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5 Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais Brasília, de agosto de 2008

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5° Simpósio de Pós-Graduação em Ciências Florestais

Brasília, 14 – 16 de agosto de 2008

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ANÁLISE ECONÔMICA VISANDO ESTIMULAR A EUCALIPTOCULTURA NO

MUNICÍPIO DE MINEIROS, ESTADO DE GOIÁS

Maísa Santos Joaquim – maisafloresteira@ibest.com.br

Mestrando(a) em Ciências Florestais, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, CEP: 70910-900

Álvaro Nogueira de Souza – ansouza@unb.br Professor Doutor – Universidade de Brasília Laurent Quenó - laurent.queno@wanadoo.fr

Mestrando(a) em Ciências Florestais, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, CEP: 70910-900

Keila Lima Sanches – keila.sanches@gmail.com

Mestrando(a) em Ciências Florestais, Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, CEP: 70910-900

Resumo: O objetivo geral desse estudo foi testar a viabilidade econômica da implantação

de povoamentos de eucalipto no Município de Mineiros. Especificamente buscou-se: aplicar a função Gompertz para determinar os volumes às várias idades; estudar a lucratividade da atividade, utilizando os critérios VPL, TIR, BPE, CMPr; aplicar análise de sensibilidade variando o preço da madeira, a taxa de juros, a produtividade e o custo de implantação. Por fim, realizou-se uma comparação da Eucaliptocultura com a cultura da soja principal atividade agrícola da região em termos de lucratividade. Espera-se evidenciar uma alternativa de uso renovável para fins de geração de energia agregando valor à atividade agrícola para pequenos produtores o que poderá reduzir a pressão sobre as remanescentes do cerrado. Foram levantadas informações de custos de implantação e de preços praticados pelos compradores da região. O volume foi obtido como uso da função de Gompertz. Foi realizada análise de sensibilidade para saber o comportamento do lucro com variações em taxas de juros, produtividade, preço da madeira e custo de implantação da floresta. A partir dos cálculos econômicos foi realizada comparação da eucaliptocultura com a cultura da soja, mesmo com todas as variações na taxa de desconto, preço da madeira, produtividade e custos de implantação. A idade ótima de corte permaneceu no sexto ano e a Eucaliptocultura é mais rentável que a cultura da soja.

Palavras-chave: Economia Florestal, Eucaliptocultura, Viabilidade Econômica, Prognose

volumétrica.

Economic Analysis aiming to stimulate the silviculture of eucalypts in

Mineiro’s area, State of Goias

Abstract: The general purpose of this paper was to test the economic viability of the

eucalypts plantations in Mineiro’s area. Specifically, it was searched: to apply the Gompertz’s function to determinate the volumes in different age; to study the profitability of the activity using the criteria of the Net Present Value (NPV), the Internal Return Rate (IRR), the Equivalent Periodic Benefit (EPB) and the average cost of production; to apply the sensibility analysis changing the wood price, the interest rate, the productivity and the implantation cost. Finally, it was compared the eucalypt silviculture system with the soya crop which is the main regional agricultural activity in terms of profitability. It’s hoped to demonstrate an alternative for renewable use with the aim of energy generation adding value to the activity of small farms, in purpose to reduce the pressure upon the remnant cerrado. It was raised some information about the implantation costs and the price practiced by the regional buyers. The volume was calculated using the Gompertz’s function. It was done the sensibility analysis to know the profit evolution with the variation of the interest rate, the productivity, the wood price, and the cost of the stand implantation. From the economic calculation, it was made the comparison between the eucalypts production and the soya crop, with all the variations of

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the discount rate, the wood price, the productivity and the implantation cost. The optimum cut age stayed in the sixth year and eucalypts silviculture system is more profitable than soya crop.

Key words: forest economy, eucalypts production, economic viability, volume prediction

growth.

1. INTRODUÇÃO

O eucalipto é uma espécie arbórea pertencente à família das Mirtáceas, é nativa, principalmente, da Austrália. Constitui-se em mais de 670 espécies conhecidas, apropriadas para cada finalidade de aplicação da madeira.

Pela rapidez de seu crescimento e capacidade de adaptação em locais onde as culturas anuais são inviáveis sob o ponto de vista técnico e econômico, o eucalipto se tornou a principal espécie arbórea cultivada no Brasil (Valverde, 2003). Onde são utilizadas, entre 9 e 10 espécies para implantação das florestas de produção, das quais, no Centro-Oeste, 3 espécies têm ganhado maior destaque, o Eucalyptus urophylla, Eucalyptus camaldulensis e

Eucalyptus grandis, devido à sua plasticidade ecológica.

Diante disso, observa-se que o setor industrial de base florestal brasileiro tem sido marcado por um processo de utilização crescente de madeiras provenientes de reflorestamento, o que incentiva a implantação de florestas renováveis, onde, o eucalipto, pela sua enorme versatilidade, apresenta-se como uma promissora alternativa para produção de madeira e outros fins. Porém, o uso mais freqüente da madeira de eucalipto é a geração de biomassa para ser usada na forma de geração de energia e a produção de celulose.

No caso do estado de Goiás, pela vocação agrícola e pela escassez do ecossistema cerrado, retirado para dar lugar às culturas agrícolas e à formação de pastagem, o eucalipto pode ser uma forte alternativa para a produção de lenha a ser utilizada nos secadores de grãos e nas cerâmicas.

Um dos fatores que contribuem para a não utilização do eucalipto como fonte de energia é a falta de conhecimento da produtividade e viabilidade econômica da atividade, uma vez que o prazo para maturação dos projetos vai além do curto prazo. Assim, informações dessa natureza são de grande importância para auxiliar os agricultores, acostumados ao lucro com culturas anuais, a tomarem a decisão de se tornarem auto-suficientes e agregar valor ao uso da terra.

Diante do exposto, o presente trabalho tem o objetivo geral de avaliar a economicidade da introdução de povoamentos de eucalipto no município de Mineiros/GO. Especificamente pretende-se: Aplicar a função Gompertz para determinar os volumes às várias idades; Estudar a lucratividade da atividade, utilizando os critérios Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), Benefício Periódico Equivalente (BPE), Custo Médio de Produção (CMPr); Aplicar análise de sensibilidade aos principais fatores que afetam a economicidade da atividade; Comparar a eucaliptocultura com a principal atividade agrícola da região em termos de lucratividade; Apresentar uma alternativa de madeira renovável para fins de geração de energia e que agregue valor à atividade agrícola para pequenos produtores reduzindo a pressão do uso dos remanescentes do cerrado.

2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Histórico e usos do eucalipto

A cultura do eucalipto foi introduzida no Brasil em 1904, para fornecer lenha às locomotivas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. (Rezende, 1981; Aguiar, 1986).

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Mais tarde, com a lei dos incentivos fiscais, a eucaliptocultura teve grande expansão em todo o território nacional (Della Lucia, 1986; Silva, 1993).

Atualmente o setor florestal brasileiro mantém cerca de 4,8 milhões de hectares de florestas plantadas de rápido crescimento, distribuídos em todo o território nacional. Deste total, cerca de 3 milhões de hectares corresponde a plantações de eucalipto e 1,8 milhão de hectares a plantações de Pinus spp.

Desde os primeiros trabalhos realizados com plantios de Eucalyptus spp. em escala comercial no interior do Estado de São Paulo, as espécies deste gênero vêm sendo adaptadas para diversas regiões e suas diferentes condições edafoclimáticas, chegando, hoje, a situações de produtividades altíssimas, em torno de 500 m3/ha aos 7 anos contra os primeiros valores de 10 a 30 m3/ha na mesma idade alcançados com os primeiros plantios (Medrado et al., 2006).

De acordo com Silva (1993), Couto (1995), o eucalipto possui rápido crescimento, alta produtividade, ampla diversidade de espécies, grande capacidade de adaptação e é aplicado em diferentes processos e com diversas finalidades, como produção de celulose, papel, postes, energia, chapas, lâminas, compensados, aglomerados, carvão vegetal, madeira serrada e móveis; além de outros produtos como óleos essenciais e mel, alcançando grande importância econômica para o País.

Segundo Siqueira (2002) o setor industrial de base florestal tem sido marcado por um processo de utilização crescente de madeiras provenientes de reflorestamento, o que coloca o Brasil em sintonia com a ordem mundial, que enfatiza a preservação das florestas naturais e incentiva a implantação de florestas renováveis. O eucalipto apresenta-se como grande alternativa para produção de madeira nos próximos anos, e a indústria já aposta na sua disponibilidade para os futuros suprimentos de matéria-prima.

De acordo com Baena (2005), as florestas de produção para serem implantadas obedecem a normas rígidas estabelecidas pelas autoridades ambientais, relacionadas aos cuidados com as nascentes e bacias hidrográficas, matas nativas e corredores para a fauna, assim, a sustentabilidade desta atividade fica garantida.

2.2. Mercado de Produtos e serviços Florestais derivados do Eucalyptus spp.

As florestas plantadas de eucalipto se tornam empreendimentos cada vez mais atrativos, uma vez que, o descompasso crescente entre oferta e demanda de madeira nos mercados interno e externo tenderá a favorecer o quadro de substituição das madeiras nativas pela madeira de eucalipto. Tal fato vem gerando, em alguns casos, escassez de produto, o que aquece, ainda mais a atividade (Castro, 2007).

Os serviços ambientais das florestas plantadas como a redução do CO2, se tornam um

importante aliado da atividade florestal a partir da entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, já que florestas em crescimento absorvem consideráveis quantidades do gás nos processos de produção de matéria-seca.

2.3. O eucalipto no Cerrado brasileiro

Com a expansão acelerada da atividade florestal no Brasil, a região do cerrado passou a ter maior destaque no processo de reflorestamento do país devido, principalmente, às condições edafoclimáticas e fisiográficas da região serem favoráveis ao estabelecimento de plantios de eucalipto (Oliveira et al., 1998).

Segundo Novais et al. (1996), associando-se fertilização do solo e utilização de espécies/genótipos adequados, são facilmente obtidos de 25 a 30m3/ha.ano de madeira de eucalipto em solos de cerrado. Para se ter uma idéia da diversificação das espécies, existem espécies de eucaliptos que se adaptam muito bem a regiões de temperaturas em torno de 350C e outros que suportam um frio de até 18oC abaixo de zero (Branco, 2007).

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Não só de caráter empresarial se faz à importância do eucalipto, mas também como um parceiro do pequeno produtor no suprimento de madeira na propriedade rural e na agregação de valor à renda familiar.

2.4. Atividade Florestal para pequenos produtores

As vantagens dos plantios florestais para os pequenos produtores rurais referem-se a: a) possibilidade de usos múltiplos das árvores na propriedade (produção de forrageiras, sombra, quebra-ventos, madeira para uso próprio e comercialização, etc.), b) o calendário das operações de cultivo florestais, mais flexível que o respectivo calendário das culturas anuais; c) o plantio florestal não necessariamente concorre com as áreas nobres da propriedade destinadas ao cultivo de alimentos e sobrevivência familiar (Graça, Rodigheri e Conto 2000; Dossa, 2002).

Segundo Leite (2007), a atividade florestal Brasileira é uma das mais evoluídas no mundo, porém é necessário manter a participação brasileira no mercado mundial, sendo condição indispensável garantir florestas plantadas para suprir a indústria, respeitando os valores ambientais e sociais e principalmente a inclusão de pequenos e médios proprietários rurais.

Malinovski et al. (2006) relataram que plantio de espécies arbóreas em propriedades rurais apresenta como principal vantagem o fornecimento de madeira para serraria ou postes, ocupando geralmente somente áreas subutilizadas, como os limites internos e externos da propriedade rural.

Nas análises obtidas por Dossa (2002) para muitos produtores é uma alternativa de renda que apresenta baixo risco e pode ser mantida como reserva de valor. Acrescentou ainda que, o eucalipto brasileiro apresenta um forte potencial de expansão no mercado internacional nos próximos anos.

2.5. Rotação ou Idade Ótima de Corte para Povoamentos de Eucalipto

A rotação ou idade ótima de corte (IOC) determina o momento no qual será feita a colheita da madeira produzida no plantio, uma vez que, realizando esta operação fora desta idade, o manejador ou investidor florestal estará contribuindo para a elevação dos seus custos de produção, deixando de obter o máximo retorno sobre o investimento (Rezende et

al., 1987).

Souza et al. (2001) ressaltaram em seu trabalho que toda base de cálculo deve ser elaborada a partir do prévio conhecimento da idade ótima de corte, pois quando se altera qualquer variável, tem-se efeito nas condições técnicas e econômicas da rotação. Considerando-se a importância do Setor Florestal para a economia brasileira com ênfase na cultura do eucalipto, numerosas pesquisas procuraram e ainda procuram conhecer melhor sua rotação ou idade ótima de corte, sendo este item considerado de fundamental importância para o sucesso do empreendimento florestal (Higa e Higa, 2000).

A Rotação Econômica é aquela que maximiza os retornos do investimento, ou seja, o lucro sobre o investimento é máximo. Esta leva em conta os custos, as receitas do investimento e a variação do capital no tempo. Incorporados ao modelo os custos de implantação, manutenção, exploração, terra e administração. É função de fatores como produtividade, taxa de desconto e custo de produção, sendo assim, ela deve ser determinada e não arbitrada, para avaliações futuras (Silva et al., 1999)

De acordo com Scolforo e Hosakawa (1992), a rotação determinada com base em critérios econômicos é a mais conveniente, uma vez que considera a taxa de juros, os custos e as dimensões das plantas.

Fatores que afetam a Rotação

Existem vários fatores que podem influenciar a idade econômica de corte, como: o horizonte de planejamento, os custos envolvidos na produção, o preço da madeira, a

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produtividade do local e a taxa de desconto utilizada. Todos estes fatores fazem parte de um conjunto de informações que o economista florestal deve dispor para avaliar economicamente qualquer projeto de investimento florestal (Ferreira, 2001).

Souza et al. (2001) observaram influências de quase todos os fatores testados que afetam a reforma, tanto na idade de corte quanto no número de cortes que antecedem à reforma, com exceção do custo da terra, que não as afetou. Isso mostra que custos anuais só influenciam a renda líquida.

Taxa de juros

O juro é a remuneração em dinheiro do uso do dinheiro alheio. É a renda que recebe aquele que empresta o seu dinheiro. Portanto, quem recebe dinheiro emprestado deve devolvê-lo ao fim do prazo combinado e pagar juros enquanto corre o prazo do empréstimo (Galves, 1991).

Conhecer a taxa de desconto é fundamental para qualquer setor interessado em melhorar sua eficiência econômica (Contador, 1981). Porém, há sempre grande dificuldade em se determinar a taxa de juros, uma vez que ela varia de acordo com as características do projeto, da empresa, da conjuntura econômica, entre outros.

Lima Jr. et al. (1997), Oliveira e Macedo (1996), constataram que dentre os fatores que podem interferir na determinação da taxa de juros estão: o risco e a incerteza, a inflação, a duração do projeto ou horizonte de planejamento, a preferência por liquidez ou taxa preferencial de tempo, a produtividade do capital e a posição particular do investidor. Os mesmos autores garantiram que o investidor do setor florestal, ao analisar a variabilidade econômica de um projeto, não pode se nortear pelas taxas de juros vigentes no mercado que podem, entre outras razões, refletir apenas uma política governamental de curto ou mesmo de curtíssimo prazo. É preciso se guiar por taxas de longo prazo mais condizentes com o tempo de maturação dos projetos florestais, em que, usualmente é de 10%.

Segundo Rodriguez et al. (1997), o aumento da taxa de juros eleva o custo do capital, onerando o empreendimento com o passar do tempo e, portanto, pressionando a redução da rotação economicamente ótima.

Para Rezende e Oliveira (2001), a taxa de desconto representa o que se deixa de ganhar pela não aplicação do capital em outra oportunidade de investimento, sendo seu uso decorrente da necessidade de comparar valores que ocorrem em diferentes pontos no tempo.

2.6. Preço e da madeira e fatores que o afetam

Lopes (1990), Deur (1972) concluiu em seu trabalho que no caso do preço da madeira, as variações proporcionais nesse fator implicam em variações diretamente proporcionais nas idades ótimas de corte dos povoamentos, para taxa de juros inferiores as taxas de crescimento da floresta. Para taxas de juros superiores as taxas de crescimento da floresta, as variações sobre a idade ótima de corte foram inversamente proporcionais, e quando as taxas se igualaram, não houve influências de corte dos povoamentos (Rodriguez et al., 1997).

Pequenas mudanças no preço de venda da madeira provocam grandes alterações na lucratividade da atividade florestal, sugerindo que a melhoria da qualidade da madeira, juntamente com outras medidas que visem aumentar o preço deste produto é uma alternativa que pode viabilizar o plantio em áreas pouco produtivas e aumentar o lucro dos plantios das áreas mais produtivas (Ferreira, 2001).

Para Souza et al. (2001), deve-se ficar bem claro qual será o objetivo do plantio, considerando o estudo de rotação florestal. Pois o mesmo influenciará na fixação do preço da madeira para a realização da Análise Econômica. O investidor tem a possibilidade de manejar a floresta e vender o produto no momento que achar oportuno. Ou seja, o agricultor não fica vulnerável à situação do mercado e nem é obrigado a vender seus produtos a preços irrisórios, como acontece com a agricultura (Valverde, 2005).

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Outro aspecto interessante envolvendo atividades florestais, diz respeito ao uso da estrutura de custos para fins de avaliação florestal. O preço a ser pago ou vendido pela madeira muitas vezes é avaliado através de cálculos que envolvem séries históricas de custos e receitas (Graça et al., 2000).

2.7. Projetos Florestais

O projeto tem como finalidade à obtenção de retorno financeiro de um determinado capital aplicado no mesmo pelo investidor. Se a base de custos e receitas for de origem privada ou particular, intitula-se como “Avaliação econômica ou financeira de Projetos”, e, se os custos e receitas forem considerados sociais, a avaliação é conhecida como “Análise custo/benefício”. Comumente há maior interesse na avaliação econômica, pois a mesma demonstrará se o a realização do projeto será rentável (Rezende e Oliveira, 2001).

Geralmente, os projetos podem ser convencionais e não convencionais. Convencionais são aqueles que sofrem apenas uma mudança de sinal em seus fluxos de caixa, neles, as receitas líquidas mudam de negativas para positivas, e assim, permanecem até o final. Um caso particular de projeto convencional acontece quando a mudança de sinal ocorre no primeiro período de tempo após seu início, neste caso, ele é chamado de projeto de investimento simples. Os chamados projetos não-convencionais são aqueles onde há em seus fluxos de caixa mais de uma mudança nos sinais das receitas líquidas, como é o caso dos reflorestamentos com eucaliptos onde são efetuados 3 cortes (Rezende e Oliveira, 2000).

Análise econômica de Projetos Florestais

A análise econômica de um investimento envolve o uso de técnicas e critérios de análise que comparam os custos e as receitas inerentes ao projeto que ocorrem ao longo de sua vida útil, visando a decidir se este deve ou não ser implementado. Consiste na verificação da viabilidade de determinada atividade (Soares et al., 2003).

Rezende e Oliveira (2001), Rezende e Oliveira (2000) e Graça et al. (2000) demonstraram em seus trabalhos que na atividade florestal, qualquer análise financeira requer que, primeiramente os custos sejam apurados e depois dessa contabilização, sejam devidamente descontados para uma mesma base, podendo ser para o presente, através do valor presente, ou para o futuro, através do valor futuro, onde, a avaliação econômica de um projeto baseia-se em seu fluxo de caixa, que consiste nos custos e nas receitas distribuídas ao longo da vida útil do empreendimento.

O teste de viabilidade econômica consiste em verificar se as receitas inerentes ao projeto superam os custos necessários. Tanto os custos fixos e variáveis, como as receitas são valores diretos, observados do ponto de vista privado (Hoffmann et al.,1987; Rezende e Oliveira, 2001; Souza, 2005).

Silva et al. (2004), Souza et al. (2001) concluíram que Projetos que analisam custos e rendimentos em operações florestais na região do cerrado são muito escassos e se fazem necessários para o planejamento de futuras áreas a serem implantadas.

Conhecer as variáveis de maior peso na determinação dos resultados do projeto é de extrema importância, pois ao identificar os itens que devem ser estudados com maior cuidado, pode evitar que erros de precisão venham proporcionar grandes conseqüências no projeto (Valicheski et al., 2004).

Métodos utilizados na Análise Econômica de Projetos Florestais

Para projetos florestais, utilizam-se os critérios que consideram o valor do capital no tempo por serem projetos de longo prazo de maturação financeira. Neste caso os principais critérios são: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), o Benefício Periódico Equivalente (BPE), a Razão Benefício-Custo (B/C) e o Custo Médio de Produção (CMPr), sendo o VPL o critério mais utilizado (Lima Jr. et al., 1997; Soares et al. 2003; Baena, 2005; Souza (2005).

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De acordo com Faro (1979), Souza e Clemente (1999), o Valor Presente Líquido de um projeto é a soma algébrica dos valores descontados, a determinada taxa de juros, do fluxo de caixa a ele associado. Esse método é um dos mais utilizados na avaliação de investimentos, por obter o valor da produção em termos atuais, considerando uma taxa de juros, e por ser isento de falhas técnicas (Silva, 1992).

A maior dificuldade na sua aplicação está na escolha de uma taxa de desconto apropriada para cada caso, além de apresentar problemas quando se trata da ordenação de projetos de investimento que possuem horizontes de planejamento diferentes. Normalmente, utiliza-se a TMA de 10%, mais usual em projetos florestais.

Rezende e Oliveira (2001), define BP(C)E como sendo o fluxo de caixa líquido constante, onde, o primeiro esteja supostamente concentrado no final do primeiro período de tempo de operação do projeto. O projeto será considerado viável economicamente se apresentar BP(C)E positivo, indicando que os benefícios periódicos são maiores que os custos periódicos.

O BP(C)E é de enorme relevância quando está se comparando projetos que apresentam durações ou vidas úteis diferentes, visto que os valores equivalentes obtidos por período corrigem, implicitamente, as diferenças de horizonte.

A Razão Benefício/Custo, segundo Faro (1979) e Souza e Clemente (1999), é uma medida de quanto se ganha por unidade de capital investido. A hipótese implícita no cálculo da RB/C é que os recursos liberados ao longo da vida útil do projeto seriam reinvestidos à taxa mínima de atratividade.

Rezende e Oliveira (2001) salientaram que o critério do VPL é rigoroso e isento de falhas, o que lhe confere maior credibilidade. O VPL consiste em trazer para o ano zero do projeto todos os valores constantes no seu fluxo de caixa e subtrair as receitas das despesas.

O VPL de um projeto de investimento pode ser definido como a soma algébrica dos valores descontados do fluxo de caixa a ele associado. Conceitualmente, a viabilidade financeira de um projeto analisado por este método é indicada pela diferença positiva entre receitas e custos, atualizados à determinada taxa de juros (Rezende e Oliveira, 1993).

Se os projetos comparados apresentam mesmo horizonte de planejamento, o melhor será aquele que apresentar maior VPL. Se os horizontes de planejamento forem diferentes, devem-se equipá-los antes de se fazer os cálculos para a seleção.

Segundo Rezende e Oliveira (1995); Rezende et al. (2006) a Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de retorno anual do capital investido, ou seja, é a taxa de desconto que faz com que o valor atualizado dos benefícios seja igual ao valor atualizado dos custos. O critério da TIR está associado a estudos de viabilidade econômica em que se busca verificar se a rentabilidade do empreendimento é superior, inferior ou igual ao custo do capital que será utilizado para financiar o projeto.

De acordo com Malinovski et al. (2006) para que se possa considerar um sistema de produção economicamente viável através da TIR, os resultados obtidos devem superar a taxa básica de remuneração ou taxa mínima de atratividade.

O cálculo da TIR é semelhante ao do Valor Presente Líquido, sendo que, no lugar de fixar uma taxa de desconto, esta iguala o VPL à zero.

Segundo Soares et al. (2003), aumentos na taxa de desconto afetam significativamente o VPL, indicando que quanto menor a taxa de desconto utilizada maior será a lucratividade do projeto.

Análise de Sensibilidade

A análise de sensibilidade é uma ferramenta que permite observar de que maneira as variações ocorridas em uma das variáveis do projeto poderão influenciar sua viabilidade econômica. Através desta, é possível determinar em que medida um erro ou modificação de uma das variáveis incide nos resultados do projeto (Buarque, 1991).

De acordo com Rezende e Oliveira (2001), na análise de sensibilidade checam-se os efeitos de mudanças (percentuais ou absolutas) nos parâmetros, nos resultados e nos

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indicadores econômicos. Asseguram que a faixa de variação deve ser determinada com cuidado.

2.8. Função Gompertz

De acordo com Guimarães (2000) em termos práticos, as principais contribuições do uso de modelos referem-se a: identificação das principais variáveis associadas ao fenômeno em estudo, avaliação de mudanças decorrentes de alterações provocadas no processo estocástico (tratamentos), análise de tendências, o que permite o estabelecimento de projeções passadas e futuras, e fornecimento de subsídios para proceder análises econômicas e tomadas de decisão a priori. O mesmo justifica em seu estudo sobre Prognose de Crescimento em parcelas permanentes em um povoamento de Eucalyptus

grandis, o Modelo de Gompertz foi escolhido pelo fato de apresentar reduzido número de

parâmetros e possuir curvatura similar à observada na tendência do crescimento de muitos seres vivos.

Souza et al. (2001) utilizaram a função Gompertz para estimar a produção de madeira para determinar o volume da floresta e a partir daí a idade ótima de corte do povoamento. 3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Localização e Caracterização da Área de Estudo

O estudo foi conduzido no município de Mineiros, localizado na Região Sudoeste do Estado de Goiás, nas seguintes coordenadas 17°34’14” de latitude sul e 52º32’55” de longitude oeste do Greenwich.

3.2. Base de Dados

Foram coletadas informações de custos referentes às várias atividades de preparo do solo e plantio, comuns a todas as atividades agrícolas, e dados de custos específicos para o caso do plantio de eucalipto. Na Tabela 1 estão relacionados os itens de custo que compuseram o estudo. O preço da madeira considerado foi o praticado no mercado local para lenha de eucalipto que é de R$80,00/m3, sendo a taxa de juros mínima de atratividade foi de 8% a.a.

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Tabela 1 Custos considerados no estudo e respectivos anos de ocorrência.

Operações de plantio Custos (R$) Ano de ocorrência Preparo da área 400,00 0 Capina química 100,00 0 Adubação 160,00 0 Produção de mudas 388,85 0 Plantio 90,00 0 Diversos 154,00 0

Operações da manutenção florestal Ano de ocorrência Tratos culturais 95,00 1 2 3 a t Adubação 325,00 1 2 Controle de pragas 25,00 1 a t Controle de incêndios florestais 25,00 1 a t Inventário florestal 500,65/ha 1 a t

Diversos 154,00 1 2 3 a t Colheita 2,50 m/st T Transporte 80,00 m/st T t: ano de corte

3.3. Prognose da Produção Volumétrica

Para determinar o volume de madeira nas várias idades foi utilizado o modelo Gompertz como utilizada por Souza (1999), que é o seguinte:

)

1

(

e

a .e b.m

K

Y

sendo: K, a e b = parâmetros a serem estimados por meio de Regressão não-linear; m = idade do povoamento em meses; e = base dos logaritmos neperianos; Y = produção do volume de madeira em st/ha.

3.4. Viabilidade Econômica

A viabilidade econômica da implantação da cultura do eucalipto foi analisada utilizando-se os critérios citados em Rezende e Oliveira (2001):

Valor Presente Líquido (VPL)

O VPL foi calculado seguindo-se a seguinte expressão algébrica:

     

n j n j j j

i

Cj

i

Rj

VPL

0

(

1

)

0

(

1

)

em que: Cj = custos do final do período de tempo considerado; Rj = receita líquida no final do período

de tempo considerado; i = taxa de desconto do projeto; n = duração do projeto em números de períodos de tempo.

Taxa Interna de Retorno (TIR)

A TIR foi calculada da seguinte forma:

   

n j n j j j

i

Cj

i

Rj

0 0 * *

0

)

1

(

)

1

(

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em que: Aj = receita líquida no final do ano j, sendo Aj = Rj + Cj; j = receita no final do ano j; Cj = custo

no final do ano j; n = duração do projeto em anos; i* = taxa interna de retorno.

Benefício Periódico Equivalente (BP(C)E)

O BP(C)E que mostra o lucro anual foi calculado de acordo com a seguinte relação:

1

1

)

1

](

1

)

1

[(

)

(

nt nt t

i

i

i

VPL

E

C

BP

em que: BP(C)E = benefício (custo) periódico equivalente; VPL = valor presente líquido; i = taxa de desconto; n = duração do projeto em anos, meses etc,... t = número de períodos de capitalização.

Custo Médio de Produção (CMPr)

O CMPr foi calculado com a seguinte expressão:

   n j n j QTj CTj CM 0 0 Pr

em que: CMPr = custo médio de produção; CTj = custo total atual; QTj = quantidade de produção equivalente; n = duração de investimento; j = período de tempo em que os custos e as quantidades produzidas ocorrem.

3.5. Análise de Sensibilidade

Além dos critérios do VPL, TIR, BPE e CMPr, foi também, realizada uma análise de sensibilidade para se verificar a influência de alguns fatores na economicidade da atividade buscando mostrar o comportamento econômico do projeto variando-se a taxa de juros, preço da madeira, produtividade do povoamento e o custo de implantação da floresta. Para cada um dos itens testados foram considerados quatro valores diferentes como apresentado na Tabela 2. Os outros dados foram àqueles componentes da base já apresentada. Assim, para variações na taxa de desconto, por exemplo, foi considerada a base de dados original, alferindo-se, apenas a taxa de desconto, e assim, sucessivamente aos outros fatores considerados.

Tabela 2 Itens testados na análise de sensibilidade e seus respectivos valores.

Taxa de juros (%) Preço da madeira (R$) Produtividade (m3) Custo de implantação (R$) 6 50 200 1000 8 60 250 1500 10 70 300 2000 12 80 350 2500

Para auxiliar o agricultor a possíveis tomadas de decisão com relação à utilização de parte da área da propriedade para fins florestais, foram estabelecidas comparações entre o lucro anual possibilitado pela soja e o BPE alcançado pelo projeto com eucalipto. O lucro anual foi convertido em sacas de soja para um melhor entendimento do trabalho, possibilitando aos agricultores efetuarem uma comparação entre a lucratividade das atividades.

Com isso, foi apresentada ao agronegócio local, uma alternativa viável, para agregar renda e otimizar o uso da terra.

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548 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Determinação do Volume

O volume em cada idade foi prognosticado empregando-se o modelo Gompertz, conforme resultados apresentados na Tabela 3.

Tabela 3. Volumes determinados a partir da função Gompertz para várias idades. Idade em anos Volume (st/ha)

3 60,81 4 95,78 5 145,15 6 207,33 7 272,17 8 321,80

Onde: K= 350; a = 0,068 e b = 0,043 (Souza et al., 2001). A equação de Gompertz obtida foi:

}

1

{

350

[ 0 ,068 * ] ^ ( 0 ,043 *m )

V

  4.2. Viabilidade Econômica

A análise da viabilidade econômica do povoamento baseou-se em critérios de viabilidade e estão apresentados na Tabela 4. No cálculo, foi considerada a taxa de juros mínima de atratividade de 8%a.a.

Tabela 4. Cálculo da idade ótima de corte com base no maior lucro descontado de um povoamento

Eucalyptus spp para uma taxa de desconto de 8%a.a.

Idade em anos Volume (st/ha) VPL (R$) VPL infinito (R$) BPE (R$) 1 37,69 61,66 832,47 66,60 2 60,81 1.265,91 8.873,54 709,88 3 95,78 2.995,81 14.530,93 1.162,47 4 145,15 5.258,48 19.845,56 1.587,65 5 207,33 7.820,83 24.484,73 1.958,78 6 272,17 10.152,30 27.451,24 2.196,10 7 321,80 11.250,32 27.010,95 2.160,88 8 344,85 11.054,33 24.045,21 1.923,62 9 349,70 10.095,69 20.201,43 1.616,11 10 350,00 9.030,68 16.822,97 1.345,84 11 350,00 8.034,05 14.067,25 1.125,38 12 350,00 7.111,15 11.795,18 943,61

A idade ótima de corte, utilizando os critérios da Tabela 4, ocorreu, de acordo com o VPL aos seis anos. Porém, como a cada ano tem-se uma idade de corte diferente, aplicaram-se dois métodos para equiparar o horizonte de planejamento do projeto, o VPL para horizonte infinito e o BPE. Corrigido o problema, a idade ótima de corte foi aos 6 anos, onde houve maior valor para o VPL infinito e onde BPE apresentou a maior renda líquida anual que foi de R$2.387,93.ha-1.

Ainda aos 6 anos, ocorreram, respectivamente, os menores valores de CMPr (R$20,81/m3) e o maior retorno anual sobre o capital investido, representado pela TIR que foi de 39,85%. Ressalta-se que, o presente estudo não levou em consideração os tributos e o custo de transporte envolvidos na atividade.

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4.3. Análise de Sensibilidade

A sensibilidade do lucro descontado do projeto foi testada para variações na taxa de desconto e os resultados são apresentados na Tabela 5.

Tabela 5. Sensibilidade do lucro do projeto a variações na taxa de desconto. Taxas de desconto (%) VPL infinito (R$) BPE (R$) 6 39.798,91 2.387,93 8 27.451,24 2.196,10 10 20.106,10 2.010,61 12 15.260,22 1.831,23

O aumento da taxa de desconto proporcionou uma redução no lucro do projeto, embora não o tenha tornado inviável sob o ponto de visto econômico. Tal comportamento se justifica por ser a taxa de juros aquela que atualiza os valores de um fluxo de caixa, assim quanto maior a taxa menor o lucro.

Na Tabela 6 encontram-se os resultados da análise da sensibilidade do lucro do projeto com relação às mudanças no preço da madeira.

Tabela 6. Sensibilidade do lucro do projeto a variações no preço da madeira. Preços da madeira (R$/m3) VPL infinito (R$) BPE (R$) 50,00 13.538,27 1.083,06 60,00 18.175,93 1.454,07 70,00 22.813,58 1.825,09 80,00 27.451,24 2.196,10

A sensibilidade do lucro descontado à variações no preço da madeira já era esperada, sendo que maiores preços aumentam a lucratividade e, em alguns casos, tendem a antecipar a rotação florestal. O preço limite de R$45,50 altera a rotação para 7 anos, uma vez que, o prazo de maturação do projeto tem que ser alterado.

A variação da produtividade volumétrica do povoamento afetou a lucratividade no mesmo sentido do aumento no preço, ou seja, quanto maior o volume, maior o lucro. O volume de 195m3.ha-1 foi responsável por alterar de 6, para 7 anos, a idade ótima de corte proporcionando o lucro a valores atuais de R$4.805,82.ha-1.

O custo de implantação impactou a lucratividade de maneira que à medida que se aumenta o custo de implantação o lucro é menor, porém, não se observaram mudanças na idade de corte para os 4 valores de custo de implantação testados.

4.4. Comparação entre atividades

Para o cálculo do lucro descontado da atividade florestal no cenário de valores atualizados, levou-se em conta o preço praticado no mercado local do município de Mineiros-Go, para o metro estéreo da madeira que é de R$80,00. Os dados de custos foram os apresentados na Tabela 1.

A principal atividade agrícola do Município de Mineiros é o cultivo de soja, a qual foi considerada para realizar melhor comparação entre as atividades de eucaliptocultura e a monocultura de soja, apresentando assim uma alternativa rentável aos agricultores locais, foi considerado o preço da soja como sendo R$30,00/saca.

Neste caso, o lucro anual, representado pelo BPE foi de R$2.196,10/ha.ano-1. Considerando-se uma lucratividade para soja em torno de 20 sacas/ha, com o preço de R$30,00/saca, chega-se a um lucro anual de R$600,00/ha.

Considerando o BPE de R$2.196,10/ha.ano-1 e dividindo-se este valor por R$30,00 chegou-se ao valor em equivalência de 72,20sacas/ha.ano-1 de lucro líquido se em vez de

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soja fosse plantado o eucalipto. Obviamente não se pretendeu aqui sugerir a entrada de uma nova monocultura em detrimento da já existente, mas sim oferecer a oportunidade de diversificação das atividades na propriedade rural.

No caso analisado, em que o preço atual da madeira é de R$80,00/m3, para que as atividades tenham a mesma lucratividade, é preciso que o preço da madeira caia para R$37,00/m3. Porém a tendência é de alta de preços em função da escassez de madeira para fins energéticos além da proibição do uso de madeiras nativas do cerrado para tal fim.

Assim, é importante que seja considerada a eucaliptocultura como uma alternativa lucrativa e que agregue valor ao uso da terra, principalmente em locais da propriedade, nos quais a produtividade de soja não permita que o lucro líquido seja alto. Em tais locais, as várias espécies de eucalipto, seus híbridos e clones, têm ótimo desenvolvimento podendo até proporcionar a prática de desbastes e desrama alto-fuste, o que proporciona agregação de valores e a possibilidade de um uso mais nobre da madeira de eucalipto.

5. CONCLUSÕES

A IOC (Idade Ótima de Corta) é em torno de 6 anos; O volume na idade de corte foi de 272,17m3/ha; O lucro máximo na IOC (aos 6 anos), representado pelo BPE foi de R$2.196,10/ha.ano-1; O CMPr cortando-se aos 6 anos foi de R$20,81/m3 e a TIR foi de 39,85%a.a.; As variações das taxas de juros e custos de implantação não afetaram a idade de corte; Variações no preço da madeira para valores inferiores a R$45,50 e volumes inferiores a 195m3.ha-1, alteram de 6, para 7 anos a idade de corte; A eucaliptocultura mostrou-se economicamente mais viável que o cultivo da soja, apresentando BPE de R$2.196,10/ha.ano-1 contra R$600,00 da soja; Para apresentar a mesma lucratividade da eucaliptocultura, o cultivo de soja deveria proporcionar lucro líquido de 72,20 sacas.ha-1.

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