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A implementação da produção mais limpa no processo de vulcanização

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A implementação da produção mais limpa no processo

de vulcanização

Laudiceia Pereira Rodrigues Curso de Ciências Biológicas

Belo Horizonte – MG 2010

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Laudiceia Pereira Rodrigues

A implementação da produção mais limpa no processo

de vulcanização

Trabalho de conclusão de curso apresentado junto ao Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, como requisito parcial para obtenção do título de licenciado no curso de Ciências Biológicas.

Orientador: Profª. Anselma Lapertosa

Belo Horizonte – MG. 2010

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Resumo:

A crescente conscientização ecológica, a preservação ambiental, a justiça social e a preocupação com as gerações futuras estão diretamente relacionadas à sustentabilidade das empresas. Neste trabalho será abordado o conceito de produção mais limpa, associado aos processos de vulcanização da borracha utilizada na emenda realizada em correias transportadoras. Será abordada a vantagem econômica e ambiental do reaproveitamento dos refugos de borracha gerados a partir da reforma das correias, mencionando como os mesmos podem ser reaproveitados em outros processos industriais, e não descartados de forma indevida no meio, contribuindo para minimizar os problemas ambientais, advindos da destinação inadequada deste tipo de resíduo. Estes resíduos são gerados em grandes quantidades e, se não destinados de forma ambientalmente adequada podem contribuir para a geração de impactos negativos e irreversíveis no meio ambiente. Os refugos da borracha são materiais não biodegradáveis e que apresentam demora na sua decomposição, daí a grande importância de seu reaproveitamento em outros processos produtivos.

Palavras - chave: Produção mais Limpa, Vulcanização, Emenda em correia transportadora, Desenvolvimento sustentável e Eco-eficiência.

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1. Introdução

Tem se tornado uma questão da ordem do dia, a constante preocupação com os assuntos relacionados ao meio ambiente e sua repercussão na qualidade vida dos seres humanos, o que tem levado a sociedade organizada a pensar em métodos alternativos para se diminuir o impacto negativo das atividades econômicas, que acabam na maioria das vezes impulsionando a degradação do ecossistema como um todo.

Esta preocupação tem se tornado ainda mais freqüente no que se refere à destinação adequada dos resíduos sólidos, sobretudo aqueles que são biodegradáveis, e conseqüentemente demoram até mesmo séculos para se decomporem, o que favorece o aumento galopante dos níveis de poluição, incompatíveis com a boa qualidade de vida necessária à saúde dos seres humanos.

A atividade industrial, em termos de potencial poluidor, é uma das fontes mais representativas como causadora de impacto ambiental negativo. Entretanto, este cenário vem mudando, impulsionado pela pressão da globalização do mercado cada vez mais competitivo e exigente na questão da preservação ambiental, principalmente no que se refere ao tratamento de resíduos líquidos e gasosos. No entanto, em se tratando de resíduos sólidos a questão é tratada de forma ainda muito incipiente. Falta uma política de Gestão de Resíduos Sólidos no país, além de incentivos e investimentos pelos setores público e privado no que se refere à prática de controle e preservação ambiental. (MAROSINE, 2003)

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 10.004, 2004), os resíduos são materiais decorrentes de atividades antrópicas, gerados como sobras de processos, ou que não possam ser utilizados com a finalidade para a qual foram originalmente produzidos. Os resíduos resultam, via de regra, do uso impróprio de materiais ou de energia, ou decorrem de processos produtivos inadequados ou inerentes à atividade. Sendo assim, a produção mais limpa aplica uma contínua estratégia ambiental preventiva e integrada nos processos produtivos, visando o aumento da eficiência global e a redução dos riscos ao ser humano e ao meio ambiente.

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O grande desafio da produção mais limpa está em convencer os empresários a praticar a produção através da gestão ambiental, com o intuito de quebrar alguns paradigmas, que irão possibilitar o desenvolvimento sustentável dos seus negócios, sendo que, o controle e a redução das fontes de poluição e o encaminhamento correto dos resíduos gerados pelas empresas e pela sociedade são duas das soluções mais efetivas e concretas para assegurar a qualidade do meio ambiente. Existe, porém, um outro ângulo do problema que deve ser cuidadosamente analisado, pois afeta de forma direta a eficácia das duas soluções citadas, são os riscos ambientais. (Valle, 2004, p.43)

Este pequeno ensaio tem como finalidade abordar a vantagem econômica e ambiental na reciclagem de refugos de borracha, na busca pelas modificações em seus processos e as fases do ciclo de produção que podem se adequar a critérios ambientalmente aceitáveis e conscientes, cujos impactos são menos nocivos ao já degradado meio ambiente. Dentro deste contexto, existem vários estudos que tem como foco a abordagem das hipóteses de reaproveitamento dos refugos de borracha em outras atividades industriais e que estão diretamente relacionados aos conceitos de “reduzir, repensar, reutilizar, reciclar, reprojetar, remediar e recuperar”.

Um dos grandes e emergentes desafios para a sociedade moderna diz respeito ao correto tratamento, bem como o descarte dos dejetos de borracha vulcanizada utilizada nas emendas em correias transportadoras, uma vez que seu processo de degradação no meio ambiente é extremamente lento e representam um sério problema ambiental. A grande questão que se apresenta é o que fazer com a enorme quantidade de resíduos que sobram ao término do processo industrial de emenda em correias transportadoras? Para responder essa indagação, a reutilização desses refugos de borracha em atividades industriais diversas, apresenta-se como uma das soluções possíveis, evitando que sejam despejados no meio ambiente.

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2. Referencial Teórico

2.1. Conceitos sobre Produção mais Limpa

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Produção mais Limpa significa a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva e integrada aos processos, produtos e serviços, visando ao aumento da eficiência global e a redução dos riscos ao ser humano e ao meio ambiente.

A Produção mais Limpa pode ser aplicada a qualquer processo produtivo, aos produtos em si e aos vários serviços disponíveis à sociedade.

Existe um fator, que merece ser tratado como ponto de destaque neste ensaio, é que a Produção mais Limpa é caracterizada pelo processo de reaproveitamento dos refugos de borracha gerados a partir do processo de vulcanização em correias transportadoras, possibilitando tanto a redução dos resíduos, quanto a sua destinação aos aterros sanitários.

Segundo MAROSINE (2003), “empresários, governo, setores da sociedade organizada e legislativa vêm procurando instrumentar a gestão dos resíduos com a finalidade de desenvolver uma política de gerenciamento dos referidos, objetivando um aumento dos meios de reaproveitamento com conseqüente redução dos volumes nos aterros sanitários e aumento da sua vida útil”.

Existem casos em que a substituição do componente de um processo de produção, sendo esta, ecologicamente correta, é suficiente para reduzir de maneira significante a emissão de resíduos industriais e seus impactos, beneficiando como um todo o meio ambiente. A poluição industrial é uma forma de desperdício e um indício de ineficiência dos processos produtivos utilizados. Resíduos industriais representam, na maioria dos casos perda de matérias primas e insumos. (VALLE, 2004, p.29)

De acordo com o SENAI (2003) citado por Neto, 2009 a Produção mais Limpa traz para as empresas vantagens ambientais e econômicas. As

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vantagens ambientais da Produção mais Limpa são de evitar a poluição antes que ela seja gerada, isto é, com consciência e entendimento sobre o impacto ao meio ambiente principalmente na eliminação de resíduos, no controle da poluição, no uso racional de energia, na melhoria da saúde e segurança do trabalho, com produtos e embalagens ambientalmente adequadas já no planejamento do produto, as embalagens dos produtos devem ser eliminadas ou minimizadas.

As vantagens econômicas da Produção mais Limpa são aparentes em longo prazo, pois no inicio do projeto é investido capital na adoção de novas tecnologias e modificações de processos existentes. Essas vantagens incluem aumento na eficiência do processo gerando redução permanente de custos totais através do uso eficiente de matérias-primas, água e energia, e da redução de resíduos e emissões gerados além de boas práticas operacionais.

A implementação da Produção mais Limpa requer monitoramento que é realizado a partir de indicadores ambientais, esses indicadores podem apresentar resultados satisfatórios para a empresa relacionados à utilização dos recursos com eco eficiência, ou seja, levando em conta o fornecimento de bens e serviços qualificados a preços competitivos, satisfazendo as necessidades humanas, sem perder de vista a redução do impacto ambiental negativo e do consumo de recursos naturais.

2.2. Conceitos sobre Vulcanização

Segundo a Associação Brasileira de Tecnologia da Borracha, existem basicamente, dois grupos de processos de vulcanização. O primeiro deles consiste do método de moldagem, que envolve a operação de dar forma ao artefato, seguido de sua reticulação. O segundo grupo inclui uma série de técnicas utilizadas para vulcanizar um artefato previamente formado.

Durante a vulcanização é fornecido calor externo para a borracha a uma taxa controlada de transmissão deste calor. Variações nesta taxa de transferência resultarão em artefatos com diferentes propriedades físicas e de cura, em diversos pontos do artefato. Assim, como ocorre com outras reações químicas, a vulcanização torna-se mais rápida com o aumento da temperatura.

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Em média, a velocidade de reação quase dobra a cada 8 a 10ºC de aumento na temperatura.

Para a execução de emenda em correia transportadora existem dois processos de vulcanização, o processo a quente e o processo a frio, conforme veremos a seguir.

2.2.1. Processo a quente

O composto de borracha ao ser exposto, ainda na forma crua à temperatura acima de 100°C em conjunto com o agente vulcanizante (enxofre), desencadeia a formação de pontes entre os monômeros (unidade reativa repetida inúmeras vezes, que compõem o polímero) gerando uma malha estrutural que fixará características e propriedades permitindo-lhe largo emprego industrial.

O processo de vulcanização é instável e irreversível, e após a retirada da temperatura ocorre a sua lenta, porém progressiva continuidade, determinando o envelhecimento da borracha, culminando na deterioração de suas propriedades. (CODIGA, 2004).

2.2.2. Processo a frio

O processo a frio, dispensa o uso de prensas pesadas e de difícil movimentação.

A autovulcanização (processo a frio), conhecida como processo de reticulação indica que a temperatura foi substituída por acelerados químicos que incorporados aos adesivos em conjunto com agentes vulcanizantes reagem à temperatura ambiente. Esses adesivos vulcanizantes têm por finalidade permitir a união da borracha já vulcanizada, com os diversos tipos de substratos.

Os adesivos vulcanizantes são aconselhados para situações em que a temperatura de trabalho não ultrapasse a 60°C, tendo a seu favor a rapidez e facilidade de aplicação.

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O sucesso da vulcanização, entre outros fatores, depende das condições de saturamento da borracha a ser trabalhada (CODIGA, 2004).

O processo de emenda a ser utilizado é determinado pelo tipo de material transportado na correia transportadora. Nos casos de materiais acima de 100°C como é o caso do cimento, é realizada a emenda a quente, abaixo desta temperatura é realizada a emenda a frio. Como no processo a frio são utilizados compostos como cola, esse composto na presença de altas temperaturas tende-se a derreter e provocar o descolamento desta emenda, provocando perda do serviço já realizado e um gasto maior com materiais.

3.

Vulcanização e produção mais limpa: será possível?

O processo de vulcanização da borracha é utilizado, para a realização de emenda em correia transportadora, o custo desta emenda representa uma fração do investimento necessário a uma nova aquisição, bem como, favorece o controle do meio ambiente, já que diminui e retarda o descarte. Em contrapartida, a realização dessa emenda a partir da vulcanização da borracha, pode sim ser um fator prejudicial ao meio ambiente, uma vez que no processo são utilizados compostos aceleradores e ativadores que possuem em sua composição, produtos químicos como: dissulfeto de carbono e cloreto de enxofre.

Em função da demanda operacional, são gerados vários tipos de resíduos, e dentre eles destacam-se as aparas de borrachas, oriundas do corte de mantas, no momento da realização da emenda nas correias transportadoras.

Atualmente, existem fatores que tem propiciado o aumento de resíduos industriais lançados no meio ambiente, verifica-se também uma crescente preocupação com o gerenciamento dos mesmos, já que existe uma necessidade de redução do uso de recursos naturais, assim como, preocupação em se evitar desperdícios, além de abrandar e minimizar o passivo ambiental e solucionar problemas ambientais vindos da produção desses resíduos.

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Assim, a Produção mais Limpa visa melhorar a eficiência, a lucratividade e a competitividade das empresas, enquanto protege o ambiente, o consumidor e o trabalhador. É um conceito de melhoria contínua que tem por conseqüência tornar o processo produtivo cada vez menos agressivo ao homem e ao meio ambiente.

A implementação da Produção mais Limpa resulta numa redução significativa dos resíduos, emissões e custos. Cada ação no sentido de reduzir o uso de matérias primas e energia, prevenir ou reduzir a geração de resíduos, pode aumentar a produtividade e trazer benefícios econômicos para a empresa (GIANNETTI E ALMEIDA, 2006).

A Produção mais Limpa é encarada como um grande desafio por parte de empresários, pois até um tempo atrás não havia a preocupação em se produzir de maneira ecologicamente correta, a produção mais limpa vem quebrar alguns paradigmas, que irão possibilitar o desenvolvimento sustentável das empresas, já que o controle e a redução desses resíduos por parte das empresas e da sociedade são soluções efetivas e concretas que asseguram a qualidade do meio ambiente.

O processo de vulcanização faz com que as aparas de borracha que seriam inutilizadas, ou seja, não são reintroduzidas ao processo produtivo sejam reaproveitadas em outros processos. Essas aparas podem ser encaminhadas, por exemplo, às indústrias cimenteiras, sendo utilizadas como combustível nos alto-fornos, em substituição ao carvão mineral, o que de fato diminuiria o desmatamento das florestas, possibilitando um maior equilíbrio no ecossistema. Assim sendo, recursos naturais como água, fontes de energia não renováveis como o petróleo e o carvão mineral não se esgotariam gradativamente e não exigiriam que o homem começasse a pensar em alternativas que pudessem substituí-los.

A conclusão que se chega, portanto é que é possível o processo de vulcanização compatível com uma produção mais limpa, se levarmos em conta o seu impacto ambiental. Ainda que, verdadeiramente o referido processo tem o condão de poluir o meio ambiente, tendo em vista os produtos químicos ali

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utilizados para acelerar e ativar o processo, inegável é seu favorecimento ao meio ambiente, uma vez que realizada a emenda na correia transportadora, sua vida útil é prolongada evitando que esta seja descartada como dejeto sólido e conseqüentemente despejada em algum aterro sanitário, onde levará até séculos para completar o seu ciclo de decomposição, causando sérios e irreversíveis danos ao meio ambiente.

4. Reforma em correia transportadora: geração de emprego

e renda

A abordagem socioambiental, ou seja, a interação das questões sociais ao meio ambiente são temas que atualmente, tem gerado muitas inquietações na área industrial. A partir desta inquietação, diversos projetos direcionados às áreas de redução e reaproveitamento de diversos materiais não biodegradáveis, como o caso da borracha, tem sido desenvolvidos.

As correias transportadoras surgiram juntamente com a grande necessidade de se transportar materiais a longas distâncias e com maior agilidade, e até mesmo em locais de difícil acesso.

Porém, o grande advento das correias transportadoras trouxe consigo a problemática ambiental. O fato é que a maioria das correias transportadoras que não se reintegram ao processo de movimentação de materiais, devido a rasgos e furos na sua estrutura, muitas vezes são abandonadas em locais inadequados, podendo assim, interferir negativamente na qualidade de vida da população e do meio ambiente.

Uma forma encontrada para minimizar esse impacto é a utilização dos processos que prolonguem a vida útil da correia transportadora. Uma das medidas encontradas e bastante utilizado é a emenda realizada através do processo de vulcanização. Essa alternativa faz com que empresas adotem estratégias econômicas interligadas à preservação ambiental. É um processo que estabelece sinergia no âmbito social, ambiental e tecnológico.

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O processo de reforma permiti aumentar a vida útil da correia transportadora em aproximadamente 100% e proporciona uma economia no emprego de matéria-prima em relação ao fornecimento de uma nova correia. Além disso, a atividade de reparo através da emenda, não gera efluentes líquidos e não polui o ar, os resíduos sólidos gerados quase sempre são reaproveitados em sua totalidade.

A reforma das correias transportadoras também traz vantagens para o meio ambiente, pois se evita que toneladas de correias sejam despejadas em aterros sanitários e assim poluam a natureza. Para a sociedade, os benefícios são revertidos em forma de trabalho. Esse segmento cresce cada dia mais, e possibilita que direta ou indiretamente pessoas sejam empregadas, possibilitando, também o incremento desta atividade econômica como geração de renda.

5.

Desenvolvimento sustentável e eco-eficiência empresarial

Vem crescendo nas últimas décadas a preocupação com o meio ambiente, principalmente por parte das empresas, já que a escassez dos recursos naturais se tornou um assunto de repercussão e preocupação de toda a comunidade internacional, tema amplamente discutido na recente Conferência sobre o clima, realizada em Copenhague na Dinamarca no final de 2009. Segundo Farias (2007), o desenvolvimento sustentável nada mais é do que a expressão de um modo de produzir que assegura à empresa satisfazer as necessidades presentes dos negócios sem comprometer a manutenção de seu sucesso e a qualidade de vida das futuras gerações. A estratégia de eco-eficiência em uma empresa revela que reduzir o impacto da produção não é só ambientalmente correto, é também mais lucrativo.

Esses dois conceitos, desenvolvimento sustentável e eco-eficiência, devem ser discutidos em uma linha unilateral, pois para se desenvolver sustentavelmente, uma empresa necessita adotar a eco-eficiência em sua linha de produção, mas esse é um dos maiores desafios encontrados pela empresa, para isso hoje já se encaixa nesse contexto a utilização de uma produção mais

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limpa que preconiza a minimização ou reciclagem dos resíduos gerados, isso pode apresentar benefícios ambientais e econômicos para as empresas.

A otimização do uso dos recursos naturais, é de suma importância para o processo de desenvolvimento sustentável, pois quanto maior o uso de recursos naturais, principalmente os não renováveis, maior será sua taxa de esgotamento. Na medida em que esse consumo for reduzido, menor será a pressão e impacto sobre o meio ambiente.

A pressão que a sociedade vem fazendo sobre as empresas, sobretudo por via dos movimentos organizados em favor do meio ambiente, onde destacamos, por exemplo, o importante trabalho do Greenpeace, importante organização não governamental criada em 1971 no Canadá e que atualmente tem sede em Amsterdã na Holanda, que tem como principal bandeira, a proteção do meio ambiente. Entidades como esta, vêm fiscalizando e pressionando as empresas, alertando para a importância de uma eficiência cada vez maior em seus processos industriais. Por óbvio, aquelas que não se adaptarem a esta nova realidade, ou seja, que não tiverem responsabilidade ambiental, naturalmente serão eliminadas do mercado competitivo, e, conseqüentemente, condenadas ao enceramento de suas atividades, visto que os efeitos da baixa eco-eficiência são danosos a qualidade de vida e ao meio ambiente. Não somente a sociedade, mas as grandes empresas já selecionam onde e de quem comprar, ou seja, procuram garantias de que os conceitos de eco-eficiência estejam sendo adotados e realizados, muito se visa hoje à proteção ao meio ambiente e à vida.

O marco para o desenvolvimento sustentável está na introdução de produção mais limpa por parte das empresas em seus processos industriais, para que a empresa sobreviva no meio em que atua, levando em conta a conservação do meio ambiente que se tornou um requisito básico, juntamente, com a eficiência nas fases de seu processo produtivo. Esse é um dos maiores desafios da atualidade, visto que acarreta custos elevados na produção e dentro do contexto empresarial se torna um diferencial competitivo, já que a sociedade está acostumada a preços baixos. Em que pese à necessidade das empresas buscarem alternativas de diminuírem os custos com o processo

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produtivo, buscando uma lucratividade cada vez maior, a questão ambiental deve ser uma preocupação de fundo, possibilitando a viabilidade de sobrevivência das gerações futuras de forma mais saudável.

6. Desenvolvimento associado à sustentabilidade

Já há algum tempo, o tema acerca da degradação do meio ambiente e sua repercussão na baixa qualidade de vida dos seres humanos tem se revelado uma questão muito preocupante para o nosso planeta, levando toda a sociedade organizada a repensar em tomada de medidas afirmativas e concretas que tenham como objetivo conciliar o crescimento econômico de forma sustentável, o que por óbvio, torna imprescindível a implementação de ações emergenciais por parte das autoridades constituídas e de toda a sociedade organizada.

Vale lembrar que é preciso haver sintonia entre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, já que existe uma grande divergência entre economia e meio ambiente, uma vez que os eventos da natureza são estruturados de maneira cíclica, e a economia em eventos lineares. É a colisão destes dois segmentos que provoca inúmeros danos ao meio ambiente, fazendo com que ocorra risco ao equilíbrio ecológico e a sobrevivência de espécies no planeta, inclusive a humana.

O paradigma de desenvolvimento econômico a ser buscado, procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem colocar em risco o desenvolvimento social e econômico das gerações futuras, propiciando que os recursos naturais sejam utilizados de maneira razoável, a ponto de não se esgotarem num futuro bem próximo e que não causem tantos danos ao meio ambiente.

De forma genérica a sustentabilidade, segundo Brandão, 2006 citado por Oliveira, 2009, pode ser definida “como um resultado favorável no qual a vida na Terra é mantida indefinidamente”, denominando como “desenvolvimento sustentável” os princípios e processos para alcançar este resultado. Em termos

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econômicos é a “renda” proporcionada pelo planeta e não pelo “capital natural” que a toda atividade econômica depende.

Dessa forma, não deve ser consentido a empresários que atuem de maneira indiferente aos bens ambientais. Deve-se pensar em atitudes que sejam socialmente responsáveis, buscando internalizar no processo produtivo todos os custos, inclusive os ambientais. Deve se evitar e prevenir condutas nocivas ao meio ambiente, como também empregar mecanismos eficazes na restauração de eventuais danos ambientais.

De fato, é necessário que toda a sociedade organizada faça uma grande reflexão ambiental, buscando meios adequados e eficazes para se conter a escala da degradação ambiental nos níveis em que se encontram, no intuito de manter a sobrevivência do ser humano, ameaçada pelo fato de o acelerado desenvolvimento econômico ocorrer sem ter a proporcional sustentabilidade.

O conceito de desenvolvimento sustentável, foi amplamente discutido na ECO-92 que aconteceu no Rio de Janeiro no ano de 1992, onde se discutiram inclinações necessárias à sobrevivência humana e que expressasse estratégias econômicas visando o crescimento, sem que causassem prejuízos as condições de vida e que não comprometessem o meio ambiente e os recursos naturais.

Portanto, o desenvolvimento sustentável necessita ser levado a sério pelos empresários, políticos, economistas e toda a sociedade organizada. A noção de desenvolvimento tem que ser amadurecida, onde se incorpore a relação entre os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais, fazendo com que se busque garantia do acesso ao trabalho, à educação, à vida cultural, à moradia adequada e a um meio ambiente sustentável para toda a sociedade.

Refletir sobre modelos sustentáveis constitui um grande desafio de nosso tempo. Sabe-se da importância da aptidão para construir estabilidades novas e sensibilizar-se ambientalmente em todos os sentidos, principalmente no sentido do consumo voraz e padronizado de produtos. Sabe-se da necessidade de refletir sobre a qualidade das relações homem-natureza e do

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fortalecimento do senso de responsabilidade e solidariedade. (BASSANI, 2004).

Neste aspecto, vale ressaltar a importância do processo de emenda em correia transportadora, já que as mesmas detêm uma posição dominante entre os principais recursos de movimentação de materiais, o que é essencial para a grande maioria das empresas. Dentro do processo acima referido, a correia transportadora é reintegrada ao processo produtivo, mesmo após o esgotamento de sua vida útil primária, o que diminui o custo da produção, com a redução proporcional do impacto negativo sobre o meio ambiente.

7. Conclusões do Trabalho

Como vimos até aqui, a questão ambiental tem se tornado o grande problema da sociedade contemporânea, que tem feito com que grandes teóricos e pesquisadores busquem alternativas de se conter o avanço astronômico da degradação do nosso ecossistema. Tal preocupação se relaciona diretamente com a qualidade e com a viabilidade da continuidade da sobrevivência dos seres humanos, acaso providências mais pontuais e afirmativas não venham a ser tomadas, o que implicará, certamente na extinção de qualquer forma de vida daqui a algum tempo, não se sabe ao certo, quando.

O meio ambiente e a escassez dos recursos naturais são assuntos mundiais de maior importância tanto para as empresas quanto para os cidadãos. As tecnologias limpas consistem em aplicar uma estratégia ambiental na empresa, otimizando os processos e produtos, a ponto de se tornarem competitivos dentro do mercado, ao mesmo tempo se reduzindo ou até mesmo eliminando a geração de resíduos sólidos, com a conseqüente diminuição do impacto ambiental.

Portanto, o grande desafio das empresas é conciliar a eficiência produtiva com a minimização dos impactos ambientais, o que está inserido no conceito de eco eficiência. Assim, além de um preço competitivo, da qualidade dos

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produtos e de um atendimento diferenciado, ser ambientalmente correta em suas ações e atitudes tornou-se mais uma exigência dos clientes em relação às empresas. Neste contexto, a produção mais limpa preconiza o aumento da eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, por meio da não geração, minimização ou reciclagem dos resíduos gerados, podendo apresentar benefícios ambientais para as pessoas e econômicos para as empresas.

Segundo GEE (1994) citado por Silva (2009, p. 2) “em nível mundial, já foram demonstrados as contribuições da produção mais limpa:

 Reduções de até 70% das emissões e resíduos em processos industriais, com resultados lucrativos, do ponto de vista tecnológico e econômico;

 Retorno dos investimentos variando de acordo com a natureza do produto/processo e do mercado, sendo que investimentos, entre U$$ 10 mil e U$$ 6 milhões, eram retorno entre 1 e 66 meses;

 Vantagens tecnológicas, ambientais e sócio-econômicas em mais de 600 estudos de caso.

Como exemplo de empresas que têm demonstrado preocupação e responsabilidade ambiental, podemos destacar aquelas insertas na indústria da construção civil, que vêm estudando a possibilidade da utilização de resíduos industriais, a fim de minimizar os problemas ambientais, visto que os mesmos são gerados em grandes quantidades e na sua maioria, sem destinação específica. Estudos recentes vêm analisando a viabilidade da utilização de resíduos de borracha na composição do CAD (Concreto de Alto Desempenho). O CAD é um material com resistência à compressão superior a dos concretos convencionais, cada vez mais utilizado na indústria da construção civil, seja pela superioridade de suas propriedades mecânicas ou pelos altos índices de durabilidade. É utilizado normalmente em área úteis mais amplas, especialmente em terrenos e subsolos de edifícios.

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A consolidação de valores socioambientais juntamente com as tecnologias se torna uma relação inteligente entre o planeta e a sociedade, sendo possível estabelecer um equilíbrio entre as necessidades de desenvolvimento e o meio ambiente, proporcionando com que gerações futuras tenham todas as necessidades econômicas e ambientais atendidas.

Conclui-se, portanto com este ensaio, que com a implantação da Produção mais Limpa, temos como reciclar, reutilizar os refugos de borracha no processo de emenda em correia transportadora visando assim, tecnologias obrigatoriamente limpas como alternativas que tendem a resultar na diminuição da quantidade de resíduos ou na produção de um subproduto com valor econômico, além minimizar a utilização dos recursos naturais de forma a evitar o seu esgotamento e um colapso econômico de proporções mundiais, de conseqüências catastróficas para todos os seres humanos.

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Referências

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