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Diferentes Abordagens em Dependência Química: Quais os limites?

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Diferentes Abordagens em

Dependência Química:

Quais os limites?

Cláudia Fabiana de Jesus

Psicóloga e Mestre em Psicologia da Saúde

(2)

• Estimular a reflexão sobre os limites das

abordagens

• Repensar sobre os limites e os impasses entre

as parcerias

• Compartilhar e refletir acerca da angústia diante

do limite do não saber tudo e do não poder

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Modalidades de Intervenção

( Milby, 1988)

• Abordagens Médico-Farmacológicas:

hospitalização para desintoxicação e

tratamento de doenças relacionadas à

dependência; tratamento psiquiátrico

convencional; uso de drogas psiquiátricas;

tratamento não psiquiátrico com clínico

geral.

• Abordagens Psicossociais: psicoterapia

psicanalítica; psicoterapia e orientação

familiar sistêmica; terapia comportamental;

psicoterapia de grupo.

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• Abordagens Socioculturais: Englobam as

metodologias seguidas pelas

Comunidades Terapêuticas e os Grupos

de A.A e N.A.

• Abordagens Religiosas: Inclue-se o

trabalho de profissionais da área de saúde

mas, o enfoque institucional básico é a

doutrinação religiosa e o aconselhamento

espiritual.

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• Discutir a dependência química hoje exige uma reflexão sobre como a droga foi encarada ao longo da história, tendo em vista as questões de saúde/doença e os paradigmas em cada

momento e suas interseções.

• Refletir a questão da promoção da saúde frente à dependência de drogas, de acordo com o modelo biopsicossocial presente na atualidade.

• Esse modelo considera o ser humano integral, dotado de

subjetividade, de saberes e fazeres próprios, ativo no processo saúde/doença, ressaltando a necessidade de rompimento com o modelo cartesiano ainda predominante na saúde.

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• No que diz respeito ao tratamento dos usuários de drogas, é necessário ressaltar que o mesmo tinha por base, no final do século XIX e primeira metade do século XX, o modelo biomédico, estando diretamente ligado à assistência psiquiátrica. Os usuários eram encaminhados para

instituições psiquiátricas com a finalidade primordial de retirá-los do

convívio social e promover o abandono do uso, utilizando, para tanto, as mesmas técnicas empregadas com outros internos.

• Assim, o processo saúde/doença está diretamente relacionado à própria complexidade e singularidade do viver do ser humano, sendo

determinado, portanto, não por intervenção médica, mas sim por comportamentos, alimentação, pela natureza do meio ambiente . A saúde passou a ser encarada como um momento, no processo

saúde/doença, em permanente transformação, sendo um fenômeno multidimensional (Mendes, 1996).

(7)

A escolha da modalidade de tratamento depende de cada caso.

Em qualquer que seja a abordagem adotada, ela não está isenta de conotações ideológicas, pois o consumo de

drogas envolve fatores éticos e valores humanos.

Bucher e Costa (1985) propõe um modelo de tratamento que seja capaz de integrar os aspectos biológicos,

(8)

• Segundo Capra (2003), o paciente passou a não ser mais encarado apenas como um objeto para a intervenção médica, e sim como um sujeito ativo, integral, autêntico, com necessidades e valores, que vive, reflete e transforma o encontro clínico juntamente com o profissional. • Portanto, a dependência química é algo atual para se discutir, uma vez

que somente a partir da segunda metade do século passado o conceito de dependência deixou de ser enfocado como um desvio de caráter, ou apenas como um conjunto de sintomas, para ganhar contornos de

transtorno mental com características específicas (Ribeiro, 2004). • No caso da dependência química, é necessário considerar e buscar

entender qual o significado na mesma na vida de cada indivíduo, uma vez que as histórias de vida são diferenciadas. Além disso, cada um possui formas específicas de representar o processo de saúde e doença, o que implica em olhar para a subjetividade inerente nessa situação.

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Reforma Psiquiátrica...

• Desinstitucionalização e substituição do modelo de cuidado

• Implantação e consolidação da rede de atenção psicossocial, incluindo atenção básica

• Política de drogas no campo da saúde pública

• Inclusão social da pessoa com transtornos mentais • Formação permanente de recursos humanos

• Construção de novos referenciais para o cuidado • A Questão do Estigma

• A participação dos familiares no cuidado

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• IV Conferencia Nacional de Saúde Mental se manifestou sobre o investimento em criação e ampliação de rede de serviços substitutivos quer respeite a defesa dos direitos humanos, a liberdade e a inclusão dos usuários nos

territórios.

• Defende-se a internação como último recurso, tal como a Lei da reforma psiquiátrica brasileira estabelece e quando necessária, que seja breve, realizada em hospitais gerais de referência, ou em serviços especializados.

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• Uma Instituição total pode ser definida como um local de residência e trabalho onde um grande número de

indivíduos com situação semelhante, separados da

sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada.

(Goffman, 1987,p. 11).

• O aspecto central das instituições totais rompe as

barreiras que separam as esferas da vida, pois estas atividades serão exercidas no mesmo local e sob uma autoridade.

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• Mortificação do Eu: Ocorre através de uma série de rebaixamentos, degradações, humilhações e profanações do eu; e a primeira

mutilação surge com as barreiras que as instituições totais colocam entre o internado e seu mundo externo.

• Uma dessas barreiras se dá com a restrição a visitas e saídas do

local. Isto é posto inicialmente por muitas instituições para garantir um rompimento inicial profundo com os papéis exercidos anteriormente pelo sujeito e uma avaliação da perda de papel, acarretando em um grupo unificado e homogêneo de internados.

(14)

• Foucault analisou os processos disciplinares

empregados nas instituições, considerando-os exemplos da imposição às pessoas, e padrões "normais" de

conduta estabelecida pelas ciências sociais.

• A partir desse trabalho, explicitou-se a noção de que as formas de pensamento são também relações de poder, que implicam a coerção e imposição.

• A característica dessas instituições é uma separação decidida entre aqueles que têm o poder e aqueles que não o têm

.

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• A compreensão do SER DOENTE percebida por muitos dos

profissionais do campo da ciência médica centra-se numa dimensão

anatomofisiológica, não levando em consideração as subjetividades dos indivíduos. Prioriza o aspecto quantitativo, e a doença é sua principal preocupação e não o doente.

• O ser doente não é um ser anormal, é um ser que vivencia uma doença e que tem várias possibilidades de restabelecimento do ser saudável, porém deverá encontrar para isso, o melhor caminho para compreensão de seu estado temporário para atingir novas dimensões de vida.

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Contextualização

• Imediatismo, Individualismo, Consumismo • Quebra de valores / referenciais

• Conflitos- inerentes as relações interpessoais- são diminuídas pelo consumo

• Influência indústria farmacêutica. Lidar com angústia da vida e mal estar da civilização

• Busca soluções rápidas. Saúde é transformada em mercadoria e lucro

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Reflexões...

• Não se é contra o avanço das diversas modalidades de intervenções e realização de parcerias ...

• Qual o referencial técnico e metodológico que se utiliza na práxis? Quais os limites?

• Quais os limites de parcerias entre as abordagens que atuam com paradigmas divergentes, diferentes no que refere conceito de homem, conceito de dependência química, processo de saúde e doença, entre outros.

• Qual o lugar da droga na sociedade atual? O que vem nos revelar?

• Repensar sobre conceitos de instituições, avanço da

reforma psiquiátrica, SUS, SUAS, Conferencias Nacionais da Saúde e outros...

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Muito Obrigada!!

• Cláudia Fabiana de Jesus

• Psicóloga / Mestre em Psicologia da Saúde

• Contato: (12) 9118 8423

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Referências bibliográficas:

 American Psychiatric Association (2002). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais-DSM-IV-TR. Porto Alegre: Artes Médicas.

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Goffman, E. Manicômios, Prisões e Conventos. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1987.

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Referências

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