• Nenhum resultado encontrado

Arq. Bras. Oftalmol. vol.68 número6

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2018

Share "Arq. Bras. Oftalmol. vol.68 número6"

Copied!
1
0
0

Texto

(1)

Arq Bras Oftalmol. 2005;68(6):717

Harley E. A. Bicas

Transição

EDITORIAL

A quem viveu as intensas emoções de usufruir amizades que, primeiro, apontaram seu nome como capacitado a desem-penhar a Presidência do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, depois dignificaram-no pela convergência de apoios a essa proposta e, finalmente, honraram-no pelo consenso com o qual a candidatura se consolidava por não lhe fazerem opo-nência, pouco parecia faltar. Pois foi em tal condição de res-ponsabilidade e respeito, na antecipação do resultado da elei-ção de candidatura única que se avizinhava, prenunciando as exigências do cargo maior, que aconteceu.

Não se espere a revelação de um segredo bombástico. Era uma reunião normal do Corpo Editorial dos Arquivos Brasilei-ros de Oftalmologia. E como último item da pauta, anunciei que, ao se confirmar minha assunção do honroso cargo de Presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, deixaria o de Editor-Chefe dos Arquivos. Despedi-me. Vieram os pro-nunciamentos. De cada um e de todos: Cristina, Mauro Cam-pos, Mauro Goldchmit, Paulo Dantas, Samir, Vital, Paulo Imamura, Claudete e Cláudia.

Não chorei. Homens não choram, assim foi como fui condi-cionado. Menos ainda quando Editores-Chefes. Mas quase. Falaram pessoas que aprendi a admirar e em cujo convívio de trabalho, de seriedade e de dedicação ao que delas se espera-va, não havia lugar a efusões de carinho e nem antes cabiam, mas então afloravam.

Falaram como pais e mães que vissem um filho sair de casa, progredindo em sua vida. Como pai que sempre pensei ter sido, mantendo o grupo em união e equilíbrio, senti-me rejuve-nescido. Falaram como filhos e filhas, lamentando a saída de cena do pai, uns compreendendo o fluxo da vida, outros

pare-cendo desejar pará-lo. Fizeram sentir-me realizado pelo dever cumprido.

Nem que se queira, não há como apagar de nossas vidas esses seis anos de reuniões, esparsas na verdade, mas que nos marcaram por suas intensidades de propósitos e qualida-des de resultados. Objetivos comuns, trabalhos conjugados, tropeços e vitórias, não são assim tão simplesmente desliga-dos. Para a despedida requer-se um tempo de assimilação de mudanças e de ajustes.

Porquanto o grupo é tão bom e trabalha tanto e tão bem que deve poder decidir sobre como continuar. São tais os méritos pessoais e assumem tal grandeza nessa equipe, que injustiça seria supor que fosse preciso buscar fora dela uma outra liderança, para coordená-la. Ao contrário, são aí tama-nhas as lideranças que é preciso investir na crença de que elas possam se ajustar em atividades cooperativas, com algumas funções e trabalhos provavelmente sendo compartilhadas e outras exercidas em rodízio.

Com essa confiança é que aceitei continuar a ocupar, formal-mente, o mesmo posto do qual me despedia. A um pedido quase em coro, e compreensível, decidi permanecer, temporariamente (e por tempo tão curto quanto possível e necessário) agindo como um escudo durante o rearranjo que se espera. Distante, mas atento. Raciocinei: sim, talvez seja preciso dar-lhes tempo e segurança. Mas avisei: à próxima reunião, não venho.

E as engrenagens funcionavam e funcionam tão bem, como aliás sempre foi, sem que talvez eles se dessem conta disso que, pelo menos em conteúdo e aparência, nada mudou com a mudança. Não é mesmo?

Referências

Documentos relacionados

Além de todas as transformações — não apenas quanto a conhecimentos e procedimentos oftalmológicos, mas também sobre as incríveis e caras “tecnologias de ponta” que nos

Nem há como deixar de se voltar a festejar, e o quanto antes melhor: depois das recentes entradas na SciELO e na MEDLINE, os Arquivos Brasileiros de Oftalmologia são agora

To report a case of ocular copper deposition in both eyes at the level of Descemet’s membrane associated with a monoclonal gammopathy of undetermined significance (MGUS).. A

Claro que aí entram as análises para determi- nar se tais índices são, ou não, resultantes de um método enviesado (o que, igualmente, determinaria a recusa à pu- blicação do

In this paper we report a patient with SO secondary to penetrating ocular trauma who developed CNV and, subsequently, a fibrovascular scar in the macular region of the

É de se prever que a atualização da sistemática operacional dos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, uma legítima aspi- ração dos autores de seus artigos e inequívoca obrigação

Buscando soluções para otimizar o gerenciamento edito- rial dos ABO, e, conseqüentemente, agilizar o fluxo das sub- missões e revisões, a Editoria Científica planeja disponibilizar

Purpose: To evaluate in suspected and glaucomatous patients the correlation between central corneal thickness (CCT) and intraocular pressure (IOP), measured during the daily curve