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GRUPO I (Leitura e escrita)

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5.º Teste de Avaliação de Língua Portuguesa – Versão A | Página 1 de 6

ESCOLA BÁSICA

INTEGRADA COM

JI DE PIAS

5.º Teste de Avaliação Sumativa – Versão A

9.º Ano de Escolaridade

Teste de Avaliação Sumativa

Língua Portuguesa

Ano Letivo 2011/2012 | 3 de maio de 2012

9.º A Duração: 85 minutos

Identifica claramente, na folha de respostas, a versão do teste (A ou B) a que respondes.

 Todas as questões devem ser respondidas na folha de respostas (folha de teste da escola), com caneta azul ou

preta. As questões cuja resposta for dada no enunciado não serão alvo de correção.

 Não é permitido o uso de dicionário.

 Não é permitido o uso de corretor.

GRUPO I

(Leitura e escrita)

A. Lê o texto A. Em caso de necessidade, consulta o glossário apresentado após o texto. De seguida,

responde aos itens que se lhe seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

TEXTO A

A nossa pátria na Malásia

5

10

15

20

25

Há frases que se tornam independentes do seu corpo, o texto literário, o artigo, o discurso ou

o poema, para alcançarem a natureza sempre um tanto equívoca1 dos pensamentos prontos a

servir. Fernando Pessoa deixou-nos pelo menos duas destas frases: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena” e “a minha pátria é a língua portuguesa”. Não são com certeza as frases mais luminosas de Pessoa. Entre mil, porém, estas ganharam asas e andam agora por toda a parte. […]

Quanto a mim, descobri-me cidadão desta nossa língua – vasto território de afetos, valores e memórias –, ao cair de uma tarde já distante, na fronteira entre Singapura e a Malásia. Lembro-me que era uma sexta-feira porque a estrada estava cheia de autocarros. O motorista

explicou-me, num inglês tumultuado2, que à sexta-feira os malaios imigrados em Singapura, onde ganham

quatro vezes mais, regressam à pátria para passar o fim de semana com a família. Aos gritos, sempre aos gritos, mostrou-me a fila compacta de autocarros, e depois a desordem de feira dentro do nosso próprio veículo, e a multidão, ao longo da estrada, carregando às costas a opulência de Singapura.

Atordoado pelo calor, o alarido, a estupenda fragrância que se desprendia de um cesto com mangas, mesmo atrás de mim, não percebi que já tínhamos chegado à fronteira. O motorista

sacudiu-me do torpor3 gritando instruções em malaio e a seguir em inglês, mas ao princípio não

percebi a diferença. Compreendi finalmente, quando os outros passageiros começaram a sair, que também eu devia saltar do autocarro, com os meus documentos, e passar a fronteira a pé. Não havia fila no portão destinado aos estrangeiros. O guarda lançou um olhar distraído para a minha fotografia, sorriu e carimbou o passaporte. Agradeci, guardei-o no bolso e dirigi-me para um bloco de pequenos restaurantes improvisados, disposto a comprar alguma coisa para comer antes de reentrar no autocarro.

O autocarro?! Deus, onde estava o autocarro?!

Eram centenas ali e na escuridão todos me pareciam iguais. Tentei lembrar-me do rosto do meu vizinho. Tentei lembrar-me de algum outro passageiro. Todos me pareciam iguais. Sentei-me numa Sentei-mesa ao ar livre, num dos restaurantes, e só então Sentei-me dei conta, assustado, quase em pânico, de que estava sem dinheiro. Comigo tinha apenas o passaporte, de cidadão português, e um bloco de apontamentos. Por instantes imaginei o meu destino: ficaria ali, naquele fim de

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mundo, mendigando umas moedas aos viajantes para comer um pratinho de arroz.

Corri quilómetros à procura do autocarro. Finalmente, já desesperado, fui ter com um polícia e expliquei-lhe o que tinha acontecido. Ele olhou-me desconfiado e pediu-me para ver o passaporte.

-Português? – O homem lançou-se nos meus braços. – Eu também sou português. […]

Naquele entardecer, na fronteira entre Singapura e a Malásia, ele foi comigo, de autocarro em autocarro, até que um dos motoristas me reconheceu. O polícia confiou-me a ele num discurso expansivo, inflamado, que eu julgo ter compreendido, mesmo sem entender uma única palavra. Por fim voltou-se para mim e apertou-me a mão.

Não sei se chorei. Não me lembro. Talvez tenha chorado.

José Eduardo Agualusa, A substância do amor e outras crónicas, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2009.

GLOSSÁRIO:

1

equívoca: duvidosa, suspeita.

2

tumultuado: confuso; desordenado.

3

torpor: indiferença; adormecimento.

1. As afirmações (A) a (E) referem-se a informações do texto.

Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas informações aparecem no

texto. Começa a sequência pela letra (D).

(A) Mais tarde, todos os autocarros lhe pareciam iguais.

(B) Foi um dos motoristas que o reconheceu.

(C) O narrador passou a fronteira a pé, mas esqueceu-se de reparar onde o motorista ia estacionar

o autocarro.

(D) Naquela sexta-feira, a confusão era grande na fronteira, pois muitos malaios regressavam a casa

para passar o fim de semana.

(E) Pediu ajuda a um polícia, que afinal era português.

2. Seleciona, para responderes a cada item (2.1. a 2.4.), a opção que permite obter uma informação

adequada ao sentido do texto.

Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

2.1. A expressão «ganharam asas e andam agora por toda a parte» (linhas 5 e 6) significa que

(A) se transformaram em metáforas.

(B) são muito utilizadas, em diversos contextos.

(C) foram escritas em vários poemas por Fernando Pessoa.

(D) deixaram de ter um significado específico.

2.2. Ser «cidadão de uma língua» é

(A) identificar-se com a história e a cultura do país onde se fala essa língua.

(B) não saber falar línguas estrangeiras.

(C) viajar pelos países onde se fala português.

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2.3. A «desordem de feira» (linha 12) dentro do autocarro devia-se ao facto de

(A) toda a gente tentar ganhar quatro vezes mais com as vendas de produtos.

(B) haver excesso de pessoas e objetos dentro do autocarro.

(C) todos terem esperança de conseguir passar a fronteira.

(D) alguns terem medo da aproximação da fronteira.

2.4. Na fronteira, o narrador deixou quase todos os seus pertences no autocarro, porque

(A) o motorista o obrigou a sair rapidamente.

(B) só podia levar o passaporte para passar a fronteira.

(C) estava um pouco atordoado e não se lembrou de levar a mochila.

(D) não havia fila no portão destinado aos estrangeiros.

3. Transcreve do texto a expressão a que se refere o pronome «estas» na expressão «estas ganharam

asas» (linha 5).

B. Lê o texto B.

De seguida, responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens apresentados. Salvo indicação

em contrário, utiliza as tuas próprias palavras.

TEXTO B

E tudo era possível

5

10

14

Na minha juventude antes de ter saído

da casa de meus pais disposto a viajar

eu conhecia já o rebentar do mar

das páginas dos livros que já tinha lido

Chegava o mês de maio era tudo florido

o rolo das manhãs punha-se a circular

e era só ouvir o sonhador falar

da vida como se ela houvesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida

e havia para as coisas sempre uma saída

Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer

Só sei que tinha o poder duma criança

entre as coisas e mim havia vizinhança

e tudo era possível era só querer

Ruy Belo, Obra Poética de Ruy Belo, vol. 1, organização de Joaquim Manuel Magalhães, Lisboa, Editorial Presença, 1981.

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1. Identifica o momento da vida recordado pelo sujeito poético.

1.1. Refere a importância atribuída a esse momento, justificando com duas expressões textuais.

2. A decisão de sair de casa e «viajar» (versos 1 e 2) permite ao sujeito poético conhecer a vida e o

mundo de outra forma.

Antes de tomar essa decisão, em que duas atividades se baseava o conhecimento que o sujeito

poético tinha do mundo?

3. «Só sei que tinha o poder duma criança» (verso 12).

Explica o sentido da expressão «o poder duma criança».

4. Identifica um dos sentimentos dominantes no poema, relacionando esse sentimento com o título.

5. Descreve a estrutura formal do poema, fazendo referência ao número de estrofes, à classificação das

estrofes quanto ao número de versos que as constituem, ao esquema rimático e à classificação da

rima.

C. Lê a estrofe 84 do Canto IV de Os Lusíadas, a seguir transcrita, e responde, de forma completa e bem

estruturada, ao item C. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado a seguir ao texto.

TEXTO C

5

E já no porto da ínclita Ulisseia

1

Cum alvoroço nobre e cum desejo

(Onde o licor mistura e branca areia

Co salgado Neptuno o doce Tejo)

As naus prestes estão; e não refreia

Temor nenhum o juvenil despejo

2

,

Porque a gente marítima e a de Marte

Estão pera seguir-me a toda a parte.

Luís de Camões, Os Lusíadas, ed. preparada por António José Saraiva, 2.ª ed., Porto, Livraria Figueirinhas, 1999.

VOCABULÁRIO:

1

ínclita Ulisseia: ilustre cidade de Lisboa.

2

despejo: atrevimento; desenvoltura.

Redige um texto expositivo, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, no qual explicites

o conteúdo da estrofe 84.

O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de

conclusão.

Organiza a informação da forma que considerares mais pertinente, tratando os tópicos apresentados

a seguir:

Indicação do episódio a que pertence a estrofe.

Identificação do narrador e dos grupos de personagens referidos como «a gente marítima e

a de Marte» (verso 7).

Referência ao momento da ação e apresentação de um elemento relativo ao espaço.

Descrição do estado de espírito das personagens.

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Se não mencionares ou se não tratares corretamente os primeiro e segundo tópicos, a tua resposta será

classificada com zero pontos.

Observações relativas ao item C:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2012/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados (um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras), há que atender ao seguinte: a um texto com extensão inferior a 23 palavras é atribuída a classificação de 0 (zero) pontos; nos outros casos, um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até um ponto) do texto produzido.

Exame Nacional, 2011, 1.ª chamada (adaptado).

GRUPO II

(Funcionamento da Língua)

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Completa cada uma das frases seguintes com a forma do verbo apresentado entre parênteses, no

tempo e/ou no modo indicados. Usa apenas tempos simples.

Escreve a letra que identifica cada espaço, seguida da forma verbal correta.

Pretérito imperfeito do conjuntivo

O viajante nunca imaginara que __a)__ (haver) tantos autocarros iguais.

Condicional

De repente, ele pensou que, sozinho e sem ajuda, nunca __b)__ (conseguir) regressar ao seu país.

Futuro do indicativo

Numa futura experiência, aquele português __c)__ (fixar) bem o autocarro.

2. Indica, para cada um dos itens (2.1. e 2.2.), a função sintática que a expressão sublinhada desempenha

em cada uma das frases.

2.1. O viajante português estava aflito.

2.2. Um polícia ajudou o viajante.

3. Lê a frase apresentada.

Os dois homens entenderam-se bem, porque falavam a mesma língua.

Classifica a oração sublinhada.

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4. Lê a frase apresentada.

Todos passaram a fronteira a pé.

Reescreve a frase, substituindo a expressão sublinhada pelo pronome pessoal adequado. Faz apenas as

alterações necessárias.

5. Lê a frase seguinte.

O escritor viveu esta história.

Reescreve a frase na voz passiva, respeitando o tempo e o modo verbais.

GRUPO III

(Escrita)

Imagina que participaste numa viagem por terras longínquas.

Escreve uma carta, correta e bem estruturada, com um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras,

em que relates a uma pessoa tua amiga o que aconteceu durante a viagem e na qual descrevas o que de

mais interessante observaste.

Respeita os aspetos formais da carta.

Observações relativas ao Grupo III:

1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos algarismos que o constituam (exemplo: /2012/).

2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras –, há que atender ao seguinte:

 a um texto com extensão inferior a 60 palavras é atribuída a classificação de 0 (zero) pontos;

 nos outros casos, um desvio dos limites de extensão requeridos implica uma desvalorização parcial (até dois

pontos) do texto produzido.

Referências

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