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Valor Econômico no Terceiro Setor: Adaptações do modelo empresarial para Entidades Filantrópicas

Autoria: Mariana Simões Ferraz do Amaral Fregonesi, Adriana Maria Procópio de Araújo RESUMO

Entidades filantrópicas são organizações geralmente voltadas para promoção de assistência social e de serviços nas áreas de saúde e educação. São caracterizadas principalmente por serem instituições beneficentes e por dependerem de doações de terceiros para a continuidade. Sendo assim, é fundamental que o montante arrecadado em doações seja suficiente para cobrir os gastos e investimentos necessários para o desempenho da função social. Para tanto, busca-se maximizar os benefícios gerados com essas doações busca-sendo necessária a gestão eficiente dos recursos, além de tornar transparente à sociedade sua eficiência. Sendo assim, o objetivo desse estudo é, por meio de adaptações do modelo empresarial, calcular o valor econômico de uma entidade filantrópica. Utilizou-se pesquisa empírica, fazendo adaptações em três modelos de mensuração econômica para uma entidade filantrópica de combate ao câncer e, por fim, tais modelos foram sintetizados para o uso em entidades filantrópicas. Como resultado, constatou-se ser possível mensurar o valor econômico da entidade para a sociedade, mas havendo necessidade de certas adaptações, como o uso da receita econômica ao invés da receita de doações e o cálculo da alavancagem por doações da entidade.

1. Introdução

É evidente a necessidade do Brasil em melhorar as condições sociais e econômicas da população. Costa e Rosa (2003, p.2) atribuem ao Terceiro Setor a missão de reduzir a ineficiência estatal em prover serviços públicos imprescindíveis à população. Assim, as organizações filantrópicas podem oferecer algumas necessidades básicas (como saúde, educação, formação profissional, entre outros) a pessoas que não teriam acesso às mesmas. Contudo, quanto melhor gerida a instituição, teoricamente, mais pessoas serão beneficiadas.

As entidades filantrópicas são organizações geralmente voltadas para promoção de assistência social e de serviços nas áreas de saúde e educação. Caracterizam-se principalmente por serem beneficentes e dependerem de doações de terceiros para se sustentarem (Olak, 2000, p.28). Dada a escassez de recursos, uma das maiores dificuldades destas instituições está na captação dos mesmos, sendo assim, a transparência na gestão é de fundamental importância (Melo et al., 2003, p.13).

Franco et al. (2003, p.15) e Melo et al. (2003, p.13) buscaram conhecer os problemas na administração dessas entidades. Por meio de pesquisas realizadas com organizações do setor, encontraram os principais problemas enfrentados por elas: (i) obtenção de recursos financeiros; (ii) conseguir doadores permanentes; (iii) adquirir mão-de-obra voluntária permanente; (iv) adquirir mão-de-obra especializada profissional; (v) realizar convênios/parcerias com Estado e setor empresarial; (vi) dificuldades materiais e/ou de infra-estrutura; (vii) dificuldades de gestão e (viii) dificuldades conjunturais/externas à organização. Dessas dificuldades, ao menos metade está direta ou indiretamente relacionada a recursos financeiros. Apesar de a entidade possuir um objetivo global social e não econômico, é indispensável uma boa gestão econômica para se atingir de forma eficaz o objetivo traçado.

“Pode-se afirmar que o aspecto econômico assume uma importância fundamental e complementar ao aspecto social inerente às organizações estudadas [Terceiro Setor]. Portanto, os recursos deverão ser utilizados da melhor forma possível. Para isso, exige-se dos gestores dessas organizações uma postura gerencial voltada à eficácia.” (VILANOVA, 2004, p.152).

Drucker (2002, p. 79-80) trata da questão do desempenho e do resultado nas entidades sem fins lucrativos e afirma que, apesar de não ser prioridade neste tipo de instituição, os

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resultados “são muito importantes – e muito mais difícil de se medir e controlar” do que na empresa. O autor defende como a primeira pergunta a ser respondida na gestão da entidade: “como deve ser definido o desempenho desta instituição?”, isto é, deve-se definir o desempenho que, quando alcançado, operacionaliza a missão da instituição, pois este mostrará se os esforços estão realmente direcionados ao alcance da missão.

“No setor privado, quando os investidores têm dificuldades para o correto entendimento de estratégias, reduz-se sua capacidade de previsão de eventos futuros (predictive value) e seus investimentos. O mesmo ocorre no Terceiro Setor, onde os gestores devem perceber que os grandes doadores e financiadores raciocinam da mesma forma. Portanto, deve-se exigir das entidades a capacidade de prestar contas, de forma transparente da responsabilidade conferida (accountability).” (PACE et al., 2004, p. 2)

Investimentos filantrópicos em entidades do Terceiro Setor podem objetivar aumento da capacidade do prédio, aquisição de ativo permanente, programas de expansão ou executar uma estratégia particular. Seja qual for tal objetivo, todo o investimento feito no Terceiro Setor, teoricamente, é direcionado à criação de valor social: atender às necessidades ou melhorar as condições da comunidade. Assim, é fundamental para a continuidade da instituição que o montante arrecadado em doações seja suficiente para cobrir os gastos e investimentos necessários para o desempenho de sua função social. Para tanto, busca-se maximizar os benefícios gerados com essas doações e isto só pode ser feito por meio de uma gestão eficiente dos recursos. Conseqüentemente, a contribuição para a melhoria da gestão de recursos nas entidades do Terceiro Setor, um dos objetivos dessa pesquisa, leva ao aumento do número de pessoas beneficiadas por estas organizações.

Dada a necessidade de aprimoramento de gestão nas organizações sem fins lucrativos, associada à necessidade de avaliar seu desempenho para alavancar recursos, torna-se importante encontrar ferramentas de gestão capazes de melhorar o desempenho dessas entidades e ainda demonstrar isso para os investidores. Por conseguinte, o objetivo da pesquisa é: calcular o valor econômico de uma entidade filantrópica por meio de

adaptações em um modelo empresarial.

Para a elaboração do estudo, como metotologia, foi utilizada pesquisa empírica com um exemplo de caso, por meio de dados e informações da instituição. A primeira parte do estudo descreve a instituição que será usada como objeto de pesquisa e a segunda parte apresenta três modelos de mensuração do valor econômico, sua aplicação ao caso de uma entidade filantrópica e as adaptações sugeridas. Os dados foram coletados por meio de pesquisa documental nas seguintes fontes primárias: relatórios contábeis publicados pela entidade, arquivos particulares com acesso permitido pela organização e tabela de pagamentos do Sistema Único de Saúde (SUS), disponível em <http://portal.saude.gov.br/saude/> e da Associação Médica Brasileira (AMB), disponível em <http://www.amb.org.br/>.

2. Estudo Empírico: Descrição da Entidade

A Sociedade Benemérita de Combate ao Câncer (SOBECCan) iniciou suas atividades em 1994, mas adotou a forma jurídica de fundação em 1998. Atualmente, é uma Fundação de direito privado, sem fins lucrativos, com sede em Ribeirão Preto (SP). A Fundação SOBECCan é a mantenedora do Hospital do Câncer de Ribeirão Preto e um dos principais hospitais da região destinado exclusivamente a pacientes com câncer. A missão da empresa é “promover o melhor à comunidade na luta contra o câncer” e está bem disseminada entre seus membros. A empresa possui 28 funcionários, incluindo autônomos, terceirizados e estagiários. Além disso, conta com um grupo voluntariado (GVAI) com mais de sessenta voluntários ativos nas atividades rotineiras da fundação.

O hospital realiza eventualmente parcerias com o setor privado (com fins lucrativos) para realização de seus projetos. Os pacientes são atendidos por convênios médicos com

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instituições privadas ou gratuitamente no caso daqueles que não podem pagar. São realizados, em média, 500 atendimentos por mês, sendo a maioria deles pacientes carentes que não pagam pelo tratamento. Além dos médicos oncologistas e do tratamento quimioterápico, são oferecidos aos pacientes serviços de odontologia, fisioterapia, psicologia e serviço social. Para os casos mais graves, também é oferecido o tratamento na casa do paciente.

A receita da organização, atualmente, é oriunda dos convênios médicos e de doações e eventos. A primeira é a chamada receita operacional, já que é o preço pago pelo cliente pelos serviços recebidos, e é responsável por aproximadamente 40% da receita total. Além dos convênios, entra aqui também a renda das análises laboratoriais. O restante é proveniente das receitas não operacionais, como: doações, jantares, bingos, renda de bazares e outros eventos, sendo que a maior parte dessa receita é arrecadada pelo GVAI.

3. Aplicação de Modelos Econômicos

Para responder à questão da pesquisa, buscou-se a aplicação de modelos econômicos no exemplo de caso proposto. Na literatura pesquisada optou-se pela adoção de três modelos de mensuração: (i) Modelo de Mensuração baseado no Economic Value Added (EVA®) e

Market Value Added (MVA®)1; (ii) Modelo de Mensuração baseado no MVA® com adaptações e, (iii) Modelo baseado na Metodologia SROI.

3.1 Modelo 1: baseado no EVA® e no MVA®

O cálculo do valor adicionado exige algumas adaptações para a aplicação no Terceiro Setor. A principal mudança do processo em si é tirar o foco no acionista e colocá-lo na comunidade, ou seja, o objetivo global passa a ser gerar valor para a comunidade, no caso das entidades filantrópicas.

Em uma primeira análise, mais genérica, pensou-se, simplesmente, em calcular o MVA®2 (Copeland et al., 2000; Assaf, 2003; Frezatti, 2003; Young e O’Byrne, 2003; Rappaport, 2001; Stern e Shiely, 2001) para uma entidade do terceiro setor e este, somado ao investimento, seria o valor da entidade para a comunidade. Considerando a ausência de acionistas e o objetivo social, o valor gerado estaria direcionado à comunidade beneficiada pela instituição. É um raciocínio válido, mas com visão simplista de um conceito abrangente. A tabela 1 demonstra o cálculo do valor adicionado da Fundação Sobeccan. Na fórmula de cálculo MVA® é preciso conhecer três valores: retorno sobre o investimento (ROI), custo médio ponderado de capital (CMPC) e valor total do investimento excluindo-se o passivo não oneroso (INV). Valor da Entidade 2004 2003 LOP 80.548 18.811 CMPC 17,75% 16,5% INV 368.015 287.467 EVA® 15.225 (28.621) MVA® 85.775 (173.459) Valor Entidade 453.790 114.008

Tabela 1 – Cálculo do MVA® da Fundação SOBECCan sem adaptações para o Terceiro Setor Fonte: dados obtidos em< www.sobeccan.org.br/> acesso em dez/2005. Cálculos dos autores.

Para calcular o ROI é preciso conhecer as receitas, custos, despesas e impostos da organização, além do investimento. As empresas formalizadas como organizações sem fins lucrativos devem preparar os relatórios contábeis “Balanço Patrimonial” e “Demonstração de Superávit ou Déficit” que contêm tais informações. Algumas das entidades do Terceiro Setor são, inclusive, obrigadas a publicar demonstrações contábeis. Isto implica que é possível obter os valores para cálculo do ROI e do INV das instituições.

Conhecidos o ROI e o INV, a questão é qual o valor do CMPC. Para calcular esta taxa deve ser conhecida a estrutura de capital da empresa, o custo do capital de terceiros e o custo

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de oportunidade do capital próprio. Quanto aos dois primeiros valores, não existe dificuldade em levantá-los dada a existência de contratos de empréstimos (quando houver capital de terceiros oneroso), sendo que o custo de oportunidade do capital próprio gera polêmica.

Inicialmente, é importante analisar a questão do “próprio” nesse caso. O patrimônio líquido das instituições sem fins lucrativos é chamado de patrimônio social e é composto por duas contas principais: Fundo Patrimonial e Superávit ou Déficit Acumulado. A primeira é equivalente ao capital social, mas representa os recursos obtidos por doações e investidos em ativo permanente (as doações usadas para manter a atividade da organização são consideradas receitas não operacionais). A segunda é equivalente a Lucros e Prejuízos acumulados, ou seja, acumula os resultados obtidos na operação da empresa (Conselho Federal de Contabilidade, 2004). Logo, o capital próprio é oriundo de doações ou resultado da própria operação. É possível afirmar que existe o custo de oportunidade do capital próprio, apesar de não haver distribuição de resultados, porque há necessidade de atrair investidores para organização. Ou seja, existe um custo de captação de recursos oferecidos em doação.

Sendo assim, a questão é como será calculada tal taxa. Baseado no conceito de custo de oportunidade, são propostas duas alternativas. A primeira é utilizar o custo do capital de terceiros, visto que, caso não haja doações, a empresa terá que recorrer a este capital para sustentar suas operações. A segunda é usar o maior ROI das empresas “concorrentes” por este tipo de investimento, ou seja, usar a melhor rentabilidade das organizações de terceiro setor que concorrem por doações. Neste caso também devem ser considerados os benefícios oferecidos ao doador de recursos, como o benefício fiscal, já que o imposto de renda permite a dedução do gasto em casos e em instituições específicas.

Apesar da segunda opção ser mais próxima da teoria do custo de oportunidade, considerando a ausência de informações estruturadas das diversas instituições e a dificuldade em obtê-las, optou-se nesse trabalho pela primeira opção, daí o uso da taxa Selic no cálculo da tabela 1. Estudos vêm sendo desenvolvidos para buscar uma taxa que realmente reflita o custo de captação. Uma fundação americana propõe o desenvolvimento do modelo de precificação de ativos (Capital Asset Pricing Model, CAPM), inclusive com a tentativa de desenvolvimento do fator de risco denominado beta, específico para determinada categoria de organizações filantrópicas (REDF, 2001, p.36).

Com isto, tem-se o valor econômico calculado para a Fundação SOBBECCan. No entanto, um problema é detectado: o resultado da entidade é proveniente de uma receita não representativa do sacrifício traduzido em despesas. A receita apresentada nas demonstrações de entidades filantrópicas refere-se, predominantemente, a valores recebidos em doação, que não podem ser diretamente relacionados com os custos dos serviços prestados. Assim, um indicador de desempenho baseado no resultado contábil não avalia a eficiência operacional da empresa, mas sua capacidade de captar recursos. Por exemplo, duas instituições ajudaram a mesma quantidade de pessoas, na mesma proporção, gastando o mesmo valor monetário, mas uma arrecadou mais doações que a outra; não é possível afirmar se a instituição que arrecadou mais foi mais eficiente em seu objetivo social, apesar do resultado maior. Ou seja, não é possível afirmar que a empresa apresentando maior resultado gerou maior contribuição para a comunidade e calculado desta forma, o EVA® não irá refletir o valor adicionado à comunidade.

3.2 Modelo 2: baseado no MVA® com adaptações

Um segundo modelo surge em função de problemas apontados do modelo anterior. Como a dificuldade ocorre porque a receita apresentada na demonstração do resultado não é gerada pelo sacrifício exposto no custo dos serviços prestados, a sugestão é usar um valor de receita que seja compatível com estes custos, qual seja, adotar um valor de mercado para o serviço prestado gratuitamente. Isto é, se a organização do Terceiro Setor é uma creche gratuita, a receita unitária seria a mensalidade cobrada se ela fosse uma creche paga.

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Aqui surge uma questão: qual valor de mercado deverá ser usado? Para Slomski (2001, p.36) a receita econômica “é o produto da multiplicação do custo de oportunidade que o cidadão desprezou ao utilizar o serviço público, pelos serviços que ele efetivamente tenha executado” (p.53). Como custo de oportunidade o autor entende “o menor preço de mercado à vista atribuído ao serviço prestado ao cidadão com similar qualidade, oportunidade e tempestividades daquele desprezado por ele ao utilizar o serviço público” (p.54).

Assim, a opção adotada no estudo foi utilizar como base os valores pagos pelo Governo aos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Estes valores estão dispostos em uma tabela com a discriminação do procedimento e o valor a ser pago por ele (disponível em <www.saude.gov.br>). A justificativa para a adoção desta tabela como valores de mercado ou valores de referência é o fato das organizações do Terceiro Setor atenderem pessoas carentes. Isto é, se os pacientes são pessoas que não podem pagar pelo serviço diretamente ou por um plano de saúde, eles seriam atendidos às custas do Estado, ou seja, estariam de fato sendo tratados pelo SUS. Além disso, “o Terceiro Setor vem atuar como uma extensão da ação do Estado tradicional” (Costa; Rosa, 2003, p.2), ou seja, ele tenta cumprir os deveres de Estado que o governo não consegue cumprir.

A substituição da receita de doações pela receita incorrida caso a organização recebesse pelos serviços a valores referenciais do governo se justifica, no contexto de avaliação da contribuição econômica das entidades filantrópicas para a sociedade, por representar um valor revertido para a comunidade com a existência da instituição. Ou seja, como a organização está “cumprindo” um dever do Estado, deverá liberar recursos do orçamento público e o governo pode redirecionar tais recursos para outra necessidade básica, aumentando os benefícios gerados para a sociedade. A tabela 2 traz esses cálculos.

2004 2003 Receita Operacional 279.243 356.741 Receita SUS 122.670 122.190 Custos Operacionais 318.473 374.975 Total Despesas 230.473 190.695 LOP (147.033) (86.739) CMPC 17,75% 16,5% MVA® (828.357) (525.689) INV 368.015 287.467 Total (460.342) (238.222) Valor da Entidade

Tabela 2 – Cálculo do Valor da Fundação SOBECCan com adaptações no modelo MVA® Fonte: dados obtidos em< www.sobeccan.org.br/> acesso em dez/2005. Cálculos dos autores. Com isso, calcula-se um MVA® para a SOBECCan condizente com a realidade e com a teoria do valor econômico adicionado. Ao comparar o valor encontrado com a replicação do modelo empresarial (tabela 1) com o encontrado na tabela 2, percebe-se diferença relevante. Pelo primeiro modelo a entidade possui valor positivo, ou seja, mostrava gerar benefícios para a comunidade. Com o uso da receita a valor de mercado, a entidade passa a demonstrar uma grande destruição de valor, visto o MVA® negativo. Um motivo evidente são os valores ínfimos pagos pelo Estado ao serviço de saúde. Para mostrar a melhoria da situação caso fosse adotado o valor de mercado da Associação Médica Brasileira (AMB), foi elaborada uma planilha comparando as receitas geradas (disponível em www.sobeccan.org.br/). De fato, nos dois anos estudados ocorre um aumento de cerca de 60% na receita com a mudança de valores referenciais. Em 2003 o atendimento total foi de 5.903 passando em 2004 para 6.495. Os atendimentos gratuitos em 2003 foram de 4.103 e em 2004 esse número foi de 6.058. Os valores gerados pelo SUS em 2003 seriam de $17.607,12 levando em consideração o número

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de atendimento e em 2004 de $19.031,42. Ao utilizar a Tabela da AMB esses valores seriam: para 2003 o correspondente a $90.132,41 e em 2004 $113.563,29.

No entanto, nesse modelo uma informação importante não está sendo considerada, ou seja, o valor receita de doações. Uma entidade só consegue manter-se em continuidade se tiver recursos suficientes para cobrir os gastos incorridos pela busca do objetivo social. Resolveu-se o problema da avaliação da eficiência na prestação de serviços, mas deixou-se de avaliar a capacidade de alavancar recursos da entidade, informação extremamente relevante.

3.2 Modelo 3: Metodologia SROI

O terceiro modelo estudado para avaliação econômica das entidades do Terceiro Setor foi desenvolvido por uma fundação americana, The Roberts Enterprise Development Fund (REDF). Este modelo vai ao encontro do objetivo principal do estudo e corrobora a importância do tema. A metodologia Social Return on Investiment (SROI) foi desenvolvida em 1996, com o objetivo de quantificar o valor econômico criado com o investimento em instituições sem fins lucrativos. Preocupa-se em analisar a aplicabilidade de indicadores tradicionais de empresas lucrativas em instituições sem fins lucrativos. (REDF, 2001). O SROI não tenta capturar e quantificar todos os aspectos da criação de valor de um programa sem fins lucrativo bem sucedido, mas o estudo pode ser estendido para aplicar o modelo a outras áreas filantrópicas e para tentar aumentar a abrangência dos aspectos analisados.

O sucesso de uma entidade filantrópica poderia ser medido por sua capacidade de arrecadar doações ou pelo tamanho de seu ativo, no entanto, não existe relação direta entre a arrecadação e o valor social gerado. A filantropia pode ser vista como um valor econômico adicionado à sociedade como resultado dos investimentos por caridade (doações). Sob esta perspectiva, o benefício gerado para a sociedade por um investimento filantrópico é a medida de sucesso do investimento. No entanto, o desafio é comparar o valor monetário investido com o valor social gerado, devido à dificuldade de tal valor social ser transformado em valores monetários.

A REDF defende a existência de um continuum de criação de valor para as entidades sem fins lucrativos, ou seja, o valor é criado simultaneamente em três caminhos: (i) o valor econômico puro; (ii) o valor sócio-econômico e, (iii) o valor social puro. O SROI tenta medir o valor sócio-econômico. Esse valor é criado quando existe retorno financeiro sobre um investimento, inclusive considerando a remuneração do capital investido (custo de oportunidade do capital próprio e custo da dívida com terceiros).

O valor social é criado quando recursos, insumos, processos e programas de ação são combinados para trazer melhorias na vida dos indivíduos ou da sociedade como um todo. O valor social é a missão, a razão de existir, das entidades do terceiro setor. Entretanto, devido a uma parte significativa desta missão ser formada por valor humano intrínseco, fator quase impossível de quantificar, a maior dificuldade dessas entidades está, justamente, em medir o real valor social criado. Há fatores que não podem ser traduzidos em valores monetários condizentes, apesar de certamente terem participação no valor social criado. Ainda assim, é válida a tentativa de mostrar para a sociedade a melhoria trazida pelo trabalho da organização.

Entre esses dois extremos está o valor sócio-econômico. Sua mensuração é fundamentada na incorporação de certos elementos de valor social quantificados monetariamente ao valor econômico criado. Uma entidade sem fins lucrativos cria valor socioeconômico pela transformação de recursos, insumos e/ou processos em produtos passíveis de venda (atividade econômica); e pela geração de receitas ou pela redução de custos para o setor público (atividade social). Assim, a entidade pode possuir uma atividade econômica, geralmente conseqüência de sua causa social, e a atividade social em si. Por exemplo, uma entidade que ensina ofícios para pessoas carentes (atividade social), também vende os produtos produzidos na oficina (atividade econômica) para gerar renda para o sustento da organização.

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A receita gerada na atividade social refere-se a novas receitas públicas para o governo. A causa social da REDF, por exemplo, é treinar e empregar pessoas carentes, por conseguinte, quando um cidadão é empregado ele está sujeito ao imposto de renda, podendo aumentar a arrecadação do governo. Mas também, a diminuição de pessoas carentes nas ruas pode trazer redução de custos para o governo, ou seja, redução dos gastos do dinheiro público, pois as pessoas carentes ganham bolsa alimentação, têm mais gastos com saúde (além de não possuírem plano de saúde, a subnutrição aumenta tais custos) e podem tornar-se criminosos, gerando gastos judiciais e com segurança. Assim, os ganhos para o setor público, sejam através de receita ou de economia gerada para o governo, serão fatores chaves no cálculo do valor econômico para a sociedade.

O modelo baseia-se na determinação de um grupo de seis indicadores de SROI: (i) valor econômico do negócio; (ii) valor econômico da causa social; (iii) valor da entidade (negócio com causa social); (iv) índice de retorno do negócio; (v) índice de retorno da causa social e, (vi) índice de retorno da entidade.

Os indicadores de negócio referem-se à atividade econômica citada anteriormente e os indicadores de causa social, à atividade social. Assim, o modelo SROI é uma avaliação econômica de entidades sem fins lucrativos, ou seja, é uma forma de avaliar o desempenho, em termos de valor econômico gerado à sociedade, das organizações do Terceiro Setor considerando os dois tipos de atividade: econômica e social.

A metodologia proposta de avaliação usa algumas ferramentas tradicionais das áreas de contabilidade e de finanças. A tradicional Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) é adaptada e torna-se The True Cost Accounting Analysis (TCAA). A diferença é que a última divide o resultado em atividade econômica e atividade social, considerando o suporte ou subsídio conseguido como receita da atividade social. Tal adaptação é válida para as entidades que possuem receitas operacionais além do serviço social fim da sua atividade. Ou seja, organizações que além da finalidade social, vendem produtos ou serviços, como o exemplo citado anteriormente da oficina vendendo suvenires feitos pelos próprios “alunos”, possuem o resultado da venda de suvenires e o resultado da atividade social acolher crianças carentes. Portanto, a proposta desta demonstração é separar resultado social de resultado do negócio. Entretanto, algumas organizações terão apenas o resultado social, como é o caso de muitas das organizações defensoras das causas ambientais. O quadro 1 demonstra o resultado de cada atividade para a Fundação SOBECCan.

(Em Reais R$)

2 .0 0 4 2 .0 0 3 RECEITAS

Recei tas O per. de Pres t. S erviços 2 7 0 .7 3 8 3 4 2 .5 2 3

Co n v ên io s d e Saú d e Pú b lico s 116.623 156.452 Co n v ên io s d e Saú d e Priv ad o s 154.115 186.071 Ded u çõ es d as Receitas (3 9 4 ) (2 .0 8 4 )

Receitas Não Op eracio n ais :p 2 .2 1 2 3 .2 9 1

Receitas Fin an ceiras : 6 .6 8 7 1 3 .0 1 1 Total dos Créditos 2 7 9 .2 4 3 3 5 6 .7 4 1

2 .0 0 4 2 .0 0 3 DES PES AS

Cu s to s d o s Serv iço s Pres tad o s : 2 0 .0 5 5 1 1 4 .3 4 1

Des p es as A d min is trativ as : 1 4 2 .8 4 0 1 1 9 .0 5 6

Des p es as Não Op eracio n ais : 1 .5 5 6 6 .9 4 0

Ou tras Des p es as : 5 .5 0 1 6 .0 1 5 Total das Des pes as 1 6 9 .9 5 1 2 4 6 .3 5 2

SUPERÁ VITS DOS EXERCÍCIOS 1 0 9 .2 9 1 1 1 0 .3 8 9 Total dos Débitos 2 7 9 .2 4 3 3 5 6 .7 4 1 DÉB ITO S

Demons tr. do S uperávit ou Défici t Atividade Econômica CRÉDITO S

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Quadro 1 – TCAA: Demonstração do Resultado para a atividade econômica

FONTE: Fundação SOBECCan, adaptado

O quadro 2 apresenta os cálculos da demonstração do resultado para a atividade econômica com adaptações no modelo proposto.

(Em Reais R$ )

2.004 2.003

RECEITAS

Receitas Não Operacionais: 526.170 400.840 Total dos Créditos 526.170 400.840

2.004 2.003

DES PES AS

Cus tos dos Serviços Prestados : 298.418 260.634 Des pes as A dminis trativas: 175.919 173.100 Des pes as Não Operacionais: 43.968 29.838 Outras Des pesas : 36.608 28.846 Total das Des pes as 554.913 492.417 DÉFICITS DOS EXERCÍCIOS (28.744) (91.577)

Total dos Débitos 526.170 400.840 Demonstr. do S uperávit ou Déficit Atividade S ocial

CRÉDITOS

DÉBITOS

Quadro 2 – TCAA: Demonstração do Resultado para a atividade social

FONTE: Fundação SOBECCan, adaptado

A análise do SROI divide os seis indicadores citados anteriormente em dois grupos: os valores monetários e os índices. A primeira etapa do processo é o cálculo dos valores monetários (do negócio, da causa social e da entidade). Depois se calcula o valor do investimento para calcular os índices, já que estes dependem dos demais valores. O quadro 3 mostra uma visão geral dos três indicadores da primeira etapa. Mensuram quanto a entidade sem fins lucrativos está retornando para a comunidade.

Medidas de Valor

Tipo de Valor Criado Medida Definição

Econômico Valor do

Negócio

Valor presente dos excedentes de caixa gerados pela atividade de negócio da entidade (exclui os custos pela causa social e os subsídios e doações)

Sócio-Econômico Valor da Causa

Social

Valor presente da receita adicional e da redução de custos para o governo gerados pela atividade social reduzidos dos custos desta atividade

Sócio-Econômico Valor da

Entidade

Valor do Negócio + Valor da Causa Social – Dívida de Longo Prazo

Social* – –

* O modelo SROI da REDF mensura os valores econômico e sócio-econômico criados. Algumas medidas de impacto no valor social são expostas no Relatório SROI. Futuros artigos da REDF irão explorar

tentativas de mensurar a criação de valor social.

Quadro 3 – Definição dos indicadores do modelo SROI calculados na primeira fase

FONTE: REDF, 2001, p.17

O primeiro valor a ser calculado é o valor do negócio. A REDF aconselha o uso do fluxo de caixa livre descontado para cálculo do valor do negócio. Propõe a previsão de dez anos de fluxo de caixa livre e ainda a previsão de valor da perpetuidade. Para tanto, seria necessária a projeção de receitas e despesas, bem como investimentos em ativos permanentes e capital de giro, para todo este prazo estipulado. A proposta é que a previsão seja feita baseada em dados passados e algum possível projeto definido (uma expansão de capacidade, por exemplo). No entanto, considerando o fato de a maior parte das entidades sem fins

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lucrativos configurarem-se como pequena empresa e possuírem pouco controle financeiro (como foi visto no capítulo 1), uma tentativa de previsão de receitas e despesas para os próximos dez anos, provavelmente seria infundada.

Então, por considerar este método por demais subjetivo, visto que trabalha com taxas de crescimento supositícias, e dada a afirmação de Ehrbar (1998, p.113) sobre a igualdade matemática da abordagem do EVA® e da abordagem do fluxo de caixa descontado, optou-se, por utilizar o lucro econômico para avaliação do negócio (o mesmo valerá para avaliação da causa social). Sendo assim, o cálculo do valor do negócio dar-se-á utilizando o MVA®, definido como o EVA® descontado pelo custo médio ponderado de capital (CMPC), que por sua vez representa a soma do custo de capital próprio com o custo de capital de terceiros ponderados pela estrutura de capital, somado ao investimento. Reduzindo esta fórmula, tem-se: Valor do Negócio = LOP / CMPC, onde, LOP é o lucro operacional ajustado para cálculo do EVA®, ou seja, lucro operacional contábil sem os efeitos de despesas financeiras, ou ainda, é o resultado operacional de uma empresa, independente da forma como ela está financiada. Como a entidade em análise não está sujeita ao IR e não possui despesas financeiras referentes a financiamentos com capital de terceiros, o LOP é o próprio resultado da atividade econômica exposto na tabela 3. O LOP é facilmente identificado pela Demonstração de Déficit ou Superávit do Exercício publicada pelas organizações sem fins lucrativos. O custo de capital, por sua vez, não é tão facilmente obtido devido à ausência de capital de acionistas nestas entidades, mas, conforme já discutido, pode-se usar o custo do capital de terceiros (Selic). A tabela 3 demonstra esse cálculo.

2004 2003

Lucro Operacional Atividade Econômica 109.291 110.389

Custo de Capital (Selic) 17,75% 16,50%

Valor do Negócio 615.727 669.023 Cálculo do Valor do Negócio

Tabela 3 – Definição dos indicadores do modelo SROI calculados na primeira fase – Valor do Negócio Definido o cálculo do valor do negócio e voltando à metodologia SROI, após fazer um parêntese na proposta da REDF com a sugestão de outra forma de cálculo do valor do negócio, deve-se calcular o segundo indicador: o valor da causa social. Assim como no cálculo do valor do negócio, a REDF propõe que o valor da causa social seja baseado em seus fluxos de caixa futuros trazidos a valor presente. O esforço para calcular o valor da causa consiste em tentar capturar o impacto da causa na vida dos indivíduos e na comunidade em que eles vivem. O fluxo de caixa da causa social é calculado com base em quatro elementos: (i) o número projetado de pessoas atendidas; (ii) a redução de custo média para o governo por pessoa; (iii) a média de aumento na receita do governo (IR, por exemplo) por pessoa; (iv) e os gastos operacionais com a causa social projetados da empresa. O fluxo de caixa não é necessariamente o valor monetário real, mas é uma boa aproximação do valor adicionado para o Estado pelo trabalho desenvolvido na entidade e a REDF defende que futuramente será possível, provavelmente, avaliar precisamente o valor da causa pela economia gerada para o governo.

Os quatro elementos, segundo a REDF (2001), devem ser projetados para dez anos como o fluxo de caixa do valor do negócio. O segundo elemento, redução dos gastos públicos, é um dos maiores desafios desta etapa, ou até de toda a metodologia SROI. Para fazer tal previsão é preciso analisar todos os impactos da causa social na comunidade e verificar quais deles acarretam economias ou receitas para o governo e podem ser traduzidos em valores monetários.

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Uma outra dificuldade encontrada na determinação do valor da causa social é determinar quais as informações realmente relevantes. A grande quantidade de informações passíveis de análise pode levar ao uso de dados não relevantes. A REDF fez uma série de grupos de discussão com entidades relacionadas para levantar os maiores impactos da sua causa social na sociedade. Alguns impactos são pertinentes a diversas causas sociais, como a mudança no uso do serviço social e no uso do suporte e assistência pública. Como, no caso em estudo, a causa social consiste em tratar gratuitamente pessoas carentes, ou seja, pacientes que não podem pagar pelo serviço, eles seriam atendidos à custa do Estado, isto é, estariam sendo tratados pelo SUS. A utilização dos serviços a valores referenciais do Governo se justifica por representar um valor revertido para a comunidade com a existência da instituição, dada a redução de gastos públicos, conforme sugere o modelo SROI.

Entretanto, a projeção de dez anos de fluxo de caixa da causa social, como prevê a metodologia da REDF, poderia trazer valores extremamente imprecisos. Uma previsão de número de pacientes a serem atendidos pelo hospital nos próximos dez anos, dificilmente seria um valor próximo da realidade. Além disso, outros aspectos são dependentes de fatores externos, fora do controle da organização, ou seja, pode haver uma grande variação nestes aspectos, mas não é possível prever com certa exatidão. Como não foi feito este procedimento no cálculo do valor do negócio, ao contrário, foi utilizado valor passado, é coerente utilizar valores do mesmo período para o cálculo do valor da causa social. Assim, baseou-se nos atendimentos de 2003 e 2004 para calcular a redução de gastos do governo de acordo com a tabela do SUS e nos custos do mesmo período para computar o valor dos custos relacionados à causa. O quadro 4 demonstra o resultado para este indicador.

2004 2003

Receitas de Prest. Serviços Sociais (SUS) 122.670 122.190 Cus tos dos Serviços Prestados : ( 298.418) (260.634) Resultado da pres tação de s erviços s ociais (175.749) (138.444)

Cus to de Capital (Selic) 17,75% 16,50%

Valor da Caus a S ocial (990.132) (839.054) Cálculo do Valor da Caus a S ocial

Quadro 4 – Definição dos indicadores do modelo SROI da primeira fase – Valor da Causa Social O modelo compara as economias geradas para o governo com os custos para a entidade. Considerando o fato de nem todos os impactos serem passíveis de mensuração monetária, isto pode gerar um valor incoerente com a realidade. No caso da SOBECCan, por exemplo, existe um valor da causa social negativo, apesar da instituição tratar gratuitamente pacientes com câncer, o que gera, certamente, um impacto positivo para a sociedade. Ainda assim, esta confrontação é válida porque um valor negativo pode implicar em ineficiência, isto é, se os recursos estivessem com o governo, teoricamente, ele estaria aproveitando-os melhor. Portanto, serve como um parâmetro para a entidade controlar seus custos. (visto a questão da incompatibilidade da receita com a despesa comparado no item anterior).

Por fim, deve ser calculado o valor da entidade. Este indicador representa o valor que a entidade sem fins lucrativos em análise tem para a sociedade. Deve-se somar o valor do negócio com o valor da causa social e subtrair as dívidas de longo prazo existentes na entidade. Fazendo uma analogia com as empresas lucrativas, está sendo mensurado aqui o tamanho do patrimônio líquido, ou capital dos sócios, a valor de mercado. O quadro 5 demonstra o cálculo.

Com isso, é possível fazer uma análise do resultado gerado para a Fundação SOBECCan. O valor do negócio apresenta resultado positivo, enquanto a causa social apresenta uma destruição de valor muito significativa. O fato do valor da causa social ser

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negativo pode sinalizar o uso ineficiente de recursos, dado o custo da própria entidade ser usado para calcular o valor. Contudo, com o valor do negócio positivo, mostra-se mais difícil uma ineficiência de gestão vinda da entidade. Percebe-se que com o valor recebido pelos planos de saúde a instituição consegue manter-se. Logo, deve-se ponderar o fato dos valores referenciais do SUS serem ínfimos, não obstante se a entidade fosse um hospital público, deveria sobreviver com este valor.

2004 2003

Valor do Negócio 615.727 669.023 Valor da Caus a Social (990.132) (839.054) Dívidas de Longo Prazo - -Valor da Entidade (374.406) (170.031)

Cálculo do Valor da Entidade

Quadro 5 – Definição dos indicadores do modelo SROI da primeira fase – Valor da Entidade De qualquer forma é bizarro ajuizar que uma fundação arrecadadora de cerca de 400 mil reais anuais em doações esteja destruindo quase 900 mil reais em valor econômico da comunidade. A metodologia SROI, no entanto, não faz projeção dos valores recebidos em doações. Utiliza todo o investimento histórico para apurar os índices de retorno.

A segunda etapa do cálculo dos indicadores é apurar os índices de retorno. Estas três medidas comparam o retorno com o investimento requerido para gerar tal retorno. O valor do investimento é um só para os três índices e será calculado com base em valores históricos. A REDF coloca todo o investimento realizado antes do período de projeção nos fluxos de caixa trazidos a valor presente (desde o surgimento da entidade).

Calculados os valores econômicos e sócio-econômicos e o investimento, basta calcular os índices. O quadro 6 demonstra a fórmula de cálculo de cada um deles. Assim, o índice de retorno do conjunto mostra o valor monetário criado pela entidade para cada unidade monetária nela investida.

Índices de Retorno

Índice de Retorno do Negócio = Valor do Negócio / Valor Presente do Investimento Índice de Retorno da Causa Social = Valor da Causa Social / Valor Presente do Investimento

Índice de Retorno do Conjunto = Valor do Conjunto / Valor Presente do Investimento

Quadro 6 – Fórmulas para cálculo dos indicadores do modelo SROI calculados na segunda fase

FONTE: REDF, 2001, p. 19, tradução livre

O quadro 7 demonstra o cálculo dos índices de retorno da fundação em análise. De acordo com a contabilidade das entidades do Terceiro Setor no Brasil, todas as doações acumulam-se no patrimônio social, seja recebida em ativo permanente ou as periódicas que formam a receita não operacional (Conselho Federal de Contabilidade, 2004, P. 61). Então, para o cálculo dos índices de retorno foram utilizados os valores totais do patrimônio social nos anos 2003 e 2004 como valor do investimento.

2004 2003

Índice de Retorno do Negócio 167% 233%

Índice de Retorno da Causa Social -269% -292%

Índice de Retorno da Entidade -102% -59%

Cálculo dos Índices de Retorno

Quadro 7 – Cálculo dos indicadores do modelo SROI calculados na segunda fase para a SOBECCan Entretanto o modelo não captura todo o impacto da causa social na comunidade. Até porque, não fosse assim, seria possível afirmar que a causa social em oferecer tratamento gratuito para o câncer não cria valor para a comunidade, o que não é verdadeiro. O valor da causa social é formado também pelos gastos da entidade, logo, este é o ponto a ser melhorado

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para aumentar o valor da causa, apesar do valor econômico ser satisfatório. A SOBECCan oferece serviços que o SUS não remunera como oferecimento de cestas básicas, atendimento domiciliar, entre outros, ou seja, são impactos não mensurados.

Apesar do resultado não parecer satisfatório, visto tratar-se de uma entidade muito conceituada e respeitada na comunidade, pode-se concluir que a metodologia SROI mostra aspectos não analisados, geralmente, pelas entidades do Terceiro Setor. Sem dúvida é uma ferramenta poderosa no auxílio da gestão financeira da entidade, mostrando pontos que deveriam ser melhor administrados. No caso da SOBECCan, inicialmente pensava-se que o problema da instituição era a falha na captação de doações, mas, evidenciou-se problema nos custos e uma boa arrecadação de recursos, pois caso o hospital recebesse apenas do governo pelos serviços prestados, apresentaria déficit.

No entanto, nem todos os aspectos do impacto do trabalho da entidade na sociedade podem ser mensurados e traduzidos em valores monetários. A criação do Relatório SROI busca mostrar que existe um significado maior além das métricas do SROI. Algumas limitações levantadas da metodologia são: (i) a dificuldade em separar os gastos com a causa social dos gastos do negócio, ou daqueles que podem ser associados a uma receita; (ii) geralmente não são contabilizados benefícios importantes no desempenho da entidade, como isenção de impostos, doações feitas em mercadorias, taxas de juros mais baixas, entre outros; (iii) o valor da causa social é calculada com base em valores que afetam o governo, mas a redução de gastos públicos nem sempre acarreta benefícios ao indivíduo, logo o foco deveria estar nos benefícios proporcionados aos indivíduos, mas seria ainda mais difícil de se mensurar e, (iv) o impacto nas contas públicas pode ser resultante de diversos fatores, não apenas de determinada causa social, ou ainda, não necessariamente a causa social gera redução de custos para todos os indivíduos beneficiados.

Por fim, ao analisar este modelo, além das considerações feitas pela REDF, outras também devem ser colocadas. Um primeiro ponto a ser observado é que os indicadores são extremamente inter-relacionados, pois usam valores comuns em seus cálculos. Logo, existe uma grande quantidade de cálculos que não produzem uma quantidade de informações compatível. A metodologia poderia resumir-se em um número menor de indicadores, sendo esses talvez mais preditivos.

Uma grande contribuição do modelo é a proposta de mensuração do valor socioeconômico da causa social. No entanto, da forma como é calculado atualmente o valor da causa social traz algumas imperfeições. A primeira é que a definição dos gastos operacionais varia de entidade para entidade, dificultando a ampliação deste conceito. A segunda é o uso de fluxos de caixa projetados, ao invés de valores reais. O fato de projetar o valor da causa social pode levar a tentativa de “melhorar” o desempenho da instituição para preservar sua imagem (visto que a imagem é um dos maiores fatores para alavancar doações). Ou seja, o fluxo de caixa projetado é subjetivo, além de não passar pelo processo de auditoria contábil. A sugestão para este ponto é usar dados passados, porém recentes, como foi feito na aplicação da metodologia.

O modelo SROI enfatiza a dificuldade em captar todos os aspectos do impacto da atuação da instituição avaliada na comunidade. De fato, esta é uma dificuldade, mas, possivelmente, é o ponto que mais pode se desenvolver com pesquisas neste setor, justamente por ser um dos fatores mais relevantes na criação de valor para a sociedade. A elaboração do relatório SROI é uma evolução nesse sentido, pois podem ser feitas considerações sobre o aumento da capacidade de prestação de serviços sociais, por exemplo, ou justificar alguma baixa nos resultados. Além disso, é uma importante ferramenta de avaliação da entidade para os possíveis investidores, conforme dito no texto.

Apesar das limitações do modelo SROI, uma vantagem na aplicação do mesmo é o direcionamento das atenções dos gestores para os focos de destruição de valor, estejam nos

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custos operacionais, ou no número de beneficiados, ou ainda na atividade econômica (não social) da organização. Constitui-se, portanto, uma ferramenta importante para a tomada de decisão, tanto dos investidores quanto da própria entidade.

Uma última limitação importante é o modelo não considerar o valor das doações como fator de desempenho. Com o grande crescimento do Terceiro Setor, cada vez mais organizações buscam captar doações e elas dependem desses recursos. Por isso, uma organização deve ser eficiente em captação de recursos, ou seja, cultivar uma boa imagem na comunidade e ser criativa nas maneiras de atrair investidores. Quando o modelo desconsidera a receita de doações, ele deixa de avaliar tal eficiência. Não obstante estas limitações, a metodologia SROI é um avanço na avaliação de desempenho das organizações do Terceiro Setor.

4 Modelo Proposto para Apresentação das Informações de Valor das Entidades

Baseado nos modelos abordados anteriormente, o estudo traz uma proposta de cálculo do valor da entidade. A pretensão não é de se criar um novo modelo, mas, sim, de reorganizar as informações e apresentá-las à sociedade mostrando o valor criado pela organização sem fins lucrativos.

A proposta está estruturada em vantagens e desvantagens apresentadas nos modelos anteriores, principalmente: (i) a necessidade de separar na entidade o resultado da atividade econômica do resultado gerado pela causa social (SROI); (ii) o valor de mercado do serviço prestado pela entidade é útil para avaliação da eficiência da empresa na utilização de seus recursos, mas não representa o benefício gerado para a comunidade; (iii) apesar de não ser possível mensurar todo o impacto que a entidade sem fins lucrativos causa na comunidade, a economia gerada ao Estado representa esse impacto; (iv) sendo a receita de doações o capital disponível para a instituição trabalhar, não é correto desprezar esta informação no cálculo do valor da entidade; (v) se o valor da entidade calculado nos diversos modelos deve representar o quanto a sociedade está disposta a investir na mesma, é fundamental que o valor encontrado reflita, de fato, os superávits ou déficits da entidade.

Com isso, a proposta mantém a separação dos resultados entre atividade econômica e social, usando como receita da causa social a economia gerada para o Estado, mas também considera a receita de doações.

A diferença principal entre esta proposta e os modelos estudados está no cálculo e destaque do resultado do esforço de captação de doações. O objetivo é mostrar o quanto a instituição conseguiu arrecadar em recursos da sociedade, já líquido do sacrifício necessário para fazê-lo, e se este valor excede ou não a receita operacional na causa social da entidade. Forma-se com isso um tripé de análise do valor econômico de uma entidade filantrópica para a sociedade. Essa estrutura está representada na figura 1.

Figura 1 – Tripé de Análise Econômica para uma Entidade Filantrópica

Atividade Econômica Atividade Social Alavancagem Recursos Atividade Econômica Atividade Social Alavancagem Recursos

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São três pontos a serem observados e quando analisados isoladamente fornecem um tipo de informação e conjuntamente, compõe o resultado contábil “oficial”. A primeira ponta do tripé é o valor da causa social buscando mostrar se a entidade é mais eficiente que o Estado no exercício social. A segunda ponta é o valor da atividade econômica, mostrando a eficiência da gestão de recursos, visto esta ser a parte “lucrativa” da instituição. Por fim, a última ponta analisa a capacidade de arrecadação de recursos da entidade, informação relacionada inclusive com a imagem da mesma na sociedade.

Da mesma forma que o resultado contábil é o real retorno econômico da entidade, o resultado econômico real da entidade para a comunidade é calculado pelo método MVA®. Isto é, o resultado econômico será o lucro operacional descontado pelo custo de capital. Sendo assim, de nada adiantou o modelo SROI? Pelo contrário, o modelo SROI apresenta o que se acredita ser a tendência da avaliação das entidades do Terceiro Setor. Entretanto, o valor das doações deve ser considerado, já que representa a capacidade de alavancar recursos da organização; e além dos custos operacionais, as despesas também devem ser consideradas no cálculo do resultado social. Justifica-se assim a proposta.

A informação que representa inovação na proposta é o cálculo do Índice de Alavancagem por Doações. Não há dúvidas que o valor da entidade é a soma do valor da causa social com o valor do negócio, desde que as doações sejam consideradas. Assim, este índice representa como as doações levantam ou derrubam o valor da entidade, isto é, sua alavancagem. É um índice que multiplica a soma dos valores do negócio e da causa social, para encontrar o valor da entidade, o qual deverá resultar o mesmo número apurado quando se aplica o conceito de MVA® sobre o resultado contábil da organização. O quadro 8 demonstra os valores.

Modelo Propos to

2004 2003

Res ultado Operacional A tividade Social (388.276) (340.390)

Cus to de Capital (Selic) 17,75% 16,50%

Valor da Atividade S ocial (2.187.471) (2.062.970)

2004 2003

Res ultado A tividade Econômica 109.291 110.389

Cus to de Capital (Selic) 17,75% 16,50%

Valor do Negócio 615.727 669.023

2004 2003

Valor da A tividade Social (2.187.471) (2.062.970) Valor do Negócio 615.727 669.023

Valor da Entidade Valor da Atividade S ocial

Valor da Atividade Econômica

Quadro 8 – Formato proposto para Demonstração do Valor Econômico da Entidade para a SOBECCan Portanto, a proposta é que sejam usados os resultados de cada atividade para cálculo do valor seguindo a fórmula do LOP descontado pelo custo de capital. E o cálculo do índice dar-se-á pela seguinte fórmula: Índice de Alavancagem por Doações = Excedente em Doações / Superávit ou Défict do Exercício, onde: Excedente em Doações é a diferença entre a receita líquida de doações e a receita operacional da causa social (ou a economia do Estado com a existência da entidade); e o superávit ou déficit do exercício é o próprio resultado contábil da organização.

Julga-se importante a disponibilizada dessa demonstração do valor da entidade para os investidores ou doadores de recursos, pois demonstra se a entidade cria ou destrói valor para a

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comunidade e ainda onde é ou não eficiente. No caso em estudo fica clara a ineficiência na gestão da atividade social. Apesar de algumas divergências quanto aos valores a serem utilizados, mostra-se possível o cálculo do valor econômico das empresas de Terceiro Setor para a comunidade.

5. Conclusões

Os recursos aplicados em entidades filantrópicas, teoricamente, são direcionados à criação de valor social: atender às necessidades ou melhorar as suas condições. Entretanto, necessário se faz a transparência de informações de gestão para a comunidade em geral e principalmente para os potenciais doadores dessas instituições.

Estudando uma entidade do terceiro setor, a SOBECCan, aplicou-se três modelos de mensuração de valor econômico nos anos de 2003 e 2004. No primeiro, utilizando a metodologia do MVA constatou-se deficiências em apurar o valor da causa social representada na comunidade. No segundo, embora utilizando adaptações nos cálculos efetuados também não foi possível chegar a um valor de valor fazendo adaptações do modelo do MVA por não levar em consideração a receita de doações. No terceiro modelo utilizou-se a metodologia SROI. Nesse modelo, é enfatiza a dificuldade em captar todos os aspectos do impacto da atuação da instituição avaliada na comunidade. Apesar das limitações do modelo SROI, uma grande vantagem na sua aplicação é o direcionamento das atenções dos gestores para os focos de destruição de valor. Portanto, é uma ferramenta importante para a tomada de decisão, tanto dos investidores quanto da própria entidade.

Não obstante, dentre as desvantagens apontadas pelos modelos estudados, optou-se por uma proposta de cálculo do valor da entidade. Criou-se um tripé de análise econômica para a entidade SOBECCan, consistindo em mensurar separadamente: (i) atividade econômica, (ii) alavancagem de recursos e, (iii) atividade social). A inovação da proposta é o cálculo do Índice de Alavancagem por Doações, representando como as doações aumentaram ou diminuiram valor da entidade, isto é, sua alavancagem.

A pretensão do estudo é de desencadear novas pesquisas e a aplicação dessa proposta em outras entidades para que então a construção do referencial teórico sobre o assunto seja efetuada.

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Referências

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