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Os Efeitos da Privação Sensorial em Idosos Institucionalizados

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Os Efeitos da Privação Sensorial em Idosos

Institucionalizados

Juliana Gutierrez Paschotto Patricia Nunes Baco

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

São Paulo 2007

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

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Os Efeitos da Privação Sensorial em Idosos

Institucionalizados

Juliana Gutierrez Paschotto Patricia Nunes Baco

São Paulo 2007

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel

em Fonoaudiologia da Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo, sob a orientação da Profª. e Drª Edilene Boéchat.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA

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Agradecimentos

À orientadora, Prof.ª Dr.ª Edilene Boéchat, pela orientação, principalmente pela dedicação carinho e atenção com que sempre nos tratou. Por fazer brotar em nós, ainda mais, a paixão pela audiologia e pelos velhinhos.

À Casa dos Velhinhos de Ondina Lobo, obrigada por permitir nossa entrada na instituição, pela atenção e respeito com que sempre nos trataram em especial aos velhinhos que fizeram parte do trabalho e, por mais indispostos que estivessem, sempre se prontificaram a nos ajudar.

À Prof.ª Dr.ª Kathryn Harrison, parecerista, por suas aulas que nos incentivaram a gostar de áudio e seguir este caminho.

Ao João, pela paciência, ajuda e carinho que sempre teve com a gente. Em nenhum momento se negou a fazer nada, pelo contrário, estava sempre pronto para qualquer pedido de socorro que fizéssemos.

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Agradecimento de Juliana

Primeiramente a Deus por estar sempre em meu caminho me confortando, principalmente em momento difíceis.

Aos meus pais Roberto e Izilda, que sempre apoiaram as minhas decisões e me incentivaram em todas elas, especialmente durante esses quatro anos. Em muitos momentos me viram desesperada e, mesmo assim foram pacientes e souberam me acalmar e dar, aquela luz que só pai e mãe sabem dar com todo carinho do mundo. Podem ter certeza que eu não seria ninguém sem vocês. Meus dois grandes exemplos de pessoa, de honestidade, de amor e, mais que tudo, de pais. Amo vocês!

Aos meus irmãos Thiago e Vitória e aos meus avós por todos os cuidados e carinhos que sempre tiveram comigo.

Ao meu namorado, Rennê, que entrou na minha vida no ano mais corrido e, esteve comigo em todos os momentos, me ajudando e ajudando neste trabalho. Soube agüentar o nervosismo algumas horas e retribuir com seu carinho que é sempre especial. Sou grata por tê-lo ao meu lado. Te Amo!

À minha amiga e parceira, Pat que, apesar de algumas situações ao longo da faculdade, dividiu comigo além deste trabalho e os momentos de aflição, tensão, desespero, alegria e confidencias.

Às amigas de longa data, Barbara, Bruna, Fernanda e Susana, que, me apoiaram em dias difíceis e estressantes, respeitaram minha ausência em outros e deram atenção, ouvidos e ajuda sempre que precisei.

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Agradecimento de Patricia

A Deus, que sempre estiveram presentes, me protegendo.

Aos meus pais Mauro e Suely por me daremeducação, por estarem sempre ao meu lado nos momentos difíceis. Pelo amor e carinho. Sempre presentes, sendo meu porto seguro, se esforçando para que os sonhos se tornem realidade. Sempre dando o melhor de si. Amo vocês.

Ao Digão, meu sobrinho, pelo amor, carinho e pelos momentos de alegria e distração que me proporciona, Leticia, minha irmã, pelo carinho.

A , parceira de TCC, parceira ideal, pela força neste trabalho. Uma companheira dedicada, engraçada, conselheira. Redescobri nela uma grande amiga.

Às minhas amigas por me ajudarem nessa jornada e principalmente por me mais difícil da vida acadêmica. À Denise pelos conselhos; à Gabi

pelas suas piadinhas e palavras certas, à Cris pelos conselhos, à Meri pelo companheirismo, amizade, paciência e por sempre me escutar. Vocês no meu coração.

Aos meus sogros e cunhadinha Nivaldo, Marli e Paulinha, pelas conversas, pelo amor e carinho.

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7

Agradecimento ... 3

Juliana Gutierrez Paschotto ... 4

Patricia Nunes Baco ... 5

Índice ... 6

Índice de Figuras e Tabelas ... 9

Índice de Figuras ... 10

Índice de Tabelas ... 13

Resumo ... 15

Abstract ... 16

1- Introdução ... 18

2- Revisão de Literatura ... 22

2.1- Envelhecimento ... 23

2.2- Privações Sensoriais ... 26

2.2.1- Audição ... 27

2.2.2- Visão ... 32

2.2.3- Motricidade e Tato ... 35

3- Objetivo ... 39

3.1- Objetivo Geral ... 40

3.2- Objetivo Específico... 40

4- Metodologia ... 41

4.1- Casuística ... 42

4.2- Critérios para a seleção de indivíduos ... 42

4.3- Equipamentos ... 42

4.4- Procedimentos ... 43

4.5- Procedimentos específicos ... 44

4.5.1- Privação Auditiva ... 45

4.5.2- Aspectos Sensoriais ... 46

4.5.3- Local ... 47

4.5.4- Coleta ... 47

4.6- Análise dos dados ... 48

4.7- Método Estatístico ... 49

5- Resultados ... 50

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5.2- Handicap Auditivo ... 53

5.3- Privações Sensoriais ... 53

5.4- Resultados da Análise Estatística ... 56

5.4.1- Correlação entre o Handicap Auditivo e as Privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica) para grupo A ... 56

5.4.2- Correlação entre o Handicap Auditivo e as Privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica) para grupo B ... 67

6- Discussão ... 79

6.1- Privação Auditiva ... 80

6.2- Privações Sensoriais ... 81

7- Conclusão ... 84

8- Referências Bibliográficas ... 86

9- Anexos ... 92

9.1- Anexo 1 ... 93

9.2- Anexo 2 ... 94

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Índice das Figuras

Fig. 1: Relação dos idosos que passaram na triagem auditiva do Grupo A nas freqüências de 1KHz, 2KHz, 3KHz, 4KHz, 6KHz e 8KHz. ... 52

Fig. 2: Relação dos idosos que falharam na triagem do Grupo B nas freqüências de 1KHz, 2KHz, 3KHz, 4KHz, 6KHz e 8KHz. ... 52

Fig. 3: Relação do handicap auditivo dos idosos dos grupos A e B. ... 53

Fig. 4: Relação do tempo médio de execução das privações sensoriais dos Grupos A e B... 55

Fig. 5: Representação do correlacionamento entre o handicap auditivo e a privação motora do grupo A. ... 57

Fig. 6: Representação do correlacionamento entre o handicap auditivo e a privação viso-motora do grupo A. ... 58

Fig. 7: Representação do correlacionamento entre o handicap auditivo e a privação visual do grupo A. ... 59

Fig. 8: Representação do correlacionamento entre o handicap auditivo e a privação tátil-cinestésica do grupo A. ... 60

Fig. 9: Representação do correlacionamento entre a privação motora e a privação viso-motora do grupo A. ... 61

Fig. 10: Representação do correlacionamento entre a privação motora e a privação visual do grupo A. ... 62

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Fig. 12: Representação do correlacionamento entre a privação viso-motora e a privação visual do grupo A. ... 64

Fig. 13: Representação do correlacionamento entre a privação viso-motora e a privação tátil-cinestésica do grupo A. ... 65

Fig. 14: Representação do correlacionamento entre a privação visual e a privação tátil-cinestésica do grupo A. ... 66

Fig. 15: Representação do correlacionamento entre o handicap auditivo e a privação motora do grupo B. ... 68

Fig. 16: Representação do correlacionamento entre o handicap auditivo e a privação viso-motora do grupo B. ... 69

Fig. 17: Representação do correlacionamento entre o handicap auditivo e a privação visual do grupo B. ... 70

Fig. 18: Representação do correlacionamento entre o handicap auditivo e a privação tátil-cinestésica do grupo B. ... 71

Fig. 19: Representação do correlacionamento entre a privação motora e a privação viso-motora do grupo B. ... 72

Fig. 20: Representação do correlacionamento entre a privação motora e a privação visual do grupo B. ... 73

Fig. 21: Representação do correlacionamento entre a privação motora e a privação tátil-cinestésica do grupo B. ... 74

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Fig. 23: Representação do correlacionamento entre a privação viso-motora e a privação tátil-cinestésica do grupo B. ... 76

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Índice das Tabelas

Tabela 1: Distribuição dos indivíduos do grupo A para a correlação entre o handicap auditivo e as privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica). ... 56

Tabela 2: Distribuição dos indivíduos do grupo B para a correlação entre o handicap auditivo e as privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica). ... 66

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Abreviaturas

SNC – Sistema Nervoso Central Hz – Hertz

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Resumo

Dentre as privações sensoriais que acometem o idoso, a perda auditiva, conhecida como presbiacusia, induz ao isolamento, reduzindo as oportunidades de contato social com o grupo de convívio. A identificação de eventuais dificuldades provenientes das privações sensoriais observadas na população mais idosa pode representar um grande auxilio na reabilitação daqueles que têm a qualidade de vida diminuída, em função de déficits específicos relacionados ao envelhecimento. Este trabalho teve como

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16 Abstract

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"Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... que o AMOR existe, que vale a pena se doar às amizades a às

pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena!"

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Além de a vida nos trazer mais preocupações e responsabilidades a cada dia, com o passar dos anos carregamos em nossa história um conjunto de memórias do que construímos e declínios que testemunhamos relacionados às privações que gradativamente nos surpreendem. Os olhos trapaceiam, as mãos são menos ágeis, as palavras soam fracas. A diferença entre sentir-se velho ou ainda jovem poderá ser a maneira como o indivíduo administrará suas dificuldades ao longo da vida compensando-as ou tornando-as desculpas para suas frustrações.

O envelhecimento não começa da noite para o dia, quando acordamos aos sessenta anos. É um processo cumulativo que advém da interação de processos bio-psico-sócio-culturais durante toda a vida, que podem constituir fatores relacionados à doença ou promotores de saúde e de bem estar (GARCIA, 2005).

Não podemos dizer que apenas o avanço da idade seja um parâmetro para o envelhecer. Muitos indivíduos sentem-se ainda jovens apesar do registro do tempo mostrar o contrário. Há pouco tempo atrás uma pessoa de 50 anos já se considerava idosa. Hoje, observa-se que a expectativa de vida aumentou consideravelmente, assim como o número de idosos no país, em função da orientação da atualidade voltada para o bem estar e a saúde.

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Observa-se, no entanto, que mesmo aqueles que vivem bem, sofrem com algumas limitações causadas pela idade. Artrite, hipertensão e a perda auditiva são os três fatores crônicos mais encontrados nos idosos. A maior parte dos idosos que vivem em asilos apresenta perda auditiva (WEINSTEIN, 1999).

Sabe-se que durante o processo de envelhecimento ocorrem déficits orgânicos e funcionais que são adquiridos no decorrer dos anos. A simples execução de uma tarefa que era facilmente realizada antes (atividades do cotidiano, como ler o jornal, vestir-se, alimentar-se), passa a impor dificuldades, deixando nítida a gradual deterioração do estado físico do idoso. Essas mudanças que acometem esta população estão intrinsicamente ligadas à perdas em diversas áreas que podem resultar na diminuição da motricidade, da sensibilidade, entre outras.

A privação sensorial provém principalmente da diminuição da sensibilidade auditiva, visual e tátil. Modificações na percepção e na motivação, perda na auto-estima, inteligência, memória imediata e da capacidade de resolver problemas, são algumas das conseqüências do envelhecimento psicológico (RUSSO et. al, 2003).

Dentre as privações sensoriais que acometem o idoso, a perda auditiva, conhecida como presbiacusia, induz ao isolamento, reduzindo as oportunidades de contato social com o grupo de convívio. Vale lembrar que a comunicação e a troca de informação com o mundo mantêm o indivíduo ativo na sociedade.

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É possível minimizar o impacto do envelhecimento compensando eventuais privações sensoriais com instrumentos que diminuam seu handicap, como aparelhos auditivos para os indivíduos que apresentam perda auditiva ou lentes apropriadas para a leitura, para aqueles com baixa acuidade visual.

A partir do exposto acima, este trabalho teve como objetivo avaliar as privações sensoriais e suas implicações na comunicação e na qualidade de vida de idosos institucionalizados.

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2.1- Envelhecimento

O envelhecimento é um processo que se refere a uma série de mudanças associadas à passagem do tempo. Este processo pode trazer conseqüências ao indivíduo como: alterações biológicas, fisiológicas e psicológicas (RUSCHEL et. al, 2007).

O envelhecimento pode ser definido como uma série de processos que ocorrem nos organismos vivos, que com o passar do tempo, levam à perda da adaptabilidade, a alterações funcionais e, eventualmente ao isolamento (MORHY, 1999).

Segundo BIFULCO (2006), o fenômeno do envelhecimento tem sido objeto de estudos em todo mundo. Nas últimas décadas, a abordagem multidisciplinar demonstra a preocupação dos diversos setores da sociedade em relação ao segmento mais idoso.

O processo de acumular experiências e enriquecer a vida por meio de conhecimento e habilidades físicas proporciona o potencial para tomar decisões razoáveis e benéficas a respeito de nós mesmos. O grau de independência que dispomos na vida está diretamente relacionado à atividade maior ou menor em nosso corpo, mente e espírito (MORHY, 1999).

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O processo de envelhecimento pode ser subdividido em três grupos, os quais RUSSO et al. (2003) assinalou como:

1. Envelhecimento biológico, que resulta em nas modificações no físico e no organismo do indivíduo.

2. Envelhecimento psicológico referem-se a modificações de comportamento, ou seja, na percepção, sentimento, ação e reação do indivíduo com o meio.

3. Envelhecimento social relaciona-se à modificações no papel do indivíduo perante a sociedade, resultado das mudanças biológicas e psicológicas relacionada ao aumento da idade.

Em relação às faixas etárias na terceira idade, FURTADO (1997) destaca uma classificação, onde idosos na faixa etária entre 60 e 69 anos são considerados jovens idosos. Aqueles com idade entre 70 e 79 anos, são considerados idosos e acima de 80 anos idosos velhos. Destacando ainda o autor, que no Brasil o maior número de idosos encontra-se na faixa de jovens idosos e idosos.

Alguns dos aspectos mais visíveis do processo do envelhecimento são as rugas, os cabelos brancos, a redução da capacidade de locomoção, a redução da força física e a falta de firmeza das mãos e pernas. As funções sensoriais são as mais afetadas pelo processo de envelhecimento. A capacidade de ouvir começa a sofrer reduções, há o declínio da visão causado pela deteriorização da córnea, da lente, da retina e do nervo óptico. Ocorrem também consideráveis mudanças nos sentidos do olfato e do paladar (ROSA, 2001).

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auditiva decorrente da deficiência auditiva adquirida, verifica-se o aparecimento do handicap auditivo, relacionado a aspectos não auditivos e às alterações emocionais e sociais desencadeados pela deficiência auditiva (MARQUES, KOZLOWSKI e MARQUES, 2004).

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2.2-

Privações Sensoriais

Há um velho provérbio hindu que diz que o corpo é como uma cidade que tem cinco portas, referindo-se aos órgãos do sentido: olfato, tato, audição, visão e paladar. De modo que, por esses órgãos se desenvolve a inteligência prática (sensório-motora), a cognitiva, a afetiva e a social (SOUZA NETO, 2000).

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27 2.2.1- Audição

De todos os órgãos dos sentidos, o único que permanece em alerta a todo instante é o sistema auditivo. Mesmo em sono profundo as orelhas continuam despertas, como guardiãs abertas a qualquer ruído ameaçador. Antigamente, quando o homem dormia em cavernas, estava rodeado de animais selvagens, ouvir ou não significava a diferença entre viver ou morrer. E ainda hoje, quem deixa de ouvir perde muito de sua capacidade de desfrutar a vida. Basta lembrar que a audição é a peça chave na comunicação entre os seres humanos (MATIAS, 1999).

Algumas mudanças que ocorrem na percepção sensorial do idoso fazem parte do processo do envelhecimento. A audição e a visão devem ser constantemente analisadas, pois a acuidade destes dois causa um grandioso impacto no bem estar do indivíduo (CARTER, 1994).

A prevalência quanto à perda auditiva varia, entre 14% a 16%, mas só 20% dos médicos cuidam deste problema num exame de rotina. No entanto, somente 32% dos pacientes, mesmo com problemas psicológicos ou financeiros, procuram auxílio para os problemas de surdez (POPELKA et. al, 1998).

A deficiência auditiva é uma das causas mais incapacitantes do envelhecimento, impedindo o idoso de desempenhar seu papel na sociedade (RUSSO e ALMEIDA, 2003).

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A perda auditiva no idoso e sua conseqüente diminuição no processo de comunicação levam a pensar nas várias causas que as acarretam, entre elas, o aumento da idade, problemas neurológicos, excesso de medicamentos, disfunções metabólicas e vasculares, doença renal e exposição ao ruído (LOPES FILHO, 1997).

De acordo com RUSSO (2007) a presbiacusia é tipicamente, caracterizada por uma perda auditiva bilateral para tons de alta freqüência, devido a mudanças degenerativas e fisiológicas que ocorrem no sistema auditivo com o aumento da idade.

A presbiacusia (diminuição da capacidade auditiva ligada ao envelhecimento) é a causa mais comum encontrada. A perda progressiva da audição diminui a habilidade de comunicação e conseqüentemente aumenta o risco de isolamento social de depressão afetando o condicionamento físico e a parte cognitiva (POPELKA et. al, 1998).

Segundo WEINSTEIN (1999), observa-se, no entanto, que mesmo aqueles que vivem bem, sofrem com algumas limitações causadas pela idade. Artrite, hipertensão e a perda auditiva são os três fatores crônicos mais encontrados nos idosos. A maior parte dos idosos que vivem em asilos apresenta perda auditiva. A presbiacusia é a causa mais comum de perda auditiva em idosos, incluindo prejuízos causados pela exposição ao ruído, agentes ototóxicos e alterações causadas por desordens e tratamentos médicos.

Outro autor também ressalta que, a presbiacusia caracteriza-se pela perda auditiva em função do processo de envelhecimento. As pessoas com este tipo de perda auditiva apresentam diminuição da sensibilidade auditiva e redução na inteligibilidade da fala comprometendo a comunicação verbal (MARQUES, KOZLOWSKI e MARQUES, 2004).

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tende a isolá-lo e privá-lo das fontes de informação e comunicação, maximizando ainda mais as alterações causadas pelo envelhecimento.

Os indivíduos com presbiacusia tendem a ter uma diminuição na inteligibilidade de fala, o que também compromete a comunicação verbal. A perda auditiva nos agudos (altas freqüências) faz com que a percepção das consoantes seja quase ininteligível, ainda mais inaudível em ambientes ruidosos. A queixa mais freqüente destes indivíduos é: Ouço, mas não compreendo (RUSSO, 1988).

BESS et al. (2001) ressaltam que a presbiacusia, é uma perda auditiva freqüentemente encontrada nos idosos, sendo que a deficiência auditiva neste tipo de sujeitos é uma das três condições crônicas mais relevantes do processo do envelhecimento, perdendo somente da artrite e da hipertensão. O envelhecimento do sistema auditivo geralmente apresenta uma perda na sensibilidade do limiar e, uma diminuição na habilidade de compreender a fala em intensidade confortável.

Outra queixa muito freqüente, apontada por SANTOS e RUSSO (2005), é de pouca tolerância para sons de grande intensidade, indicando a presença de recrutamento, ou seja, intolerância a um aumento desproporcional da sensação de intensidade em relação ao aumento da intensidade física, o que faz com que se obtenha uma redução do campo dinâmico da audição.

O processo de envelhecimento revela-se pelas mudanças na sensibilidade auditiva para 1000 Hz, começando aos 30 anos de idade. A partir daí, a queda para esta freqüência é de cerca de 3dB e, para 6000Hz, o decréscimo é de aproximadamente 10dB para cada 10 anos de vida, até os 70 anos (RUSSO, 2007).

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1. Vascular – distinguida pela perda de vasos sanguíneos que suprem o ligamento espiral, estria vascular e o anel timpânico.

2. Central – distinguida pêra perda de neurônios do núcleo coclear e outros centros auditivos do cérebro.

O sistema auditivo, como todos os sistemas sensoriais, é formado de um conjunto de receptores que realizam a transdução dos estímulos sonoros em potenciais receptores. Os receptores transmitem informação sonora traduzida para neurônios de segunda ordem encarregados de realizar a codificação. Esses neurônios formam o nervo auditivo, que é um dos componentes vestíbulococlear. Deste ponto em diante a informação auditiva entrará no SNC (LENT, 2004).

Existem fatores interligados que conferem a ação fisiológica de ouvir às atividades periféricas e aos processos do sistema nervoso central; quando um desses mecanismos apresenta uma falha, pode ocorrer uma desordem auditiva (LUZ e PEREIRA, 2000).

Duas características distinguem o sistema auditivo dos demais sistemas sensoriais. A primeira é que possui estágios sinápticos em cada uma das grandes divisões do SNC: bulbo, ponte, mesencéfalo, diencéfalo e córtex cerebral. A segunda característica é que torna o sistema auditivo bastante complicado: quase todos os núcleos auditivos são interligados reciprocamente, e é grande o número de cruzamentos que as fibras efetuam, através de decussações e comissuras (LENT, 2004).

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comum também a grande produção de cerume e de pelos, principalmente em homens. Já na orelha média, observa-se a redução da elasticidade do tecido muscular, a calcificação dos ossículos, conseqüentemente a transmissão do som apresentará alterações significativas. A parte mais danificada pelo envelhecimento auditivo, certamente envolve as estruturas da orelha interna, pois envolvem, exposição ao ruído, estresse, uso de medicamentos, entre outros.

O sistema auditivo está em sua maior parte, no osso temporal, e possui como funções principais o equilíbrio e a audição. Tanto uma função, quanto à outra desempenhada por este órgão, são de grande importância para o homem. O primeiro para que ele se mantenha em pé e possibilitando sua locomoção, o segundo para que ele possa desenvolver sua linguagem e realize adequadamente, o processo da comunicação oral (SANTOS e RUSSO, 2005).

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32 2.2.2- Visão

O envelhecimento para algumas pessoas é uma fase natural do desenvolvimento e de satisfação do ser humano, enquanto que para outras é um estágio negativo da vida. A diferença talvez se dê por meio da qualidade de vida, que varia individualmente, e na qualidade visual, que é considerada como das mais determinantes, uma vez que a perda da visão leva à menor comunicação visual, dependência e restrição para se locomover, inclusive levando a maior probabilidade de traumas em geral. Os distúrbios visuais, ao promoverem maior dependência física, geram também dificuldades emocionais (CYPEL et. al, 2006).

O sistema visual, de acordo com GUYTON (1988), é composto por quatro partes: o olho, a retina, o mecanismo encefálico para a interpretação dos sinais visuais e o mecanismo encefálico para o controle das funções motoras dos olhos. É na retina que a imagem visual é convertida em padrão de impulsos nervosos transmitidos pelo nervo óptico para o encéfalo. O sistema visual possui duas capacidades distintas e extremamente importantes, inclusive quando o indivíduo se locomove com mudanças na luminosidade do ambiente. Uma se refere à adaptação do olho à luminosidade do ambiente. Esta capacidade é conhecida como adaptação ao claro e ao escuro.

De acordo com JÚNIOR (2005) o olho é apenas um receptor. Quando olhamos para um objeto, os raios luminosos que ele reflete penetram em nossa córnea, atravessam o humor aquoso, o cristalino e o corpo vítreo e atingem a retina, na qual se forma uma imagem invertida do objeto. Nosso cérebro, no entanto, aprendeu a interpretar corretamente o que estamos vendo: a imagem não é percebida por nós de cabeça para baixo, mas, sim, na posição correta.

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luz, há outros fatores que podem provocar a dilatação da pupila, tais como o medo, o interesse e outras emoções.

A outra capacidade do sistema visual, diz respeito à capacidade do olho de ajustar e reajustar a distância dos pontos (objetos) focalizados. A capacidade de refração expressa em dioptrias (D), está relacionada com a distância focal. Assim, no olho normal, onde a capacidade total de refração do aparelho dióptrico está em torno de 58,6 D, um objeto infinitamente distante é reproduzido com nitidez sobre a retina. Toda vez que se pretende obter uma imagem nítida de um objeto localizado a uma distância finita, é necessário que o sistema óptico seja refocalizado (GRÜSSER e GRÜSSER-CORNEHLS, 1980).

Segundo PROCIANOY (2007), presbiopia é a diminuição da capacidade do olho de focalizar de perto em função da idade.

No decorrer do processo de envelhecimento, esta capacidade de ajustar a distância dos pontos focalizados vai diminuindo, o idoso acaba enxergando uma imagem distorcida de um determinado objeto posicionado no chão a sua frente, por exemplo, e acaba por julgar erroneamente sua forma, profundidade e cor levando-o, muitas vezes, a tropeçar nesse objeto. Isso mostra que com o processo de envelhecimento a capacidade de focalizar e refocalizar objetos passa a diminuir, comprometendo a percepção do ambiente pelos idosos (GRÜSSER e GRÜSSER-CORNEHLS, 1980).

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sistema visual estão prejudicadas. Assim, nota-se que no decorrer do processo de envelhecimento o sistema visual passa por mudanças que levam desde um empobrecimento da capacidade de focalizar e refocalizar um objeto até a diminuição da sensibilidade da retina às adaptações ao claro e ao escuro. Muitas vezes essas mudanças relacionadas à idade vêm acompanhadas de doenças comuns em indivíduos na terceira idade, como a catarata, presbiopia e a agnosia.

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35 2.2.3- Motricidade e Tato

De modo geral, podemos afirmar que o ser humano está constantemente em desenvolvimento. A cada dia algo novo é incorporado, seja pelo simples fato de estar mais velho, quanto o de ter adquirido uma nova habilidade. O movimento faz com que uma função essencial no processo de desenvolvimento (PELLEGRINI et al., 2003)

Para NETO et. al. (2006), os avanços tecnológicos trouxeram benefícios ao homem, mas o tornaram mais sedentário, fazendo menos exercícios naturais como caminhar, subir, descer, entre outros. Este fato faz com que diariamente seja proporcionado o surgimento das doenças hipocinéticas e, como conseqüência uma diminuição da sua aptidão motora.

ROSA NETO (2002) em sua proposta de estudo descreveu diversos tipos de motricidade:

• Motricidade fina – é a coordenação visiomanual, ela inclui a fase de movimentação das mãos, seguida de uma fase de agarre e manipulação, o que é composta pelo conjunto de objeto, mão e olho. Este processo exige a participação de diferentes centros nervosos, motores e sensoriais, para que na ação exista a realização simultânea entre o ato motor e uma estimulação visual percebida. Em indivíduos cegos transfere-se a percepção visual para outro tipo de informação.

• Motricidade global – é a capacidade do individuo de, com seu ritmo, deslocamento, compreender-se melhor e buscar novas informações. A perfeição progressiva do ato motor implica num funcionamento global de seus mecanismos reguladores. O movimento global é sempre sinestésico, tátil, labiríntico, entre outros.

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quando forças distintas atuam sobre ele e se compensam e anulam mutuamente. Em tudo deve ter o equilíbrio, para andar, para sentar, para ficar em pé – isto feito dinamicamente ou estaticamente.

• Esquema Corporal – é a imagem do corpo, o modelo postural que cada um tem e a construção desses esquemas é feita através da organização das sensações relativas a seu próprio corpo em associação com os dos do mundo exterior. A elaboração dos esquemas corporal segue as leis da maturidade céfalo-caudal e próximo-distal.

• Organização Espacial– é compreender as dimensões do corpo com o espaço que é finito e com o infinito, ou seja, a organização espacial depende ao mesmo tempo da estrutura do nosso corpo, como, da natureza do meio que nos rodeia e suas características. A evolução da noção espacial destaca a existência de duas etapas: uma ligada à percepção imediata do ambiente e outra baseada nas operações mentais que saem do espaço representativo e intelectual.

• Organização Temporal – as duas vertentes desta definição: a ordem e a duração, quando a primeira define a sucessão que existe entre os acontecimentos; uma sendo continuação da outra em uma ordem física; e a segunda permite a variação do intervalo que separa o início e o fim do acontecimento. A organização temporal inclui a dimensão lógica, a dimensão cultural e os aspectos de vivência.

• Lateralidade – é a preferência da utilização de uma das partes simétricas do corpo (mão, olho, perna e ouvido). A lateralidade acontece em virtude de um predomínio que outorga a um dos hemisférios a iniciativa da organização do ato motor.

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das atividades da vida diária, como cuidados pessoais básicos, como se vestir, banhar-se, levantar-se da cama e sentar-se numa cadeira, utilizar o banheiro, comer e caminhar, isto resultará em dependência funcional, com isto influenciando na qualidade de vida do idoso (NETO et. al, 2006).

Os autores ainda ressaltam que a aptidão motora é deveras importante tanto para a aptidão física relacionada a saúde como para as atividades da vida diária. Pois mesmo que o idoso não possa exercitar-se com vigor, ele mantendo as áreas da aptidão motora preservada facilitará sua comunicação com outros indivíduos e, preservará sua autonomia e independência motora, com isto, melhorando sua qualidade de vida.

De acordo com NITRINI e BACHESCHI (2005), o contato com o meio exterior realiza-se através dos receptores sensoriais, neles, os estímulos são transformados em impulsos nervosos e atingem o SNC. É possível distinguir três categorias de sensibilidade: exterioceptiva, proprioceptiva e interioceptiva:

• Os sistemas extereoceptivos são responsáveis pela sensibilidade a estímulos externos incluindo a visão, a audição, o olfato, o paladar e a sensibilidade cutânea. Estes são responsáveis prioritariamente pelas sensibilidades dolorosa e térmica pelo tato grosseiro, não discriminativo.

(38)

38 • Os sistemas interoceptivos responsabilizam-se pela sensibilidade a estímulos provenientes de víceras, vasos sanguíneos e outras estruturas internas.

Para MOURA et al. (1999), vários sistemas modificam-se com o envelhecimento e podem afetar o equilíbrio, predispondo o idoso à quedas. A diminuição dos mecanismos de equilíbrio (principalmente o da estabilidade postural); a diminuição da função vestibular; o prejuízo da audição e visão; a diminuição da sensibilidade vibratória e propriocepção; a diminuição da força muscular e as alterações posturais afetam as tarefas motoras que solicitam equilíbrio e motricidade global.

BERQUÓ (1996), ressalta que o déficit de homens idosos a muito tem sido superior no Brasil e, acentua-se ainda mais com o avançar da idade. Neste sentido, dados do IBGE (2001) sobre a evolução da mortalidade no Brasil, colocam que o crescimento mais lento da esperança masculina, comparativamente ao da feminina, encontram explicação no aumento gradativo da sobre mortalidade masculina nas idades jovens e adultos jovens. Nos últimos anos, as taxas de mortalidade masculina, na faixa dos 20 a 29 anos de idade, devido a causas externas como homicídios, acidentes de transito, suicídios, quedas acidentais afogamentos, entre outros chegam a ser mais de três vezes superiores às correspondentes femininas.

(39)

39

(40)

40

3.1- Objetivo Geral

Este trabalho teve como objetivo avaliar as privações sensoriais e suas implicações na comunicação e na qualidade de vida de idosos institucionalizados.

3.2- Objetivo Específico

1) Avaliar a privação auditiva através da realização da triagem auditiva e do levantamento do handicap auditivo.

2) Avaliar privação motora.

3) Avaliar privação viso-motora.

4) Avaliar privação visual.

5) Avaliar privação tátil-cinestésica.

A partir da divisão da população estudada em dois grupos A e B, foi também objeto de estudo:

6) Comparar os resultados da triagem auditiva e das privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica) entre os grupos A e B.

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41

(42)

42

4.1- Casuística

Participaram do presente estudo 30 (trinta) idosos, residentes da Casa dos Velhinhos de Ondina Lobo, sendo 15 (quinze) do sexo feminino e 15 (quinze) do sexo masculino; com idade igual ou acima de 60 (sessenta) anos.

4.2- Critérios para a seleção de indivíduos

A seleção de indivíduos foi baseada nos seguintes critérios:

a) Faixa etária igual ou acima de 60 anos;

b) Ser residente da “Casa dos velhinhos de Ondina Lobo”;

c) Não apresentar qualquer limitação que impossibilitasse a comunicação, seja ela, oral, escrita ou gestual;

d) Não estar acamados;

e) Não apresentar alterações cognitivas importantes.

4.3- Equipamentos

a) Otoscópio marca HEINE, modelo mini 2000;

b) Audiômetro portátil marca MIDIMATE 304, provido de fones e calibrado segundo os padrões ISSO 389;

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43

d) Jogo de encaixes com figuras geométricas;

e) Materiais para manipulação geral (zíper, botão, fita para fazer laço, caneta, lixa de unha, óculos e chaveiro de coração).

4.4- Procedimentos

Ao iniciar o trabalho na Casa dos Velhinhos de Ondina Lobo, seguindo a proposta do módulo (Privação sensorial e Amplificação), foi questionado se seria interessante avaliar os idosos não somente quanto ao sistema auditivo, mas também outros aspectos envolvidos na comunicação e bem estar desta população. A integridade do sistema motor, visual, viso-motor e tátil-cinestésico são também condições para que estes idosos tenham uma boa qualidade de vida.

Como ponto de partida para a elaboração do projeto inicial, foi levantada a questão de quais idosos fariam parte do estudo, para que posteriormente fosse atingido o objetivo proposto. Determinou-se que não poderiam participar do estudo aqueles que estivessem acamados, pois não poderiam se locomover até a sala em que fora designada para a coleta de dados.

O contato com a responsável da “Casa dos Velhinhos de Ondina Lobo” foi realizado pela orientadora Profª Drª Edilene Boéchat, tendo ela se encarregado de conversar com a diretoria para aprovar a realização da coleta de dados e verificação dos prontuários dos idosos. A autorização foi concedida de imediato, estando ciente que a coleta não traria nenhum malefício aos idosos.

(44)

44

levantamento, discutiu-se com a equipe de enfermagem do local, sobre quais pacientes estariam aptos a participar deste estudo.

Antes do início do estudo foi assinada pelos idosos uma autorização para que todos tivessem seus direitos preservados durante todo o processo. Eles foram convidados a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo 1).

Antes de iniciarmos qualquer procedimento foi aplicado para cada idoso, o Questionário sobre Saúde Auditiva (Anexo 2), no qual é constituído por oito perguntas elaboradas pelas examinadoras com o intuito de conhecer o histórico auditivo de cada um deles e a opinião sobre o aparelho de amplificação sonora individual.

Após o contato inicial com os pacientes, foi realizada a aplicação do questionário de handicap auditivo - Teste Rápido para Audição elaborado pela American Academy of Otolaryngology – Head and Neck Surgery (Koike, J; Hurst, M.K; Wetmore, S. J) (1994) (Anexo 3).

Em seguida, foi realizada a meatoscopia em todos os pacientes da instituição e posteriormente realizada triagem auditiva, que será detalhada a seguir. Para esses procedimentos, foi utilizada uma das salas do centro médico da Casa dos Velhinhos de Ondina Lobo, inaugurado recentemente, no qual foi doado por uma rede de farmácia conhecida.

4.5- Procedimentos Específicos

(45)

45 4.5.1 - Privação auditiva

Para se avaliar o déficit auditivo foram realizados:

• Triagem auditiva

Para a realização da triagem auditiva os idosos foram levados até uma sala e que puderam sentar-se ao lado do audiômetro portátil. Com os fones de ouvido devidamente colocados, era fornecida a seguinte instrução: “Agora você vai ouvir um apito, caso você ouça o apito da orelha, levante a mão direita e abaixe em seguida; se ouvir com a orelha esquerda, levante a mão esquerda e abaixe”.

Inicialmente foi averiguado o limiar auditivo na freqüência de 1000 Hz, para que o idoso pudesse ter uma breve noção de como seria o som. A primeira a ser testada era aquela que o idoso ter melhor audibilidade.

Para as demais freqüências (250 Hz, 500 Hz, 2 KHz, 3 KHz, 4 KHz, 6 KHz e 8 KHz), foi dado apenas um estímulo na intensidade de 30 dB, posteriormente anotado se o idoso ouviu ou não tal estímulo.

Resolveu-se não considerar as freqüências de 250 Hz e 500 Hz, pois havia ruído constante da própria Casa no momento da triagem. Esta decisão foi tomada para assegurar que a resposta da triagem auditiva fosse fidedigna.

A partir dos resultados da triagem auditiva, o grupo total de 30 idosos foi dividido em dois grupos. O grupo A consiste naqueles indivíduos que apresentaram melhor resposta na triagem e o grupo B, consiste naqueles indivíduos cujas respostas foram piores na triagem.

(46)

46

constituiu-se de quinze questões, sendo elas com quatro alternativas. Cada alternativa recebe um número que será adicionado para cada pergunta, resultando na pontuação total. Quanto menor a pontuação, melhor seria o resultado. Para que fosse garantida a compreensão das perguntas as examinadoras liam cada uma delas e ajudavam na compreensão da pergunta.

4.5.2 - Aspecto sensorial

• Para avaliar o aspecto motor, os idosos foram solicitados a manusear objetos de seu cotidiano como, fechar um zíper, abotoar um botão, dar um laço, para observar se os mesmos possuíam ou não dificuldades motoras importantes.

• Para avaliar o aspecto viso-motor, foi dado aos idosos um material de encaixe com figuras geométricas e pedido que eles tampassem uma caneta em que se observou se o sujeito possuía ou não dificuldades motoras menos elaboradas.

• Na avaliação visual, foram entregues aos idosos cinco figuras de um jogo (LINCE). Os mesmos deveriam encontrar as figuras em um tabuleiro (entre elas estavam aquelas de posse do idoso). Esta tarefa foi realizada para que se pudesse observar quais eram as principais dificuldades visuais e seus movimentos facilitadores.

(47)

47

Para a realização dessas tarefas, foi cronometrado o tempo de execução, e contabilizados em segundos.

4.5.3 - Local

Situado em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, a Casa de Velhinhos de Ondinha Lobo é uma instituição sem fins lucrativos, destinada ao abrigo de idosos sem recursos financeiros, fundada em 1950.

É uma instituição agradável, com seis dormitórios separados por mulheres e homens, de acordo com seu estado de saúde, onde cada idoso possui seu armário e seu criado mudo ao lado da cama. A casa possui dois refeitórios, também separados de acordo com o sexo. No lado externo da casa existe uma varanda com lindas flores e cadeiras para observar a paisagem, uma capelinha com bancos de oração, um ateliê e uma lojinha onde vendem os artesanatos feitos pelos idosos da própria casa.

A casa possui dois andares, sendo que no piso superior ficam os idosos acamados e que precisam de mais cuidados, e no piso inferior ficam os idosos que são mais independentes.

4.5.4 - Coleta

A coleta foi realizada durante seis dias, em um período de junho a agosto, com trinta idosos, sendo quinze do sexo feminino e quinze do sexo masculino.

(48)

48

A coleta foi realizada numa sala médica cedida pela casa, situada próximo aos dormitórios dos idosos. Os idosos eram encaminhados até a sala para a realização do teste, sempre acompanhados pelas examinadoras que ofereciam ajuda sempre que precisassem.

4.6- Análise de dados

Inicialmente foram relacionados os dados do levantamento (análise qualitativa) realizado segundo os seguintes aspectos:

1. Descrição dos resultados referentes à realização da triagem auditiva;

2. Descrição dos resultados referentes ao handicap;

3. Descrição dos resultados referentes ao levantamento das privações sensoriais (audição, visão, tato/motor).

Em seguida foram apresentados os resultados da análise estatística baseada nos seguintes aspectos:

1. Correlação dos resultados do handicap de cada grupo A e B e as privações sensoriais;

2. Correlação dos resultados das privações entre si, para cada grupo A e B.

(49)

49

4.7- Método Estatístico

Para a análise estatística foram considerados os seguintes procedimentos:

Adotou-se o nível de significância de 5% (0,050), para a aplicação dos testes estatísticos, ou seja, quando o valor da significância calculada (p) for menor do que 5% (0,050), observou-se uma diferença (ou relação) dita ‘estatisticamente significante’ (marcada em vermelho); e quando o valor da significância calculada (p) for igual ou maior do que 5% (0,050), observou-se uma diferença (ou relação) dita ‘estatisticamente não-significante’.

Foi utilizado o programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences), em sua versão 13.0, para a obtenção dos resultados.

Os testes específicos aplicados para cada análise foram os seguintes:

a. Teste de Mann-Whitney, com o intuito de verificar-se possíveis

diferenças entre os dois grupos estudados;

b. Aplicação da Análise de Correlação de Spearman, com o intuito

(50)

50

(51)

51

A seguir será feita a descrição dos resultados, na qual inicialmente contém a apresentação dos dados qualitativos (triagem auditiva; avaliação do handicap auditivo; tempo de execução das tarefas de cada privação sensorial dos grupos A e B) e, em seguida serão apresentados os dados da análise estatística (correlação entre cada privação sensorial com o handicap dos grupos A e B; correlação entre as privações motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica dos grupos A e B) e comparação dos resultados da triagem auditiva e das privações entre os grupos A e B.

5.1- Triagem Auditiva

Com relação à triagem auditiva observou-se que ambos os grupos apresentaram comportamentos auditivos distintos. As figuras 1 e 2 mostram a relação dos idosos que passaram (Grupo A) e falharam (Grupo B) na triagem auditiva nas freqüências de 1KHz, 2KHz, 3KHz, 4KHz, 6KHz e 8KHz.

(52)

52 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120%

1KHz 2KHz 3KHz 4KHz 6KHz 8Khz

P o rc en ta g em d e Id o so s Frequências Triagem Auditiva Grupo A

Orelha D Orelha E

Fig.1: Relação dos idosos que passaram na triagem auditiva do Grupo A nas freqüências de 1KHz, 2KHz, 3KHz, 4KHz, 6KHz e 8KHz.

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

1KHz 2KHz 3KHz 4KHz 6KHz 8Khz

P o rc en ta g em d e Id o so s Frequência

Triagem Auditiva Grupo B

Orelha D Orelha E

Fig. 2: Relação dos idosos que falharam na triagem do Grupo B nas freqüências de 1KHz, 2KHz, 3KHz, 4KHz, 6KHz e 8KHz.

(53)

53

5.2- Handicap Auditivo

Os idosos do grupo A apresentaram 8,47 de média no handicap auditivo, enquanto que os idosos do grupo B apresentaram 17,73 de média. A figura 3 mostra a relação do handicap auditivo dos idosos dos grupos A e B.

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

Grupo A Grupo B

Handicap Auditivo

Fig. 3: Relação do handicap auditivo dos idosos dos grupos A e B.

Observou-se que o grupo A teve melhores respostas no handicap auditivo em relação ao grupo B.

5.3- Privação sensorial

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54

fazer um laço numa fita) enquanto, que os idosos do grupo B, que não passaram na triagem, apresentaram o tempo médio de 26,04 segundos para executar as mesmas tarefas.

Com relação às tarefas viso-motoras (encaixe de figuras geométricas e fechamento de caneta) os idosos do grupo A apresentaram uma média de tempo de 38,36 segundos para executar estas tarefas, enquanto, que os idosos do grupo B, apresentaram o tempo médio de 50,15 segundos para executar as mesmas tarefas.

Nas tarefas visuais (jogo visual lince), os idosos tinham o objetivo de encontrar as figuras que estavam em suas mãos e identificá-las também no tabuleiro. Os idosos do grupo A apresentaram o tempo médio de 68,30 segundos para a realização destas tarefas, enquanto, que os idosos do grupo B, apresentaram uma média de tempo de 77,27 segundos para executar as mesmas tarefas.

(55)

55 15,91 38,36 68,3 11,6 26,04 50,15 77,27 16,02 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

Privação Motora Privação

Viso-motora Privação Visual Privação Tátil

t

(s

)

Média das Privações

Grupo A Grupo B

Fig. 4: Relação do tempo médio de execução das privações sensoriais dos Grupos A e B.

(56)

56

5.4- Resultados da análise estatística

Foram realizadas correlações entre o handicap auditivo e as privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica) dos grupos A e B e entre as próprias privações, além da comparação

5.4.1- Correlação entre o handicap auditivo e as privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica) para o grupo A.

Foi realizada a aplicação da Análise de Correlação de Spearman, com

o intuito de verificar o grau de relacionamento entre os pares de variáveis de interesse considerados:

Tabela 1: Distribuição dos indivíduos do grupo A para a correlação entre o handicap auditivo e as privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica).

Variável Estatística Handicap Privação motora PrivaçãoViso-Motora Privação Visual Privação motora Coef. de

Correlação 0,970 Significância (p) < 0,001

n 15

Privação Viso-Motora

Coef. de

Correlação 0,970 > 0,999 Significância (p) < 0,001 < 0,001

n 15 15

Privação Visual

Coef. de

Correlação 0,970 > 0,999 > 0,999 Significância (p) < 0,001 < 0,001 < 0,001

n 15 15 15

Privação Tátil-cinestésica

Coef. de

Correlação 0,970 > 0,999 > 0,999 > 0,999 Significância (p) < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001

n 15 15 15 15

(57)

viso-57

motora, visual e tátil-cinestésica) do grupo A, ou seja, todos os aspectos citados estão correlacionados entre si.

Handicap Auditivo e Privação Motora Grupo A

Fig. 5: Representação da correlação entre o handicap auditivo e a privação motora do grupo A.

(58)

58

Handicap Auditivo e Privação Viso-Motora Grupo A

Fig. 6: Representação do correlação entre o handicap auditivo e a privação viso-motora do grupo A.

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59

Handicap Auditivo e Privação Visual Grupo A

Fig. 7: Representação da correlação entre o handicap auditivo e a privação visual do grupo A.

(60)

60

Handicap Auditivo e Privação Tátil-Cinestésica Grupo A

Fig. 8: Representação da correlação entre o handicap auditivo e a privação tátil-cinestésica do grupo A.

(61)

61

Privação Motora e Privação Viso-Motora Grupo A

Fig. 9: Representação da correlação entre a privação motora e a privação viso-motora do grupo A.

(62)

62

Privação Motora e Privação Visual Grupo A

Fig. 10: Representação da correlação entre a privação motora e a privação visual do grupo A.

(63)

63

Privação Motora e Privação Tátil-Cinestésica Grupo A

Fig. 11: Representação da correlação entre a privação motora e a privação tátil-cinestésica do grupo A.

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64

Privação Viso-Motora e Privação Visual Grupo A

Fig. 12: Representação da correlação entre a privação viso-motora e a privação

visual do grupo A.

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65

Privação Viso-Motora e Privação Tátil-Cinestésica Grupo A

Fig. 13: Representação da correlação entre a privação viso-motora e a privação tátil-cinestésica do grupo A.

(66)

66

Privação Visual e Privação Tátil-Cinestésica Grupo A

Fig. 14: Representação da correlação entre a privação visual e a privação tátil-cinestésica do grupo A.

(67)

67

5.4.2- Correlação entre o handicap auditivo e as privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica) para o grupo B.

Aplicação da Análise de Correlação de Spearman, com o intuito de

verificar o grau de relacionamento entre os pares de variáveis de interesse considerados:

Tabela 2: Distribuição dos indivíduos do grupo B para a correlação entre o handicap auditivo e as privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica).

Variável Estatística Handicap Privação motora Privação Viso-Motora Privação Visual Privação motora Coef. de

Correlação 0,997 Significância (p) < 0,001

n 15

Privação Viso-Motora

Coef. de

Correlação 0,997 > 0,999 Significância (p) < 0,001 < 0,001

n 15 15

Privação Visual

Coef. de

Correlação 0,997 > 0,999 > 0,999 Significância (p) < 0,001 < 0,001 < 0,001

n 15 15 15

Privação Tátil-Cinestésica

Coef. de

Correlação 0,997 > 0,999 > 0,999 > 0,999 Significância (p) < 0,001 < 0,001 < 0,001 < 0,001

n 15 15 15 15

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68

Handicap Auditivo e Privação Motora Grupo B

Fig. 15: Representação da correlação entre o handicap auditivo e a privação motora do grupo B.

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69

Handicap Auditivo e Privação Viso-Motora Grupo B

Fig. 16: Representação da correlação entre o handicap auditivo e a privação viso-motora do grupo B.

(70)

70

Handicap Auditivo e Privação Visual Grupo B

Fig. 17: Representação da correlação entre o handicap auditivo e a privação visual do grupo B.

(71)

71

Handicap Auditivo e Privação Tátil-Cinestésica Grupo B

Fig. 18: Representação da correlação entre o handicap auditivo e a privação tátil-cinestésica do grupo B.

(72)

72

Privação Motora e Privação Viso-Motora Grupo B

Fig. 19: Representação da correlação entre a privação motora e a privação viso-motora do grupo B.

(73)

73

Privação Motora e Privação Visual Grupo B

Fig. 20: Representação da correlação entre a privação motora e a privação visual do grupo B.

(74)

74

Privação Motora e Privação Tátil-Cinestésica Grupo B

Fig. 21: Representação da correlação entre a privação motora e a privação tátil-cinestésica do grupo B.

(75)

75

Privação Viso-Motora e Privação Visual Grupo B

Fig. 22: Representação da correlação entre a privação viso-motora e a privação visual do grupo B.

(76)

76

Privação Viso-Motora e Privação Tátil-Cinestésica Grupo B

Fig. 23: Representação da correlação entre a privação viso-motora e a privação tátil-cinestésica do grupo B.

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77

Privação Visual e Privação Tátil-cinestésica Grupo B

Fig. 24: Representação da correlação entre a privação visual e a privação tátil-cinestésica do grupo B.

Pode-se observar na figura 24, que aqueles que apresentaram menor tempo de execução para as tarefas referentes à privação visual, foram aqueles que realizaram em menor tempo as tarefas referentes à privação tátil-cinestésica.

Aplicação do Teste de Mann-Whitney, com o intuito de ser verificado

(78)

78 Tabela 3: Valores descritivos da média e desvio padrão dos grupos A e B para a comparação entre o handicap auditivo e as privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica).

Variável Grupo n Média Desvio-padrão Significância (p)

Privação motora em segundos A B 15 15,91 15 26,04 13,77 19,46 0,054 Privação Viso Motora em

segundos

A 15 38,36 20,39 0,281

B 15 50,15 35,33

Privação Visual em segundos A B 15 68,30 15 77,27 42,17 86,90 0,373

Privação Tátil em segundos A B 15 11,60 15 16,02 15,23 7,83 0,419

Handicap em pontos A B 15 15 17,73 8,47 10,14 6,73 0,006

(79)

79

(80)

80

Para melhor organizar a relação deste estudo com a literatura investigada, cada privação será discutida por aspectos correspondentes:

6.1- Privação Auditiva

Observou-se neste estudo que apesar das diferenças individuais com relação à performance auditiva identificada entre os grupos, a quase totalidade de idosos avaliados (86,66%), apresentou perda auditiva em altas freqüências. Este fato vem ao encontro dos achados de WEINSTEIN (1999), que identificou perda auditiva em idosos institucionalizados; e também de RUSSO (2007), no qual descobriu que com o aumento da idade ocorre um declínio degenerativo e fisiológico em tons de altas freqüências.

Ao realizar a meatoscopia nos idosos, observou-se no conduto auditivo de alguns idosos grande produção de cerume, principalmente nos homens. Estes resultados se assemelham com o estudo de RUSSO (2007), em que afirma que a presbiacusia, não afeta somente a orelha interna, nenhuma parte do sistema auditivo escapa ao envelhecimento. É muito comum também a grande produção de cerume e de pelos, principalmente em homens.

RUSSO (1988), também relata em seu estudo que a presbiacusia tende a diminuir a inteligibilidade de fala, ou seja, a perda em agudos faz com que a percepção de consoantes seja ininteligível. Assim como neste estudo, a queixa mais freqüente dos idosos é: “ouço, mas não entendo”. Este fato pode ser uma das causas para o isolamento, já que o idoso tenderá a evitar situações de comunicação.

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verifica o aparecimento do handicap auditivo, relacionado a aspectos não auditivos e às alterações emocionais e sociais desencadeados pela deficiência auditiva no idoso.

Assim como nos estudos de MATIAS (1999) e POPELKA et. al (1998), o idoso que possui um handicap auditivo acima da média, além de deixar de desfrutar a vida, diminui seu contato com o mundo e se isola da sociedade, o que pode gerar depressão, alteração de suas habilidades físicas e cognitivas. Neste estudo observamos que os idosos avaliados sofrem as conseqüências dos déficits sensoriais, principalmente da deficiência auditiva.

6.2-

Privações Sensoriais (Motora, Viso-Motora, Visual

e Tátil-Cinstésica)

Neste estudo foram investigadas as privações sensoriais que mais interferem na vida do idoso. Como já exposto anteriormente, os idosos do grupo A apresentaram menor tempo de execução de cada tarefa, enquanto que os idosos do grupo B apresentaram maior tempo de execução para as mesmas tarefas. O primeiro aspecto estudado foi a privação motora, em que o grupo A fez uma média de tempo de 15,91 segundos e o grupo B teve uma média de tempo de 26,04 segundos. Ambos os grupos durante as tarefas, apresentaram incoordenação motora e lentidão ao realizar os movimentos. Os idosos nesta atividade, não mostram muita frustração, pois apesar da pouca habilidade e agilidade, eles conseguem realizar o proposto em tempo relativamente bom. Este estudo vai ao encontro dos achados de NETO et. Al. (2006) que discorrendo sobre os declínios motores, afirma que o idoso possui déficits de força e resistência muscular, comprometendo a agilidade e coordenação.

(82)

82

de 68,30 segundos, enquanto que o grupo B teve sua média de tempo de 77,27 segundos para a identificação de figuras. Esta tarefa foi a que mais provocou irritabilidade, impaciência e frustração aos idosos, devido a sua grande dificuldade visual. Estes resultados coincidem com o estudo de CARTER (1994), onde comparou que nos Estado Unidos 72% de pacientes com idade mais de 64 anos apresentavam problemas relacionados à visão detectados por meio de exames oftalmológicos. O autor também ressalta que a audição e a devem ser constantemente revisados por causarem um impacto negativo no bem estar do idoso.

Quanto ao aspecto visual, foi observado também a dificuldade que os idosos tinham em focalizar as figuras, ora colocavam perto dos olhos, ora longe, alguns desistiam por não conseguirem identificar qual era o desenho mostrado. Estes resultados se assemelham com o estudo de GONÇALVES (2001), em que relata que no decorrer do processo de envelhecimento o sistema visual passa por mudanças, levando desde um empobrecimento da capacidade de focalizar e refocalizar um objeto até a diminuição da sensibilidade da retina às adaptações ao claro e ao escuro. Muitas vezes essas mudanças relacionadas à idade vêm acompanhadas de doenças comuns em indivíduos na terceira idade, como a catarata, presbiopia e a agnosia.

Nos achados de CYPEL et. al (2006), o autor também discorre sobre a questão do envelhecimento ser para algumas pessoas, uma fase negativa da vida. Associa essa fase com a qualidade visual que causa restrições para o indivíduo, assim como cuidados para se locomover, pois há uma grande incidência de traumas. E como em qualquer outra privação que o idoso sofre, gera problemas emocionais.

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84

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85

Neste estudo pode-se concluir que:

• Dos 30 (trinta) idosos avaliados na triagem auditiva, quase a totalidade apresentou algum déficit auditivo, principalmente nas freqüências altas. 13,33% dos idosos do grupo A passaram em todas as freqüências e 86,66% tiveram alguma falha. Do grupo B todos os idosos falharam em algumas freqüências.

• Com relação ao handicap auditivo, os idosos pertencentes ao grupo A apresentaram melhores resultados, ou seja, obtiveram menor pontuação, o que para este estudo significa ter uma melhor percepção de seu handicap. Enquanto que os idosos pertencentes ao grupo B apresentaram resultados mais elevados quanto à percepção de seu handicap.

• Com relação ao desempenho na avaliação das privações sensoriais, o grupo A manteve, assim como na triagem auditiva e handicap, melhores resultados em comparação ao grupo B.

• Quanto à comparação entre os grupos A e B com relação ao handicap, foram encontradas diferenças estatisticamente significantes, o mesmo não ocorreu coma relação às privações sensoriais (motor, viso-motor, visual e tátil-cinestésico), onde não foram observadas diferenças significantes entre os grupos.

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Imagem

Fig. 2: Relação dos idosos que falharam na triagem do Grupo B nas freqüências de  1KHz, 2KHz, 3KHz, 4KHz, 6KHz e 8KHz
Fig. 3: Relação do handicap auditivo dos idosos dos grupos A e B.
Fig. 4: Relação do tempo médio de execução das privações sensoriais dos Grupos  A e B
Tabela 1: Distribuição dos indivíduos do grupo A para a correlação entre o handicap  auditivo e as privações (motora, viso-motora, visual e tátil-cinestésica)
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Referências

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