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Brazilian Journal of health Review

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 6, 2185-2194, mar./apr. 2019. ISSN 2595-6825

Desenvolvimento dométodo de Dissolução da forma farmacêutica

comprimido do Benznidazol 12,5 mg Lafepe

Development method of dissolution of the tablet pharmaceutical form of

Benznidazole 12.5 mg Lafepe

Recebimento dos originais: 12/02/2019 Aceitação para publicação: 28/03/2019

Cecília Regina do Nascimento Silva Cabral Graduada em Química Industrial

Instituição: Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco Governador Miguel Arraes - LAFEPE

Endereço: Largo Dois Irmão , 1117- Dois Irmãos, Recife-PE, Brasil E-mail: ceciliaregina.seci@gmail.com

Breno Gomes do Nascimento Lopes Graduado em Farmácia

Instituição: Centro Universitário Tabosa de Almeida (ASCES-UNITA) Endereço: Av. Portugal, 584, Bairro Universitário, Caruaru-PE, Brasil

E-mail:breno.gnl@gmail.com Severino Grangeiro Junior Doutor em Ciencias Farmacêutica

Instituição: Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco Governador Miguel Arraes - LAFEPE

Endereço: Largo Dois Irmão , 1117- Dois Irmãos, Recife-PE, Brasil E-mail:severino.grangeiro@lafepe.pe.gov.br

Deborah Bezerra Monteiro Mestre em Ciencias Farmacêutica

Instituição: Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco Governador Miguel Arraes - LAFEPE

Endereço: Largo Dois Irmão , 1117- Dois Irmãos, Recife-PE, Brasil E-mail:deborah.bezerra@lafepe.pe.gov.br

Bruno Aires dos Santos Mestre em Ciencias Farmacêutica

Instituição: Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco Governador Miguel Arraes - LAFEPE

Endereço: Largo Dois Irmão , 1117- Dois Irmãos, Recife-PE, Brasil E-mail:bruno.santos1@lafepe.pe.gov.br

Aíla Karla Mota Santana Mestre em Ciencias Farmacêutica

Instituição: Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco Governador Miguel Arraes - LAFEPE

Endereço: Largo Dois Irmão , 1117- Dois Irmãos, Recife-PE, Brasil E-mail:aila.santana@lafepe.pe.gov.br

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 6, 2185-2194, mar./apr. 2019. ISSN 2595-6825

RESUMO

A doença de Chagas é uma infecção causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e pode ser transmitida por via oral ou até mesmo por meio de transplantes de órgãos, transfusões de hemocomponentes e transmissão congênita. Para o tratamento da doença de Chagas no Brasil, o único medicamento utilizado e autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o benznidazol que é produzido pelo Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (LAFEPE) e distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas apresentações farmacêuticas de 12,5 mg e 100 mg. O objetivo deste trabalho foi avaliar a solubilidade do fármaco benznidazol utilizando o método shake–flask e desenvolver um método de dissolução para o medicamento na apresentação 12,5 mg do LAFEPE. Para ambos os ensaios, foram utilizados diferentes meios que abrangem o potencial hidrogeniônico (pH) fisiológico de 1,2 a 6,8, com e sem a presença de tensoativo em diferentes concentrações. Através do ensaio de solubilidade, o fármaco apresenta baixa solubilidade, como descrito na literatura. Entre os meios utilizados nos perfis de dissoluções, o suco gástrico simulado pH 1,2 foi a melhor escolha para as análises, apresentando uma liberação do fármaco de 55,14 % no primeiro tempo de coleta e 104,13 % no tempo final do ensaio, consiste em um meio de fácil manipulação para os ensaios de rotina na indústria e simula o sítio de dissolução do medicamento no organismo.

Palavras-chave:Doença de Chagas; Benznidazol; Lafepe; Solubilidade; Dissolução.

ABSTRACT

Chagas disease is an infection caused by the Protozoan Trypanosoma cruzi and can be transmitted orally or even through organ transplants, blood transfusions and blood products congenital transmission. For the treatment of Chagas disease in Brazil, the only drug used and approved by the national health surveillance agency (ANVISA) is the benznidazole that is produced by the Pharmaceutical Laboratory of Pernambuco State (LAFEPE) and distributed for free by the Unified Health System (SUS), in the pharmaceutical presentations of 12.5 mg and 100 mg. The objective of this work was to evaluate the solubility of the drug benznidazole using shake-flask and develop a method of dissolution for the drug in 12.5 mg presentation of LAFEPE. For both tests, we used different means covering the hydrogen potential pH 1.2 to 6.8 physiological, with and without the presence of surfactant in different concentrations. Through the solubility test, the drug has low solubility, as described in the literature. Among the means used in the profiles of breakups, the simulated gastric fluid pH 1.2 was the best choice for the analysis, showing a drug release of 55.14% in the first half and 104.13% collection in the end of the test time, consists of a means of easy handling for routine testing in the industry and simulates the dissolution of the drug in the body.

Keywords:Chagas disease; Benznidazole; Lafepe;Solubility; Dissolution.

1 INTRODUÇÃO

A doença de Chagas, também conhecida como Tripanossomíase Americana, foi descoberta em 22 de abril de 1909, na qual, desprovido de tecnologia, o cientista mineiro Carlos Chagas obteve o descobrimento do vetor (inseto conhecido popularmente como

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 6, 2185-2194, mar./apr. 2019. ISSN 2595-6825 barbeiro – gênero Triatoma), o agente etiológico da doença (o protozoário Trypanosoma cruzi) e a patologia da doença de Chagas. Sua contribuição é considerada uma referência na história da medicina (MALAFAIA; RODRIGUES, 2010).

Em termos de carga global de doenças, a doença de Chagas é considerada a sexta infecção tropical de maior relevância do mundo e atinge, principalmente, regiões com alto contraste social e econômico. Os principais países afetados são os países latino-americanos. No Brasil, os números de novos casos reduziram de forma considerável nos últimos anos, especialmente pela diminuição da transmissão vetorial e o monitoramento das infecções por transfusões sanguíneas (MARTINS – MELO et al, 2012).

O benznidazol, de nome químico 2-Nitro-N- (fenilmetil) -1H-imidazol-1- acetamida, é um derivado de 2-nitroimidazol, efetivo na fase aguda da doença de chagas (BRASIL, 2010a). Equivale a um pó cristalino, levemente amarelado, inodoro, insípido e estável ao ar. É muito pouco solúvel em água, muito solúvel em dimetilsulfóxido, solúvel em hexano, ligeiramente solúvel em etanol, metanol, acetato de etila e cloreto dimetileno, pouco solúvel em acetona, muito pouco solúvel em clorofórmio, álcool isopropílico, glicerol e praticamente insolúvel em éter de petróleo. Muito pouco solúvel em hidróxido de sódio 0,1 M e ácido clorídrico 0,1 M (BRASIL, 2010b).

Em 1971, o medicamento benznidazol foi desenvolvido pela companhia Roche® cognominado comercialmente como Rochagan® na qual manteve a patente de produção na década de 80 até 2003 quando compartilhou da transferência de tecnologia com o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (LAFEPE), um laboratório farmacêutico público do Brasil (OLIVEIRA; AVEZUM; MATTOS, 2015). Em algumas literaturas, o percurso realizado pelo fármaco em questão inicia-se na absorção através do trato gastrointestinal entre 3 a 4 horas após a ingestão por via oral da dose de 100 mg. É ligeiramente disseminado pelo plasma de maneira uniforme. Após 12 horas, meia vida de eliminação, o fármaco é liberado do organismo nas proporções de 60 a 67% por via renal e 22 a 28% por via fecal (RAAFLAUB; ZIEGLER, 1979).

Com o objetivo de evitar erros na terapia e para atender os pacientes pediátricos com segurança, em 2012 através do envolvimento entre o LAFEPE e o

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 6, 2185-2194, mar./apr. 2019. ISSN 2595-6825 DNDi (Iniciativa de Drogaspara Doenças Negligenciadas) foi desenvolvido a formulação pediátrica na dosagem 12,5 mg para o tratamento voltado para o público infantil. O registro dessa formulação foi realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA e encontra-se na Lista Modelo da OMS de Medicamentos Essenciais para Crianças (DAVANÇO et al, 2016).

Em termos gerais, a solubilidade consiste na dissolução de determinada quantidade do soluto em um volume fixo de solvente em determinada temperatura. Essa solubilidade pode ser definida por métodos cinéticos e termodinâmicos, na qual ambos os métodos estão relacionados com o tempo e o grau de saturação da solução (VARGAS; RAFFIN; MOURA, 2012).

A dissolução do medicamento consiste na liberação do fármaco da sua forma farmacêutica para que assim ele possa ser absorvido pelo organismo. Fundamenta-se na desintegração da droga, pois é a partir dos fragmentos desta que é possível analisar essa liberação. Para que possa ser quantificado, o fármaco deve estar disponível, assim esse ensaio está diretamente relacionado com a disponibilidade dele (MARCOLONGO, 2003).

A RDC 31 de 11 de agosto de 2010 da ANVISA que dispõe sobre a realização dos Estudosde Equivalência Farmacêutica e de Perfil de Dissolução Comparativo recomenda que o estudo sejafeito com meios dentro do pH fisiológico (1,2 a 6,8), considerando a temperatura de 37°C ± 1°C, para que haja maior fidedignidade do método in vitro.

A ANVISA através da nota “Recomendações para realização de ensaios de dissolução paraformas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata (FFSOLI)” recomenda que os ensaios de dissolução devam ser realizados em condições tais como: método da cesta a 50/100 rpm ou pá 50/75/100 rpm. Para gerar um perfil de dissolução, deve-se obter, no mínimo, cinco pontos deamostragem dos quais, no mínimo três correspondam a valores de porcentagem de fármaco dissolvido menores que 65% (quando for possível) e o último ponto seja relativo a um tempo decoleta igual a, pelo menos, o dobro do tempo anterior. Para medicamentos de dissolução rápidapodem ser necessárias amostragens em intervalos menores (5 ou 10 minutos). Para medicamentos com fármacos altamente solúveis que apresentam dissolução rápida (casos I e III do SCB), um testede dissolução de um único ponto (60 minutos ou menos) que demonstre dissolução de, no mínimo, 85% é suficiente para controle da uniformidade lote a lote. Para medicamentos contendo fármacos pouco solúveis em água, que se dissolvem lentamente (caso II do SCB), recomenda-se um ensaio de dissolução de dois

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 6, 2185-2194, mar./apr. 2019. ISSN 2595-6825 pontos, ou seja, um a 15 minutos e outro a 30, 45 ou 60 minutos, para assegurar 85% de dissolução.

Este presente trabalho teve como objetivo avaliar a solubilidadedo fármaco benznidazol utilizando o método shake–flask e desenvolver método de dissolução para o medicamento na apresentação 12,5mg do LAFEPE, através do teste de dissolução com diferentes meios e pHs distintos, baseado nas recomendações para a Realização de ensaios de dissolução para formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata (ANVISA - FFSOLI).

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Para ambos os ensaios, foram utilizados cinco meios distintos: Tampão fosfato pH 4,5; Tampão fosfato pH 6,8; Suco gástrico simulado pH 1,2; Suco gástrico simulado pH 1,2 com 0,5% de Lauril sulfato de sódio e Suco gástrico simulado pH 1,2 com 1% de Lauril sulfato de sódio, meios que abrangem o potencial hidrogeniônico (pH) fisiológico de 1,2 a 6,8.

Para determinação da solubilidade do fármaco benznidazol utilizou-se a técnica do shake – flask segundo a Nota Técnica nº 003/2013/CEFAR/GTFAR/GGMED/ANVISA (BRASIL, 2013). Em frascos âmbar, rosqueados e de capacidade de 100 mL, foram adicionados 100 mg da matéria – prima e 50 mL de cada meio tamponante de estudo. A quantidade adicionada de matéria – prima assim como o volume de cada meio foram suficientes para a saturação dos meios. Os frascos foram acondicionados na incubadora com plataforma de agitação orbital, ideal para manter a temperatura de 37°C e agitação em velocidade de 150 RPM. Para cada meio testado, o ensaio de solubilidade foi realizado em triplicata, nos tempos de 24, 48 e 72 horas, atingindo a solubilidade de equilíbrio. Após o término de cada tempo, alíquotas de 1 mL das amostras foram filtradas em filtros Millipore 0,45μm para balões de 25 mL na qual foram aferidos com os meios tamponantes de interesse. Segundo a USP, uma substância é considerada altamente solúvel quando a solubilização da maior dose comercializada no país ocorre em até 250 mL de meio aquoso numa faixa de pH de 1,0 – 7,5 (UNITED STATES, 2010). Por esse motivo, no presente estudo calculou-se a relação dose: solubilidade considerando que a forma farmacêutica de maior dosagem comercializada do benznidazol corresponde a 100 mg.

Como o benznidazol consiste em um medicamento que não apresenta método de dissolução descrito na Farmacopeia Brasileira, assim como nas demais farmacopeias, as análises foram realizadas tomando como base as Recomendações para realização de ensaios de dissolução

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 6, 2185-2194, mar./apr. 2019. ISSN 2595-6825 para formas farmacêuticas sólidas orais de liberação imediata (FFSOLI) da ANVISA, que possuem como objetivo fornecer orientações gerais para desenvolvimento de ensaios de dissolução. Conforme essas recomendações, as especificações descritas devem ser atendidas e fundamentadas nas características de dissolução do fármaco. Para medicamentos que não possuem disponíveis as especificações farmacopeicas, a ANVISA recomenda que sejam realizados perfis de dissoluções comparativos, desde que seja possível realizá-los sob diversas condições que podem compreender, no mínimo, três meios de dissolução diferentes (pH 1,0 a 6,8), adição de tensoativos e uso de pá ou cesta, variando-se as velocidades de agitação. Neste trabalho, os ensaios de dissolução foram realizados utilizando aparato tipo II (pás), com velocidade de agitação de 75 RPM, temperatura 37°C ± 0,5°C e com coletas em diferentes tempos 7, 15, 30, 45, 60 e 120 minutos. O mesmo procedimento foi realizado para cada meio distinto.

As leituras das absorbâncias de cada amostra nos ensaios foram realizadas em espectrofotômetro UV/VIS no comprimento de onda de 324 nm, comprimento de máxima absorção do fármaco utilizado nas análises de rotina do LAFEPE.

3 RESULTADOS EDISCUSSÃO

Após os testes de solubilidade do benznidazol pelo Método da agitação orbital em frasco (shake-flask), foram obtidas as médias das absorbâncias em cada tempo – 24, 48 e 72 horas - realizadas em triplicata e em diferentes meios. Os perfis de solubilidade do benznidazol foram traçados e apresentados na Figura 1.

Figura 1. Comportamento da solubilidade do Benznidazol em cada meio.

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0 10 20 30 40 50 60 70 80 A b so rb ân ci a Tempo (horas)

Tampão pH 4,5 Tampão pH 6,8 Suco Gástrico Simulado Suco Gástrico 0,5% LSS Suco Gástrico 1,0 % LSS

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 6, 2185-2194, mar./apr. 2019. ISSN 2595-6825 De posse das equações das curvas de cada meio e da média das absorbâncias no tempo final de 72 horas, pois nesse intervalo de tempo que houve o equilíbrio e o fim do teste, calculou-se a relação dose: solubilidade. Os valores estão dispostos na Tabela 1.

Tabela 1. Solubilidade do Benznidazol em cada meio avaliado e relação Dose:Solubilidade

Meios Concentração (mg mL-1) Dose: Solubilidade (mL) Tampão Fosfato pH 4,5 0,2633 379,74 Tampão Fosfato pH 6,8 0,2709 369,13

Suco Gástrico Simulado 0,3025 330,56

Suco Gástrico 0,5% LSS 0,3722 268,61

Suco Gástrico 1% LSS 0,4562 219,19

Observa-se que os valores dos volumes (dose:solubilidade) calculados para a dissolução da dosagem de 100 mg de benznidazol foram maiores que 250 mL para todos os meios, exceto para o meio com 1% de LSS, porém por ter uma concentração maior do tensoativo, ele auxiliou na solubilização do fármaco. Assim, esses resultados comprovam a baixa solubilidade do benznidazol.

De posse dos valores das médias percentuais de liberação do fármaco em cada cuba, e em diferentes intervalos de tempo, assim plotou-se um gráfico com as curvas correspondentes de cada meio de estudo, conforme ilustra a Figura 2.

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 6, 2185-2194, mar./apr. 2019. ISSN 2595-6825 Os valores percentuais de cada meio, em diferentes intervalos de tempo, estão apresentados na tabela 2.

Tabela 2. Percentual de Benznidazol 12,5mg dissolvido para os meios utilizados.

Tempo (minutos) Tampão Fosfato pH 4,5 Tampão Fosfato pH 6,8 Suco Gástrico SG 0,5% LSS SG 1% LSS 7 56,04 ± 2,07 51,71 ± 4,40 55,14 ± 2,31 60,33 ± 2,23 59,59 ± 1,96 15 69,04 ± 1,86 66,39 ± 6,23 69,63 ± 2,56 71,99 ± 2,46 72,57 ± 2,00 30 82,19 ± 1,08 76,21 ± 3,53 83,21 ± 2,04 83,53 ± 2,41 84,62 ± 2,05 45 89,27 ± 1,16 83,64 ± 3,12 90,15 ± 1,59 89,55 ± 1,60 91,47 ± 1,43 60 94,31 ± 0,66 90,16 ± 3,29 94,79 ± 1,83 93,66 ± 2,19 95,59 ± 1,73 120 103,43 ± 1,20 99,26 ± 2,90 104,13 ± 1,82 102,41 ± 2,24 103,77 ± 0,98

Nos ensaios de dissolução, os meios não apresentaram diferenças significativas entre si, comportando-se de maneira semelhante na solubilização do medicamento, com exceção do meio tampão fosfato pH 6,8, que mostrou menor eficiência na dissolução do medicamento. O meio suco gástrico simulado pH 1,2 possui boa capacidade de solubilizar o medicamento benznidazol, apresentando uma liberação do fármaco de 55,14% no primeiro tempo de coleta e 104,13% no tempo final do ensaio.

40.00 60.00 80.00 100.00 120.00 0 20 40 60 80 100 120 % d e B en zn id az o l D is so lv id o Tempo (minutos) pH 6,8 LSS 0,5% LSS 1% Suco Gástrico pH 4,5

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 6, 2185-2194, mar./apr. 2019. ISSN 2595-6825 Com base nos resultados do estudo da solubilidade do fármaco e nos ensaios de dissolução, observa-se que os meios que possuem o LSS conseguem dissolver melhor o fármaco e quanto maior a concentração do tensoativo, maior a absorbância. Esse fato pode ser explicado, pois tratando-se de um tensoativo, modifica as propriedades da superfície de um líquido, diminuindo sua tensão superficial e assim facilitando a interação do liquido com outras substâncias e consequentemente sua dissolução.

5 CONCLUSÃO

Através dos resultados do estudo da solubilidade do fármaco, observa-se que a absorbância nos intervalos de tempo nos meios que contém o LSS é maior, como esperado e mediante a relação dose:solubilidade (D/S), desta forma consiste em um fármaco de baixa solubilidade conforme descrito na literatura. O meio suco gástrico simulado pH 1,2 foi a melhor opção para as análises de dissolução do benznidazol na apresentação de 12,5 mg. Contudo, este apresenta algumas vantagens por ser um meio que apresenta facilidade para seu preparo, tendo em vista que a manipulação do LSS é laboriosa devido à formação de espumas, além de simular o local inicial de dissolução dos comprimidos no corpohumano.

REFERÊNCIAS

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AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILANCIA SANITÁRIA (ANVISA). RESOLUÇÃO-RDC Nº 31, DE 11 DE AGOSTO DE 2010 - Dispõe sobre a realização dos Estudos de Equivalência Farmacêutica e de Perfil de Dissolução Comparativo.Brasília, DF, 2010.

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Braz. J. Hea. Rev., Curitiba, v. 2, n. 2, p. 6, 2185-2194, mar./apr. 2019. ISSN 2595-6825 DAVANÇO, M. G.; CAMPOS, M. L.; ROSA, T. A.; PADILHA, E. C.; ALZATE, A. H.; ROLIM, L. A.; ROLIM, P.J. N.; PECCININ, R. G. Benznidazole Extended-Release Tablets for Improved Treatmentof Chagas Disease: Preclinical Pharmacokinetic Study. Journal Antimicrob Agents Chemother, 60(4): 2492–2498, 2016.

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