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Repositório Institucional UFC: Continuidade ótima do gradiente para equações elípticas degeneradas.

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Academic year: 2018

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(1)

a CENTRO DE CIˆENCIAS

DEPARTAMENTO DE MATEM ´ATICA

PROGRAMA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO EM MATEM ´ATICA

JANIELLY GONC¸ ALVES ARA ´UJO

CONTINUIDADE ´OTIMA DO GRADIENTE PARA EQUAC¸ ˜OES EL´IPTICAS DEGENERADAS

FORTALEZA

(2)

CONTINUIDADE ´OTIMA DO GRADIENTE PARA EQUAC¸ ˜OES EL´IPTICAS DEGENERADAS

Disserta¸c˜ao apresentada ao Programa de P´os-gradua¸c˜ao em Matem´atica do Departa-mento de Matem´atica da Universidade Fede-ral do Cear´a, como parte dos requisitos ne-cess´arios para a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mes-tre em Matem´atica. ´Area de concentra¸c˜ao: An´alise.

Orientador: Prof. Dr. Gleydson Chaves Ri-carte

(3)

Biblioteca Universitária

Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

A689c Araújo, Janielly Gonçalves.

Continuidade ótima do gradiente para equações elípticas degeneradas / Janielly Gonçalves Araújo. – 2014. 53 f.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências, Programa de Pós-Graduação em Matemática, Fortaleza, 2014.

Orientação: Prof. Dr. Gleydson Chaves Ricarte.

1. Regularidade ótima. 2. Degenerecência.. 3. Gradiente. I. Título.

(4)

CONTINUIDADE ´OTIMA DO GRADIENTE PARA EQUAC¸ ˜OES EL´IPTICAS DEGENERADAS

Disserta¸c˜ao apresentada ao Programa de P´os-gradua¸c˜ao em Matem´atica do Departamento de Matem´atica da Universidade Federal do Cear´a, como parte dos requisitos necess´arios para a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Ma-tem´atica. ´Area de concentra¸c˜ao: Geometria Diferencial.

Aprovada em: 29/04/2014.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Gleydson Chaves Ricarte (Orientador) Universidade Federal do Cear´a (UFC)

Prof. Dr. Jos´e F´abio Bezerra Montenegro Universidade Federal do Cear´a (UFC)

(5)
(6)

Primeiramente agrade¸co `a Deus por me aben¸coar e me dar sabedoria. Aos meus pais J´ulio e Lourdes, aos meus irm˜aos Dami˜ao Junio e Jane Kelly por estarem sempre presentes em todas etapas da minha vida.

(7)
(8)

Neste presente trabalho estudaremos importantes propriedades anal´ıticas de solu¸c˜oes de equa¸c˜oes diferenciais parciais el´ıpticas totalmente n˜ao-lineares do tipo

|∇u|γF(X, D2u) = f(X).

Iremos obter a regularidade ´otima para este tipo de equa¸c˜ao, as quais tem como principal caracter´ıstica a degenerescˆencia do seu gradiente ao longo do conjunto em que tal taxa de varia¸c˜ao se anula. Faremos aplica¸c˜oes relacionando os resultados obtidos `as teorias de supercondutividade, ∞-laplaciano e p-laplaciano.

(9)

In this work we study important analytic properties of solutions of fully nonlinear elliptic partial differential equations type

|∇u|γF(X, D2u) = f(X).

We obtain optimal regularity for this type of equation which has as its main characteristic the degeneracy of its gradient along the whole in which this rate of change is canceled. We will make applications relating to the results theories of superconductivity, ∞-Laplacian and p-Laplacian.

(10)

1 INTRODUC¸ ˜AO . . . 10

2 PRELIMINARES . . . 13

2.1 Espa¸cos de H¨older e solu¸c˜oes no sentido da viscosidade . . . 15

2.2 Teoremas Importantes . . . 18

3 COMPACIDADE UNIVERSAL . . . 20

4 REGULARIDADE C1,α . . . . 25

5 O RESULTADO PRINCIPAL . . . 30

5.1 Regularidade local sob o regime de pequenez . . . 32

6 APLICAC¸ ˜OES E PERSPECTIVAS . . . 37

6.1 Equa¸c˜oes da teoria de supercondutividade . . . 37

6.2 Visitando a teoria do ∞-laplaciano . . . 39

6.3 Outras equa¸c˜oes el´ıpticas degeneradas . . . 42

7 SOLUC¸ ˜OES MINIMAIS E GEOMETRIA N ˜AO DEGENERADA 45 8 CONCLUS ˜AO . . . 51

(11)

1 INTRODUC¸ ˜AO

A teoria de regularidade, na qual busca propriedades intr´ınsecas de solu¸c˜oes de equa¸c˜oes diferenciais parciais, se torna relevante desde a funda¸c˜ao da teoria de an´alise moderna de EDPs, por volta do s´eculo XVIII. Esse estudo se torna necess´ario na mode-lagem matem´atica de fenˆomenos f´ısicos e sociais, por exemplo, que s˜ao governados por equa¸c˜oes diferenciais parciais el´ıpticas de segunda ordem.

Suavidade de solu¸c˜oes fracas para equa¸c˜oes uniformente el´ıpticas de segunda ordem, tanto da forma divergente quanto n˜ao divergente, ´e hoje em dia bastante bem estabelecida. A parte central no desenvolvimento desta teoria, destacamos a busca de um m´odulo de continuidade universal de solu¸c˜oes de tais equa¸c˜oes. Podemos destacar a teoria de DeGiorgi-Nash-Moser para equa¸c˜oes da forma divergente, onde encontramos a obten¸c˜ao do m´odulo universal de continuidade para solu¸c˜oes da equa¸c˜ao linear homogˆenea Lu= 0 e a desigualdade de Harnack Krylov-Safonov para operadores da forma n˜ao divergente.

Apesar da distinta importˆancia das obras supra-citadas acima, um grande n´umero de modelos matem´aticos, envolvem operadores cuja a elipticidade se degenera ao longo de uma regi˜ao desconhecida a priori, que depende de sua pr´opria solu¸c˜ao. Tais modelos s˜ao chamados de problemas de fronteira livre. Este fato diminui a efic´acia das caracter´ısticas de difus˜ao pr´oximo dessa regi˜ao, e portanto a teoria de regularidade para solu¸c˜oes se torna, para este caso, mais sofisticada do ponto de vista matem´atico.

Outro avan¸co destac´avel, est´a na teoria de regularidade para solu¸c˜oes de vis-cosidade de equa¸c˜oes uniformemente el´ıpticas n˜ao lineares,

F(D2u) = 0 (1.1)

que atraiu a aten¸c˜ao da comunidade matem´atica nessas ´ultimas trˆes d´ecadas. ´E sa-bido que solu¸c˜oes da equa¸c˜ao homogˆenea (1.1) s˜ao localmente de classe C1,α0 para um

expoente universal α0, isto ´e, que depende apenas das constantes d-dimens˜ao e λ,

Λ-constantes de elipticidade, veja ROBERTS, CAFFARELLI, and CABR´E (1995). Caso nenhuma hip´otese estrutural seja imposta para o operador F, a regularidade C1,α0 ´e de

fato ´otima, veja NADIRASHVILI (2007, 2008) e NADIRASHVILI and VLADUTS (2011). Sob hip´otese de concavidade ou convexidade emF, um teorema devido a Evans e Krylov, estabelece que solu¸c˜oes s˜ao C2,α. A teoria de regularidade para o caso n˜ao-homogˆeneo

F(X, D2u) = f(X) (1.2)

(12)

operador F uma hip´otese do tipo VMO para seus coeficientes. Recentemente, E. Tei-xeira em TEIXEIRA (2014), fornece um m´odulo de continuidade universal ´otimo para equa¸c˜oes totalmente n˜ao-lineares de coeficientes vari´aveis, baseado nas propriedades de fraca-integrabilidade que o potencialf em (1.2) pode assumir.

Nosso trabalho tem como objetivo obter estimativas ´otimas interiores para equa¸c˜oes el´ıpticas degeneradas da forma:

H(X,∇u)F(X, D2u) = f(X) em B1 ⊂Rd, (1.3)

onde f ∈L∞(B

1) e o operador H: B1×Rd →R degenera com uma taxa compar´avel a

uma potˆencia da magnitude do gradiente, isto ´e,

λ|p|γ ≤ H(X, p)≤Λ|p|γ, (1.4)

para algum γ > 0. O operador de 2a ordem F: B

1 ×Sym(N) → R na equa¸c˜ao (1.3) ´e

o respons´avel pela difus˜ao, ou seja, F ´e um operador uniformemente el´ıptico totalmente n˜ao-linear.

Em diversos modelos matem´aticos, a degenerescˆencia el´ıptica ocorre ao longo do conjunto singular:

S(u) :={X :u(X) = 0},

de uma solu¸c˜ao existente. De fato, um certo n´umero de equa¸c˜oes el´ıpticas degeneradas tem seus graus de degenerescˆencia comparados a

f(∇u)|D2u| ≈1, (1.5)

para alguma fun¸c˜ao f: Rd R, com Zero(f) = {0}. Assim, para compreendermos o

efeito preciso sobre a falta de suavidade imposta pela equa¸c˜ao modelo (1.5) nos guia a uma melhor compreens˜ao sobre a teoria de regularidade ´otima para uma quantidade razo´avel de operadores el´ıpticos degenerados.

Notemos que pela estrutura da equa¸c˜ao (1.3) nenhuma teoria de regularidade universal para tal equa¸c˜ao pode ir al´em da regularidade C1,α0, para α

0 em (1.1), ou

seja, essa regularidade ´e ´otima. De fato, o termo de degenerescˆencia H(X,∇u) for¸ca as solu¸c˜oes a serem menos regulares que solu¸c˜oes do problema uniformemente el´ıptico pr´oximo de seu conjunto singular. Esta caracter´ıstica particular indica que a obten¸c˜ao de estimativas de regularidade ´otima para solu¸c˜oes de (1.3) n˜ao deve seguir de t´ecnicas de pertuba¸c˜ao, pois isto exige novas ideias envolvendo uma intera¸c˜ao de equil´ıbrio entre a teoria de regularidade universal para equa¸c˜oes uniformemente el´ıpticas e o efeito de degenerescˆencia atribu´ıdos pelo operador difus˜ao (1.4).

(13)

viscosidadeu, de (1.3), ´e localmente de classeC0,min{α−0,1+1θ}.O expoente ´otimo de

H¨older-continuidade para o gradiente de solu¸c˜oes,

β := min

α−0, 1

1 +θ

, (1.6)

nos d´a precisamente a regularidade ´otima e universal de equa¸c˜oes degeneradas do tipo (1.3).

(14)

2 PRELIMINARES

No presente trabalho, iremos fazer uso da nota¸c˜ao padr˜ao utilizada na li-teratura. As equa¸c˜oes e problemas estudados neste trabalho s˜ao modelados no espa¸co euclidiano d-dimensional, Rd. A bola aberta de raio r > 0 centrada no ponto X0 ser´a

denotada por Br(X0) e simplesmente Br para as bolas de raio r, centradas na origem.

Denotaremos Ω como um dom´ınio limitado em Rd. Para um dom´ınio A ⊂ Rd, O

ser´a entendido como o bordo do dom´ınio A. Al´em disso, para cada k > 0, iremos de-notar kBr(X0) := Bkr(X0). J´a o produto escalar usual em Rd ser´a representado por

h·,·i . Dado um vetor α = (α1,· · ·, αd) ∈ Rd, sua norma euclideana ser´a denotada por

|α|:= p

hα, αi. O produto tensorial ξ⊗ψ denota a matriz cuja entradas s˜ao dadas por

ξiψj onde, 1≤i, j ≤d. Seja A= (Aij)d×d e B = (Bij)d×d duas matrizes, denotaremos

kAk =sup|X|=1|Ax|. (2.1)

Para uma fun¸c˜aou: Ω→R, seu gradiente e sua Hessiana em um pontoX

ser˜ao denotados respectivamente por

∇u(X) := (∂ju)1≤j≤d e D2u(X) := (∂iju)1≤i,j≤d,

onde ∂ju e ∂iju representam a j-´esima derivada direcional de u e a i-´esima derivada direcional de ∂ju, respectivamente. Denotaremos por Lp(Ω) = {u : Ω R;kuk

Lp(Ω) <

∞}, onde

kukLp(Ω)=

Z

|u|pdx

1p

, 1≤p <∞,

eL∞(Ω) ={u: ΩR; kuk

L∞(Ω) <∞}, onde kukL∞(Ω)= ess sup

|u|.

A oscila¸c˜ao deu em um dom´ınio Ω ser´a dada por;

oscΩu:= sup Ω

u−inf

Ω u.

O espa¸co de todas matrizes sim´etricas d×d ser´a denotado por S(d). Dizemos que um operadorF: Ω×S(d)→R´euniformemente el´ıptico, se existem duas constantes positivas

0< λ≤Λ tais que, para cada M ∈S(d) e X ∈Ω,

λkNk ≤F(X, M+N)−F(X, M)≤ΛkNk, ∀N ≥0. (2.2)

(15)

F(X, M +N)≤F(X, M) + ΛkN+k −λkN−k (2.3) para todo x ∈Ω e M, N ∈ S(d), onde kN+k representa o m´aximo da parte positiva dos

autovalores de N, ekN−k=k(−N)+k.

Para uma fun¸c˜aou: Ω→R, seu gradiente e sua Hessiana em um pontoX

ser˜ao denotados respectivamente por

∇u(X) := (∂ju)1≤j≤d e D2u(X) := (∂iju)1≤i,j≤d,

onde ∂ju e ∂iju representam a j-´esima derivada direcional de u e a i-´esima derivada direcional de ∂ju respectivamente. Denotaremos por Lp(Ω) = {u : Ω R; kuk

Lp(Ω) <

∞}, onde

kukLp(Ω)=

Z

|u|pdx

1p

, 1≤p <∞,

eL∞(Ω) ={u: ΩR; kuk

L∞(Ω) <∞}, onde kukL∞(Ω)= ess sup

|u|.

A oscila¸c˜ao deu em um dom´ınio Ω ser´a dada por;

oscΩu:= sup Ω

u−inf

Ω u.

O espa¸co de todas matrizes sim´etricas d×d ser´a denotado por S(d). Dizemos que um operadorF: Ω×S(d)→R´euniformemente el´ıptico, se existem duas constantes positivas

0< λ≤Λ tais que, para cada M ∈S(d) e X ∈Ω,

λkNk ≤F(X, M+N)−F(X, M)≤ΛkNk, ∀N ≥0. (2.4)

Equivalentemente, um operador (λ,Λ)-el´ıptico pode ser definido sob a seguinte condi¸c˜ao:

F(X, M +N)≤F(X, M) + ΛkN+k −λkN−k (2.5) para todo x ∈Ω e M, N ∈ S(d), onde kN+k representa o m´aximo da parte positiva dos

autovalores de N, ekN−k=k(−N)+k.

Observa¸c˜ao 2.1. A defini¸c˜ao acima nos diz que o operador F ´e mon´otono crescente e Lipschitz em M ∈S(d).

De fato, sejam M, N ∈ S(d) tais que M ≤ N (isso significa que a matriz N −M ´e positiva). Pela elipticidade uniforme de F temos,

(16)

Ent˜ao,

0< λkN −Mk ≤F(X, N)−F(X, M)⇒F(X, M)≤F(X, N).

Isso conclui a monotonicidade de F(X, M) em S(d).

Agora, sejamA, B ∈S(d). A elipticidade uniforme do operador F nos d´a que

F(X, B)−F(X, A) = F(X, A+ [B−A])−F(X, A) ≤ Λk(B−A)+k −λk(B−A)−k ≤ Λk(B−A)+k

≤ ΛkB−Ak.

F(X, A)−F(X, B) = F(X, B+ [A−B])−F(X, B) ≤ Λk(A−B)+k −λk(A−B)−k ≤ Λk(A−B)+k

≤ ΛkA−Bk = ΛkB−Ak.

Portanto,

|F(X, B)−F(X, A)|= max{F(X, B)−F(X, A), F(X, A)−F(X, B)} ≤ΛkB−Ak,

ou seja, o operador F ´e Lipschitz emS(d).

Dizemos queF ´e um operador cˆoncavo quando este ´e uma fun¸c˜ao cˆoncava no espa¸co das matrizes sim´etricas reaisSd. Para cada ε >0, definamos

Fε(X, M) :=εF

X,1 εM

∀ X ∈Ω. (2.6)

Escrevemos f =o(g) quando x→x0 para significar que limx→x0

|f(x)| |g(x)| = 0. 2.1 Espa¸cos de H¨older e solu¸c˜oes no sentido da viscosidade

A continuidade H¨older ´e uma medida quantitativa de continuidade que ´e es-pecialmente apropriada para o estudo de equa¸c˜oes diferenciais parciais. Isso sugere uma amplia¸c˜ao dos espa¸cosCk(Ω), onde

(17)

Sendo Ω um aberto, fun¸c˜oes emCk(Ω) (e suas derivadas) n˜ao precisam ser limitadas em

Ω, por isso n˜ao podemos adotar a norma do sup para transformar Ck(Ω) em um espa¸co

normado. Mas sabendo que fun¸c˜oes limitadas e uniformente cont´ınuas em Ω possuem uma ´unica extens˜ao cont´ınua para ¯Ω podemos considerar o espa¸co

Ck( ¯Ω) ={u∈Ck(Ω) :Dγu ´e uniformemente cont´ınua em Ω para todo |γ| ≤k},

com a norma kukCk( ¯Ω)= max

|α|≤kkD αuk

L∞(Ω).

Defini¸c˜ao 2.2. Uma fun¸c˜ao u : Ω → R ´e dita ser α-H¨older cont´ınua em um ponto X0,

com 0< α <1, se existe uma constante C >0 tal que

|u(X)−u(X0)| ≤C|X−X0|α, para todo X 6=X0 ∈Ω

Quando u: Ω →R´e α-H¨older cont´ınua em todo Ω, e escrevemos u Cα(Ω),

temos que

|u(X)−u(Y)| ≤C|X−Y|α, para todo X 6=Y ∈Ω.

Defini¸c˜ao 2.3. Os espa¸cos de H¨older Ck,α(Ω) s˜ao subespa¸cos de Ck(Ω) consistindo de

fun¸c˜oes cujas derivadas parciais at´e a ordem k s˜ao todas α-H¨older cont´ınuas em Ω, ou seja,

Ck,α(Ω) ={u∈Ck(Ω) : Dγu∈Cαpara todo|γ| ≤k}.

Definimos tamb´em

Ck,α( ¯Ω) ={u∈Ck( ¯Ω) : Dγu∈Cα(Ω) para todo|γ| ≤k}

e consideramos a norma

kukCk,α( ¯Ω)=kukCk( ¯Ω)+ max

|γ|≤k[D γu]

(Ω),

onde

[Dγu]

(Ω) = sup X,Y∈Ω

X6=Y

|Dγu(X)Dγu(Y)|

|X−Y|α .

Defini¸c˜ao 2.4. u:Br →R´e C1,α na origem se, e somente se, existe um polinˆomio de

grau 1 tal que

|u(X)−ℓ(X)| ≤C|X|1+α, para alguma constante C > 0.

(18)

no sentido da viscosidade foi dada por Evans no ano de 1980. Depois disso, importantes propriedades foram refinadas em um trabalho feito em conjunto por Crandall, Evans e Lions, em 1984. A principal dificuldade em definir solu¸c˜ao fraca de equa¸c˜oes totalmente n˜ao lineares ´e a ausˆencia de uma estrutura divergente. Daremos agora o conceito de solu¸c˜ao no sentido da viscosidade para a equa¸c˜ao el´ıptica de segunda ordem totalmente n˜ao linear,

|∇u|γF(X, D2u(X)) =f(X), (2.7) onde X∈Ω, u ef s˜ao fun¸c˜oes definidas no dom´ınio limitado Ω⊂Rn.

Defini¸c˜ao 2.5. Uma fun¸c˜ao u definida em Ω tem um m´aximo local em X0 ∈ Ω quando u(X)≤u(X0) para qualquerX em uma vizinhan¸ca de X0.

De maneira an´aloga, com algumas modifica¸c˜oes precisas, temos a defini¸c˜ao de m´ınimo local.

Defini¸c˜ao 2.6. Uma fun¸c˜ao cont´ınuauem Ω ´e uma subsolu¸c˜ao no sentido da viscosidade para a equa¸c˜ao (2.7) se sempre que u−ϕ atingir m´aximo local em um ponto X0 ∈ Ω,

onde ϕ∈C2(Ω), tivermos

|∇u|γF(X0, D2ϕ(X0))≥f(X0).

Dizemos que uma fun¸c˜ao cont´ınua u em Ω ´e uma supersolu¸c˜ao no sentido da viscosidade para a equa¸c˜ao (2.7) quando sempre que u−ϕ atingir m´ınimo local em um pontoX0 ∈Ω, onde ϕ ∈C2(Ω), tivermos

|∇u|γF(X0, D2ϕ(X0))≤f(X0).

Finalmente, dizemos que u ´e solu¸c˜ao no sentido da viscosidade para a equa¸c˜ao (2.7) quando ufor subsolu¸c˜ao e supersolu¸c˜ao no sentido da viscosidade para a equa¸c˜ao (2.7).

Uma motiva¸c˜ao para esta defini¸c˜ao vem das seguintes observa¸c˜oes:

Observa¸c˜ao 2.7. Suponha queu´e uma supersolu¸c˜ao da equa¸c˜ao (2.7) no sentido cl´assico, ou seja,

|∇u|γF(X, D2u(X))≤f(X) pontualmente.

Assuma queu−ϕatinge um m´ınimo local em um pontoX0 ∈Ω, para algumaϕ ∈C2(Ω).

Do curso de C´alculo, segue que a matriz sim´etricaD2(uϕ)(X

0) ´e n˜ao negativa, ou seja,

D2ϕ(X0)≤D2u(X0).

A monotonicidade de F nos d´a que

(19)

Isso nos diz que u´e supersolu¸c˜ao da equa¸c˜ao (2.7) no sentido da viscosidade.

Observa¸c˜ao 2.8. Reciprocamente, suponha que u∈C2(Ω) ´e uma supersolu¸c˜ao da equa¸c˜ao

(2.7) no sentido da viscosidade. Dado qualquer ponto X0 ∈ Ω, defina a fun¸c˜ao teste ϕ(X) =u(X)−ǫkX−X0k2 (claramente ϕ ´e de classe C2). Ent˜ao,

(u−ϕ)(X0) = 0 ≤ǫkX−X0k2 = (u−ϕ)(X).

Portanto, u−ϕ atinge m´ınimo local no ponto X0, e sendo u uma supersolu¸c˜ao de (2.7)

no sentido da viscosidade, segue da defini¸c˜ao que

|∇u|γF(X0, D2ϕ(X0))≤f(X0). (2.8)

´

E f´acil ver que

D2ϕ(X) =D2u(X)−2ǫId.

Segue da´ı que

D2ϕ(X0)→D2u(X0), quando ǫ→0.

Portanto, a continuidade deF em M ∈S(d) nos d´a que

|∇u|γF(X0, D2ϕ(X0))→ |∇u|γF(X0, D2u(X0)) quando ǫ→0. (2.9)

Portanto, a partir de (2.8) e (2.9) conclui-se que

|∇u|γF(X0, D2u(X0))≤f(X0) pontualmente (classicamente).

2.2 Teoremas Importantes

Nessa se¸c˜ao citaremos alguns teoremas que tiveram importˆancia significativa no desenvolvimento dessa teoria.

Teorema 2.9. (Ascoli-Arzel´a) Seja{fn :K R}

n∈Numa sequˆencia de fun¸c˜oes definida

em um compactoK Rn. Assuma que exista uma constanteM tal que|fn(x)| ≤M para

todon ∈N e para todo xK . Al´em disso, assuma que a sequˆencia {fn :K R}

n∈N ´e

equicont´ınua em todo ponto de K . Ent˜ao existe uma subsequˆencia que converge

unifor-memente em K .

Os teoremas a seguir encontram-se no artigo do Imbert e Silvestre IMBERT (2013) com suas devidas demostra¸c˜oes.

Teorema 2.10. (Estimativa Lipchitz para p’s grandes). Seja u solu¸c˜ao no sentido da viscosidade de,

|p+∇u|γF(D2u) =f em B1 (2.10) onde oscB1u ≤ 1 e ||f||L∞(B1) ≤ ε0 < 1. Se |p| ≥

1

α0

(20)

qualquer solu¸c˜ao no sentido da viscosidadeu ´e Lipschitz cont´ınua em Br e,

[u]1,Br ≤C

onde C =C(λ,Λ, γ, d, r).

Teorema 2.11. (Estimativa Lipchitz para p’s pequenos). Seja u solu¸c˜ao no sentido da viscosidade de,

|p+∇u|γF(D2u) =f em B1 (2.11) onde oscB1u≤1 e ||f||L∞(B1) ≤ε0 <1. Se |p| ≤

1

α0

, com a0 =a0(λ,Λ, d, γ, r), ent˜ao u´e β-H¨older cont´ınua em Br e,

[u]β,Br ≤C

onde β =β(λ,Λ, d, r, a0) e C =C(λ,Λ, a0, d, r).

Teorema 2.12. Seja u uma solu¸c˜ao de viscosidade de

|p+∇u|γF(D2u) = 0 em B1

ent˜ao u´e uma solu¸c˜ao de viscosidade de F(D2u) = 0 em B 1.

A prova do seguinte resultado pode ser encontrada em ROBERTS, CAFFA-RELLI, and CABR´E (1995).

Teorema 2.13. Seja u solu¸c˜ao de

F(D2u) = 0 em B1

no sentido da viscosidade.Ent˜ao u∈C1,α(B1

2) e

kukC1,α(B1

2)

≤C(kukL∞(B

1)+|F(0)|)

(21)

3

COMPACIDADE UNIVERSAL

A partir desta se¸c˜ao come¸caremos a desenvolver a prova da principal estimativa de regularidade ´otima apresentada no Teorema 5.1. Nesta primeira etapa, iremos obter um tipo compacidade universal que nos dar´a acesso `a teoria de regularidade ´otima para solu¸c˜oes da equa¸c˜ao (5.1). Na prova que iremos apresentar, faremos uso da principal ferramenta t´ecnica obtida no recente trabalho de Imbert e Silvestre, IMBERT (2013). Lema 3.1. Seja q∈Rd um vetor arbitr´ario e uC(B1), uma solu¸c˜ao de viscosidade de

|q+∇u|γF(X, D2u) = f(X), (3.1)

satisfazendo kukL∞(B

1) ≤ 1. Dado δ >0, existe ε > 0, dependendo somente de d, λ,Λ, e

γ, tal que se

kMk−1· kF(X, M)−F(0, M)kL∞(B

1)+kfkL∞(B1) < ε, (3.2)

ent˜ao podemos encontrar uma fun¸c˜ao h, solu¸c˜ao de uma equa¸c˜ao (λ,Λ)-uniformemente el´ıptica de coeficientes constantes

F(D2h) = 0, B1/2 (3.3)

tal que

ku−hkL∞(B

1/2) ≤δ. (3.4)

Demonstra¸c˜ao. Suponhamos por contradi¸c˜ao que exista umδ0 >0 tal que o lema falha.

Portanto podemos encontrar sequˆencias,Fj(X, M),fj, qj e uj, satisfazendo • Fj(X, M) ´e (λ,Λ)-el´ıptico,

• kMk−1· kF(X, M)F(0, M)k L∞(B

1) = o(1),

• kfjkL∞(B

1)= o(1),

• kujkL∞(B

1) ≤1 e

• |qj +∇uj|γFj(X, D2uj) = fj(X),

com,

sup

B1/2

|uj−h| ≥δ0, (3.5)

para quaisquer h eF satisfazendo (3.3).

Sejaq∈Rdarbitr´ario, pelo teorema 2.10, existe uma constante universalmente

grandeA0 >0, tal que, se para alguma subsequˆencia{qjk}k∈N, tivermos,

|qjk| ≥A0, ∀k ∈N,

ent˜ao, a sequˆencia de solu¸c˜oes correspondentes,{ujk}j∈N, ´e limitada emC

0,1(B

(22)

tenhamos,

|qj|< A0, ∀j ≥j0,

ent˜ao, pelo teorema 2.11, {uj}j≥j0 ´e limitado em C

0,β(B

2/3) para algum 0 < β < 1

universal. Portanto{uj}j∈d´e uma sequˆencia de fun¸c˜oes equicont´ınuas e como por hip´otese

auj ´e limitada, pelo Teorema de Arzel´a-Ascoli 2.9, a menos de uma subsequˆencia temos,

uj →u∞ localmente uniforme em B2/3,

para algum u∞ ∈ C0,β(B2/3). Nosso objetivo final ´e provar que a fun¸c˜ao limite u∞ ´e solu¸c˜ao de uma equa¸c˜ao do tipo (3.3). Para isso, analisaremos dois casos.

Suponha que|qj|´e limitado,ent˜ao pelo Teorema de Bolzano Wiestress podemos extrair uma subsequˆencia de {qj}, que converge para algum q∞ ∈ Rd. Al´em disso, pela elipticidade uniforme e pelo segundo ´ıtem das propriedades listadas acima, para cada

x ∈ B1 a menos de uma subsequˆencia Fj(X,·) → F∞(X,·) localmente uniforme em subconjunto compacto S(d), e pela observa¸c˜ao 3.2 segue que

|q∞+∇u∞|γF∞(D2u∞) = 0

em B1 no sentido da viscosidade.

Pelo Teorema 2.12, conclu´ımos que F∞(D2u∞) = 0 em B1

2, assim tomando

F=F∞ eu∞ =hgera uma contradi¸c˜ao com (3.5).

Se |qj| ´e ilimitado, ent˜ao a menos de subsequˆencia, |qj| → ∞. Neste caso, defina~ej =qj/|qj|, ent˜ao uj ser´a solu¸c˜ao de

~ej+

∇uj

|qj|

γ

Fj(X, D2uj) =

fj(X) |qj|γ .

De fato, j´a temos que

|~qj +∇uj|γFj(X, D2uj) =fj(X).

Multiplicando os dois membros da equa¸c˜ao acima por 1

|qj|γ obtemos o desejado. Como uj ∈ C0,1(B

2/3) temos que o ∇uj ´e limitado, assim tomando j → ∞ tem-se |qj| → ∞,

portanto

∇uj

|qj| →0 e

fj(x)

|qj|γ →0 pois fj ∈L

(B

1).

Com isso,encontramos uma fun¸c˜ao limiteu∞, satisfazendoF∞(D2u∞) = 0. Como no caso

anterior, tome F = F∞ e h = u∞, isto nos leva a uma contradi¸c˜ao com (3.5). Assim, o Lema est´a provado.

(23)

fj(X) no sentido da viscosidade, ent˜ao

|~qj+∇uj|γF∞(0, D2u0) = 0 em B1 (no sentido da viscosidade).

De fato, para mostrarmos isso, ´e suficiente mostrar que u∞ ´e uma subsolu¸c˜ao no sentido da viscosidade (aplicamos o mesmo procedimento para −|~qj +~b|γF∞(0,D2(−u

0)) = 0

para mostrar o caso que u∞ ´e uma supersolu¸c˜ao no sentido da viscosidade). Para isso, sejaP um parabol´oide que tocau0 por cima em uma vizinhan¸caAdeX0 ∈B1. Devemos

mostrar que |~qj +~b|γF∞(0, D2P(X0))≥0. Suponha por contradi¸c˜ao que

|~qj+~b|γF∞(0, D2P(X0)) =−η <0.

Sejaǫj >0 tal que

|~qj+~b|γ(Fj(0, D2P)−F∞(0, D2P))≤ǫj ∀j, com ǫj →0 quando j →+∞.

Agora, seja ψj ∈ C0(B1) uma solu¸c˜ao no sentido da viscosidade (que ´e garantida pelo

m´etodo de Perron) de

M+(D2ψj, λ,1) =|fj(X)| − |βF

j(X)| −ǫj =:gj(X) em B1,

para algumλ∗ <1 a ser escolhido a posteriore. Desde queM+´e convexo (veja?) tem-se

queψj ∈C2,γ em B

1, para algum γ ∈(0,1). Portanto, ψj ∈C2(B1) e satisfaz

1

nλ∗ k(D

2ψj)+k+|fj|+|βF

j|+ǫj

≤ k(D2ψj)−k em B1. (3.6)

|~qj +~b|γ 1

nλ∗ k(D

2ψj)+k+|fj|+|βF

j|+ǫj

≤ k(D2ψj)−k em B1. (3.7)

Agora, observe que

|~q+~b|γ

|Fj(X, D2P)−Fj(0, D2P)|

kD2Pk

≤ |~q+~b|γ sup

M∈S(n)\{0}

|Fj(X, M −Fj(0, M)|

kMk = |~q+~b|γβFj,

logo temos que

(24)

Sabemos que,

λ||N+||−Λ||N−|| ≤Fj(X, M+N)−Fj(X, M)≤Λ||N+||−λ||N−|| para quaisquer M, N ∈S(n).

portanto,

|~q+~b|γ(λ||N+|| −Λ||N||) ≤ |~q+~b|γ[F

j(X, M +N)−Fj(X, M)]

≤ |~q+~b|γ(Λ||N+|| −λ||N−||) para quaisquer M, N ∈S(n).

Assim, usando (3.7) e (3.8) temos

|~qj +~b|γFj(X, D2[P +ψj]) ≤ |~qj +~b|γFj(X, D2P) +|~qj+~b|γΛk(D2ψj)+k − |~qj+~b|γλk(D2ψj)−k = |~qj +~b|γFj(X, D2P)− |~qj +~b|γF∞(0, D2P) +|~qj +~u|γF∞(0, D2P)

+|~qj +~b|γΛk(D2ψj)+k − |~qj+~b|γλk(D2ψj)−k ≤ |~q+~b|γF∞(0, D2P) +|~q+~b|γΛkD2PkβFj +|~q+~b|

γΛk(D2ψj)+k

−|~q+~b|γλk(D2ψj)−k

≤ |~q+~b|γF∞(0, D2P) +|~q+~b|γkD2PkβFj(X) +|~q+~b|

γΛk(D2ψj)+k

−|~q+~b|γλ||(D2ψj)−|| − |~q+~b|γ λ

nλ∗ k(D

2ψj)+k+|fj|+|βF

j|+ǫj

≤ |~q+~b|γF∞(0, D2P) +|~q+~b|γkD2PkβFj(X) +|~q+~b|

γΛk(D2ψj)+k

−|~q+~b|γ λ

nλ∗ k(D

2ψ

j)+k+|fj|+|βFj|+ǫj

+ǫj

= |~q+~b|γF∞(0, D2P) +ǫj− |~q+~b|γ λ

nλ∗ǫj +|~q+~b|

γkD2PkβF

j

−|~q+~b|γ λ

nλ∗|βFj|+|~q+~b|

γΛk(D2ψj)+k − |~q+~b|γ λ nλ∗k(D

2ψ)+k

−|~q+~b|γ λ

nλ∗|fj|

≤ |~q+~b|γF∞(0, D2P) +|~q+~b|γ λ

nλ∗ǫj− |~q+~b|

γ λ nλ∗ǫj + +|~q+~b|γ λ

nλ∗βFj(X)− |~q+~b|

γ λ

nλ∗|βFj|+

+|~q+~b|γ λ

nλ∗k(D

2ψj)+k − |~q+~b|γ λ nλ∗k(D

2ψ)+k − |~q+~b|γ λ nλ∗|fj| = |~q+~b|γF∞(0, D2P)− |~q+~b|γ

λ nλ∗|fj| ≤ |~q+~b|γF∞(0, D2P)− |~q+~b|γ|fj| = −η− |~q+~b|γ|fj(X)|

≤ −η+|~q+~b|γfj(X) ≤ −η

2+|~q+~b|

(25)

ou seja,

Fj(X, D2[P +ψj]<−η

2 +fj(X) ∀j, (3.9)

onde λ∗ <1 ´e escolhido suficientemente pequeno de tal forma que se tenha

λ

nλ∗ ≥max{1,Λ,kD

2Pk}.

Agora, como P toca u0 = lim

k→+∞uj por cima em uma vizinhan¸ca A de X0, segue que

P +ψj + ηkX−X0k

2

(4Λ) +C (para j suficientemente grande e para alguma constante C) tocauj por cima emA em algum ponto a∈A. Portanto,

|~q+~b|γFja, D2P(a) +D2ψj(a) + η 2λI

≥ |~q+~b|γfj(a)

e assim

|~q+~b|γFj(a, D2P(a) +D2ψj(a))≥ −η

2 +|~q+~b|

γfj(a). (3.10)

(26)

4 REGULARIDADE C1,α

Nesta se¸c˜ao, iremos desenvolver a oscila¸c˜ao de decaimento, que ir´a finalmente nos fornecer a estimativa de regularidade ´otima C1,α para solu¸c˜oes da equa¸c˜ao (1.3). A

primeira tarefa ser´a obter uma vers˜ao discreta da estimativa de regularidade, e ´e justa-mente isto que o lema seguinte nos fornecer´a.

Lema 4.1. Seja q ∈ Rd um vetor arbitr´ario e u C(B1) normalizada, isto ´e, |u| ≤ 1,

solu¸c˜ao de viscosidade de

|q+∇u|γF(X, D2u) = f(X). (4.1)

Dadoα∈(0, α0)∩(0,γ+11 ], existem constantes0< ρ0 <1/2eǫ0 >0, dependendo somente de d, λ,Λ, γ e α, tais que se

kMk−1· kF(X, M)−F(0, M)kL∞(B

1)+kfkL∞(B1)≤ǫ0, (4.2)

ent˜ao existe uma fun¸c˜ao afim ℓ(X) =a+~b·X, tal que

sup

0

|u(X)−ℓ(X)| ≤ρ1+0 α.

Al´em disso,

|a|+|~b| ≤C(d, λ,Λ),

para uma constante universalC(d, λ,Λ)que depende apenas da dimens˜ao e das constantes de elipticidade.

Demonstra¸c˜ao. Note que estamos nas hip´oteses do Lema 3.1, assim para umδ > 0 a ser escolhido a posteriori, sejah uma solu¸c˜ao de uma equa¸c˜ao (λ,Λ)-uniformemente el´ıptica homogˆenea com coeficientes constantes, ou seja,

F(D2h) = 0 em B1 2

tal que||u−h||L∞(B

1/2)≤δ, para algumε0 escolhido suficientemente pequeno, dependendo

somente de δ e dos parˆametros universais. A partir da escolha do δ, que ser´a universal-mente escolhido logo depois, iremos concluir que a escolha do ε0 ser´a tamb´em universal.

De (3.4), segue que

khkL∞(B

1/2) =ku−h+ukL∞(B1/2)≤1 +δ <2;

(27)

e portanto,

sup

Br

|h(X)−(∇h(0)·X+h(0))| ≤ C(d, λ,Λ)·r1+α0 r < 1

2, (4.3) |∇h(0)|+|h(0)| ≤ C(d, λ,Λ), (4.4)

para alguma constante universal C(d, λ,Λ) > 0. A desigualdade 4.4 decorre do fato de khkL∞(B

1/2) ≤2 e ∇hser limitado, uma vez que h∈C

1,α, onde 0< α <1. Denotaremos

ℓ(X) := ∇h(0)·X+h(0). (4.5)

Pela desigualdade triangular segue que

sup

Bρ0

|u(X)−ℓ(X)| = sup

Bρ0

|u(X)−h(X) +h(X)−ℓ(X)| (4.6) ≤ δ+C(d, λ,Λ)·ρ1+α0

0 .

Agora, fixado um expoenteα < α0 iremos escolher ρ0 de modo que

Cρ1+α0

0 ≤

1 2ρ

1+α

0 , ou seja, ρo ≤

α0−α

r 1

2C. (4.7)

Consideremos,

ρ0 := α0

−α

r 1

2C e δ :=

1 2

1 2C

α1+α

0−α

(4.8)

ondeC(d, λ,Λ)>0 ´e a constante universal que aparece em 4.3. Observe que como C >0 e α < α0 segue que δ > 0 e 0 < ρ < 12 e que as escolhas acima dependem somente de d, λ,Λ e do expoente 0< α < α0 fixado. Finalmente, combinando 4.4, 4.6, e 4.8 obtemos

sup

0

|u(X)−ℓ(X)| ≤ 1 2

1 2C(d, λ,Λ)

α1+α

0−α

+C(d, λ,Λ)·ρ1+0 α·ρα0−α

0 = 1 2ρ 1+α 0 + 1 2ρ 1+α 0

= ρ1+0 α,

e o Lema est´a provado.

Na sequˆencia, iremos iterar o Lema 4.1 em bolas di´adicas para obtermos a precisa oscila¸c˜ao de decaimento da diferen¸ca entreue as fun¸c˜oes afimℓkque ser˜ao definidas abaixo.

Lema 4.2. Sob as condi¸c˜oes do Lema anterior, existe uma sequˆencia de fun¸c˜oes afins ℓk(X) := ak+~bk·X satisfazendo

(28)

tal que

sup

Bρk

0

|u(X)−ℓk(X)| ≤ρk0(1+α). (4.10)

onde α ´e um expoente fixado, tal que

α∈(0, α0)∩

0, 1

1 +γ

(4.11)

e C0 uma constante universal que depende somente da dimens˜ao e elipticidade.

Demonstra¸c˜ao. Faremos a prova por indu¸c˜ao finito sobre k. O caso k = 1 segue exa-tamente do Lema 4.1. Suponha que as estimativas (4.9) e (4.10) sejam v´alidas para

j = 1,2,· · · , k, mostraremos que ´e v´alido tamb´em paraj =k+ 1. Para isso, seja a fun¸c˜ao reescalonadav :B1 →R como segue,

v(X) := (u−ℓk)(ρ

k 0X) ρk0(1+α) .

Assim, |v| = |u−lk| |ρk0(1+α)| ≤

ρk0(1+α)

ρk0(1+α) = 1. Al´em disso, como D

2u = D2v

ρk0(1−α) e ∇u = ρkα

0 ∇v +bk, temos que v satisfaz a seguinte equa¸c˜ao diferencial,

ρ−kαbk+∇v

γ

Fk(X, D2v) =fk(X)

onde Fk :B1×S(d)→R ´e dada por

Fk(X, M) :=ρk0(1−α)F ρk0X,

1

ρk0(1−α)M

!

e fk(X) = ρ0k[1−α(1+γ)]f(ρk0X)

Pela observa¸c˜ao 4.3 o operadorFk´e (λ,Λ)-el´ıptico, j´a queF ´e um operador (λ,Λ) el´ıptico. Al´em disso, a ω-norma da oscila¸c˜ao dos respectivos coeficientes de Fk, como definido em (5.4), n˜ao aumenta. Como fk(X) =ρ0k[1−α(1+γ)]f(ρk

0X), temos a seguinte estimativa

kfkkL∞(B1) ≤ ρ0k[1−α(1+γ)]kfkL(B

ρk0). (4.12)

Devido a escolha do expoente feita em (4.11), a saberα≤ 1

1+γ, tem-se quek[1−α(1−γ)]≥

0 e como 0< ρ0 < 12 segue que ||fk||L∞(B

1)≤ǫ0. Desta forma, mostramos quev est´a sob

as hip´oteses do Lema 4.1, que garante a existˆencia de uma fun¸c˜ao afim ˜ℓ(X) :=a+~b·X

com |a|+|~b| ≤C(d, λ,Λ), tal que

sup

Bρ0

(29)

Substituindov na express˜ao acima obtemos:

sup

Bρ0

(u−ℓk)(ρk 0X) ρk0(1+α) −

˜

ℓ(X)

≤ρ1+0 α,

ou seja,

sup

0

|u(ρk0X)−(ℓk(ρk0X)−ℓ˜(X)ρk0[1+α])| ≤ρ

(1+α)(k+1) 0

Observe que dado qualquer Z ∈ Bρk+1

0 podemos escrevˆe-lo como Z = ρ

k

0X, onde X = 1

ρk

0Z ∈Bρ0.Assim,

|u(Z)−ℓk+1|=|u(ρk0X)−ℓk+1| ≤sup Bρ0

|u(ρk0X)−ℓk+1| ≤ρ(1+0 α)(k+1)

onde

ℓk+1(X) :=ℓk(ρ0kX)−ℓ˜(X)ρ k[1+α] 0

Portanto,

ℓk+1(X) := ak+~bk·ρk0X+aρ k(α+1)

0 +~b·ρ

k(α+1)

0 X

= (ak+aρk0(α+1)) + (b~k·ρk0X+~b·ρk0Xρkα0 )

= (ak+aρk0(α+1)) + (~bk·+~b·ρkα0 )X

Dessa forma, definamos a (k+1)-´esima fun¸c˜ao afim,ℓk+1(X) :=ak+1+~bk+1·X da seguinte

forma:

ak+1 :=ak+ρ(1+0 α)ka e ~bk+1 :=~bk+ραk0 ~b.

Desfazendo o reescalonamento em (4.13), obtemos

sup

Bρk+1 0

|u(X)−ℓk+1(X)| ≤ρ(0k+1)(1+α)

e ainda,

|ak+1−ak|+ρ0k|~bk+1−~bk| = |a||ρk0(1+α)|+ρk0|~b||ρkα0 |

= |a|ρk0(α+1)+|~b|ρ k(α+1) 0

= (|a|+|~b|)ρk0(α+1) < C0(d, λ,Λ)ρk0(α+1)

e a prova do Lema 4.2 est´a completa.

Observa¸c˜ao 4.3. O operador Fk ´e (λ,Λ)-el´ıptico. De fato, comoF ´e (λ,Λ)-el´ıptico temos:

Fk(X, M +P)−Fk(X, M) = ρ0k(1−α)F(ρk0X, 1

ρk0(1−α)[M +P])−ρ k(1−α)

0 F(ρk0X,

1

ρk0(1−α)M)

(30)

onde

˜

M = 1

ρk0(1−α)M e

˜

P = 1

ρk0(1−α)P.

Observe que ˜M ∈S(n) e que ˜P ≥0. Ent˜ao,

λkP˜k ≤F(ρk0X,M˜ + ˜P)−F(ρk0X,M˜)≤ΛkP˜k (4.14)

Multiplicando (4.14) por τ :=ρk0(1−α) obtemos

(31)

5 O RESULTADO PRINCIPAL

Neste cap´ıtulo iremos tratar da obten¸c˜ao da regularidade ´otima para equa¸c˜oes el´ıpticas degeneradas da forma:

H(X,∇u)F(X, D2u) = f(X) em B1, (5.1)

onde F ´e uniformemente el´ıptica, f ∈ L∞ e para algum γ > 0, H satisfaz a seguinte condi¸c˜ao de degenerescˆencia,

λ|p|γ≤ H(X, p)≤Λ|p|γ (5.2)

para cada p ∈ Rd e X B1. Para efeito de normaliza¸c˜ao, assumiremos sem perda de

generalidade que F(X,0) = 0 para todo X∈B1.

Como mencionado outras vezes nesse presente trabalho, segue da teoria de Krylov-Safanov, veja ROBERTS, CAFFARELLI, and CABR´E (1995), que solu¸c˜oes de viscosidade da equa¸c˜ao

F(X, D2u) = f(X)∈L∞(B1),

s˜ao localmente de classe C1,β, para todo 0 < β < α

0. Veja TEIXEIRA (2014). Solu¸c˜oes

da equa¸c˜ao de coeficientes constantes

F(D2u) = 0,

s˜ao localmente de classe C1,α0, para algum expoente α

0 = α0(d, λ,Λ) universal. No

decorrer deste cap´ıtulo,α0ser´a entendido como tal expoente. Caso n˜ao tenha sido imposta

nenhuma condi¸c˜ao adicional `a F, α0 ´e de fato o expoente ´otimo. Veja NADIRASHVILI

(2007, 2008) e NADIRASHVILI and VLADUTS (2011). Para a classe de equa¸c˜oes com coeficientes vari´aveis, solu¸c˜oes s˜ao em geral, somente de classeC0,α0 e esta regularidade ´e

´otima, a menos que alguma condi¸c˜ao de continuidade em seus coeficientes seja imposta. Tal condi¸c˜ao ´e bastante natural, estando sempre presente na teoria linear: Lu=aijDiju.

Para o nosso objetivo de encontrar uma estimativa C1,α para solu¸c˜oes da equa¸c˜ao (5.1),

iremos daqui em diante, assumir uma hip´otese de continuidade nos coeficientes de F, a saber:

sup kMk≤1

|F(X, M)−F(Y, M)|

kMk ≤C·ω(|X−Y|), (5.3)

(32)

conveniente, iremos denotar

kFkω := inf

(

C > 0 : sup kMk≤1

|F(X, M)−F(Y, M)|

kMk ≤Cω(|X−Y|), ∀X, Y ∈B1 )

.

(5.4) Para concluir os nosso coment´arios iniciais sob a condi¸c˜ao de continuidade (5.3), solu¸c˜oes de viscosidade da equa¸c˜ao

F(X, D2u) = f(X)∈L∞(B1),

s˜ao localmente de classe C1,β, para todo 0 < β < α

0. Veja CAFFARELLI (1988);

TEI-XEIRA (2014).

Iremos agora apresentar o principal resultado acerca da teoria que ser´a de-senvolvida neste cap´ıtulo. Tal resultado fornecer´a uma estimativa de regularidade ´otima para fun¸c˜oes u, satisfazendo

|∇u|γ· |F(D2u)|.1, γ >0, (5.5)

no sentido da viscosidade, para algum operador uniformemente el´ıptico F. Como co-mentado no in´ıcio deste cap´ıtulo, para o caso n˜ao-degenerado, isto ´e, γ = 0, a melhor regularidade poss´ıvel ´eC1+α

0

loc . O ponto delicado, est´a em obter uma estimativa universal

precisa o suficiente para que o grau de singularidade γ > 0, que surge da equa¸c˜ao (5.5) seja explicitamente sentido, ao longo do conjunto singular (∇u)−1(0).

Para entender alguns fatos acerca do que devemos esperar neste estudo, vamos olhar de um modo ingˆenuo para a seguinte EDO:

(

u′′(t) = (u)−θ, u(0) =u′(0) = 0,

que pode ser resolvida de uma maneira simples parat ∈(0,∞). A solu¸c˜ao ´eu(t) =t2+1+γγ.

Ap´os algumas inferˆencias heur´ısticas, torna-se razo´avel aceitar queC2+1+γγ ´e uma barreira

su-perior para qualquer estimativa de regularidade universal para a equa¸c˜ao (5.5). Portanto, a estimativa de regularidade ´otima ideal que se deve esperar para fun¸c˜oes satisfazendo a Equa¸c˜ao (5.5) deve ser C1,min{α−0,1+1γ}. Devido aos coment´arios feitos acima, estamos

aptos a formular o principal resultado o qual foi dedicado este cap´ıtulo. Teorema 5.1. Seja u uma solu¸c˜ao de viscosidade de

H(X,∇u)F(X, D2u) =f(X) em B1. (5.6)

Assumaf ∈L∞(B

(33)

coeficientes cont´ınuos, isto ´e, satisfazendo (2.4) e (5.3). Fixado um expoente

α ∈(0, α0)∩

0, 1

1 +γ

,

ent˜ao existe uma constante C(d, λ,Λ, γ,kFkω,kfk∞, α) > 0, que dependente apenas de d, λ,Λ, γ,kFkω,kfk∞ e α, tal que

kukC1,α(B

1/2)≤C(d, λ,Λ, γ,kFkω,kfk∞, α)· kukL∞.

Em suma, a estrat´egia dada no cap´ıtulo anterior atesta que, para mostramos o Teorema 5.1, ´e suficiente trabalhar sob o regime de pequenez posto como hip´otese na demonstra¸c˜ao do Lema 4.1. Uma vez estabelecida a estimativa regularidade ´otima para a fun¸c˜ao normalizada u, a estimativa correspondente para v ser´a prontamente obtida. A partir de agora faremos esse processo detalhadamente.

5.1 Regularidade local sob o regime de pequenez

Nesta se¸c˜ao, ainda sob as hip´oteses dos Lemas 4.1 e 4.2, iremos estabelecer, para um expoente fixado α satisfazendo a condi¸c˜ao (4.11), a existˆencia de uma fun¸c˜ao afim

ℓ⋆(X) :=a⋆+~b⋆·X,

tal que

|~b⋆|+|a⋆| ≤C,

onde

sup

Br

|u(X)−ℓ⋆(X)| ≤Cr1+α, ∀r≪1, (5.7) para uma constante positiva C que depende somente das constantes d,λ, Λ,γ e α.

Para isso iremos mostrar que para concluirmos a prova do Teorema 5.1 ´e suficiente obter que a estimativa (5.7) ´e v´alida na origem para uma solu¸c˜ao u sob as hip´oteses dos Lemas 4.1 e 4.2.

De fato, seja v ∈C(B1) uma solu¸c˜ao no sentido da viscosidade de

H(X,∇v)F(X, D2v) = f(X),

onde H satisfaz (1.4) e F ´e um operador (λ,Λ)-el´ıptico com coeficientes cont´ınuos, ou seja, que satisfazem (2.4) e (5.3). Fixemos um ponto Y0 ∈B1/2 e definamos u: B1 → R

como

u(X) := v(ηX+Y0)

τ ,

para parˆametros η e τ a serem determinados. Note que D2v = D2u

(34)

temos queu´e solu¸c˜ao no sentido da viscosidade para

Hη,τ(X,∇u)Fη,τ(X, D2u) =fη,τ(X),

onde Fη,τ :B1×S(d)→R ´e dada por:

Fη,τ(X, M) := η2

τ F

ηX+Y0, τ η2M

(5.8)

Hη,τ(X, p) :=

η

τ

γ H

ηX+Y0, τ ηp

(5.9)

fη,τ(X) := η

γ+2

τγ+1f(ηX +Y0). (5.10)

De maneira an´aloga a observa¸c˜ao 4.3 temos que Fη,τ ´e uniformemente el´ıptica com as mesmas constantes de elipticidade do operador originalF, ou seja, tal operador ´e (λ, Λ)-el´ıptico. Note tamb´em queHη,τ satisfaz a mesma condi¸c˜ao de degenerescˆencia (1.4), com

as mesmas constantes, pois como

λ|~p|γ≤ H(X, ~p)≤Λ|~p|γ

para algumγ >0. Assim, sendo~q= τ

η~ptem-se

λ|~q|γ ≤ H(ηX+Y0, ~q)≤Λ|~q|γ

Multiplicando ambos os membros da desigualdade acima por σ=η

τ γ obtemos: λ η τ τ η~p γ ≤ η τ γ

H(ηX+Y0, ~q)≤Λ

η τ τ η~p γ ou seja,

λ|~p|γ ≤ Hη,τ(X, ~p)≤Λ|~p|γ

Vamos inicialmente escolher

τ := max

1,kvkL∞(B

1) ,

para que tenhamos|u| ≤1 emB1(Y0), pois|u|=|v| ≤1 emB1 seτ = 1 ou|u| ≤

kvk∞ kvk∞ = 1 seτ =kvk∞. Agora para o ε0 universal que surge nas hip´oteses do Lema 4.1, faremos

a seguinte escolha

η:= min

1,·(ε0kfk−L∞1 )

1

γ+2, ω−1

ε0

kFkω

(35)

pois assim teremos kfτ,ηk∞ < ε0 temos ηγ+2

τγ+1kfk∞ < ε0 assim, η

γ+2kfk

∞ < ε0, ou seja, η <(ε0kf∞k−1)

1

γ+2,e

|Fη,τ(X, M)−Fη,τ(0, M)|

||M|| =

η2 τ F

ηX +Y0,ητ2M

−F

0,ητ2M

||M||

= |F(ηX +Y0, M

)F(0, M)| ||M′||

Portanto,

sup kMk≤1

|Fη,τ(X, M)−Fη,τ(0, M)|

kMk = kMsup′k≤1

|F(ηX +Y0, M′)−F(0, M′)|

kM′k ≤ Cω(|ηX+Y0−ηY −Y0|)

= Cω(η|X−Y|) ≤ Cω(η)

Na ´ultima desigualdade acima foi usado o fato da fun¸c˜ao ω ser crescente em (0,1). Com isso queremos queCω(η)≤ǫ0 logo, η≤ω−1

ǫ0 C

. Obtivemos,

X |u| ≤1 em B1; X kfη,τkL∞ ≤ε0;

X kMk−1kFη,τ(X, M)Fη,τ(0, M)k

L∞(B1)≤ε0.

Inicialmente, segue de (4.9), que os coeficientes da sequˆencia de fun¸c˜oes afins ℓk geradas no Lema 4.2, ou seja,~bk eak, s˜ao sequˆencias de Cauchy em Rd e em R, respectivamente.

Sejam~b⋆ e a⋆ os coeficientes limites, isto ´e,

lim

k→∞~bk =: ~b⋆ ∈

Rd (5.11)

lim

k→∞ak =: a⋆ ∈

R. (5.12)

Al´em disso, por (4.9) temos que|ak+1−ak|< ρ0k(1+α) e |bk+1−bk|< ρkα0 e portanto,

|ak+d−ak| ≤ |ak+d−ak+d−1|+|ak+d−1−ak+d−2|+...+|ak+1−ak|

≤ C0(ρ(0k+d−1)(1+α)+ρ

(k+d−2)(1+α)

0 +...+ρ

(k+1)(1+α)

0 +ρ

k(1+α)

0 )

= C0ρk0(1+α)(ρ

(d−1)(1+α)

0 +ρ

(d−2)(1+α)

0 +...+ρ

(1+α)

0 + 1)

≤ C0 1−ρ0

ρk(1+α).

De maneira an´alago tem-se

|bk+d−bk| ≤ C0

(36)

Fazendok → ∞ nas duas desigualdades acima, temos que:

|a⋆−ak| ≤ C0 1−ρ0

ρk0(1+α), (5.13)

|~b⋆−~bk| ≤ C0 1−ρ0

ρkα0 . (5.14)

Agora, fixado 0< r < ρk

0, iremos escolher k ∈ tal que ρk0+1 < r≤ρk0.

Por fim, obtemos a seguinte estimativa:

sup

Br

|u(X)−ℓ⋆(X)| ≤ sup

Bρk

0

|u(X)−ℓ⋆(X)| ≤ sup

Bρk

0

|u(X)−ℓk(X)|+ sup Bρk

0

|ℓk(X)−ℓ⋆(X)|

≤ ρk0(1+α)+ C0 1−ρ0

ρk0(1+α)

= ρk0(1+α)

1 + C0 1−ρ0

= ρ

k(1+α) 0 ρ(0k+1)(1+α)

1 + C0

1−ρ0

ρ(0k+1)(1+α)

= 1

ρ1+0 α

1 + C0

1−ρ0

ρ(0k+1)(1+α)

= 1

ρ1+0 α

1 + C0

1−ρ0

ρ(0k+1)(1+α)

≤ 1

ρ1+0 α

1 + C0 1−ρ0

·r1+α,

logo ||u||C1,α ≤ C(d, λ,Λ, γ,kFkω,kfk∞, α)· kukL∞ e a prova do Teorema 5.1 est´a

com-pleta.

Segue no Corol´ario abaixo, uma importante consequˆencia do Teorema 5.1. Corol´ario 5.2. Seja u solu¸c˜ao de viscosidade de

H(X,∇u)F(D2u) =f(X) in B1. (5.15)

Assuma f ∈L∞(B

1), H satisfazendo (5.2), F uniformemente el´ıptica e cˆoncava. Ent˜ao u´e localmente C1,1+1γ e essa regularidade ´e ´otima.

Demonstra¸c˜ao. Note que estamos nas hip´oteses do teorema 4.1, da´ı temos que fixado

α ∈ (0, α0)∩

0, 1

1 +γ

existe uma contante C = C(d, γ, λ,Λ,kFkw,kfk∞, α) > 0 tal que

kukC1,α(B1

2)

≤C =C(d, γ, λ,Λ,kFkw,kfk∞, α)kuk∞

(37)

classeC1,1pelo Teorema de Evans-Krylov. LogouC1, 1

1+γ localmente e essa regularidade

´e ´otima. ´

(38)

6 APLICAC¸ ˜OES E PERSPECTIVAS

A heur´ıstica da classifica¸c˜ao de degenerescˆencia mencionado no par´agrafo an-terior, possui de fato um vasto campo de aplicabilidade. Nesta se¸c˜ao intermedi´aria, iremos comentar sobre algumas consequˆencias que a estimativa de regularidade ´otima disp˜oe para teoria de regularidade el´ıptica.

Na sequˆencia, iremos usar o Teorema 5.1 e o Corol´ario 5.2 para solucionar casos particulares de alguns problemas abertos bastante conhecidos. O resultado obtido nesta se¸c˜ao nos d´a a esperan¸ca de que progressos decisivos possam ser contemplados para casos mais gerais em um futuro pr´oximo.

6.1 Equa¸c˜oes da teoria de supercondutividade

Come¸caremos nesta se¸c˜ao, comentando sobre algumas aplica¸c˜oes que o Te-orema 5.1 fornece para a teoria de supercondutividade, onde as equa¸c˜oes totalmente n˜ao-lineares do tipo:

F(X, D2u) =g(X, u)χ{|∇u|>0} (6.1)

regem os modelos matem´aticos desta teoria. A equa¸c˜ao (6.1) representa a equa¸c˜ao es-tacion´aria para a ”mean field theory of superconducting vortices”quando a fun¸c˜ao de fluxo escalar admite uma dependˆencia funcional no potencial magn´etico escalar, veja CHAPMAN, RUBINSTEIN, and SCHATZMAN (1996). Propriedades de existˆencia e re-gularidade da Equa¸c˜ao (6.1) foram estudadas em CAFFARELLI and SALAZAR (2002) e CAFFARELLI, SALAZAR, and SHAHGHOLIAN (2004). A novidade no estudo da Equa¸c˜ao (6.1) est´a em testar a equa¸c˜ao apenas por polinˆomios que tocam a solu¸c˜ao com |∇P(X0)| 6= 0. Foi provado em CAFFARELLI and SALAZAR (2002), corol´ario 7, que

solu¸c˜oes s˜ao localmente C0,α para algum 0< α < 1. Para operadores cˆoncavos, foi

pro-vado em CAFFARELLI and SALAZAR (2002) corol´ario 8, que solu¸c˜oes est˜ao em W2,p.

Uma aplica¸c˜ao da f´ormula de monotonicidade de Alt-Caffarelli-Friedman CAFFARELLI and SALAZAR (2002), Lema 9, fornece regularidadeC1,1 para o problema particular

∆u=cu χ{|∇u|>0}. (6.2)

A Equa¸c˜ao (6.1) pode ser obtida como o problema limite, quandoδ →0, para a fam´ılia de equa¸c˜oes singulares da forma

|∇uδ|δ·F(X, D2uδ) =g(X, uδ), B1. (Eδ)

(39)

de (Eδ), paraδ suficientemente pequeno, isto ´e, para

δ <1−α−0, para α−0 ∈(0, α0)∩

0, 1

1 +γ

ent˜ao existe uma constante C(d, λ,Λ, γ,||g||w,||g||∞, α−0) > 1 que n˜ao depende de δ,tal que,

kuδk C1,α

0

loc

≤C||uδ||L∞ =C. (6.3)

Em particular, a estimativa (6.3) nos d´a compacidade local para a fam´ılia de solu¸c˜oes {uδ}δ>0 de (Eδ).Assim pelo teorema de Ascoli-Arzel´a,a menos de uma subsequˆencia,seja u0 a fun¸c˜ao limite de tal sequˆencia, ou seja,

u0 = lim j→0uδj,

para δj = o(1). De (6.3), temos,

∇uδj −→ ∇u0 localmente uniforme, (6.4)

u0 ∈ C

1,α−

0

loc (B1). (6.5)

Agora, fixemos um ponto regularZ ∈B1 deu0, isto ´e,

|∇u0(Z)|>0.

A convergˆencia gradiente (6.4) e a estimativa (6.5) nos d´a a existˆencia deη >0 pequeno, tal que

inf

Bη(Z)

|∇uδ| ≥ 1

10|∇u0(Z)|=:c0, para todoδ≪1. Assim,

g(X, uδ)· |∇uδ|−δ −→g(X, u0), quando δ−→0 uniformemente em Bη(Z).

Resumimos a discuss˜ao acima com o seguinte Teorema: Teorema 6.1. Seja uδ ∈ C0(B

1) uma solu¸c˜ao de viscosidade de (Eδ), com |uδ| ≤ 1, δ ≪1, onde g ´e cont´ınua em u e mensur´avel e limitada em X. Assuma que o operador F est´a sob as hip´oteses do Teorema 5.1. Ent˜ao, fixado um n´umero α < α0(d, λ,Λ), para δ suficientemente pequeno, temos

kuδkC1,α(B

4/5) ≤C(d, λ,Λ, α).

Em particular,

(40)

e u0 ´e uma solu¸c˜ao de viscosidade de (6.1).

A principal vantagem do Teorema 6.1, em compara¸c˜ao com a teoria de re-gularidade desenvolvida em CAFFARELLI and SALAZAR (2002), ´e que ela nos d´a a estimativaC1,α ´otima, para o caso mais geral de operadores totalmente n˜ao lineares, n˜ao

necessariamente cˆoncavos.

6.2 Visitando a teoria do ∞-laplaciano

Iremos agora visitar a teoria do operador ∞-laplaciano ,

∆∞v :=X

i,j

vivjvij (6.6)

a qual est´a relacionada ao problema de melhor extens˜ao Lipschitz para um dado de fron-teira fixado. Al´em disso, o operador acima tem como caracter´ısticas a n˜ao-linearidade e alta degenerescˆencia. A teoria das fun¸c˜oes infinito-harmˆonicas, isto ´e, solu¸c˜oes da EDP homogˆenea

∆∞h= 0,

tem recebido uma grande aten¸c˜ao. Um dos principais problemas em aberto da teoria moderna de EDPs est´a em mostrar que fun¸c˜oes infinito-harmˆonicas s˜ao de classeC1. Essa

conjectura tem sido respondida positivamente por O. Savin SAVIN (2005) no plano. Evans e Savin, EVANS (2008) melhoraram o resultado para C1,α para algum α > 0 pequeno,

por´em somente em duas dimens˜oes. Muito recentemente, Evans e Smart provaram que fun¸c˜oes infinito-harmˆonicas s˜ao q.t.p. diferenci´aveis independentemente da dimens˜ao, veja EVANS and SMART (2011). N˜ao obstante, caracter´ısticas de n˜ao-continuidade de ∇upodem ser inferidos por argumentos ingˆenuos. O famoso exemplo de fun¸c˜ao infinito-harmˆonica

a(x, y) := x43 −y43 (6.7)

devido a Aronsson por volta dos anos 60, determina a regularidade ´otima ideal para tal problema. Ou seja, a teoria de regularidade universal para fun¸c˜oes infinito-harmˆonicas n˜ao pode ir al´em deC1,13. At´e onde sabemos, n˜ao houve antes qualquer resultado significativo

de que fun¸c˜oes infinito-harmˆonicas devem ou n˜ao ter uma regularidade C1,13 universal,

a menos de especula¸c˜oes baseadas no exemplo de Aronsson. De outra maneira, por´em, a desconfian¸ca para a validade da conjectura da regularidade C1,13 para fun¸c˜oes

infinito-hamˆonicas se confirma explorando as propriedades de escalonamento da equa¸c˜ao. Por exemplo, podemos escrever o operador infinito-laplaciano como

(41)

e desta forma, torna-se tentador comparar suas caracter´ısticas de degenerescˆencia com

|∇u|2· |∆u|.1, (6.8)

que possui as mesmas propriedades de escalonamento de ∆∞ e cujas solu¸c˜oes s˜aoC1,

1 1+2

regulares, do Corol´ario 5.2. Embora, em geral n˜ao seja verdade que fun¸c˜oes infinito-harmˆonicas satisfazem (6.8), essa observa¸c˜ao nos leva a um interessante guia heur´ıstico.

Note que o exemplo de Aronsson - como quaisquer exemplos populares na te-oria de EDPs - ´e uma fun¸c˜ao de vari´aveis separ´aveis. Na sequˆencia, como uma aplica¸c˜ao do Corol´ario 5.2, mostraremos que qualquer fun¸c˜ao infinito-harmˆonica com vari´aveis se-par´aveis ´e de fato, localmenteC1,13.

Proposi¸c˜ao 6.2. Seja u: B1 ⊂ Rd→ R uma fun¸c˜ao infinito-harmˆonica. Assuma que u ´e uma fun¸c˜ao de vari´aveis separ´aveis, i.e.,

u(X) =σ1(x1) +σ2(x2) +· · ·σd(xd),

paraσi ∈C0(B

1). Ent˜ao u∈C1,

1

3(B1/2).

Demonstra¸c˜ao. Primeiramente note que∇u= (σ′

1x1,· · ·, σd′xd) e

D2u=       σ′′

1(x1) 0 · · · 0

0 σ′′

2(x2) · · · 0

... ... ... ... 0 0 · · · σ′′

d(xd)

      Portanto,

0 = ∆∞u=|σ1′(x1)|2σ1′′(x1) +|σ′1(x2)|2σ′′2(x2) +· · ·+|σd′(xd)|2σd′′(xd). (6.9)

Notamos, contudo, que o i-´esimo termo na equa¸c˜ao (6.9) depende apenas da vari´avel xi. Portanto, como a soma acima ´e nula, cada termo deve ser constante, isto ´e,

i′(xi)|2σi′′(xi) = βi, N

X

i=1

βi = 0. (6.10)

E portanto,

d

X

i=1

|σ′i(xi)|2σ′′i(xi) =

d

X

i=1

βi = 0.

Aplicando a regularidadeC1,13 para cadaσi que segue do Corol´ario 5.2, temos que a prova

da Proposi¸c˜ao 6.2 est´a conclu´ıda.

(42)

ra-dial do dado de fronteira.´E portanto, interessante analisarmos a regularidade ´otima para solu¸c˜oes radialmente sim´etricas.

Na sequˆencia provaremos que fun¸c˜oes radialmente sim´etricas cujo infinito la-placiano ´e limitado no sentido da viscosidade ´e de classeC1,13 e esta regularidade ´e ´otima

como por exemplo

∆∞|X|

4 3 =cte

Proposi¸c˜ao 6.3. Sejau∈C0(B

1) uma fun¸c˜ao radialmente sim´etrica,isto ´e,u(X) = v(r) parar :=|X|,satisfazendo

∆∞u=f(|X|, u) em B1,

no sentido da viscosidade. Assuma f ∈C0([0,1]xR).Ent˜ao uC1,13

loc .

Demonstra¸c˜ao. Observemos inicialmente que,

ui =v′(r)Xi

|X| e uij =v

′′(r)XiXj

|X|2 +v

(r)

1 |X|δij −

1

|X|3XiXj

Portanto,

∆∞u = (v ′(r))3

|X|5 d

X

i=1

(Xi)2− (v ′(r))3

|X|5

d

X

i,j=1

(Xi)2(Xj)2 !

+ v

′′(r)(v(r))2

|X|4

d

X

i,j=1

(Xi)2(Xj)2 !

= (v ′(r))3

|X| −

(v′(r))3

|X| +v

′′(r)(v(r))2

= v′′(r)(v′(r))2

Assim,

v′′(r)(v′(r))2 =f(r, v(r)), (6.11)

no sentido da viscosidade. Como

f(X)∈L∞

loc(B1),

podemos aplicar o Corol´ario 5.2 para obtermos u∈C1,

1 1+2

loc o que prova a proposi¸c˜ao.

Comentamos que a regularidade da Proposi¸c˜ao 6.3 ´e ´otima quando

∆∞|X|43 = constante.

(43)

6.3 Outras equa¸c˜oes el´ıpticas degeneradas

Um outro exemplo interessante a ser explorado ´e o operador p-laplaciano:

∆pu:= div |∇u|p−2∇u

para p≥2. (6.12)

Ele aparece por exemplo na equa¸c˜ao de Euler-Lagrange associada a integralp-energia

Z

(Du)pdX →min.

O estudo de equa¸c˜oes envolvendo o operador p-laplaciano tem recebido uma grande aten¸c˜ao nos ´ultimos 50 anos. Em particular, a teoria de regularidade para fun¸c˜oes p -harmˆonicas tem sido um assunto de intensa investiga¸c˜ao, desde o final dos anos 60, quando Uraltseva em URALTSEVA (1968) provou que solu¸c˜oes fracas da equa¸c˜ao homogˆenea

∆ph= 0, (6.13)

´e localmente de classeC1,α(d,p), para algumα(d, p)>0. A regularidade ´otima para fun¸c˜oes p-harmˆonicas no plano foi obtida por Iwanec e Manfredi, em IWANIEC and MANFREDI (1989). O expoente ´otimo de H¨older continuidade do gradiente de fun¸c˜oesp-harmˆonicas em altas dimens˜oes, d≥3, tem sido o maior problema em aberto desde ent˜ao.

O operador p-laplaciano pode ser escrito na forma n˜ao-divergente, simples-mente aplicando formalsimples-mente as derivadas da seguinte forma:

∆pu=|∇u|p−2∆u+ (p−2)|∇u|p−4∆∞u. (6.14)

A no¸c˜ao de solu¸c˜oes fracas, usando a estrutura divergente em (6.12), e na forma n˜ao-divergente em (6.14) s˜ao equivalentes, veja JUUTINEN, LINDQVIST, and MANFREDI (2001).

Dentro do contexto de fun¸c˜oes com op-laplaciano limitado, ´e conjecturado que a regularidade ´otima deve ser Cp′

, onde

1

p+

1

p′ = 1.

Nosso pr´oximo resultado nos d´a uma resposta parcial para esta conjectura. Proposi¸c˜ao 6.4. Seja p≥2 e u satisfazendo

|∆pu| ≤C, em B1.

(44)

Demonstra¸c˜ao. Usando os mesmos argumentos da prova da Proposi¸c˜ao 6.3 temos que

|v′|p−2|v′′|+|v′|p−4·v′2|v′′| ≤C,

no sentido da viscosidade. Portanto, como uma aplica¸c˜ao do Corol´ario 5.2, obtemos

v ∈C1,

1 1+(p−2)

loc ∼=C

p′

loc,

e a proposi¸c˜ao em quest˜ao est´a provada.

Estimativas da forma|∇u|p−2|D2u|< C n˜ao s˜ao raras em um certo n´umero de

problemas envolvendo o operador p-laplaciano, veja por exemplo LEE and SHAHGHO-LIAN (2003). Vamos mencionar tamb´em que estimativas da forma (ǫ+|∇v|2)p−21|D2v|< Cs˜ao comumente obtidas para solu¸c˜oes fracas de equa¸c˜oes da forma divergente,Di(Ai(Dv)) =

0, veja DACOROGNA (2007), Cap´ıtulo 8.

Iremos encerrar esta se¸c˜ao, revisitando o operador infinito-laplaciano como o limite do operador p-laplaciano, quando p → ∞. Seja h ∈ C0(B

1) uma fun¸c˜ao

infinito-harmˆonica. Para cada p≫1, seja hp a solu¸c˜ao do seguinte problema (

∆php = 0, inB3/4 hp = h, onB3/4.

´

E sabido que hp forma uma sequˆencia de fun¸c˜oes equicont´ınuas e hp → h localmente uniforme parah. Em particular

∆∞hp = o(1), quando p→ ∞.

Dessa forma, iremos denotar hp como a aproxima¸c˜ao p-harmˆonica da fun¸c˜ao infinito-harmˆonicah em B3/4.

Proposi¸c˜ao 6.5. Seja h ∈ C0(B

1) uma fun¸c˜ao infinito-harmˆonica hp sua aproxima¸c˜ao p-harmˆonica. Assuma |∆∞hp|=O(p−1) quando p→ ∞. Ent˜ao hC1,13(B

1/2). Demonstra¸c˜ao. Comohp ´ep-harmˆonica, temos que ∆php = 0 e portanto,

|∇hp|2∆hp−(2−p)∆∞hp = 0 ,ou seja, |∇hp|2∆hp = (2−p)∆∞hp.

Pelo princ´ıpio do m´aximo,

khpkL∞

(B4/5) ≤ khkL

(B1) ≤ε,

uma vez queh∈C0(B

1). Por hip´otese temos que ∆∞hp|= O(p−1), assim|∆∞hp|p≤C e

segue da desigualdade triangular que (2−p)∆∞hp ∈L∞

(B1 2)

(45)

e do Corol´ario 5.2, temos

khpk

C1,13(B1/2) ≤C,

para uma constanteC que independe dep. A prova da proposi¸c˜ao segue por argumentos padr˜oes.

Outra interessante Proposi¸c˜ao relaciona fun¸c˜oes p-harmˆonicas com infinito-laplaciano limitado.

Proposi¸c˜ao 6.6. Seja u uma fun¸c˜ao p-harmˆonica B1 ⊂ Rd. Assuma ∆∞u ∈ L∞(B1). Ent˜aou∈C1,1

3(B1/2).

Demonstra¸c˜ao. A prova segue por argumentos similares aos da prova da Proposi¸c˜ao 6.5.

Segue como um problema em aberto, se a Proposi¸c˜ao 6.6 vale mesmo sem a hip´otese extra de limita¸c˜ao do infinito-laplaciano. ´E plaus´ıvel conjecturar que se α(d, p) ´e o expoente de H¨older continuidade ´otimo (universal) para fun¸c˜oes p-harmˆonicas, ent˜ao

α(d, p)> 1

(46)

7 SOLUC¸ ˜OES MINIMAIS E GEOMETRIA N ˜AO DEGENERADA

Nessa se¸c˜ao provaremos o seguinte teorema:

Teorema 7.1. Seja u solu¸c˜ao minimal para o problema do valor limitado

(

H(X,∇u)F(X, D2u) = f(X) em

u = ϕ em Ω, (7.1)

ondeΩ ´e um dom´ınio suave limitado, ϕ ∈C1,α( ¯Ω) e f C(Ω)L(Ω) satisfazendo0< inf

Ω f(X). DadoX0 ∈S(u)er < dist(X0, ∂⊗), existe uma constante

¯

C = ¯C(d, inf f, λ,Λ, γ)>

0, tal que

¯

Cr2+1+γγ +u(X

0)≤ sup Br(X0)

u(X).

Antes de come¸carmos a prova desse teorema faremos alguns coment´arios sobre a existˆencia de solu¸c˜ao m´ınima para o problema de valor limitado acima. Aqui assumi-remos que Ω ´e um dom´ınio limitado e suave. O dado de contorno ϕ ∈C1,α( ¯Ω) podemos

assumir sem perda de generalidade, ser n˜ao negativa. O pressuposto fundamental para o nosso objetivo ´e que f ∈C(Ω)∩L∞( ¯Ω) satisfazendo,

0<inf

Ω f(X)

Dada uma fun¸c˜aog, vamos definir o operador el´ıptico da seguinte forma,

Gg[u] :=H(X,∇u)F(X, D2u)−g(X)

A existˆencia de solu¸c˜ao minimal para equa¸c˜ao (7.1), segue das orienta¸c˜oes do m´etodo de Perron’s, tamb´em chamado m´etodo sub-super solu¸c˜ao. Para princ´ıpio de compara¸c˜ao em equa¸c˜oes el´ıpticas degeneradas, ver teorema 3.3 em CRANDALL, ISHII, and LIONS (1992) e Teorema 1.1 em BIRINDELLI and DEMENGEL (2004). Tal solu¸c˜ao de viscosidade ´e obtida por,

u(X) := inf

w∈Pf(X) onde

P ={w∈C( ¯Ω);u∗ ≤w≤u∗ e w´e supersolu¸c˜ao de (7.1)} eu∗,u

∗ resolvem (

Ginff[u∗] = 0 em Ω

u∗ = ϕ em Ω e

(

G||f||∞[u∗] = 0 em Ω u∗ = ϕ em Ω

(7.2)

Referências

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A aproxima¸ c˜ ao num´ erica da solu¸ c˜ ao de um sistema de equa¸ c˜ oes diferenciais pelo m´ etodo dos elementos finitos consiste em gerar uma sequˆ encia de solu¸ c˜

Na literatura sobre a teoria das equa¸c˜ oes diferenciais (ordin´ arias ou parciais), um problema no qual se possa garantir existˆencia, unicidade e continuidade de solu¸c˜ oes

Na literatura sobre a teoria das equa¸c˜ oes diferenciais (ordin´ arias ou parciais), um problema no qual se possa garantir existˆencia, unicidade e continuidade de solu¸c˜ oes

■ Uma forma mais l´ ogica de se escrever as equa¸c˜ oes de Maxwell ´e colocar todos os termos com os campos no lado esquerdo das equa¸c˜ oes, enquanto que as cargas e correntes

■ No caso de materiais que est˜ao sujeitos `as polariza¸c˜ oes el´etrica e magn´etica, haver´a um ac´ umulo de cargas de polariza¸c˜ao e correntes de magnetiza¸c˜ao, as