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Análise da auto-eficácia em idosos com doença de Parkinson que participam de um programa de exercícios de força

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Academic year: 2017

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(1)

L

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Programa de Pós-Graduação

Stricto Sensu

em

Gerontologia

ANÁLISE DA AUTO-EFICÁCIA EM IDOSOS COM DOENÇA DE

PARKINSON QUE PARTICIPAM DE UM PROGRAMA DE

EXERCÍCIO DE FORÇA

Brasília - DF

2013

(2)

RÔMULO DE ABREU CUSTÓDIO

ANÁLISE DA AUTO-EFICÁCIA EM IDOSOS COM DOENÇA DE PARKINSON QUE PARTICIPAM DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIO DE FORÇA

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado

Pós-Graduação Stricto Senso em Gerontologia da

Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de mestre em Gerontologia.

Orientadora: Prfª. Drª. Carmem Jánsen Cárdenas

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7,5 cm

Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB

C987a Custódio, Rômulo de Abreu.

Análise da auto-eficácia em idosos com doença de parkinson que participam de um programa de exercícios de força. / Rômulo de Abreu Custódio – 2013.

69 f. ; il.: 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2013. Orientação: Prof. Dra. Carmem Jánsen Cárdenas

1. Gerontologia. 2. Parkinson, Doença de. 3. Exercícios físicos para idosos. 4. Auto-eficácia. I. Jánsen Cárdenas, Carmem, orient. II. Título.

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Dissertação de autoria de Rômulo de Abreu Custódio, intitulada “AMALISE DA

AUTO-EFICÁCIA EM IDOSOS COM DOENÇA DE PASRKINSON QUE PARTICIPAM DE UM PROGRAMA DE EXERCÍCIOS DE FORÇA”, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, em 02 de dezembro de 2013, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

(5)
(6)

AGRADECIMENTOS

(7)

Suba o Primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas de o primeiro passo.

(8)

RESUMO

CUSTÓDIO A. R., Análise da auto-eficácia em idosos com doença de parkinson que participam de um programa de exercício de força. 2013, 69.f, Dissertação (mestrado em Gerontologia), Universidade Católica de Brasília, 2013.

O objetivo do presente estudo foi analisar a percepção de auto-eficácia em idosos portadores da Doença de Parkinson que participam de um programa de exercício de força. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal de coleta única com características exploratória e quantitativa. Foram analisadas as características morfofisiológicas do idoso com Doença de Parkinson, assim como sua percepção de auto-eficácia. AMOSTRA: foi composta por 37 voluntários do sexo masculino com idade média de 64,27 ± 9,36 com diagnóstico de Doença de Parkinson (DP) emitido por médico neurologista provenientes do Programa de Atividade Física para Pessoas com Doenças Neurodegenerativas da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (UnB). Para coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: Escala de Hoehn e Yahr (HY) para analisar a evolução clínica da DP, Escala de Auto-eficácia Geral Percebida (EAEGP) para analise da percepção de auto-eficácia, Mini Exame de Estado Mental (MEEM) para verificação das habilidades cognitivas. ESTATISTICA: foi realizada análise exploratória dos dados, com medidas descritivas de média e desvio-padrão. O estudo verificou o nível de auto-eficácia por meio de analisou as seguintes variáveis: massa corporal, estatura, IMC, estágio da doença de Parkinson (Hoehr-Yarh), tempo de diagnóstico (em anos), habilidade cognitiva (MEEM) e auto-eficácia (EAEGP). A normalidade das variáveis foi testada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, a. confiabilidade do questionário utilizado para mensurar a auto-eficácia (EAEGP) foi utilizado o coeficiente alfa de Cronbach, estatística adequada para medir a consistência interna do instrumento, considerando-se como 0,70 o limite inferior da aceitabilidade. As análises foram realizadas no programa SPSS 17.0 adotando-se o nível de significância de p≤0,05. RESULTADOS: Foi observada a classificação de Baixa

auto-eficácia e Alta auto-eficácia, onde 21 dos 37 sujeitos foram classificados como tendo alta percepção o que representou 56,8% e 16 dos 37 classificados com baixa percepção de auto-eficácia representando 43,2% da amostra. Não foi encontrado nível de significância entre a correlação da auto-eficácia (EAEGP) com o estágio da doença de Parkinson (Hoehn e Yahr), tempo de diagnóstico (em anos) e habilidade cognitiva (MEEM), para tal analise foi utilizado o Rho de Spearman. CONCLUSÂO: Conclui-se que os sujeitos participantes do programa de exercícios resistidos possuem alta percepção da Auto-eficácia.

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ABSTRACT

CUSTÓDIO A. R., Analysis of self-efficacy in older adults with Parkinson's disease who participate in a program of strength exercise. 2013 69.f, Dissertation (Masters in Gerontology), Catholic University of Brasilia , 2013.

The aim of this study was to analyze the perception of self-efficacy in elderly patients with Parkinson's disease who participate in a program of strength exercise. METHODS: This was a cross-sectional study a single sample with exploratory and quantitative characteristics. The physical and physiological characteristics of elderly patients with Parkinson's disease, as well as their perception of self-efficacy were analyzed. SAMPLE: comprised 37 male volunteers with a mean age of 64.27 ± 9.36 with a diagnosis of Parkinson's disease (PD) issued by a neurologist from the Physical Activity Program for Persons With Neurodegenerative Diseases, Faculty of Physical Education University of Brasilia (UNB). For data collection, the following instruments were used: Hoehn and Yahr (HY) to analyze the clinical course of PD, Scale General Perceived Self-Efficacy (EAEGP) to analyze the perception of self-efficacy, Mini Mental State Examination (MMSE) for verification of cognitive skills. STATISTICS: Exploratory data analysis was performed with descriptive measures of mean and standard deviation. The study found the level of self - efficacy through analyzed the following variables: body weight, height, BMI, stage of Parkinson's disease (Hoehr - Yarh), time since diagnosis (years), cognitive ability (MMSE) and Auto effectiveness (EAEGP). The normality of variables was tested using the Kolmogorov - Smirnov test, the. reliability of the questionnaire used to measure self-efficacy (EAEGP) the Cronbach's alpha coefficient , suitable for measuring the internal consistency of the instrument, considering 0.70 as the lower limit of acceptability statistic was used. Analyses were performed in SPSS 17.0 by adopting a significance level of p ≤

0.05. RESULTS: Classification of Low self-efficacy and high self-efficacy, where 21 of the 37 subjects were classified as having high perception which represented 56.8 % and 16 of the 37 ranked low perceived self-efficacy was observed representing 43 , 2% of the sample. Not found significance level of correlation between self-efficacy (EAEGP) to the stage of Parkinson's disease (Hoehn and Yahr), time since diagnosis (years) and cognitive ability (MMSE), for this analysis we used the RhoSpearman. CONCLUSION: We conclude that the subjects in the resistance training programhave high perceived self-efficacy.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Critérios de diagnóstico para a Doença de Parkinson do Banco de Cérebros da Sociedade de Parkinson do Reino Unido ... 24

Quadro 2 - Escala de gravidade dos sintomas motores na Doença de Parkinson ... 25

Figura 1 - OMINI-Resistance Exercise Scale ... 37

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Caracterização amostral (n=37) ... 40

Tabela 2: Estágio da doença de Parkinson (Hoehn e Yahr), tempo de diagnóstico (em anos), habilidade cognitiva (MEEM) e auto-eficáfia (EAEGP). ... 41

Tabela 3: Distribuição interquartílica da EAEGP. ... 41

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

10 RM - 10 repetições máximas

AE - Auto-eficácia

BDNF – Brain-derived neurotrophic fator

CEP – Comitê de ética em pesquisa

cm – centímetros

DA – Dopamina

DDC - dopa-descarboxilase

DOPAC - Ácido 3,4 diidroxfenilacético

DP – Doença de Parkinson

EAEGP - Escala de auto-eficácia geral percebida

FEFI – Faculdade de Educação Física

GPe – Globo pálido externo

GPi – Globo pálido interno

H1 – Hipótese 1

H2 – Hipótese 2

HDL - High desnsity lipoprotens

HVA – Ácido homovanílico

HY – Hoehn e Yahr

Hz – Hertz

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IMC - Índice de massa corporal

kg – quilogramas

L-DOPA – L-3,4 dihidroxifenilalanina

m - metros

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Md – mediana

MEEM – Mini exame de estado mental

MPTP - 1-metil-4-fenil 1,2,3,6-tetraidropiridina

n – número amostral

NST – Núcleo subtalâmico

OMS – Organização Mundial de Saúde

p – nível de significância

P25 – percentil 25

P50 – percentil 50

P75 – percentil 75

REM – Rapid eye movement

rho – coeficiente de correlação

RM - Repetições máximas

TCLE - Termo de consentimento livre e esclarecido

TUG – Timed Up end Go test

UCB – Universidade Católica de Brasília

UNB – Universidade de Brasília

SN – Substância negra

SNC – Sistema nervosa central

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

2 JUSTIFICATIVA ... 17

4 OBJETIVOS ... 18

4.1 OBJETIVO GERAL ... 18

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 18

3 HIPÓTESES ... 19

3.1 HIPOTESE1 (H1) ... 19

3.2 HIPOTESE2 (H2) ... 19

5 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ... 20

5.1 TEORIAS DO ENVELHECIMENTO ... 20

5.2 DOENÇA DE PARKINSON ... 21

5.2.1 Sintomas e diagnóstico clínico da doença de Parkinson ... 23

5.2.2 Fisiopatologia da Doença de Parkinson ... 25

5.2.3 Tratamento farmacológico da Doença de Parkinson ... 26

5.2.4 Exercício de força e o Parkinson ... 28

5.3 AUTO-EFICÁCIA ... 29

6 METODOLOGIA ... 32

6.1 TIPO DE PESQUISA ... 32

6.2 AMOSTRA ... 32

6.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA . 34 6.3.1 Avaliação do estágio da DP ... 34

6.3.2 Habilidade cognitiva ... 34

6.3.3 Avaliação antropométrica ... 34

(15)

6.3.5 Avaliação da auto-eficácia ... 35

6.3.6 Caracterização do programa ... 36

6.3.7 Local para coleta de dados ... 37

7 ASPECTOS ÉTICOS ... 38

8 ANÁLISE DOS DADOS ... 39

9 RESULTADOS ... 40

10 DISCUSSÃO ... 44

11 CONCLUSÕES ... 48

REFERÊNCIAS ... 49

ANEXO A – TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL . 63 ANEXO B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ... 64

ANEXO C - ESCALA DE AUTO-EFICÁCIA GERAL PERCEBIDA (EAEGP) ... 65

ANEXO D - ESCALA DE ESTADIAMENTO DE HOEHN E YAHR MODIFICADA .. 66

ANEXO E - MINI EXAME DO ESTADO MENTAL ... 67

MINI EXAME DO ESTADO MENTAL ... 67

ANEXO F - CARTA DE ENCAMINHAMENTO ... 68

(16)

1 INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um fenômeno inevitável e inerente à todos os seres vivos. Íntimo a este processo são observadas mudanças nos aspectos biológicos, físicos, sociais e psicológicos do indivíduo (FONSECA, 2010). Com o avanço da idade cronológica as funções biológicas e físicas são reduzidas, como exemplo observa-se a perda de massa muscular e de tecido ósseo (GUEDES, 2006), ocasionando perdas funcionais importantes. Já nos domínios psicológicos essa perda não se apresenta com a mesma intensidade, pois o indivíduo pode se desenvolver e mantes de forma positiva suas dimensões afetivas, social e intelectual (FIGUEIREDO et al., 2007).

No âmbito da psicologia da personalidade, por exemplo, o indivíduo está em constante aprimoramento e acomodação de novas características, as quais podem ser moldadas por estímulos internos e externos levando assim ao aprimoramento constante (NERI, 2007). O aprimoramento psicológico é mais perceptível nos idosos que apresentam uma vida mais saudável e ativa, consequentemente, um envelhecimento bem sucedido (IRIGARAY; SCHNEIDER, 2009).

Envelhecer de forma bem-sucedida consiste na combinação de uma baixa probabilidade de doença e as morbidades relacionadas a elas, manutenção ou reforço das funções físicas e cognitivas e engajamento pleno na vida, incluindo as atividades produtivas e as relações interpessoais. Logo se sugere que a resiliência, auto-eficácia e a sabedoria devem ser incluídas no modelo como domínios (CARTER; KANNUS; KHAN, 2001).

Para Neri (2007) envelhecer com qualidade abrange desde fatores biológicos até o meio ambiente em que o idoso está inserido. Porém, somente estes conceitos e estímulos não explicam sozinhos, o envelhecimento bem-sucedido. Logo, para entender este universo e não negligenciar fatores relevantes, o processo deve ser analisado e observado por várias perspectivas.

(17)

A crenças de auto-eficácia podem se tornar mais fortes à medida que as experiências de êxito são vivenciadas, reforçando atitudes positivas e encorajando o idoso a vencer dificuldades inerentes ao processo de envelhecimento. Assim os processos contrários de experiências fracassadas podem influenciar de forma negativa e gerar um desencorajamento de atitudes e ações que antes eram executadas de forma corriqueira (BANDURA, 2001).

As alterações de movimento e as disfunções motoras estão associadas como responsáveis pela diminuição da capacidade física destes indivíduos (FRIEDMAN, 2009; ARCHER et al., 2011).

O sedentarismo é um importante fator de risco para obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus do tipo 2, entre outras condições crônicas (PAFFENBARGER et al., 1993).

A falta de atividade física também tem sido relacionada com disfunções no sistema autoimune, doenças pulmonares e alterações musculoesqueléticas, alguns tipos de câncer, e mais recentemente como fator de risco para doenças neurodegenerativas (BLUMENTHAL et al., 1982; TREJO et al., 2002; VILLAR-CHEDA et al., 2009).

Podemos considerar que o estilo de vida sedentário seja um dos principais riscos para o desenvolvimento de doenças crônicas. Neste contexto, grande importância vem sendo dada à prática de atividade física em nossa sociedade, principalmente para o desenvolvimento dos componentes da aptidão física voltados à saúde, incluindo aptidão cardiorrespiratória, força, endurance muscular, flexibilidade e composição corporal (HANDSCHIN; SPIEGELMAN, 2008).

Ainda existem outras vantagens propiciadas pelo exercício de força regular, como a melhora na estabilidade articular, aumento da massa óssea, aumento das concentrações plasmáticas de colesterol HDL (High Density Lipoproteins), diminuição da frequência cardíaca de repouso, diminuição do risco de arteriosclerose e de acidente vascular cerebral, diminuição do estresse psicológico, entre outros (PATE et al., 1995; GUINEY; LOPRINZI et al., 2012; STEVENSON; ROACH, 2012; SHULMAN et al., 2012; MACHADO, 2013).

(18)

de aumentar o sistema de defesa antioxidante (ZIGMOND, 2003; FRIEDMAN et al., 2007; KOBILO; LAU et al., 2011; SMITH; SPEELMAN et al., 2011; TUON et al., 2012).

Neste contexto, pesquisas demonstram os benefícios do exercício de força na DP (REUTER et al., 2000; LOGROSCINO et al., 2006; PETZINGER et al., 2007; XU et al., 2010; LAU et al., 2011) e o número de publicações acerca deste assunto vem crescendo significativamente desde 1996 (ROSENTHAL; DORSEY, 2012).

Lau e colaboradores (2011) demonstraram que 18 semanas de exercício aeróbicos protegeram contra a morte de neurônios na SNpc, além de aumentar significativamente a função mitocondrial no estriado de animais submetidos ao modelo de neurotoxicidade experimental de DP, induzido pela administração de MPTP (1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetraidropiridina). Neste mesmo modelo experimental, Petzinger et al., (2007) demonstrou uma recuperação parcial das concentrações de DA, no estriado em animais submetidos a um treinamento em esteira por 28 dias. Da mesma forma, 20 dias de exercício físico voluntário demonstrou melhoras cognitivas e motoras em animais tratados com reserpina (AGUIAR, JR A. S., et al., 2009).

Por outro lado, estudos clínicos também evidenciaram que o exercício de força pode melhorar a marcha e aptidão cardiovascular de indivíduos com DP após três meses de treinamento (SHULMAN et al., 2013). Nesta linha, trabalhos epidemiológicos têm reforçado a hipótese neuroprotetora do exercício físico frente a esta doença (LOGROSCINO et al, 2006; XU et al., 2010).

Dessa forma, o exercício de força tem sido identificado como uma alternativa preventiva e terapêutica para minimizar os sintomas motores e não motores, além de proteger contra a morte de neurônios dopaminérgicos e disfunção motora em modelos animais de DP (SPEELMAN et al., 2011).

No entanto a fadiga, associada com outros sintomas como a depressão e as alterações na marcha, criam uma barreira para a realização de atividades físicas, e esta diretamente relacionada a um estilo de vida sedentário, uma capacidade para exercício diminuída e um baixo condicionamento físico (GARBER; FRIEDMAN, 2003; FRIEDMAN, 2009; SPEELMAN et al., 2011; AARSLAND et al., 2012).

(19)

investigado a associação entre exercício físico e a farmacocinética da L-DOPA, um dos fármacos mais utilizados para tratar os sintomas da DP (CARTER; NUTT; WOODWARD, 1992; REUTER et al., 2000; LOPANE et al, 2010). Embora a maioria dos estudos não encontrem nenhum efeito do exercício sobre a eficácia da L-DOPA (GOETZ et al., 1993; REUTER et al., 2000), uma pesquisa revela uma tendência a uma melhor absorção da L-DOPA durante o exercício de força (REUTER et al., 2000).

(20)

2 JUSTIFICATIVA

As pessoas que têm melhores escores de auto-eficácia mostraram, em nos

estudos com portadores de doenças crônicas (BERRY e WEST, 1993; BANDURA, 2004) uma melhora na adesão aos tratamentos, como também foram mais ativos mesmo com as limitações doença. Os resultados de auto-eficácia podem influenciar o nível do esforço que um paciente com dor crônica vai dispender durante uma atividade, isso pode colaborar na adesão durante o tratamento, tanto intervenções médicas, quanto fisioterápicas e do exercício de força (KAPLAN; WURTELE e GILLIS, 1996).

(21)

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Conhecer o nível a percepção de auto-eficácia em idosos portadores da Doença de Parkinson (DP) que participam de um programa de exercício de força.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Conhecer o nível de severidade da DP dos sujeitos participantes do programa de exercícios de força.

• Conhecer o nível de auto-eficácia dos participantes do programa de exercícios de força.

(22)

3 HIPÓTESES

3.1 HIPOTESE1 (H1)

Os idosos participantes do grupo de atividades físicas para portadores de doenças neurodegenerativas na Universidade de Brasília (UNB) possuem uma boa percepção dos recursos de auto-eficácia.

3.2 HIPOTESE2 (H2)

(23)

5 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

5.1 TEORIAS DO ENVELHECIMENTO

As teorias psicológicas do envelhecimento contribuem para: (1) descrição e explicação das mudanças comportamentais que acontecem ao longo da velhice; (2) caracterização das diferenças existentes entre indivíduos e grupos com relação a como e por que se desenvolvem e envelhecem; (3) diferenciação entre o que é peculiar aos idosos por causa da idade e do que é devido ao contexto sócio-histórico e à história pessoal; (4) identificação das diferenças entre os idosos e as pessoas de outros grupos de idade; (5) descrição sobre como se alteram e como se relacionam, na velhice, os diferentes processos psicológicos, como por exemplo a motivação e cognição; (6) saber se os diferentes processos psicológicos se modificam ou se mantêm com o envelhecimento (NERI, 2006).

Essas são importantes questões que nos auxiliam a entender o processo de envelhecimento e as principais mudanças que determinam essa fase (PEARLIN, L. 2010).

Para Lopes, (2005) na gerontologia a dependência é definida como a incapacidade de a pessoa funcionar satisfatoriamente sem ajuda, devido às limitações físico-funcionais, as limitações cognitivas ou a uma combinação dessas duas combinações. Acredita-se que essa é uma condição obrigatória e unidimensional na velhice.

O que observa-se nas pessoas idosas que buscam a prática de exercícios de força é que elas acreditam que a sua condição de velho está diretamente ligada a incapacidade de realizar atividades básicas da vida diária e até mesmo se tornam inválidos por sofrerem as influencias impostas pela família e pela sociedade, mas de alguma forma podem melhorar esta condição (KONO, A et al. 2004)

Segundo Fortes-Burgos, (2008) os eventos depressivos, patológicos, de carência, de violência física ou psicológica, a diminuição das habilidades, da destreza, etc., marcam a vida desses idosos e transformam suas expectativas, os tornando improdutivos e verdadeiramente doentes.

(24)

saúde e prevenção de doenças para manter sua qualidade de vida, podendo viver contra o estigma de que velho não é funcional, que é apenas um saco de doença, e serve apenas para cuidar dos netos (KARINKANTA, S. 2005).

Entendemos que se a população idosa buscar diante do processo de envelhecimento, responder com uma visão próspera e adaptada as alterações psico-biológicas, muitos transtornos serão evitados (KONO, A et al. 2004)

Outro aspecto que deve ser observado com atenção é a questão dos cuidados familiares, os filhos, netos acreditam que o idoso não está mais apto a desenvolver certas atividade que fazem parte do cotidiano deles e simplesmente os privam de qualquer tarefa ou atividade. Isso deve ser evitado, a inclusão nas atividades de casa, bem como na autonomia de decisão do que se quer ou não fazer, faz parte do processo de envelhecimento e quebra essa premissa de que velho não pode mais fazer nada (FORTES-BURGOS A. C. G 2008).

Os exercícios de força reforçam a autoconfiança do idoso, tornando-se assim importante estimulo positivo para que esses sujeitos permaneçam ativos e estimulados a viver com qualidade (JACK, H.W; COSTIL, D.L. 2001).

Os ambientes super-protetores devem ser adaptados e exigirem algum esforço do idoso, os estímulos devem ser apenas atenuados, mas se retirados como um todo invalidam o idoso que tem condições de responder satisfatoriamente a estímulos menos exigentes (NERI, A. L. 2006).

Se sentir vivo deve ser o objetivo do idoso e para isso ele precisa se adaptar e acreditar que a dependência é uma não é uma situação inerente ao velho, desde bebês somos dependentes, porém a visão distorcida da família, da sociedade e do próprio idoso torna essa condição patológica (LOPES, E. S. L. 2005).

5.2 DOENÇA DE PARKINSON

A doença de Parkinson (DP) é uma doença progressiva, crônica degenerativa do sistema nervoso central, caracterizada pela deficiência na produção de dopamina ocasionada pela destruição da substância negra no cérebro (KARINKANTA et al., 2005).

(25)

diminuição progressiva das funções motoras (OZCAN et al., 2010). Quando combinado com fatores adicionais como diminuição da força muscular, pode levar a quedas causando fraturas, luxações articulares e graves lesões dos tecidos moles (CANO-DE-LA-CUERDA et al, 2010).

Além do comprometimento funcional ocasionado pelas complicações inerentes a DP, as alterações neurocomportamentais, tais como: demência, depressão, tendência ao isolamento e comprometimento cardiorrespiratório são características apresentadas pelo parkinsoniano e que interferem diretamente na performance funcional e independência destes indivíduos (WEINTRAUB et al., 2008; KALTENBOECK et al., 2011).

A Doença de Parkinson é a segunda enfermidade neurodegenerativa mais frequente em todo mundo, ficando atrás somente da Doença de Alzeheimer. As causas epidemiológicas da doença não foram totalmente desvendadas, pois os estudos existentes apresentam variâncias metodológicas e discordâncias conclusivas sobre o tratamento e o que leva ao aparecimento e progressão da doença (POEWE; MAHLKNECHT, 2009).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que em 2050, um quinto da população mundial será composta por idosos (IBGE, 2010). Logo, a população acima de 60 anos aumentará consideravelmente, assim como os indivíduos com DP (ALVES et al., 2008), pois a prevalência do Parkinson aumenta com a idade, chegando a 1% em indivíduos acima de 60 anos (POEWE e MAHLKNECHT, 2009). Para se ter uma ideia, estima-se que por volta de 2020, mais de quarenta milhões de pessoas no mundo serão portadoras de DP (MORRIS et al., 2001).

O estudos de Rodrigues-de-Paula, (2006) indica que a fraqueza muscular é uma característica primária da doença de Parkinson, e que o membro mais acometido pelos tremores perde consideravelmente a força da musculatura extensora e apresenta um maior tempo para completar o Timed Up end Go teste1

1 Timed Up end Go teste: É

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(26)

(TUG), (SCHILLING et al., 2010). Com a redução na força da musculatura esquelética podem acontecer implicações funcionais importantes para as pessoas com DP.

O parkinsoniano, quando de pé, faz uma flexão de todas as articulações, levando a uma posição símia: joelhos e quadris ligeiramente flexionados, ombros arredondados, cabeça tombada para frente e membros superiores curvados em torno do corpo (ISAACSON et al., 2009), o que altera todo o seu centro de gravidade. De acordo com as características pela redução da força muscular, estatísticas disponíveis indicam que a taxa de queda é maior entre as pessoas com doença de Parkinson em comparação com indivíduos saudáveis(BUCKLEY et al., 2008).

Observando as características clinicas da DP, supõe se que intervenções não medicamentosas, como atividade física regular, poderiam minimizar as perdas progressivas de cunho motor, ocasionado pela depressão de dopamina no sistema nervoso central (SNC) destes indivíduos (JACK; COSTIL, 2001).

Outras características secundárias, também, estão relacionadas com a doença. Entre elas: a atrofia por desuso da musculatura esquelética, perda da amplitude articular, diminuições da capacidade respiratória, comprometimento da musculatura visceral também acometida, perda da capacidade peristáltica dificultando o bom funcionamento dos órgãos (JACK; COSTIL, 2001).

5.2.1Sintomas e diagnóstico clínico da doença de Parkinson

Há muita divergência quanto à evolução da doença, a gravidade e a progressão dos sintomas (LEES; HARDY; REVESZ, 2009). Os sintomas da DP estão associados às características motoras, que incluem: tremor em repouso (4-6 Hz), dificuldade em iniciar o movimento (acinesia), redução da velocidade do movimento (bradicinesia), passos assimétricos no tamanho e na velocidade (hipocinesia), rigidez muscular, alterações de equilíbrio e instabilidade postural (MARSDEN, 1994; ANTONINI et al., 1998).

No entanto, os pacientes diagnosticados com DP também apresentam manifestações não motoras que incluem depressão, fadiga, distúrbios do sono REM

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(Rapid Eye Movement ou "movimento rápido dos olhos"), constipação, alucinações e demência, as que impactam negativamente sobre a qualidade de vida (BOREK et al., 2006; CHAUDHURI, K. R. et al., 2011; METTA et al, 2011).

O diagnóstico da DP está baseado na sintomatologia dos pacientes, que foram estabelecidos pelo Banco de Cérebros da Sociedade de Parkinson do Reino Unido (HUGHES et al., 1992). Os critérios podem ser divididos em três grupos: aqueles necessários para o diagnóstico, os de suporte positivo para diagnóstico da DP e os excludente de DP, conforme quadro 1.

Quadro1- Critérios de diagnóstico para a Doença de Parkinson do Banco de Cérebros da Sociedade de Parkinson do Reino Unido

Critérios necessários para diagnóstico de DP

- bradicinesia (deve estar presente junto com pelo menos um dos seguintes sintomas abaixo) - rigidez muscular

- tremor de repouso (4-6Hz) avaliado clinicamente

- instabilidade postural não causada por distúrbios visuais, vestibulares, cerebelares ou proprioceptivos.

Critérios negativos (excludentes) para DP - história de acidente vascular cerebral - história de trauma craniano grave - história definida de encefalite - crises oculogíricas

- tratamento prévio com neurolépticos - remissão espontânea dos sintomas

- quadro clínico estritamente unilateral após três anos - paralisia supranuclear do olhar

- sinais cerebelares

- sinais autonômicos precoces - demência precoce

- sinal de Babinski

Critérios necessários para diagnóstico de DP - presença de tumor cerebral ou hidrocefalia comunicante

- resposta negativa a altas doses de L-DOPA - exposição à metilfeniltetraperidínio

Critérios de suporte positivo para o diagnóstico de DP (três ou mais destes sintomas são necessários para o diagnóstico)

- início unilateral

- presença de tremor de repouso - doença progressiva

- persistência da assimetria dos sintomas - boa resposta a L-DOPA

- presença de discinesias induzidas por L-DOPA - resposta a L-DOPA por cinco anos ou mais - evolução clínica de dez anos ou mais

Fonte: SCHEFFER, (2013)

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Quadro 2 - Escala de gravidade dos sintomas motores na Doença de Parkinson

Escala de gravidade dos sintomas motores na Doença de Parkinson

Estágios Sintomas

Estágio 1 Doença unilateral

Estágio 1,5 Doença axial e unilateral

Estágio 2 Doença bilateral leve. Sem prejuízo do equilíbrio

Estágio 2,5 Doença bilateral, com recuperação do “teste de tração”.

Estágio 3 Doença bilateral leve a moderada. Instabilidade postural. Fisicamente independente

Estágio 4 Deficiência severa, mas ainda capaz de caminhar ou de ficar de pé sem assistência.

Estágio 5 Confinado a cadeira de rodas ou ao leito. Necessita de assistência.

Fonte: HOEHN e YAHR, (1967).

A avaliação clínica é a principal ferramenta para o diagnóstico da DP, que consiste na observação detalhada e no acompanhamento do paciente, baseando-se na informação da progressão dos sinais, sintomas e do perfil clínico. Vários dos sintomas da DP descritos acima, também estão presentes durante o envelhecimento, fato que determina que a DP frequentemente seja diagnosticada tardiamente. No entanto, um diagnóstico definitivo da DP requer uma confirmação

post-mortem (SCHEFFER, 2013).

5.2.2 Fisiopatologia da Doença de Parkinson

A DP se caracteriza histopatologicamente pela perda seletiva de neurônios dopaminérgicos da substância negra, parte compacta (SNpc) do mesencéfalo, e por

inclusões intracitoplasmáticas conhecidas como corpúsculos de Lewy, as que são constituídas principalmente pelas proteínas α-sinucleína e ubiquitina (BERNHEIMER

et al., 1973; SPILLANTINI et al., 1997; ALVES et al., 2008). Os corpúsculos de Lewy são inclusões intracelulares de origem proteica que se acumulam em neurônios em processo de degeneração, especialmente nos neurônios dopaminérgicos da SNpc.

(29)

motoras da DP podem ser explicadas de maneira simplificada pelo processo de degeneração de neurônios dopaminérgicos nigroestriatais, com consequente redução de DA estriatal e desenvolvimento de alterações motoras (LANG, 2009; LEES et al., 2009).

Neste cenário, sabe-se que os núcleos da base, constituídos por substância negra (SN), estriado, globo pálido externo (GPe) e interno (GPi) e núcleo subtalâmico (NST), são descritos de longa data como um centro motor (BURCH; SHEERIN, 2005).

Devido a antigas evidências post-mortem sobre distúrbios envolvendo movimentos involuntários, desde hipocinéticos até hipercinéticos, as alterações patológicas desses núcleos estão associadas a alterações motoras complexas, como tremor de repouso e lentidão dos movimentos voluntário (VILLABLANCA; MARCUS, 1975; BURCH; SHEERIN, 2005; JENNER, 2008).

5.2.3 Tratamento farmacológico da Doença de Parkinson

A progressão da DP e suas manifestações clínicas (motoras e não motoras), associadas a efeitos colaterais precoces e tardios da intervenção terapêutica, tornam o tratamento da doença muito complexo. O grau de resposta à terapia farmacológica é inversamente proporcional à progressão da doença e aparição de novos sintomas (MORRISH et al., 1998). Ainda, a escolha do medicamento mais adequado deverá levar em consideração fatores como: estágio da doença, sintomatologia presente, ocorrência de efeitos colaterais, idade do paciente, medicamentos em uso e seu custo.

(30)

O tratamento farmacológico com L-DOPA tem a capacidade, depois de ser absorvido pelo trato gastrintestinal, de permear a barreira hematoencefálica, ser captado pelo transportador de aminoácido aromático e transformado em DA no terminal neuronal. A farmacocinética da L-DOPA descreve uma meia vida plasmática de aproximadamente duas horas. Apenas 1-3% de uma dose de L-DOPA oral chega efetivamente ao cérebro, o restante é metabolizado perifericamente. Desta forma é necessária a administração conjunta de inibidores da enzima dopa-descarboxilase, (DDC) que promove a descarboxilação da DA, por exemplo, benserazida ou carbidopa (KALINDERI et al., 2011; RAVENSTIJN et al., 2012; HUOT et al., 2012).

Estes inibidores não atravessam a barreira hematoencefálica, aumentando a conversão central de L-DOPA. A excreção urinária da L-DOPA aparece sob a forma dos metabólitos ácido homovanílico (HVA) e ácido 3,4-diidroxifenilacético (DOPAC), oito horas após a administração de uma dose oral. Embora a L-DOPA seja o medicamento mais utilizado para o tratamento da DP, a administração crônica do fármaco é frequentemente associada com o desenvolvimento de flutuações motoras e discinesias, que atingem aproximadamente 50% dos pacientes (normalmente após 3-5 anos) (LINAZASORO, 2005; KALINDERI et al., 2011).“Flutuações motoras” se referem as respostas motoras flutuantes à administração da L-DOPA, com encurtamento da duração de seu efeito (fenômeno do wearing off) e interrupção súbita de sua ação, levando a uma situação “resposta-falta de resposta” (fenômeno on-off) ao medicamento (KOLLER, 2002).

Existem outros modos de intervenção farmacológica, como com agonistas dopaminérgicos para os receptores tipo D2 (bromocriptina e pramipexol), inibidores da enzima monoamina oxidase-B (MAO-B) (selegilina e rasagilina), inibidores da enzima catecol-O-metiltransferase (tolcapone e entacapone), anticolinérgicos (biperideno, triexifenidil e benztropina) e antiglutamatérgicos (amantadina), que também são utilizados de acordo com o paciente e a progressão da doença (VOON et al., 2005).

(31)

• Técnicas que envolvem a lesão de uma determinada área cerebral, por exemplo, a talamotomia indicada no tremor, ou a palidotomia estereotática no tratamento de discinesias induzidas por L-DOPA;

• Estimulação cerebral profunda (deep brain stimulation), a qual é realizada mediante a introdução de um eletrodo no cérebro que fornece uma corrente elétrica contínua sem causar lesão. Esta última é considerada uma técnica mais segura por permitir uma suspensão do tratamento farmacológico (LIMOUSIN et al., 1998; VOON et al., 2005).

Comparado ao tratamento com L-DOPA, os tratamentos cirúrgicos proporcionam um curso mais estável de resposta, com menos flutuações motoras e discinesias. Permite a redução das concentrações do medicamento, o que em consequência reduz outras complicações, e aumenta a qualidade de vida. Entretanto, o tratamento cirúrgico é retardado o máximo possível devido ao fato de que todos os procedimentos cirúrgicos estão sujeitos ao desenvolvimento de complicações, as quais incluem hemorragia, convulsões, déficits motores, deterioração cognitiva e, até mesmo, a morte (LANG et al., 1997; BRONSTEIN; DESALLES; DELONG, 1999).

5.2.4 Exercício de força e o Parkinson

O treinamento resistido também é seguro para indivíduos com DP, segundo parâmetros bioquímicos relacionados a dano muscular e estresse oxidativo. Em estudo Dible et al (2006) mensuraram a concentração sanguínea de creatina quinase em indivíduos com DP antes, durante, e após um programa de treinamento resistido. A quantidade desta enzima não sofreu nenhuma alteração significante, e manteve-se sempre abaixo do ponto considerado como limiar de dano muscular. Apesar deste fato, o ganho de força muscular observado foi significante quando comparado aos valores de base.

Bloomer et al. (2007) relataram que seu programa de treinamento resistido foi bem tolerado por indivíduos com DP, a partir da análise de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, que apresentaram um decréscimo associado à elevação de agentes antioxidativos.

(32)

intervenção deve ser utilizada como procedimento terapêutico no tratamento da referida patologia devido a sua capacidade de melhorar a função neuromuscular e musculoesquelética.

Os estudos revisados por estes autores, relatam ganhos de força em portadores de parkinson após 12 semanas de treinamento utilizando exercícios de força (PEDERSEN et al., 1990; DIBLE et al., 2006; RODRIGUES-DE-PAULA et al., 2006 BUCKLEY et al., 2008), dez semanas (HIRSCH et al., 2003), e oito semanas (SCANDALIS et al., 2001; BLOOMER et al., 2007; SCHILLING, 2010).

Não foram encontradas publicações que utilizassem períodos menores de intervenção para elucidar se melhoras significantes que podem ocorrer em um menor intervalo de tempo, a exemplo de como já foi demonstrado em idosos neurologicamente saudáveis (KNIGHT; KAMEN, 2001).

Encontra-se na literatura o consenso de que o treinamento resistido é um agente seguro e eficaz para reestabelecer a força muscular de indivíduos com DP, o que é concluído pelo estudo publicado por Buckley et al., (2008), que avaliaram os membros superiores. O programa de treinamento resistido foi realizado em conjunto com suplementação oral de creatina monohidratada ou lactose monohidratada.

A maioria dos estudos que avaliaram o ganho de força apenas nos membros inferiores de portadores de parkinson (PEDERSEN et al., 1990; HIRSCH et al., 2003; DIBLE et al., 2006; SCHILLING et al., 2010; RODRIGUES-DE-PAULA et al., 2011) buscaram a relação entre este efeito e a melhora no desempenho em atividades da vida diária que dependem prioritariamente dos membros inferiores. Constatando que o treinamento resistido pode ser utilizado como forma não medicamentosa de tratamento.

Desta forma podemos sugerir que o treinamento resistido pode ajudar a melhorar as atividades de vida diária destes indivíduos e sua percepção de auto-eficácia frente aos problemas inerentes a DP (RODRIGUES-DE-PAULA et al., 2011).

5.3 AUTO-EFICÁCIA

(33)

organizar e executar cursos de ação necessários para alcançar determinados resultados (BANDURA, 2001).

Para Bandura (2001, p. 21) a expectativa de AE pessoal determina se o comportamento será iniciado, quanto esforço será empreendido e por quanto tempo esse comportamento será mantido diante de obstáculos e experiências aversivas. A força das convicções das pessoas em sua própria efetividade prediz se elas irão tentar enfrentar as situações dadas. Sendo assim, a AE percebida influencia a escolha do ambiente comportamental, ou seja, as pessoas tendem a evitar situações ameaçadoras que elas acreditam exceder suas habilidades de enfrentamento, mas elas se envolvem em atividades e se comportam confiantemente quando se julgam capazes de manusear as situações. A AE não só pode ter influência direta na escolha das atividades e dos ambientes, mas, mediante expectativas de sucessos eventuais, ela pode afetar os esforços de enfrentamento uma vez que foram iniciados. Quanto maior a AE percebida, mais ativos são os esforços.

Os recursos de auto-eficácia podem originar-se e alterar-se de acordo com as experiências vivenciadas. Quatro fontes influenciam diretamente estas crenças, sendo elas: experiência de domínio, experiência vicária, persuasão social e excitação emocional (BANDURA 2001,2004).

Para Cardoso e Rabelo (2007) experiência de domínio reflete comportamentos mais seguros, pois o sujeito já vivenciou determinadas tarefas e obteve êxito, logo se sente apto a repetir determinadas ações. As experiências vicárias são descritas como a observação de terceiros desempenhando atividades consideradas ameaçadoras, porém sem consequências adversas, o que permite gerar um estímulo ao observador na execução de determinado desafio.

A persuasão social ocorre mediante sugestões, e as pessoas são levadas a acreditar que podem enfrentar com sucesso o que as derrotou no passado. As experiências induzidas são mais fracas do que as de sucesso direto. A alta excitação, usualmente, debilita o desempenho e, sendo assim, os indivíduos provavelmente esperam mais sucesso quando não estão assediados por excitações aversivas do que quando estão tensos e visceralmente agitados (MARTURANO, et al. 2000).

(34)

As experiências de domínio ou êxito são as que mais reforçam as crenças de AE, pois o sucesso estimula o indivíduo a continuar executando as tarefas as quais foi bem-sucedido, tornando-se assim confiante em vencer os desafios e tarefas aos quais lhe são impostos (BANDURA, 2004).

Outra forma de persuasão apontada por Bandura (2004) é estimulo verbal, isto é, mediante sugestões as pessoas são encorajadas a acreditar que podem enfrentar com sucesso experiências frustrantes já vivenciadas.

O estado fisiológico é outra fonte de informação apontada, essa condição informa sobre as capacidades do indivíduo, uma vez que, dependendo de como ele se sente diante de uma determinada situação, fará um julgamento de suas habilidades (CARDOSO, 2007).

Segundo Neri (2007) a auto-eficácia é constituída por importantes mediadores de percepção, responsáveis por modular os comportamentos de pessoas de todas as idades com relação à saúde física, à funcionalidade física, intelectual e social, ao manejo de recursos físicos e sociais do ambiente em que vivem. E também ao manejo de cognições, sentimentos, emoções, motivações e metas. O senso de auto-eficácia está presente ao longo de toda a vida e faz parte de um enfoque orientado à pessoa.

No idoso o problema está em avaliar as suas próprias capacidades afetadas por perdas das funções biológicas, que declinam de acordo com a idade ou por causa de doenças associadas à velhice assim, o idoso tem o seu senso de auto-eficácia particularmente mais desafiado (NERI, 2007).

Aliado à ideia de que com a velhice há um declínio das competências cognitivas, as instituições sociais se antecipam e excluem os idosos dos setores produtivos, isolam, discriminam e isso causa lhes dificuldades, que mesmo sabendo que é normal um declínio das suas funções biológicas e cognitivas não está preparado para ser excluído dos grupos de seu convívio.

(35)

que uma boa percepção de auto-eficácia tem um forte impacto sobre o bem-estar e o prognóstico de saúde.

Tal importância deve ser enfatizada, pois assim é possível entender o processo de envelhecimento de uma forma mais amena e conseguir contrapor, de alguma maneira, as relações e condições físicas impostas por essa fase.No âmbito da avaliação psicológica, a auto-eficácia geral pode ser um indicador útil na área da saúde, tendo em vista que ela tem sido preditora de qualidade de vida em jovens (KVARME et al., 2009; DELL’ AGLIO et al., 2012), de ajustamento psicossocial em crianças e adolescentes portadores de doenças crônicas (DAHLBECK; LIGHTSEY, 2008) e da resposta de pacientes ao câncer (LUSZCZYNSKA; MOHAMED; SCHWARZER, 2005; MYSTAKIDOU, et al., 2008), entre outros.

6 METODOLOGIA

6.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa transversal de coleta única com características

exploratória e quantitativa. Foram analisadas as características morfofisiológicas do idoso com Doença de Parkinson assim como sua percepção de auto-eficácia.

6.2 AMOSTRA

A amostra por conveniência do presente estudo foi composta por 37 sujeitos do sexo masculino com idade média de 64,27 ± 9,36 com diagnóstico de DP emitido por médico neurologista, praticante de exercício de força provenientes do Programa de Atividade Física para Pessoas com Doenças Neurodegenerativas da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (FEFI – UNB).

O pesquisador teve acesso aos sujeitos, pois faz parte do Programa de Atividade Física para Pessoas com Doenças Neurodegenerativas da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília (FEFI – UNB).

(36)

• Critérios de inclusão:

o Sexo masculino;

o O participante deveria ser diagnosticado de forma positiva para

Doença de Parkinson;

o A idade entre 60 e 80 anos de idade;

o Pontuação igual ou superior a 24 pontos na avaliação cognitiva.

o Classificação entre 1 e 3 na Escala de Hoehn e Yahr Modificada.

o Ter aceitado participar da pesquisa assinando o termo livre e

esclarecido para trabalhos científicos.

o Estar fazendo participando das atividades oferecidas pelo Programa

de Atividade Física para Pessoas com Doenças

Neurodegenerativas.

• Critérios de exclusão:

o Presença de alguma comorbidade que pudesse impedir a

participação em algum procedimento realizado no estudo ou que pudesse ser agravada por algum destes procedimentos;

o Problemas osteo-articulares;

o Lesões musculares;

o Dores incapacitantes;

o Recusa em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE).

o Indivíduos que não estejam ligados (diretamente) ao programa de

(37)

6.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

6.3.1 Avaliação do estágio da DP

O estágio da DP foi avaliado de acordo com a Escala de Hoehn e Yahr, que é um instrumento de alta confiabilidade para quantificar a evolução da patologia (GOULART; PEREIRA, 2005).

A classificação proposta inicialmente por Hoehn e Yahr (1967) compreende cinco estágios ordinais, que vão da ausência de sinais neurológicos relacionados à DP, ao ponto em que o sujeito encontra-se acamado. A versão utilizada no presente estudo será a Escala de Hoehn e Yahr Modificada, que é uma versão proposta pela Movement Disorder Society (2004), cuja adição de três estágios intermediários entre aqueles já utilizados anteriormente permite uma classificação ainda mais precisa.

6.3.2 Habilidade cognitiva

A habilidade cognitiva foi avaliada pelo Mini Exame de Estado Mental (MEEM), que foi aplicado em entrevista realizada individualmente. Este teste foi o instrumento utilizado para identificar comprometimentos cognitivos, pois contempla a orientação temporal, a orientação espacial, a atenção, a memória, a linguagem e a capacidade construtiva visual (FOLSTEIN et al., 1975). Sua aplicação foi realizada de acordo com as recomendações propostas por Brucki et al. (2003) para uso na população brasileira e foi útil para identificar se todos os sujeitos eram capazes de compreender as orientações dadas durante a intervenção.

6.3.3 Avaliação antropométrica

A estatura foi mensurada utilizando um estadiômetro da marca Country Technology modelo 67034 com resolução de 1 cm. A massa corporal foi mensurada utilizando uma balança digital da marca Filizola modelo Personal Life com resolução de 10 mg.

(38)

alinhada no plano de Frankfurt2, conforme recomendado por Garcia (2007). O Índice

de Massa Corporal (IMC) foi determinado pelo quociente de massa corpórea/estatura, onde a massa corporal é expressa em quilogramas (Kg) e a estatura em metros (m).

6.3.4 Teste de 10 repetições máximas (RM)

A avaliação de força muscular foi realizada por meio do teste de 10 repetições máximas (RM) conforme proposto por Baechle e Earle (2000). Para tanto, serão realizadas 8 sessões de familiarização para garantir a validade do teste, como sugerido por Ploutz-Snyder e Giams (2001).

6.3.5 Avaliação da auto-eficácia

A auto-eficácia foi mensurada através da Escala de Auto-Eficácia Geral Percebida (EAEGP), de autoria de Schwarzer e Jerusalem (1995). A Escala brasileira foi adaptada com base nas versões inglesa, espanhola e portuguesa do mesmo instrumento.

Para validação da Escala utilizou-se a análise da consistência interna através do Alpha de Cronbach, o qual apresentou um índice de 0.81, mostrando a adequação da escala na versão brasileira.

Visando avaliar a validade externa da escala, realizou-se uma série de estudos de correlação com outras escalas já validadas como a de anomia, satisfação com o suporte social e de gênero (DELL’ AGLIO et al., 2012)

Trata-se de uma escala de autorrelato com 10 itens respondidos em formato Likert. Os procedimentos na adaptação do instrumento envolveram uma tradução inicial realizada por pessoa com proficiência na língua inglesa. A qualidade geral da tradução foi discutida pelos pesquisadores com o tradutor, gerando-se a versão em português.

Como exemplo de item da EAEGP observamos, “tenho confiança para me sair bem em situações inesperadas”. A chave de respostas possui quatro pontos: 1 = “Não é verdade a meu respeito”; 2 = “É dificilmente verdade a meu respeito”; 3 = “É

2 Linha imaginária e paralela ao solo que segue do ponto mais baixo da borda inferior da órbita à

(39)

moderadamente verdade a meu respeito”; e 4 = “É totalmente verdade a meu respeito”, esse procedimento se aplica a todas as questões da escala.

Vários estudos sugerem que a avaliação da autoconfiança na competência global pode auxiliar na compreensão dos processos de enfretamento e desempenho implicados em contextos de saúde e doença, trabalho, escolha de carreira, entre outros (OEI; HASKING e PHILLIPS, 2007).

6.3.6 Caracterização do programa

O programa de treinamento resistido foi delineado de acordo com as recomendações do American College of Sports Medicine em seus pronunciamentos sobre exercício físico para idosos (2009) e para indivíduos com DP (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2009).

A intervenção teve a duração total de doze sessões, com frequência de duas sessões por semana, totalizando seis semanas de treino. Cada sessão foi precedida por um período de aquecimento composto pelos seguintes movimentos: flexão do tronco em decúbito dorsal, extensão do tronco em pé e extensão do tornozelo em pé. Foram executadas duas séries de até um minuto cada, com intervalos de um minuto, em velocidade livre. Caso necessário, os voluntários poderiam interromper estas séries antes do tempo estabelecido como meta.

Os movimentos de extensão do joelho associado à extensão do quadril (exercício pressão de pernas), flexão horizontal do ombro associado à extensão do cotovelo (exercício supino reto sentado), flexão do joelho (exercício cadeira flexora), extensão do ombro associado à flexão do cotovelo (exercício remada sentado) e extensão do joelho (exercício cadeira extensora) foram executados em máquinas específicas para treinamento resistido da marca Rotech modelo RS (Goiânia, Brasil).

Estas sessões foram designadas como fase de familiarização, e tiveram como objetivo promover as adaptações necessárias para a aplicação de um teste de força (teste de 10 RM). Segundo Ploutz-Snyder e Giams (2001), em idosos, este processo ocorre em oito sessões.

(40)

Robertson (2006), que remete a uma percepção subjetiva de esforço classificada como “pouco fácil”, como demonstra a figura abaixo.

Figura 1 Figura 1: OMINI-Resistance Exercise Scale

Fonte: Lagaly e Robertson (2006).

A progressão de carga foi realizada constantemente, sempre que o indivíduo demonstrou a capacidade de realizar mais de 15 repetições em ambas as séries do exercício.

6.3.7 Local para coleta de dados

(41)

7 ASPECTOS ÉTICOS

No que se refere aos aspectos éticos e pesquisa, este projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Plataforma Brasil e da Universidade Católica de Brasília (UCB), seguindo todas as recomendações da Resolução 196/96 e suas complementares, que trata de pesquisas envolvendo seres humanos. Tendo seu parecer favorável registrado sob o Nº.

(42)

8 ANÁLISE DOS DADOS

Foi realizada análise exploratória dos dados, com medidas descritivas de média e desvio-padrão para organizar e apresentar os resultados. Para caracterização da amostra utilizou-se as seguintes variáveis: massa corporal, estatura, IMC, estágio da doença de Parkinson (Hoehr-Yarh), tempo de diagnóstico (em anos), habilidade cognitiva (MEEM) e auto-eficácia (EAEGP). A normalidade das variáveis foi testada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov.

Para avaliar a confiabilidade do questionário utilizado para mensurar a auto-eficácia (EAEGP) foi utilizado o coeficiente alfa de Cronbach, estatística adequada para medir a consistência interna do instrumento, considerando-se como 0,70 o limite inferior da aceitabilidade. Foi apresentada a distribuição interquartílica da EAEGP e adotada a mediana como ponto de corte para auto-eficácia: baixa ou alta.

Foi utilizada o coeficiente de correlação não paramétrico de Spearman para avaliar a relação entre a auto-eficácia e as demais variáveis de estudo: estágio da doença de Parkinson (Hoehr-Yarh), tempo de diagnóstico (em anos) e habilidade cognitiva (MEEM).

(43)

9 RESULTADOS

As características descritivas dos participantes do estudo estão presentes na tabela 1, onde se observar as médias e desvios padrão das variáveis idade em anos, 64,27±9,36, massa corporal em quilo gramas e estatura em centímetros (cm) e o IMC, 26,28±4,34. Para tal foi empregado o teste t, estes dados foram pelo pesquisador no período matutino, no laboratório de força da (UnB), na Faculdade de Educação Física (FEFI), no campus da Asa Norte, Brasília, Distrito Federal.

Tabela 1 Caracterização amostral (n=37)

Homens com Doença de Parkinson

Idade (anos) 64,27±9,36

Massa Corporal (Kg) 72,46±12,40

Estatura (cm) 166,54±6,25

IMC (Kg/m²) 26,28±4,34

Kg = quilograma; cm = centímetros; n = número amostral; IMC = índice de massa corporal; m² = metro quadrado.

(44)

Tabela 2 Estágio da doença de Parkinson (Hoehn e Yahr), tempo de diagnóstico (em anos), habilidade cognitiva (MEEM) e auto-eficáfia (EAEGP).

Média ± Desvio Padrão

(n=37)

Hoehn e Yahr (nível de

severidade) 2,41±0,94

Diagnóstico (anos) 8,43±5,62

MEEM (nível cognitivo) 26,78±2,63

EAEGP (percepção de

auto-eficácia) 32,57±5,95

MEEM = Mini Exame de Estado Mental; EAEGP = Escala de Auto-Eficácia Geral Percebida; n = número amostral.

O questionário Escala de Auto-eficácia Percebida (EAGP) aplicado no presente estudo apresentou estatística Alfa de Cronbach de 0,91, o que demostrou boa confiabilidade do instrumento, já que o limite inferior de aceitabilidade é 0,70.

Para classificação da auto-eficácia em níveis alto ou baixo foi apresentada a distribuição interquartílica da EAEGP (Tabela 3) e utilizada à mediana como ponto de corte para auto-eficácia. Portanto, indivíduos com escore até 33 pontos foram classificados como de baixa auto-eficácia e indivíduos com escore de 34 pontos ou mais foram classificados como de alta auto-eficácia.

Tabela 3 Distribuição interquartílica da EAEGP.

Percentis EAEGP

P25 29,5

P50 (Md) 34,0

P75 37,0

(45)

No Gráfico 1 observamos a classificação de baixa eficácia e alta auto-eficácia, com esta classificação foram identificados dois grupos, no qual 21 dos 37 foram classificados como tendo alta percepção, o que representou 56,8% da amostra, e 16 dos 37 classificados com baixa percepção de auto-eficácia, representando 43,2% da amostra.

Figura 2 Gráfico 1: Classificação da auto-eficáfia (EAEGP).

Na tabela 4 verifica-se que não foi encontrado nível de significância entre a correlação da auto-eficáfia (EAEGP) com o estágio da doença de Parkinson (Hoehn e Yahr), tempo de diagnóstico (em anos) e habilidade cognitiva (MEEM), para tal análise foi utilizado o Rho de Spearman.

Tabela 4- Correlação da auto-eficáfia (EAEGP) com o estágio da doença de Parkinson (Hoehn e Yahr), tempo de diagnóstico (em anos) e habilidade cognitiva (MEEM).

Rho de Spearman P

Hoehn e Yahr -0,069 0,685

Diagnóstico (anos) 0,031 0,857

MEEM 0,211 0,210

MEEM = Mini Exame de Estado Mental; EAEGP = Escala de Auto-Eficácia Geral Percebida; n = número amostral; rho = coeficiente de correlação; p = nível de significância.

(46)

índice de auto-eficácia com ≤ 8 anos de diagnóstico, e 11 sujeitos com ≥ 8 anos, já

com baixa percepção foram identificados 9 sujeitos com ≤ 8 anos e 7 com ≥ 8 anos.

Resultado este que também foi observado no GRAFICO 01 de classificação da auto-eficáfia (EAEGP).

Tabela 5 Descrição da auto-eficáfia e baixa auto-eficácia segundo a média de tempo de diagnóstico (em anos):

Tempo de

diagnóstico Nº de indivíduos

Auta-eficácia

≤ 8 anos 10

≥ 8 anos 11

Baixa-eficácia

≤ 8 anos 9

≥ 8 anos 7

≤ 8 anos: maior ou igual a oito anos de diagnóstico, ≥ 8 anos: menor ou igual a oito anos de

(47)

10 DISCUSSÃO

Após extensa revisão bibliográfica nas principais bases de dados como: Pubmed, sciELO, EBSCO e Lilacs nos anos de 1973 até hoje, não foram encontrados trabalhos que apresentassem resultados diferentes dos encontrados nesta pesquisa, quando se relaciona exercícios resistidos e doença de parkinson.

Para Couto (2010) a auto-avaliação das capacidades funcionais e das dificuldades em manter ou aceitar os recursos reabilitatórios depende de critérios como autoestima e auto-eficácia. O que pode ser observado levando-se em conta os resultados encontrados neste estudo. Durante a metodologia empregada, a pesquisa demonstra a presença de uma boa percepção de auto-eficácia dos idosos com parkinson que aderiram ao programa de exercícios resistidos.

Os participantes da pesquisa para a prática segura de exercícios resistidos foram habilitados a participar da intervenção a partir da avaliação de severidade da DP, obtida por meio da escala Hoehn e Yahr, (ANTONINI, 1998; ALVES, 2008; ARCHER, 2011), onde o resultado foi de 2,41 (±0,94). Resultado semelhante aos estudos que tenham associado à DP com exercícios resistidos e atividade física (CARTER; NUTT; WOODWARD, 1992, BUCKLEY; PITSIKOULIS; HASS, 2008; CANO-DE-LA-CUERDA, 2010), pois pacientes com níveis acima de grau 3 (três) nesta escala apresentam grande dificuldade de locomoção, bradicinesia avançada e outros sintomas o que impossibilitaria a prática segura do treinamento proposto.

(48)

Ao relacionar o senso de auto-eficácia com o tempo de diagnóstico da doença e o nível de acometimento físico, pôde-se verificar na tabela 4 que não foi encontrada um nível de significância relevante. Porém ao analisar a tabela 3 e 5, verifica-se que os participantes com escore de 34 pontos ou mais foram classificados como tendo alta auto-eficácia, levando a crer que os exercícios resistidos favorecem uma modulação positiva nestes sujeitos para auto-eficácia. Tal fato é encontrado na literatura, como verificado nos estudos de Godeli (2003), onde os sujeitos que praticam atividade física têm seus escores na EAEGP semelhantes aos encontrados neste estudo.

Ao correlacionar o tempo de diagnóstico e classificação na EAEGP, observa-se que: 10 sujeitos com o tempo superior ou igual a 8 anos de diagnóstico, manifestam-se altamente eficazes, o que pode significar qualidade de vida no envelhecer, ainda que com Parkinson, porém 9 sujeitos com o tempo de diagnóstico semelhante apresentaram escores abaixo de 34, sendo classificados com baixa auto-eficácia, por outro lado, 11 participantes com menos de oito anos de diagnóstico apresentam alta auto-eficacia e apenas 7 sujeitos com menos de oito anos de diagnóstico apresentaram escores abaixo de 34 na EAFGP.

Em seu estudo ‘’Barreiras à prática de atividade física e qualidade de vida em parkinsonianos’’, Hirayama et al. (2004) relata que os portadores da DP praticantes regulares de atividade física, devidamente orientada, demonstram estar mais dispostos e motivados para lidar com as dificuldades resultantes dos sintomas apresentados pela doença. Isso também foi encontrado outros estudos (AGUIAR, 2009; AZZI, 2012; BERTOLDI, 2013). O que vai de encontro com o que os participantes da pesquisa relataram, onde a AE adquirida com os exercícios resistidos orientados, lhes permitiu reconhecer seus recursos pessoais no gerenciamento de limitações inerentes à doença, em especial a autoconfiança, achado este expresso no valor de 56,8% de índice de auto-eficácia obtidos nas respostas ao questionário.

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de saúde de idosos”, no qual relata que a adoção de comportamentos promotores de saúde, como praticar atividade física regularmente, entre outros, contribuiria para evitar o desenvolvimento de enfermidades associadas a não adoção destes comportamentos.

Para Azzi (2012) e Bandura (2001) apesar da velhice ser associada a perdas da capacidade física e cognitiva existem algumas compensações e ganhos: a capacidade de auto regulação permanece inalterada ao longo da vida por meio de fatores protetores do envelhecimento. O que faz com que determinadas áreas e mecanismos do self (compreendido por ser a definição de si mesmo, como pessoa, é o sentido de sua identidade) possam atuar como recursos para a auto-eficácia e o crescimento, mantendo otimizado o funcionamento da saúde.

É consenso na literatura especializada (OMS, 2005; SILVA, 2011; COLUSSI, 2011) que a pratica regular de atividade física é benéfica à saúde, logo grupos especiais como diabéticos e hipertensos devem aderir a essa estratégia como tratamento não medicamentoso, a fim de aperfeiçoar os resultados e reduzir os sintomas das doenças. Comportamento que também pode ser adotado como parte do tratamento não medicamentoso para portadores da Doença de Parkinson.

Nos estudos de Bertoldi (2013) e Au-Yeung (2003) foram relatadas correlações diretamente proporcionais entre alterações de equilíbrio e diminuição da força muscular em pessoas com Parkinson, o que pode ser reduzido pela prática regular de exercícios resistido. No estudo de Bertoldi (2013) verifica se que as melhoras advindas da prática de exercícios resistidos não se limitam as alterações psicológicas e comportamentais, equilíbrio, força e resistência muscular são fatores também estimulados, contribuindo diretamente para uma melhora do funcional do sujeito.

Segundo Shepherd, (2001) os exercícios de fortalecimento muscular atuam no aumento do recrutamento de unidades motoras, na melhora do equilíbrio corporal, na capacidade e no timing na geração de força, diminui a rigidez muscular e a hiperativação reflexa e preserva a extensibilidade funcional dos músculos.

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distúrbios de equilíbrio são frequentes nesses indivíduos. O que pode influenciar positivamente a percepção de alta-eficácia.

Estudos (SHEPHERD, 2001; AU-YEUNG, 2003; BERTOLDI, 2013) demonstram que a prática regular de exercícios resistidos, por pessoas com Parkinson, proporciona a melhora das funções motoras, o que impulsiona a percepção de alta auto-eficácia desses indivíduos, conforme verificado nos resultados do presente do trabalho.

Segundo Godeli e Miranda (2003), estão relacionados à satisfação com a vida os seguintes resultados da participação em atividade física:

a) aumento da auto-eficácia e da competência;

b) a melhora no auto-conceito, auto-estima e imagem corporal; c) alto nível de qualidade de vida.

Além disso, os idosos fisicamente ativos apresentaram saúde melhor e relataram aumento na capacidade de enfrentar o estresse e a tensão no dia-a-dia, fatores que influenciam a percepção do nível de satisfação com a própria vida. O que pode ser aplicado aos idosos com DP, o que esta de acordo com os resultados do presente estudo.

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11 CONCLUSÕES

Os resultados do presente estudo demonstram que os participantes alcançaram o escore necessário para garantir a prática segura dos exercícios propostos no programa, de acordo com a avaliação do nível de severidade da DP verificado pela escala de HY.

Foi possível verificar através do MEEM, que os pacientes estavam aptos quanto ao aspecto cognitivo para responder os instrumentos utilizados neste estudo.

Apesar de não ter sido encontrada correlação significante entre o senso de auto-eficácia com o tempo de diagnóstico e o nível de acometimento da doença, os idosos com de Parkinson participantes do programa de exercícios resistido demonstraram uma boa percepção de auto-eficácia, o que lhes proporciona melhor condição de enfrentamento das limitações inerentes à doença.

Sugerem-se mais estudos nesta área para que se possa determinar os mecanismos de percepção de auto-eficácia correlacionada aos exercícios resistidos em portadores de Parkinson, e ainda a utilização de outras estratégias de verificação da auto-eficácia, como a realização de um estudo comparando amostras que praticam o exercício resistido, com amostras que não participem da intervenção.

Um dos fatores limitantes deste estudo foi o número de sessões de exercício praticados por semana, apenas duas. Em estudos futuros propõe-se a implementação de mais sessões semanais e a analise pre e pôs intervenção dos instrumentos utilizados na pesquisa.

Imagem

Figura 1 Figura 1: OMINI-Resistance Exercise Scale
Figura 2 Gráfico 1: Classificação da auto-eficáfia (EAEGP).
Tabela  5  Descrição  da  auto-eficáfia  e  baixa  auto-eficácia  segundo  a  média  de   tempo de diagnóstico (em anos):

Referências

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