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Avaliação dos Comportamentos de Risco em viajantes com destino a Angola

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Academic year: 2020

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Ciências da Saúde

Avaliação dos Comportamentos de Risco em

viajantes com destino a Angola

Experiência Profissionalizante na vertente de Farmácia

Comunitária e Investigação

Susana Maria Martins Carvalho

Relatório para obtenção do Grau de Mestre em

Ciências Farmacêuticas

(Ciclo de estudos integrado)

Orientador: Prof. Doutor João Luís Baptista

Co-orientador: Doutora Ana Glória Fonseca

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Dedicatória

Dedico todo o meu trabalho àqueles que me apoiaram e deram-me tudo sem nada pedir em troca, àqueles que sempre acreditaram em mim, mesmo quando eu já tinha desistido. Ao meu marido e filhospelo amor, carinho, compreensão, pela força e motivação nos momentos mais difíceis.

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Agradecimentos

Antes de tudo, gostaria de agradecer àquelas pessoas sem as quais nada seria possível. Ao meu marido e aos meus filhos, aos meus pais, sem vocês este percurso tardaria a chegar ao fim, mas nem sequer teria lugar o seu início.

Agradeço ao Filipe, aquele que nunca me deixou ir abaixo, fazendo-me sempre ver uma solução do problema, por mais incerta que esta fosse.

Agradeço ao meu orientador Prof. Doutor João Luís Baptista, pela sua ajuda constante e orientação.

Agradeço á ANA aeroportos, pelo consentimento dado para a realização dos inquéritos, sem o qual este estudo não seria possível.

Agradeço à Sra. Cláudia Leonardo pela ajuda e orientação fornecida no aeroporto internacional de Lisboa.

Agradeço a todos os que me ajudaram no preenchimento do inquérito aplicado no meu estudo, sem eles este trabalho não seria praticável.

Agradeço à Dra. Adelaide Pereira, Diretora Técnica da Farmácia S. João, à Dra. Marta Vieira e ao Dr. Pedro Vieira pela oportunidade que me deram e por colocarem uma equipa inteira de braços abertos aptos a apostarem na minha formação.

Um agradecimento á restante equipa da Farmácia S. João pelo carinho com que me trataram durante este período, pela dedicação, sinceridade e franqueza. Por me ensinarem a verdadeira dedicação ao utente, pela boa disposição, pela alegria de trabalhar e me mostrarem a sabedoria que nenhum livro me ensinaria.

Agradeço a todos os meus amigos, em especial á Iolanda Vieira, por me ter “aturado” durante estes 5 anos de curso, pois de uma forma ou de outra contribuíram para que eu crescesse quer a título pessoal quer profissional.

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Resumo

A unidade Curricular “Estágio” é abrangida por duas áreas (Farmácia Comunitária e Investigação) de entre as quais um farmacêutico pode interagir. Estas áreas são de extrema importância para a passagem de um estudante para o mercado de trabalho e para a aplicação dos conhecimentos adquiridos ao longo do seu percurso académico. Desta forma, há possibilidade de formação de profissionais de saúde mais completos.

A componente de investigação foi baseada na aplicação de um inquérito no aeroporto internacional de Lisboa com o objetivo de avaliar os comportamentos de risco dos viajantes com destino Angola. De alguns anos a esta parte, as viagens internacionais têm conhecido um impulso considerável, tornando-se cada vez mais importante que os viajantes estejam ao corrente das medidas profiláticas e das vacinações exigidas quando se deslocam ao estrangeiro.

Os resultados obtidos no presente estudo demonstram que os viajantes com destino a Angola se encontram bastante esclarecidos dos riscos a que podem estar expostos quando se encontram fora do seu país de origem. Pode-se observar uma predominância do sexo masculino (66%) entre os inquiridos e relativamente à faixa etária com o maior número de viajantes, verifica-se nos indivíduos com a idade compreendida entre os 36 e os 45 anos (19%).

Devido ao aumento do número de emigrantes verificado ao longo destes últimos anos, não só em Portugal como noutros países, existe a necessidade de uma intervenção ativa dos profissionais de saúde, como médicos e farmacêuticos.

Relativamente ao estágio em Farmácia Comunitária, este decorreu entre 1 de setembro de 2014 e 25 de janeiro de 2015 na Farmácia S. João, sob orientação da Dra. Adelaide Vieira. Nestes foram abordadas várias áreas de intervenção do farmacêutico no funcionamento da farmácia comunitária, desde o atendimento e aconselhamento ao utente, medição e interpretação dos parâmetros bioquímicos, gestão de stocks, criação e receção de encomendas e faturação, entre outras atividades nas quais tive oportunidade de cooperar. Deste modo, o Capitulo II diz respeito á descrição de todas as atividades desenvolvidas ao longo do meu estágio, das condições necessárias para um bom funcionamento de uma farmácia comunitária e de toda a dinâmica que esta implica.

Palavras-chave

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Abstract

The Curricular Unit "Internship" is covered by two areas (Community Research and Pharmacy) from which a pharmacist can interact. These areas are extremely important for the passage of a student for the labor market and the application of knowledge acquired along their academic path. Thus, there is a possibility of forming more complete health professionals. The research component was based on the application of an investigation in Lisbon International Airport in order to assess the risk behaviors of travelers bound for Angola. A few years now, international travel has known considerable momentum increasingly becoming important that travelers are aware of preventive measures and vaccinations required when traveling abroad.

The results of this study demonstrate that the travelers to Angola are quite enlightened the risks to which they may be exposed when they are outside their country of origin. One can observe a predominance of males (66%) among respondents and for the age group with the largest number of travelers, it is found in individuals with ages between 36 and 45 years (19%).

Due to the increased number of emigrants achieved over the last few years, not only in Portugal but in other countries, there is a need for active intervention of health professionals such as doctors and pharmacists.

Regarding the stage in Community Pharmacy, this took place between September 1st 2014 and January 25, 2015 in St. John Pharmacy, under the guidance of Dr. Adelaide Vieira. These were addressed various areas of the pharmaceutical intervention in the functioning of community pharmacy, from the care and counseling to the patient, measurement and interpretation of biochemical parameters, inventory management, creation and reception of orders and invoicing, among other activities in which I was able to cooperate. Thus, Chapter II concerns the description of all activities undertaken during my internship, the conditions necessary for the proper functioning of a community pharmacy and all the dynamics that this implies.

Keywords

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Índice

Capitulo I- Avaliação dos comportamentos de risco dos viajantes com destino a Angola.

1 Introdução 1

1.1 Contextualização da emigração em Portugal. 2

1.2 Riscos e precauções para a saúde: considerações gerais. 2

1.2.1 Riscos associados à viagem. 3

1.3 Consulta médica antes da viagem. 4

1.4 Estojo médico. 4 1.5 Vacinação. 5 1.6 Malária. 7 1.6.1 Causa. 8 1.6.2 Transmissão. 8 1.6.3 Sintomatologia. 8 1.6.4 Quimioprofilaxia. 9 2 Objetivos. 10 2.1 Objetivos gerais. 10 2.2 Objetivos específicos. 10 3 Metodologia. 10 3.1 Seleção da amostra. 10 3.1.1 População alvo. 11

3.1.2 Critérios de inclusão e exclusão. 11

3.2 Materiais e métodos. 11

4 Resultados e discussão. 11

4.1Classificação da amostra. 11

4.1.1 Variáveis sociodemográficas. 11

4.2 Caracterização do grau de informação da população alvo em relação aos riscos inerentes à viagem. 14

4.3 Caracterização das medidas preventivas que cada individuo acha que deve realizar durante a viagem. 16

4.4 Caracterização das fontes de informação sobre os riscos inerentes à viagem e suas medidas preventivas. 17

4.4.1 Fonte (s) de informação sobre os riscos inerentes à viagem. 19

4.4.2 Caracterizar as medidas preventivas. 21

4.4.2.1 Vacinação. 21

4.4.2.2 Estojo médico. 23

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4.5 Caracterização das fontes de informação sobre os riscos inerentes à viagem

relativamente á malária. 26

4.5.1 Caracterizar as medidas preventivas face ao risco de contrair malária. 30

5. Reflexões finais. 34

5.1 Limitações ao estudo. 34

6. Conclusão. 34

7. Bibliografia. 36

Capitulo II - Relatório de Estágio de Farmácia Comunitária. 1.Introdução. 38

2.Organização da farmácia. 39

2.1 Localização da farmácia. 39

2.2 Recursos Humanos. 39

2.3 Horário de funcionamento. 40

3. Espaço físico da farmácia 40

3.1 Espaço exterior. 40

3.2 Espaço interior. 40

3.2.1 Zona de atendimento. 41

3.2.2 Gabinete de atendimento personalizado. 41

3.2.3 Área de receção e conferência de encomendas. 42

3.2.3.1 Área de armazenamento de medicamentos. 42

3.2.4 Laboratório. 43

3.2.5 Gabinete da direção técnica. 43

3.2.6 Instalações sanitárias. 43

3.2.7 Sistema informático. 44

4. Aprovisionamento, armazenamento e gestão de medicamentos e produtos de saúde. 44

5. Encomendas e aprovisionamento. 45

5.1 Elaboração de encomendas. 45

5.2 Receção e conferência de encomendas. 46

5.3 Encomendas de psicotrópicos e estupefacientes. 47

5.4 Armazenamento de produtos. 47

5.5 Controlo de prazos de validade. 48

5.6 Gestão de devoluções. 48

6. Interação farmacêutico/utente/medicamento. 49

7. Aconselhamento/dispensa e classificação dos produtos existentes na farmácia. 50

7.1 Medicamentos sujeitos a receita médica (MSRM). 51

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8. Receita médica. 52

8.1 Validação, interpretação e avaliação. 53

9. Automedicação. 55

9.1 Avaliação dos benefícios e do risco da automedicação. 55

10. Dispensa de outros produtos de saúde. 56

10.1 Produtos de dermofarmácia, cosmética e higiene corporal. 56

10.2 Produtos dietéticos infantis. 57

10.3 Produtos fitoterapêuticos. 57

10.4 Medicamentos e produtos de uso veterinário. 58

10.5 Dispositivos médicos. 58

11. Processamento do receituário e faturação. 58

11.1 Entrega do receituário. 59

11.2 Devolução de receitas. 60

12.Promoção da saúde na farmácia S.João. 60

12.1 Determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos. 60

12.2 Medição da pressão arterial. 61

12.3 Medição de parâmetros bioquímicos. 61

12.4 Consultas de nutrição e podologia. 62

12.5 Administração de injetáveis. 62 13. Valormed. 62 14. Conclusão. 62 15. Referências bibliográficas. 64 Anexos. Anexo I. 69 Anexo II. 79

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Lista de Figuras

Figura 1- Ilustração do Fluxo de Emigração. 2

Figura 2 – Ilustração da estimativa populacional portuguesa em Angola. 3

Figura 3 – Ilustração dos países onde existe risco de transmissão de febre amarela. 7

Figura 4- Ilustração das áreas endémicas de malária. 7

Figura 5 – Distribuição dos inquéritos segundo o sexo. 12

Figura 6 – Distribuição dos inquéritos de acordo com a idade. 12 Figura 7 – Distribuição das actrividades profissionais de acordo com os setores da

economia. 13

Figura 8 – Distribuição de acordo com a viagem. 14

Figura 9 – Distribuição de acordo com as áreas específicas para onde vão viajar. 14

Figura 10 – Distribuição de acordo com o objetivos da viagem. 15

Figura 11 – Distribuição segundo a duração da viagem. 15

Figura 12 – Distribuição de acordo com a intenção de nadar. 16

Figura 13 – Distribuição de acordo com os riscos alimentares. 17

Figura 14 – Distribuição dos indivíduos de acordo com a organização da viagem. 18

Figura 15 – Distribuição dos indivíduos quanto à procura de aconselhamento médico. 18 Figura 16 – Distribuição da amostra quanto ao tempo de antecedência é que procurou

aconselhamento em saúde. 19

Figura 17 – Distribuição quanto às fontes de informação no aconselhamento em saúde. 1-Médico de familia, 2-1-Médico do trabalho, 3-Farmácia, 4-Consulta do viajante, 5-Internet, 6-familiares/amigos, 7-Embaixada/consulado, 8-Livros/folhetos/jornais/revistas, 9-Sites

de informação ao viajante(OMS), 10-Outros 20

Figura 18- Distribuição quanto aos riscos a que os viajantes podem estar expostos no

destino. 21

Figura 19 – Ilustração da opinião dos viajantes quanto à vacinação. 22

Figura 20 – Ilustração da vacinação efetuada pelos viajantes. 23 Figura 21 – Distribuição material para prevenção de doenças de acordo com o estojo

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Figura 22 – Distribuição quanto à existência de doenças pré-existentes. 25

Figura 23 – Distribuição de acordo com as doenças pré- existentes. 25

Figura 24 – Distribuição de acordo com a posse de medicação para a malária. 26

Figura 25 – Ilustração de acordo com a finalidade da medicação para a malária. 27

Figura 26 – Distribuição de acordo com o antimalárico que levam em viagem. 28

Figura 27 – Principais razões para não levarem a medicação antimalárica. 29

Figura 28 – Principais fontes de aconselhamento sobre os antimaláricos. 30 Figura 29 – Distribuição conforme a medida preventiva a tomar numa área endémica de

malária. 31

Figura 30 – Distribuição das medidas preventivas tomadas em casa face ao risco de

contrair malária. 32

Figura 31 - Distribuição de acordo com os sintomas relacionados com a malária. 33 Figura 32 - Distribuição de acordo com o conhecimento onde seria tratado caso tivesse

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Vacinas para viajantes. 6

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Lista de Acrónimos

ANA Autoridade Nacional para a Aviação. CDC Center Disease and Control and Prevention. OEm Observatório para a Emigração.

AIM Autorização de Introdução no Mercado ANF Associação Nacional das Farmácias ARS Administração Regional de Saúde BPF Boas Práticas de Farmácia CCF Centro de Conferência de Faturas CE Comunidade Europeia

DCI Denominação Comum Internacional DL Decreto-Lei

DM Dispositivo Médico FEFO First Expired First Out HTA Hipertensão Arterial IMC Índice de Massa Corporal IVA Imposto de Valor Acrescentado MG Medicamento Genérico

MUV Medicamentos de Uso Veterinário

MNSRM Medicamento Não Sujeito a Receita Médica MSRM Medicamento Sujeito a Receita Médica OF Ordem dos Farmacêuticos

OMS Organização Mundial de Saúde OTC Over the Counter

PNV Plano Nacional de Vacinação

PRM Problemas Relacionados com o Medicamentos PVP Preço de Venda ao Público

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Capítulo I -Avaliação dos comportamentos de

risco dos viajantes com destino a Angola

1. Introdução

O presente estudo oferece uma oportunidade única pra determinar a distribuição das viagens associadas a doença em termos de pessoa, tempo e lugar entre os viajantes com destino Angola, bem como as boas práticas de saúde do viajante.

Este projeto destina-se a fornecer informações sobre atitudes, prática e conhecimento dos viajantes, a fim de determinar onde os viajantes procuram o aconselhamento em saúde e identificar possíveis lacunas de conhecimento entre os viajantes e os profissionais de saúde. O estudo também foi projetado para oferecer uma oportunidade para avaliar a precisão da fonte de aconselhamento que os viajantes recebem.

As viagens internacionais têm aumentado dramaticamente ao longo das últimas décadas, quer em magnitude, velocidade e alcance geográfico. [1] Estas são realizadas por um número cada vez maior de pessoas devido a razões de ordem profissional, social, recreativa e humanitária. Tem vindo a aumentar o número de pessoas a viajar distâncias cada vez maiores. Por este motivo, os viajantes encontram-se expostos a uma multiplicidade de riscos para a saúde em ambientes com os quais não estão familiarizados. [2] A pluralidade desses riscos pode ser minorada mediante a prática de medidas adequadas antes, durante e depois da viagem. Atualmente, seja por motivos profissionais, seja por lazer, um grande número de viajantes desloca-se muito para além dos centros usuais destas atividades. Por outro lado, existem cada vez mais viajantes idosos, crianças e recém nascidos para os quais os riscos e as precauções são acrescidos. [3]

Os viajantes têm um papel significativo na propagação de doenças infecciosas uma vez que ultrapassam fronteiras internacionais, através dos seus padrões de viagem e comportamentos. A viagem é talvez o único fator de risco para doenças infeciosas que estão controladas no país de origem, particularmente doenças imuno-preveníveis, como a hepatite A, febre tifoide, poliomielite e sarampo. O papel da vacinação entre os viajantes é um componente essencial do controle nacional destas doenças associadas a viagem. [4]

Entender o comportamento dos viajantes e suas atitudes em relação a uma variedade de doenças transmissíveis pode informar a política que visa proteger o viajante individual, seus contactos e as comunidades em que eles viajam.

A consulta do viajante com um profissional de saúde pode fornecer ao viajante a assessoria preventiva necessária para minimizar os riscos de saúde durante a viagem, incluindo o risco de doenças infecciosas e a oportunidade para a vacinação e quimioprofilaxia relevante. [4] Os viajantes que procuram conselhos de saúde antes da viagem são sensibilizados para um

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melhor conhecimento das doenças infeciosas, o grau de risco de doença e uma maior perceção dos níveis de comportamentos para a redução de riscos inerentes ao destino [2,5].

1.1.Contextualização da Emigração em Portugal.

Em Portugal, desde o início da crise económica, que fortemente abalou a economia nacional e internacional, o número de viagens internacionais também aumentou consideravelmente. São milhares o número de viajantes registados no nosso pais. Contudo, estes milhares refletem um número que cada ano tem vindo a aumentar com a saída de portugueses.

A crise económica e o desemprego são fatores que incentivam a emigração, que por sua vez vai ganhando maior heterogeneidade na sua composição. Nos anos mais recentes, a proporcionalidade dos emigrantes portugueses com maior nível de instrução vai aumentando, ou seja, os jovens portugueses universitários e recém-licenciados procuram nos países desenvolvidos, dentro e fora da Europa, alternativas mais atrativas para as suas carreiras académicas e profissionais. [12]

Dados do relatório anual do Observatório para a Emigração (OEm) de 2012, demonstram um aumento do fluxo de emigração para a Angola mas também para países europeus. (Figura 1)

Figura 1- Ilustração do Fluxo de Emigração.

Desde 2009, com o início da crise em Portugal, os fluxos migratórios começaram a sofrer algumas alterações (Figura 2). [12]

Do lado da emigração, assiste-se a um crescimento acelerado das saídas de cidadãos portugueses, tanto qualificados como de pouca qualificação, embora a comunicação social ressalte especialmente a saída de recursos humanos qualificados.

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Figura 2- Ilustração da estimativa populacional portuguesa em Angola.

Angola possui uma classe média crescente e uma elite com grandes capacidades aquisitivas. O seu mercado consumidor esta em alta. Contudo, ainda há falta de quadros qualificados em Angola o que promove um aumento da procura de oportunidades para jovens qualificados e empresas nacionais atingidas pela crise e que encontram na emigração uma forma de resolução. [12]

1.2. Riscos e precauções para a saúde: considerações gerais.

De um modo geral, os habitantes de uma dada região vivem em estado de equilíbrio com o seu habitat, e nomeadamente a altitude, as condições climáticas e os microorganismos que nele proliferam. No entanto, este equilíbrio é instável, podendo ser perturbado, mesmo no seu habitat natural. [2]

As viagens internacionais produzem no viajante mudanças físicas e ambientais que podem perturbar, de forma significativa, o equilíbrio existente. A súbita exposição a mudanças de altitude, humidade, temperatura e até flora microbiana são, muitas vezes, exacerbadas pelo stress e pela fadiga, advindo no viajante um estado de “menor saúde” e na incapacidade de o viajante atingir os objetivos da sua viagem. [6]

Um planeamento cuidadoso da viagem que inclua as medidas preventivas apropriadas e a execução das precauções necessárias reduz essencialmente os riscos para a saúde.

1.2.1. Riscos associados à viagem.

Os riscos associados a viagens internacionais são influenciados pelas características quer do viajante, como idade, sexo, estado de saúde, quer da viagem em si, local de destino,

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objetivo, duração da estadia, os padrões de alojamento e de higiene alimentar e do comportamento do viajante. [7]

Os destinos com padrões elevados de qualidade ao nível de alojamento, condições de higiene e de água, de cuidados sanitários e de assistência médica, apresentam menores riscos para a saúde do viajante. Pelo contrário, os destinos com alojamentos de baixa qualidade, inadequadas condições de higiene ou sanitárias, sem assistência médica ou água potável indisponível, podem apresentar sérios riscos para a saúde dos viajantes.

A duração da estadia, o comportamento e o estilo de vida do viajante são também importantes na determinação da probabilidade de exposição a agentes infeciosos. Contudo, estes fatores, podem influenciar a decisão na necessidade, ou não, de certas vacinações ou medicação antimalárica. [8]

O objetivo da viagem é um aspeto crítico relativamente aos riscos para a saúde.

Uma viagem de negócios a uma cidade em que o viajante permaneça no hotel ou num centro de conferência de elevada qualidade, ou uma viagem para uma estância de turismo bem organizada, envolve menos riscos. Pelo contrário, uma viagem que tenha como objetivo visitar uma área rural, independentemente de esta se efetuar por lazer ou em trabalho, comporta elevados riscos para a saúde do viajante. Nestes casos, o comportamento do viajante é muito importante. Por exemplo, sair para a rua no momento em que os mosquitos transmissores da malária estão mias ativos (ao entardecer ou ao amanhecer), numa área endémica de malária, sem tomar as devidas precauções pode resultar numa infeção por malária. [7,8]

1.3. Consulta médica antes da viagem.

Os viajantes que pretendam visitar um destino num país em vias de desenvolvimento devem consultar, antes de viajar, um profissional na área da medicina do viajante. Esta consulta, deverá realizar-se, preferencialmente, nas 4 a 6 semanas antes da partida, sobretudo se for necessária vacinação. No entanto, também os viajantes de última hora beneficiam de uma consulta médica, mesmo na véspera da partida. [7]

Esta consulta irá determinar a necessidade de alguma vacinação ou medicação contra a malária, bem como de outros itens médicos de que o viajante pode necessitar, como por exemplo o que levar no estojo médico. [8]

O aconselhamento médico baseia as suas recomendações, incluindo as que dizem respeito à vacinação e à medicação, na avaliação do risco para o viajante individual. Tem em consideração a probabilidade de este vir a contrair uma infeção ou doença e o impacto da sua gravidade no mesmo.

1.4. Estojo médico.

Os viajantes devem levar suplementos médicos de acordo com as possíveis necessidades e duração da viagem.

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Devem transportar consigo um estojo médico para qualquer destino onde possam existir elevados riscos para a saúde, designadamente a maioria dos países em vias de desenvolvimento ou locais onde seja difícil a aquisição de medicamentos de qualidade garantida.

Este estojo deve incluir medicamentos básicos para o tratamento de afeções comuns, artigos de primeiros socorros e alguns medicamentos mais específicos que possam ser necessários ao viajante.

Determinadas categorias de medicamentos obrigatoriamente prescritas pelo médico devem ser acompanhadas de um certificado médico, assinado pelo clínico, que ateste a necessidade da medicação em causa para uso pessoal. [7]

Todos os medicamentos devem ser transportados na bagagem de mão para minimizar o risco de perda dos mesmos durante a viagem. Todavia, um fornecimento de reserva na bagagem é uma precaução de segurança para estas situações ou em caso de roubo. [8]

O estojo médico básico deve conter artigos de primeiros socorros como fita adesiva, solução desinfetante de feridas, ligaduras, gotas oftálmicas emolientes, repelente de insetos, tratamento para as picadas de insetos, descongestionante nasal, sais de re-hidratação oral, tesoura, compressas esterilizadas, termómetro e analgésico simples (ex. paracetamol). No estojo médico também deve constar alguns artigos adicionais segundo o destino e as necessidades individuais como, antidiarreico, antifúngico, antimalárico, preservativos, sedativos, seringas e agulhas esterilizadas, desinfetante para água, medicação para doenças pré-existentes e outros artigos específicos relacionados com o destino e a duração da estadia. [9]

1.5. Vacinação.

A vacinação consiste na administração de uma vacina com o objetivo de estimular uma resposta imunitária protetora. Esta resposta previne a doença quando a pessoa vacinada entra, posteriormente, em contacto com o agente infecioso correspondente. Deste modo, se bem sucedida, a vacinação resulta na imunização do individuo vacinado. [9]

A vacinação é um método altamente eficaz na prevenção de determinadas doenças infeciosas. As vacinas são, em geral, muito seguras e as reações adversas pouco frequentes. Os programas de imunização de rotina protegem as crianças da maior parte do mundo contra doenças infeciosas que, há alguns anos atrás, eram a causa de milhões de mortes anuais. Para os viajantes, a vacinação permite evitar um determinado número de eventuais e perigosas infeções, embora não existam ainda vacinas para algumas infeções severas. [7,8]

Apesar do sucesso na prevenção de infeções, as vacinas não protegem totalmente quem as utiliza, pelo que o viajante vacinado não está impossibilitado de contrair a infeção contra a qual foi vacinado.

O efeito protetor das vacinas demora algum tempo a desenvolver-se após a vacinação. A resposta imune do individuo vacinado só será plenamente efetiva algum tempo depois da toma da vacina e está dependente de outros fatores, como o número de doses necessárias e

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vacinações anteriores contra a mesma doença. Por este motivo, se o destino da viagem for um país onde pode ocorrer exposição a doenças combatidas por vacinação, o viajante deve consultar um médico na área de medicina do viajante 4 a 6 semanas antes da partida.

As vacinas para os viajantes compreendem as de: (1) utilização rotineira, particularmente em crianças; (2) aconselhamento antes da viagem; (3) utilização obrigatória (tabela 1). [7,10]

Tabela 1- Vacinas para viajantes.

Categoria Vacina 1.Vacinação de rotina Diteria/tétano/pertussis(DTP)

Hepatite B (VHB)

Haemophilus influenzae tipo b (Hib)

Sarampo (SPR)

Poliomielite (VPO ou VPI)

2.Vacinação seletiva para viajantes Cólera Influenza

Hepatite A (VHA) Encefalite japonesa

Borreliose (Doença de Lyme) Infeção meningocócica Infeção pneumocócica Raiva

Encefalite por carraças Tuberculose (BCG) Febre Tifóide

Febre Amarela (proteção individual)

3.vacinação obrigatória Febre Amarela (para proteção de países vulneráveis)

Meningite a meningococos (para Meca e Medina)

Atualmente, a vacinação obrigatória refere-se apenas a febre amarela. Esta vacina é efetuada por dois motivos: (1) para proteção individual em áreas onde existe risco de contrair a infeção; (2) para proteção dos países vulneráveis à importação do vírus da febre amarela. [11] O viajante deve ser vacinado se visitar um país que exija esta imunização como condição de entrada, a qual se aplica a todos os viajantes provenientes de países onde a febre amarela seja endémica, como por exemplo Angola, onde é exigido um certificado de vacinação contra a febre amarela aos viajantes com idade superior a 1 ano, provenientes de áreas infetadas (Figura 3).

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Figura 3- Ilustração dos países onde existe risco de transmissão de febre amarela.

1.6. Malária.

A malária éuma dasmais importantesdoençasde viagemassociado, devido à sua ampla distribuiçãogeográficae do seu potencialdesfecho fatalse não for tratada, especialmente emindivíduosnão imunizados.

Diagnóstico da maláriafoi responsável por29% das pessoas com febre e desproporcionalem viajantes que retornamda Áfricade acordo com abase de dadosglobal,a maioriadas infeçõesforam adquiridas emÁfrica Subsaarianae60% delesforam devido aPlasmodium falciparum (Figura 4). [9]

Figura 4- Ilustração das áreas endémicas de malária.

Todos os anos, muitos viajantes adoecem por malária durante viagens a países onde a mesma é endémica e um número superior a 10 000 adoece após o regresso a casa. [7]

Os viajantes internacionais correm um elevado risco de contrair malária por serem não imunes e estarem sujeitos a diagnósticos de malária tardios ou incorretos após o seu retorno ao destino de origem. [7,8]

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A Organização Mundial de Saúde estima que em 2010 tenham ocorrido 219 milhões de casos documentados de malária. [11]

1.6.1 Causa

Malária, também chamada paludismo é uma doença infeciosa transmitida por mosquitos e provocada por quatro espécies diferentes protozoários parasitários do género Plasmodium,

como Plasmodium falciparum; P. vivax; P. ovale; P. malariae . A grande maioria das mortes é

provocada por P. falciparum e P. vivax, enquanto que as P. ovale e P. malariae geralmente provocam uma forma menos agressiva de malária e que raramente é fatal. [9]

1.6.2 Transmissão.

A transmissão da malária ocorre em grandes áreas de Central e América do Sul, sub-saariana, o subcontinente indiano, sudeste da Ásia, Oriente Médio e Oceania. O risco estimado de adquirir malária varia consideravelmente de região para região. Esta variabilidade é uma função da intensidade de transmissão em ambas as áreas urbanas e rurais dentro das várias regiões, e também depende de itinerário e a hora e tipo de viagem. [9]

De acordo com um estudo realizado pelo CDC em Atlanta, durante 1980-1988, foram detetados 1.534 casos de P. falciparum entre civis norte-americanos. Destes, 1.222 (80%) foram adquiridas em África subsariana; 112 (7%), na Ásia; 100 (7%), nas Caraíbas e na América do Sul, e 100 (7%), em outras partes do mundo. Das 37 infeções fatais,

27 foram adquiridos na

África sub-saariana.[10]

Assim, a maioria dos casos importados da malária entre os viajantes foi adquirida na África sub-saariana. Esta disparidade no risco de contrair malária reflete o fato de que os viajantes para a África estão em risco na maioria das áreas rurais e urbanas e, por outro lado, tendem a gastar um tempo considerável, inclusive à noite e horas noturnas, nas zonas rurais, onde o risco de malária é mais elevado. [9]A maioria dos viajantes para a Ásia e América do Sul, no entanto, passam a maior parte do seu tempo em áreas urbanas onde o risco é limitado.

Por causa dos hábitos alimentares noturnos dos mosquitos Anopheles, a transmissão da malária ocorre principalmente entre o anoitecer e o amanhecer. Os viajantes devem tomar precauções de modo a reduzir o contacto com mosquitos, especialmente durante essas horas. [13]

1.6.3. Sintomatologia.

A malária provoca febre após um período de incubação igual ou superior a 7 dias. Isto significa que o aparecimento de febre durante a primeira semana de estadia numa área endémica não é devido à malária. [7]

A malária P.falciparum, espécie que dá origem à forma mais grave da doença, pode apresentar sintomas muito variados, desde os sintomas mais gerais, como febre, arrepios, cefaleias, mialgias, astenia, vómitos, tosse, diarreia e dores abdominais, até sintomas mais

(29)

específicos relacionados com insuficiência múltipla de órgãos, convulsões generalizadas, como e morte. [7,9]

Os sintomas iniciais podem ser moderados, sendo difícil estabelecer a sua relação com a malária. Neste sentido, é importante que todos os casos de febre com inicio em qualquer altura entre o sétimo dia da chegada a zona endémica e três meses após a última exposição sejam considerados como devidos ao P.falciparum. [7]

Ao contrário da malária causada pelo P.falciparum, as formas de malária ocasionadas pelas outras espécies de Plasmodium são menos severas e raramente fatais.

1.6.4. Quimioprofilaxia.

Os viajantes e os profissionais de saúde devem saber que nenhum regime profilático contra a malária fornece uma proteção completa.

Contudo, um bom regime profilático reduz o risco de doença fatal.

Dependendo da área a visitar, o método de prevenção recomendado contra a malária pode ser apenas a prevenção contra a picada do mosquito ou esta forma de prevenção associada à quimioprofilaxia (tabela 2). [7,11]

Tabela 2- Forma de prevenção associada à quimioprofilaxia.

Risco de Malária Tipo de prevenção Tipo I Risco muito limitado de transmissão

de malária.

Prevenção apenas contra a picada de mosquito.

Tipo II Risco de malária a P.vivax, apenas

P.falciparum totalmente sensível a

cloroquina.

Prevenção contra a picada de mosquito associada à cloroquina.

Tipo III Risco de transmissão de malária e resistência emergente à cloroquina.

Prevenção contra a picada de mosquito mais a associação cloroquina+proguanil.

Tipo IV Elevado risco de malária P.

falciparum com resistência a

fármacos ou risco baixo/moderado

de P. falciparum mas com elevada

resistência a fármacos

Prevenção contra a picada de mosquito mais mefloquina ou doxiciclina ou atovaquone/proguanil (desde que não tenha sido assinalada resistência nas áreas de destino).

Os antimaláricos têm contra-indicações específicas e possíveis efeitos secundários. As reações adversam atribuídas à quimioprofilaxia da malária é comum, mas, na maioria das vezes, são menores, não afetando as atividades do viajante. [9]

Cada um dos antimaláricos está contra-indicado em determinados grupos e indivíduos. Estas contra-indicações devem ser cuidadosamente ponderadas de modo a reduzir o risco de reações adversas graves.(Aexo II) [7]

(30)

2. Objetivos

2.1 Objetivos Gerais

.

Este trabalho tem como principal objetivo avaliar o comportamento de risco dos viajantes com destino a Angola.

Para atingir este objetivo, procurou-se executar as seguintes tarefas:

1. Avaliar o conhecimento dos passageiros sobre os riscos inerentes da viagem. 2. Identificar a fonte de informação sobre as medidas preventivas.

3. Que medidas preventivas foram tomadas.

4. Avaliar a importância do farmacêutico como elo de informação ao viajante.

2.2 Objetivos Específicos.

1. Caracterizar sócio demograficamente a população alvo, de acordo com o sexo, idade e profissão.

2. Caracterizar o grau de informação da população alvo em relação aos riscos inerentes à viagem.

3. Determinar as medidas preventivas que cada individuo acha que deve, no seu caso particular, realizar durante a viagem.

4. Identificar a (s) fonte (s) de informação sobre os riscos inerentes à viagem e suas medidas preventivas.

5. Identificar qual/quais a (s) fonte (s) que acham mais adequadas para a divulgação da informação relativa aos riscos inerentes à viagem.

3. Metodologia

3.1 Seleção da amostra.

É de extrema importância a seleção correta da amostra, de modo a que os resultados obtidos sejam confiáveis, apresentem o menor número de viés e sejam representativos de toda a população em estudo. Para este estudo descritivo a recolha dos dados realizou-se durante o mês de julho de 2014.

3.1.1 População- alvo

Este estudo pretende avaliar os comportamentos de risco dos viajantes com destino a Angola. De modo a determinar a amostra representativa dos viajantes, para posterior extrapolação dos resultados, recorreu-se ao programa estatístico Epi Info.

(31)

3.1.2 Critérios de inclusão e exclusão

Desde o início deste estudo, foram estabelecidos os critérios de inclusão e exclusão, sendo que a amostra teria de obrigatoriamente incluir indivíduos com idade superior a 18 anos e não sejam do país de origem do referido voo. Assim sendo, após obtenção de 410 inquéritos respondidos, 5 foram rejeitados devido a não cumprirem os critérios de inclusão. Desta forma, a amostra final a ser utilizada para análise e obtenção de dados é constituída por 405 indivíduos.

3.2 Materiais e métodos.

Para a realização deste estudo utilizado foi traduzido e adaptado o questionário sobre conhecimento, atitudes e práticas em viajantes europeus desenvolvido pelo European Travel Health Advisory Board, com 31 questões de resposta rápida, de modo a não ocupar muito tempo aos inquiridos (Anexo I). Este permitiu avaliar os dados sociodemográficos da população alvo, de acordo com o sexo, idade e profissão; caracterizar o grau de informação da população alvo em relação aos riscos inerentes a viagem; determinar as medidas preventivas que cada individuo acha que deve, no seu caso particular; realizar durante a viagem e identificar as fontes de informação sobre os riscos inerentes a viagem e suas medidas preventivas.

Os voluntários no início da entrevista foram avisados do seu caracter confidencial e anónimo, explicando quais os objetivos do estudo e obtendo-se, de forma oral, o consentimento por parte dos inquiridos. Os dados para este estudo foram recolhidos durante o mês de julho de 2014. Os inquéritos foram distribuídos na zona do Chek-In do aeroporto Internacional de Lisboa e na sala de embarque. Após a recolha de dados encontrar-se finalizada, estes foram registados e analisados com o programa estatístico Microsoft Office Excel 2007, aplicando diversas fórmulas e gráficos dinâmicos.

4. Resultados e Discussão

4.1. Classificação da amostra

4.1.1. Variáveis sociodemográficas

A mostra deste estudo foi constituída por 405 indivíduos, dos quais 136 eram do sexo

feminino (34%) e 269 eram do sexo masculino (66%). (Figura 1)

(32)

Figura 5- Distribuição dos inquéritos segundo o sexo.

No decorrer da análise dos dados os inqueridos foram divididos em várias faixas etárias, obtendo-se a seguinte distribuição: na faixa ≤ 25 anos foram inquiridos 10 dos participantes, dos 26 aos 30 anos 38 indivíduos, dos 31 aos 35 anos 49 indivíduos, dos 36 aos 40 anos 75 elementos da amostra, dos 41 aos 45 anos podemos observar 68 dos inqueridos. Na faixa dos 46 aos 50 anos, observamos 57 dos inqueridos, dos 51 aos 55 anos 60 indivíduos, dos 56 aos 60 anos 31 e na faixa ≥61 anos encontram-se 17 participantes. De referir, que o grupo com maior presença no estudo tem idade entre os 36 e os 40 anos. A idade média dos indivíduos constituintes da amostra é de, aproximadamente 43 anos. Na figura 2, pode-se visualizar a distribuição dos indivíduos pelas diferentes faixas etárias.

(33)

Figura 7-Distribuição das actrividades profissionais de acordo com os setores da economia.

O conceito de setores da atividade económica corresponde a uma divisão artificial das atividades económicas de cada país, de acordo com a essência da tarefa em questão.

Estarão no mesmo setor instituições que produzam bens ou prestem serviços de uma mesma

classe, isto é, que apresentem entre si um certo número de similitudes.

Tradicionalmente, divide-se a economia de cada país em três setores:

 O primário, que compreende as atividades ligadas à natureza, como sejam a agricultura, a silvicultura, as pescas, a pecuária, a caça ou as indústrias extrativas;

 O secundário, no qual são englobadas as atividades industriais transformadoras, a construção civil, industria, obras públicas, a produção de energia, como a eletricidade e o fornecimento de água e de gás;

 O terciário (ou dos serviços), que engloba o comércio, o turismo, os transportes e as atividades financeiras.

Foi já proposto por vários autores destacar do setor terciário o ensino e a investigação, que formariam o setor quaternário.

Assim, de acordo com a figura 7, distribuímos as atividades profissionais dos inquiridos pelos vários setores da atividade económica, verificando-se que 250 indivíduos da amostra estão englobados nas atividades do setor secundário, 146 no setor terciário, 5 no setor quaternário e 4 no setor primário.

(34)

4.2.Caracterização do grau de informação da população alvo em relação

aos riscos inerentes á viagem.

Como referido anteriormente, são inúmeros os riscos a que o viajante está exposto. Começando pela escolha do destino, a sua duração, objetivo até aos padrões de alojamento.

Figura 8- Distribuição de acordo com a viagem.

Podemos reparar que a maioria dos individuos da amostra não é a primeira vez que viaja para Angola. De acordo com alguns dos inquiridos, muitos já se encontram a trabalhar em Angola á alguns meses, estando na altura do inquerito de férias em Portugal.

Sendo Angola, um dos paises, que atualidade acolhe milhares de emigrantes portugueses, quisemos avaliar quais as áreas especificas para onde viajam. Assim, é possivel observar que a maioria dos inqueridos viajam para Luanda (Figura 5).

Figura 9- Distribuição de acordo com as áreas específicas para onde vão viajar.

O objetivo da viagem da amostra em estudo é na sua maioria por motivos laborais (86%), seguindo-se visitar familiares e amigos (3%), investigação e educação (3%) e turismo (4%).

(35)

Figura 10-Distribuição de acordo com o objetivo da viagem.

A duração da estadia é também importante na determinação da probabilidade de exposição a muitos agentes infecciosos. Estes fatores, por sua vez, influenciam a decisão que se refere á necessidade de certas vacinações ou medicação antimalárica. Assim, de acordo com os dados obtidos, podemos observar que a maioria dos indivíduos prevê uma estadia superior a 90 dias. (Figura 11)

(36)

4.3.Caracterização das medidas preventivas que cada individuo acha que

deve realizar durante a viagem.

Tal como a duração, o estilo de vida também o comportamento do viajante é importante na determinação do risco de exposição a certos agentes causadores de doenças. Neste caso, o comportamento do viajante é um aspeto importante. Por exemplo, sair para a rua no momento em que os mosquitos transmissores da malária estão mais ativos numa área endémica de malária, sem tomar medidas preventivas, pode resultar numa infeção por malária. Nadar no mar ou em rios onde não há rede de esgotos ou tratamento de águas, também expõem os viajantes a riscos acrescidos para a saúde.

Podemos reparar que 286 dos indivíduos da amostra não tem intenção de nadar durante a sua estadia, fato que pode ser explicado pela informação obtida sobre os riscos a que pode estar exposto durante a viagem. (Figura 12)

Figura 12- Distribuição de acordo com a intenção de nadar.

A ingestão de alimentos ou água contaminada, associados á ausência médica apropriada nalgumas regiões, torna a viagem para este destino particularmente perigosa. Assim, quastionamos a amostra sobre a intenção de ingestão de água ou alimentos que possam causar riscos para a saúde. Contudo, as respostas obtidas, demonstram que os individuos que constituem a mostra estão informados sobre os riscos que a ingestão de alimentos não cozinhados e ingestão de água não engarrafada possam acarretar para a saúde. (Figura 13)

(37)

Figura 13- Distribuição de acordo com os riscos alimentares.

4.4.Caracterização das fontes de informação sobre os riscos inerentes á

viagem e suas medidas preventivas.

Os viajantes que pretendem visitar um destino num país em vias de desenvolvimento devem consultar, antes de viajar, um profissional na área da medicina do viajante. Esta consulta deve, preferencialmente, ocorrer nas 4 a 6 semanas anteriores à partida, se for necessário vacinações.

De forma a avaliar o tempo necessário a organizar a viagem para o destino requerido, colocou-se a pergunta de quando começaram a organizar a sua viagem. Assim, verificamos que a maioria da amostra planificou a sua viagem há mais de 2 meses (49%), entre 1 a 2 meses (37%), de 2 semanas a 1 mês (9%), entre 1 a 2 semanas (4%) e menos de 1 semana apenas 1% da amostra. (Figura 14)

(38)

Figura 14- Distribuição dos individuos de acordo com a organização da viagem.

Com o intuito de determinar se os viajantes recorreram a aconselhamento em saúde antes de viajar e se o fizeram com quanto tempo de antecedência, foram construidos os seguintes gráficos (Figura 15 e Figura 16).

Figura 15- Distribuição dos individuos quanto á procura de aconselhamento em saúde.

Podemos analisar que a maioria dos individuos que constituem a amostra, procurou aconselhamento em sáude antes viajar (81%).

(39)

Figura 16- Distribuição da amostra quanto ao tempo de antecedência é que procurou aconselhamento em saúde.

Pela análise do gráfico, pode se observar que parte da amostra procurou aconselhamento em sáude há mais de 28 dias (Figura 16). Assim sendo, verificamos que desde o momento de planificar a viagem até ao aconselhamento médico é necessário no minimo um 1mês. Fato que se comprova pelas respostas obtidas nestas primeiras questões.

4.4.1 Fonte (s) de informação sobre os riscos inerentes á viagem.

Um planeamento cuidadoso da viagem que inclua as medidas de prevenção apropriadas e a execução das precauções necessárias reduz substancialmente os risco para a saúde. Embora os profissionais desta área possam providenciar um grande apoio e conselho ao viajante, é da responsabilidade deste a procura de informação, a consciencialização dos riscos envolvidos e a toma das precauções necessárias à viagem.

Para avaliar o conhecimento dos indivíduos possuem quanto à fonte de informação e aos riscos que podem estar expostos, estes foram questionados sobre qual/quais as fontes de informação e quais as doenças a que podem estar em risco os viajantes que viajam para o mesmo destino que eles (Figura 17 e Figura 18).

(40)

Figura 17- Distribuição quanto as fontes de informação no aconselhamento em saúde. 1-Médico de familia, 2-Médico do trabalho, 3-Farmácia, 4-Consulta do viajante, 5-Internet, 6-familiares/amigos, 7-Embaixada/consulado, 8-Livros/folhetos/jornais/revistas, 9-Sites de informação ao viajante(OMS),

10-Outros

Ao analisar o gráfico da figura 17, verificamos que 396 dos individuos que constituem a amostra procurou aconselhamento em saúde através da consulta do viajante, 118 dos inquiridos recorreram também ao médico de familia, 37 dos individuos para além da consulta do viajante acudiram á internet. Para além das fontes já referidas, é de salientar o fato dos viajantes também recorrerem à farmácia como de fonte de aconselhamento em saúde antes de viajarem.

(41)

Figura 18- Distribuição quanto aos riscos a que os viajantes podem estar expostos no destino.

Como referido anteriormente, Angola é um pais em vias de desenvolvimento. Contudo, a falta de condições higienico sanitárias expõem muitos dos viajantes a agentes causadores de doenças, como por exemplo malária. Assim, de acordo com a figura 18, foi possivel averiguar se os viajantes sabem a que riscos podem estar expostos quando viajam para Angola. Por análise do gráfico, verificamos que os viajantes, na sua maioria, estão conscientes de que vão para uma área endémica de malária. A ingestão de alimentos ou àgua contaminada, os expõem a doenças como hepatite A, febre tifoide, poliomielite. Os comportamentos de risco que possam adotar durante a sua estádia, também os enunciam a infeção por VIH/SIDA e gripe. Assim,é demonstrativo que a maioria dos viajantes inquiridos estão conscientes dos riscos a que podem estar expostos no seu destino de viagem.

4.4.2. Caracterizar as medidas preventivas.

4.4.2.1. Vacinação

Como já referido, a vacinação é um método altamente eficaz na prevenção de determinadas doenças infecciosas. As vacinas são, em geral, muito seguras e as reações adversas pouco frequentes. Para os viajantes, a vacinação permite evitar um determinado número de eventuais infeções, embora não existam ainda vacinas para algumas infeções severas (ex. malária ou VIH/SIDA).

Com o intuito de conhecer a opinião dos viajantes quanto á vacinação e que vacinação fez especificamente para esta viagem, os inquiridos foram questionados quanto a esse respeito (Figura 19 e Figura 20)

(42)

Figura 19- Ilustração da opinião dos viajantes quanto à vacinação.

Ao analisar as principais opiniões sobre a vacinação (Figura 19), foi detetado que a maior parte dos individuos consideram que as vacinas fornecem proteção essencial na prevenção de doenças (404) e são seguras (44). Contudo, 19 da amostra refere que estas são caras e dispendiosas e que podem ter efeitos secundários (17). No entanto, é de salientar que são muito poucos os inquiridos que dizem que estas são pouco eficazes ou que não são necessárias.

Apesar do sucesso na prevenção de infeções, as vacinas não protegem totalmente quem as utiliza,pelo que o viajante vacinado não está impossibilitado de contrair a infeção contra a qual foi vacinado. Indiferentemente das vacinas ou farmácos administrados, todas as precausões adicionais contra a infeção devem ser cumpridas, pois são importantes para reduzir o risco de adquirir doenças para as quais não existe doença.

Relativamente à vacinação especifica que os individuos relizaram para esta viagem, é de cariz obrigatório a vacinação contra a febre amarela. Analisando o gráfico, a maioria da amostra esta vacinada contra a febre amarela, no entanto a vacinação não foi realizada especificamente para esta viagem mas sim anteriormente, uma vez que, uma grande percentagem da amostra não era a primeira viagem que faziam para este destino. Assim, sendo, de um modo geral, a amostra encontra-se vacinada contra a febre amarela e febre tifoide. Uma parte da amostra referiu que estava imunizada contra o tétano, meningite meningocócica e hepatite A e B.

(43)

Figura 20- Ilustração da vacinação efetuada pelos viajantes.

4.4.2.2. Estojo médico

Os viajantes devem levar suplementos médicos de acordo com as possíveis necessidades e duração da viagem.

Devem transportar consigo um estojo médico para quaisquer destinos onde possam existir elevados riscos para a saúde, designadamente a maioria dos países em vias de desenvolvimento.

Este estojo deve incluir medicamentos básicos para o tratamento de afeções comuns, artigos de primeiros socorros e alguns medicamentos mais específicos que possam ser necessários ao viajante. Assim, questionamos a amostra sobre o que levariam no seu estojo médico (Figura 21).

De acordo com as respostas obtidas, verificamos que 394 dos indivíduos levavam repelente de insetos, 265 antibióticos, 378 antidiarreicos, 79 dos indivíduos transportavam sais de re-hidratação oral. Tendo em conta o local de destino, podemos referir que a maioria da amostra leva consigo material para prevenção da malária. Contudo, também observamos que 69 indivíduos referiram que levavam aspirina, 67 inquiridos levavam outra medicação. Entre esta outra medicação a amostra mencionou levar Ben-u-ron, Paracetamol, anti-inflamatórios e cálcio.

(44)

Figura 21- Distribuição material para prevenção de doenças de acordo com o estojo médico.

4.4.2.3. Doenças pré- existentes.

As pessoas que sofrem de doença crónica devem procurar aconselhamento médico antes de planearem uma viagem. São inúmeros os estados patológicos que aumentam o risco para a saúde durante uma viagem, entre elas doenças cardiovasculares (DVC), doenças respiratórias crónicas, doenças inflamatórias crónicas intestinais, diabetes mellitus, entre outras.

De modo avaliar a existência de doenças pré-existentes nos viajantes, estes foram questionados sobre o seu estado de saúde (Figura 18) e qual ou quais as doenças para a qual faz medicação (Figura 22).

(45)

Figura 22- Distribuição quanto à existência de doenças pré-existentes.

Com análise dos dados, foi obtida uma percentagem de 81% para a amostra que refere não ter qualquer problema de saúde, o que corresponde a 329 individuos dos 405 constituintes da amostra.

Contudo,76 individuos responderam que teriam doença crónica pré-existente, o que corresponde a 19% da amostra (Figura 22).

De forma a determinar quais os problemas de saúde pré-existentes,elaborou-se o seguinte gráfico (Figura 23).

(46)

Podemos reparar que dos 76 individuos que mencionaram ter doença pré-existente, 30 referiram ter Hipertensão Arterial, 15 mencionaram ter colesterol elevado, 10 dos inqueridos tem triglicéridos também elevados. Dos restantes individuos, alguns indicaram ter diabetes (7), asma (5), gota (4), má circulação (4), problemas de tiroide (4) e problemas musculo esqueléticas, como osteoporose (2) e artrose(1).

4.5.Caracterização das fontes de informação sobre os riscos inerentes á

viagem relativamente à Malária.

Como já referido anteriormente, consoante o destino da viagem, os viajantes podem estar expostos a várias doenças infeciosas.

As precauções de carácter geral podem reduzir grandemente o risco de exposição a agentes infeciosos e devem ser cumpridas com cuidado, em qualquer destino onde haja um risco elevado de exposição a esses agentes.

A malária é uma das infeções mais frequentes e de elevado risco em muitas áreas tropicais e endémicas em mais de 100 países o que ser uma infeção mortal, quando não tomadas as devidas precauções.

O país de destino da nossa amostra é Angola. Este situa-se numa área endémica de malária, por isso questionamos a nossa amostra sobre a quimioprofilaxia contra a malária. Hoje em dia sabemos que, uma boa quimioprofilaxia (adesão ao regime farmacológico recomendado) reduz o risco de doença fatal.

De forma a avaliar se os indivíduos da amostra levavam consigo a medicação para a malária, estes foram questionados sobre fato (Figura 24). Assim, 257 dos inquiridos respondeu que sim e 148 responderam que não.

(47)

Dos 257 individuos da amostra que respondeu sim, questionamos qual a finalidade da medicação (Figura 25).

Assim, de acordo com as respostas obtidas, 241inquiridos responderam que a medicação era para a prevenção da Malária, 6 retorquiram que era para tratamento e 10 dos inquiridos referiram que era para prevenção e tratamento da malária.

Figura 25- Ilustração de acordo com a finalidade da medicação para a Malária.

Uma vez questionados sobre a finalidade dos antimaláricos, a amostra foi interpelada sobre qual o medicamento que levava para prevenção e tratamento da Malária (Figura 26). Assim sendo, após análise das respostas obtidas, verificamos que 198 dos inquiridos referiu que transpostava Mephaquin para prevenção e 3 para tratamento; 39 dos questionados mencionaram que levavam Malarone para prevenção e 2 para tratamento e ainda obtivemos 14 individuos da amostra que referiram que levavam consigo Resochina para prevenção e apenas 1 individuo mencionou Resochina para tratamento.

(48)

Figura 26- Distribuição de acordo com o antimalárico que levam em viagem.

Como nem toda a amostra transportava consigo os antimaláricos, estes foram questionados com o intuito de sabermos qual a razão de não os levar (Figura 27).

Desta forma, verificamos que 81 dos inquiridos mencionou não gostar de tomar medicamento sem estar doente,30 referiu não gostar de tomar medicamento sem estar doente. Saliento o fato de 16 inquiridos referirem que “Os comprimidos para prevenir a malária não são eficazes”.

Como anteriormente referido, nenhum regime profilático contra a Malária fornece uma proteção completa. Por vezes, os viajantes ao serem alertados para esta situação faz com que diminua a adesão á terapêutica e aumento o risco de estes contrairem Malária.

Contudo, 8 individuos mencionaram ter efeitos secundários com os comprimidos para a malária. Como sabemos, os antimaláricos têm contra- indicações especificas e possiveis efeitos secundários. Voltando a análise, 61 dos individuos da amostra, referiu outros motivos para não ter os antimaláricos. Assim, destes individuos, 55 referiram que esta já não era a sua primeira viagem,daí não os transportarem; 2 mencionaram serem resistentes e que fazem mal ao figado e ainda mencionaram que estes não são aconselháveis e que tem efeitos secundários.

(49)

Figura 27- Principais razões para não levarem a medicação antimalárica.

De modo a avaliar onde obtiveram aconselhamento sobre qual o medicamento para a malária a tomar, a amostra foi solicitada a responder a essa questão (figura 28). Das respostas analisadas podemos verificar que 351 dos inquiridos mencionou que teve aconselhamento na consulta do viajante, 7 referiram ter sido através do médico de familia, 6 através da internet e de igual modo familiares e amigos. Em menor numero, foi mencionado que obtiveram aconselhamento através da embaixada (1) e livros (2).

(50)

Figura 28- Principais fontes de aconselhamento sobre os antimaláricos.

4.5.1. Caracterizar as medidas preventivas face ao risco de contrair Malária.

O risco de os viajantes virem a contrair malária é bastante variável de país para país e mesmo de região em região no mesmo país.

Os viajantes devem ter consciência do risco, do período de incubação e dos principais sintomas. Para isso, todos os viajantes devem ser alertados para o fato de a proteção individual contra a picada do mosquito entre o entardecer e o amanhecer ser a sua primeira linha.

Com o intuito de avaliar a amostra sobre que medidas a tomar face ao risco de contrair malária, estes foram interrogados sobre que medidas tomavam se saíssem numa área de paludismo (Figura 29).

(51)

Figura 29- Distribuição conforme a medida preventiva a tomar numa área endémica de malária.

Podemos reparar que 404 individuos respondeu que usaria roupa que cobra os membros e 405 dos inquirios aplicaria replente anti-mosquitos quando saissem numa área com risco de contrair malária.

Outra questão levantada foi, o que fariam em casa, durante a noite para se protegerem (Figura 30).

Na avaliação das respostas, verificamos que algumas medidas seriam descuradas por parte dos inquiridos. Assim, após analise, 405 individuos responderam que mantinham a janela/porta/tenda fechada; 88 responderam que dormiam debaixo de uma rede mosqueteira e 317 que não dormiriam debaixo de uma rede mosquiteira. Dos questionados, 377 responderam que usam o ar condicionado e 28 responderam que não o usavam. Relativamente, ao uso inseticidas em spray ou elétricos, 244 indivíduos da amostra referiu que sim e 161 aludiu que não usava.

(52)

Figura 30- Distribuição das medidas preventivas tomadas em casa face ao risco de contrair malária.

A malária provoca febre após um periodo de incubação igual ou superior a 7 dias. Contudo a malária P. falciparum, espécie que dá origem à forma mais grave da doença, pode apresentar caracteristicas clinicas muito variadas, desde sintomas gerais, como febre, arrepios, cefaleias, entre outros, até sintomas mais especificos relacionados com insuficiência de orgãos, convulsões generalizadas, coma e morte.

Para avaliar o conhecimento que os individuos possuem acerca dos sintomas relacionados com a malária, solicitou-se que os mencionassem (Figura 31).

Após analise detalhada dos dados obtidos, verifica-se que a amostra demonstra ter conhecimento dos sintomas gerais da malária, uma vez uma elevado numero de inquiridos mencionou como sintomas gerais, febre (397), dores musculares (333), mal estar (321) arrepios (289), náuseas (265), cansaço (230), suores(156), dores de cabeça (134) e vómitos (101). Contudo, também se verificou e apesar de ser em numero inferior, o desconhecimento de sintomas bastante relevantes por parte de alguns dos inquiridos.

(53)

Figura 31- Distribuição de acordo com os sintomas relacionados com a malária.

Uma das medidas preventivas, senão a mais importante, é onde se dirigir caso tenha contraido malária no país de destino.

Por isso, quisemos saber se a nossa amostra saberia onde se dirigir caso tivesse contraido paludismo (Figura 32).

Pelas respostas fornecidas, 403 individuos conseguem ser tratados no destino caso contraissem malária e apenas 2 responderam não saber.

(54)

5.Reflexões finais.

Não queríamos concluir esta tese sem fazer uma reflexão final e descrever as limitações que os autores tiveram durante a realização da mesma.

5.1.Limitações do estudo.

Apesar do estudo apresentar uma amostra representativa dos viajantes com destino a Angola, não existem dúvidas que nenhuma amostra representa na perfeição uma população, havendo sempre uma margem de erro. Como este é um erro que não se pode evitar, este pode ser reduzido através da escolha correta do tamanho da amostra, sendo que quanto maior é o tamanho da amostra, menor será o erro cometido.

Como os resultados deste estudo são referentes a uma população de viajantes, estes não podem ser generalizados para outros destinos devido aos diferentes padrões da viagem, como por exemplo qualidade ao nível de alojamento, condições de higiene e de água, de cuidados sanitários e de assistência médica.

Uma outra limitação ao estudo é o fato de todos os intervenientes terem sido informados acerca deste ser um estudo científico. Esta abordagem poderá ter influenciado os

participantes a responder o que achassem ser o mais correto, como por exemplo, se possuem alguma doença crónica ou se procuraram aconselhamento em saúde antes de viajar por terem noção que é fundamental antes de viajarem.

6.Conclusões.

Este estudo teve como principal objetivo avaliar os comportamentos de risco dos viajantes com destino Angola, tendo como instrumento um inquérito elaborado internacionalmente para estes fins.

Podemos afirmar que a amostra conseguida é representativa da população de viajantes com destino a Angola, podendo os resultados serem extrapolados para a população de viajantes com destino a Angola. Após análise pormenorizada dos dados, conseguiu-se a concretização do principal objetivo designado desde o início.

Este estudo permitiu concluir que os viajantes com destino a Angola se encontram bastante elucidados dos riscos que podem estar expostos quando se encontram fora da sua área familiar. Porém, é visível a influência das variáveis sociodemográficas, como é o caso do sexo, idade e profissão. Pode-se observar uma predominância do sexo masculino (66%) entre os inquiridos e relativamente à faixa etária com o maior número de viajantes, verifica-se nos indivíduos com a idade compreendida entre os 36 e os 45 anos (19%). Quanto á profissão, existe uma maior prevalência de viajantes especializados em diferentes áreas de trabalho.

Imagem

Figura 1- Ilustração do Fluxo de Emigração.
Figura 2- Ilustração da estimativa populacional portuguesa em Angola.
Tabela 1- Vacinas para viajantes.
Figura 3- Ilustração dos países onde existe risco de transmissão de febre amarela.
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Referências

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