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DISPONIBILIZAÇÃO: FLOR DE LÓTUS

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Academic year: 2021

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DISPONIBILIZAÇÃO:FLOR DE LÓTUS

TRADUÇÃO:FLOR DE LÓTUS

REVISÃO INICIAL:VÊ VALLE

REVISÃO FINAL:R.CRISTIE

LEITURA FINAL: NITA OLIVER

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T

HE

D

EVIL

S

D

ISCIPLES

#1

S

COTT HILDRETH

A

NDY

EU MORO AO LADO DE UM MOTOQUEIRO TATUADO CHAMADO BAKER.

ELE É UM BANDIDO, UM CRIMINOSO, UM MOTOCICLISTA, UM BAD BOY E UM LADRÃO.DEVIA TER FUGIDO PARA LONGE O MAIS RÁPIDO QUE PUDESSE.EM VEZ DISSO, NO DIA QUE NOS CONHECEMOS, EU O DEIXEI TER O SEU CAMINHO COMIGO.NÃO CONSEGUI EVITAR.SUA INTENSIDADE E ARROGÂNCIA ME ATRAÍRAM, MAS FOI O SEXO LOUCO QUE ME MANTEVE

VOLTANDO, DIA APÓS DIA.SEUS CAMINHOS SÓRDIDOS ME ASSUSTAM, MAS EU SIMPLESMENTE NÃO POSSO VOLTAR ATRÁS...

BAKER

QUANDO ELA SE MUDOU PARA O LADO, EU SABIA QUE ESTAVA ENCRENCADO.ELA ERA SEXY.ERA IRRESISTÍVEL.ELA TINHA CORAGEM.

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A SEIS MESES ATRÁS.ELA NÃO ME RECONHECEU PORQUE NÓS USAVAMOS MÁSCARAS DURANTE O ASSALTO.SE ELA DESCOBRISSE QUEM

EU ERA, HAVERIA UM INFERNO PARA PAGAR.

COMO DIABOS EU POSSO SOBREVIVER SE MEU MC DESCOBRIR QUE EU ESTAVA TRANSANDO COM ELA?NÃO SOBRARIA NADA.

NÓS TÍNHAMOS EMITIDO UMA ORDEM PARA MATÁ-LA ASSIM QUE A VISSEM.ELA ESTAVA FORA DOS LIMITES SE ALGUÉM ALGUMA VEZ PENSASSE EM QUERER ALGO MAIS.ATÉ AGORA, OS HOMENS E O MC NÃO

A TINHAM VISTO.MAS, EU NÃO PODIA MANTÊ-LA ESCONDIDA PARA SEMPRE.

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Eu me sento no banco com as pernas balançando. Com medo de fazer qualquer coisa que não devo enquanto o vejo passear pelo chão. A pistola que ele possui está agarrada tão firmemente que os nós dos dedos dele estão brancos.

— Você acha que por causa de quem eu sou você está a salvo? — ele faz um gesto sarcástico e dá uma risada sinistra. — Que existe algum código? Um juramento que tomei que vai me impedir de te machucar? É isso que você está pensando?

Passou pela minha mente, mas não sabia como reagir. Sua mandíbula apertada e olhar ardente me avisou que o diálogo com ele não era uma possibilidade.

Eu queria que Baker entrasse agora. Para ver o que está acontecendo. Haveria um inferno para pagar, independentemente do status desse babaca. Eu tinha certeza disso. Meus olhos se afastaram para o relógio de pêndulo centenário situado na sala ao lado.

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Baker não estaria em casa por mais duas horas. Meu coração cai no meu estômago. Seriam duas horas, e eu duvidava que o maníaco com a pistola estava disposto a esperar.

Eu fiz uma busca através das memórias de cada programa policial que eu assisti na Netflix. Eu odiava admitir, mas eu era uma refém. Eu precisava minimizar a situação. Para alertá-lo que me machucar não seria do seu interesse. Iria tentar desenvolver um relacionamento falso, do tipo refém-captor, e então começar as negociações.

Engolir meu medo seria o primeiro passo. Eu poderia falar em círculos, e facilmente comprar algum tempo. Isso se eu conseguir mover a minha língua seca e o nó na minha garganta que estava me sufocando, me impedindo de falar.

—Me machucar não... não será necessário. — gaguejei. — Eu vou cooperar. — digo com um gosto amargo na minha garganta. Eu pressiono minha língua no céu da minha boca e engulo fortemente. —Posso assegurar que não... você não terá que…

—Não terei o que? — ele grita e acena com o cano da pistola para mim. — Para proteger a mim e a meus irmãos, vou fazer o que for preciso, acredite em mim. Não posso arriscar perder o tempo que nós colocamos para esta operação.

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—Eu não tenho... Eu tenho... Não sei o que você quer. — eu murmuro.

—Você vai falar. — ele diz com os dentes cerrados. — Acredite, você vai falar, ou você vai se arrepender.

—Diga... só me diga o que você quer saber. — as palavras ficam presas na minha garganta, e começo a chorar baixinho. —Eu vou... Eu vou fazer o meu melhor.

Ele olha para mim. Com cada golpe do pêndulo do relógio, seus olhos abriam um pouco mais. —Me diga o que você sabe sobre a operação. Cada palavra que você já ouviu. O que você sabe e o que você acha que sabe. Tudo.

Não sabia do que ele estava falando. —Eu não sei nada. — eu sussurro. —Eu juro. Ele não me diss…

Ele pisa perto e sinto seu hálito de uísque. Então ele levanta a pistola e a aponta para minha cabeça. —Então porque está aqui bisbilhotando?

Fecho os olhos. Obviamente, ele não tinha ideia de que Baker e eu nos tornamos íntimos. Eu não estava bisbilhotando. Eu me tornei algo na vida de Baker. Nossa relação evoluiu de sexo casual para exclusividade e amor iminente.

Eu pensei sobre o que lhe dizer. Divulgar a informação a mais sobre o nosso relacionamento pode colocar Baker em risco. Dizer muito pouco não justifica a minha presença em

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sua casa. Eu estava em uma situação onde eu não podia ganhar.

Proteger Baker era minha prioridade. Eu decidi mentir. Eu gostaria de abrir meu caminho através dele. Era a única maneira que eu poderia proteger Baker do desconhecido.

—Responda. — ele murmura. —Ou eu vou espalhar seus miolos naquela cama.

Eu abro meus olhos. —Eu venho aos domingos e limpo o lugar. Me preparava para sair quando você entrou…

—Menina da limpeza? — sua mão começou a tremer. — Aos domingos, hein?

Eu engulo novamente. —Sim. Às vezes eu cozinho…

—Besteira. Você está aqui todos os dias. Você entra de noite. Já te vi. — ele inclina sua cabeça em direção a sala de estar. —Aquela noite você tinha os sinais. Você está transando com ele. — ele escorrega a ponta do seu dedo contra o gatilho. —Você é uma mentirosa.

—Eu uhhm… A porta abre.

Minha cabeça gira em direção ao som. Baker!

Ao nos ver, Baker para seu caminho. Seus olhos giram ao redor da sala e depois param em nós dois. —Que diabos está acontecendo aqui?

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Eu mantenho meus olhos fixos nele. E me pergunto como ele ia me salvar. Certamente, ele me daria um sinal.

Alguma coisa.

Sinto o cano da arma pressionar a minha nuca. —Eu vou matar essa vadia. Porra, eu juro! — ele me empurra baixo. — Não dê mais um passo, Baker.

—Ela? — Baker levanta as mãos para os lados de sua cabeça. —Eu não dou uma foda se você vai matá-la. Ela não significa nada para mim.

Ela não significa nada para mim. Com cada uma dessas seis palavras, uma adaga é cravada no meu coração. Como ele pode dizer uma coisa dessas?

Meu agressor envolve seu braço em volta do meu pescoço e me arranca do banco. Bato meu peito contra o chão. Lutando para respirar e procurando enfrentar Baker, eu observo o seu rosto querendo algumas respostas. Seus olhos estão fixos no homem que se eleva sobre mim, mas não oferece nada para aliviar a dor do que ele disse.

O maníaco desvairado dá um passo para trás, arrastando-me com ele. — Eu não estou brincando, Baker. Eu vou colocar uma bala na nuca dessa vadia.

Lentamente, Baker abaixa suas mãos.

A pistola pressiona contra a base do meu crânio. — Mantenha suas mãos onde eu possa vê-las, Baker.

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Ela não significa nada para mim. As palavras ecoam em minha mente. Então, algo se ilumina em minha mente. Esse era seu sinal. Ele tinha um plano, eu simplesmente não sabia qual era o seu próximo passo. Seja qual for, eu vou colaborar. Um movimento errado, e eu não seria nada mais que uma memória.

Fechei os olhos.

Por favor. Guie-me. Me ajude a entender o que é que eu preciso para...

O som explosivo da arma de fogo me obriga a puxar o que seria, sem dúvida, meu último suspiro.

Sinto a sensação de sangue quente escorrendo pelo meu rosto e no meu peito.

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Seis meses atrás.

Cash atravessou o quarto com os olhos colados ao chão. Acariciei minha barba com a palma da minha mão enquanto esperava por ele responder. Usando botas com solas finas, ele deixa marcas no meu chão recém limpo. Ele para e olha para cima.

—Não matar mulheres, crianças ou idosos. — ele diz sob sua respiração.

Suas ações eram inaceitáveis. Como presidente do MC Devil’s Disciples, eu tinha muitas responsabilidades. Manter os meus homens fora da prisão era uma delas. Ser babá não. Eu exigia que todos seguissem as regras delineadas no estatuto social do clube. Se eles pudessem, ok, caso contrário, não havia lugar para eles no meu MC.

Eu poderia mudar as regras, mas segui-las era fundamental para o sucesso do clube.

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Estudei ele. Um homem intimidante por fora, ele era magro e musculoso com uma confusão de cabelos que escurecia seus olhos quando ele não tomava tempo para empurrá-los longe do seu rosto. Sua mandíbula tinha uma escassa barba, e sua pele bronzeada era totalmente marcada com tatuagens. Os olhos dele estavam me encarando, dificultando que eu desviasse meu olhar do dele.

—Você entende a importância dessa regra, não é? — eu pergunto.

—Acho que sim. — ele diz em um tom suave.

Eu empurro minha cadeira longe da minha mesa e levanto. —Então, você acha?

—Acho que sim.

—Você está adivinhando? — eu dou um passo em sua direção. — Você sabe como eu odeio adivinhações.

—O que, Baker? Foi um acidente.

—Você espera que eu acredite que você disparou uma arma por acidente? — eu estreito meu olhar. —Você deixou uma bala enterrada no ombro da gerente do banco.

—Não me importo se você acredita ou não. — ele fala de volta. —Foi isso que aconteceu. Foi um acidente.

—Se você está propenso a descarregar sua arma por acidente, talvez este clube não seja o melhor lugar para você. Não posso colocar o resto dos meus homens em risco, Cash.

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—Eu disse que não posso colocar os homens em risco. Você conhece as regras. Apenas aponte para onde você pretende atirar, e só atire em quem você pretende matar. Isso se a pessoa não for mulher, criança ou idoso, a menos que seja em legítima defesa. É um simples conjunto de regras. Você tem sorte de que não a matou. Se você tivesse, todos nós enfrentaríamos acusações de homicídio.

—Foi um acidente de merda. — ele insiste. —Não acontecerá de novo.

Nosso clube é um grupo muito coeso de homens que são amigos a muito tempo, muito antes de nós escolhermos provar nossa aliança um com o outro vestindo jaquetas de couro e recebendo tatuagens iguais. Minha amizade com Cash começou no jardim de infância. Ele cometeu o erro de me desafiar no parquinho. Dei-lhe uma surra e ele caiu de bunda. Não foi bem uma surra, éramos apenas crianças no jardim de infância brigando.

Temos sido amigos desde então. Mas a amizade não lhe dá um passe para colocar o clube em risco. Temos um rigoroso conjunto de regras que seguimos, um deles é o treinamento mensal com um grupo de tiro. Ele nos fornece garantia de que somos mais rápidos, ou mais rápidos em reagir quando enfrentamos uma ameaça.

Outra regra era travar as armas quando estamos no trabalho. Travar ou carregar a arma com o dedo indicador

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fora do gatilho era um passo crucial na prevenção de acidentes relacionados as armas.

Eu aponto a sua mão direita. —Se você tivesse travado sua arma, não estaríamos tendo esta conversa.

—Acidente, filho da puta! Foi um maldito a-ci-den-te. E falando sobre isso — ele dobra os braços sobre o peito. —Ela era uma cadela de qualquer forma.

—Ela estava fazendo o seu trabalho. —Ela era uma tagarela.

—Ela estava tentando proteger o interesse do banco.

—Foda-se. — ele murmura. —Está protegida pelos federais.

—Parece que ela ficou debaixo da sua pele. —Eu estava cansado de ouvi-la.

—Não foi um acidente, não é?

Ele me olha. —Se eu quisesse matá-la, eu teria atirado nela. Bem na boca para ela parar de falar.

—Não foi um acidente, foi? — eu perguntei ironicamente. Ele solta um riso seco e curto e disse. —Sim, foi!

Viro em direção a janela. Três andares abaixo, a rua estava repleta de carros estacionados, a maioria dos quais desapareceria às 05:00, quando o expediente acabar. Eu olho para todo o bloco enquanto Burn One Down de Ben Harper toca. Quando a música acaba, eu me viro para encará-lo.

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Ele tinha feito pouco para me convencer que tinha sido um acidente. A gerente do banco em questão tinha feito algumas ameaças bem específicas, atadas em dinheiro, e eu suspeitava que o temperamento de Cash ficou em seu caminho fazendo o trabalho por ele.

—Você pagará por este acidente. — eu digo em um tom seco. —Esse erro. Julgamento pobre. Acesso de raiva. Chame do que você quiser.

Ele tira o cabelo para longe de seus olhos e atira-me um olhar afiado. —Você está brincando comigo?

—Não, não estou.

—Quanto vai me custar?

—Basta que nós não tenhamos essa conversa de novo. Não importa o quanto alguém entre na sua pele.

—Foda-se aquela vadia. — ele diz com os dentes cerrados. —Ela estava tentando me dar o dinheiro da isca. E ela falou uma fila interminável de merda. Nós votamos, Baker.

Dou-lhe um olhar de lado. — Se fosse ao contrário, me diga o que você teria feito.

—Se eu fosse ela?

—Se você fosse ela. O que você faria?

Seus olhos vão para o chão por um momento. —Eu teria dado ao ladrão o dinheiro da isca. — ele inclina sua cabeça para o lado e levanta ambas as sobrancelhas. —Mas eu não teria sido tão óbvia.

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Eu solto uma risada sarcástica. Seus olhos se estreitam. —O que?

—Você seguiria as regras para manter o emprego no banco, mas você não as seguiria com o clube?

—Ela era uma cadela irritante. —Não foi um acidente, foi?

—Sim. — ele sorri de forma maliciosa. —Foi.

Não foi um acidente, e eu sabia. —O que você queira chamá-lo, vai custar-lhe cerca de cinquenta e três mil dólares. Depois do pagamento do clube, isso é cerca de setenta e cinco por cento da sua renda.

—Maldição, Baker. — ele ferve.

—Não é negociável. Vou anunciá-lo ao clube na tarde de quarta-feira.

—Está bem. Mas é melhor essa puta rezar que eu nunca a veja pela rua.

O trabalho estava em andamento. As chances dele vê-la novamente na melhor das hipóteses eram nulas. — Ela está a 150 quilômetros daqui, então não teremos que nos preocupar com isso, temos?

—É uma coisa boa... — ele bate a ponta do dedo indicador contra a sua testa. —Porque a próxima bala vai ser entre os olhos dela.

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ANDY

Presente.

—Temo que tenha havido um erro... — ele balança a cabeça levemente, o que parecia não intencional. —Eu odeio dizer isso, mas acredito que você foi chamada por acidente.

Meu coração se afunda. —Acidente?

—Você não tem nenhuma experiência de gestão de propriedade. Não é verdade?

—Sim, senhor. Quero dizer, não, senhor. — gaguejo. — Não tenho experiência, mas acho que sou mais do que qualificada. Na verdade, estou convencida de que vou ser a melhor para atendê-lo nesta posição do que qualquer outra pessoa que você vai entrevistar. Tenho certeza disso. Estou completamente certa.

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Eu estava a três minutos da entrevista de emprego mais importante da minha vida. Eu não tinha experiência no trabalho. O aviso para desocupar que eu recentemente tinha sido forçada a cumprir foi toda a motivação que eu precisava para convencer o velho do outro lado da mesa para me contratar.

Ele segurou meu currículo no comprimento do seu braço. A testa enrugada. —Não sei por que ela imprime essas coisas assim. Preciso de uma lupa para ler.

Ele pega um par de óculos de arames e os coloca sobre a parte traseira de cada uma das suas orelhas. Por apenas um tempo, que parece uma eternidade, ele estuda a minha história de trabalho através das grossas lentes. Quando ele termina, coloca o currículo ao lado de sua mesa e define seus óculos em cima dela.

—Você é Andy Winslow, não é? — ele pergunta. —Sim, senhor.

—Eu tenho que ser honesto, Andy. Quando eu disse a Nadine para te chamar para uma entrevista, pensei que você fosse um homem.

—Eu sou cem por cento mulher. Todos os 70 quilos de mim. — eu digo alegremente.

Seu rosto permanece inexpressivo.

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—Suponho que não. É só que eu não vejo uma graduação em gestão de negócios. E alguns anos de experiência como garçonete enquanto estava na faculdade não podem prepará-la para gerenciar duas propriedades que são preenchidas com exigentes inquilinos. — ele acena com a mão desconsiderando meu currículo. —Esta é a extensão de sua experiência de trabalho?

Minhas qualificações eram sombrias, na melhor das hipóteses. Por medo de manchar meu fundo impecável de outra forma, não tinha me incomodado e relatado o último trabalho do qual fui despedida recentemente. Excluindo também algumas experiências da minha vida em relação ao trabalho.

—Sim, senhor. Mas esta folha de papel não reflete todas as minhas habilidades... — eu levanto e removo um laço de cabelo da minha bolsa. —Me dê a sua melhor representação de inquilino exigente.

Seus olhos se estreitam. —O que?

—Você é um inquilino. Eu sou a gerente de propriedade. Vá, faça sua parte.

Ele me olha como se eu fosse louca. —Acho que não é… —Estou falando sério. — eu torço meu cabelo no lugar. — O senhor não acha que sou qualificada, e eu acho que sou. Teste-me.

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Ele cruza os braços e depois me olha. —Meu ar condicionado parou de funcionar, e eu preciso de alguém para olhar ele agora mesmo. — ele diz, seu tom grosseiro e desafiador. —Eu tenho família vindo de Michigan, e eu não posso esperar todo o maldito fim de semana.

Eu dou-lhe um olhar severo e abaixo minha voz algumas oitavas. —É uma sexta-feira, senhor Greene. Você e eu sabemos que alguém vir olhar o ar condicionado na sexta-feira às 16:00 vai ser impossível. Tenha certeza que será resolvido assim que eu puder. Você notou se o aparelho está fazendo barulhos engraçados, ou viu algum sinal de condensação?

—Não reparei.

Eu arrasto meus quadris e olho para cima e para baixo. — Você não notou, ou você não prestou atenção? Você percebe que é sua responsabilidade, não nossa, limpar a bandeja de condensação, não é?

Um lado da sua boca enrola em um meio sorriso. Não era muito, mas era um começo. —Eu pensei que você não tinha experiência nisso? — ele pergunta.

—Eu não tenho.

—Como você sabe o que é uma bandeja de condensação? —Meu tio é dono de um negócio de aquecimento e de ar.

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Ele se levanta e limpa a garganta. —Eu tenho visto insetos toda vez que chego em casa à noite. Preciso que este lugar seja dedetizado…

—Controle de pragas é uma medida preventiva, não uma reacionária. É realizado trimestralmente. Nós tratamos o edifício em junho. Tenho certeza que tudo o que você viu está à beira da morte. Caso contrário, estarão quando nós fizermos em setembro, que é quando nós vamos refazê-lo. Mais alguma coisa?

As sobrancelhas dele se levantam. —Deixe-me adivinhar. Seu conhecimento de controle de pragas vem de uma tia que é um exterminadora?

—Não, eu morava em um apartamento. E toda vez que eu os chamei sobre baratas, eles me falaram isso.

Ele solta um suspiro e então se senta em sua cadeira. — Não estou convencido se a sua resposta é a contratação…

—Isso é engraçado. Tenho certeza que se não o fizer, você vai se arrepender.

Suas sobrancelhas se apertam juntas. —Eu vou me arrepender?

—Absolutamente.

—Eu tenho sessenta e sete anos, e eu posso contar o arrependimento da minha vida com um dedo.

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—Tudo isso vai mudar se você contratar alguém que não seja eu. — eu assegurei-lhe. —Você encontrará um ponto de arrependimento.

Ele se recosta na cadeira e olha para mim. —Isso é um fato?

—Se você pudesse ver além do meu exterior feminino, já teria percebido como valiosa e parecida com um homem eu sou. Eu praguejo como um marinheiro. Eu facilmente bebo como um camponês russo. Sou leal, mas não em um ponto de falha. Para mim, a honestidade é a segunda natureza. Eu vou discutir até que esteja exausta se acho que estou certa. Se eu estou errada, admito-o prontamente. Ganho o respeito das pessoas ao meu redor por saber quando escutar e quando falar…

—Por que você está falando? — ele pergunta. —Agora? —Porque você não está cem por cento convencido que você quer me deixar sair.

—O que te faz pensar isso?

Eu faço um gesto em direção a sua mesa. —Você tem três pilhas de currículos em sua mesa. Acho que um é o povo que você entrevistou. Um é o requerente. O outro é a pilha dos entrevistados que você pensa em contratar. Você tem nada menos que dez currículos em cada pilha. No entanto, você ainda está falando comigo. Além disso, meu currículo não está

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em uma pilha. Está na borda da sua mesa. Aparentemente, ainda não decidiu o que fazer comigo.

Uma risada baixa escapa dele. —Qual é o seu palavrão favorito?

—Filho da puta. — respondo secamente.

Ele se engasga com seu riso. —Tipo de whisky? —Bom whisky. Macallan. Puro.

Ele suspira levemente. Era evidente que ele estava entretido. No entanto, ele empurra o punhal um pouco mais fundo. —Falta-lhe experiência, senhorita Winslow.

—Você me chamou para uma entrevista, apesar da minha falta de experiência, porque pensou que eu era um homem. Agora, acho que a ideia de contratar uma mulher para a posição o intriga. Você está esperando algo para convencê-lo que é uma má ideia, mas até agora não achou nada.

—Estou impressionado por sua habilidade de improvisação e fascinado pelo seu intelecto, Andy. Estou simplesmente com medo de que sua falta de experiência não seja o suficient

—Eu pesquisei você antes de vir. Suas propriedades são na rua J e Westside Drive. Por quanto eles alugam? Três mil por mês? Quatro?

Seu rosto fica leve com orgulho. Ele levanta seu queixo ligeiramente.

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—O edifício na rua J é o principal espaço de escritórios. A renda média é em torno de 10 mil. Entre três e cinco no oeste, dependendo da metragem quadrada. Por que?

—Eles não estão cheios de baratas, e o ar condicionado não está com defeito. Suas propriedades são imaculadas, vi as fotos no seu site. Vai haver problemas, é claro, mas não da variedade que discutimos. Você precisa de um líder dinâmico com forte senso de negócios, marketing e gestão. Foi o que disse seu anúncio. Eu me formei em USC Magna Cum Laude. Vai haver um gerente sênior da propriedade acima de mim. Eu agiria como o amortecedor entre ele e os empreiteiros, fornecedores e inquilinos. Ninguém irá gerir o seu dinheiro melhor que eu, senhor Greene. Ninguém.

—Eu gosto de você. — ele diz com um sorriso. —É difícil não gostar. Agora que você mencionou isso, vou tocar em algo que nunca disse antes. O único arrependimento de que falei antes? Eu vou te dizer o que é. Depois de passar a maior parte da minha vida adulta solteiro, me casei com uma mulher que era consideravelmente mais jovem do que eu. Ela gastou dinheiro como se ele crescesse em árvores. A maldita me conduziu perto da falência antes que eu percebesse o que estava acontecendo. Certo ou errado, eu simplesmente não confio em mulheres com o meu dinheiro. Eu tenho minhas dúvidas que você vai ser econômica.

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Agindo indiferente à sua observação, passo ao lado de sua mesa e olho para baixo na rua. A bicicleta que eu tinha recorrido para usar como transporte, porque meu carro foi tomado, estava acorrentada ao poste da esquina. Na calçada em frente a ela, uma impecável Ferrari vermelha chama a minha atenção.

Olho por cima do meu ombro. —Venha aqui por um minuto.

—Como?

—Eu quero que veja uma coisa.

Eu fiz um gesto ao poste na esquina da rua. —Vê aquela bicicleta acorrentada a este poste?

Ele olha por cima do meu ombro. —Aquela com o cesto? —Essa é a única.

—O que tem isso?

—Esse é o meu transporte. Meu único transporte. — eu puxo uma barra de proteína Think Thin da minha bolsa e me viro para enfrentá-lo. —E este é o meu almoço. A economia é o meu nome do meio.

O olhar de incerteza que ele tem diminui. Ele não desapareceu, mas se foi um pouco. Ele está pensando em mim. Tudo o que eu preciso fazer é empurrá-lo ao longo da borda do penhasco de indecisão em que ele está.

—Se você me contratar agora, eu vou te fazer uma oferta. — eu digo. — Mas só é válida se você decidir antes de eu sair

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daqui. Seu anúncio dizia que a posição paga oitenta e cinco mil por ano. Vou levá-la para setenta mil para o primeiro ano. No início do ano dois, me despeça ou traga meu salário em consonância com o que seria se você estivesse me pagando os oitenta e cinco.

—É uma oferta interessante.

Viro em direção à porta. Foi um risco enorme, mas eu comecei a andar. —Você tem dez segundos para dizer se uma economia de quinze mil em uma poupança é atraente para você ou não.

Sem olhar para trás, eu levo um previsível passo após o outro. Um metro e meio antes de chegar no corredor ele me para.

—Você está contratada. — ele anuncia.

Eu giro ao redor. —Obrigada. Você não vai se arrepender. Ele inclina a cabeça em direção a janela. —É realmente sua a bicicleta?

—Não. — eu digo com uma piscadela. —Eu estou dirigindo a Ferrari vermelha.

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Ser proprietário de um lava a jato, operado em moedas, é ter uma licença para lavar dinheiro. A renda toda é em dinheiro e pode ser facilmente manipulada de uma maneira ou de outra. Alguns cem mil dólares de ganhos ilícitos foram lavados em um ano através desse lava a jato, e foi uma tarefa fácil que não poderia ser rastreada.

Meu LLC1 possuía três deles, mas eu estava longe de ser

um homem de negócios.

Eu era o presidente de um moto clube, um fora da lei e um ladrão.

Um ladrão profissional.

No entanto, eu precisava de um escritório para fazer meu negócio parecer legítimo. Então, meu LLC comprou um edifício de três andares a uma curta distância da Baía de San

1 LLC, Limited Liability Company, mais conhecida pela sigla LLC, é um tipo de empresa dos Estados Unidos. Tem a responsabilidade societária limitada e não exige visto nem residência no país para sua abertura.

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Diego. O piso superior era o meu escritório. O segundo andar serviu como meu local de residência. Abaixo ficava a sede dos Devil’s Disciples. Abaixo do clube tinha um estacionamento subterrâneo.

Usávamos o estacionamento para armazenar nossa coleção de motos e alguns carros exóticos. O clube é principalmente para beber cerveja, relaxar e fazer uma festa ocasional. O escritório é reservado como minha fuga da sociedade e para o planejamento dos assaltos.

No papel, os homens o MC são funcionários da empresa. Eles recebem salários, pago seus impostos, e são vistos de vez em quando realizando manutenção sobre o lava a jato.

Logisticamente falando, pelo menos para mim, ter a operação em uma instalação era problemático. Não havia nenhuma fuga dos homens do clube, independentemente da hora do dia. Eu vivia e respirava o MC.

Com um sorriso de culpa, Cash entra em meu escritório com uma mão escondida atrás das costas. Metade da distância até a minha mesa, ele faz uma pausa e arqueia uma sobrancelha.

Eu levanto da minha cadeira, puxando minha faca de bolso e jogo a lâmina aberta com meu polegar. — Se você tem outra cobra nas suas costas, vou te cortar. E eu te garanto que vai ser pior do que da última vez.

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—Acalme-se. E guarde sua lâmina, filho da puta. — seu sorriso cresce. —Você vai adorar.

—Eu não estou brincando, Cash... — dou alguns poucos passos. —Eu vou te cortar e cortar a cobra em pedaços.

—Não é uma cobra. É uma ideia.

Movo a cabeça em direção a sua mão ausente. — Você tem uma ideia no bolso de trás?

—Algo assim. —Vamos ver.

Ele dá alguns passos em minha direção. —Você vai gostar. —Até agora, não estou impressionado.

Ele puxa sua mão. Um cartão firmado entre os dedos. Ele o inclina para a mesa na minha frente. Eu pego, leio a frente e o viro em seguida. Um diamante rudimentar desenhado à mão e um esboço de uma merda de uma moeda de ouro adornavam as costas. Aparentemente, o designer gráfico era uma criança de seis anos de idade.

—Cartão do Pat Gold e Diamond Exchange. — me sento e faço um gesto para ele em direção a cadeira vazia do outro lado da minha mesa. —Deixe-me adivinhar. Você comprou um anel de casamento e vai se casar com aquela stripper de Oceanside. Qual é o nome dela? Aquela com o mamilo extra? Cristal?

Ele me dá um olhar bravo e em seguida senta. —É uma pinta.

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Jogo o cartão do outro lado da mesa. —Uma pinta em forma de mamilo que fica bem ao lado do mamilo em forma de verruga.

—Foda-se, Baker. Ela não pode evitar.

—Você vai fazer isso em junho, ou é muito clichê?

Seu rosto forma uma expressão desafiadora. —Esse lugar está instalando um novo sistema de alarme.

—O clube de strip? Qual é o nome? — eu bato meu dedo indicador contra meus lábios franzidos algumas vezes e então fixo meu olhar nele. —A atração principal?

—Não, droga. De Pat Gold e Diamond Exchange. É um buraco no arco-íris. Um buraco muito brilhante. E ele está recebendo um novo alarme.

—Aquele escondido entre a Pequena Cidade e Temecula? —Isso.

Seguir a lógica de Cash é como tentar compreender Física Nuclear. Não impossível, mas é necessário muito mais trabalho do que eu estava disposto a ter. Até agora, perdi completamente o interesse em sua história. Minha cabeça começa a palpitar.

Eu esfrego minhas têmporas com a ponta dos meus dedos.

—Enxaqueca? — ele levanta um peso de papel de vidro da minha mesa.

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Ele joga o peso no ar e em seguida o pega. —Isso é péssimo.

—Acho que sei o que é a causa.

Ele joga novamente e quase cai antes de parar em sua mão. Ele olha para o peso como se tivesse feito algo errado e então olha para mim. —E o que seria isso?

Olho para a mão e balanço minha cabeça. —Vai se foder, cara...

Ele balança a cabeça em minha direção, coloca o peso de papel para baixo e então passa os dedos pelo seu cabelo. — Provavelmente é porque você não se masturba.

Não me surpreende que na sua opinião, masturbar meu pau é a solução para curar minha enxaqueca. Cash contou que uma vez ele acariciou seu pau no drive thru do McDonalds. Para ele, isso é a resposta para tudo.

Solto um suspiro de frustração. —Acariciar meu pau não é a resposta.

Ele encolhe os ombros. —Pode ser.

—Você acha que se eu começar a bater punheta, minhas dores de cabeça vão desaparecer?

—Sim. Há uma razão para que todo mundo faça isso.

—Todos não. Você vê andando por aí algum monge tibetano esfregando suas têmporas?

Ele estreita seus olhos, mas não reage. Parecia que ele não tinha entendido.

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—A masturbação é proibida. — expliquei. —Mas eles não andam por aí esfregando suas têmporas, não é?

Seu rosto ficou em branco. —Hein?

Eu balanço a cabeça e engulo minha vontade de rir. —Não importa.

Ele assente com a cabeça em minha direção. —Você deve experimentar por algumas semanas e ver se elas param.

—Você deve tentar deixar o seu pau em paz e ver se você ganha um pouco de bom senso.

—O que é que você quer dizer com isso?

—Quando você entrou, parecia que você estava escondendo a misteriosa receita original da Coca-Cola atrás das costas. Então você me jogou um cartão de visita que foi projetado por alguma criança da segunda série. Depois de uma cansativa sessão de perguntas e respostas, eu entendi que alguma pequena merda de loja de joias em Fuckwater, Califórnia, está recebendo um novo sistema de alarme. Você desperdiçou quinze minutos do meu dia. Por que não diz logo o que é que você quer?

Sua boca se torce em um sorriso. —É mais divertido assim!

—Para você, talvez. Alguma chance de você falar o que devia fazer com que eu fique animado, ou o que quer que seja? —O lugar faz cerca de cinquenta mil por semana em ouro e mais dez ou vinte mil diamantes. — ele diz com entusiasmo.

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—Tem um fluxo constante de clientes do SD, Las Vegas e LA, porque ele não faz perguntas e ele não faz os recibos, a menos que você peça.

Olhei para ele em descrença. —Como diabos você sabe qual é a sua renda?

—O burro filho da puta que disse.

—Ok. Digamos que Pat tenha um dia bom. Batemos nele antes que ele faça a entrega. Então, depois que pagarmos as despesas, o combustível, vamos dividir quarenta e cinco mil em seis. Isso é sete mil mais ou menos para cada, se tivermos sorte. — olho para o teto, acaricio minha barba algumas vezes e então encontro o olhar dele. —Desculpe, eu não estou interessado. Nós podemos fazer muito mais batendo um maldito caminhão de taco em Salinas.

—Ele não faz gotas.

Uma gota é quando leva o dinheiro de seu negócio para outro local e faz um depósito. Normalmente, é feito todos os dias, e nunca no mesmo horário, que faz com que saibam quando eles vão estar com o maior dinheiro. Para alguém ter uma enorme renda e fazer gotas frequentes significa que eles têm uma quantidade excessiva de dinheiro na mão.

Dinheiro que poderia ser nosso.

—Todo mundo faz gotas. — argumento. —O que quer dizer com "ele não faz gotas"?

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Meu interesse foi despertado. Endireito minha postura. — Nunca?

—Raramente.

—Defina raramente.

—Olha, Pete entrou lá duas semanas atrás, depois que aquele cara em Henderson pagou a ele por esse empréstimo.

—Para as máquinas de caça níqueis que ele recondicionou?

—Sim. O proprietário do cassino subterrâneo pagou-lhe com uma barra de ouro. Então, ele entrou no Pat e o dono concordou em comprar e…

—Uma barra de cem gramas, ou uma barra de quatrocentos gramas?

—Como vou saber? Tudo que sei é que Pat pagou quatrocentos e cinquenta mil para o proprietário. — ele arqueou uma sobrancelha. —Em dinheiro.

Ele tinha atraído o meu interesse. De todas as coisas. — Você está me dizendo que ele mantém esse tipo de dinheiro na mão?

—Estou dizendo o que eu sei. — ele estendeu o dedo indicador. —Ele está instalando um novo alarme. — ele levantou seu dedo médio. —E ele pagou a Pete caolho maldito cerca de meio milhão em dinheiro.

—Alguma coisa sobre por que ele está recebendo um novo alarme?

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—Diz Pete, que ele está pegando algum sistema de última geração. Ele mantém todas as coisas na loja, e ele não tem um cofre. Ele está comprando um ao mesmo tempo que ele recebe esse alarme. Parece que ele está ficando nervoso que alguém possa entrar um dia... — ele balançou a cabeça. —O burro apenas disse isso enquanto Pete estava lá.

—Quando ele estará instalando o novo alarme? —Não tenho certeza. Falei o que eu sei.

Se Cash estiver certo, a tomada do trabalho poderia facilmente ser na casa dos milhões. Só de pensar me envolvo em uma energia nervosa. Preciso me acalmar, elaborar uma maneira de desativar o alarme e desenvolver um plano para livrar Pat Gold e Diamond Exchange de sua riqueza.

—Reno e Goose estão lá embaixo tirando o motor para fora do Gooses Shovel — eu digo. —O Tito deve estar aqui em uma hora ou duas. Quando ele aparecer, traga-o aqui. Vamos ver o que podemos descobrir sobre esse alarme.

—Então você está interessado? —Claro que estou interessado.

O sorriso de orelha a orelha retorna. —A dor de cabeça melhorou, hein?

—Milagrosamente, sim. — balanço a cabeça.

—Eu vou te avisar quando Tito chegar. — ele parou e virou-se para a porta. —Você realmente deve tentar bater

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uma, no entanto. Fazê-lo enquanto você está olhando pela sua janela.

—Eu estou muito bem, obrigado.

Ele olha por cima do ombro. — Eu me masturbo duas vezes por dia. Não me lembro a última vez que tive uma dor de cabeça.

—Duvido que exista uma correlação.

Ele encolhe os ombros enquanto vai em direção à porta. — Nunca se sabe.

Ansioso sobre o ouro e Pat Diamond Exchange, vou à janela e olho para baixo na rua. Enquanto olhava fixamente para o trânsito da manhã, Jolene de Ray Lamontagne toca suavemente sobre o sistema de som. Como Ray Lamontagne, eu precisava de algo para me apoiar, só não sabia o que era.

Eu tinha resolvido inúmeros problemas olhando para o horizonte de San Diego, mas nem todos eles. A janela era o meu lugar de refúgio, e os homens sabiam. Quando eu estava lá, eu estava fora dos limites.

Quando a música termina, meus olhos entraram em foco. Naquele mesmo instante, uma mulher em uma bicicleta rola para uma parada no bicicletário do canto. Depois de bloquear a sua bicicleta no suporte, ela remove seus tênis, coloca-os em sua bolsa e escorrega em um par de sapatos altos.

Do meu ponto de vista, ela estava linda, e tinha uma bunda fabulosa, mas eu ainda tinha que ver o rosto dela.

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Ela remove algo da bolsa, reúne o cabelo em suas mãos e então olha para mim enquanto coloca-os no lugar.

Ah meu Deus.

O cabelo dela estava alguns tons mais claros, mas com certeza era ela. Meu estômago torceu em um nó. Congelado, olho para ela em pura descrença. Passaram seis meses desde que eu a tinha visto pela última vez, mas nunca esqueci os rostos das vítimas do nosso clube.

Dei um rápido passo longe da janela, pisco os olhos algumas vezes e então me inclino para frente.

A calçada estava vazia.

Eu esperava que minha enxaqueca estivesse me causando alucinações. Eu tropeço na minha mesa, sentando-me, e aperto as pontas dos meus dedos contra minhas têmporas.

As chances de ser ela, eram astronômicas.

Se fosse ela, eu tinha mais problemas do que eu estava pronto para admitir. O primeiro é me certificar de que Cash não a veja antes de eu descobrir uma maneira de me livrar dela.

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ANDY

Mudar do meu apartamento, em Índio, para a casa da minha prima em San Diego foi constrangedor no começo. Agora eu vejo como uma dádiva de Deus.

Para muitos, no sul da Califórnia, andar de bicicleta era um modo de vida. Quando ainda estava na minha antiga casa, parecia que as pessoas viravam e me olhavam quando eu pedalava. Seus olhares e gestos eram um lembrete constante de que eu tinha sido despedida, não conseguia encontrar um emprego de substituição e era uma no meio da população da cidade que aumentava a taxa de desemprego de cinco por cento na Califórnia.

Empurrada para o caldeirão de Prius e Teslas, dirigidos por milhões de pessoas na Califórnia. Em San Diego, no entanto, tornei-me invisível. Eu era simplesmente outra eco viajante amigável.

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Eu tranco minha bicicleta no suporte pensando no que fazer com meu cabelo. Enquanto o encaixo em um coque bagunçado, mas estilizado, eu inclino minha cabeça para trás, para uma última olhada no céu azul claro de San Diego, antes de entrar no prédio.

Doce Jesus, porra.

O sexo em uma vara estava espiando pela janela do terceiro andar diretamente acima de mim. Só demorou um instante para perceber que ele era tatuado, usava uma barba impressionante e era lindo como o inferno. Paralisada pelo pensamento da viagem sexual que ele e eu poderíamos ter juntos, olhei para ele com a boca aberta.

Ele esfregou os dedos tatuados contra sua testa e se virou. Como o destino às vezes é bom, ele estava no prédio adjacente ao meu novo local de serviço. A série de edifícios eram unidas por uma longa linha de negócios de três andares que se estendia ao comprimento do bloco. Cada um tinha um endereço diferente, mas eram todos parte do mesmo complexo.

Eu arquivei sua aparência no meu dossiê para usar com meu vibrador, e me perguntei se observá-lo se tornaria uma parte permanente da minha rotina matinal. Se não, eu teria pelo menos prazer com a imagem mental dele até minha lembrança desvanecer-se para o nada.

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Ou até uma das crianças da minha prima gritar e bater na porta do banheiro.

Eu abaixo através da porta e desço os dois lances de escadas. Uma porta de aço com um sinal de gerência sobre ela me avisa que cheguei no meu destino. Ansiosa para começar meu novo trabalho, empurro contra ela, mas ela não se move.

Eu empurro meu quadril nela. Ela começa a abrir com um estrondo!

—Jesus! — um homem indescritível gira ao redor e olha para mim com os olhos arregalados. —Você assustou a merda fora de mim.

Ele usa roupas que homens usavam há décadas, tem o cabelo castanho, uma compilação média, não era curto e não era comprido. Eu digitalizei seu rosto para uma característica distinguível e não encontrei uma coisa que o separava das massas de homens de meia idade que conheci na minha vida.

Ele me estudou enquanto eu tentava decidir como e onde categorizá-lo. Ele estava no final de seus cinquenta anos e estava usando jeans desbotados. Uma camisa azul de botão que parecia muito mais apertada no estômago do que nos ombros.

Eu olhei para seus pés. Mocassins. Encontrei a versão masculina de mim.

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Ele ficou na frente de uma impressionante exibição de mobiliário de escritório que se situava ao longo de uma parede de tijolos. Empurrei a porta fechada e sorri. —Oi. Eu sou Andy. Andy Winslow.

—Quase morri quando você lançou essa porta aberta... — ele estende a mão. —Sou Mort Hicks.

Dei-lhe um aperto de mão firme. —É um prazer conhecê-lo.

—Da mesma forma. — ele virou e caminhou em direção a mesa grande que estava atrás dele. —Eu sou o gerente sênior da propriedade. O chefe me disse que você estaria aqui hoje de manhã. Disse que você era uma bebedora de uísque.

—O senhor Greene?

—Pale é o seu nome. — ele murmura.

Eu aperto meu nariz. —Chama-se Pale Greene?

Ele me olha e ri. —Kale. Com um K. Kale Greene. Sempre gostei de dizê-lo. Bem melhor do que Mort.

—Mort é um nome incrível... — inclino a cabeça para o lado e olho além dele. A mobília de escritório é contemporânea, de madeira e aço inoxidável revestindo a parede.

—Quem? hum... — sacudo o dedo em direção a mesa. — Quem trabalha aqui?

—A administradora.

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— É você. — ele se afasta. —Você gostou? —Do escritório?

Ele acena com a mão em direção a parede. —A mobília nova. Kale teve essa merda entregue neste fim de semana. Disse que não queria que você usasse o material que estava aqui. Boa decisão, eu acho. Nunca se sabe o que esse merda limpou ou arrancou fora dela. Ele era um verdadeiro vencedor.

—O último administrador?

Ele se inclina contra a borda frontal da mesa. —Ele entrou como Preston, mas seu nome era Todd. Os policiais chegaram e o levaram há três semanas. Federais. É por isso que esta porta está tão difícil de abrir. Eles arrancaram a outra fora da parede com moldura e tudo. Esse vai ser seu primeiro projeto. Arranje alguém para consertar isso.

—Oh. Uau.

—Uau, tem razão. Venho neste lugar, talvez uma vez por semana, e justo neste dia eu estava aqui, então começou aquela gritaria do bando de bastardos, um deles explodiu uma daquelas coisas tipo granada aí onde você está parada. Fiquei cego e surdo ao mesmo tempo. Urinei um pouco, também, mas não foi intencional. De repente, havia trinta desgraçados aqui com raiva e com metralhadoras.

O pensamento de estar em pé no lugar onde a granada explodiu era bastante impressionante, as metralhadoras e

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gritos dos federais só fez melhor. Gostaria de saber o que Preston-Todd tinha escondido na mesa velha e desejei que não tivesse sido levada ainda.

—Uau. — eu disse. —Kale não me disse isso. Ele se levantou em linha reta. —Acho que não.

—Então, eu trabalho aqui, e você não? Eu estou aqui sozinha?

Ele me olhou de cima para baixo. —Você não parece ser do tipo que precisa de uma mão.

—Eu não preciso. Eu estava só…

—Eu dou uma mão uma vez por semana. Às quartas-feiras, a menos que você precise de mim para alguma coisa. Kale possui cerca de dez propriedades como essa, e eu sou o gerente sênior de tudo. Merda. Vou de Chino Hills para Chula Vista e em toda parte no meio. Eu sou o cara para quem ligar se você não consegue descobrir quem chamar. Duvido muito que você vai precisar de mim, no entanto. Estamos noventa e nove por cento ocupados agora. Apenas está disponível o lugar da esquerda, onde o Todd foi preso. O 3-A.

—É neste edifício?

Ele aponta para o teto. —Bem acima de nós. A porta também estava fixa, mas eles também explodiram. Ele foi preso na mesma hora que eles explodiram esta aqui. Acho que é como eles fazem isso. Para impedir que o suspeito escape, eu suponho.

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—Imagino que sim. — eu digo, meu tom seco. Táticas da polícia me fascinam. Poderia ter falado sobre a batida toda a tarde, mas acho que ele não queria.

—Andy é seu verdadeiro nome? — ele pergunta. —É. Mort é o seu?

—Todo mundo pergunta. Estranho, certo? —Seu nome?

—Sim.

—Eu gosto. — eu digo.

Ele zomba. —Faz um de nós.

Rapidamente gosto dele. Sua personalidade faz o que seus recursos físicos nunca fariam. Me faz sorrir. Eu decidi categorizá-lo como pai do filme Uma história de Natale, o caráter de Clint Eastwood, Walt Kowalski, de Gran Torino. Ele é engraçado, sem tentar ser, e eu gostei muito dele, pelo menos até agora.

Passamos as próximas duas horas falando sobre meus direitos, o que esperar e como resolver qualquer problema que possa acontecer.

Quando terminamos nossa conversa, ele me deu uma lista antiga que tinha todos os números de telefones importantes, e então ele passou as mãos pelo seu jeans desbotados. —Eu vou te ver na próxima quarta-feira. — ele disse. —Não me incomode até depois de amanhã, você vai ficar bem. Me chame se precisar de alguma coisa.

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Fiquei contente que ele pareceu confiar em mim, e que ele não me fez sentir estúpida por ser uma mulher. —Tenho certeza de que vou ficar bem.

—Também tenho certeza de que você vai. — ele puxou a porta duas vezes antes de ser abrir. —Até quarta.

Então sentei na minha nova cadeira de escritório. Por um momento senti uma calma e meus olhos se fecharam. Eu levantei e olhei para cima. Era uma peça de mobília que

parecia incrível, tanto quanto as cadeiras, mas não parecia tão mágica na aparência quanto na performance.

Eu me abaixei e passei a mão sobre a madeira grossa da minha nova mesa irregular, mas suave, a superfície era fria ao toque. Olhei ao redor do escritório. Uma parede foi pintada de branco, duas eram de tijolos antigos, e uma tinha somente janelas. Gostaria de saber se decorar era permitido e perdi-me nas possibilidades.

Depois de decidir que pintar de preto e branco ficaria bem melhor, caminhei até a janela e olhei por cima do parapeito de pedra. Do outro lado da rua, algumas pessoas caminhavam em várias direções. Eu observei até que se distanciaram do meu olhar e me perguntei se eles eram moradores do bairro.

Um baque na porta me afastou da janela. Então, ela se abriu de forma abrupta e bateu na parede de tijolo com um estrondo!

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E como Mort, quase me caguei. Não por causa da porta, mas por causa de quem estava lá me olhando. Senhor.sexo.em.uma.vara.

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Quando eu a vi no banco, foi através dos buracos de uma máscara de borracha do Donald Trump. Ter uma visão destorcida, a cerca de 300 metros me permitiu ter uma ideia muito diferente da sua aparência.

Ela era atraente, sem dúvida. Mas o corpo dela era construído para uma única coisa. Foder.

Estávamos olhando um ao outro com nossas bocas abertas. Engoli um caroço, podia sentir a tensão sexual e entrei cegamente pela porta.

—O sinal diz gerência. — eu empurrei a porta fechada. — Você é a gerente?

—Eu uhhmm. Sim. Eu sou a gerente. Como posso ajudá-lo?

Apesar de desejar puxar suas calças para baixo em torno de seus tornozelos e dobrá-la sobre a mesa, eu mantive uma

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postura um pouco profissional. Levantei o meu dedo indicador. — Eu tenho algumas perguntas.

Ela estava usando calças pretas, saltos conservadores e um top branco esvoaçante. Ela não era uma mulher alta, mas o cós de cintura alta fizeram suas pernas parecerem excessivamente longas. E também chamava a atenção para os quadris bem torneados. Meus olhos digitalizaram o comprimento do seu corpo. De suas unhas cinza escura até o seu rosto extremamente atraente, o conjunto todo era lindo. O cabelo era como raio de sol e o pescoço deixado a mostra pelo coque que ela usava dava vontade de lamber.

Um coque que não estava bastante centralizado.

O cabelo me incomodou, mas o corpo dela bem torneado me obrigou a fazer nota de cada curva. Meus olhos se deslocaram do penteado torto para os quadris dela perfeitamente em forma e depois de volta para seu rosto.

Fiz isso repetidamente.

Eu tinha falhas. Muitas delas, para ser honesto. Mas poderia me esconder, deixar que as pessoas pensassem que eu era relativamente normal.

Mas eu não era.

Eu era um pouco perfeccionista. Havia muitas coisas que poderiam estar fora de ordem na minha vida, mas eu tinha um certo toc, não gostava de nada torto ou desarrumado. Apesar de minhas tentativas de rejeitar o seu coque torto,

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simplesmente não conseguia manter minha mente focada em outra coisa.

Ela percebeu isso. —Tem alguma coisa errada?

—Errada? — tirei meus olhos do desastre que estava no topo da sua cabeça e encontrei o olhar dela. —Eu tenho algumas perguntas sobre a disponibilidade de um apartamento.

Ela abaixou suas mãos.

Meus olhos voltaram para seu corpo. —Você tem certeza? — ela perguntou.

Eu precisava ter uma conversa com ela. E eu sabia bem o suficiente que realizar tal prática seria impossível se ela não arrumasse seu cabelo. Eu faço um gesto em direção a bagunça do seu penteado. —Não! É... — eu aceno meu dedo para sua cabeça. —Isso está torto.

—O meu cabelo? — ela dá de ombros com desdém. — Essa coisa é impossível de ficar perfeita, então eu apenas improviso.

Não havia nenhuma maneira que eu pudesse continuar qualquer tipo de conversa significativa com o seu cabelo parecendo uma crista de galo. Andei alguns passos em direção a ela e levantei as mãos entre nós. —Eu posso?

—A vontade. — ela disse jocosamente. Eu levantei minhas sobrancelhas.

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Eu abro a presilha que mantêm o cabelo no lugar, pego mais um monte de cabelo e acerto-o corretamente. Uma rápida inspeção me satisfaz, está tão perfeito quanto pode ser. Quando me afasto, um punhado de seu perfume me faz parar.

Hipnotizado pelo cheiro, eu ofereço um elogio e um sorriso sugestivo. —Isso é maravilhoso.

Ela retorna um olhar confuso. —O meu cabelo? —Seu perfume.

—Ah. Obrigada. — Ela fez uma reverência. —Chama-se Provocação. É francês. É um Chanel.

Eu aprecio cada polegada dela em vista, tendo tempo para fazer uma pausa para as partes que me interessaram mais. Ela é muito atraente para eu simplesmente entrar, pressioná-la para obter informações e ir embora. Tão atraente que percebo que preciso manter minhas mãos longe dela, porém será difícil, talvez impossível.

Eu solto uma respiração lenta. —Ficou bom.

—Obrigada. — ela me dá uma olhada rápida. —Você tem dúvidas sobre alguma propriedade? Aqui ou em outro lugar?

—Aqui. Você tem outras propriedades?

—Tome um assento... — ela aponta em direção a cadeira posicionada na frente de sua mesa e se vira. A bunda dela é tão perfeita quanto o resto. Fixo meus olhos nela, enquanto ela caminha por sua mesa.

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—Sim, temos outras propriedades. — uma mecha de cabelo cai em seu rosto. Ela torce a boca e diz. —Não sei onde elas estão. Não todas elas. Este é meu primeiro dia.

Após vê-la fora do meu escritório, tinha a intenção de encontrá-la, determinado a descobrir o que ela estava fazendo no bairro e então de alguma forma faze-la sair antes que Cash, ou um dos meus homens, possa vê-la e coagi-la. Porém, eu não estava na presença dela por cinco malditos minutos e eu já tinham alterado os meus planos. Essa bunda redonda, sua cintura fina, seios perfeitos e seu aroma incrível me convenceu de que me livrar dela não é a resposta certa.

Eu quero fodê-la. Depois, encontrar uma forma de convencê-la a andar de bicicleta de volta para onde ela veio.

—Você está aqui permanentemente? — eu me inclino para frente. —Neste escritório?

—Não se preocupe. — ela sorri. —Eu estarei consertando a porta.

Não sabia do que ela estava falando. —O quê? —É o que você quis dizer?

Olhei para ela como se ela tivesse duas cabeças. —Não tenho ideia do que você está falando.

—Você disse neste escritório. Como se você não pudesse acreditar que eu estava neste escritório em particular. É um trabalho muito bacana, então a única razão que eu poderia pensar que você disse isso é por causa da porta.

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Se ela estivesse trabalhando no prédio ao lado do nosso clube de forma permanente, a porta era a menor das suas preocupações.

Haviam poucas garantias na vida. Se ela trabalhasse ao lado do clube, no entanto, algumas coisas seriam certas. Mais cedo ou mais tarde, Cash iria vê-la. Quando isso acontecesse, ele iria reconhecê-la. A partir daí as coisas ficariam feias. Isso eu poderia garantir.

A parte feia era inevitável. Mas eu precisava convencê-la a me foder antes que ela terminasse em uma lixeira com uma bala entre os olhos.

Eu olhei de relance para a porta. —Essa não cabe muito bem no batente. Meu palpite é que você precisa substituí-la.

—Eles já fizeram a substituição.

—Que façam novamente. Não há muito que possa ser feito para ajustar uma porta de aço.

—Eu vou chamar alguém para vir dar uma olhada — ela esfrega as costas da mão com a ponta dos dedos. —Eu gosto do globo ocular, a propósito. É muito legal.

Eu suspiro silenciosamente. —Obrigado.

Ela torce uma mecha solta em torno de seu dedo indicador, como se fosse um tique nervoso. Os cantos da sua boca enrolam em um sorriso. —O que você faz?

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—Não me leve a mal, porque eu gosto delas. Muito. Mas eu sempre me pergunto isso quando uma pessoa tem muitas tatuagens. Onde você trabalha?

—Eu sou um empreendedor. — eu relaxo na minha cadeira e cruzo os braços. —De riscos.

—Realmente? Quais os tipos de riscos? —O que?

Ela sorri. —Um empreendedor assume riscos. Que tipo de negócios você tem?

—Invisto em tudo o que me traz dinheiro.

—É difícil para mim investir em alguma coisa. — ela diz com uma risada. —Eu perdi meu emprego há seis meses. Até que encontrei este aqui, eu estava falida. Bem, estou ainda, mas pelo menos há promessa de alguns rendimentos.

Me perguntei se ela perdeu o emprego no banco. Eu precisava mudar a nossa conversa, mas a curiosidade me venceu.

—O que aconteceu com seu último emprego?

O olhar dela cai para o meio da mesa. Ela balança a cabeça e depois olha para cima. —Eu trabalhava em um banco. Ele foi assaltado. Depois eles revisaram a gravação do assalto e disseram que eu não segui o protocolo.

—Roubado? — eu endireito minha postura. —Como, roubado? Enquanto você estava trabalhando?

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—Uh-huh. Roubado. Arma na minha cara... o pacote completo.

—Nossa, que merda! —Nem me diga.

Eu fiz o meu melhor para fingir surpresa. —Isso é insano. —Eu pensei a mesma coisa. Eu trabalhava lá a pouco tempo. Foi meu primeiro emprego depois da faculdade. Assistente de gerente... — ela olhou além de mim, balançou a cabeça e então encontrou meu olhar. —E, realmente. Quem rouba bancos?

Eu me abstive de responder, decidindo que empurrar a conversa em outra direção era melhor para nós dois. —Você disse que você não seguiu o protocolo. O banco tem um protocolo que deveria seguir? Durante assaltos?

—Sim. É suposto não resistir. — ela balança a cabeça e ombros. —Eles disseram que eu fiz.

—E você fez?

Ela sorriu. —Talvez um pouco. Não realmente. O cara estava usando uma máscara de Kim Jong Un, e eu não tinha certeza de que ele pudesse me ouvir, então eu ficava repetindo. Eles pensaram que eu estava sendo argumentativa. E, que pudesse ter insultado ele. E o ameaçado. Depois houve a coisa toda do tiro.

—Espere um minuto. Que máscara? E ele atirou em você? —Kim Jong Un. O líder supremo da Coreia do Norte.

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—O tipo com uma máscara?

—Com uma máscara, um cabelo e uma atitude. — ela enruga o nariz e então se inclina para frente. —Você acha que caras como ele tem esse jeito, você sabe, porque tem pinto pequeno?

Tusso para fora como uma risada. —Caras com o que? —Caras com atitudes grandes. Acho que uma grande atitude é igual a um pinto pequeno.

Se ela estivesse certa, o pau de Cash seria do tamanho de um amendoim. Sua teoria era divertida. —É possível.

—Acho que é provável. — ela disse. —Altamente provável.

Sua personalidade estava provando ser mais atraente do que ela. Eu me inclino sobre a borda da mesa e troco um olhar com ela. —E sobre a coisa de tiro? O que aconteceu lá?

—Ele atirou em mim. —Quem?

—Kim Jong Un. Ele disse para eu me calar, e eu não fiz. Eu estava tentando distraí-lo, então eu poderia dar-lhe o maço de dinheiro que devemos dar quando somos assaltados.

—Com bomba de tinta?

—Não, nada de bomba no dinheiro. É o dinheiro que nós registramos todos os números de série. Se for pego com ele ou gastá-lo, é fácil de rastrear.

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—Então, o líder supremo da Coreia do Norte furou seu plano?

—Obviamente não era seu primeiro assalto a banco. Ele apontou a arma para mim e disse: 'Deixe a pilha ali, doce', e ele acenou com a cabeça em direção a outra gaveta. Tentei colocar onde ele pediu. Foi quando ele atirou em mim.

Eu decidi fazê-la ciente da teoria de Cash sobre o incidente. —Talvez tenha sido um acidente.

Ela balançou a cabeça. —Não foi. —Por que diz isso?

—O tambor se moveu antes do tiro... — ela aponta seu dedo indicador no centro do meu rosto e então rapidamente moveu-o para o lado. —Boom!

Fiquei chocado que ela percebeu uma coisa dessas. — Você notou isso?

—Eu vejo um monte de Netflix. Você ficaria surpreso com o que você pode aprender com NCIS.

Se ela estivesse certa, não foi um acidente. Foi intencional. Acariciei minha barba. — Interessante.

Depois de decidir que O acidente de Cash não foi nada como ele contou, dei uma olhada nela. Ela enrolava o cabelo inocentemente e olhava além de mim. Olhei rapidamente para o decote da sua blusa. Seus seios volumosos se penduravam fortemente nas taças do seu sutiã, subindo com cada respiração que ela tomava.

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Minha mente se atormentava, para frente e para trás. Entre descobrir uma maneira de me livrar dela e conseguir uma maneira de mantê-la aqui por tempo o suficiente para transar com ela. Em questão de segundos, meu pau começou a se levantar contra o jeans desgastado da minha calça.

—Eu sinto muito que você teve que passar por isso. — eu digo, esperando que a mudança de assunto diminuísse o meu nível de excitação. — Isso soa horrível.

—Não é um problema. Estou viva, não é?

—Eu suponho que sim — estudo-a e então finjo ter uma epifania. —Você é a garota que acorrentou a bicicleta no rack esta manhã?

Ela sorri. —Essa seria eu. Por que?

—Eu sou proprietário do prédio ao lado, e vi alguém subir esta manhã. Eu só coloquei dois e dois juntos.

Os olhos dela ficam amplos. —Você possui todo o edifício? —Principalmente por motivos de negócios.

—Você não mora lá?

Ela é inteligente demais para seu próprio bem. —Eu faço, mas eu estou começando a renovar. Preciso de um lugar para ficar por seis meses ou mais. Estava pensando na cidade, mas se há algo aqui, eu poderia estar interessado.

Ela puxa a gaveta aberta e remove um anel de chaves. — Gostaria de ver o local?

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Eu olho de relance para os seios dela e então encontro seu olhar. Não queria ver o local. Eu tinha visto antes. Várias vezes.

Eu queria enfiar meu pau nela. Mas fazê-lo no escritório dela não era a melhor das ideias, mas fodê-la no sótão de Preston era uma ideia fabulosa. Eu levanto e gesticulo em direção à porta. —Eu adoraria. Vou segui-la.

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ANDY

Sexo em uma vara estava tão perto de mim que eu poderia estender a mão e tocá-lo. Eu estava ansiosa, transbordando energia. Destranquei a porta e fiz um gesto apontando o espaço aberto.

—Vá em frente.

O apartamento tinha mais de dois mil metros quadrados de espaço. Os assoalhos de concreto manchados assemelhavam-se a mármore marrom, e as paredes estavam pintadas de branco. Em um canto era a cozinha. Em outro, um quarto grande que dava para a rua abaixo. O espaço restante era aberto, dando ao inquilino a liberdade para decorá-lo da maneira que ele quisesse.

Ele entrou no centro da sala e prontamente se virou. Me olhou da cabeça aos pés, então olhou-me mais, tomando seu precioso tempo para fazê-lo.

(60)

Parecia que ele estava mais interessado em olhar para mim do que para o espaço.

—É... uhhm. — eu nervosamente passo por ele em direção a cozinha. —Tem mais de dois mil metros quadrados com um plano aberto. É mais espaçoso do que qualquer coisa nesta área. E o preço é…

—Você se considera aventureira? Eu me viro para ele.

—Como?

—Aventureira. — ele anda em outra direção. —Você se descreveria como uma pessoa aventureira?

Parecia uma pergunta estranha. —Em que sentido? —Qualquer um. — ele diz por cima do ombro.

Meus amigos e família diziam que eu adorava correr riscos. Eu não me chamaria ousada ou destemida, mas eu poderia escolher ser um aventureira sem muita hesitação.

—Aventureira? Acho que sim. — eu disse. —Por que? —Só pensando.

Ele passa em direção as janelas. Ele coloca as mãos na borda e olha fixamente através do vidro. Imerso em pensamentos, ele fica lá por algum tempo, em silêncio.

Eu o acho fascinante. Ele é bonito, misterioso, coberto de tatuagens, e tão sensual quanto qualquer homem que eu já tenha visto. Há algo nele que me faz questionar suas intenções, mas eu não conseguia descobrir o que era.

(61)

Depois de um momento em silêncio, ele se vira. —Desejo ou necessidade?

—Como?

—A bicicleta. Você a monta por desejo ou necessidade? —Necessidade. — eu rio. —Não tenho um carro.

—Ainda bem que não chove aqui. — ele caminha na minha direção e então olha por cima do ombro quando passa. —Me siga.

A cozinha tinha um balcão em forma de L, com teto alto e armários acima das bancadas. No centro uma ilha que servia como um espaço para comer. Deduzi que os quatro bancos posicionados na bancada do bar foram as únicas peças de mobiliário que deixaram para trás quando o espaço foi limpo.

Ele se inclinou contra a ilha e empurrou os bancos para o lado com a ponta da bota. —Sente-se.

Sem perguntas ou comentários, caminhei até o bar e sentei. Era tão difícil para mim não fazer um comentário sarcástico. Era igualmente incomum estar na presença de um pedaço de homem tão sensual. Após um momento, eu simplesmente concluí que minha falta de atitude era por estar fora do meu lugar e não saber como reagir.

Eu me virei encarando-o. —Você gostou do que viu até agora?

Ele passou os dedos pelo seu cabelo. Tão logo ele baixou as mãos, alguns fios caíram em seu rosto. Ele olhou ao redor

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da sala e depois olhou para mim. —Eu fui ao seu escritório com um único objetivo. Agora, tudo é uma merda.

—O que quer dizer?

—Eu não tenho interesse em olhar este espaço. — ele diz. —Você quer ir embora?

Ele cruza os braços e me olha. —Não. —Mas se você não quer…

—Eu estou aqui por outro motivo. — ele diz em um tom rouco.

Sinto-me desconfortável. Seu comportamento confiante e falta de interesse no local me fez questionar se ele era somente um assassino tatuado bonito.

—Que seria...? — eu murmuro. —Estou perdida.

—Pedi para você vir aqui para transar com você. — ele mexe com a cabeça em direção a minha cintura. —Tira a calça. Meu nervosismo some. Agora, estou em completo estado de choque e olho para ele com a boca aberta. Meus olhos fixos aos dele. Minha mente voando. Tinha passado muito tempo desde que tive sexo.

Na verdade, nunca foi um tempo tão longo.

Eu poderia ter recebido sua oferta de várias maneiras. Tenho certeza de que havia muitas mulheres que diriam não, que dariam um tapa nele, ou simplesmente levantariam e sairiam, se tivessem recebido o mesmo pedido.

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