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Apropriação de índices de consumo e composição de custo unitário em obra de execução de rede coletora de esgoto sanitário

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Academic year: 2021

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AGRADECIMENTOS

No desenvolvimento deste trabalho houve a colaboração de várias pessoas com as quais divido, neste momento de alegria, o mérito da tarefa concluída. Dentre as pessoas que ora me vêem a lembrança cito:

• Professor Dr. Flávio Rubens Lapolli, orientador que se demonstrou flexível quanto ao tema escolhido para o trabalho;

• Professor Dr. Antônio Edésio Jungles, que cordialmente me atendeu nos vários momentos de dúvidas e prontamente aceitou o convite para participar da banca examinadora;

• Engº Thales Prevês Bittencourt, que se disponibilizou como co-orientador e permitiu a realização do trabalho com os dados da empresa COSATE;

• Engº Márcio Ricardo Rosa, pelos esclarecimentos dados quanto aos dados coletados, pela compreensão de minha ausência no canteiro de obra em função da execução deste trabalho, e pelo imediato interesse em participar da banca examinadora;

• Meus pais, Ana Tereza Silva e Paulo Machado Alves, grandes incentivadores e patrocinadores desta caminhada, sem os quais não teria a oportunidade de concretizar mais esta etapa;

• Namorada, Fernanda Vieira Medeiros, com quem dividi os medos e as dificuldades superados durante a execução do trabalho;

• Avós, Antônio Alves e Hilma Machado Alves, incentivadores e exemplos de vida;

• Minhas tias, Rozária, Catarina e Sueli, atenciosas e incentivadoras; • As demais tias, tios, primos e irmã, que torceram pelo meu sucesso e bom desempenho ao longo de minha vida acadêmica.

• Todos os amigos, fiéis e incentivadores;

• Todos os colegas do curso de graduação de Engenharia Sanitária e Ambiental.

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RESUMO

A apropriação de índices de consumos de mão-de-obra e equipamentos é uma ferramenta de suma importância em orçamentos voltados a engenharia. Na etapa de orçamentação, onde se pretende apresentar um preço final referente à execução de determinado serviço. Na etapa de gerenciamento de projeto, onde se pretende verificar os custo relacionados a execução do projeto e desta forma manter controle sobre os custos sem que haja a perda do lucro almejado na fase de orçamentação.

O conhecimento dos índices referentes à execução dos serviços é valioso para empresas que participam de processos licitatórios. Pois através deles se pode calcular os custos diretos inerentes a execução do serviço. Muitas delas utilizam índices coletados em literaturas especializadas, porém a homogeneidade da produtividade em diferentes obras de saneamento está longe de ser uma realidade.

O objetivo deste trabalho é calcular os índices de consumo de mão-de-obra e equipamentos pesados utilizados e custo unitário na execução da rede de esgoto sanitário da Avenida das Torres na cidade de São José – SC. Obra da CASAN executada pela empresa COSATE.

Os dados foram coletados nos meses de julho, agosto e setembro de 2009. Foram analisados os dados de consumo de mão-de-obra e equipamentos pesados – retroescavadeira, caminhão basculante, escavadeira hidráulica e guindaste bate-estaca, sob as diferentes condições de escavação e tipo de escoramento. Os resultados são apresentados em forma de tabelas e gráficos.

O trabalho encerra apontando as mais significativas considerações sobre os resultados de consumo obtidos e ressaltando a importância do controle dos insumos incidentes em execução de obra de rede de esgoto.

Palavras-chaves: índices de consumo, mão-de-obra, equipamentos, custos diretos, custo unitário.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Área de estudo... 33

Figura 2 – Comparação de consumos entre equipes ... 52

Figura 3 – Comparação de consumo entre equipes... 52

Figura 4 – Comparação de consumos entre equipes ... 53

Figura 5 – Comparação de consumos, em diferentes condições de solo e escoramento tipo pontalete ... 54

Figura 6 – Comparação de consumos, em diferentes condições de solo e escoramento tipo descontínuo... 55

Figura 7 - Comparação de consumos, em diferentes condições de solo e escoramento tipo estaca-prancha ... 55

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Consumo de mão-de-obra e equipamentos ... 19

Tabela 2 - Custos unitário e total ... 19

Tabela 3 - Encargos trabalhistas – Horistas ... 22

Tabela 4 - Encargos trabalhistas - Mensalistas ... 23

Tabela 5 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo pontalete... 41

Tabela 6 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo pontalete... 41

Tabela 7 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo pontalete... 42

Tabela 8 – Média de consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo pontalete... 42

Tabela 9 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo pontalete... 43

Tabela 10 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo descontínuo ... 43

Tabela 11 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo descontínuo ... 44

Tabela 12 – Média de consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo descontínuo... 44

Tabela 13 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo descontínuo ... 45

Tabela 14 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo descontínuo ... 45

Tabela 15 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo descontínuo ... 46

Tabela 16 – Média de consumo hr/m, execução de rede, prof. até 2,0 escoramento tipo descontínuo... 46

Tabela 17 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. Entre 2 e 4 m escoramento tipo estaca-prancha... 46

Tabela 18 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. Entre 2 e 4 m escoramento tipo estaca-prancha... 47

Tabela 19 – Média de Consumo hr/m, execução de rede, prof. Entre 2 e 4 m escoramento tipo estaca-prancha... 48

Tabela 20 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. Entre 2 e 4 m escoramento tipo estaca-prancha... 48

Tabela 21 - Consumo hr/m, execução de rede, prof. Entre 2 e 4 m escoramento tipo estaca-prancha... 49

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Tabela 22 – Consumo hr/m, execução de rede, prof. Entre 2 e 4 m

escoramento tipo hamburguês... 50 Tabela 23 – Ligações prediais - consumos em hr/un ... 50 Tabela 24 - Consumos médios por tipo de escoramento... 51 Tabela 25 - Custo unitário de execução de rede coletora, solo argiloso, prof.

até 2,0 m, sem a presença de água no solo e escoramento tipo pontalete ... 57 Tabela 26 - Custo unitário de execução de rede coletora, solo arenoso, prof.

até 2,0m, sem água no solo e escoramento tipo pontalete ... 58 Tabela 27 - Custo unitário de execução de rede coletora, solo argiloso, prof.

até 2,0m, sem água no solo escoramento tipo descontínuo... 58 Tabela 28 - Custo unitário de execução de rede coletora, solo arenoso, prof

até 2,0m, sem água no solo e escoramento tipo descontínuo... 59 Tabela 29 - Custo unitário de execução de rede coletora, solo arenoso, prof.

até 2,0m, com a presença de água no solo, escoramento descontínuo... 59 Tabela 30 - Custo unitário de execução de rede coletora, solo argiloso, prof.

entre 2,0 e 4,0 m, sem a presença de água no solo e escoramento tipo estaca-prancha... 60 Tabela 31 - Custo unitário de execução de rede coletora, solo arenoso, prof

entre 2,0 e 4,0 m, sem a presença de água no terreno e escoramento tipo estaca prancha... 60 Tabela 32 - Custo unitário de execução de rede, solo arenoso, profundidade

entre 2,0 e 4,0m, com a presença de água no solo e escoramento tipo estaca-prancha... 61 Tabela 33 - Custo unitário de execução de rede coletora, solo arenoso, prof

entre 2,0 e 4,0 m, com a presença de água no terreno e escoramento tipo hamburguês... 61 Tabela 34 - Custo unitário de execução de ligação predial... 62 Tabela 35 - Custo unitário médio de execução de rede com escoramento tipo

pontalete... 63 Tabela 36 - Custo unitário médio de execução de rede com escoramento tipo

descontínuo ... 63 Tabela 37 - Custo unitário médio de execução de rede com escoramento tipo

estaca-prancha... 63 Tabela 38 - Custo unitário médio de execução de rede com escoramento tipo

hamburguês... 64 Tabela 39 - Resumo custos gerais... 64

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO ... 11

1.1 – Objetivo Central do Trabalho:... 12

1.2 – Objetivos Específicos: ... 12

1.3 – Finalidade: ... 13

CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA... 14

2.1 – Orçamento – História... 14

2.2 - A importância do orçamento para o profissional do saneamento... 15

2.3 - O orçamento como processo ... 16

2.4 - O orçamento como produto... 16

2.5 – Os custos diretos... 17

2.5.1 – Insumos que incidem sobre o custo direto... 18

2.5.2– Encargos sociais ... 20

2.6 – O BDI, Benefícios e Despesas Indiretas... 24

2.6.1 – Os Custos indiretos... 25

2.6.2 – Tributos... 26

2.6.3 – Valor de risco ... 26

2.6.4 – Montante ou margem de lucro... 26

2.7 – Descrição dos serviços e tecnologia empregada na execução de redes de esgoto sanitário (NBR 9814 e norma de regulamentação técnica da CASAN, 2009) ... 27

2.7.1 – Escavação de valas poços e cavas ... 27

2.7.2 – Largura das valas para assentamento de tubos PVC para esgoto sanitário ... 27

2.7.3 – Regularização do fundo da vala, poços e cavas... 27

2.7.4 – Aterro/reaterro de valas, poços e cavas ... 28

2.7.5 – Compactação manual... 28

2.7.6 – Compactação mecânica sem controle do grau de compactação ... 28

2.7.7 – Compactação mecânica com grau de compactação maior ou igual a 95 % do Próctor normal... 29

2.7.8 – Remoção e reposição de pavimentação ... 29

2.7.9 – Carga e descarga de entulho e material escavado... 29

2.7.10 – Escoramento ... 30 2.7.10.1 – Pontaleteamento... 30 2.7.10.2 – Escoramento descontínuo ... 30 2.7.10.3 – Escoramento contínuo ... 30 2.7.10.4 – Escoramento especial ... 30 2.7.10.5 – Escoramento metálico... 30

2.7.10.6 – Escoramento misto, metálico madeira, tipo Hamburguês ... 31

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2.7.12 – Assentamento de tubos e conexões de PVC ... 31

2.7.13 – Poços de visita ... 32

CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA... 33

3.1 – Delimitação da área de estudo... 33

3.2 – Levantamento dos dados ... 34

3.3 – O processamento dos dados e apresentação dos resultados... 36

CAPÍTULO 4 - Apresentação e discussão dos resultados... 41

4.1 – Índices de consumos para execução de rede coletora de esgoto... 41

4.1.1 – Execução de redes com profundidade até 2 m, escoramento tipo pontalete ... 41

4.1.3 – Execução de redes com profundidade entre 2 e 4 m, escoramento tipo estaca-prancha ... 46

4.1.4 – Execução de redes com profundidade entre 2 e 4 m, escoramento tipo hamburguês ... 50

4.1.5 – Execução de ligações prediais ... 50

4.1.6 – Índices de consumo gerais por tipos de escoramento... 51

4.2 – Comparação entre índices de consumos entre equipes... 51

4.4 – O custo unitário ... 56

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO... 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 66

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA... 68

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CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

O processo de orçamentação a muito tempo é utilizado para mensurar a quantidade de recursos necessário para a realização de determinado serviço. No Brasil a primeira referência que se tem é a constituição de 1824, promulgada por D. Pedro I, que estabelecia uma prestação de contas públicas do governo à assembléia. Isso para evitar o estabelecimento de impostos abusivos à população.

Atualmente o orçamento é utilizado como uma ferramenta de planejamento e controle. O instrumento passou a ser apropriado para clarificar e formalmente estabelecer os objetivos desejados pelos controladores, e a serem cumpridos por cada órgão ou empresa controlada. Objetivos estes a serem alcançados em determinado período de tempo, além de servir como parâmetro para comparação e avaliação do desempenho dos seus gerentes (JUNGLES; ÁVILA, 2006).

O orçamento com o objetivo de definir os custos de uma obra ou empreendimento, é o típico orçamento voltado à engenharia. O orçamento detalhado, é uma modelagem dos custos, caracterizada pela correlação quantidade versus custo unitário, baseando-se nas constantes de consumo de materiais, mão-de-obra e equipamentos por unidade de serviço (CAMPITELI, 2006).

O PAC (plano de aceleração do crescimento) do governo federal prevê para até o final de 2010 investimentos na ordem de quarenta bilhões de reais no setor de saneamento (Ministério das cidades, 2009). Um investimento bastante relevante, tanto pelos valores envolvidos quanto pelo impacto social e econômico sobre a vida da comunidade que recebe o investimento. Sendo assim, é notável a quantidade de projetos de saneamento sendo contratados para, posteriormente, serem executados.

De acordo com o panorama atual a importância na elaboração de orçamentos para a execução de obras de saneamento é essencial, uma vez que todas obras públicas no setor são contratadas a partir de processos licitatórios.

A composição de custos e orçamentos relativos a execução obras de esgoto é uma tarefa que deve ser elaborada por profissionais experientes na área. Isso em função das muitas variáveis que envolvem – saber identificar e mensurar os custos diretos, ter bom senso na hora de elaborar o BDI (benefícios e despesas indiretas) e conhecer os índices de consumo de materiais, mão-de-obra e equipamentos são atributos essenciais ao profissional gerente de projeto.

Além disso uma obra de execução de redes de esgoto sanitário envolve características técnicas peculiares. Grandes volumes de escavação, tipos de

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solo que podem variar ao longo das escavações, encontro de rochas coincidentes com o traçado da rede, necessidade de se fazer troca de material escavado, necessidade de rebaixamento de lençol freático, interferências de redes d’água ou galerias pluviais que podem mostrar a necessidade de se alterar o traçado original do projeto.

Desta forma uma análise criteriosa de todos os itens se faz essencial na composição de custos e preços e posteriormente ao gerenciamento da execução de um projeto de sistemas de esgotos.

Contrastando com a grande importância do orçamento e o processo orçamentário tem-se a falta de conhecimento na área com que saem para o mercado de trabalho engenheiros sanitaristas recém formados. Isso em função da não abordagem do assunto nas disciplinas de faculdade.

O correto dimensionamento das equipes em termos de quantidade de mão-de-obra e equipamentos e vital para o bom desenvolvimento do projeto. Uma vez que em obras de engenharia tem necessariamente prazos a serem cumpridos, e também há a necessidade no controle dos custos para que não ocorra a perda do lucro almejado pela empresa contratada para executar a obra em questão.

Empresas que atuam no ramo da execução de obras civis, dispõem de publicações especializadas que fornecem o consumo dos principais insumos. No entanto a homogeneidade da produtividade está longe de ser uma realidade e por isso se faz necessário à construção das suas próprias composições ao longo da execução de um projeto. Índices estes que são mais adequados às praticas da empresa e o tipo de obra (MATTOS, 2007).

1.1 – Objetivo Central do Trabalho:

Analisar o índice de consumo de mão-de-obra e equipamentos pesados (caminhões basculantes, retroescavadeiras e escavadeiras hidráulicas) em obras de execução de redes coletoras de esgoto sanitário.

1.2 – Objetivos Específicos:

• Pesquisar e listar as diversas variáveis envolvidas no processo de composição de custos e orçamentos em obras de saneamento;

• Medir o índice de consumo de mão-de-obra e equipamentos pesados na execução de rede coletora, nas características do solo escavado (argiloso e arenoso), tipos de escoramento (potalete, descontínuo, estaca-prancha, chapas metálicas e hamburguês), presença ou não de água no solo e diâmetro da rede a ser assentada;

• Estabelecer, com base nos dados de consumo levantados, o custo unitário da execução de rede de esgoto sanitário em reais por metro de

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rede assentada e custo unitário da execução de ramais prediais em reais por unidade de ramal executado.

1.3 – Finalidade:

A maioria das obras de saneamento são obras públicas, nas quais participam de concorrências e licitações empresas privadas que atuam no ramo. Desta forma o processo de composição de orçamento de obra se mostra vital para o bom funcionamento de uma empresa. No orçamento é estabelecido qual a margem de lucro que uma empresa almeja com a execução da obra e quais são os riscos financeiros. Também define as metas a serem atingidas durante o processo da execução da obra e a alocação de recursos necessários para o alcance das metas estabelecidas.

É também através da análise dos orçamentos apresentados para a execução de um determinado serviço que é escolhida a empresa a ser contratada, por meio de processo licitatório.

De um outro ponto de vista, a análise prévia dos custos de implantação de saneamento definem a viabilidade e a justificativa do projeto.

Sendo assim a compreensão dos custos envolvidos na execução de uma obra é decisivo sob todos os pontos de vista. Dentre todos os custos, os mais significativos são a quantidade de mão-de-obra e de equipamentos pesados (caminhões, retroescavadeiras, bate-estacas e escavadeiras hidráulicas) a serem mobilizados no decorrer da execução de uma obra.

Além disso, o conhecimento do consumo destes insumos possibilita o correto dimensionamento das equipes e a mobilização da quantidade ideal de equipamentos, evita-se, desta forma, um inchamento exagerado dos gastos da obra e garante o lucro almejado ao final do projeto.

Desta forma o conhecimento detalhado dos índices de consumo destes insumos é vital para; composição e controle dos custos envolvidos na execução de um projeto, controle da produtividade das equipes, o dimensionamento de equipes de acordo com o prazo estipulado e a elaboração de um cronograma do projeto.

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CAPÍTULO 2 – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 – Orçamento – História

A origem do orçamento se referencia no século XVII, época do liberalismo Inglês, da revolução francesa e da independência dos Estados Unidos. Numa tentativa popular de tornar mais clara a aplicação do dinheiro público arrecadado com os altos impostos da época.

A partir do século XIX, percebeu-se a necessidade de se implementar instrumentos de controle do dinheiro público, com o objetivo de se planejar os investimentos com uma previsão das receitas futuras, e tornar mais claro à população a aplicação do dinheiro arrecadado com os impostos.

Com o início da organização do trabalho e sua mensuração, deu-se início à processos sistemáticos de orçamentação, cita-se Adam Smith –

O valor real dos diversos componentes do preço é medido pela quantidade de trabalho que cada um deles pode comprar ou comandar. O trabalho mede não somente o valor daquela parte que se desdobra em trabalho efetivo, mas também daquela representada pela renda da terra, e daquela que se desdobra no lucro devido ao empresário (SMITH apud DOMINGUES, 2003).

No Brasil, a constituição promulgada por D. Pedro I de 1824, estabelecia uma prestação de contas do governo à Assembléia.

Atualmente o orçamento passou a ser um importante instrumento de planejamento e controle. Pois estabelece as metas a serem cumpridas num determinado período a todos os segmentos e divisões de uma empresa, incluindo unidades descentralizadas ou subsidiárias. Deixa, também, explicito os interesses da administração central a cada órgão interno.

Orçamento é a expressão quantitativa em unidades físicas e valores monetários, referidos a uma unidade de tempo, de planos elaborados para o período subseqüente. Tem como objetivo determinar o valor de uma obra ou serviço, produtos da empresa, para que a organização promova ou se habilite num processo licitatório, verifique a competitividade de seu produto no mercado, conheça seu desempenho (ÁVILA; LIBRELOTTO; LOPES, 2003).

O orçamento detalhado, descritivo ou discriminado é uma modelagem dos custos, caracterizada pela quantidade por custo unitário, baseando-se na determinação de constantes de consumo de materiais e mão-de-obra por unidade de serviço. Porém, para a sua elaboração é necessária existência de projeto com informações detalhadas sobre os elementos, especificações, técnicas construtivas e condições gerais de construção (CAMPITELI, 2006).

O orçamento da obra é uma das primeiras informações necessárias ao conhecimento do empreendedor. Sabe-se que a construção civil implica em

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gastos consideráveis e por isso devem ser considerados, já que em função de seu valor, o empreendimento estudado será viável ou não (GOLDMAN, 1997)

2.2 - A importância do orçamento para o profissional do saneamento

O conhecimento dos custos envolvidos na prestação de serviço de uma organização é vital, principalmente em empresas de engenharia, em que os custos acontecem continuamente e em valores expressivos, e o faturamento ocorre de forma discreta (JUNGLES; ÁVILA, 2006).

O plano de aceleração do crescimento (PAC) do governo Lula, prevê que na área de social e urbana será investido R$170,8 bilhões de reais até 2010. Na região sul, para este mesmo período, se prevê investimentos da ordem de R$569,5 milhões de reais também na área social e urbana. Somente Santa Catarina receberá cerca de R$523,9 milhões para ser aplicado diretamente no saneamento (ABES-SC, 2008).

Um trabalho realizado pela ABES-SC (2008) aponta que para suprir o déficit em saneamento no estado deve-se investir, até 2010, mais de 5,3 bilhões de reais. O mesmo estudo aponta também até os anos de 2015 e 2020, referindo-se em investimentos na ordem de 6,6 e 7,9 bilhões de reais, respectivamente. Os investimentos referem-se a implantação de sistemas de coleta, tratamento de esgotos e tratamento e distribuição de água.

Sendo assim é notável a quantidade de recursos disponível atualmente ao setor e também o quanto ainda deverá ser investido a médio e longo prazo.

De acordo com o panorama atual a importância na elaboração de orçamentos para a execução de obras de saneamento é essencial, pois todas obras públicas no setor são contratadas a partir de processos licitatórios.

Participam de concorrência pública, empresas que possuem acervo técnico para a execução de uma determinada obra. Dentre as diferentes modalidades de licitação um dos fatores que define a empresa a ser contratada para execução é o fator preço.

Outro importante fato é que obras de saneamento, em geral, exigem recursos vultuosos, e erros ou defasagens no cumprimento de orçamento podem ter repercussões desagradáveis para os mesmo.

Além disso, o orçamento constitui uma importante ferramenta de planejamento e controle, que favorece ao engenheiro responsável à tomada de decisão, pois favorece condições para o acompanhamento de desempenho tanto da empresa como da obra em particular.

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2.3 - O orçamento como processo

O processo orçamentário é um sistema de trabalho que, envolvendo toda a empresa, tem por objetivo prever os custos a serem incorridos e o faturamento que cada produto pode realizar, visando avaliar o desempenho da empresa e a conseqüente expressão na demonstração de resultados do exercício atual ou subseqüente, bem como o fluxo de caixa para o horizonte analisado (JUNGLES; ÁVILA, 2006).

A literatura especializada no assunto normalmente aborda o tema referenciando o processo orçamentário como é utilizado pela indústria manufatureira. Porém a industria da construção civil tem a suas particularidades.

A industria da construção civil diferencia-se da industria manufatureira basicamente pela não repetição do seu produto. Além disso o setor de saneamento envolve certas peculiaridades que diferem ainda mais de outros setores. Por exemplo cita-se: grandes volumes de escavação, tipos de solo que podem variar ao longo das escavações, encontro de rochas coincidentes com o traçado da rede, necessidade de se fazer troca de material escavado, necessidade de rebaixamento de lençol freático, interferências de redes d’água ou galerias pluviais que podem mostrar a necessidade de se alterar o traçado original do projeto.

Sendo assim o processo sistematizado e preciso de controle orçamentário é imprescindível para o bom andamento da obra, o conhecimento do fluxo de caixa e das metas de lucratividade.

O que se verifica no mercado é que orçamentos inconsistentes, sejam pela incidência de encargos sociais não levada em conta ou má atribuição dos custos aos serviços pode resultar em diminuição no ritmo de trabalho, realização dos serviços com baixa qualidade ou mesmo em paralisação e rompimento de contrato. Situações estas que atingem a todos os envolvidos. A empresa contratada por não conseguir atingir a conclusão da obra e conseqüentemente o lucro esperado, a empresa contratante pelo atraso na conclusão da obra podendo perdurar por anos, e a sociedade por não dispor de um sistema de esgoto sanitário que a atenda no prazo definido.

2.4 - O orçamento como produto

O orçamento produto é o típico orçamento voltado à engenharia. O orçamento, como produto, pode ser elaborado voltando-se a definir custos, e por extensão, preço de bens e serviços (ÁVILA; LIBRELOTTO; LOPES, 2003).

Colossi (2002) cita que apropriar custos de produtos ou de serviços, buscar formas de redução de seu valor e a análise das várias decisões tomadas pelas empresas são campos amplamente discutidos. Discutem, técnicos,

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pesquisadores e empresários, com o foco voltado para o gerenciamento de custos, visando a competitividade, e para a qualidade desses produtos e serviços.

“Os custos podem ser apresentados como o somatório de três componentes principais, materiais diretos, mão-de-obra direta e custos indiretos”(BRUNI, 2008).

Pode-se definir preço, basicamente, em função de três componentes; os custos, impostos e o lucro. Ou seja o preço é a soma dos custos necessários a sua produção, o tributos definidos por lei e a margem de lucro que representa a remuneração do empresário (BRUNI, 2008).

A realização do orçamento produto pode se dar de duas maneiras distintas: o orçamento por estimativas e o orçamento por composição dos custos unitários (ÁVILA; LIBRELOTTO; LOPES, 2003).

Goldman (1997) avalia que o orçamento por estimativas nada mais é que um orçamento simplificado da obra. Ele tem como objetivo obter o custo de construção da obra levando em conta apenas os dados técnicos que se possa dispor. Por isso também se obtém os resultados em tempos consideravelmente inferiores se comparado ao orçamento detalhado, por composição dos custos unitários.

O orçamento por composição dos custos unitários se organiza e apresenta através de planilhas, as quais classificam o custo dos elementos necessários para a execução da obra. Tal classificação se resume a custos diretos e bonificação e despesas indiretas (BDI) (CAMPITELI, 2006).

Obras de saneamento, em especial de esgotamento sanitário, em geral são classificadas como obras de grande vulto pela lei federal 8.666/93. Segundo esta lei, um dos critérios imprescindíveis à realização de licitação de uma obra deste tipo é a apresentação de orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos seus os custos unitários (Art 7º, parágrafo 2º).

2.5 – Os custos diretos

O Custo Direto (CD) é a soma de todos os custos relacionados a execução de uma obra, obtidos pelo consumo dos insumos sobre os preços de mercado, multiplicados pelas respectivas quantidades, mais os custos de infra-estrutura necessários (FEIRE, 2006).

De uma maneira mais abrangente o Custo Direto é o somatório de todos os custos, mão-de-obra, materiais e equipamentos que se incorporam à obra definitiva (TCPO, 1996). Pode-se listar então os materiais, a mão-de-obra, atividades de mobilização, desmobilização, administração local da obra, engenheiro local, encarregados, seguranças do trabalho etc.

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É importante ressaltar que sobre a mão-de-obra recaem também os encargos sociais, e que estes também incidem na composição dos Custos Diretos.

Campiteli (2006) ressalta que, na prática das contratações de obras – em especial obras de saneamento, convém que todos os itens para os quais são requeridas cotações especificas e cujo pagamento é feito sob alguma forma de medição periódica sejam considerados como custos diretos, e os demais itens como custos indiretos, e conseqüentemente rateados sobre os custos diretos. Portanto o ideal é que no BDI (benefícios e despesas indiretas) recaiam somente os itens que não estejam diretamente relacionados ao serviço que está sendo executado.

2.5.1 – Insumos que incidem sobre o custo direto

“Os custos diretos são então determinados em função da produtividade dos homens e máquinas envolvidos no serviço, e também, do índice ou quantidade de material despendido por unidade de produto” (JUNGLES; ÁVILA, 2006).

Pode-se apresentar o custo direto total pela equação 1, a baixo.

Equação 1

(

)

+

+

+

=

CT

CT

CT

ES

CD

MO MT EQ

fonte: Jungles & Ávila, 2006

Onde CD representa o custo direto total, MO o valor correspondente a mão-de-obra, MT os materiais, EQ os equipamentos e ES os encargos sociais incidentes sobre a mão-de-obra.

Para a quantificação dos custos diretos se faz necessário, então, o levantamento de todas as atividades diretamente relacionadas à execução do sistema de esgotos, e assim listar a mão-de-obra, materiais e equipamentos necessários à execução de uma atividade.

Cada item é associado a um custo unitário, ou seja, o custo mínimo de um item relacionado a uma unidade de referência. O custo unitário, por sua vez, relaciona-se com o consumo previsto para a realização da atividade. O custo direto do item é o resultado da multiplicação do índice de consumo pelo custo unitário. O custo direto total da atividade é o somatório de todos os custos diretos de cada item.

Por exemplo, o custo unitário para escavar terreno arenoso, vala com 0,65 metro de largura, profundidade média de 1,5 metros e extensão de 20 metros.

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Tabela 1 - Consumo de mão-de-obra e equipamentos

Escavação, exceto rocha, prof. até 2,0m Retro-escavadeira 0,08 h/m³

Servente 0,08 h/m³

Encargos sociais 130 %

O volume total a ser escavado é:

5 , 19 20 5 , 1 65 , 0 × × = m³ O consumo será: Retroescavadeira: 19,5×0,08=1,56horas Servente: 19,5×0,08=1,56horas

Atribuindo o custo unitário de cada insumo, pode-se ter em valores financeiros o custo total do serviço prestado.

Tabela 2 - Custos unitário e total

Item Custo unitário (R$/hora) Quantidade (horas) (R$) Custo Retroescavadeira 40,00 1,56 62,40 Servente 2,40 1,56 3,74 Encargos sociais 130% - 4,86 Total 71,00

Cabe ressaltar que no custo unitário da retroescavadeira já inclui os custos de operador de retro e diesel. Com relação a hora de trabalho do servente, utilizou-se o salário médio pago à categoria (R$ 576,00), sendo assim divide-se pelo total de horas existentes num mês, lembrando que as horas de descanso também são remuneradas. A taxa de encargos sociais inclui todos os benefícios pagos ao trabalhador (férias, 13º salário...) e os tributos pagos ao governo, conforme se apresentará detalhadamente mais a baixo.

“Verifica-se que itens como engenheiro da obra, encarregado e outros itens não são quantificados, uma vez que, sua mensuração apropriada à composição unitária de serviços ficaria bastante imprecisa” (FERIRE, 2006).

Desta forma Freire (2006) ressalta a importância de se criar itens na planilha referentes a estes custos, e posteriormente integrá-los ao custo direto total do empreendimento.

Enquanto o consumo de material necessário para um serviço pode ser matematicamente levantado a partir dos desenhos, pois tem dimensões exatas, o

(22)

estabelecimento da produtividade da mão-de-obra é um processo empírico e depende de uma série de fatores, tais como; experiência, grau de conhecimento do serviço, supervisão, motivação, etc. Por tudo isso, a produtividade deve ser continuamente aferida no campo, e informada ao setor de orçamento. Consultar índices de livros pode ser uma boa prática, mas a homogeneização da produtividade entre obras está longe de ser uma realidade (MATTOS; 2006, p. 71).

Empresas com vasta experiência no ramo da execução de obras de saneamento, possuem base de dados próprias da produtividade de homens e máquinas e consumo de matérias. Têm-se, desta forma, levantamentos mais precisos, que, por sua vez, resultará em preços mais competitivos.

2.5.2– Encargos sociais

“Encargos sociais são valores de imposto e taxas, a serem recolhidos aos cofres públicos, calculados sobre a mão-de-obra contratada, bem como direitos e obrigações pagos diretamente ao trabalhador” (ÁVILA; LIBRELOTTO; LOPES, 2003).

“Sob o título de encargos sociais é apropriada uma série de obrigações instituídas pela legislação trabalhista a serem recolhidas aos cofres da seguridade social, bom como os benefícios a serem pagos aos empregados em contrapressão de seus serviços” (JUNGLES; AVILA, 2006).

A composição de encargos pode variar de acordo com o segmento em que atua a empresa, o tipo de contrato em carteira de trabalho dos funcionários, local da prestação de serviço ou periculosidade da atividade.

Em obras de saneamento, que em geral possuem empregados que trabalham no escritório e no campo, e com atividades que envolvem graus de periculosidade diferentes, o índice de encargos incidentes não é o mesmo para toda o corpo de funcionários. Faz-se necessário uma análise criteriosa do tipo de mão-de-obra a ser contratada para a composição do custo final relacionado aos encargos sociais.

Além do exposto acima, obras de implantação de redes de esgoto são vulneráveis quanto as condições do tempo, deve-se analisar a expectativa de dias improdutivos devido a chuvas. Já que tal fato tem relação direta na quantidade de horas extras para que seja cumprido o prazo estipulado.

Jungles & Ávila (2006) apresentam, por facilidade de entendimento, em cinco grupos diferentes os encargos:

• Grupo A: Contém os tributos a serem recolhidos diretamente à seguridade social. Nele estão definidas as alíquotas básicas de cada tributo ou recolhimento;

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• Grupo B: Benefícios sociais a serem pagos ou que beneficiem os empregados. Tais encargos ocorrem devido à existência de vantagens sociais, como: dias não trabalhados (férias, domingos e feriados), décimo terceiro salário, etc.

• Grupo C: neste grupo são especificados encargos a serem pagos aos empregados, sem sofre influência quanto a taxação dos tributos relacionados no grupo A. Sobre estes valores pagos diretamente aos empregados não há recolhimento de tributo à previdência social;

• Grupo D: São especificados, neste grupo, a incidência dos encargos do grupo A sobre o montante dos encargos apurados no grupo B, isto porque no grupo B ocorre a incidência dos tributos relacionados no grupo A;

• Grupo E: Os encargos aqui listados têm origem legal ou são decorrentes de acordo intersindicais. Eles podem ser considerados tanto como encargos sociais como despesas incidentes no BDI (benefício e despesas indiretas).

A incidência da quantidade de encargos é diferentes para os funcionários horistas dos mensalistas.

Horistas são os operários que são remunerados com base na quantidade de horas trabalhadas. São aqueles que tem suas horas apropriadas por apontadores em cartões ponto, e que, para fim de orçamento, integra a mão-de-obra que figura nas composições de custos unitários dos serviços diretos. São horistas serventes, escoradores, pedreiros, operadores, motoristas, encarregados de frente de serviço, etc.

Mensalistas são funcionários remunerados em uma base mensal. São funcionários que pactuam seus salários com o empregador e cuja cifra mensal é o referencial de remuneração. Normalmente são os integrantes das equipes técnicas, administrativas e de suporte da obra. São mensalistas engenheiro, almoxarife, topógrafo, etc (MATTOS; 2006, p. 79).

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Tabela 3 - Encargos trabalhistas – Horistas

A Encargos sociais básicos

1 INSS 20,00% 2 FGTS 8,00% 3 Salário-educação 2,50% 4 SESI 1,50% 5 SENAI 1,00% 6 SEBRAE 60,00% 7 INCRA 20,00%

8 Seguro contra acidente no trabalho 3,00%

Total A 36,80%

B Encargos trabalhistas

1 Férias (+1/3) 14,86%

2 Repouso semanal remunerado 17,83%

3 Feriados 4,09% 4 Auxílio-enfermidade 0,98% 5 Acidente do trabalho 0,74% 6 Licença-paternidade 0,05% 7 Faltas justificadas 0,74% 8 13º salário 11,14% Total B 50,43% C Encargos indenizatórios 1 Aviso prévio 13,83%

2 Multa por rescisão do contrato de trabalho 5,72% 3 antes do dissídio) Indenização adicional (demissão 30 dias 0,69%

Total C 20,24%

D Incidências cumulativas

1 Incidência de A sobre B 18,56%

2 Incidência de férias sobre aviso prévio 2,06% 3 Incidência do 13º salário sobre o aviso prévio 1,54%

4 Incidência do FGTS sobre aviso prévio 1,11%

Total D 23,26%

Total Geral 130,74%

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Tabela 4 - Encargos trabalhistas - Mensalistas

A Encargos sociais básicos

1 INSS 20,00% 2 FGTS 8,00% 3 Salário-educação 2,50% 4 SESI 1,50% 5 SENAI 1,00% 6 SEBRAE 60,00% 7 INCRA 20,00%

8 Seguro contra acidente no trabalho 3,00%

Total A 36,80% B Encargos trabalhistas 1 Férias (+1/3) 11,11% 8 13º salário 8,33% Total B 19,44% C Encargos indenizatórios 1 Aviso prévio 10,20%

2 Multa por rescisão do contrato de trabalho 4,54%

Total C 14,74%

D Incidências cumulativas

1 Incidência de A sobre B 7,15%

2 Incidência de férias sobre aviso prévio 1,13% 3 Incidência do 13º salário sobre o aviso prévio 0,85%

4 Incidência do FGTS sobre aviso prévio 0,82%

Total D 9,95%

Total Geral 80,93%

Fonte: (MATTOS;2006, p. 86)

Jungles & Ávila (2006) ressaltam que pode haver necessidade, em propostas e composições orçamentárias, a utilização de um único índice para os encargos. Desta forma este índice deve considerar os distintos encargos a incidirem sobre cada uma das categorias profissionais da empresa.

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Equação 2 – Índice de encargos sociais

(

)

(

FP

)

ES ES

Total

Total

I

=

fonte: Jungles & Ávila, 2006

Onde IES representa o índice do total de encargos calculados, TotalES o total de encargos em valor monetário e TotalFP o total da folha de pagamento para o quadro de funcionário de uma empresa considerando somente o salário base de cada funcionário.

2.6 – O BDI, Benefícios e Despesas Indiretas

Historicamente tanto no comércio quanto na industria manufatureira, o preço final de um produto ou serviço é o resultado dos custos incorridos e da margem de lucro desejada, sendo nessa embutidos os custos e despesas indiretas de produção (ÁVILA; LIBRELOTTO; LOPES, 2003).

Benefícios e Despesas indiretas, é a taxa aplicada sobre o custo direto estimado utilizado para a formação de preço de venda de serviços de engenharia, sendo aplicado no ramo da construção civil brasileira desde meados dos anos 70. (DIAS apud FREIRE,2006).

“Para maior precisão de formação de preço de venda dos serviços, deve ser incluído no BDI somente os itens que não possam, de forma alguma, serem incluídos na planilha de custos, por não estarem diretamente relacionados aos serviços que se está prestando” (DIAS, 2007).

É indevida a inclusão de itens como; administração local, instalação do canteiro, mobilização desmobilização no cálculo do BDI. São despesas relacionadas a realização de serviços de apoio no canteiro de obras e dele decorrentes. Ao considerar estes custos no BDI pode-se onerar desnecessariamente o valor do contrato, pois se aumentar as quantidades ou preços de serviços a executar, os custos de administração local, que por natureza são fixos, por serem calculados como um percentual sobre o custo direto desses serviços, sofrem acréscimo proporcional, sem que tenha, de fato, havido aumento desses custos para a contratada (ANDRADA, 2008).

O BDI pode apresentar-se de duas maneiras; como valor monetário, ou como taxa que virá a incidir sobre todos os custos diretos orçados. Sendo a última a forma mais utilizada em obras sob empreitadas, ou encomenda.

O preço final de um serviço, será então o somatório dos custos diretos orçados, os custos indiretos, tributos a serem recolhidos, a margem de lucro e a margem de risco envolvida. Pode ser calculado de dois modos, segundo apresentado abaixo, sendo a equação 3 o BDI como taxa e na equação 4 como valor monetário.

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Equação 3 BDI

I

CD

eço

=

×

Pr

fonte: Jungles & Ávila, 2006

Equação 4

BDI

CD

eço

=

+

Pr

fonte: Jungles & Ávila, 2006

Jungles & Ávila (2006) ressaltam que o índice BDI pode ser distinto de obra para obra, variar segundo o número de obras ou do volume de contratos disponíveis em uma empresa e, mesmo, do custo financeiro incorrido no momento de formação de propostas.

Ressaltam também que quanto maior o número de obras e/ou serviços em carteira, menor poderá ser o valor do BDI, já que há maior número de contratos a suportar os custos fixos de administração da empresa, com expressão direta na sua competitividade.

De outra forma, se manter o valor de BDI poderá obter maior margem de lucro. Porém deve-se fazer uma avaliação criteriosa do mercado afim de que não se perca competitividade.

2.6.1 – Os Custos indiretos

Os custos indiretos estão relacionados à administração central da empresa, e incluem os custos da sede da empresa rateados entre os empreendimentos em andamento, tais como; honorários de diretoria, administração central de pessoal, administração de patrimônio, aluguel da sede, comunicações, materiais de expediente, treinamento e desenvolvimento tecnológico, viagens, etc.

“Este item é de difícil mensuração analítica, pois depende do porte da empresa, da sua estrutura organizacional, de sua política de negócios, volume de obras em andamento, do seu faturamento” (CAMPITELI, 2006).

Jungles & Ávila (2006) analisam os gastos com a administração central da seguinte forma:

• Custos gerais de administração no processo: referem-se as despesas que indiretamente estão ligadas ao suporte e apoio à administração do canteiro da obra. Incluem neste item; custos de cartas de garantias ou caução dadas por bancos em garantia do cumprimento do contrato; engenheiros de suporte à obra; os integrantes da estrutura de compras lotados na sede da empresa e nos escritórios de apoio; gastos com folha de pagamento do pessoal lotado em serviços de manutenção e oficinas sob responsabilidade do canteiro, etc.

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• Custos gerais de administração da empresa: cita-se; salário de diretores; de pessoal técnico e burocrático vinculados ao quadro permanente da empresa; encargos sociais conexos a este pessoal; aluguel de sede e de almoxarifados; despesas com serviços públicos; etc.

• Custos financeiros vinculados ao capital de giro; são caracterizados como aqueles a remunerar a utilização de capital de giro necessário à realização do empreendimento.

• Custos de manutenção, depreciação, operação e reposição: referem-se à manutenção, operação e reposição de estruturas físicas de apoio, de equipamentos não considerados na composição de custos unitários e de equipamentos de uso transitório. Podem representar um valor expressivo e é recomendável sua utilização na composição do BDI.

2.6.2 – Tributos

Sob o título de tributo, estão englobando os impostos, as taxas e as contribuições devidos aos fiscos da união, estados e municípios.

Inclui o PIS, COFINS, IPMF e CPMF, imposto de renda. O ISS, imposto sobre serviço, é um tributo municipal e sendo assim sua taxa não é a mesma para todo o país. Fica a critério dos municípios a sua taxação, desde aqueles que deixa a construção civil isenta do tributo até aos que taxam com percentuais que variam de 2,0 a 5,0% do valor total da obra.

2.6.3 – Valor de risco

“Este item trata da cobertura, por meio de seguros, risco de danos inerentes á construção civil” (CAMPITELI, 2006).

Na construção civil o risco deve ser quantificado em valores monetários, visando dispor a empresa de capital para cobertura de eventual sinistro e evitar sua descapitalização, caso lhe seja atribuída culpa em alguma eventualidade (JUGLES; AVILA, 2006).

Jungles & Ávila (2006) ressaltam ainda que, o risco pode ser então interpretado como o prêmio pago por algum seguro efetuado com o objetivo de garantir coberturas de perdas a possíveis acidentes e descumprimento contratuais, ou como o custo direto da empresa previsto para cobrir eventuais danos, exigências da legislação ambiental ou a suspensão de faturamento por motivo de chuva ou imprevistos do gênero, quando não cobertos por seguros.

2.6.4 – Montante ou margem de lucro

Lucro ou margem é a parcela que incide sobre o custo orçado que tem por objetivo remunerar custo do capital aplicado, capacidade administrativa,

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gerencial e tecnológica adquirida, responsabilidade pela administração do contrato, formação técnica de seu pessoal e a capacidade de reinvestir no próprio negócio (CAMPITELI, 2006).

A margem de lucro é definida como um percentual incidente sobre o somatório dos custos diretos, indiretos e do valor de risco. (JUNGLES; AVILA, 2006).

Após a dedução dos custos de produção, administrativos e tributos do faturamento esperado, a margem de lucro deve ser compatível com a taxa de mínima atratividade da empresa.

2.7 – Descrição dos serviços e tecnologia empregada na execução de redes de esgoto sanitário (NBR 9814 e norma de regulamentação técnica da

CASAN, 2009)

2.7.1 – Escavação de valas poços e cavas

Os equipamentos a serem utilizados deverão ser adequados aos tipos de escavação. Para escavação de valas, poços e cavas até 4,0 metros poderá ser utilizado retro-escavadeira. Para profundidades superiores a 4,0 metros deve-se fazer uso de escavadeira hidráulica. O acerto final da vala deve deve-ser executado manualmente com pás e enxadas.

Salienta-se que o manual de especificação de serviços da CASAN prevê que todos os danos provocados a propriedades particulares ou sistemas de galerias de águas pluviais e sistemas de abastecimento d’água, deverão ser reparados por conta da empresa contratada.

2.7.2 – Largura das valas para assentamento de tubos PVC para esgoto sanitário

A largura da vala deve ser fixada em função das características do solo e da tubulação empregada, da profundidade, do tipo de escoramento e do processo de escavação empregada.

A norma NBR 9814/1987 determina que a largura livre de trabalho na vala deve ser, no mínimo, o diâmetro do tubo acrescentado de 60 centímetros, para profundidades até 2,0 metros. Para profundidades que excedam este limite deve ser acrescentados 10 centímetros para cada metro ou fração excedente, sendo determinado de acordo com a capacidade suporte do solo local.

2.7.3 – Regularização do fundo da vala, poços e cavas

Quando a escavação atingir o nível definido em projeto, deve-se fazer a regularização do fundo de modo a deixa-lo limpo e plano. Apto a receber o tubo.

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Nas condições em que o terreno não exerça a capacidade suporte desejada, deve-se então aprofundar a escavação o suficiente para a execução de um colchão de material, que poderá ser de pedra de mão ou brita, ou lastro laje e berço conforme as especificações da NBR 9814/1987.

Quando o fundo da vala for de rocha nua, deve-se então aprofundar a escavação de modo a executar um colchão de areia para assentamento do tubo.

2.7.4 – Aterro/reaterro de valas, poços e cavas

Os serviços de aterro/reaterro deverão ser feitos com o auxílio de retroescavadeiras até que se atinja o nível original da rua onde se está executando a rede de coleta de esgoto. Este serviço deve ser feito em paralelo com a retirada do escoramento.

O material de reaterro deve estar livre de pedras ou corpos estranhos que possam vir danificar a tubulação.

Convém ressaltar que é necessário que se calce o tubo com solo escavado ou areia, manualmente, de modo que este mantenha sua posição quando a retroescavadeira começar a lançar maiores quantidades de aterro sobre o tubo. Esta primeira camada deve ser manualmente apiloada com soquetes de modo que o tubo mantenha a posição definida em projeto.

2.7.5 – Compactação manual

Este item compreende os serviços executados manualmente referente ao preenchimento de valas, poços ou cavas, com areia ou o próprio material escavado.

É utilizado um soquete de madeira, e deve-se compactar camadas de solo não superior á 20 centímetros.

Normalmente é utilizado para reaterro de ramais prediais onde é menor o volume de escavação ou em camadas de reaterro que estão imediatamente sobre o tubo e suas laterais.

2.7.6 – Compactação mecânica sem controle do grau de compactação

A CASAN compreende que compactação mecânica sem controle do grau de compactação é todo o reaterro que utiliza o próprio material escavado para reaterro.

A compactação é realizada em camadas, em torno de 30 centímetros de espessura, com compactadores do tipo placa vibratória.

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2.7.7 – Compactação mecânica com grau de compactação maior ou igual a 95 % do Próctor normal

Nos casos em que a tubulação é assentada sob a via carroçável e o reaterro é feito com material coesivo, deve-se preencher os espaços entre a base de assentamento do tubo até a geratriz superior acrescido de uma camada de proteção do tubo definida em projeto, deve ser compactada manualmente com soquetes em camadas não superiores a vinte centímetros. O restante da vala deverá ser feito a compactação mecânica a 95% do Proctor normal (conforme definido pela norma NBR 7122/1994).

2.7.8 – Remoção e reposição de pavimentação

A NBR 9814/1987 cita que a remoção do pavimento deve ser feita na largura da vala acrescida de 20 centímetros para cada lado, quando estiver no leito de ruas , e de 5 centímetros para cada lado quando estiver sob passeio.

Os serviços de execução de redes coletoras de esgotos invariavelmente interferem no leito carroçável de ruas e vias. Sendo assim é necessária sua remoção para assentamento da rede e posteriormente sua reposição com qualidade igual a que se tinha anteriormente.

No caso da remoção do pavimento, em vias públicas de maior movimento, é necessário o contato com as autoridades competentes a fim de se conseguir a liberação necessária para o rompimento do pavimento.

Deve-se fazer a remoção por meios mecânico ou manual conforme o tipo de pavimentação.

Para asfalto deve-se primeiro fazer o corte na largura necessária à escavação e montagem do escoramento, posteriormente sua remoção com o auxílio de retro-escavadeira e serventes.

Em vias pavimentadas em blocos a retro-escavadeira rompe o pavimento e operários realizam sua remoção do leito carroçável. O material que é possível de aproveitamento deve se armazenado em local seguro para a futura recolocação.

Após serem concluídos todos os trabalhos de reaterro e compactação, é feita a recomposição do pavimento. Este deve ser feito de modo que não haja irregularidades de sua superfície em relação ao greide e secção transversal da via.

2.7.9 – Carga e descarga de entulho e material escavado

O material considerado impróprio para reaterro de valas e recomposição de pavimento deverá ser transportado até uma área, previamente determinada, para bota-fora. A carga, descarga e transporte deverão ser executados com equipamentos apropriados para esta finalidade, ou seja,

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retroescavadeiras para carga, e caminhões basculantes para transporte e descarga do material.

2.7.10 – Escoramento

É obrigatório o escoramento de valas com profundidade superior a 1,30 m ou sempre que se escava em terrenos passiveis de desmoronamento de suas paredes laterais. O tipo de escoramento a ser utilizado dependerá do tipo de solo em que se está escavando, da profundidade da vala e das condições locais.

2.7.10.1 – Pontaleteamento

Consiste em escorar as paredes laterais da vala com pranchas de madeira-de-lei, de dimensões de 0,03 x 0,3 metro, espaçado de 1,35 e travado horizontalmente por estroncas de eucalipto com o diâmetro de 20 centímetros.

2.7.10.2 – Escoramento descontínuo

O escoramento descontínuo consiste em escorar as paredes laterais da vala com pranchas de madeira-de-lei, nas dimensões acima citadas, espaçadas a cada 60 centímetros (de eixo a eixo). Travadas com o uso de longarinas ao longo da extensão de toda vala e estas travadas com o uso de estroncas de eucaliptos com 20 centímetros de diâmetro, espaçadas a cada 1 metro – ver anexo folha 1 (regulamentação técnica dos serviços da CASAN, 2009).

2.7.10.3 – Escoramento contínuo

No escoramento contínuo toda a parede lateral da vala é coberta pelas pranchas de madeira-de-lei, nas dimensões já citadas, travadas com o uso de longarinas ao longo de toda extensão da vala, e as longarinas travadas com o uso de estroncas espaçadas a cada 1 metro – ver anexo folha 2 (regulamentação técnica dos serviços da CASAN, 2009).

2.7.10.4 – Escoramento especial

Este tipo de escoramento difere do contínuo apenas porque as pranchas de madeira apresentam encaixe tipo macho e fêmea. A parede lateral da vala é escorada pelas pranchas e estas estão intertravadas entre si através dos encaixes. Além deste dispositivo também se faz o uso de longarinas e estroncas nas condições acima citadas – ver anexo folha 3 (regulamentação técnica dos serviços da CASAN, 2009).

2.7.10.5 – Escoramento metálico

Consiste em escorar as paredes laterais da vala com estacas-pranchas metálicas travadas com o uso de longarinas e estroncas de eucaliptos.

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O método de cravação das estacas pranchas normalmente se dá com o uso de jatos d’água para a perfuração do solo, enquanto simultaneamente a retro-escavadeira empurra a estaca-prancha para cravá-la no solo – ver anexo folha 4 (regulamentação técnica dos serviços da CASAN, 2009).

Outro sistema de escoramento metálico é através de estrutura pré-montada em chapas metálicas grossas. Estas estruturas são feitas com chapas metálicas com 2,0 x 3,0 metros, estroncadas em dois quadros, por meio de um tubo metálico de 20 centímetros de diâmetro.

Estas estruturas são içadas para dentro da vala através da retroescavadeira. Um vez dentro a retroescavadeira puxa-a na direção das escavação.

2.7.10.6 – Escoramento misto, metálico madeira, tipo Hamburguês

Consiste no escoramento das paredes laterais da vala com o uso de perfis metálicos de secção I 10”, cravados no solo com o uso de bate-estaca, espaçados a uma distância máxima de 2 metros, travados com o uso de longarinas e estroncas de madeiras.

O vão dos perfis é preenchido com pranchas de madeira-de-lei (0,06 x 0,16m) dispostas horizontalmente, encaixadas e encunhadas nos perfis metálicos. O empranchamento deve acompanhar a escavação – ver anexo folha 5 (regulamentação técnica dos serviços da CASAN, 2009).

Os perfis metálicos devem estar travados por meio de estronca metálica ou de eucalipto com diâmetro não inferior a 20 centímetros.

A retirada do escoramento deve acompanhar as atividades de reenchimento da vala. As longarinas e estroncas devem ser retiradas somente quando o reaterro atingir o nível destas, e a retirada dos perfis somente quando a vala estiver totalmente preenchida. O vão deixado pelos perfis deve ser preenchido com material granular fino.

2.7.11 – Esgotamento de valas e poços

Quando a escavação atingir o lençol freático deve-se manter o terreno permanentemente drenado. Normalmente o esgotamento é feito por bombas tipo sapo. Em casos especiais pode-se realizar o rebaixamento de lençol freático por meio de ponteiras filtrantes e conjunto de rebaixamento. Deve-se estar atentos quanto a possibilidade de abatimento das faixas laterais da vala ou ainda recalque do terreno podendo provocar danos em estruturas próximas.

2.7.12 – Assentamento de tubos e conexões de PVC

Os tubos e conexões de PVC com junta elástica são de fácil instalação. Necessita apenas de alguns cuidados tais como: colocação do anel de borracha; a limpeza do interior da bolsa e a ponta do tubo; aplicação do

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lubrificante recomendado pelo fabricante nas partes internas da bolsa, anel de borracha e ponta do tubo.

A ponta do tubo deve ser introduzida até o final do tubo, para isto deve ser utilizado alavancas ou aparelhos Tifor.

2.7.13 – Poços de visita

Basicamente o PV é composto dos seguintes itens: laje de fundo, em concreto armado apoiado sobre lastro de brita ou cascalho grosso; Câmara de trabalho ou balão, executada em tubos de concreto pré-moldados; Câmara de acesso ou chaminé; Tampão em ferro fundido.

As cavas para os poços de visita terão dimensão interna livre, no mínimo, igual a medida externa da câmara de trabalho ou balão, acrescida de 0,6 metro.

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CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA 3.1 – Delimitação da área de estudo

O trabalho de campo se desenvolveu em uma obra da CASAN, no município de São José – SC, chamada de Sistema de Esgotamento Sanitário da Avenida das Torres norte e bairro CEASA. Na região não há nenhum tipo de coleta de esgoto e a maior parte das residências tem seus sistemas de fossas/sumidouros ligados aos sistemas de drenagem de águas pluviais.

A figura 1 situa a localização da área de estudo. A área hachurada em amarelo representa a área que receberá a implantação do sistema de esgoto.

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A obra de implantação de esgoto, executada pela empresa COSATE – Construção, Saneamento e Engenharia Ltda. terá um custo total aproximado de 10,7 milhões de reais. Neste preço incluem a execução dos serviços e o fornecimento dos materiais. O prazo de execução é de 710 dias corridos, contados a partir de 20 de fevereiro de 2009.

3.2 – Levantamento dos dados

Os dados foram coletados no período entre 1º de julho e 25 de setembro de 2009, de execução de rede coletora, e entre 1º e 25 de setembro de 2009 de ligações prediais. Exceto o encarregado Gringo, que os dados foram também incluídos os meses de maio e junho, meses em que ocorreu a execução de vala com escoramento hamburguês.

Foram coletados os dados de três equipes distintas de execução de rede coletora chamadas de A,B e C. Das ligações prediais os dados foram colhidos de uma frente de serviço que tinha somente o objetivo de executar este tipo de serviço.

A amostra total coletada foi de 3025 metros de rede coletora e de 47 unidades de ligações prediais executadas.

As equipes são compostas por: • Equipe A:

- Um encarregado de frente de serviço; - Dois escoradores;

- Cinco serventes nos meses de maio e junho, três serventes nos meses de julho e agosto, e quatro serventes no mês de setembro; - Uma retroescavadeira, com seu respectivo operador; - Uma escavadeira hidráulica, com seu respectivo operador; - Dois caminhões truck basculantes, com seus respectivos motoristas.

• Equipe B:

- Um encarregado de frente de serviço; - Dois escoradores;

- Cinco serventes nos meses de julho e agosto, e quatro nos meses de setembro;

- Um caminhão truck basculante e seu respectivo motorista; - Uma retroescavadeira e seu respectivo operador.

• Equipe C:

- Um encarregado de frente de serviço;

- Dois escoradores nos meses de julho e agosto, e um no mês de setembro;

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- Seis serventes nos meses de julho e agosto, e quatro no mês de setembro;

- Um caminhão truck basculante e seu respectivo motorista; - Uma retroescavadeira e seu respectivo operador;

• Equipe D:

- Um encarregado de frente de serviço; - Cinco serventes;

- Uma retroescavadeira, e seu operador, que também e o encarregado de frente de serviço.

A coleta dos dados de produtividade das equipes se fez através do acompanhamento diário das frentes de serviço de implantação de redes de esgoto, ligações prediais e anotações referentes às atividades. Estas anotações contêm as principais informações consideradas relevantes á execução da rede, tais como: condições do tempo (seco ou chuvoso), característica do solo (argiloso ou arenoso), diâmetro do tubo, faixa de profundidade da vala (até 2,0 metros e entre 2,0 e 4,0 metro), tipo de escoramento utilizado, presença ou não de água no solo.

Quanto as condições do tempo, os dias foram classificados como, dia de tempo bom e tempo ruim. Tempo bom classificam-se os dias onde as condições do tempo não influenciaram na produtividade das equipes. Dias de tempo ruim os dias onde as equipes foram interrompidas durante a jornada de trabalho ou mesmo não puderam começar os serviços. Desta forma os dias de tempo ruim, não foram computados no trabalho.

Dias com informações consideradas inconsistentes foram descartadas da mesma forma que os dias de condições do tempo não adequadas.

O solo foi classificado de acordo com sua característica predominante. Adotou-se como solo de características arenosas o terreno que não apresentava coesão natural, e com seu material visivelmente granulado. Valas abertas em terrenos com estas características apresentam seus taludes instáveis, e sendo assim impõem maiores esforços ao escoramento e desta forma se faz necessário o uso de escoramentos mais seguros e contínuos. A escavações em solos arenosos deve ser executada com maior cuidado, isso porque a baixa estabilidade dos taludes pode resultar no seu desmoronamento e conseqüentemente danos a construções próximas do corte. Este material demanda menos energia para compactação que solos argilosos.

Solos classificados como argilosos, apresentam boa coesão entre suas partículas e são visivelmente pouco permeáveis. Seus taludes impõem menores esforços ao escoramento, sendo assim é possível a utilização de escoramentos descontínuos. Neste tipo de solo é essencial a sua compactação em camadas, não superior a quarenta centímetros, sendo em alguns casos

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(valas de grandes profundidades ou solo molhado) necessária a troca do material escavado por areia.

A água presente no solo é esgotada por meio de bombas tipo sapo com motor a explosão. Desta forma classificou-se a escavação quanto a presença ou não de água no solo.

Com relação às ligações prediais, o acompanhamento foi feito visando medir a produção diária de cada equipe em unidades de ligações prediais executadas. Isto justificado pelo pequeno porte das escavações realizadas para execução dos ramais prediais – em geral não excede a 1 metro de profundidade.

Os equipamentos analisados foram somente as retroescavadeiras de cada frente de serviço, pois os caminhões basculantes normalmente são utilizados em conjunto com outra equipe e desta forma torna-se imprecisa coleta dos dados referentes a este consumo. Quanto a mão-de-obra considerou-se o consumo de serventes, pois com relação ao encarregado de frente de serviço este é o próprio operador da retroescavadeira. Os consumos, neste caso, são expressos em horas de trabalho por unidade de ligação executada (hr/un).

O tipo de tubo assentado foi de PVC corrugado, junta elástica, de 150 milímetros somente – para rede coletora, os ramais prediais foram executados entre 100 e 150 mm. Outros diâmetros não foram analisados em função de que não foram executados durante o período da coleta dos dados.

Os dados referentes à jornada de trabalho diária das equipes serão coletados com base na folhas-ponto assinadas mensalmente pelos operários e seus encarregados de frente de serviço.

Os equipamentos a serem analisados o consumo serão; caminhões basculantes, guindaste bate-estaca (no caso de execução de rede com escoramento hamburguês) retroescavadeiras e escavadeiras hidráulicas. Dados de consumo destes equipamentos serão coletados com base, também, da folha-ponto dos respectivos operadores e motoristas de cada equipamento. Os dados de consumo dos equipamentos incluem as horas produtivas e horas ociosas dos equipamentos durante o período de trabalho.

O consumo de óleo diesel dos equipamentos foi coletado através da planilha de abastecimento de cada equipamento.

3.3 – O processamento dos dados e apresentação dos resultados

A análise do consumo da mão-de-obra e equipamentos será feita levando em conta que diariamente há a repetição dos serviços – rompimento de pavimento, escavação de vala, montagem de escoramento, assentamento de tubo, reaterro de vala e compactação do solo. Serviços estes que por obrigação são finalizados até o final do dia de trabalho, pois em obras situadas sob vias

Referências

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