poder de competição da mesma e/ou pela necessidade dos nutrientes em sua composição estrutural, não sendo possível, durante o tempo de estudo, a formação de reserva dos mesmos. Além disso, não foram constatadas quantidades diferentes de fósforo e nitrogênio entre as folhas e o caule da espécie, o que pode sugerir atividades fotossintéticas semelhantes entre os materiais.

Palavras-Chave: pereiro, caatinga, nutrientes, adubação, análise química.

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A Aspidosperma pyrifolium Mart. ocorre na caatinga e é conhecida como pereiro, pau-de-coaru e pequiá-da-mata (Correa, 1978). Pertencente à família Apocynaceae, é uma árvore que atinge altura variando entre três e oito metros e apresenta tronco com diâmetros que variam de 15 a 20 cm (Guia de Campo de Árvores da Caatinga, 2009).

Trata-se de uma espécie decídua, heliófila e secundária. Adapta-se a todos os tipos de textura e profundidade de solos. Apresenta esfingofilia como síndrome de polinização, sendo suas flores também visitadas por abelhas. A dispersão das sementes é feita pelo vento (Guia de Campo de Árvores da Caatinga, 2009).

De acordo com o guia de campo de árvores da caatinga (2009), o pereiro é uma árvore ornamental que pode ser empregada no paisagismo em geral, inclusive na arborização urbana. Além disso, é indicada para recuperação de solos erodidos e restauração da vegetação de áreas degradadas. Parente (2009) complementa que é uma espécie economicamente importante por ter multiplicidade de usos, principalmente na utilização como madeira e forragem.

A análise química de tecidos vegetais, que consiste na determinação de teores de elementos, tem como objetivo especificar a nutrição de plantas e fornece diagnóstico do estado nutricional delas. Esse

diagnóstico refletirá os efeitos da interação solo-planta-clima e, também, do manejo, constituindo-se ferramenta importante no estabelecimento de um programa racional de adubação que permita o adequado suprimento de nutrientes.

Veloso et al. (2004) explicam que apenas a análise do solo é insuficiente como critério para garantir uma nutrição adequada das plantas, pois a existência no solo de um nutriente, mesmo que em quantidades disponíveis e suficientes, não garante a satisfação nutricional das plantas, haja vista que muitos fatores podem influenciar na absorção do nutriente pelo vegetal.

A avaliação dos teores de nutrientes das plantas é relevante porque, entre outros motivos, é parâmetro de referência para programas de manejo nutricional, visando à identificação de deficiências nutricionais. Além disso, serve como subsídio para recuperação de áreas degradadas e pode auxiliar na correção de solo e na adoção de programas de reflorestamento com espécies florestais nativas (Barbosa et al., 2010).

De acordo com Medeiros et al. (2008), a literatura que aborda sobre o estado nutricional de plantas da Caatinga é ainda muito escassa.

Sendo assim, o objetivo deste trabalho é avaliar, por meio de análises foliar e caulinar, a retenção dos nutrientes

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nitrogênio e fósforo por mudas de

Aspidosperma pyrifolium Mart. plantadas

em três diferentes situações de adubação.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na casa de vegetação do Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Foram utilizados vasos preenchidos, cada um, com três quilos de solo coletado no município de Serra Talhada (PE).

Os vasos foram distribuídos em três tratamentos de fertilização: 1- sem adubação (N0P0), ou testemunha; 2- adubação fosfatada (N0P1) e 3– adubação fosfatada e nitrogenada (N1P1).

Para a adubação, foram utilizados KH₂PO₄ e NH₄ em doses de, respectivamente, 23mg de fósforo (P) e 35mg de nitrogênio (N) por vaso.

Em cada vaso foram plantadas sementes de Aspidosperma pyrifolium isoladamente ou, ainda, em conjunto com uma segunda espécie. Posteriormente, foram feitos desbastes para que fossem conduzidas duas mudas por vaso.

O cultivo das plantas foi feito por 135 dias e, ao final deste período, deu-se início a coleta do material para análise.

As mudas foram levadas à estufa à 60ºC até atingirem peso constante quando, então, foram pesadas em balança

semi-analítica e levadas para moagem em moinho do tipo Willey, passando por tela de malha.

Os teores de nitrogênio foram determinados por digestão com ácido sulfúrico e peróxido de hidrogênio pelo método de Kjeldahl (Silva, 1999; Primo et

al., 2010). Já o método utilizado para

determinação dos teores de fósforo foi o de colorimetria.

Para que fossem determinados os teores dos nutrientes, foram selecionadas aleatoriamente, em cada tratamento de adubação, três amostras de folha e três amostras de caule de indivíduos diferentes.

A análise dos dados foi feita com o auxílio do programa STATISTICA 7, sendo submetidos à análise de variância e tendo suas médias comparadas pelo teste de Tukey, com probabilidade de 5%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quando analisada a quantidade do nutriente fósforo (P) em função do tratamento utilizado, constatou-se que não houve diferença estatística entre as médias dos teores de P nos diferentes tratamentos, como mostra a Tabela 1.

Para o nitrogênio (N), os diferentes tratamentos de adubação também não influenciaram na quantidade do nutriente retida pela espécie, como mostra a Tabela 2.

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Apesar de não ser possível afirmar o motivo pelo qual isso ocorreu para os dois nutrientes, tais resultados permitem levantar a hipótese de que a espécie estudada pode ter absorvido as quantidades de fósforo e nitrogênio necessárias para sua composição estrutural e, no período de cultivo, não tenha sido possível compor reserva dos mesmos.

Além disso, em um estudo que visava avaliar a competição por fósforo e nitrogênio entre espécies do semiárido paraibano, Piana e Sampaio (2010) constataram que Aspidosperma pyrifolium não é uma boa competidora por nutre-entes. Assim, pode-se imaginar que as mudas analisadas não absorveram grandes quantidades dos elementos presentes no solo quanto estas foram cultivadas junto com outras espécies.

Em relação aos materiais vegetais analisados, também não foram constatadas médias estatisticamente diferentes de teores de fósforo e de nitrogênio entre folha e caule, como mostram as Tabelas 3 e 4.

Esperava-se encontrar uma diferença na retenção dos nutrientes entre caules e folhas, sendo esperada a maior concentração dos nutrientes observados nas folhas.

A esperada diferença na retenção de nitrogênio encontrada entre caules e folhas pode ser explicada pelo fato de que as

atividades fotossintéticas dependem do mesmo. Isso porque grande parte do nitrogênio das folhas está alocada nas proteínas envolvidas nessas atividades (Seemann et al., 1987).

Em relação ao fósforo, a esperada maior retenção de fosfato nas folhas seria explicada pela importância deste nutriente na fotossíntese, uma vez que os açucares produzidos no início dessa atividade são, principalmente, triose e hexose fosfatos (Blevins, 1999).

Já que as diferenças esperadas não foram constatadas, supõe-se que o caule do pereiro, pelo menos nos estágios de plântula, realize atividade fotossintética praticamente na mesma veemência que a folha, o que pode fazer com que a retenção dos nutrientes pelos dois materiais vegetais seja estatisticamente igual. A coloração verde do caule da espécie, quando plântula, é mais um indicativo dessa suposição.

CONCLUSÃO

A partir do experimento realizado, conclui-se:

1. Os tratamentos de adubação no solo não influenciaram na concentração dos teores de fósforo e nitrogênio retidos pelas plântulas de Aspidosperma pyrifolium;

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2. Os teores de nitrogênio e fósforo retidos nas folhas e nos caules de plântulas de

Aspidosperma pyrifolium são iguais.

AGRADECIMENTOS

À Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE) pelo apoio financeiro. À Empresa Junior de Consultoria Florestal Planalto Verde (Ecoflor) pela oportunidade de aprendizagem na área científica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, M.D.; MARANGON, L.C.; FELICIANO, A.L.P.; FREIRE, F.J.; SOUZA, J.R.M.; SOUZA, R.N.; NETO, A.P.M; DUARTE, G.M.T. Teores de N, P e K em folhas de dez espécies vegetais de caatinga. X Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão – JEPEX. UFR-PE: Recife. 2010.

BLEVINS, D.G. Por que as plantas precisam de fósforo? Department of Agronomy University of Missouri. In-formações Agronômicas nº 87, p.4-5, 1999.

CORREA. M.P. Dicionário das plantas úteis do Brasil. Rio de Janeiro: IBDF, v.5, 687p. 1978.

MEDEIROS, M. L. D. de; SANTOS, R. V. dos; TERTULI-ANO, S. S. X. Avaliação do estado nutricional de dez espécies

arbóreas ocorrentes no semi-árido paraibano. Caatinga, Mossoró-PB, 21: 31-39. 2008.

PARENTE, H.N. Avaliação da vegetação e do solo em áreas de caatinga sob pastejo caprino no cariri da Paraíba. Tese do programa de doutorado da Universidade Federal da Paraíba. 134p. Areia, Paraíba. 2009.

PIANA, B.M.; SAMPAIO, E.V.S.B. Competição entre espécies arbustivo-arbóreas do semi-árido paraibano por fósforo e nitrogênio. 61º Congresso Nacional de Botânica, Manaus. AM. 2010.

PRIMO, D. C.; ALTHOFF, T. D.; DUTRA, E. D.; MARTINS, J. C. R.; MENEZES R. S. C. Crescimento inicial e teor de nitrogênio em plantas de algodão adubadas com esterco e composto orgânico. IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB. UFEP. p.574, 2010.

SANTOS, A.P.B.; NASCIMENTO, M.de F.S.; SANTO, F. da S. do E.; FILHO, J.A.S. (Editor). Guia de campo de árvores da caatinga. v.1, p.16-17. Petrolina, PE. 2009.

SEEMANN, J. R.; SHARKEY, T. D.; WANG, J. L.; OSMOND, C. B. Environmental-effects on photosynthesis, nitrogen-use efficiency, and metabolite pools in

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leaves of sun and shade plants. Plants Physiology, 84(3): 796-802, 1987. SILVA, F. C. Manual de análises de solos,

plantas e fertilizantes. Embrapa Solos, Brasília, 1999. 370 p.

VELOSO, C.A.C.; ARAÚJO, S. M. B.; VIEGAS, I. de J. M. e OLIVEIRA, R. F. de. O. Amostragem de plantas para análise química, informativo técnico. EMBRAPA. n.121. 2004.

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Tabela 1: teor de fósforo (P) em Aspidosperma pyrifolium sob o efeito de diferentes adubações.

Tratamento g de P/kg do material

N0P0 10,11 a

N1P0 7,36 a

N1P1 9,13 a

Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a 5%.

Tabela 2: teor de nitrogênio (N) em Aspidosperma pyrifolium sob o efeito de diferentes adubações.

Tratamento g de N/kg do material

N0P0 14,75 a

N1P0 18,35 a

N1P1 18,27 a

Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a 5%.

Tabela 3: teor de fósforo (P) em Aspidosperma pyrifolium em função do material vegetal analisado.

Material Vegetal g de P/kg do material

Caule 8,77 a

Folha 8,97 a

Médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste de Tukey a 5%.

Tabela 4: teor de nitrogênio (N) em Aspidosperma pyrifolium em função do material vegetal analisado.

Material Vegetal g de N/kg do material

Caule 16,64 a

Folha 17,60 a

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