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Moda sem gênero: um estudo para a busca de quebras de paradigmas relacionados às vestimentas

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Academic year: 2021

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ANTONIO ZANI NETTO

MODA SEM GÊNERO: UM ESTUDO PARA A BUSCA DE QUEBRAS DE PARADIGMAS RELACIONADOS ÀS VESTIMENTAS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

APUCARANA 2016

(2)

MODA SEM GÊNERO: UM ESTUDO PARA A BUSCA DE QUEBRAS DE PARADIGMAS RELACIONADOS ÀS VESTIMENTAS

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Apucarana, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo.

Orientador: Prof. Celso Tetsuro Suono

APUCARANA 2016

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CODEM – Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda

TERMO DE APROVAÇÃO

Título do Trabalho de Conclusão de Curso Nº 225

Moda sem gênero: um estudo para busca de quebra de estereótipos relacionados às vestimentas

por

ANTONIO ZANI NETTO

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado aos dois dias do mês de dezembro do ano de dois mil e dezesseis, às dezoito horas, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda, linha de pesquisa Processo de Desenvolvimento de Produto, do Curso Superior em Tecnologia em Design de Moda da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O candidato foi arguido pela banca examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a banca examinadora considerou o trabalho aprovado.

______________________________________________________________ PROFESSOR(A) CELSO TETSURO SUONO – ORIENTADOR(A)

______________________________________________________________ PROFESSOR(A) BRUNA VILAS BOAS DA SILVA PONTARA – EXAMINADOR(A)

______________________________________________________________ PROFESSOR(A) MARÍLIA GABRIELA DUARTE SÊGA – EXAMINADOR(A)

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PR

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NETTO, Antonio Zani. Moda sem gênero: um estudo para busca de quebra de estereótipos relacionados às vestimentas. 2016. 171 f. Trabalho de Conclusão de Curso – Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Apucarana, 2016.

Durante a elaboração desse projeto buscou-se melhor entender o conceito de gênero, com o objetivo de aplicar os conhecimentos obtidos em uma coleção de produtos de moda que fuja aos padrões sociais direcionados a questão. Tendo em vista os quesitos técnicos e estéticos necessários para o desenvolvimento de um produto de vestuário que sirva em ambos os corpos, masculino e feminino, e que responderá o problema central deste estudo que é: como desenvolver um vestuário que sirva tanto em um corpo masculino quanto feminino. Foi utilizada para essa pesquisa a metodologia bibliográfica e qualitativa para maior familiaridade com o tema.

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NETTO, Antonio Zani. Fashion genderless: a study for the search of breaking stereotypes related to clothing. 2016. 171 p. Final Project College of technology in Fashion Design. Federal Technological University of Paraná. Apucarana. 2016

During the preparation of the project sought to better understand the concept of gender, with the intention of putting into practice the knowledgment obtained in a collection of fashion products that flee social standards directed to the question. In view of the technical and aesthetical necessary requirements for the development of a clothing product that fits in both bodies, male and female, and that will solve the main problem of this study that is: How to develop a clothing that fits in both, male and female body. It was used for this research the bibliographic methodology and qualitative for better familiarity with the topic.

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Figura 1 - Jaden Smith (estrela de campanha feminina da Louis Vuitton)... 11

Figura 2 - Campanha da C&A. "Misture, ouse, divirta-se" ... 12

Figura 3 - Campanha C&A do Dia dos Namorados ... 12

Figura 4 - Boy George cantor e compositor ... 16

Figura 5 - David Bowie Cantor, compositor e ator ... 16

Figura 6 - Lady Gaga. Cantora, compositora e atriz ... 17

Figura 7 - Coleção de Verão 2015 de JW Anderson. ... 25

Figura 8 - Selfridges. ... 26

Figura 9 - Selfridges ... 26

Figura 10 - Gucci, inverno 2016 RTW / Gucci, verão 2016 ... 27

Figura 11 - João Pimenta ... 27

Figura 12 - Look total Ellus Sport DLX ... 28

Figura 13 - Colcci ... 28

Figura 14 - Gloria Coelho e Alexandre Herchcovitch ... 29

Figura 15 - Alexandre Herchcovitch. ... 29

Figura 16 - Coven ... 30

Figura 17 - Desfile de Ellias Kaleb na Casa de Criadores ... 30

Figura 18 - Desfile Igor Dadona na Cada de Criadores ... 31

Figura 19 - Desfile da Ocksa na Casa de Criadores ... 31

Figura 20 - Uso de saia por homem ... 32

Figura 21 - Uso de roupas masculinas por mulheres ... 32

Figura 22 - Logos marca Antonio Zani Clothing ... 45

Figura 23 - Inspiração para layout do exterior da loja ... 47

Figura 24 - Inspiração para interior da loja ... 47

Figura 25 - Inspiração para interior da loja ... 47

Figura 26 - Inspiração para interior da loja ... 48

Figura 27 - Inspiração para interior da loja ... 48

Figura 28 - Tag ... 49

Figura 29 – Etiqueta ... 49

Figura 30 - Cartão de visita ... 50

Figura 31 - Embalagem ... 50

Figura 32 - Público Alvo ... 51

Figura 33 - Público alvo ... 51

Figura 34 - Imagem ilustrativa da macrotendência Geração Slash ... 53

Figura 35 - Imagem ilustrativa da tendência Gênero Blur ... 54

Figura 36 - Microtendência Moda Não-binária, shapes e matériais ... 54

Figura 37 - Microtendência Minimal, cores e tecidos. ... 55

Figura 38 - Microtendência Minimal, cores e formas. ... 55

Figura 39 - Painel de Referência da Coleção ... 57

Figura 40 - Cartela de Cores ... 58

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Figura 45 - Croqui ilustrativo da proposta do look 2 ... 64

Figura 46 - Croqui ilustrativo da proposta do look 3 ... 65

Figura 47 - Croqui ilustrativo da proposta do look 4 ... 66

Figura 48 - Croqui ilustrativo da proposta do look 5 ... 67

Figura 49 - Croqui ilustrativo da proposta do look 6 ... 68

Figura 50 - Croqui ilustrativo da proposta do look 7 ... 69

Figura 51 - Croqui ilustrativo da proposta do look 8 ... 70

Figura 52 - Croqui ilustrativo da proposta do look 9 ... 71

Figura 53 - Croqui ilustrativo da proposta do look 10 ... 72

Figura 54 - Croqui ilustrativo da proposta do look 11 ... 73

Figura 55 - Croqui ilustrativo da proposta do look 12 ... 74

Figura 56 - Croqui ilustrativo da proposta do look 13 ... 75

Figura 57 - Croqui ilustrativo da proposta do look 14 ... 76

Figura 58 - Croqui ilustrativo da proposta do look 15 ... 77

Figura 59 - Croqui ilustrativo da proposta do look 16 ... 78

Figura 60 - Croqui ilustrativo da proposta do look 17 ... 79

Figura 61 - Croqui ilustrativo da proposta do look 18 ... 80

Figura 62 - Croqui ilustrativo da proposta do look 19 ... 81

Figura 63 - Croqui ilustrativo da proposta do look 20 ... 82

Figura 64 - Croqui ilustrativo da proposta do look 21 ... 83

Figura 65 - Croqui ilustrativo da proposta do look 22 ... 84

Figura 66 - Croqui ilustrativo da proposta do look 23 ... 85

Figura 67 - Croqui ilustrativo da proposta do look 24 ... 86

Figura 68- Croqui ilustrativo da proposta do look 25 ... 87

Figura 69 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 1 ... 88

Figura 70 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 2 ... 89

Figura 71 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 3 ... 90

Figura 72 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 4 ... 91

Figura 73 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 5 ... 92

Figura 74 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 6 ... 93

Figura 75 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 7 ... 94

Figura 76 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 8 ... 95

Figura 77 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 9 ... 96

Figura 78 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 10 ... 97

Figura 79 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 11 ... 98

Figura 80 - Croqui ilustrativo da proposta do look justificado 12 ... 99

Figura 81 - Ficha técnica – look 14 Macacão – página 01 ... 100

Figura 82 - Ficha técnica – look 14 Macacão – página 02 ... 101

Figura 83 - Ficha técnica – look 14 Macacão – página 03 ... 102

Figura 84 - Ficha técnica – look 14 Macacão – página 04 ... 103

Figura 85 - Ficha técnica – look 15 Blusa – página 01... 104

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Figura 90 - Ficha técnica – look 15 Saia – página 03... 109

Figura 91 - Ficha técnica – look 16 Longline – página 01 ... 110

Figura 92 - Ficha técnica – look 16 Longline – página 02 ... 111

Figura 93 - Ficha técnica – look 16 Longline – página 03 ... 112

Figura 94 - Ficha técnica – look 16 Shorts – página 01 ... 113

Figura 95 - Ficha técnica – look 16 Shorts – página 02 ... 114

Figura 96 - Ficha técnica – look 16 Shorts – página 03 ... 115

Figura 97 - Ficha técnica – look 17 Longline textura – página 01 ... 116

Figura 98 - Ficha técnica – look 17 Longline textura – página 02 ... 117

Figura 99 - Ficha técnica – look 17 Longline textura – página 03 ... 118

Figura 100 - Ficha técnica – look 17 Legging – página 01 ... 119

Figura 101 - Ficha técnica – look 17 Legging – página 02 ... 120

Figura 102 - Ficha técnica – look 17 Legging – página 03 ... 121

Figura 103 - Ficha técnica – look 18 Regata Longline – página 01 ... 122

Figura 104 - Ficha técnica – look 18 Regata Longline – página 02 ... 123

Figura 105 - Ficha técnica – look 18 Regata Longline – página 03 ... 124

Figura 106 - Ficha técnica – look 18 Short – página 01 ... 125

Figura 107 - Ficha técnica – look 18 Short – página 02 ... 126

Figura 108 - Ficha técnica – look 18 Short – página 03 ... 127

Figura 109 - Ficha técnica – look 19 vestido – página 01 ... 128

Figura 110 - Ficha técnica – look 19 vestido – página 02 ... 129

Figura 111 - Ficha técnica – look 19 vestido – página 03 ... 130

Figura 112 – Layout da prancha – look 01 Macacão ... 131

Figura 113– Layout da prancha – look 02 Blusa cropped e saia ... 132

Figura 114 - Layout da prancha – look 03 Longline e shorts ... 133

Figura 115 - Layout da prancha – look 04 Longline e legging ... 134

Figura 116 - Layout da prancha – look 05 Vestido regata e shorts ... 135

Figura 117- Layout da prancha – look 06 Vestido conceito ... 136

Figura 118 - Look confeccionado - Macacão croped ... 137

Figura 119 - Look confeccionado - Blusa croped e saia ... 137

Figura 120 - Look confeccionado - Camiseta longline e shorts ... 138

Figura 121 - Look confeccionado - Camiseta longline e calça legging ... 138

Figura 122 - Look confeccionado - Vestido regata e shorts ... 139

Figura 123 - Look confeccionado - Vestido conceitual ... 139

Figura 124 - Site - Página home ... 140

Figura 125 - Site - Página sobre ... 141

Figura 126 - Site - Página catálogo ... 142

Figura 127 - Site - Página loja ... 143

Figura 128 - Site - Página contato ... 144

Figura 129 - Catálogo - Capa e contracapa ... 145

Figura 130 - Catálogo - Páginas 1 e 2 ... 146

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Tabela 1 - Tabela de medidas masculinas em centímetros ... 35 Tabela 2 - Tabela de medidas femininas em centímetros ... 35 Tabela 3 - Dimensionamento e mix de produtos ... 61

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Quadro 1 - Nomenclaturas de identidades de gêneros... 19 Quadro 2 - Trilha sonora – Música “Happy Day” ... 150 Quadro 3 - Sequência de modelos na 1ª e na 2ª entrada ... 156

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Gráfico 1 - Resultado da questão 01 ... 38

Gráfico 2 - Resultado da questão 02 ... 39

Gráfico 3 - Resultado da questão 03 ... 39

Gráfico 4 - Resultado da questão 04 ... 40

Gráfico 5 - Resultado da questão 05 ... 40

Gráfico 6 - Resultado da questão 06 ... 41

Gráfico 7 - Resultado da questão 07 ... 41

Gráfico 8 - Resultado da questão 08 ... 42

Gráfico 9 - Resultado da questão 09 ... 42

Gráfico 10 - Resultado da questão 10 ... 43

Gráfico 11 - Resultado da questão 11 ... 43

Gráfico 12 - Resultado da questão 12 ... 43

Gráfico 13 - Resultado da questão 13 ... 44

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1 INTRODUÇÃO ... 9 1.1 Problema ... 9 1.2 Objetivos ... 10 1.2.1 Objetivo Geral ... 10 1.2.2 Objetivos Específicos ... 10 1.3 Justificativa ... 10 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 13 2.1 GÊNERO ... 13 2.1.1 Gênero x Masculino ... 14 2.1.2 Gênero x Feminino ... 17

2.1.3 Identidade de Gênero x Orientação Sexual ... 18

2.1.3.1 Identidade de Gênero ... 19

2.1.3.2 Orientação Sexual ... 23

2.1.4 Moda x Gênero ... 24

2.2 ANTROPOMETRIA ... 33

2.2.1 Antropometria na Moda Sem Gênero ... 34

3 METODOLOGIA ... 37

3.1 Tipo de pesquisa ... 37

3.2 Instrumento de coleta de dados ... 37

3.3 Análise do Resultado da Pesquisa ... 38

4 DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO ... 45 4.1 Empresa ... 45 4.2 PÚBLICO ALVO ... 51 4.3 PESQUISAS DE TENDÊNCIAS ... 53 4.3.1 MACROTENDÊNCIA ... 53 4.3.2 MICROTENDÊNCIA ... 54 4.4 Desenvolvimento do projeto ... 56 4.4.1 Delimitação do Projeto ... 56 4.4.2 Especificações do Projeto... 56 4.4.2.1 Nome da Coleção ... 56 4.4.2.2 Conceito da coleção ... 56 4.4.2.3 Referência da Coleção ... 56 4.4.2.4 Painel de referência ... 57 4.4.2.5 Cartela de Cores ... 58

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4.4.2.8 Tecnologias ... 60

4.4.2.9 Mix de produtos ... 61

4.4.2.10 Painel Semântico ... 62

4.4.2.11 Geração de alternativas ... 63

4.4.2.12 Seleção da geração de alternativas justificadas ... 88

4.4.2.13 Ficha técnicas dos looks selecionados ... 100

4.4.2.14 Pranchas dos looks confeccionados ... 131

4.4.2.15 Looks confeccionados ... 137

4.4.2.16 Dossie eletrônico (Site) ... 140

4.4.2.17 Catálogo impresso ... 145

4.4.3. Planejamento do desfile ... 149

4.4.3.1. Makeup e hair stylist ... 149

4.4.3.2. Trilha sonora... 150 4.4.3.3. Stylling ... 154 4.4.3.4. Sequência de entrada ... 155 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 157 REFERÊNCIAS ... 158 REFERÊNCIAS DE FIGURAS ... 160 REFERÊNCIAS DE TABELAS ... 162 REFERÊNCIAS DE QUADROS ... 163 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ... 164

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1 INTRODUÇÃO

A questão de identidade de gênero sempre esteve em discussão nos diferentes meios. Na moda o tema se encontra em debate com a tendência fashion que já recebeu vários nomes, dentre eles, o unissex, o agênero, o genderless, o

bender-gender e o gender-neutral. É um julgamento que vai além do conceito de

masculino e/ou feminino, podendo também ser interpretado como a neutralização do mesmo.

Contudo o vestuário, até então, pertencente ao homem e/ou a mulher, pode e deve ser compartilhado. E essa tendência surge justamente para romper com essas barreiras de estereótipo de que homens e mulheres não podem usar o mesmo tipo de roupa. De modo que fica permitido aos homens fazerem o uso de roupas femininas, adequando-as ao seu guarda-roupa, bem como a mulher adequando a vestimenta masculina ao seu.

Pontual (2015) diz que esse movimento “tem a ver com a ruptura dos estereótipos sobre as formas tradicionais de gênero. Saias para homens, ternos para mulheres e as linhas que definiam o masculino/feminino vão se apagando”.

1.1 Problema

Devido a uma tendência fashion que vem surgindo e tomando forças, a moda Agender (roupas sem gênero) continua crescendo nas últimas décadas, movimento este que nos leva a pensar sobre a seguinte questão: qual ou quais os atributos técnicos e estéticos são necessários para o desenvolvimento de um produto de vestuário que sirva tanto para um corpo masculino quanto para o feminino?

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1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver uma coleção de produtos de moda que fuja da classificação masculina e feminina.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Pensar em uma busca pela desmistificação de rótulos relacionados às vestimentas;

 Estudar estereótipos de vestimentas masculinas e femininas;

 Aplicar um conceito de roupa que fuja do padrão relacionado ao vestuário para os gêneros;

 Pesquisar quais são as características físicas que diferenciam o corpo masculino do feminino;

 Aplicar informações adquiridas através de pesquisas em um conceito de design de produtos de moda que atendam esse público com aspectos ergonômicos e estéticos.

1.3 Justificativa

Atualmente as discussões sobre gênero são constantes e tem se intensificado devido a crescente divulgação nas diversas mídias. No entanto, o conceito ideológico de gênero, além de polêmico, é algo bastante complexo, que nem sempre é traduzido de forma coerente em produtos e serviços oferecidos à sociedade.

Nesse sentido, o aprofundamento de estudos sobre o tema se faz necessário, a fim de aplicá-lo, neste caso, no desenvolvimento de coleções de moda

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inovadoras e sem uma classificação de gênero definida, rompendo assim, com a estereotipação de produtos em feminino e masculino.

Logo, é inerente a busca de novos padrões estéticos e técnicas de modelagem que proporcionem, ao público em questão, vestimentas adequadas às

suas necessidades primando pela qualidade e conforto das mesmas. Conforme evidenciado nas campanhas das já conceituadas marcas de

moda como, por exemplo, Saint Laurent, Burberry, Givenchy, Gucci e Louis Vuitton, dentre outras marcas igualmente influentes no mercado fashion, que vem trazendo mais do vestuário feminino para as passarelas masculinas, representando a busca pela igualdade de se vestir.

A marca Louis Vuitton, para sua campanha de roupa feminina primavera/verão 2016, contou com a participação do cantor e ator norte-americano Jaden Smith, filho do consagrado ator Will Smith, e que muitas vezes é visto usando roupas tanto do guarda-roupa feminino quanto do masculino. Desse modo, a versatilidade e desmistificação de rótulos e paradigmas em relação às vestimentas é o que fundamenta a importância desse projeto.

Figura 1 - Jaden Smith (estrela de campanha feminina da Louis Vuitton)

Fonte: Site - FFW. Fashion For Ward (2016)

Já no mercado fashion nacional as marcas que aderem à essa tendência são a Colcci, Alexandre Herchcovitch, Apartamento 03, João Pimenta, dentre outras. E lojas de departamento como a C&A que traz o conceito genderless para suas

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campanhas publicitárias como por exemplo, a campanha intitulada “Misture, ouse, divirta-se” tem o intuito de neutralizar os conceitos de gêneros.

Figura 2 - Campanha da C&A. "Misture, ouse, divirta-se" Fonte: Site - M de Mulher (2016)

Figura 3 - Campanha C&A do Dia dos Namorados Fonte: Site - EGO (2016)

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 GÊNERO

O termo gênero, no senso comum, pode ser utilizado para a diferenciação do ser, em termos biofisiológicos, do homem e da mulher, ou seja, é utilizado como sinônimo para sexo e diferenciação corporal entre masculino e feminino. Entretanto, para tal análise, deve-se, também, considerar os estudos sociológicos e psicológicos de como é entendida a diferenciação de gênero socialmente falando, levando em conta os padrões históricos e socioculturais atribuídos a homens e mulheres dentro da sociedade a qual os mesmos pertencem.

Desse modo, para Heilborn (1997):

Gênero é um conceito das ciências que se refere à construção social do sexo. Significa dizer que a palavra sexo designa agora no jargão da análise sociológica somente a caracterização anatomo-fisiológica dos seres humanos e a atividade sexual propriamente dita (HEILBORN. 1997. p. 4).

Por meio da compreensão das diferenças entre os gêneros no que diz respeito aos aspectos corporais, o gênero pode ser considerado um papel social aplicado sobre o indivíduo, desse modo pode ser construído ou descontruído, ou seja, é algo mutável. Heilborn (1997) diz que “... há machos e fêmeas na espécie humana, mas a qualidade de ser homem e ser mulher é condição realizada pela cultura”.

Portanto a interpretação de gênero vai além do papel social que o indivíduo exerce dentro de uma sociedade e pela cultura imposta a ele, como também não se limita a sua sexualidade.

Conforme Jesus (2012):

Sexo é biológico, gênero é social, construído pelas diferentes culturas. E o gênero vai além do sexo: O que importa, na definição do que é ser homem ou mulher, não são os cromossomos ou a conformação genital, mas a auto-percepção e a forma como a pessoa se expressa socialmente. (JESUS, 2012, p. 8)

Nessa perspectiva, com a evolução da compreensão do conceito de gênero, a sociedade vai desenvolvendo ideias e valores sobre os papéis que devem

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ser atribuídos e exercidos na concepção do ser homem e do ser mulher, masculino e feminino. De acordo com o Almeida e Wajnman (2002), distanciamos os conceitos sobre os papéis sexuais ligados os indicadores anatômicos e valorizamos a elaboração cultural, ou seja, gênero deve à noção de arbitrariedade que a cultura carrega em si. Heilborn (1997) ainda ressalta;

Também nas sociedade complexas, aquelas em que vivemos, estão organizados por critérios de diferenciação de gênero, que importam em expêriencias sociais muito diversificadas para homens e mulheres. Este condicionamento acopla-se com outros de igual importância como o de classe, de raça, de origem regional, de religião, e assim por diante (HEILBORN, 1997, p. 4)

Diante do apresentado, é possível concluir que gênero está diretamente ligado ao modo que a sociedade cria os diferentes papéis sociais e aos comportamentos relacionados aos homens e às mulheres.

2.1.1 Gênero x Masculino

Com o poder da discussão levantada sobre gênero através o movimento feminista e o movimento homossexual, colocando em questão o modelo de homem e a masculinidade. Segundo Almeida e Wajnman (2002), “com o movimento feminista e homossexual o homem heterossexual se vê em um problema, um modelo que não condiz mais, sendo assim, é necessário repensar o conceito”. Desse modo, coloca em cheque a filosofia machista impregnada na cultura da sociedade que tende a julgar e rotular qualquer homem que saia do padrão do que seria o “masculino”, logo o homem deve começar a rever seus conceitos sobre masculinidade. De acordo com Almeida e Wajnman (2002), o repensar masculino não muda o sistema de representação de gênero.

Atualmente o homem vivencia o universo feminino de forma mais positiva e aberta, contudo sem deixar de lado o ser masculino, o que não é uma tarefa fácil, mas ganha força com a atual mudança no cenário da moda e no modo de se vestir do homem e sua percepção acerca da importância do visual. Tornando-se assim necessário o questionamento sobre o estereótipo do que antes era dado como um homem tradicional.

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De acordo com Lipovetsky (2007):

Um movimento de redução da diferença enfática entre o masculino e o feminino, movimento de natureza essencialmente democrática. Mas o processo de “igualização” do vestuário logo revela seus limites, não prossegue até a anulação de toda diferença; seu ponto final não se identifica, como logicamente se poderia pensar extrapolando a dinâmica igualitária, a uma similitude unissex radical. Enquanto as mulheres têm acesso em massa aos trajes tipicos masculinos e os homens reconquistam o direito a uma certa fantasia, as diferenciações surgem reconstituindo uma clivagem estrutural das aparências. (LIPOVETSKY, 2007, p. 129)

De modo que o modelo homem tradicional fica de lado após o surgimento do pensamento neonarcizista, pensamento que não se limita apenas ao homem. Conforme Lipovetsky (2007), “no neonarcisismo, há confusão dos papéis e identidades anteriores dos sexos em favor de uma imensa vaga “unissex” de autonomia privada e de atenção a si, de hiperinvestimento no corpo, na saúde, nos problemas relacionais”. Contudo, o homem vem revendo a necessidade de ter uma vestimenta diferenciada, além do crescimento da necessidade de se tratar da sua aparência física e estética, desenvolvendo o costume e o uso de produtos cosméticos para manter uma vaidade estética. Como refere Lipovetsky (1989), “não há dúvidas de que os homens estão agora mais preocupados com a linha pele, a aparência; é essa tranformação que, entre outras, confirma a hipótese do neonarcisismo masculino”.

Umas das grandes causadoras da mudança da visão do homem em relação ao mercado fashion, e que exerce grande parte da influência sobre esse movimento é a mídia e o poder exercido pelos seus meios de comunicação sociais que chega até o público. Segundo Crane (2006), “o cinema e a música são elementos importantes nesse processo. Ao associar imagens de destaque às peças de roupas específicas, ambos alteram o significado dessas peças e seu poder simbólico para o público.”. Crane (2006) ainda faz uma ressalva, em que alega que muito dos estilos que provem da música popular podem ser muitas vezes andrógenos, como podemos observar nas imagens a seguir:

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Figura 4 - Boy George cantor e compositor Fonte: Site - FFW. Fashion For Ward (2015)

Figura 5 - David Bowie Cantor, compositor e ator Fonte: Site - FFW. Fashion For Ward (2015)

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Figura 6 - Lady Gaga. Cantora, compositora e atriz Fonte: Site - FFW. Fashion For Ward (2015)

Todo esse movimento artístico ajuda a fortalecer as tendências de moda que surgem com atributos andrógenos e sem gênero, afirmando a força dessa tendência de comportamento masculino no mercado fashion, do modo que evidencia o surgimento de novas características do público masculino que vai mudando e absorvendo novas informações de moda.

2.1.2 Gênero x Feminino

Quando se trata de gênero, Costa (2016) diz que é um termo constituído socialmente para compreender as relações de poder estabelecidos, o papel de gênero, e as relações existentes entre o homem e a mulher no meio em que vivem. Assim pode-se compreender que, com base nas definições e relações de papel de gêneros, a mulher começa a buscar tratamento igualitário, com o movimento feminista que procura emancipar a mulher da opressão vivida dentro da sociedade.

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O feminismo aparece como um movimento libertário, que não quer só espaço para a mulher – no trabalho, na vida pública, na educação –, mas que luta, sim, por uma nova forma de relacionamento entre homens e mulheres, em que esta última tenha liberdade e autonomia para decidir sobre sua vida e seu corpo (PINTO 2010 p. 16)

Segundo Costa (2016), a luta feminina é uma busca de construir novos valores sociais, nova moral e nova cultura. Já Rocha (2015) cita que essa luta das mulheres é pela igualdade de direitos e nasce pelas diferenças o que se dá uma ambivalência (igualdade versus diferença) que acompanha toda a trajetória do(s) feminismo(s) e fundamenta a ideia de identidade do sujeito feminino.

Logo, é possível entender que, de modo mais simples, o movimento feminista é a luta feminina pela igualdade de direitos entre os homens e mulheres em um aspecto sociocultural, político e econômico, procura suprir as desigualdades existentes. Como descreve Costa (2016), “uma luta pela democracia, que deve nascer da igualdade entre homens e mulheres e evoluir para a igualdade entre todos os homens, suprimindo as desigualdades de classe”.

2.1.3 Identidade de Gênero x Orientação Sexual

Quando se estuda sobre identidade de gênero entra em questionamento a orientação sexual, que são conceitos completamente distintos um do outro, pois a condição sexual de um indivíduo não tem a ver com a sua ideologia de gênero.

Conforme Jesus (2012):

Gênero é diferente de Orientação Sexual, podem se comunicar, mas um aspecto não necessariamente depende ou decorre do outro. Pessoas transgênero são como as cisgênero, podem ter qualquer orientação sexual: nem todo homem e mulher é “naturalmente” cisgênero e/ou heterossexual. (JESUS. 2012, p. 13)

Portanto o estudo de ambos os conceitos se torna necessário com o intuito de esclarecer dúvidas existentes sobre os termos, explicando o significado de identidade de gênero e orientação sexual, que não devem ser confundida. Por serem termos distintos e que não dependem um do outro para ocorrer.

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2.1.3.1 Identidade de Gênero

Ao se estudar gênero faz-se necessário abordar os conceitos relacionados à sua identidade, uma vez que traduz a ideia da sexualidade humana, sendo esta ligada diretamente aos papéis sociais constituídos pela sociedade. Tais papéis são direcionados e exercidos de modo a refletir os valores histórico, cultural e político da sociedade, sendo esta, ao longo do tempo, definida e fundamentada à luz do modelo patriarcal e heteronormativa, não valendo-se dos fatores bio-psicológicos do individuo.

Conforme Heilborn (1997):

As relações de gênero criam padrões fixos do que é próprio para o feminino e para o masculino e reproduzem estas regras como um comportamento natural do ser humano criando condutas e modos únicos de se viver sua natureza sexual. Isto significa dizer que a questão de gênero têm uma ligação direta com a forma como estão organizadas na sociedade os valores, desejos e comportamentos acerca da sexualidade. (HEILBORN, 1997, p. 4)

Pode-se compreender por meio dessa consideração, que os seres humanos nascem neutros, contudo ao longo da sua vida vão construindo sua identidade de gênero seja como homem, mulher ou ambos. Lima (2015) afirma que “ninguém nasce homem ou mulher, mas que cada indivíduo deve construir sua própria identidade, isto é, seu gênero, ao longo da vida”.

Hoje já podem ser encontradas mais de 50 nomenclaturas de identidade de gêneros, há cerca de 31 identificações de gêneros já reconhecidos pela Comissão de Direitos Humanos de Nova York, nos Estados Unidos da América, e essa terminologia só faz crescer com o decorrer do tempo. O quadro 1 que apresenta 23 classificações de gêneros.

Quadro 1 - Nomenclaturas de identidades de gêneros

Nome Conceito

Agênero Alguém que não se identifica com qualquer tipo de identidade de gênero. Esse termo também pode ser utilizado por alguém que intencionalmente não demonstra qualquer representação de gênero reconhecida.

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Andrógino Alguém que não se identifica, nem se apresenta, como apenas como homem ou mulher. “Andrógino” é utilizado por quem tem qualidades masculinas e femininas.

Bigênero Alguém que se identifica como homem e mulher ao mesmo tempo. Uma identidade bigênero é uma combinação destes dois gêneros, mas não obrigatoriamente uma repartição meio a meio, já que quem se identifica assim muitas vezes sente – e expressa – cada um desses gêneros por inteiro. Cisgênero Uma pessoa que tem a identidade de gênero

comumente associada a seu sexo biológico (por exemplo, alguém que é considerada mulher quando nasce e vive como uma mulher).

Duplo-espírito Esse termo provavelmente tem origem na tribo Zuni da América do Norte, apesar de personas de duplo-espírito já haverem sido documentadas em inúmeras tribos. Os nativo-americanos que têm características e apresentações tanto masculinas como femininas têm papéis particulares dentro de suas tribos, e são vistos como um terceiro gênero. Genderqueer Alguém que cuja identidade fica fora do sistema de

dois gêneros (ou seja, homem/mulher) ou que deseja desafiá-lo; essa pessoa pode se identificar por múltiplos gêneros, uma combinação de gêneros, ou “entre” gêneros.

Gênero em Dúvida Alguém que pode estar colocando em dúvida seu gênero ou sua identidade de gênero, e/ou considera outras maneiras de experimentar ou expressar seu gênero ou apresentação de gênero. Gênero Fluído Alguém cuja identidade de gênero e apresentação

não se limita a apenas uma categoria de gênero. Pessoas de gênero fluido podem ter compreensões dinâmicas ou flutuantes do próprio gênero, mudando de um para outro de acordo com o que sentir melhor no momento.

Gênero Não-conformista Alguém que tem a aparência e/ou cujo comportamento não segue o que a sociedade espera da aparência ou da maneira de uma pessoa daquele gênero agir. Transformistas, garotas masculinas e pessoas transgênero são alguns exemplos de gêneros não-conformistas.

Gênero Variante Um termo genérico para qualquer um que, por qualquer razão, não tem uma identidade cisgênero (isso inclui também outro termo genérico, trans*). Há quem reconheça problemas com esse termo, já que ele implica que esses gêneros são “desvios” de um gênero padrão, e reforça como “natural” o

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sistema de dois gêneros. Alguns preferem os termos “gênero diverso ou gênero não-conformista. Homem para Mulher

(Male to Female – MTF)

Uma pessoa trans que nasceu num corpo de homem, e agora vive como uma mulher e tem uma identidade de gênero feminina. Uma MTF está no meio do processo de transição, que pode ou não se completar eventualmente. Essa pessoa pode ou não ter alterado seu corpo físico com cirurgias, hormônios, ou outras modificações (por exemplo, treinamento vocal, eletrólise etc.). MTF é uma abreviação de “Male To Female”. Geralmente utiliza pronomes femininos (ou seja, “ela”, “dela”) ou termos de gênero neutro.

Intersex Geralmente se refere a alguém cujos cromossomos, gônadas (ou seja, ovários e testículos), perfis hormonais, e anatomia não estão de acordo com o que se espera do corpo típico nem de homens ou de mulheres. O termo intersex basicamente substituiu o termo “hermafrodita” para se referir a seres humanos.

Mulher para homem (Female to Male – FTM)

Uma pessoa trans que nasceu num corpo de mulher, e agora vive como um homem e tem uma identidade de gênero masculina. Um FTM está no meio do processo de transição, que pode ou não se completar eventualmente. Essa pessoa pode não ter alterado seu corpo físico com cirurgia, hormônios, ou outro tipo de modificação (por exemplo, treinamento vocal para desenvolver uma fala mais grossa). FTM é a abreviação em inglês de Female To Male. Costuma utilizar pronomes masculinos (“ele”, “dele”) ou palavras de gênero neutro.

Não-binário Pessoas que se identificam como não-binárias desprezam a ideia de uma dicotomia entre macho e fêmea, ou mesmo de um contínuo entre macho e fêmea com a androginia no centro.

Nenhum Alguém que prefere não aplicar rótulo algum em seu gênero.

Neutrois Um termo genérico dentro dos termos mais amplos de transgênero ou genderqueer. Inclui pessoas que não se identificam com o sistema binário de gênero (ou seja, homem/mulher).

Outro Uma escolha por não oferecer um dos rótulos comumente reconhecidos para o gênero de uma pessoa. Quando utilizado por alguém para descrever a si mesmo, essa pode ser uma maneira de se dar a liberdade de descrever (ou deixar de

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descrever) o próprio gênero. O termo “outro” não deve ser utilizado para descrever pessoas cujo gênero você não entende por completo ou não consegue definir.

Pangênero O pangênero é similar ao andrógino, no sentido de que a pessoa se identifica como um terceiro gênero com algum tipo de combinação dos aspectos tanto masculinos como femininos, mas um pouco mais fluidos. Também pode ser utilizado como um termo inclusivo para designar “todos os gêneros”.

Transgênero Um termo genérico que inclui todas as pessoas que têm um gênero que tradicionalmente não são associados a seu sexo. Pessoas que se identificam como transgênero podem ou não ter alterado seus corpos com cirurgias e/ou hormônios.

Trans* Este é um termo inclusivo, que se refere às muitas maneiras que uma pessoa pode transcender ou até mesmo transgredir o gênero ou as normas de gênero (por exemplo, inclui indivíduos que se identificam como transgênero, transexuais, gênero diverso etc.). Na maior parte das vezes o asterisco (*) não é seguido de um sexo ou termo de gênero – escreve-se simplesmente Trans* – para indicar que nem todas as pessoas se identificam com um rótulo de sexo ou gênero já estabelecido.

Transexual Para muitos este termo indica alguém que fez alterações permanentes a seu corpo físico, especificamente a sua anatomia sexual (ou seja, genitais e/ou seios ou peito) por meio de cirurgias. Há quem considere o termo “transexual” problemático por causa de sua história de patologia ou associação a desordens psíquicas. A fim de conseguirem fazer as operações necessárias para a mudança de sexo, muitas vezes a pessoa precisa de um diagnóstico psiquiátrico (historicamente, este diagnóstico era dado como “transexualismo”) e de recomendações de profissionais da saúde. O termo “transexual” costuma ser utilizado menos frequentemente pelas gerações mais jovens de pessoas trans.

Transmasculino Alguém que nasceu num corpo do sexo feminino e se identifica como alguém masculino, mas não se identifica completamente como homem. Muitas vezes pode-se encontrar a expressão “centro-masculino” para indicar em que ponto as pessoas que se identificam como transmasculinas se enxergam com relação aos outros gêneros.

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Transfeminino Alguém que nasceu num corpo do sexo masculino e se identifica como alguém feminino, mas não se identifica completamente como mulher. Muitas vezes pode-se encontrar a expressão “centro-feminino” para indicar em que ponto as pessoas que se identificam como transfemininas se enxergam com relação aos outros gêneros.

Fonte: Site – Lado Bi. Cultura e cidadania LGBT na real e com local

Entretanto, essa realidade é bem distante da sociedade brasileira, que ainda “luta” pelos direitos de identidade e expressão de gênero. Portanto, é uma ideia que ainda encontra sólidas barreiras para que seja aceita pela maioria da população brasileira, pois ainda é um tema recente e deve ser abordado para gerar visibilidade para esse público.

2.1.3.2 Orientação Sexual

Quanto à questão de gênero, termo que é “ligado” também à sexualidade humana, entra juntamente em debate a orientação sexual do indivíduo. Orientação sexual é a atração afetivossexual que o ser pode despertar pelo mesmo ou ambos os gêneros. Entretanto as definições de condição sexual e identidade de gênero são completamente distintas, logo, uma pessoa homossexual e ou bissexual não tem sua identidade de gênero questionada quanto ao seu papel social.

Segundo Jesus (2012):

Homossexuais se sentem atraídos por pessoas do mesmo gênero, e bissexuais por pessoas de qualquer gênero, o que não se relaciona com sua identidade de gênero, ou seja, não se questionam quanto a sua identidade como homens ou mulheres e ao gênero que lhes foi atribuído quando nasceram, ao contrário das pessoas transexuais e travestis. (JESUS. 2012 p 13)

Desse modo deixa-se claro que a orientação sexual não está ligada à identidade de gênero do ser. Portanto, a condição sexual de uma pessoa não está ligada ao gênero que ela se identifica, ou seja, um homem ou mulher que possui atração afetivossexual por uma pessoa do gênero oposto é heterossexual. Os que sentem desejo por ambos os gêneros são, atualmente denominados bissexuais, e o homossexual é aquele que se sente atraído por pessoas do mesmo gênero.

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Reforçando, ou melhor, explicando a consideração anterior, Jesus (2012) afirma que “uma pessoa trans pode ser bissexual, heterossexual ou homossexual, dependendo do gênero que adota e do gênero com relação ao qual se atrai afetivossexualmente”. É válido lembrar que a transexualidade é uma questão de identidade de gênero e não de condição sexual. Contudo o indivíduo transgênero em sua maioria se identifica com o sexo oposto e não ao seu de nascença. Como refere Jesus (2012), “denominamos as pessoas não-cisgênero, as que não são identificam com o gênero que lhes foi determinado, como transgênero, ou trans”.

2.1.4 Moda x Gênero

Moda e gênero são assuntos que têm ganhado muita força e estado em constante discussão, seja como plurissex, genderless, gender-bender, gender-fluid,

agender, unissex ou outro possível termo que possa vir a surgir com o tempo para

definir moda sem gênero, movimento que vai muito além das tendências fashion. Esse movimento tem a ver com a ruptura dos estereótipos sobre as formas tradicionais de gênero, o que nos faz repensar as definições pré-estabelecidas sobre o masculino e o feminino, buscando a igualdade no modo de vestir.

Na década de 1920 surgiu o movimento Tomboy, que deu início com Gabrielle Bonheur Chanel, estilista responsável pela criação da grife francesa Chanel, que buscou adaptar o guarda-roupa masculino para o vestuário feminino, como, por exemplo, a calça pantalona e a camisa listrada, ambas inspiradas nos uniformes da marinha francesa.

Já no movimento Hippie, ocorrido na década de 1960 até a metade de 1974, o unissex acabou surgindo com o homem e a mulher usando roupas independentes do gênero a qual “pertenciam”.

Logo na década 1980 se popularizou o movimento de cross-dressing, que é o termo utilizado para se fazer referência aos homens heterossexuais que sentem prazer ao se vestirem como mulheres. Contudo, as roupas unissex já existiam nas décadas de 1980 e 1990, entretanto a discussão sobre a neutralização de gêneros na moda ganha maior repercussão no ano de 2010. Como alega Salgado (2015):

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Nos anos 1980 existiam roupas unissex, entretanto, a discussão atual é bem maior e vai além. Há uma nova fase da discussão sobre a neutralização dos gêneros na moda, que eclodiu há cerca de cinco anos, quando o modelo Andrej Pejic (hoje Andreja) começou a desfilar para coleções femininas de ready-to-wear e Alta-Costura de Jean Paul Gaultier, uma das primeiras marcas a apostar na sua imagem. (SALGADO. 2015)

Atualmente, com a tendência de moda gender-bender, é possível observar nas ruas homens aderindo às peças de roupas do guarda-roupa feminino, que antes eram de único e exclusivo uso das mulheres, tais como, vestidos e saias, e isso se dá com a reeducação e a desmistificação de estereótipos que envolvem a vestimenta sobre gêneros. Para Pontual (2015), “isso passa pelo fenômeno chamado de transculturalismo, que salienta a fluidez entre as fronteiras culturais e no qual não cabem mais definições pré-estabelecidas sobre papéis masculinos e/ou femininos.”.

Quando se trata de marcas que estão aderindo e/ou adaptando a tendência de Agender em suas coleções, surgem as grifes internacionalmente conhecidas Saint Laurent, Burberry, Gucci, JW Anderson, American Apparel, Rad Hourani, Yohji Yamamoto, Nicopanda, Gareth Pugh e Selfridges, entre outras de igual importância, que aplicam a tendência gender-bender em seu segmento. Podemos observar a influência dessa tendência em algumas imagens a seguir:

Figura 7 - Coleção de Verão 2015 de JW Anderson. Fonte: Site - FFW. Fashion For Ward (2015)

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Figura 8 - Selfridges. Fonte: Site - Vogue (2013)

Figura 9 - Selfridges

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Figura 10 - Gucci, inverno 2016 RTW / Gucci, verão 2016 Fonte: Site - A coisa toda (2015)

Na Moda Brasileira também há marcas que trazem essa tendência para a semana de moda brasileira SPFW, como a marca Colcci, Alexandre Herchcovitch, Apartamento 03, João Pimenta, que é uma marca voltada para o público masculino, que, em seu último desfile no SPFW 2016, questiona o gênero na moda. (Figuras 11, 12, 13, 14,15 e 16.)

Figura 11 - João Pimenta

Fonte: Site - Revista Marie Claire (2016)

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Figura 12 - Look total Ellus Sport DLX Fonte: Site - Revista Marie Claire (2016)

Figura 13 - Colcci

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Figura 14 - Gloria Coelho e Alexandre Herchcovitch Fonte: Site - Revista Marie Claire (2016)

Figura 15 - Alexandre Herchcovitch.

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Figura 16 - Coven

Fonte: Site - Revista Marie Claire (2016)

Na semana de moda desenvolvida pela “Casa de Criadores”, evento de moda brasileira que ocorre na cidade de São Paulo-SP e tem como objetivo o lançamento de novos estilistas no mercado fashion nacional, no mês de abril de 2016, também foi possível encontrar muito dessa tendência nas coleções das marcas Ocksa, Igor Dadona, Ellias Kaleb, dentre outras. (Figuras 17,18 e 19)

Figura 17 - Desfile de Ellias Kaleb na Casa de Criadores

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Figura 18 - Desfile Igor Dadona na Cada de Criadores Fonte: Site - Casa de Criadores (2016)

Figura 19 - Desfile da Ocksa na Casa de Criadores Fonte: Site - M de mulher (2016)

Desse modo fica evidente o crescimento e o quanto forte essa macrotendência é e como o mercado fashion vem se adequando e aderindo a ela, buscando assim caminhar para a neutralização de gêneros no segmento da moda. Esse conceito de moda sem gênero já é encontrado nas ruas, com pessoas aderindo e utilizando a tendência genderless no seu cotidiano e adaptando as roupas para o seu estilo de vida sem perder sua identidade. (Figura 20)

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Como se pode-se analisar na figura 20 que traz um homem com camisa, jaqueta, calça e uma saia plissada que marca levemente sua cintura. De um modo sutil trazendo feminilidade à composição de suas roupas, deixa o visual harmônico e não caricato.

Figura 20 - Uso de saia por homem Fonte: Site – Moda para homens (2015)

Observando a figura 21 em que aparece uma mulher que traz em sua produção visual, peças da vestimenta “masculina”, sendo elas, camisa de botões e calça de alfaiataria, que antes eram consideradas de uso exclusivo dos homens. Logo se pode observar nas imagens também os tipos de trajes de roupas que são de cortes mais amplos e retos, como se vê nas camisas, camisetas, saias, vestidos, dentre outras peças.

Figura 21 - Uso de roupas masculinas por mulheres Fonte: Site – Pinterest (2016)

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2.2 ANTROPOMETRIA

A antropometria é o estudo das medidas das diversas partes do corpo humano. De acordo com Sabrá (2009), “estudo que trata das medidas físicas do corpo humano. Todas as populações são compostas por indivíduos de diferentes tipos físicos que apresentam diferenças nas proporções de cada segmento do corpo”.

Segundo Sabrá (2009), quando se trata do corpo masculino e feminino, em sua maioria, é nítida a diferença da estrutura corporal de ambos. Logo essas diferenças podem ser notadas desde o nascimento. O desenvolvimento durante a infância até os nove anos é praticamente o mesmo para os meninos e meninas. Durante a puberdade as garotas por volta dos 10 anos começam a crescer mais rápido por 2 anos, já os garotos começam a desenvolver a partir dos 12 aos 15 anos. E continuam a crescer até mais ou menos os 23 anos.

As diferenças mais marcantes da estrutura corpórea do homem é que possui seus membros superiores maiores e tem músculos mais desenvolvidos do que o das mulheres, que por sua vez tem cintura mais fina, quadris maiores e apresentam maiores níveis de gorduras subcultâneas que, geralmente, se concentram nas glândulas mamáreas, quadril, coxa e glúteos.

Como afirma Sabrá (2009, p. 47, 48):

O homem apresenta os ombros mais largos, tórax maior, clavículas mais largas e quadril relativamente estreitos. As cabeças são maiores, assim como mão e pés, e os braços são mais longos. As mulheres têm ombros relativamente estreitos, tórax menor e mais arredondado e quadris mais largos. A diferença de estatura é de 6 a 11%. Os homens possuem mais musculos do que gorduras, e a localização da gordura é diferenciada. As mulheres concentram mais gorduras subcutânea, que é responsável pelas formas arredondadas. Sua localização está nas nádegas, parte frontal do abdome, superficie lateral e frontal da coxa e nas glândulas mamáreas. A maior concentração de gordura da mulher fica entre a região do quadril e a coxa. (SABRÁ, 2009. p. 47 e 48)

Desse modo ficam evidentes as diferenças corpóreas existentes no corpo do homem e da mulher, mas também deve ser lembrando que não pode se generalizar. Há existência de corpos masculinos com estruturas menores e mais femininas, e também considerar os corpos femininos que podem ter sofrido alterações com a influência de atividades físicas intensas, suplementação alimentar,

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procedimentos cirúrgicos e até mesmo o uso de tratamento hormonal. Assim, a análise desses pontos citados se faz necessária para a melhor usabilidade das peças de vestuário.

2.2.1 Antropometria na moda sem gênero

Partindo da análise antropométrica do corpo do homem e da mulher, não são todas as peças encontradas no mercado fashion que estão aptas para o uso em ambos os corpos. Pois não são todas as peças que servem no corpo, considerando as diferenças físicas existentes e as variações nas medidas, como por exemplo, a diferença da medida cintura, a medida do quadril e dos ombros que se tornam mais marcantes nesse estudo.

Pode-se encontrar essas diferenças observando as tabelas de medidas da confecção de produtos de moda. Têm-se como objeto de análise os dados das tabelas de medidas masculina e feminina elaboradas por Fulco e Silva (2008), que traz unidades de medidas em centímetros, sendo escolhida como material de estudo por serem tabelas utilizadas no mercado de confecções de produtos de moda e por serem base de tabelas que surgiram posteriores a elas.

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Tabela 1 - Tabela de medidas masculinas em centímetros

CAMISA SOCIAL (COLARINHO) 36 38 40 42 44 46

CAMISA ESPORTE (TAMANHO) 0 1 2 3 4 5

CALÇA (TAMANHO / CINTURA) 36 38 40 42 44 46

1 TÓRAX (PEITO) 88 92 96 100 104 108

2 CINTURA 72 76 80 84 88 92

3 QUADRIL 88 92 96 100 104 108

4 PESCOÇO (COLARINHO) 36 38 40 42 44 46

5 PUNHO (MÃO) 21 22 23 24 25 26

6 ALTURA DAS COSTAS 44,5 45 45,5 46 46,5 47

7 LARGURA DAS COSTAS 39 40 41 42 43 44

8 COMPRIMENTO DA MANGA 60,5 61 61,5 62 62,5 63 9 COMPRIMENTO DA CALÇA 107 108 109 110 111 112 10 ALTURA DA ENTREPERNA 84,25 84,5 84,75 85 85,25 85,5 11 ALTURA DO GANCHO 22,75 23,5 24,25 25 25,75 26,5 12 ALTURA DO JOELHO 61,5 62 62,5 63 63,5 64 Fonte: Livro – Modelagem Plana Masculina: SENAC 208

Tabela 2 - Tabela de medidas femininas em centímetros

36 38 40 42 44 1 BUSTO 80 84 88 92 96 2 CINTURA 60 64 68 72 76 3 QUADRIL 88 92 96 100 104 4 PESCOÇO 33 34 35 36 37 5 TÓRAX 76 80 84 88 92 6 BRAÇO 24 25,5 27 28,5 30 7 PUNHO (MÃO) 18 19 20 21 22 8 ALTURA COSTAS 41 41,5 42 42,5 43 9 LARGURA COSTA 34 35 36 37 38 10 DIST. BUSTO 17 18 19 20 21 11 ALT. BUSTO 18 18 18 18 18 12 COMPR. MANGA 59 59,5 60 60,5 61 13 ALTURA QUADRIL 20 20 20 20 20 14 COMPR. SAIA 57 57,5 58 58,5 59 15 COMPR. CALÇA 98 99 100 101 102 16 ALT. ENTREPERNAS 73,5 73,75 74 74,25 75,5 17 ALT. GANCHO 24,5 25,25 26 26,75 27,5

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Analisando as tabelas é possível observar que as medidas existentes nas estruturas corpóreas dos homens e das mulheres, sem generalização, possuem diferenças como o tórax, que do homem corresponde a 88 centímetros e corresponde ao tamanho de roupa 36. Já a mesma medida é encontra na tabela feminina no tamanho 42. As medidas de cintura que aparecem em ambas as tabelas é de 72 e 76 cm, que correspondem aos tamanhos 36 e 38 na tabela masculina, logo na feminina dão o 42 e o 44. Sendo assim, ambos os corpos possuem medidas semelhantes na categoria quadril em que variam de 88 a 104 cm, que é encontrado nas tabelas masculino e feminino nos tamanhos 36 ao 44.

As medidas das costas, considerando a altura e largura, é o fator de maior diferença na estrutura do corpo masculino e feminino. Com base nessas tabelas de Fulco e Silva (2008), fica evidente que o desenvolvimento dos membros superiores dos homens é maior que o da mulher.

Portanto, com bases na análise da tabela, se pode compreender que não são todos os tipos de modelagens de peças de vestimentas que cabem nos corpos masculinos e femininos. Contudo, as roupas com modelagens mais amplas e de

shapes retos se tornam, muitas vezes, adequadas e propícias devido ao fator

ergonômico, como o uso de camisas, vestidos, saias, calças de gancho maior, calças pantalona, dentre outras com as mesmas características.

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3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de pesquisa

Para o desenvolvimento deste estudo foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório para melhor entender a questão e fundamentar a idealização desse projeto. Segundo Gil (2010), a pesquisa exploratória "têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses.”.

A primeira etapa da pesquisa foi o levantamento bibliográfico para buscar maior interação e compreensão do tema a ser desenvolvido, e desse modo; estabelecer os parâmetros que a pesquisa deveria seguir em seu desenvolvimento. Conforme Gil (2010), “a pesquisa bibliográfica terá como base teórica materiais já elaborados, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

3.2 Instrumento de coleta de dados

Foi executada uma pesquisa com abordagem qualitativa, que teve como instrumento de apoio um questionário, sendo este aplicado via internet, na plataforma Google Docs, para que se pudesse captar uma melhor compreensão do público, suas necessidades, gostos e peculiaridades. Segundo Marconi e Lakatos (2011), “a metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano”.

Foi realizado um estudo analisando a tabela de medidas da indústria de moda, para observar as diferenças das estruturas corpóreas do homem e da mulher, aplicando-o, posteriormente, na modelagem da coleção dos produtos de moda, e também analisando as peças de roupas já existentes que serviriam em ambos os corpos.

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3.3 Análise do Resultado da Pesquisa

A pesquisa de campo foi realizada de modo online, através da plataforma Google Docs, uma pela praticidade e pela dificuldade de localizar pessoas que se enquadrem neste tipo de público-alvo, em que o autor desse projeto encaminhou para seus contatos que continham os requisitos previamente estabelecidos, como pessoas que tenham conhecimento sobre identidade de gênero, arte, arquitetura e moda, criam uma moda carregada de identidade e autenticidade.

Na análise, o que se buscou foi apresentar uma relação entre o conteúdo discutido com critérios qualitativos. O que se buscou foi traçar pontos de convergência e distanciamento no tocante à moda e sua percepção pelo público gênero-fluído e agênero.

Na primeira etapa foram analisadas as questões pessoais, com a respectiva faixa etária, identidade de gênero, orientação sexual, faixa salarial, escolaridade. Na segunda parte, foi abordado questões referentes a noção de moda e gênero, o conhecimento sobre o assunto e o grau de importância dado ao tema pelos entrevistados.

O questionário foi respondido por 106 pessoas. Sendo homens, mulheres (cisgênero e transgênero), e também por pessoas que possui outras classificações de gênero, com idade menor de 18 anos e a acima de 51 anos. A primeira perguntada relacionada à idade do público foi de fundamental importância para delimitar a faixa etária do público a ser trabalho do desenvolvimento da marca e da coleção de produtos de moda. Como se pode observar no gráfico, a faixa predominante na pesquisa foi entre 18 e 28 anos.

Gráfico 1 - Resultado da questão 01 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

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A segunda e terceira questões eram sobre identidade de gênero e orientação sexual, que foi para nortear o desenvolvimento do estudo e reconhecimento do público alvo, servindo para o direcionamento mercadológico e desenvolvimento da marca para buscar suprir as peculiaridades e necessidades desse nicho de mercado.

Como você se define?

Gráfico 2 - Resultado da questão 02 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

Qual sua orientação sexual?

Gráfico 3 - Resultado da questão 03 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

Abordar nas seguintes questões o grau de instrução e faixa salarial foi de fundamental importância para reconhecer no público estudado o conhecimento sobre o tema e o nível aquisitivo de compras desse grupo social, para assim

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delimitar os preços praticados dos produtos de moda a serem trabalhados no delineamento do projeto mercadológico.

Qual seu grau de instrução?

Gráfico 4 - Resultado da questão 04 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

Qual sua faixa salarial?

Gráfico 5 - Resultado da questão 05 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

Ter uma noção da ligação que o público possui em relação ao mercado

fashion é foi considerado importante para saber o comportamento do público em

relação às novas tendências de moda e o comportamento deles sobre as mesmas. Para que desse modo possa ser trabalhado com mais liberdade sobre as tendências trazendo de modo satisfatório para coleções de moda.

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Você se considera uma pessoa ligada à moda?

Gráfico 6 - Resultado da questão 06 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

Nas questões em que abordam perguntas sobre a atual mudança do mercado de moda, se obteve respostas satisfatórias sobre a tendência genderless. Tendo conhecimento sobre essa tendência, a maioria dos entrevistados aceita bem essa ideia e usaria roupas de estéticas híbridas, o que desse modo se deu como um incentivo e traz mais veracidade ao projeto desenvolvido.

Você sabe o que é moda genderless (moda sem gênero)?

Gráfico 7 - Resultado da questão 07 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

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Qual sua opinião sobre esta tendência fashion que busca unificar os segmentos masculino e feminino, tornando-os apenas um?

Gráfico 8 - Resultado da questão 08 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

Você utilizaria uma roupa de estética híbrida, que serviria tanto para o homem quanto para a mulher?

Gráfico 9 - Resultado da questão 09 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

Ao abordar o estilo que o indivíduo, suas atividades diárias, em que se sente mais à vontade de usar roupas que fujam aos padrões de gêneros e suas peças de roupas preferidas, foi de grande importância para delimitar o desenvolvimento da coleção de produtos do vestuário de moda, que foi projetado para satisfazer as necessidades desse nicho de mercado, para que eles se sintam atendidos e respeitados com as suas escolhas de peças e tendo assim supridas suas necessidades.

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Como você definiria seu estilo?

Gráfico 10 - Resultado da questão 10 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

Quais os locais que você se sente à vontade para usar roupas que fujam de classificação de seu gênero?

Gráfico 11 - Resultado da questão 11 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

Quais tipos de roupas você possui preferência?

Gráfico 12 - Resultado da questão 12 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

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Abordar os quesitos técnicos e estéticos das roupas foi importante para delimitação da coleção. O que o publico alvo busca e prioriza em suas escolhas de roupas, o design, a modelagem e a exclusividade. Assim desenvolver produtos que atendam esses quesitos é de fundamental importância para satisfação do público.

Quando você realiza suas compras de roupas, quais os quesitos que você prioriza na escolha das peças?

Gráfico 13 - Resultado da questão 13 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

Saber onde o público prefere comprar, foi necessário para traçar as estratégias de vendas buscando assim atingi-los, colocando desse modo como estratégias de vendas em loja física e também manter um e-commerce.

Você prefere realizar suas compras de roupas em:

Gráfico 14 - Resultado da questão 14 Fonte: Desenvolvido pelo autor (2016)

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4 DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO

4.1 Empresa

Nome: Antonio Zani Clothing. A empresa terá o nome de seu idealizador. Mesmo sendo um nome masculino, não foi considerado como empecilho que existem outros nomes masculinos sendo usados como marca trabalhando em diversos segmentos do mercado fashion.

Figura 22 - Logos marca Antonio Zani Clothing Fonte: Do autor (2016)

Porte: Uma empresa de pequeno porte. Com o faturamento “de R$ 360.000,01 até R$ 3.600.000,00, Lei 123/06”. A quantidade de funcionários varia de 20 a 99 colaboradores para o ateliê, classificado como Indústria. Para a loja, como prestação de serviços, 10 a 49 colaboradores. (SEBRAE, 2013)

Conceito da marca: A marca Antonio Zani terá como conceito individualidade, identidade e modernidade, que buscará trazer de forma harmônica elementos identificados na arquitetura e na arte pós-moderna e futurista para seus produtos de moda que fuja de padrões de gênero.

Segmento: Casualwear.

Histórico da empresa: Antonio Zani, marca de vestuário, criada em 2016. Voltada para um público diferenciado, que busca além do básico. Procuram peças que fujam do conceito de gênero. Pessoas que almejam adquirir mais do que uma peça de roupa, mas uma experiência inovadora e sem padrões no vestir.

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Missão: Influenciar de forma massificada no mercado de moda brasileiro e obter reconhecimento internacional.

Visão: Ofertar um produto de qualidade e inovação para pessoas que busquem produtos com conceito, e personificar o nosso público em produtos de consumo.

Princípios:

Respeito à pessoa humana como indivíduo; Qualidade e respeito no processo de produção; Identidade e individualidade;

Design.

Distribuição: A marca atenderá em São Paulo capital, e contará com o auxílio de um site com e-commerce para que possa atender em outras regiões.

Concorrentes diretos: BEM; TRENDT; Beira; FUCKT!; Pangea.

Concorrentes Indiretos: J.W. Anderson; Pair; Cem Freio; Ocksa.

Sistema de venda: A venda será ser feita online. E na loja, que também terá um ateliê no segundo piso para o desenvolvimento e produção com atendimento ao público, para atender clientes que desejam peças exclusivas.

Pontos de venda: Contará com uma loja conceito na Rua Augusta em São Paulo. A estrutura física da loja seguirá o conceito da marca: modernidade, identidade e minimalismo. As imagens ilustrativas da loja Victoria Beckham, são referências para o possui o estilo mínimal, que haverá na loja da marca. Tons de cinza e branco, espelhos e com paredes metálicas lisas, como podem ser observados nas figuras 23, 24, 25, 26 e 27. Possuirá dois ambientes:

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Figura 23 - Inspiração para layout do exterior da loja Fonte: Site 2014 – METALOCUS (2014)

Figura 24 - Inspiração para interior da loja Fonte: Site 2014 – METALOCUS (2014)

Figura 25 - Inspiração para interior da loja Fonte: Site 2014 – METALOCUS (2014)

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Figura 26 - Inspiração para interior da loja Fonte: Site 2014 – METALOCUS (2014)

Figura 27 - Inspiração para interior da loja Fonte: Site 2014 – METALOCUS (2014)

Ambiente 1- No primeiro ambiente ficarão expostas as amostras de cada peça, para que o cliente tenha a oportunidade de conhecer a coleção e no interior da sala 1, amplas com mobília para o melhor conforto e acomodação. Possuirá acentos para acomodar o cliente, música ambiente, livros e revistas voltados para o público estarão disponíveis. Lá estará todo o estoque disponível em araras com suas respectivas numerações em fácil acesso para o cliente e vendedor, e contará com alguns provadores.

Ambiente 2- No segundo piso da loja, contará com um ateliê em que os produtos serão confeccionados e também atenderá uma parcela de clientes mais seletos que desejem encomendar peças exclusivas.

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Promoção: A marca realizará lançamentos de coleções sazonais, entretanto a cada trimestre será realizado um evento de lançamentos das coleções cápsulas e exposições de novos produtos. Também serão ofertados descontos e bazares a cada seis meses antes de lançamentos de novas coleções.

Preços praticados: 80 a 1500 reais. Para o delineamento dos preços foi levado em questão o poder aquisitivo do público, os materiais e tecnologias utilizadas no desenvolvimento de cada peça de vestuário.

Planejamento visual:

Figura 28 - Tag

Fonte: Do autor (2016)

Figura 29 – Etiqueta Fonte: Do autor (2016)

Referências

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