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Análise experimental da redução de arrasto por efeito da utilização de superfícies rugosas em escoamentos turbulentos em canais retangulares

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AN ´ALISE EXPERIMENTAL DA REDUC¸ ˜AO DE ARRASTO POR EFEITO DA UTILIZAC¸ ˜AO DE SUPERF´ICIES RUGOSAS EM ESCOAMENTOS

TURBULENTOS EM CANAIS RETANGULARES

Cristian Mauricio Potosi Rosero

Disserta¸c˜ao de Mestrado apresentada ao Programa de P´os-gradua¸c˜ao em Engenharia Mecˆanica, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necess´arios `a obten¸c˜ao do t´ıtulo de Mestre em Engenharia Mecˆanica.

Orientador: Juliana Braga Rodrigues Loureiro

Rio de Janeiro Junho de 2018

(2)

AN ´ALISE EXPERIMENTAL DA REDUC¸ ˜AO DE ARRASTO POR EFEITO DA UTILIZAC¸ ˜AO DE SUPERF´ICIES RUGOSAS EM ESCOAMENTOS

TURBULENTOS EM CANAIS RETANGULARES

Cristian Mauricio Potosi Rosero

DISSERTAC¸ ˜AO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ COIMBRA DE P ´OS-GRADUAC¸ ˜AO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESS ´ARIOS PARA A OBTENC¸ ˜AO DO GRAU DE MESTRE EM CIˆENCIAS EM ENGENHARIA MEC ˆANICA.

Examinada por:

Prof. Juliana Braga Rodrigues Loureiro, D.Sc.

Prof. Daniel Onofre de Almeida Cruz, D.Sc.

Prof. Luca Roberto Augusto Moriconi, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL JUNHO DE 2018

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Potosi Rosero, Cristian Mauricio

An´alise experimental da redu¸c˜ao de arrasto por efeito da utiliza¸c˜ao de superf´ıcies rugosas em escoamentos turbulentos em canais retangulares/Cristian Mauricio Potosi Rosero. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2018.

XI, 48 p.: il.; 29, 7cm.

Orientador: Juliana Braga Rodrigues Loureiro

Disserta¸c˜ao (mestrado) – UFRJ/COPPE/Programa de Engenharia Mecˆanica, 2018.

Referˆencias Bibliogr´aficas: p. 42 – 44.

1. Canal bidimensional. 2. Redu¸c˜ao de arrasto. 3. Rugosidade. 4. Perda de carga. I. Loureiro, Juliana Braga Rodrigues. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Mecˆanica. III. T´ıtulo.

(4)

A Deus por me surprender cada dia com novas oportunidades de crescimento pessoal e profesional, aos meus pais Ruby e Mauricio pela vida e apoio constante, e ao meu irm˜ao Jhon por ser o motivo desta viagem.

(5)

Agradecimentos

Gostaria de agradecer ao N´ucleo Interdisciplinar de Dinˆamica dos Fluidos pela opor-tunidade de pertenecer a essa equipe de pesquisa que cada dia me transmite novos conhecimentos e me motiva a aceitar novos desafios. A Funda¸c˜` ao Universit´aria Jos´e Bonif´acio - FUJB, pelo suporte financeiro. `A Professora Juliana Loureiro pela orienta¸c˜ao do trabalho; e em conjunto com o Professor ´Atila Silva Freire que me aceitaram no seu laborat´orio e confiaram em mim diversos projetos de pesquisa, me permitindo disfrutar dos melhores dois anos no estudo de engenharia, n˜ao existem palavras para descrever minha gratid˜ao e respeito com vocˆes. Aos Professores Daniel Onofre, Valter Aybe, Luis Fernando, Jose Luiz, Paulo Lage e Paulo Couto pela ajuda prestada durante este per´ıodo. Aos meus colegas no laborat´orio Cec´ılia, Daniel, La-ert, Higuel, Leonardo, Gustavo, Yasm´ın, Yarmeson, Omar, Priscila, Elvis, Duan e Alex pelo aux´ılio e o ´otimo ambiente de trabalho que construimos junto. `A minha fam´ılia na Colˆombia, por nunca soltar minha m˜ao sem importar a distˆancia que nos separa. `A minha fam´ılia Brasileira Pedro, D´ebora, Rosane, Dani Pe, Vin´ıcius, Mˆoni, Ju, Gabriel, Tico, Celso, e sobretudo ao pequeno Erick e Pedro, vocˆes vocˆes rouba-ram meu cora¸c˜ao. Aos meus amigos Colombianos Jessica, Camila, Lupita, Gabriela, Alba, Christian, Angela L, Angela B, Leidy, Cindy, Daniela, Jhonn, Camilo, Diana, Ana, Liz, Dayana, Margara, Ale, e Dani pelas aventuras e paciˆencia. E a todos os que contribuiram direta ou indiretamente `a conclus˜ao desta etapa na minha vida.

(6)

Resumo da Disserta¸c˜ao apresentada `a COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necess´arios para a obten¸c˜ao do grau de Mestre em Ciˆencias (M.Sc.)

AN ´ALISE EXPERIMENTAL DA REDUC¸ ˜AO DE ARRASTO POR EFEITO DA UTILIZAC¸ ˜AO DE SUPERF´ICIES RUGOSAS EM ESCOAMENTOS

TURBULENTOS EM CANAIS RETANGULARES

Cristian Mauricio Potosi Rosero

Junho/2018

Orientador: Juliana Braga Rodrigues Loureiro Programa: Engenharia Mecˆanica

Pesquisas sobre escoamento de fluidos baseadas na redu¸c˜ao de arrasto s˜ao um dos temas de maior importˆancia na mecˆanica dos fluidos. Aplica¸c˜oes em diferen-tes setores da ind´ustria, como ´e o caso da ind´ustria do petr´oleo que representa um dos pilares da economia Brasileira, motivam o desenvolvimento de experimentos na procura de encontrar diversos fatores que influenciem na redu¸c˜ao de arrasto. Este trabalho analisa os efeitos da distribui¸c˜ao e tamanho de elementos rugosos no valor do coeficiente de atrito em escoamentos turbulentos. Para atingir esse objetivo foram constru´ıdos quatro canais bidimensionais com rugosidades diferentes. A varia¸c˜ao do fator de atrito de um fluido newtoniano para diversos valores de n´umero de Reynolds ´e calculada utilizando dados do diferencial de press˜ao. Os resultados experimentais s˜ao comparados com dados presentes na literatura. Finalmente, a t´ecnica de Veloci-metr´ıa por Imagem de Part´ıculas ´e utilizada para estudar a influˆencia dos elementos rugosos nos campos de velocidades e as estat´ısticas turbulentas do escoamento para as diferentes configura¸c˜oes.

(7)

Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

EXPERIMENTAL ANALYSIS OF DRAG REDUCTION BY THE EFFECT OF ROUGH SURFACES USE IN TURBULENT FLOW IN RECTANGULAR

CHANNELS

Cristian Mauricio Potosi Rosero

June/2018

Advisor: Juliana Braga Rodrigues Loureiro Department: Mechanical Engineering

Studies about fluid flow based on drag reduction are important topics in fluid mechanics. Applications in different industry sectors, such as the petroleum industry that represents one of the Brazilian economy pillars, motivate the depevelopment of experiments to find a varity of factors that modify the drag reduction. This work analyses the effect of rough elements distribution and size in the friction coefficient value in turbulent flows. To achieve this goal, four bidimensional channels with different roughness were built. The friction factor variation of a newtonian fluid for several Reynolds number values was calculated using pressure drop information. The results of these experiments were compared with data from literature. Finally, the Particle Image Velocimetry technique is used to study rough elements effects in the velocity fields and the turbulent statistics of the flow for different configurations.

(8)

Sum´

ario

Lista de Figuras ix

Lista de Tabelas xi

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Motiva¸c˜ao para a Disserta¸c˜ao . . . 1 1.2 Objetivo do Trabalho . . . 2 1.3 Estrutura do Trabalho . . . 3

2 Revis˜ao Bibliogr´afica 4

2.1 Rugosidade na Parede . . . 4 2.2 Tipos de Rugosidade . . . 5 2.3 Escoamento em Canais Retangulares . . . 5

3 Formula¸c˜ao do Problema 9

4 Descri¸c˜ao do Experimento 13

4.1 Aparato Experimental . . . 13 4.2 Rugosidades . . . 16

5 Aquisi¸c˜ao dos Dados Experimentais 19

5.1 Aquisi¸c˜ao dos Dados de Press˜ao . . . 19 5.2 Velocimetr´ıa por Imagem de Part´ıculas . . . 20 5.3 Viscosidade e Massa Espec´ıfica . . . 23

6 Resultados 24

6.1 Gradiente de press˜ao e fator de atrito no canal . . . 24 6.2 Campos de Velocidade e Energia Cin´etica Turbulenta k . . . 33

7 Considera¸c˜oes Finais 41

Referˆencias Bibliogr´aficas 42

(9)

Lista de Figuras

2.1 Linhas de corrente escoamento turbulento . . . 6

2.2 Esquema canal bidimensional . . . 6

2.3 Esquema da fun¸c˜ao rugosidade . . . 7

2.4 Deslocamento da orgimen . . . 8

3.1 Tens˜ao na parede para a tubula¸c˜ao e o canal . . . 10

3.2 Fator de atrito em fun¸c˜ao do n´umero de Reynolds . . . 11

3.3 Tipos de rugosidades das tubula¸c˜oes . . . 12

4.1 Difusor, cˆamara de estabiliza¸c˜ao e bocal . . . 14

4.2 Descarga ao tanque de armazenamento. . . 14

4.3 Se¸c˜ao de teste. . . 15

4.4 Dimens˜oes se¸c˜ao de teste . . . 15

4.5 Cˆamara de v´acuo. . . 16

4.6 Distribui¸c˜ao dos elementos rugosos . . . 17

4.7 Rugosidades do experimento . . . 18

5.1 Medidor de press˜ao diferencial Endress+HauserDeltabar M . . . 19

5.2 Sistema de v´alvulas do canal . . . 20

5.3 Equipamento experimental PIV . . . 21

5.4 Cˆamera de alta velocidade . . . 21

5.5 Processo de itera¸c˜ao no c´alculo dos vetores no Adaptive PIV . . . 22

5.6 Campo de velocidades obtido no Adaptive PIV . . . 22

5.7 Termohigrˆometro Siberius HTC-2 . . . 23

5.8 Curvas de viscosidade e massa espec´ıfica . . . 23

6.1 Gradiente de press˜ao no canal liso . . . 25

6.2 Fator de atrito no canal liso . . . 25

6.3 Gradiente de press˜ao no gr˜ao de areia 100 . . . 26

6.4 Fator de atrito no gr˜ao de areia 100 . . . 27

6.5 Gradiente de press˜ao no gr˜ao de areia 180 . . . 28

(10)

6.7 Gradiente de press˜ao no padr˜ao de 4 pontos . . . 29

6.8 Fator de atrito no padr˜ao de 4 pontos . . . 29

6.9 Gradiente de press˜ao no padr˜ao de 5 pontos . . . 30

6.10 Fator de atrito no padr˜ao de 5 pontos . . . 30

6.11 Fator de atrito para os 5 canais . . . 31

6.12 Tendˆencia da equa¸c˜ao de Blasius nos dados experimentais . . . 32

6.13 Campos e perfis de velocidade no canal liso . . . 34

6.14 Campos e perfis de velocidade no padr˜ao de 4 pontos . . . 35

6.15 Campos e perfis de velocidade no padr˜ao de 5 pontos . . . 36

6.16 Perfis de velocidade em coordenadas adimensionais . . . 37

6.17 Campos e perfis de k no canal liso . . . 38

6.18 Campos e perfis de k no padr˜ao de 4 pontos . . . 39

(11)

Lista de Tabelas

4.1 Espa¸camento dos elementos rugosos. . . 16

6.1 Parˆametros para cada canal . . . 24

6.2 Informa¸c˜ao obtida para cada canal . . . 24

6.3 Condi¸c˜oes de medi¸c˜ao no PIV para o canal liso . . . 33

6.4 Condi¸c˜oes de medi¸c˜ao no PIV para o padr˜ao de 4 pontos . . . 33

6.5 Condi¸c˜oes de medi¸c˜ao no PIV para o padr˜ao de 5 pontos . . . 33

(12)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

1.1

Motiva¸

ao para a Disserta¸

ao

Pesquisas sobre escoamento de fluidos baseados na redu¸c˜ao de arrasto ´e um dos temas de maior importˆancia na Mecˆanica dos Fluidos. Aplica¸c˜oes em diferentes setores da ind´ustria, como ´e o caso da ind´ustria do petr´oleo que representa um dos pilares da economia Brasileira, motivam o desenvolvimento de experimentos na procura de encontrar diversos fatores que influenciem na redu¸c˜ao de arrasto.

A redu¸c˜ao de arrasto ´e considerada uma vantagem na ind´ustria do transporte a´ereo, mar´ıtimo e terrestre; na melhoria do desempenho de dispositivos hidr´aulicos e t´ermicos; no incremento da produ¸c˜ao de po¸cos de petr´oleo e no transporte de diferentes classes de fluidos, al´em de outros exemplos n˜ao citados.

Os m´etodos cl´assicos de redu¸c˜ao de arrasto s˜ao classificados em ativos e passivos. Os m´etodos ativos requerem a adi¸c˜ao de energia ao sistema considerado para que ocorra uma diminui¸c˜ao das perdas. Exemplos t´ıpicos incluem a inje¸c˜ao normal ou tangencial de fluido na parede, a inje¸c˜ao de micro bolhas, o uso de campos eletro-magn´eticos ou mesmo atuadores mecˆanicos. Os m´etodos passivos n˜ao requerem o uso adicional de energia. A otimiza¸c˜ao de formas, a inclus˜ao de pol´ımeros, o uso de rugosidade longitudinal s˜ao alguns exemplos.

O uso de rugosidades longitudinais (riblets, em inglˆes) ´e um caso de particular interesse na literatura. A partir da estrutura morfol´ogica da camada limite, alguns autores (Bechert et al. [3], Luchini et al. [18]) observaram que sob certas condi¸c˜oes a rugosidade diminu´ıa as perdas na parede, em uma no¸c˜ao contr´aria ao senso co-mum. Superf´ıcies rugosas que apresentam redu¸c˜ao de arrasto passaram ent˜ao a ser intensamente estudadas, a partir de superf´ıcies tecnol´ogicas (escoamentos ao redor do casco de veleiros com alto desempenho) e escoamentos naturais como ´e o caso de Domel et al. [10], que estudou a estrutura morfol´ogica dos dent´ıculos presentes na pele de tubar˜oes para melhorar o desempenho de dos aerof´olios.

(13)

De fato, qualquer escoamento, externoou interno, entra em contato com su-perf´ıcies que possuem texturas, rugosidades ou imperfei¸c˜oes oriundas de sua fa-brica¸c˜ao ou geradas por fenˆomenos como corros˜ao, dep´osito de incrusta¸c˜oes, entre outros fatores. Devido aos diferentes tipos de rugosidades existentes, ´e necess´ario que se fa¸ca uma classifica¸c˜ao inicial delas, para que posteriormente se possa analisar o comportamento das caracter´ısticas turbulentas do escoamento e do fator de atrito para diferentes tipos de rugosidade.

1.2

Objetivo do Trabalho

A partir de uma s´erie de experimentos recentes, Santos et al. [27] observaram que um tipo particular de superf´ıcie, definida a partir de protuberˆancias espa¸cadas, apre-sentava um comportamento peculiar. Para baixos n´umeros de Reynolds, a perda de carga resultante era equivalente a uma superf´ıcie com elementos rugosos densamente aglomerados (rugosidade de gr˜ao de areia; Nikuradse [20]. A partir de um n´umero de Reynolds cr´ıtico, ao redor de 60.000, as superf´ıcies apresentavam um fator de atrito substancialmente reduzido quando comparado com as express˜oes de Nikuradse [20]. Este tipo de fenˆomeno n˜ao houvera sido descrito previamente na literatura, muito menos uma explica¸c˜ao para sua existˆencia havia sido aventada. Os experimentos de Santos et al. [27] realizados em tubula¸c˜oes circulares mostraram possuir repeti-bilidade e coincidˆencia de resultados. Desta forma, as superf´ıcies por Santos et al. [27] ensaiadas mostraram induzir redu¸c˜ao de arrasto a partir de um valor limite do n´umero de Reynolds (acima de 60.000). Claramente, o efeito de redu¸c˜ao de arrasto se deve a fatores estruturais: a altera¸c˜ao dos padr˜oes de v´ortices longitudinais nas subcamadas viscosa e turbulenta da camada limite.

O objetivo deste trabalho ´e realizar uma s´erie de experimentos para analisar os efeitos da distribui¸c˜ao e do tamanho de protuberˆancias discretas no valor do coeficiente de atrito em escoamentos turbulentos. Distintamente de Santos et al. [27] os experimentos ser˜ao realizados em geometria retangular. O prop´osito ´e permitir o acesso adequado de instrumentos de caracteriza¸c˜ao dinˆamica do escoamento que possam elucidar o fenˆomeno de redu¸c˜ao do arrasto. Em particular, ser´a utilizadas a velocimetria por imagen de part´ıculas. O uso de condutos retangulares permite o acesso ´optico com um grau baixo de distor¸c˜aonas trˆes dire¸c˜oes ortogonais, o que facilita a reconstru¸c˜ao bi e tridimensional dos escoamentos.

O uso de uma geometria diversa da anterior circular ´e tamb´em importante para a eventual universaliza¸c˜ao do fenˆomeno. Escoamentos em geometria circulares e retangulares s˜ao bastante distintos, em particular devido ao aparecimento de escoa-mentos secund´arios na ´ultima. O presente estudo possui ainda o objetivo importante de confirmar a ocorrˆencia do fenˆomeno de redu¸c˜ao de arrasto em geometrias

(14)

retan-gulares. Isto n˜ao foi ainda observado.

A varia¸c˜ao do fator de atrito de um fluido newtoniano para diversos valores de n´umero de Reynolds ser´a calculada utilizando dados do diferencial de press˜ao para serem comparados com dados presentes na literatura.

A t´ecnica de Velocimetr´ıa por Imagem de Part´ıculas (VIP) ser´a majoritariamente utilizada para estudar a influˆencia das protuberˆancias nos campos de velocidades e nas estat´ısticas turbulentas do escoamento para as diferentes configura¸c˜oes. A t´ecnica de VIP ser´a importante para se buscar uma interpreta¸c˜ao estrutura do es-coamento pr´oximo `a parede, na sub-camada viscosa.

1.3

Estrutura do Trabalho

O trabalho est´a divido em sete cap´ıtulos, introdu¸c˜ao, revis˜ao bibliogr´afica, for-mula¸c˜ao do problema, descri¸c˜ao do experimento, adquisi¸c˜ao dos dados experimen-tais, resultados e considera¸c˜oes finais. A continua¸c˜ao se descreve brevemente cada um deles. O cap´ıtulo 2 apresenta alguns trabalhos sobre escoamentos com rugo-sidade na parede, al´em de definir dois tipos de rugosidade b´asicos (−k e −d) e introducir o escoamento em canais. O cap´ıtulo 3 introduce o problema planteado por Santos et al. [27], a partir de quatro rugosidades diferentes, os autores elabo-ram um gr´afico de Moody para essas tubula¸c˜oes rugosas identificado o fenˆomeno de redu¸c˜ao de arrasto para algumas configura¸c˜oes em uma faxa de n´umero de Reynolds determinada. O cap´ıtulo 4 describe o experimento, as partes b´asicas do canal re-tangular existente e a elabora¸c˜ao das rugosidades. O cap´ıtulo 5 describe a aquisi¸c˜ao dos dados de diferencial de press˜ao e os campos de velocidades ao longo do canal, introducindo a t´ecnica de Velocimetr´ıa por Imagem de Part´ıculas. O cap´ıtulo 6 apresenta os resultados finais, valores de fator de atrito para cada configura¸c˜ao, os perfis de velocidade e energia cin´etica turbulenta k para os padr˜oes denominados de 4 e 5 pontos. Finalmente, o cap´ıtulo 7 discute a conclus˜oes do trabalho e o direccionamento da pesquisa no final deste.

(15)

Cap´ıtulo 2

Revis˜

ao Bibliogr´

afica

2.1

Rugosidade na Parede

Muitos trabalhos na literatura de Mecˆanica dos Fluidos s˜ao baseados no estudo da redu¸c˜ao de arrasto em raz˜ao da rugosidade presenteem paredes, sendo Colebrook [7] um dos primeiros a apresentar uma equa¸c˜ao para o fator de atrito. Nikuradse [20], por sua vez, baseou seus estudos nos efeitos da distribui¸c˜ao aleat´oria de elementos rugosos nas paredes de uma tubula¸c˜ao. Nikuradse [20] observou que a presen¸ca dos elementos rugosos incrementava o valor do fator de atrito.

Meyer [19] estudou o efeito de duas paredes rugosas em um canal retangular com dimens˜oes diferentes; seus resultados mostraram que a inclina¸c˜ao dos perfis de velocidade adimensionais nos canais lisos e rugosos decresciam com o incremento da rugosidade relativa, e a altura da rugosidade na parede.

Bechert et al. [3], Walsh [28, 29], Walsh & Lindemann [30] focaram no estudo de ranhuras longitudinais em escoamentos turbulentos, definindo as caracter´ısticas das melhores geometrias (retangulares) e o espa¸camento entre ranhuras. Bhaganagar et al. [4], Krogstad et al. [12, 13], Leonardi & Castro [14], Leonardi et al. [16] utili-zaram a Simula¸c˜ao Num´erica Direta (DirectNumericalSimulation DNS)para estudar o espa¸camento de ranhuras quadradas distribu´ıdas em paredes opostas de um canal retangular, encontrando que a camada interna do escoamento ´e afetada dentro de uma altura aproximada de 4 a 5 vezes o tamanho das rugosidades, sendo esse um efeito local. Por outro lado, a camada externa quase n˜ao apresenta diferen¸ca do caso de superf´ıcie lisa.

Uma revis˜ao completa com os aspectos mais relevantes sobre a geometria de ranhuras em escoamento turbulento ´e apresentada em Jimenez [11]. Os dois tipos de rugosidades −k e −d, classificadas na se¸c˜ao 2.2 de Jimenez [11], s˜ao estuda-das por Leonardi et al. [15]. Neste trabalho, os autores concluem que a principal diferen¸ca entre essas rugosidades reside na grandeza do fator de atrito e no

(16)

diferen-cial de press˜ao, mostrando um deslocamento positivo no perfil de velocidade para a rugosidade tipo −d.

Bassan et al. [2] observaram a forma¸c˜ao dos v´ortices em um canal com protu-berˆancias quadrados de altura igual a um ter¸co da altura total do canal para n´umero de Reynolds moderado e de baixa turbulˆencia. Chatzikyriakou et al. [5] utilizaram rugosidades semi-esf´ericas no topo e na base de um canal retangular, observando que,com o aumentona altura das semi-esferas, o fator de atrito aumenta e o perfil de velocidade m´edia tem um deslocamento negativo. Nesse trabalho, os autores con-cluem que a distribui¸c˜ao das semi-esferas n˜ao apresenta um efeito muito significativo no fator de atrito ou no perfil de velocidade.

2.2

Tipos de Rugosidade

Perry et al. [22] classifica os elementos rugosos a partir de dois comprimentos carac-ter´ısticos, a altura do elemento ks e o espa¸camento entre elementos w. Assim para

w ks

> 1 se define a rugosidade tipo −k e para w ks

≤ 1 a rugosidade tipo −d. A figura 2.1 apresenta exemplos de rugosidades tipo −k e −d.

2.3

Escoamento em Canais Retangulares

Para um canal retangular de altura h, comprimento Lh e uma rela¸c˜ao b

h1, se tem o esquema mostrado na figura 2.2.

Re = U h ν (2.1) U = 2 h Z h2 0 U dy (2.2)

Com U sendo a velocidade m´edia do canal.

Para escoamentos turbulentos na regi˜ao mais pr´oxima `a parede, as for¸cas visco-sas s˜ao dominantes, por tanto a equa¸c˜ao 2.3 acompanha o comportamento do fluido nesta regi˜ao. Logo de integra¸c˜oes consecutivas desta equa¸c˜ao e definindo a veloci-dade na parede como nula, se obtem a equa¸c˜ao final para a subcamada viscosa do escoamento, equa¸c˜ao 2.4. ν∂ 2U ∂y2 = 0 (2.3) U = τwy µ (2.4)

(17)

Figura 2.1: Linhas de corrente escoamento turbulento. Descendente, w ks

= 0.5, 1, 3, 7. Os dois primeiros correspondem `a rugosidade tipo –d e os dois ´ultimos `a rugosidade tipo –k. Tomada de Leonardi et al. [15].

(18)

Onde a partir da tens˜ao na parede τw, define-se a velocidade de atrito uτ =

qτ

w

ρ.

Utilizando essa nova velocidade caracter´ıstica, pode-se escrever a equa¸c˜ao anterior em vari´aveis dimensionais, resultando em uma equa¸c˜ao que permite visualizar um comportamento linear da velocidade na subcamada viscosa, equa¸c˜ao 2.6.

U uτ

= τwy

ν (2.5)

U+ = y+ (2.6)

Na camada turbulenta da regi˜ao interna do escoamento, introduz-se a lei da parede que descreve o comportamento logar´ıtmico do escoamento nesta regi˜ao. Ini-cialmente para uma superf´ıcie lisa, a lei da parede apresenta a forma da equa¸c˜ao 2.7, com U+ e y+ como a velocidade e comprimento caracter´ıstico normalizado respec-tivamente, κ a constante de von Karman (0.41) e B uma constante para a parede lisa (5.0).

U+ = 1 κLny

++ B (2.7)

Figura 2.3: Esquema da fun¸c˜ao rugosidade. Adaptada de Ashrafian et al. [1] Para o caso da parede rugosa, Nikuradse observou que o escoamento era afetado pela rugosidade de comprimento caracter´ıstico kspresente na parede, al´em de existir

uma fun¸c˜ao rugosidade ∆B que representava o deslocamento do perfil de velocidade comparado com o caso liso, Fig. 2.3. A partir da an´alise de Nikuradse, Clauser [6] escreveu a seguinte equa¸c˜ao:

(19)

U+ = 1 κLny

+

+ B − ∆B (2.8)

Uma das defini¸c˜oes mais recentes e que ser´a utilizada no trabalho ´e a de White & Corfield [31], que define a fun¸c˜ao rugosidade como:

∆B = 1

κLn(1 + 0.3κ

+) (2.9)

Com κ+ = ksuτ

ν .

Para superf´ıcies rugosas, ´e com´um escrever a lei da parede na seguinte forma (Loureiro et al. [17]): U+ = 1 κLn y − d y0 (2.10) onde d corresponde ao deslocamento na origem do perfil de velocidade por conta da rugosidade (Fig. 2.4).

(20)

Cap´ıtulo 3

Formula¸

ao do Problema

Santos et al. [27] estudaram o escoamento de fluidos newtonianos em tubula¸c˜oes ru-gosas. Coletaram-se dados de diferencial de press˜ao para as diferentes configura¸c˜oes. O fator de atrito para v´arios n´umeros de Reynolds foi calculado a partir da equa¸c˜ao cl´assica de Darcy-Weisbach (Equa¸c˜ao 3.1).

λ = 2∆P D ρLU2

(3.1) sendo ∆P o diferencial de press˜ao na tubula¸c˜ao, D o diˆametro da tubula¸c˜ao, ρ a massa especifica do fluido, L o comprimento da tubula¸c˜ao, e U a velocidade m´edia do fluido.

Nas tubula¸c˜oes, o comprimento caracter´ıstico utilizado no c´alculo do fator de atrito λ corresponde ao diˆametro da tubula¸c˜ao, mas no caso do canal rectangular, precisa-se realizar um bala¸co de for¸cas para definir o comprimento de referˆencia, Fig. 3.1. De forma geral, a tens˜ao na parede da tubula¸c˜ao τwtub pode ser encontrada a

partir de: (P1− P2)πr2 = 2πrτwtub∆x (3.2) τwtub ≈ − dP dx r 2 (3.3) τwtub = − dP dx D 4 (3.4)

No caso do canal, o balan¸co para a tens˜ao na parede do canal τwcanal corresponde

a:

(21)

Figura 3.1: Esquema para a tens˜ao na parede na tubula¸c˜ao e o canal − dP dx ≈ 2 τwcanal h (3.6) τwcanal = − dP dx h 2 (3.7)

Considerando que o valor das tens˜oes imediatamente pr´oximo `a parede como o mesmo sem importar a geometr´ıa, se consegue estabelecer uma rela¸c˜ao entre os comprimentos caracter´ısticos, sendo o comprimento 2h o escolhido para o c´alculo do fator de atrito no canal.

τwtub ≈ τwcanal (3.8) − dP dx D 4 ≈ − dP dx h 2 (3.9) D ≈ 2h (3.10)

Por tanto o fator de atrito no canal ser´a calculado com a seguinte equa¸c˜ao:

λ = 4∆P h

ρLU (3.11)

(22)

Figura 3.2: Fator de atrito em fun¸c˜ao do n´umero de Reynolds. Tubula¸c˜oes rugosas de Santos [26] A, B, C, D; comparados com dados de Nikuradse [20, 21].

Fig. 3.3) do experimento foram comparados com os dados experimentais de Ni-kuradse [20], NiNi-kuradse [21] e a equa¸c˜ao emp´ırica de Colebrook [7]. Os resultados mostram que a rugosidade tipo areia chamada de D pelos autores, possui o com-portamento esperado para uma tubula¸c˜ao rugosa, apresentando um valor est´avel para altos n´umeros de Reynolds; mas, no caso das tubula¸c˜oes com distribui¸c˜ao de elementos rugosos tipo −k de distribui¸c˜oes A (5 pontos) e B (4 pontos), os dados s´o possuem um comportamento similar em uma regi˜ao de n´umero de Reynolds mo-derado; para altos valores de n´umero de Reynolds, ´e observada uma queda no valor do fator de atrito. A inclina¸c˜ao dessas curvas ´e semelhante `a solu¸c˜ao de Blasius e claramente depende do tamanho e distribui¸c˜ao dos elementos rugosos.

A diferen¸ca no comportamento das distribui¸c˜oes A e B evidencia a redu¸c˜ao de arrasto no escoamento. O prop´osito deste projeto reside em identificar esse mesmo fenˆomeno em um canal retangular transparente que permita e facilite o desenvolvi-mento de t´ecnicas de visualiza¸c˜ao, para posteriormente analisar o comportamento do escoamento para esse tipo de rugosidades.

(23)

Figura 3.3: Tipos de rugosidades das tubula¸c˜oes. Rugosidade A (5 pontos), Ru-gosidade B (4 pontos), RuRu-gosidade C (malha), RuRu-gosidade D (gr˜ao de areia 100), Rugosidade E (gr˜ao de areia 180). Tomado de Santos [26]

(24)

Cap´ıtulo 4

Descri¸

ao do Experimento

4.1

Aparato Experimental

Para o desenvolvimento dos experimentos, ser´a utilizado um canal retangular com paredes de acr´ılico transparente de 5 mm de espessura, existente no N´ucleo Inter-disciplinar de Dinˆamica dos Fluidos (NIDF) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O canal ´e alimentado por um reservat´orio com capacidade para 500 litros loca-lizado a 3 metros acima da entrada do difusor. O aparato experimental representa um circuito fechado e ´e capaz de manter a press˜ao equivalente igual `a atmosf´erica. Na sa´ıda do canal existe um tanque de armazenamento onde o flu´ıdo ser´a bombeado utilizando uma bomba tipo centr´ıfuga Dancor W16 com potencia de 2 HP e vaz˜ao nominal de 5 s−1. Um medidor de vaz˜ao eletromagn´etico Promag 10D50 foi insta-lado para determinar a vaz˜ao do canal. O medidor foi calibrado para utilizar uma frequˆencia de aquisi¸c˜ao igual a 1000 Hz para um conjunto de 10000 amostras.

Algumas partes do aparato experimental s˜ao mostradas nas Figs. 4.1, 4.2 e 4.3. O difusor ´e respons´avel por reduzir a velocidade do flu´ıdo que vem do reservat´orio com perdas pequenas. A cˆamara de estabiliza¸c˜ao ´e composta por uma colmeia seguida das telas. A colmeia, conformada por pequenos canudos de pl´astico, ´e a respons´avel por tornar paralelos os filamentos de ar e assim corrigir a dire¸c˜ao do escoamento; por outro lado, as telas controlam a separa¸c˜ao do escoamento no difusor e o n´ıvel de turbulˆencia. O bocal aumenta a velocidade do escoamento proveniente da cˆamara de estabiliza¸c˜ao antes do ingresso `a se¸c˜ao de teste.

Na Fig. 4.4 se observa as dimens˜oes da ´area de teste, lembrando que a rela¸c˜ao largura – altura recomendada para considerar o canal como bidimensional ´e 7:1 (Dean [9]). Todas as unidades se encontram em mil´ımetros.

(25)

Figura 4.1: Difusor, cˆamara de estabiliza¸c˜ao e bocal

(26)

Figura 4.3: Se¸c˜ao de teste.

(27)

4.2

Rugosidades

Inicialmente quatro rugosidades diferentes ser˜ao utilizadas nos experimentos. Duas rugosidades tipo −d, mediante a aderˆencia de uma camada uniformemente dis-tribu´ıda de gr˜aos de carbeto de sil´ıcio de granulometria 100 e 180. Para a elabora¸c˜ao das superf´ıcies tipo gr˜ao de areia, se deixou escoar uma camada de verniz mar´ıtimo no fundo do canal em posi¸c˜ao vertical. Uma vez atingido o ponto de colagem (ponto em que o verniz n˜ao sai da superf´ıcie quando ´e tocado) o canal foi prenchido de areia para criar uma camada uniforme sobre o verniz. Posteriormente, o canal foi deixado no sol para acelerar o processo de secagem. Para compensar o exceso de verniz e areia depositado num lado do canal por conta do posicionamento vertical, o canal foi invertido na mesma posi¸c˜ao vertical e o processo de escoamento de verniz e dep´osito de areia foi repetido.

Figura 4.5: Cˆamara de v´acuo.

Tabela 4.1: Espa¸camento dos elementos rugosos.

Padr˜ao sx sz

4 pontos 3.6 mm 4.2 mm

5 pontos 8.0 mm 8.4 mm

Outras duas configura¸c˜oes de elementos rugosos s˜ao elaboradas a partir da t´ecnica de vacuum forming. Esta t´ecnica consiste na confec¸c˜ao de moldes pl´asticos a partir de um balan¸co entre o calor e a suc¸c˜ao fornecidos. No caso deste trabalho, uma cˆamara de v´acuo foi elaborada a partir de uma caixa de madeira e uma bomba de suc¸c˜ao conectada na parte lateral da cˆamara, respons´avel pela gera¸c˜ao do v´acuo dentro da mesma(Fig. 4.5). Uma das faces da cˆamara possui pequenos furos com a geometr´ıa, dimens˜oes e padr˜ao desejado. Pequenas lˆaminas de PETG (PolyEthylen-Terephthalato de Glicol) de 1 mm de espessura, s˜ao esquentadas uniformemente at´e atingir o ponto de deforma¸c˜ao do material. Essas l´aminas quentes s˜ao depositadas na superf´ıcie furada da cˆamara. O v´acuo gerado pela bomba permite que o material quente penetre nos furos. Uma vez retirado o material, o resultado ´e uma lˆamina de

(28)

As distribui¸c˜oes dos elementos rugosos e o espa¸camentos entre eles nos eixos x e z (sx e sz respetivamente) s˜ao mostrados na Fig. 4.6 e na Tabela 4.1. Os nomes

dos padr˜oes 4 e 5 pontos s˜ao baseados na nomenclatura da distribui¸c˜ao dos po¸cos dentro de um campo de petr´oleo. O material rugoso resultante pode ser observado na Fig. 4.7.

Figura 4.6: Distribui¸c˜ao dos elementos rugosos. Esquerda: Padr˜ao de 4 pontos. Direita: Padr˜ao de 5 pontos.

(29)

Figura 4.7: Rugosidades resultantes. a) Gr˜ao de areia 100, b) gr˜ao de areia 180, c) padr˜ao 4 pontos, d) padr˜ao 5 pontos.

(30)

Cap´ıtulo 5

Aquisi¸

ao dos Dados

Experimentais

5.1

Aquisi¸

ao dos Dados de Press˜

ao

Dados de press˜ao ser˜ao obtidos para o c´alculo do arrasto para as diferentes confi-gura¸c˜oes de elementos rugosos, utilizando um medidor de press˜ao diferencial En-dress+HauserDeltabar M (Fig. 5.1) calibrado para obter dados entre 0 e 10 mbar. A frequˆencia de aquisi¸c˜ao do medidor ´e de 40 Hz e o conjunto de amostras para cada medi¸c˜ao foi de 4000 amostras.

Figura 5.1: Medidor de press˜ao diferencial Endress+HauserDeltabar M Um sistema de v´alvulas e mangueiras transparentes foi montado para permitir o passo de fluidos entre as tomadas e o medidor(Fig. 5.2). Foram definidos 8

(31)

pontos no canal para insertar a agulhas de 2 mm de diˆametro e coletar o fluido para a medi¸c˜ao do diferencial de press˜ao. A primera agulha foi situada a 460 mm da entrada do canal, aproximadamente 30% a mais do comprimento m´ınimo para considerar o escoamento totalmente desenvolvido (10Dh, C¸ engel & Cimbala [32]), as outras 7 agulhas formas situadas cada 120 mm a partir da primeira. Testaram-se diferentes combina¸c˜oes entre as tomadas para obter espa¸c˜amentos diferentes na medi¸c˜ao do diferencial. Para cada medi¸c˜ao de press˜ao foi utilizado um n´umero de amostras igual a 4000 e uma frequˆencia de aquisi¸c˜ao de 40 Hz. Para as medi¸c˜oes de vaz˜ao, o n´umero de amostras foi de 10000 e a frequˆencia de aquisi¸c˜ao de 1000 Hz.

Figura 5.2: Sistema de v´alvulas do canal

5.2

Velocimetr´ıa por Imagem de Part´ıculas

A Velocimetr´ıa por Imagem de Part´ıculas ´e uma t´ecnica de medi¸c˜ao ´otica de escoa-mentos n˜ao intrusiva que permite extrair informa¸c˜ao sobre os perfis de velocidades, linhas de correntes e estat´ısticas turbulentas do escoamento a partir de um conjunto de fotogramas. O equipamento m´ınimo que se precisa para utilizar esta t´ecnica est´a ilustrado na Fig. 5.3.

Nesta t´ecnica, part´ıculas tra¸cadoras de prata de aproximadamente 20 µm s˜ao adicionadas ao flu´ıdo, essas part´ıculas devem ser suficientemente pequenas para acompanhar a dinˆamica do escoamento. As part´ıculas devem ser iluminadas por um plano laser como o objetivo de refletir luz que ser´a captada por uma cˆamera de alta velocidade de 1800 x 1200 px de resolu¸c˜ao e frequˆencia m´ınima de aquisi¸c˜ao de 1.6

(32)

Figura 5.3: Montagem experimental da t´ecnica PIV. Adaptada de Raffel et al. [25].

(33)

Para o post-processamento dos dados, a t´ecnica de Adaptive PIV, tem sido utilizada amplamente para analisar o escoamento perto da parede. Este m´etodo autom´atico calcula a velocidade dos vetores baseada nas imagens das part´ıculas. O tamanho das janelas de interroga¸c˜ao ´e ajustado iterativamente de acordo `a densidade de part´ıculas presentes na ´area analisada, Fig. 5.5. Para finalmente obter o campo de velocidades com base a um n´umero m´edio de part´ıculas concentradas numa ´area, Fig. 5.6.

Figura 5.5: Processo de itera¸c˜ao no c´alculo dos vetores no Adaptive PIV. Tomado de Dantec Dynamics [8].

Figura 5.6: Campo de velocidades obtido no Adaptive PIV. Tomado de Dantec Dynamics [8].

(34)

5.3

Viscosidade e Massa Espec´ıfica

Dados de temperatura foram adquisitados no in´ıcio e fim de cada rodada atrav´es de um termohigrˆometro com sensor externo Siberius, modelo HTC-2 (Fig. 5.7). O c´alculo da viscosidade e massa espec´ıfica do fluido foi baseado na base de dados da International Association for the Properties of Water and Steam, obtendo-se as curvas da Fig. 5.8 utilizadas para o c´alculo do n´umero de Reynolds.

Figura 5.7: Termohigrˆometro Siberius HTC-2

(35)

Cap´ıtulo 6

Resultados

As dimens˜oes finais dos canais utilizados e a informa¸c˜ao das rugosidades para cada um podem ser observados na Tabela 6.1.

Tabela 6.1: Parˆametros para cada canal

Canal Altura h [mm] Largura b [mm] ks[mm]

h ks Liso 20.0 151.0 - -Gr˜ao de areia 100 18.4 151.0 0.68 27.4 Gr˜ao de areia 180 19.91 149.9 0.27 73.7 Padr˜ao de 4 pontos 22.3 149.8 0.67 33.2 Padr˜ao de 5 pontos 21.6 149.4 0.68 31.7

Um resumo das principais medi¸c˜oes feitas para cada um dos canais ´e mostrado na Tabela 6.2:

Tabela 6.2: Informa¸c˜ao obtida para cada canal

Canal Liso Areia 100 Areia 180 4 pontos 5 pontos

Gradiente de press˜ao x x x x x

Fator de atrito x x x x x

Campos de velocidades x - - x x

Campos de energia cin´etica turbulenta x - - x x

6.1

Gradiente de press˜

ao e fator de atrito no canal

A continua¸c˜ao se apresentam os dados de gradiente de press˜ao e fator de atrito para cada canal. Na Fig. 6.1a se observa a queda de press˜ao presente no canal liso. Realizaram-se diferentes rodadas partindo de um n´umero de Reynolds igual a 23092 ate atingir o valor de 39944. Como se esperava, o diferencial de press˜ao entre dois pontos aumenta gradualmente a medida que o n´umero de Reynolds ´e maior. Com-primentos pequenos entre tomadas n˜ao permite visualizar uma diferˆencia not´oria no gradiente de press˜ao, por tal motivo, o comprimento m´ınimo entre dois pontos de

(36)

Figura 6.1: Gradiente de press˜ao no canal liso

(37)

Utilizando a equa¸c˜ao de Darcy-Weisbach, e conhecendo a inclina¸c˜ao das retas geradas na Fig. 6.1b ´e poss´ıvel calcular o fator de atrito λ. Na Fig. 6.2, os pontos experimentais para λ (c´ırculos) est˜ao muito pr´oximos dos resultados das equa¸c˜oes de Blasius e Prandtl (baseados no diˆametro equivalente e num comprimento igual a duas vezes a altura do canal), validando assim o equipamento experimental utilizado. Os dados experimentais de Santos [26] e Nikuradse [21] s˜ao comparados com os dados do canal. Embora a geometr´ıa nos dois casos seja diferente, a informa¸c˜ao apresentada serve para estabelezer um limite no valor de λ esperado para os outros canais, devido a que para um mesmo n´umero Reynolds, a tubula¸c˜ao completamente rugosa no interior apresenta maiores perdas comparada com o canal.

Figura 6.3: Gradiente de press˜ao no gr˜ao de areia 100

Na Fig. 6.3 se observa o gradiente de press˜ao ao longo do canal rugoso tipo gr˜ao de areia com granulometr´ıa 100. Realizaram-se diferentes rodadas partindo de um n´umero de Reynolds igual a 20196 ate atingir o valor de 38873. O comportamento da inclina¸c˜ao das retas ´e similar ao caso liso, embora exista uma pequena distor¸c˜ao no formato linear dos pontos experimentais para altos Re, gerada por conta de poss´ıveis heterogeneidades na superf´ıcie do canal.

Os dados experimentais no canal com granulometr´ıa 100, s˜ao comparados com a equa¸c˜ao de Colebrook [7] para uma mesma rugosidade equivalente h

ks

, Blasius para o canal liso, os dados experimentais de Santos [26] e Nikuradse [21] (Fig. 6.4). O comportamento de λ no canal conserva a tendˆencia de redu¸c˜ao de arrasto para essa faxa de n´umero de Reynolds, diferen¸ca not´oria com os dados experimentais das tubula¸c˜oes, que tentam manter um valor de 100λ = 3.2 nessa faxa de Re.

Na Fig. 6.5 se observa o gradiente de press˜ao ao longo do canal rugoso tipo gr˜ao de areia com granulometr´ıa 180. Realizaram-se diferentes rodadas partindo de um n´umero de Reynolds igual a 20296 ate atingir o valor de 39733. Os dados

(38)

Figura 6.4: Fator de atrito no gr˜ao de areia 100

experimentais de λ para esse canal de gr˜aos finos evidenciam a presen¸ca de redu¸c˜ao de arrasto para essa faixa de Re, comparado com o caso da tubula¸c˜ao (Fig. 6.6).

Na Fig. 6.7 se observa o gradiente de press˜ao ao longo do canal rugoso com elementos discretos distribu´ıdos num padr˜ao de 4 pontos. Realizaram-se diferentes rodadas partindo de um n´umero de Reynolds igual a 20782 ate atingir o valor de 36423. Os dados experimentais de λ para o canal evidenciam a presen¸ca de uma m´ınima redu¸c˜ao de arrasto para essa faixa de Re, embora exista uma maior tendˆencia de se aproximar a um valor de 100λ = 2 (Fig. 6.8). Comparado com o caso da tubula¸c˜ao, para o padr˜ao de 4 pontos os dados apresentam um comportamento similar ao da tubula¸c˜ao, mas o atrito continua sendo menor.

Na Fig. 6.9 se observa o gradiente de press˜ao ao longo do canal rugoso com elementos discretos distribu´ıdos num padr˜ao de 5 pontos. Realizaram-se diferentes rodadas partindo de um n´umero de Reynolds igual a 19950 ate atingir o valor de 37368. Os dados experimentais de λ para o canal evidenciam a presen¸ca de redu¸c˜ao de arrasto para essa faixa de Re (Fig. 6.10).

Os dados experimentais de λ para os cinco canais retangulares s˜ao comparados na Fig. 6.11. ´E evidente que para a faixa de Reynolds permitida pelo canal, o gr˜ao de areia mais fino presenta menos perdas comparado com os outros canais rugosos. O comportamento do fator de atrito na configura¸c˜ao no padr˜ao 4 pontos difere dos outros, observa-se um valor quase constante nos valores de λ. ´E importante observar

(39)

Figura 6.5: Gradiente de press˜ao no gr˜ao de areia 180

(40)

Figura 6.7: Gradiente de press˜ao no padr˜ao de 4 pontos

(41)

Figura 6.9: Gradiente de press˜ao no padr˜ao de 5 pontos

(42)

a semelhan¸ca entre os resultados do padr˜ao de 5 pontos e a granulometr´ıa 100, embora o primeiro seja uma rugosidade tipo −k (elementos espa¸c˜ados) e a segunda tipo −d (elementos aglomerados), os valores de λ s˜ao muito pr´oximos, conclu´ındo-se que globalmente essas duas rugosidades geram o mesmo efeito no escoamento.

Figura 6.11: Fator de atrito para os 5 canais

A figura 6.12 mostra a tendˆencia dos dados experimentais para as rugosidades gr˜ao de areia e elementos espa¸cados, um ajuste da equa¸c˜ao de Blasius pode ser feito para cada rugosidade. Embora a quantidade de pontos medidos para cada rugosidade seja pouca, se observa que os dados experimentais acompanham o com-portamento de potˆencia presente em Blasius, com uma ´unica diferˆencia referente ao deslocamento representado por uma constante caracter´ıstica para cada tipo de rugosidade. Por tanto ´e importante realizar medi¸c˜oes para n´umeros de Reynolds maiores e menores do int´ervalo trabalhado no experimento, com o objetivo de iden-tificar mudan¸c˜as na tendˆencia dos pontos experimentais.

(43)

1E+004 1E+005 Re 0.001 0.01 0.1 Areia granulometría 100 Dados experimentais -0.25 + 0.005 1E+004 1E+005 Re 0.001 0.01 0.1 Padrão 4 pontos Dados experimentais -0.25 + 0.006

(44)

6.2

Campos de Velocidade e Energia Cin´

etica

Turbulenta k

As tabelas 6.3, 6.4 e 6.5 apresentam as condi¸c˜oes gerais de medi¸c˜ao dos testes com a t´ecnica de Velocimetr´ıa por Imagem de Part´ıculas. Os campos de velocidade para trˆes Re diferentes no canal liso s˜ao mostrados na Fig. 6.13. Se observa como a maior velocidade se concentra no centro da altura do canal, de igual forma, se apresentam perfis de velocidade em duas posi¸c˜oes diferentes para cada condi¸c˜ao. A m´axima velocidade para os Re trabalhados oscila entre 1.2 e 1.3 ms, e t´ecnica permite atingir uma velocidade de aproximadamente 0.8 ms. Embora a t´ecnica n˜ao consega encontrar o valor de zero na parede (como ´e o caso da t´ecnica do LDA), permite ter uma vis˜ao global do escoamento.

Tabela 6.3: Condi¸c˜oes de medi¸c˜ao no PIV para o canal liso

Re Q [dm 3 min] V [ m s] T [ oC] 24366.6 180.30 1.0 28.8 29387.1 204.62 1.14 31.6 32029.9 218.11 1.21 32.67

Tabela 6.4: Condi¸c˜oes de medi¸c˜ao no PIV para o padr˜ao de 4 pontos

Re Q [dm 3 min] V [ m s] T [ oC] 25759.4 202.51 1.13 26.0 29591.2 217.93 1.21 29.0 32846.7 251.34 1.40 27.3

Tabela 6.5: Condi¸c˜oes de medi¸c˜ao no PIV para o padr˜ao de 5 pontos

Re Q [dm 3 min] V [ m s] T [ oC] 29760.2 215.49 1.2 29.8 32508.2 231.31 1.29 30.6

Os resultados dos perfis de velocidade para o padr˜ao de 4 pontos se encontram na Fig. 6.14. Neste caso, o fluido ´e desacelerado perto da parede, como consequˆencia da presen¸ca dos elementos rugosos. Os perfis se deformam, mostrando uma velocidade m´axima entre 1.2 e 1.5 ms e localizada aproximadamente em 15 da altura do canal, medida a partir do topo do mesmo. A velocidade na parede rugosa consegue chegar a valores de 0.2 ms. A medida que o Re aumenta, o perfil tem a tendˆencia de se aproximar mais ao comportamento liso.

Para o padr˜ao de 5 pontos, o comportamento dos perfis de velocidade ´e similar ao padr˜ao de 4 pontos (Fig. 6.15). Existe a deforma¸c˜ao do perfil e a mudan¸ca na posi¸c˜ao da velocidade m´axima, conseguindo valores de 1.3 e 1.4 ms, mas essa deforma¸c˜ao ´e

(45)

Figura 6.13: Campos e perfis de velocidade no canal liso. a)Re=24367, b)Re=29387, c)Re=32030.

(46)

Figura 6.14: Campos e perfis de velocidade no padr˜ao de 4 pontos. a)Re=25759, b)Re=29591, c)Re=32847.

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menor do que no outro padr˜ao, se aproximando ao perfil liso. ´E importante lembrar que essa rugosidade mostrou um comportamento similar aos outros canais, existindo a redu¸c˜ao do arrasto, contrario ao padr˜ao de 4 pontos que foi o ´unico com tendˆencia a manter o valor do fator de atrito.

Figura 6.15: Campos e perfis de velocidade no padr˜ao de 5 pontos. a)Re=29760, b)Re=32508.

Os perfis de velocidades para um n´umero de Reynolds aproximado de 29500 nos canais rugosos tipo −k e liso foram graficados em coordenadas dimensionais e comparados com a lei da parede, Fig. 6.16. Se observa que a parte logar´ıtmica dos dados experimentais no canal liso acompanham o comportamento da lei da parede para superf´ıcies lisas, e no caso dos outros canais, os perfis de velocidade est˜ao baseados na lei da parede rugosa, mostrando um deslocamento no perfil igual ao valor da fun¸c˜ao ∆B. Utilizando a hip´oteses de conserva¸c˜ao da tens˜ao cizalhante na regi˜ao pr´oxima `a parede(Prandtl [24]), a tens˜ao cizalhante na parede τw ´e obtida

(48)

parede, ´e poss´ıvel calcular a velocidade de atrito uτ =

rτ

w

ρ . O deslocamento da origem d pode ser calculado a partir da informa¸c˜ao de velocidade de atrito dentro da lei da parede para superf´ıcie rugosa. Os dados de velocidade de atrito uτ, tens˜ao

cizalhante na parede τw e deslocamento da origem do perf´ıl de velocidade d s˜ao

aprensentados na tabela 6.6.

Figura 6.16: Perfis de velocidades em coordenadas dimensionais

Tabela 6.6: Parˆametros no c´alculo da velocidade de atrito uτ

Canal U [ms] k+ ∆B ν [10−7 ms2] ρ [mkg3] τw[mN2] uτ [ms] d [mm]

Liso 1.14 - - 7.74 992.39 3.81 0.062

-4 pontos 1.21 106.37 8.42 8.18 994.27 16.80 0.130 0.152

5 pontos 1.20 78.17 7.80 8.05 993.89 8.41 0.092 0.660

Os perfis de energia cin´etica turbulenta k s˜ao mostrados a continua¸c˜ao. Para o caso do canal liso, o perfil de k ´e bem comportado, apresentando o valor m´ınimo na altura h2 e valores m´aximos perto das paredes, Fig. 6.17. No caso dos canais rugosos com padr˜oes de 4 e 5 pontos, Figs. 6.18 e 6.19, os perfis tem o m´ınimo valor localizado na altura 4h5, os valores m´aximos se mantem nas paredes, mas o perfil se deforma perto das rugosidades, se observa que a produ¸c˜ao de energia ´e significativa nas proximidades dos elementos rugosos apresentando alguns picos na altura h5.

(49)

Figura 6.17: Campos e perfis de energia cin´etica turbulenta k no canal liso. a)Re=24367, b)Re=29387, c)Re=32030.

(50)

Figura 6.18: Campos e perfis de energia cin´etica turbulenta k no padr˜ao de 4 pontos. a)Re=25759, b)Re=29591, c)Re=32847.

(51)

Figura 6.19: Campos e perfis de energia cin´etica turbulenta k no padr˜ao de 5 pontos. a)Re=29760, b)Re=32508.

(52)

Cap´ıtulo 7

Considera¸

oes Finais

Este trabalho analisou o comportamento do escoamento turbulento completamente desenvolvido dentro do canal retangular existente nas instala¸c˜oes do N´ucleo Inter-disciplinar de Dinˆamica dos Fluidos - NIDF. A constru¸c˜ao de 4 tipos de rugosidades con valores de kh

s similares `as escolhidas por Santos [26] foram a base do estudo. Os

gradientes de press˜ao medidos nos canais permitiram obter a informa¸c˜ao do fator de atrito para cada condi¸c˜ao, os resultados evidenciam que o padr˜ao denominado como 4 pontos apresenta as maiores perdas e um comportamento similar `as tubula¸c˜oes numa faxa de n´umero de Reynolds determinada. Para os outros canais, ainda se observa redu¸c˜ao de arrasto nas condi¸c˜oes estudadas. A compara¸c˜ao entre o padr˜ao de 5 pontos e o gr˜ao de areia com granulometr´ıa 100, permite observar que as duas rugosidades tem um comportamento muito parecido, os valores do fator de atrito est˜ao pr´oximos uns dos outros, embora distribui¸c˜ao seja diferente (o primeiro sendo tipo −k e o segundo tipo −d), o efeito global que tem sobre o escoamento ´e mediana-mente equivalente. A transparˆencia do canal permitiu a implementa¸c˜ao da t´ecnica de Velocimetr´ıa por Imagem de Part´ıculas PIV, os resultados mostraram que os per-fis de velocidade sofrem uma altera¸c˜ao na forma por conta da superf´ıcie rugosa no fundo do canal, deslocando a posi¸c˜ao da velocidade m´axima do escoamento na altura igual a 4h

5 . Nas proximidades dos elementos rugosos, o fluido apresenta uma

desa-celera¸c˜ao, existe um pico importante na produ¸c˜ao de energia cin´etica turbulenta k que dever´a ser estudado com maior cuidado. Os dados obtidos nesse trabalho, servir˜ao de base para a an´alise das estruturas coerentes que em conjunto com a im-plementa¸c˜ao de t´ecnicas como a Anemometria Laser Doppler permitem obter uma vis˜ao mais completa dos fenˆomenos que governam o comportamento ca´otico perto da parede.

(53)

Referˆ

encias Bibliogr´

aficas

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