Aline Varella Rodrigues
Mônica Sumie Okuda
Raquel Mariano de Almeida
Unesp – Araraquara – Instituto de
Química
Química Orgânica
Experimental I
Cafeína
Fórmula C8H10N4O2 (1,3,7-trimetilxantina)
alcalóide do grupo das xantinas
Plantas que contêm o princípio ativo da
Cafeína: chá mate, café, cacau, guaraná e cola
Usado em bebidas como estimulante
Apresenta-se sob a forma de um pó branco ou pequenas agulhas
É extremamente solúvel em água quente, não tem cheiro e apresenta sabor amargo
Atua sobre o sistema nervoso central, sobre o metabolismo basal e aumenta a produção de suco gástrico
Processos
envolvidos
Efusão
Banho de resfriamento
Extração com porções de diclorometano (CH
2Cl
2)
Emulsão
Lavagem
Secagem pela adição de Na
2SO
4
Decantação
Evaporação em banho-maria
Cristalização
Sublimação
Efusão
Efusão
Extração sólido-líquido é chamada de efusão
Componentes que estavam na fase sólida
passam para a fase líquida (água)
Extração descontínua: quando a solubilidade em
água dos componentes sólidos é grande
Extração contínua: quando a solubilidade dos
solutos em água é pequena
Banho de resfriamento
Gelo pilado com água (T=0-5
o
C)
Gelo pilado com sal de cozinha (abaixo de 0
o
C
– entre -5
o
C a -18
o
C)
Gelo pilado com cloreto de cálcio cristalino
Gelo pilado com CaCl
2
e água (T= -40
o
C a
Quando não há gelo
1-2 partes de H
2O com 1 parte de NH
4Cl e 1
parte de NaNO
3(T de 10
oC para -15
oC a -20
oC)
10 partes de H
2O com 3 partes de NH
4Cl (T de
13
oC para -15
oC)
10 partes de H
2O com 11 partes de Na
2S
2O
3.5
H
2O (T de 11
oC para -8
oC)
5 partes de H
2O com 3 partes de NH
4NO
3(T
de 13
oC para -13
oC)
Gelo seco
Usado para baixas temperaturas:
Com álcool etílico: T= -72
oC
Com álcool dietílico: T= -77
oC
Diclorometano
Diclorometano
CH
2
Cl
2
Função
Tóxico
Carcinogênico
História do processo de
descafeinação
História do processo de
descafeinação
Descafeinação feita com CH
2Cl
2até 1980
Acetato de etila substituiu o CH
2Cl
2até o começo dos anos 90
A partir de 1990 o fluido supercrítico CO
2é usado para dissolver
cafeína
Sob alta pressão o CO
2supercrítico lava os grãos de café e
dissolve cerca de 99% da cafeína presente
Emulsão
A.. Dois líquidos imiscíveis separados em duas
fases (I e II). B. Emulsão da fase II dispersa na fase I. C. A emulsão instável progressivamente retorna ao seu estado inicial de fases separadas. D. O surfactante se posiciona na interface entre as fases I e II, estabilizando a emulsão
Emulsão
Emulsão é a mistura entre dois líquidos imiscíveis em que um
deles (a fase dispersa) encontra-se na forma de finos glóbulos no
seio do outro líquido (a fase contínua).
Eliminação da emulsão
Agitação da solução c/ bagueta
Lavagem
Após a remoção do líquido sobrenadante, o precipitado
deve ser lavado, pois uma pequena quantidade da solução
será retida e poderá causar problemas nas etapas
subseqüentes da análise. Normalmente, usa-se água
destilada como água de lavagem, mas muitas vezes deve-se
usar uma solução diluída do próprio reagente usado na
precipitação.
A lavagem é realizada mediante a adição do líquido de
lavagem sobre o precipitado. A seguir, agita-se para dispersar
o sólido, centrifuga-se e decanta-se líquido. O volume do
líquido de lavagem vai depender da quantidade do sólido.
Geralmente, faz-se duas ou três lavagens com 0,5 mL do
líquido.
Secagem
Secagem
Utiliza-se um secante inorgânico
Considerações sobre o secante:
não combinar quimicamente com o composto orgânico
secagem rápida e efetiva
não dissolver apreciavelmente no líquido
econômico
não ter efeito catalizador. Não promover, por exemplo, polimerização,
reações de condensação e auto-oxidação
Na
2
SO
4
Sulfato de sódio anidro:
Agente secante neutro
Barato
Grande capacidade de absorção da água (abaixo de 32,4
oC)
Usado em todas ocasiões
Secagem vagarosa e incompleta
Ineficiente para solventes como benzeno e tolueno, cuja solubilidade em
água é pequena (neste caso, usar sulfato de cobre anidro)
Não usado acima de 32,4
oC, temperatura de decomposição do
decahidrato
Decantação
Processo utilizado para separar misturas
heterogêneas dos tipos sólido e
Evaporação
Seu funcionamento se baseia no princípio da
destilação à pressão reduzida
Evaporação
Se a água é o solvente e a substância não é volátil: evaporação simples sobre um banho de vapor ou de água
Se a evaporação deve ser rápida ou se o solvente for orgânico:
(A): balão contendo a solução a concentrar é aquecido em banho-maria e sofre rotação durante
todo o processo de evaporação, o que assegura uma boa homogeinização e evita ebulição
tumultuosa
(T): torneira que permite a entrada de ar ou o abastecimento do balão com novas porções da solução
Cristalização
A cristalização é o processo (natural ou artificial) da formação de cristais
sólidos de uma solução uniforme.
Ela consiste de dois principais eventos, a nucleação e o crescimento
dos cristais.
A nucleação é a etapa em que as moléculas do soluto dispersas no
solvente começam a se juntar em clusters, em escala nanométrica.
O crescimento do cristal é o subseqüente crescimento do núcleo que
atingiu o tamanho crítico do cluster. A nucleação e o crescimento
continuam a ocorrer simultaneamente enquanto a supersaturação existir.
Sublimação
Substância passa do estado sólido diretamente para o estado
gasoso
Exemplo: gelo seco (sublima a -78
oC)
No laboratório é utilizada como método de purificação dos
compostos orgânicos que sublimam. É um ótimo método de
purificação
Finalidades preparativas: pressão atmosférica sobre o
composto é reduzida com uma bomba ou uma trompa de
vácuo. Resultado: a pressão de vapor do sólido é igualada à
pressão atmosférica à temperaturas menores
S
V
W
T
TW: curva de pressão de vapor do líquido
TS: curva de pressão de vapor do sólido
T: ponto tríplice (coexistência de sólido, líquido e vapor)
TV: temperaturas e pressões em que sólidos e líquidos podem estar em
Exemplos de substâncias que
sublimam
Cânfora
Iodo sólido, à pressão normal
Naftalina, à pressão normal
Gelo seco (CO
2)
Substâncias presentes na folha
do chá
Celulose
Clorofila
Taninos
Flavonóides glicosilados
Celulose
O O O O H O H O H O H O H O H O H O H H H H H H H H H H HClorofila
N N Mg N N O O O C H2 CH3 O C H3 O CH3 C H3 C H3 CH3 CH3 CH3 C H3 C H3 H3C H HTaninos
Taninos são grupos de compostos químicos
polifenólicos, de alto peso molecular, de
Flavonóides glicosilados
O
O O
O
OH
OH
OH
OH
OH
OH
OH
O
H
100mL H2O destilada (57-59ºC) + 3 saquinhos de chá preto
(béquer B1)
-colocar os saquinhos imersos na água quente por 1 minuto
-pressionar os dois saquinhos entre dois vidros de relógio
-recolher o excesso em um béquer e adicioná-lo à solução
-descartar os saquinhos
-resfriar a solução em banho de gelo até atingir temperatura ambiente
-colocar a solução em um funil de separação
-adicionar 20 mL de CH2Cl2 à solução -agitar cuidadosamente para evitar a formação de emulsão
-separar fases
FASE ORGÂNICA (Inferior) CH2Cl2, cafeína, taninos,
flavonóides glicosilados TRAÇOS: H2O e clorofila
FASE ORGÂNICA (Superior) Clorofila
TRAÇOS: CH2Cl2, cafeína, taninos, flavonóides glicosilados
-recolher em béquer B2
-transferir para funil de separação -lavar com 20 mL de NaOH 6M (fria)
-adicionar 20 mL de CH2Cl2
-agitar
para evitar a formação de emulsão
-separar fases
-recolher em béquer
-repetir estas etapas mais uma vez
-descartar adequadamente FASE ORGÂNICA (Inferior)
CH2Cl2, cafeína, clorofila TRAÇOS: sais de taninos e de
flavonóides, H2O e açúcares
FASE ORGÂNICA (Superior) Sais de taninos e de flavonóides,
clorofila e açúcares
-descartar adequadamente -transferir para béquer B3
-transferir para funil de separação
-lavar com 20 mL de NaOH 6M (fria) -descartar adequadamente
-transferir para béquer
-transferir para funil de separação -lavar com 20 mL de água fria FASE ORGÂNICA (Inferior)
CH2Cl2, cafeína
TRAÇOS: água e clorofila
FASE ORGÂNICA (Superior) Sais de taninos e de
flavonóides, clorofila, açúcares e Na+OH
--transferir para erlenmeyer -adicionar Na2SO4
-agitar e deixar em repouso -filtrar
-descartar
adequadamente Descartado
SOBRENADANTE CH2Cl2, cafeína
TRAÇOS: clorofila
PRECIPITADO Na2SO4 hidratado
TRAÇOS: clorofila, CH2CL2, cafeína -descartar
adequadamente Descartado
-transferir para béquer B4
-evaporar o solvente em banho de água até cerca de 3 cm
-transferir para um vidro de relógio
-evaporar completamente até obtenção de cristais
SUBLIMADO Cristais de cafeína TRAÇOS: clorofila RESÍDUO CH2Cl2 evaporado (p.e. = 39,75°C) -determinar a massa da cafeína impura e
ponto de fusão
-purificar por sublimação SUBLIMADO
Cristais de Cafeína purificados
RESÍDUO Clorofila
-determinar a massa de cafeína purificada -determinar ponto de fusão
-calcular o rendimento
Característica e toxidade
COMPOSTO CARCTERÍSTICAS TOXIDADES
Diclorometano
Líquido incolor, com vapores não inflamáveis .
Pode causar fadiga, sonolência, náuseas, aversão à luz, irritação da pele e dos olhos. Possível agente carcinogênico
Cafeína Sólido cristalino branco , inodoro e de gosto amargo
Estimulante do SNC, diurético, apresenta ação vaso-constritora e bronco-dilatadora.
Água Líquido, incolor, inodoro e insípido Substância essencial para a vida Sulfato de sódio Sólido cristalino, inodoro, eflorescente Ação purgativa
Hidróxido de sódio
Sólido cristalino opaco absorve rapidamente H2O e CO2do ar.
Causa irritação das vias aéreas, queimaduras nos olhos e pele, perda temporária de cabelo. Sustância muito corrosiva.
Constantes
COMPOSTO FÓRMULA MF (g/mol) p.f. (°C) p.e. (°C) DENSIDADE (g/mL) SOLUBILIDADE(g/ mL) Diclorometano CH2Cl2 84,93 -95 39,75 1,3255 1/50 Cafeína C8H10N4O2 194,19 238 1,23 1/46 Água H2O 18,02 0 100 0,997 ---Sulfato de sódio Na2SO4 142,04 800 --- 2,7 1/3,6 Hidróxido de sódio NaOH 40,00 318 --- 2,13 1/0,9•Diclorometano:
Inalação:
I.remover o indivíduo do local e levá-lo para o ar fresco;
II.Se a respiração for dificultada ou parar, dar oxigênio ou fazer respiração artificial.
Contato com olhos e pele:
I.remover roupas e sapatos contaminados e enxagüar com muita água;
II.Manter as pálpebras abertas e enxagüar com muita água.
•
Hidróxido de Sódio
Inalação:
I.remover o indivíduo ao ar livre;
II.se não estiver respirando, fazer respiração artificial;
III.se respirar com dificuldade, dar oxigênio;
IV.e procurar ajuda médica.
Ingestão:
I.não induzir ao vômito;
II.dar grandes quantidades de água ou leite;
Contato com a pele:
I.
lavar imediatamente em água corrente por, pelo
menos, 15 minutos;
II. remover a roupa contaminada e os sapatos;
III. lavar a roupa e os sapatos antes de reutilizá-los;
IV. procurar ajuda médica.
Contato com os olhos:
I.
lavar imediatamente com água corrente por pelo
menos 15 minutos, abrindo e fechando
ocasionalmente as pálpebras;
Bibliografias
Livro:
• Vogel, A. I., Química Orgânica – Análise Orgânica Qualitativa – Volume 1, Costa, C.A.C., Santos, O.F., Neves, C.E.M., Rio de Janeiro, Livro Técnico S.A., 3a edição,
1981, páginas 40, 41, 67, 68, 150, 154, 156
Baccan, N., Introdução à Semimicroanálise Qualitativa, Editora da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, 6ª edição, página 103.
Sites: www.faenquil.br www.qmc.ufsc.br www.estudantenet.hpg.ig.com.br labjeduardo.iq.unesp.br www.gluon.com.br/fq/imagens.htm www.qca.ibilce.unesp.br www.cetesb.sp.gov.br