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ONTOINFOJUS: um Modelo de Domínio baseado em Ontologias para o Acesso à Informação na Área Jurídica

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ONTOINFOJUS: um Modelo de Domínio baseado em

Ontologias para o Acesso à Informação na Área Jurídica

Alisson Neres Lindoso, Ivo da Cunha Serra, Rosario Girardi

GESEC/DEINF – Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Av. dos Portugueses, s/n, Campus do Bacanga – 65080-040 – São Luís – MA – Brasil {ivo_serra,alissonlindoso}@uol.com.br, rgirardi@adinet.uy

Abstract. This article presents ONTOINFOJUS, a domain model based on

ontologies for information access in juridical area. This model was developed from two other models, ONTOINFO which formally describes the knowledge on information access and ONTOJUS which describes juridical knowledge. The specified knowledge is applied to the problem of updating the legal knowledge of lawyers.

Resumo. Este artigo apresenta a ONTOINFOJUS, um modelo de domínio

baseado em ontologias para o acesso à informação na área jurídica. Esse modelo foi desenvolvido a partir de outros dois modelos previamente especificados, a ONTOINFO, que descreve formalmente o conhecimento acerca do acesso à informação, e a ONTOJUS, que aborda o conhecimento jurídico. O conhecimento especificado é aplicado à solução do problema de atualização do conhecimento legal de advogados.

1. Introdução

O acesso à informação é uma área da ciência da computação que ganhou importância com o aumento da quantidade de informação que é mantida em sistemas computacionais e principalmente depois da popularização da Internet.

Devido a crescente demanda por sistemas de acesso à informação cada vez mais eficientes, a pratica da reutilização é essencial no desenvolvimento de tais sistemas. Uma abordagem para a construção de produtos reutilizáveis é a Engenharia de Domínio, que tem o modelo de domínio como um de seus produtos.

Modelos de domínio são abstrações de alto nível construídas no desenvolvimento para o reuso. O modelo de domínio é uma abstração dependente de um domínio de aplicação particular especificado em alto nível de abstração que representa a formulação de um problema, conhecimento e atividades do mundo real. A formulação é genérica o suficiente para representar uma família de sistemas similares [Girardi 2002].

As ontologias são estruturas de representação de conhecimento adequadas para serem utilizadas na representação de abstrações de alto nível como os modelos de domínio.

Neste artigo é apresentada a ONTOINFO, um modelo de domínio baseado em ontologias especificado através da técnica GRAMO [Faria, Girardi 2003] para modelagem de domínio, que é centrada na utilização da ontologia genérica ONTODM [Faria, Girardi 2003].

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A área jurídica é uma daquelas que se particulariza por envolver atividades que dependem essencialmente da informação, na forma verbal ou escrita. Diferentemente do que ocorre, por exemplo, na Medicina, em que é fundamental, ao lado do conhecimento teórico, o domínio de máquinas e instrumentos, no Direito, o que destaca um profissional dos demais é o fato de ele dispor das informações adequadas, nos momentos de necessidade e na forma precisa, para que possa conduzir seus atos rumo à consecução de seus objetivos [Lindoso 2003]. Com o intuito de abordar essa questão, a ONTOINFO é estendida levando em consideração as particularidades do conhecimento jurídico, como modelado na ONTOJUS [Lindoso 2003].

2. A Área Jurídica

Tomou-se como base para essa conceitualização acerca do direito os ensinamentos doutrinários do eminente jurista brasileiro Miguel Reale em sua Teoria Tridimensional do Direito [Reale 1999]. Outras fontes de inspiração para o levantamento de conhecimentos jurídicos foram a Ontologia Funcional do Direito – LFU [Valente 1995] e a Ontologia Legal Baseada em Frames – FBO [Kralingen 1995][Visser 1995].

Dessa forma, mereceram destaque, em um primeiro plano, os conceitos de: Fato: constitui a base sobre a qual incide uma valoração, estabelecendo-se um vínculo de significação jurídica e originando novas regras de direito. Um fato, quando previsto como antecedente lógico de uma regra de conduta, aponta um comportamento que deve ser realizado, sendo este último também um fato, porém, concreto, e não apenas hipotético como o primeiro [Reale 1999];

Valor: é o aspecto axiológico do direito, incidindo sobre elementos do mundo fático para lhes conferir significado jurídico, orientando a aplicação das normas e determinando que conduta será adotada como conseqüência da incidência de uma norma [Reale 1999];

Norma: divide-se em duas grandes espécies: os princípios, que são enunciados lógicos admitidos como condição de validade para um dado sistema de conhecimento, e as regras, que são asserções sobre formas de organização ou de conduta. As regras de conduta, por sua vez, são proposições hipotéticas que prevêem fatos, ligam-nos a condutas e prescrevem sanções. Já as regras de organização suportam as de conduta, assumindo em relação a elas funções de reconhecimento, de modificação, de interpretação ou de julgamento [Reale 1999].

Como se percebe, alguns conceitos periféricos surgem a partir da definição daqueles que constituem o tripé sobre o qual se sustenta o direito. São eles:

Fonte: é o local de onde se originam as normas jurídicas. Distinguem-se em materiais ou de produção e formais ou de cognição. As primeiras correspondem ao mundo fático que está sendo regulado pelas normas e que inspira o conteúdo destas. As outras representam os processos de exteriorização formal daquele conteúdo, podendo ser imediatas, como o caso das leis, ou mediatas, a exemplo dos costumes e dos princípios gerais do direito [Jesus 1999];

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Conduta: é comportamento legalmente indicado como conseqüência lógica de um fato hipoteticamente previsto e que sendo realizado evita a incidência de uma sanção [Reale 1999];

Sanção: é o meio através do qual se garante o cumprimento de uma regra, ou seja, corresponde a uma reação que deve ser tomada se uma regra de conduta é violada pela execução de um comportamento proibido ou pela inércia face a um obrigatório [Reale 1999].

Subsidiariamente, porém não menos úteis, foram a Ontologia Funcional do Direito (LFU) [Visser, Bench-Capon 1997] de Valente [Valente 1995] e Ontologia Legal Baseada em Frames (FBO) [Visser, Bench-Capon 1997] de Van Kralingen [Kralingen 1995] e de Visser [Visser 1995]. Ambas serviram para demonstrar, comparativamente, que conceitos deveriam realmente aparecer em uma descrição formal do Direito.

3. O Problema do Acesso à Informação

O acesso à informação [Baeza-Yates, Ribeiro-Neto 1999] [Salton, Mcgill 1983] visa prover mecanismos para que seja possível localizar e recuperar informações relevantes aos usuários da forma mais eficiente possível. Os principais conceitos e processos envolvidos no acesso à informação são descritos a seguir [Girardi 1998].

A princípio, tem-se uma necessidade de informação que deve ser expressa em uma consulta ou perfil de usuário. Uma consulta caracteriza uma necessidade de informação pontual. Um perfil de usuário caracteriza uma necessidade de informação em longo prazo.

Se a necessidade de informação for pontual o sistema deve acessar uma base indexada e recuperar os elementos de informação relevantes após uma avaliação de similaridade. Se a necessidade de informação for em longo prazo o sistema deve fazer a filtragem, que consiste em estar continuamente monitorando fontes de informação a procura de elementos de informação que possam ser relevantes a seus usuários representados através de perfis de usuário.

Alguns conceitos se destacam no âmbito do acesso à informação, sendo os principais:

Necessidade de informação: é uma carência de informação por parte de um ou mais usuários. A necessidade de informação pode ser pontual, ou seja, uma necessidade a ser satisfeita imediatamente, ou em longo prazo, isto é, uma necessidade que se prolonga por um certo tempo;

Elemento de informação: é um item que contém informação. Os elementos de informação podem ser dos seguintes tipos: documentos textuais e hipermídia, vídeo, som, imagem;

Fonte de informação: é um repositório de elementos de informação. As fontes de informação podem ser estruturadas ou não estruturadas, podem ainda ser dinâmicas ou estáticas.Um exemplo é a web;

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Perfil de usuário: é uma representação do usuário a partir da qual o sistema filtra elementos de informação que possam ser relevantes. O perfil de usuário pode ser capturado de forma implícita ou explicita;

Consulta: é a representação da necessidade de informação do usuário expressa em uma linguagem de especificação de consulta;

Surrogate: é uma forma como são representados internamente ao sistema as consultas, os elementos de informação e os perfis de usuários;

Filtragem: é uma modalidade de acesso à Informação utilizada no caso de uma necessidade de informação em longo prazo;

Recuperação: é uma modalidade de acesso à Informação utilizada no caso de uma necessidade de informação pontual.

3.1. O Sub-problema da Atualização do Conhecimento Legal do Advogado

Um aspecto do problema do acesso à informação, dentro da área jurídica, é a necessidade que os advogados possuem de se manterem atualizados de acordo com as constantes modificações pelas quais a legislação passa.

Tradicionalmente, a solução para essa questão decorre de práticas não muito sistemáticas, o que dá margem à ocorrência de lapsos de informação. Desse modo, torna-se importante a existência um sistema computacional capaz de realizar tal atividade. E esse sistema seria baseado em uma extensão da ONTOINFO, o modelo de domínio para o acesso à informação especificado na Seção 4, sob um enfoque jurídico, resultando na ONTOINFOJUS, apresentada na Seção 5, nos termos que seguem.

Os usuários do sistema seriam advogados cuja necessidade de informação seria se manter constantemente atualizado quanto à legislação vigente. Será pontual a necessidade quando o advogado emergencialmente precisar recorrer às fontes legislativas em busca de um novo e específico dispositivo legal que fundamente sua tese jurídica ou mesmo para saber se aquele no qual ele a apóia ainda subsiste válido. Já em longo prazo será a necessidade expressa através de uma representação de seu perfil de usuário, que contenha dados que permitam inferir as necessidades que ele possui, viabilizando que elas sejam satisfeitas tão logo haja disponibilidade de informação para tanto.

Os elementos de informação, nesse caso, são o próprio conteúdo da mensagem que leva a alteração ao conhecimento do usuário. Por exemplo, uma notificação por escrito de modificação em determinado dispositivo de Lei ou Medida Provisória. Por fim, as fontes de informação serão aquelas entidades constitucionalmente autorizadas a originar normas jurídicas, como o Poder Legislativo, através de Leis advindas do Congresso Nacional.ou o Poder Executivo, por meio de Medidas Provisórias de Competência do Presidente da República [Brasil 2002].

Assim, com fundamento no conhecimento jurídico anteriormente exposto e na formulação do sub-problema de atualização do conhecimento legal do advogado, surgem alguns conceitos que serão úteis na extensão do problema do acesso à informação para a área jurídica:

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Notificação de alteração: é o meio através do qual o advogado toma conhecimento da ocorrência de modificações em algum instrumento legislativo. Por exemplo: emendas constitucionais, leis, medidas provisórias etc;

Poder Legislativo: é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, sendo uma fonte material de normas jurídicas;

Poder Executivo: é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado, sendo uma fonte material de normas jurídicas;

Busca de novo dispositivo legal: necessidade imediata que o advogado tem de saber se há uma norma adequada ao fato em apreciação, antes inexistente;

Consulta a dispositivo legal vigente: necessidade imediata que o advogado tem de saber se a norma considerada adequada ao fato em apreciação continua vigendo;

Acompanhamento do processo legislativo: necessidade em longo prazo que o advogado possui de estar sempre a par dos acontecimentos tocantes à legiferância.

4. A Ontologia Genérica ONTODM e a Técnica GRAMO

A ONTODM [Faria, Girardi 2003] é uma ontologia genérica que representa o conhecimento de metodologias da análise de requisitos e de métodos da análise do domínio, visando a captura e especificação de requisitos genéricos de sistemas segundo o paradigma computacional de agentes. A solução por ela proposta é baseada no levantamento de conceitos relevantes do domínio e na identificação de um objetivo geral a ser alcançado. Do objetivo geral derivam objetivos específicos que são atingidos através do cumprimento de responsabilidades. As responsabilidades são associadas a papéis e são exercidas através da execução de atividades, para tanto os papéis interagem entre si e fazem uso de recursos, buscando realizar suas atribuições.

A técnica GRAMO [Faria, Girardi 2003] define um roteiro para modelagem de domínio baseado na ONTODM. Assim, os modelos de domínio são obtidos a partir da instanciação de classes presentes na ONTODM, de acordo com o conhecimento específico do domínio. De tais classes, uma vez instanciadas, resultam como produtos um modelo de conceitos, que representa os conceitos do domínio e seus relacionamentos; um modelo de objetivos, que representa os objetivos gerais, específicos e as responsabilidades; um modelo de papéis geral, que representa todos os papéis, suas responsabilidades, atividades e recursos; modelos de papéis individuais, que representas papéis, suas responsabilidades, atividades e recursos; um modelo de interações entre papéis, que representa as interações entre todos os papéis envolvidos no alcance do objetivo geral; e modelos de interações associados a objetivos específicos, que representam as interações entre todos os papéis envolvidos no alcance de um objetivo específico. Todos estes modelos compõem o modelo de domínio.

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5. ONTOINFO: um Modelo de Domínio para o Acesso à Informação

A ONTOINFO é o resultado da aplicação da técnica GRAMO ao conhecimento sobre a área jurídica, reunindo os conceitos de modelagem através das tarefas de modelagem em termos da ONTODM. Isso se dá pela instanciação das meta-classes correspondentes a modelagem de domínio, que são as modelagens de conceitos, de objetivos, de papéis e de interações. Os produtos resultantes dessas modelagens são os modelos de conceitos, de objetivos, de papéis e de interações.

Na construção do modelo de conceitos são inicialmente identificados conceitos relevantes. Em seguida são instanciados os relacionamentos existentes entre esses conceitos. A figura 1 mostra o modelo de conceitos, com o uso da ferramenta Protégé [Protégé Project 2003].

Figura 1. Modelo de Conceitos da ONTOINFO

No modelo de objetivos são criadas instâncias dos objetivos gerais e específicos, identificados respectivamente pelo octógono amarelo e hexágonos rosa. Em seguida, os objetivos específicos são vinculados ao objetivo geral. São também criadas instâncias de responsabilidade, representadas por pentágonos cinzas, e vinculadas aos objetivos específicos. A figura 2 mostra o modelo de objetivos.

Figura 2. Modelo de Objetivos da ONTOINFO

No modelo de papeis são criadas instâncias da meta-classe papel: interfaceador com usuário, modelador de usuários, construtor de surrogate, recuperador, filtrador, monitor, descobridor, indexador e recomendador.

Os papeis são associados às respectivas responsabilidades: interfaceador com usuário associado ao interfaceamento com usuário; modelador de usuários associado à modelagem de usuários; construtor de surrogate associado à construção de surrogate; recuperador associado à recuperação de informação; filtrador associado à filtragem de informação, monitor associado ao monitoramento de fontes de informação, descobridor

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associado ao descobrimento de novos elementos de informação, indexador associado à indexação e recomendador associado à recomendação de informação.

São criadas instâncias de atividade e vinculadas às respectivas responsabilidades: as atividades processar consulta, monitorar usuário, entregar resultados são associadas à responsabilidade interfaceamento com usuário; as atividades criar e manter perfis de usuários, armazenar perfis de usuários são associadas à responsabilidade modelagem de usuários; as atividades construir surrogate de consulta, construir surrogates de consultas dos perfis, construir surrogates de elementos de informação são associadas à responsabilidade construção de surrogate; as atividades fazer matching da recuperação, fazer analise de similaridade da recuperação, enviar resultados são associadas à responsabilidade recuperação de informação; a atividade indexar surrogates de elementos de informação é associada à responsabilidade indexação; as atividades fazer matching da filtragem, fazer análise de similaridade da filtragem, armazenar elementos de informação filtrados segundo perfis são associadas à responsabilidade filtragem de informação; a atividade encaminhar elementos de informação filtrados é associada à responsabilidade recomendação de informação; a atividade descobrir elementos de informação é associada à responsabilidade descobrimento de novos elementos de informação, a atividade detectar mudanças em fontes de informação é associada à responsabilidade monitoramento de fontes de informação.

São vinculadas as atividades aos respectivos conceitos do domínio que elas manipulam: o conceito do domínio consulta é associado à atividade processar consulta, o conceito do domínio perfis de usuários é associado à atividade construir surrogates de consultas de perfis.

São instanciados os recursos e vinculados às atividades: o recurso surrogates de elementos de informação é associado às atividades indexar surrogates de elementos de informação, fazer matching da filtragem; o recurso indice é associado às atividades indexar surrogates de elementos de informação e fazer matching da recuperação; o recurso surrogates de consultas de perfis é associado à fazer matching da filtragem; o recurso base de perfis é associado às atividades armazenar elementos de informação segundo perfis e armazenar modelos de usuários; o recurso comportamento do usuário é associado à atividade monitorar usuário; o recurso preferências do usuário é associado à atividade criar e manter perfis de usuários; o recurso elementos de informação filtrados é associado à atividade entregar resultados; o recurso elementos de informação recuperados é associado à atividade entregar resultados; o recurso fontes de informação é associado às atividades detectar mudanças em fontes de informação e descobrir elementos de informação; o recurso elementos de informação é associado à atividade construir surrogates de elementos de informação; o recurso especificação de consulta é associado à atividade construir surrogate de consulta; o recurso surrogate de consulta é associado à atividade fazer matching da recuperação. A figura 3 mostra, a titulo de exemplo, um dos modelo de papéis.

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Figura 3. Modelo do Papel “Recuperador” da ONTOINFO

No modelo de interações são criadas instâncias de entidade externa: usuário, índice, base de perfis e fonte de informação. São adicionados os papeis e criadas instâncias das interações envolvendo papeis e entidades externas. A figura 4 mostra, como exemplo, o modelo de interação da recuperação de informação.

Figura 4. Modelo de Interação da “Recuperação de Informação” da ONTOINFO

6. ONTOJUS: um Modelo de Domínio Jurídico

A ONTOJUS resulta, assim como a ONTOINFO, da aplicação da técnica GRAMO ao conhecimento sobre a área jurídica, reunindo os conceitos de modelagem através das tarefas de modelagem em termos da ONTODM. Isso se dá pela instanciação das meta-classes correspondentes a modelagem de domínio, que são as modelagens de conceitos, de objetivos, de papéis e de interações. Os produtos resultantes dessas modelagens são os modelos de conceitos, de objetivos, de papéis e de interações. Na Figura 5 é mostrado o modelo de conceitos da ONTOJUS, que corresponde à parte que foi utilizada na extensão da ONTOINFO.

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7. ONTOINFOJUS: um Modelo de Domínio para o Acesso à Informação na Área Jurídica

A especificação da ONTOINFOJUS é feita através da extensão das classes correspondentes aos conceitos de domínio necessidade de informação, elemento de informação e fonte de informação, definidas na ONTOINFO, e com base no conhecimento jurídico obtido a partir da ONTOJUS. A Figura 6 apresenta conceitos de domínio do acesso à informação com suas respectivas extensões na área jurídica, conforme a definição do sub-problema de atualização do conhecimento legal do advogado. Os conceitos não estendidos foram suprimidos para facilitar a visualização dos demais.

Figura 6. Modelo de Conceitos da ONTOINFOJUS

8. Conclusão

Neste artigo foi apresentada a ONTOINFOJUS, um modelo de domínio para o acesso a informação na área jurídica.

Inicialmente foram desenvolvidos o modelo de domínio para o acesso a informação, ONTOINFO, e o modelo de domínio jurídico, ONTOJUS. Ambos através da utilização da técnica GRAMO, que serve para a especificação de modelos de domínio baseados em ontologias na Engenharia de Domínio Multiagente.

A especificação da ONTOINFOJUS é feita através da extensão das classes correspondentes aos conceitos de domínio necessidade de informação, elemento de informação e fonte de informação, definidas na ONTOINFO, e com base no conhecimento jurídico obtido a partir da ONTOJUS.

Através dessa iniciativa se está disponibilizando o conhecimento dessa área por meio de uma representação formal para que seja possível seu reuso no desenvolvimento de aplicações de software para problemas específicos desse domínio, como o da atualização do conhecimento legal do advogado.

A ONTOINFO está também sendo utilizada na construção de uma linguagem de domínio para a geração de aplicações de acesso à informação.

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Referências

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