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Tendência da mortalidade por leucemia em Salvador e no estado da Bahia, Brasil, de 1980 a 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de fevereiro de 1808

Monografia

Tendência da mortalidade por leucemia em Salvador e no

estado da Bahia, Brasil, de 1980 a 2010

Ana Rosa Maria da Silva

Salvador (Bahia)

Setembro, 2013

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II

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECÁRIA: Solange Della-Cella

COMPLEXO HOSPITALAR PROF. EDGAR SANTOS:/SIBI- UFBA

S586 Silva, Ana Rosa Maria da

Tendência da mortalidade por leucemia em Salvador e no estado da Bahia, Brasil, de 1980 a 2010/ Ana Rosa Maria da Silva. – Salvador, 2013.

28fls.

Orientador: Prof. Lauro Antonio Porto

Monografia (Graduação) – Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina da Bahia, 2013.

1. Mortalidade 2.Leucemia 3. Taxa- mortalidade- leucemia 4.Incidência- mortalidade-leucemia 5.Tendência-mortalidade-leucemia. I. Porto, Lauro Antonio. II. Universidade Federal da Bahia. III. Tendência na mortalidade por leucemia em Salvador e

no estado da Bahia, Brasil, de 1980 a 2010. .

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III

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de fevereiro de 1808

Monografia

Tendência da mortalidade por leucemia em Salvador e no

estado da Bahia, Brasil, de 1980 a 2010

Ana Rosa Maria da Silva

Professor orientador: Lauro Antonio Porto

Monografia de Conclusão do Componente

Curricular MED-B60/2013.1, como

pré-requisito obrigatório e parcial para

conclusão do curso médico da Faculdade

de Medicina da Bahia da Universidade

Federal

da

Bahia,

apresentada

ao

Colegiado do Curso de Graduação em

Medicina.

Salvador (Bahia)

Setembro, 2013

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V

“As dificuldades são o aço estrutural que entra na construção do caráter” (Carlos Drummond de Andrade)

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VI

Aos Meus Pais,

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VII

EQUIPE

Ana Rosa Maria da Silva, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA. Correio-e: anarosamaria75@gmail.com;

Lauro Antonio Porto, Professor Adjunto 2 do Departamento de Medicina Preventiva e Social (DPMS) da Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Marco Antonio Vasconcelos Rêgo, Professor Associado 2 do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA.

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA  Faculdade de Medicina da Bahia (FMB)

FONTES DE FINANCIAMENTO

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AGRADECIMENTOS

Ao meu Professor orientador, Doutor Lauro Antonio Porto, pela presença constante e substantivas orientações acadêmicas e à minha vida profissional de futuro médico.

Aos meus Colegas Adma Barros de Oliveira, Jefferson Oliveira Silva e Marcus Vinicius S. França pela colaboração no desenvolvimento da monografia.

Ao meu Professor Marco Antonio V. Rêgo, pela sua generosidade em fornecer informações que contribuíram enormemente para o desempenho do estudo.

Ao Professor José Tavares-Neto, pelo esclarecimento e empenho em coordenar o eixo científico.

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ABREVIATURAS

CID-9 - Classificação Internacional de Doenças, 9ª revisão CID-10 - Classificação Internacional de Doenças, 10ª revisão Datasus - Departamento de Informática do SUS/MS

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SIM - Sistema de Informações sobre Mortalidade STATA – Data Analysis and Statistical Software

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- 1 - ÍNDICE I. Resumo...2 II. Objetivos...3 III. Introdução...4 IV. Metodologia...7 V. Resultados...8 VI. Discussão...11 VII. Conclusões ...13 VIII. Abstract...14

IX. Referências Bibliográficas...15

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- 2 - I. RESUMO

Introdução: no Brasil e em outros países, a leucemia representa cerca de 3% de todos os tipos de câncer. A estimativa de incidência de leucemias (agudas e crônicas) no Brasil para 2008 mostra grandes diferenças segundo a região avaliada, variando de 2,68 casos para 100 mil homens em Roraima até 8,32 no Rio Grande do Sul. Objetivo: analisar a tendência de mortalidade por leucemia em Salvador e no estado da Bahia durante o período de 1980 a 2010. Metodologia: foi realizado um Estudo de agregados de tendência temporal. Os óbitos por leucemia ocorridos em pessoas residentes no Município de Salvador e no Estado da Bahia no período de 1980 a 2010 foram coletados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) no sítio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), segundo sexo e faixa etária. Foram coletados também os óbitos com causa mal definida ocorridos nessa mesma população e período, segundo sexo e faixa etária para o ajuste das taxas de mortalidade estimadas. Os dados sobre a população residente em Salvador e na Bahia, segundo o sexo e a faixa etária, foram obtidos de estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e DATASUS dos anos de 1980 a 2010. Resultados: de 1980 a 2010 foram registrados 385.835 óbitos no Município de Salvador, sendo que 1.956 foram por Leucemia. Os coeficentes brutos de mortalidade variaram de 2,25/100.000 em 1980 a 3,36 em 2010 para homens, e de 3,81/100.000 em 1980 a 2,73 em 2010 para mulheres.Discussão: a tendência de mortalidade por leucemia em Salvador apresenta-se com declínio semelhante à tendência de pais desenvolvidos europeus e EUA. Conclusão: na análise de tendência média anual das taxas de mortalidade observou-se crescimento da tendência para a Bahia, e em Salvador ocorreu diminuição da tendência nas faixas de 0 a 19 anos, com crescimento nas demais faixas.

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- 3 - II. OBJETIVOS

GERAL

Analisar a tendência de mortalidade por leucemia em Salvador e no estado da Bahia durante o período de 1980 a 2010.

ESPECÍFICO

Caracterizar taxas brutas e padronizadas de mortalidade por leucemia em Salvador e no estado da Bahia.

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- 4 - III. INTRODUÇÃO

Leucemias são neoplasias malignas do sangue, cuja origem, na maioria dos casos, é desconhecida. Em cortes histopatológicos de medula óssea de pacientes com leucemia, percebe-se um acúmulo de blastos (células imaturas) anormais que substituem as células precursoras dos elementos sanguíneos normais. O acúmulo dessas células, nesses locais, prejudica a hematopoese, reduzindo e dificultando a produção de hemácias, plaquetas e leucócitos. Assim, indivíduo com leucemia poderá apresentar anemia, infecções e hemorragias. Os blastos saem da medula e entram na corrente sanguínea e no sistema linfático, podendo percorrer também o cérebro, a medula espinhal e outras partes do corpo (PUI, 2008).

As leucemias são divididas em dois grupos: agudas e crônicas. Dentro desses grupos existem leucemia linfocítica aguda (LLA), leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia linfocítica crônica (LLC), leucemia mieloide crônica (LMC) e leucemia de células pilosas (hairy cells). A mais comum em crianças é a LLA (linfoblástica) e em adultos a LMA. As leucemias agudas, como o próprio nome diz, têm progressão rápida, afetando a maioria das células progenitoras. Já a crônica ocorre de maneira mais lenta e, por isso, uma parte da linhagem de células progenitoras consegue se desenvolver (LORENZI, 2001).

O paciente com leucemia pode apresentar perda ponderal, astenia, anemia, infecções oportunistas por cândida, petéquias e sangramento gengival, linfadenomegalia, hepatoesplenomegalia, além de artralgia (PUI, 2008).

A leucemia linfocítica (LMC) é uma doença mieloproliferativa clonal das células pluripotentes da medula óssea e está associada à translocação entre os cromossomos 9 e 22, formando um novo cromossomo: o cromossomo Philadelfia. Essa alteração genética pode estar relacionada a grande exposição à radiação, como foi observado na população japonesa. A LMC constitui 14% de todas as leucemias e sua frequência em adultos é de 1 em cada 100.000 e em crianças é de 1 a cada milhão. É mais frequente entre adultos de 40 a 50 anos de idade e afeta ambos os sexos, mas com predominância no sexo masculino.2,3. Vale ressaltar que nesse tipo de leucemia as células danificadas podem exercer suas funções, consequentemente, essa leucemia terá um início mais brando (MELO et al., 2008).

Geralmente o diagnóstico é feito acidentalmente, em exames de rotina, por exemplo. Se não tratada, a LMC tem maiores chances de evoluir parar a sua fase acelerada (fase blástica ou aguda). Nessa fase 25% dos pacientes apresentam LLA e 75% apresentam LMA (WHO, 2009). A incidência da LMC em registros internacionais é de um a dois casos por 100 mil habitantes, representando 15% a 20% dos casos de leucemias dos adultos (WHO, 2009).

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- 5 - A radiação ionizante em altas doses é o fator de risco mais associado à LMC, enquanto a participação de agentes químicos, biológicos e predisposição genética, embora sugestivos, não parecem exercer muita influência no aparecimento da doença.

A leucemia linfócita crônica (LLC) resulta de alterações genéticas que causam proliferação exacerbada de células linfocitárias. Como essa proliferação não impede a formação de células normais, geralmente o paciente é oligo ou assintomático e isso é responsável pelo fato de a maioria dos casos de LLC ser diagnosticada em exames de rotina. Nesse tipo de leucemia, observa-se maior prevalência familiar e sua incidência é diretamente proporcional à idade. Poucos pacientes evoluem para fase aguda (Lee et al., 2000).

A leucemia mieloide aguda (LMA) constitui um grupo heterogêneo de doenças caracterizado pela expansão clonal de progenitores hematopoéticos imaturos na medula óssea, levando ao bloqueio da hematopoese normal. Há crescimento exagerado de células indiferenciadas (blastos). Nesse caso, há um bloqueio na produção e função de células normais. Não possui causa evidente, mas algumas vezes pode-se relacioná-las a exposição a benzeno, anemia de Fanconi, linfoma e Síndrome de Down. A exposição ocupacional ao benzeno é causa de leucemia, em especial LMA, assim como o tabagismo representa também fator de risco para a doença (WHO, 2009).

A leucemia linfocítica aguda (LLA) ocorre bloqueio de produção de hemácias, plaquetas e leucócitos e também proliferação de blastos linfocíticos. Resulta na produção descontrolada de blastos de características linfoide e no bloqueio da produção normal de glóbulos vermelhos, brancos e de plaquetas. A LLA desenvolve-se a partir dos linfocitos primitivos, que podem se encontrar em diferentes estágios de desenvolvimentos (HAMERSCHLAK, 2008). É uma neoplasia hematológica que determina proliferação, acúmulo e infiltração de células imaturas e caracteriza-se por ser heterogênea, apresentando ampla diversidade de aspectos clínicos e biológicos (ZANICHELLI; CONTRATO; SOBRINHO, 2010). Apresenta-se como uma doença de progressão rápida, afetando a linhagem linfoide ou mieloide da medula óssea, ou seja, células que ainda não estão funcionalmente diferenciadas (BARION et al., 2007; ABRANGE, 2008).

Segundo o Ministério da Saúde (2012), estima-se para o Brasil 4.570 casos novos de leucemia em homens e 3.940 em mulheres por ano. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5 casos novos a cada 100 mil homens e 4 a cada 100 mil mulheres (Estimate/2012). Sem considerar os tumores da pele, não melanoma, a leucemia em homens é a quinta neoplasias mais frequente na região Norte (3/100 mil habitantes). Na região Nordeste (4/100 mil) ocupa a oitava posição, na região Centro-Oeste (5/100 mil), a décima e, nas regiões Sul (6/100mil) e Sudeste (5/100 mil), a 11ª. Para as mulheres, é a sétima mais frequente na região Norte (3/100mil) e a décima nas regiões Centro-Oeste (4/100 mil) e Nordeste (3/100 mil),

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- 6 - enquanto nas regiões Sudeste (4/100 mil) e Sul (5/100 mil) é 12ª e a 13ª mais incidente, respectivamente (WHO, 2011).

Foram estimados cerca de 351 mil casos novos e 257 mil óbitos por leucemia no mundo para o ano de 2008. No Brasil e em outros países, a leucemia representa cerca de 3% de todos os tipos de câncer, sendo uma das poucas neoplasias que atingem não só adultos e idosos, mas também menores de 14 anos (Estimate/2012).

A estimativa de incidência de leucemias (agudas e crônicas) no Brasil para 2008 mostra grandes diferenças segundo a região avaliada, variando de 2,68 casos para 100 mil homens em Roraima até 8,32 casos no Rio Grande do Sul.

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- 7 - IV. METODOLOGIA

Estudo de agregados de tendência temporal.

Os óbitos por leucemia ocorridos em pessoas residentes no Município de Salvador e no Estado da Bahia no período de 1980 a 2010 foram coletados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) no sítio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), segundo sexo e faixa etária. Foram coletados também os óbitos com causa mal definida ocorridos nessa mesma população e período, segundo sexo e faixa etária para o ajuste das taxas de mortalidade estimadas. Os dados sobre a população residente em Salvador e na Bahia, segundo o sexo e a faixa etária, foram obtidos de estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e DATASUS dos anos de 1980 a 2010.

Foram calculadas as taxas de mortalidade, brutas e padronizadas, por faixa etária e sexo em Salvador e no estado da Bahia. Para padronização adotou-se a população mundial para o ano de 1960. Para análise de tendência temporal das taxas de mortalidade utilizou-se a regressão de Poisson.

Calculou-se a Razão de Densidade de Incidência (RDI) bruta e padronizada, com base nos óbitos observados e esperados, respectivamente. O resultado revela a tendência de aumento (valores>1) ou diminuição (valores<1) do percentual anual das taxas para o período estudado. Os dados foram organizados em planilhas do software Excel e analisados no software STATA, versão 12.

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- 8 -

V. RESULTADOS

No período de 1980 a 2010 foram registrados 385.835 óbitos no Município de Salvador, sendo que 1.956 foram por Leucemia. Os óbitos por leucemia ocorreram com maior frequência entre os homens do que entre as mulheres. Os coeficentes brutos de mortalidade variaram de 2,25/100.000 em 1980 a 3,36 em 2010 para homens, e de 3,81/100.000 em 1980 a 2,73 em 2010 para mulheres. Os coeficentes padronizados por idade variaram de 2,49/100.000 em 1980 a 3,01/100.000 em 2010 para homens e de 4,05/100.000 a 1,78/100.000 para as mulheres. Porém, observaram-se variações irregulares dos coeficentes ao longo da série. O coeficente padronizado mais baixo para os homens (1,98/100.000) ocorreu em 2005 e o mais alto (4,49/100.000) em 1994. Para as mulheres o menor foi 1,78/100.000 em 2010 e o maior (4,05/100.000) em 1980. Considerando o mesmo período foram registrados 1.770.241 óbitos no Estado da Bahia , sendo 5.577 por leucemia. O óbito por leucemia ocorreu com maior frequência em homens do que em mulheres. Os coeficentes brutos de mortalidade variaram de 1,09/100.000 em 1980 a 2,47 em 2010 para homens e de 1,19/100.000 em 1980 a 1,85/100.000 em 2010 para mulheres. Entretanto, ocorreram variações irregulares dos coeficentes ao longo da série. O coeficente padronizado mais baixo para os homens foi de 0,97/100.000 em 1981 e o mais alto (2,32/100.000) em 2009. Para as mulheres o menor foi 0,81/100.000, ocorrido em 1981 e o maior (1,45/100.000) em 2007 (Anexo I).

Ao analisar a tendência média anual das taxas de mortalidade por faixa etária e sexo no conjunto de Salvador e Estado da Bahia, observou-se um discreto aumento da tendência para todas as faixas etárias, com exceção de Salvador onde ocorreu um declínio importante na faixa de 0 a 19 anos, tanto para o sexo masculino como feminino (Tabela 1).

Comparando-se a tendência de mortalidade da Bahia e Salvador para o sexo masculino, ocorreu discreto crescimento tanto para Bahia, com tendência variando de 3,74 (sem discriminação) a 9,77 (80anos), como para Salvador, variando de 1,53 (sem discriminação) para 5,80 (80 anos). Para o sexo feminino ocorreu também um aumento da tendência na Bahia variando de 1,61 (20 a 39 anos) para 9,41 (80 anos) e Salvador, variando de 1,31 (20 a 39 anos) para 6,46 ( 80 anos) (Anexo).

Na Bahia tanto para homens como para mulheres ocorreu uma discreta elevação da tendência média anual da taxa de mortalidade com uma proporção menor para as mulheres e maior para os homens. Em Salvador houve queda importante da tendência na faixa de 0 a 19 anos para os homens (-2,37) e para as mulheres (-3,08); nas demais faixas ocorreu sensível crescimento com maior proporção para os homens (Gráficos 1 e 2 ).

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- 9 - Analisando-se as faixas etárias na Bahia tanto para os homens quanto para as mulheres ocorreu elevação da tendência por todas as faixas estudadas, com crescimento mais significativo na faixa de 40 a 80 anos. Em Salvador, com exceção da faixa de 0 a 19 anos, em que ocorreu decréscimo da tendência, as outras apresentaram acréscimo, sendo mais significativo também na faixa etária de 40 80 anos.

Gráfico 1 – Mortalidade por Leucemia na Bahia de 1980 a 2010, segundo sexo.

Gráfico 2 – Mortalidade por Leucemia em Salvador de 1980 a 2010, segundo sexo.

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- 10 - Fonte: SIM/DATASUS

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- 11 - VI. DISCUSSÃO

As taxas de mortalidade por leucemia em Salvador e na Bahia se assemelham no padrão, apresentam um discreto crescimento e se diferenciam por Salvador apresentar um decréscimo entre as faixas etárias de 0 19 anos.

No Brasil e em outros paises, a leucemia representa numericamente cerca de 3% de todos os tipos de câncer, sendo uma das poucas neoplasias que atinge não só o adulto e idosos mas também menores de 14 anos (Ribeiro at al., 2007).

A leucemia é uma doença frequente nos paises industrializados. O número de casos é superior a seis para cada 100.000 habitantes e é mais observada entre homens na América do Norte, Europa do Leste e Austrália. No Brasil os dados de São Paulo e Porto Alegre revelam taxas de incidência em homens nos mesmos níveis de paises desenvolvidos (9,7 e 7,2 por 100.000 ), respectivamente (Leal et al., 2002).

Em Fortaleza as taxas de mortalidade observadas (2003 a 2007) são 17 e 12 por milhão para o sexo masculino e feminino, respectivamente, quase o dobro das encontradas na União Européia (9 e 7 por milhão, 2005-2007), no Japão (8 e 7 por milhão, 2000-2006), na Itália (12 e 8 por milhão, 2000-2003), na Nova Zelândia (8 e 9 por milhão, 2000-2004) e nos EUA (8 e 7 por milhão, 2002-2006), e inferiores quando comparadas ao Município de São Paulo (22 e 15 por milhão, 1969-1998) (Filho et al, 2002).

Dos óbitos por neoplasia na infância a leucemia representa a maior causa, sendo responsável por 39% das mortes na Europa e por 50% nas Américas, Oceania e Ásia (Levi et al, 1995). As maiores taxas são encontradas em Cingapura (30,7 e 25,8 por um milhão de meninos e meninas, respectivamente) e as menores em Porto Rico (11,4 por um milhão de meninos) e em Israel (8,6 por um milhão de meninas) (WHO, 2008).

As tendências observadas na mortalidade por neoplasia malignas em menores de 15 anos muitas vezes pode ser explicada pela tendência na mortalidade por leucemia (La Vecchia et al., 1998). Nas regiões economicamente desenvolvidas da América do Norte, Europa Ocidental, Japão e Oceania, as taxas de mortalidade por leucemia decresceram mais de 55% nas três últimas décadas (Kohler et al., 2011). Em estudos recentes com a população dos EUA, atribuiu-se esse resultado principalmente a melhora na sobrevida das leucemias linfociticas agudas (Wunsch et al., 2002).

De todos os casos de câncer em menores de 15 anos, as leucemias representam 31% e, em menores de 20 anos, 25% (Smith, 2002). A incidencia manteve-se inalterada nos últimos 30 anos e as taxas de mortalidade declinaram acentuadamente, refletindo a melhora do tratamento (La Vecchia, 1998).

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- 12 - Inúmeros fatores são responsáveis por essa melhora, incluindo o conhecimento profundo de biologia celular, que permite direcionar a escolha da droga, o tratamento de suporte, experiência clínica da instituição e padronização de protocolos (Bittencourt, et al., 2003).

A tríade de fatores sociais, econômicos e nutricionais foi descrita como papel fundamental no prognóstico da criança com leucemia (Walters, 1972). No Brasil, Viana et al. (1994) demonstraram que a desnutrição foi um fator prognóstico independente nas crianças portadoras de leucemia linfoide aguda, sendo de importante influência na sobrevida.

No Brasil, no período de 1980 a 2002, a taxa de mortalidade ajustada por idade para meninos variou de 20,5 por milhão em 1984 para 14,4 por milhão em 1995, e para meninas essa variação foi de 16 por milhão em 1986 para 11,4 por milhão em 1995. As tendências observadas nas taxas de mortalidade apresentaram um declínio estatisticamente significativo para ambos os sexos. Os estados brasileiros que se destacaram nesse declínio foram: Espírito Santos, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Distrito Federal. Os que apresentaram um aumento significativo nas tendências foram: Alagoas, Ceará, Maranhão, Piauí, Amazonas e Rio Grande do Norte (Ribeiro et al., 2007).

A mortalidade por leucemia tem diminuído nos paises europeus, assim como no Japão e EUA, desde 1960, devido a avanços terapêuticos, progressivo e contínuo declínio da leucemia linfocitica aguda na infância e nos jovens (WHO, 2008).

Entre 2000 e 2004 a União Européia apresentou queda nas taxas de mortalidade por idade de 8% em ambos os sexos, alcançando a taxa de 5,3/100.000 homens por ano e 3,3/100.000 mulheres por ano. A queda foi maior entre 20 e 44 anos (15%) e o declínio foi maior (de 30%) em crianças.

Entre 1997 e 2007 a taxa caiu de 5,4 para 4,8 por 100.000 homens por ano, numa redução de 10% e de 3,4 para 2,9 por 100.000 mulheres . Houve declínio para todas as idades. Abaixo de 15 anos a redução foi de 35%, contra 10% em pessoas idosas. A redução observada é devido a melhorias no tratamento radioterápico e melhores técnicas de diagnóstico.

As sérias limitações que afetam os dados de mortalidade no Brasil são bem conhecidas. Os altos coeficientes de morte por leucemia podem refletir comparativamente a baixa qualidade das informações de mortalidade em algumas regiões (Costa et al., 2008). A leucemia tem um perfil epidemiológico complexo. A prevenção primária tem se restringido à proteção contra radiações ionizantes ou elementos tóxicos para medula, como o benzeno, importante componente químico presente em muitas atividades industriais (Leal et al., 2002).

Os dados apresentados pelo SIM representam em torno de 75% do total de óbitos ocorridos no país, variando segundo as macrorregiões, sendo menor a cobertura nas regiões Norte e Nordeste (Mello et al., 2002).

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- 13 - VII. CONCLUSÃO

1) Na análise da tendência média anual das taxas de mortalidade por faixa etária e sexo em Salvador e na Bahia, observou-se um discreto aumento, exceto na faixa de 0 a 19 anos em Salvador, que apresentou declínio da taxa tanto para homens quanto para mulheres.

2) A elevação da tendência das taxas de mortalidade é mais significativa para o sexo masculino na Bahia e em Salvador.

3) O aumento da tendência das taxas de mortalidade tem maior expressão na Bahia que em Salvador.

4) Taxas decrescentes de mortalidade apresentadas em Salvador (0 a 19 anos) são vistas em paises desenvolvidos.

5) As limitações que afetam os dados de mortalidade no Brasil refletem a baixa qualidade da informação de mortalidade em algumas regiões, de forma a desqualificar o óbito.

6) Os resultados de decréscimo da tendência em Salvador e acréscimo na Bahia podem ter sofrido influências por limitações das informações de óbitos, classificadas como causas mal definidas, causadas por desigualdades regionais e ineficiência no diagnóstico.

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- 14 - VIII. ABSTRACT

Introduction: In Brazil and other countries, leukemia represents approximately 3% of all cancers. The estimated incidence of leukemia (acute and chronic) in Brazil for 2008 shows large differences by region evaluated, ranging from 2.68 cases per 100 thousand to 8.32 in Roraima Rio Grande do Sul Objective: To analyze the trend mortality and leukemia in Salvador in Bahia during the period 1980-2010. Methods: We conducted a study of aggregate time trend. Deaths from leukemia occurred in people living in the city of Salvador in Bahia and in the period 1980-2010 were collected from the Mortality Information System (SIM) at the site of the Department of the Unified Health System (DATASUL), according sex and age. Were also collected deaths with ill-defined causes occurring in the same population and period, by sex and age for the adjustment of estimated mortality rates. Data on the population living in Salvador and Bahia, according to sex and age, were obtained from estimates of the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) and DATASUL the years 1980-2010. Results: From 1980 to 2010, 385 835 deaths were registered in the city of Salvador, and 1,956 were for leukemia. The crude mortality coefficients ranged from 2.25 / 100,000 in 1980 to 3.36 in 2010 for men, and 3.81 / 100,000 in 1980 to 2.73 in 2010 to mulheres.Discussão: The trend of leukemia mortality in Salvador presents with decline similar to the trend of parents developed European and USA. Conclusion: The average annual trend analysis of mortality rates observed trend growth to Bahia and Salvador decreasing trend occurred in the ranges of 0 to 19 years, with growth in other bands.

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- 15 - IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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2. BODSTEIN RCA, editor. História e saúde pública: a política de controle do câncer no Brasil. Rio de Janeiro: PEC/ENSP; 1987.

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http://www.ibge.br/ibge/estatistica/populacao/tabuadevida/default.shtm. Acesso em: fev 2002.

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(26)

- 17 - X. ANEXOS

(27)

- 17 -

Mortalidade bruta e padronizada por leucemia em Salvador e na Bahia, por sexo, de 1980 a 2010 Sexo Feminino

Ano Bahia Salvador

Número absoluto Coeficiente bruto Coeficiente padronizado Número absoluto Coeficiente bruto Coeficiente padronizado

1980 57 1.19 1.23 30 3.81 4.05 1981 40 0.82 0.81 21 2.59 2.64 1982 47 0.94 0.96 17 2.03 2.15 1983 51 1.00 1.00 23 2.65 2.87 1984 46 0.88 0.86 20 2.23 2.26 1985 48 0.90 0.90 28 3.02 3.22 1986 51 0.94 0.93 29 3.03 3.04 1987 66 1.19 1.19 26 2.64 2.70 1988 67 1.18 1.17 29 2.86 2.93 1989 66 1.14 1.13 30 2.88 3.00 1990 48 0.82 0.80 22 2.06 2.14 1991 67 1.11 1.09 29 2.64 2.60 1992 73 1.20 1.18 25 2.25 2.41 1993 72 1.16 1.14 29 2.52 2.40 1994 81 1.28 1.27 36 3.08 3.18 1995 83 1.30 1.27 39 3.29 3.35 1996 87 1.37 1.27 34 2.91 2.80 1997 69 1.07 1.01 23 1.94 1.88 1998 87 1.34 1.23 39 3.24 2.91 1999 78 1.19 1.10 27 2.22 1.97 2000 86 1.30 1.24 26 2.01 1.68 2001 100 1.50 1.38 34 2.58 2.53 2002 91 1.35 1.29 32 2.40 2.16 2003 92 1.35 1.21 35 2.59 2.54 2004 103 1.50 1.27 29 2.11 1.80 2005 112 1.60 1.37 42 2.97 2.62 2006 126 1.79 1.55 44 3.06 2.54 2007 144 2.02 1.75 45 3.08 2.57 2008 144 1.97 1.60 51 3.26 2.50 2009 143 1.93 1.70 40 2.51 2.30 2010 132 1.85 1.42 39 2.73 1.78

(28)

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Mortalidade bruta e padronizada por leucemia em Salvador e na Bahia, por sexo, de 1980 a 2010

Sexo masculino

Ano Bahia Salvador

Número absoluto Coeficiente bruto Coeficiente padronizado Número absoluto Coeficiente bruto Coeficiente padronizado

1980 51 1.09 1.11 16 2.25 2.49 1981 44 0.92 0.97 20 2.74 3.26 1982 52 1.07 1.08 28 3.71 4.22 1983 58 1.16 1.15 28 3.59 3.80 1984 80 1.57 1.56 26 3.23 3.64 1985 57 1.09 1.11 28 3.37 4.22 1986 63 1.18 1.18 29 3.39 3.67 1987 70 1.29 1.30 24 2.73 3.14 1988 58 1.05 1.08 17 1.88 2.30 1989 73 1.29 1.32 32 3.45 4.04 1990 68 1.18 1.19 19 2.00 2.29 1991 67 1.14 1.17 27 2.76 3.23 1992 83 1.40 1.41 37 3.74 4.28 1993 73 1.20 1.22 24 2.34 2.68 1994 85 1.38 1.40 41 3.94 4.49 1995 85 1.36 1.39 33 3.13 3.90 1996 89 1.44 1.42 26 2.51 2.97 1997 79 1.26 1.23 23 2.18 2.55 1998 100 1.58 1.54 36 3.38 3.34 1999 92 1.44 1.40 32 2.96 3.16 2000 96 1.49 1.40 32 2.78 2.75 2001 127 1.94 1.85 41 3.50 3.69 2002 111 1.69 1.63 30 2.53 2.76 2003 109 1.64 1.54 32 2.66 2.87 2004 121 1.81 1.71 31 2.54 2.80 2005 116 1.70 1.63 23 1.83 1.98 2006 156 2.26 2.16 40 3.13 3.19 2007 147 2.11 1.90 41 3.17 3.19 2008 148 2.06 1.86 38 2.75 2.68 2009 185 2.55 2.32 43 3.06 3.27 2010 170 2.47 2.18 42 3.36 3.01 Fonte: SIM/DATASUS

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