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A positivação legal da defesa e proteção dos animais no Brasil / Legal positivation of defense and animal protection in Brazil

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 47517-47541 jul. 2020. ISSN 2525-8761

A positivação legal da defesa e proteção dos animais no Brasil

Legal positivation of defense and animal protection in Brazil

DOI:10.34117/ bjdv6n7-404

Recebimento dos originais: 16/06/2020 Aceitação para publicação: 16/07/2020

Mauro Lúcio Batista Cazarotti

Phd in Projects, by the International Iberoamerican University, UNINI

Instituição: Universidade de Uberaba – UNIUBE, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, SBPC

Endereço: Rua Maria Antonia 294 – 4º andar – Vila Buarque, CEP 01222-010 São Paulo, SP E-mail: cazarotti@edu.uniube.br

Rafaela Cristina Bergh Pereira

Mestra em Direito na Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro Coordenadora do do NÚCLEO DE Práticas Jurídicas da Universidade Estácio

Instituição: Unidade Faculdade do Pará – FAP

Endereço: Rua Municipalidade, 839 – Umarizal, CEP: 66050-350 Belém do Pará – PA, E-mail: rafaela.bergh@estacio.br

RESUMO

O objetivo deste trabalho é relatar sobre como a legislação ao longo do tempo (1916-2019) se posicionou no combate a criminalização da conduta de infratores em casos de maus tratos de animais no Brasil. A metodologia utilizada foi a bibliográfica com uma abordagem qualitativa de Cellard (2008) por meio da pesquisa documental das legislações. E com o aporte sobre a pesquisa bibliográfica com Lima e Mioto (2007) a fundamentação teórica se discute em Calhau (2005) abordando um posicionamento sobre os direitos dos animais e salutando sobre os maus tratos e sua punibilidade aos infratores, Oliveira (2013) que apresenta fundamentação técnica-histórica para introdução dos Direitos dos Animais na área Jurídica, Dias (2016) para questão de Direito dos Animais em sentido subjetivo e legal, entre outros autores. Conclui-se que desde 1916, com o decreto lei nº 3.071, o código civil em seu artigo nº 47 o animal é compreendido como objeto de propriedade, no entanto não há tipificação sobre crime ou contravenção, fazendo uma análise jurídica é apenas uma ação contra propriedade de outrem. Atualmente existe um projeto de lei nº 4.564, que vem para definir a conduta de maus tratos praticada contra os animais e estabelece punição, contudo ainda está para ser apreciado pelos parlamentares Brasileiros. Após este período de positivação dos direitos dos animais, e proteção, os estados veio com medidas e normas legais estaduais garantindo os direitos e preceitos fundados na constituição e da declaração universal de direitos dos animais.

Palavras-chave: Direito dos animais. Defesa e proteção dos animais. Maus Tratos de animais. Legislação ambiental. Tradições culturais com animais.

ABSTRACT

The purpose of this paper is to report on how legislation over time (1916-2019) has positioned itself in combating the criminalization of the conduct of offenders in cases of animal abuse in Brazil. The methodology used was the bibliographic with a qualitative approach by Cellard (2008) through

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documentary research of the legislation. And with the contribution on bibliographic research with Lima and Mioto (2007) the theoretical basis is discussed in Calhau (2005) addressing a position on animal rights and saluting on mistreatment and its punishment to offenders, Oliveira (2013) who presents technical-historical basis for the introduction of Animal Rights in the Legal area, Dias (2016) for the issue of Animal Law in a subjective and legal sense, among other authors. It is concluded that since 1916, with the decree law nº 3.071, the civil code in its article nº 47 the animal is understood as an object of property, however there is no classification about crime or contravention, making a legal analysis is only an action against someone else's property. Currently there is a bill No. 4,564, which comes to define the conduct of ill-treatment practiced against animals and establishes punishment, however it is yet to be appreciated by Brazilian parliamentarians. After this period of positivization of animal rights, and protection, the states came up with state legal measures and norms guaranteeing the rights and precepts based on the constitution and the universal declaration of animal rights.

Keywords: Animal law. Defense and protection of animals. Bad treatment of animals. Environmental legislation. Cultural traditions with animals.

1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho buscou-se responder à pergunta: “Porque as legislações existentes sobre maus tratos não tipificam as ações dos indivíduos ao qual praticam os atos de maldades contra os animais”, sendo que, não somente na legislação federal como também em legislações especificas de combate aos maus tratos de animais seja ela Internacional ou do Brasil, não tipifica a conduta. Porém, toda via, apresentam-se fatores que apontam interesses particulares e políticos prevalecendo sobre o aspecto social e coletivo, contudo este posicionamento defere em desfavor aos direitos dos animais, e em contrapartida protegem as tradições culturais, neste sentido causando uma insegurança jurídica sobre a tutela dos direitos de proteção aos animais.

Assim, com a problematização desta pesquisa, vai orientar e trazer uma grande relevância e importância da legislação na evolução do Direito aos animais no Brasil e levantar seus efeitos no ordenamento jurídico.

No intuito de responder a problemática, supracitada, pesquisou-se sobre os seguintes descritores; Direito dos animais, Defesa e proteção dos animais, Maus tratos de animais, Legislação ambiental, e Tradições culturais com animais.

O objetivo deste trabalho é relatar sobre como a legislação ao longo do tempo (1916-2019) se posicionou no combate a criminalização da conduta de infratores em casos de maus tratos de animais no Brasil.

As hipóteses que são levantadas são; é necessária uma legislação federal e estaduais para busca de uma segura jurídica eficaz e eficiente para os direitos dos animais em relação aos maus tratos? Desde quando se iniciou a proteção e os direitos dos animais positivado no ordenamento jurídico brasileiro? Sob a luz da democracia e da Constituição Federal da República Federativa do

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Brasil de 1988 será pautado esta problematização de pesquisa. Persistindo nestes questionamentos foi realizada a pesquisa com referencial teórico metodológico bibliográfico e documental, assumindo uma abordagem qualitativa, documental segundo entendimento de Lima e Mioto (2007), e bibliográfica com uma abordagem qualitativa de Cellard (2008).

A fundamentação de discussão documental é através das legislações como o Código Civil (1916), Decreto Lei nº 1.659 (1924), Decreto Lei nº 24.645 (1934), Decreto Lei nº 3.688 (1941) – lei de contravenções penais, Declaração Universal dos Direitos dos Animais – D.U.D.A. (1978), Política Nacional do Meio Ambiente - Lei Federal nº 6.938 (1981), Constituição Federal (1988), Lei de Crimes Ambientais (1998), e o projeto de lei nº 4.564 (2016), também é analisado 25 Legislações dos Estados da federação a respeito da matéria discutida mais o Distrito Federal com a Lei Distrital nº 4.060 (2007) que define sanções a serem aplicadas pela prática de maus-tratos a animais e dá outras providencias, no entanto um Estado brasileiro não tem legislação estadual especifica sobre a situação, o Acre (AC).

Já a fundamentação teórica se discute em Calhau (2005) abordando um posicionamento sobre os direitos dos animais e salutando sobre os maus tratos e sua punibilidade aos infratores, Oliveira (2013) que apresenta fundamentação técnica-histórica para introdução dos Direitos dos Animais na área Jurídica, Dias (2016) para questão de Direito dos Animais em sentido subjetivo e legal, entre outros autores.

2 METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho é a pesquisa descritiva documental-bibliográfica, perfazendo um estudo qualis-quantitativo, tendo como coleta de dados o levantamento de documentação através de leis e jurisprudências, e também o bibliográfico com autores que posicionam sobre o tema pesquisado.

A pesquisa bibliográfica teve como aporte autores como Lima e Mioto (2007), enquanto a análise documental pautou-se em Cellard (2008).

O aporte bibliográfico foi pautado nas pesquisas de Calhau (2005) abordando um posicionamento sobre os direitos dos animais e salutando sobre os maus tratos e sua punibilidade aos infratores, Oliveira (2013) que apresenta fundamentação técnica-histórica para introdução dos Direitos dos Animais na área Jurídica, Dias (2016) para questão de Direito dos Animais em sentido subjetivo e legal, entre outros.

No processo investigativo decorrente, envolveu-se os seguintes procedimentos: mapeamento do estado do conhecimento e revisão da literatura; preenchimento de quadros de análise dos dados (Apêndices: A e B); leitura interpretativa das legislações e jurisprudências, tais como as legislações;

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o Código Civil (1916), Decreto Lei nº 1.659 (1924), Decreto Lei nº 24.645 (1934), Decreto Lei nº 3.688 (1941) – lei de contravenções penais, Declaração Universal dos Direitos dos Animais – D.U.D.A. (1978), Política Nacional do Meio Ambiente - Lei Federal nº 6.938 (1981), Constituição Federal (1988), Lei de Crimes Ambientais (1998), o projeto de lei nº 4.564 (2016) ao qual define as condutas de maus tratos praticadas contra os animais e estabelece as punições, ainda neste sentido buscou também levantamento legal nas legislações estaduais e regulamentos estaduais sobre proteção dos animais e direitos. Também é analisado 25 Legislações Estaduais a respeito da matéria discutida, e o Distrito Federal com a Lei Distrital nº 4.060 (2007) que define sanções a serem aplicadas pela prática de maus-tratos a animais e dá outras providencias, no entanto, um Estado brasileiro não tem legislação estadual especifica sobre a situação, o Acre (AC).

Assim, procurando relacionar as ideias expressas nos textos legais com o problema para o qual se buscou resposta; fez-se o registro de contribuições dos textos para o estudo proposto, com reflexões, questionamentos e encaminhamentos suscitados pelas leituras, bem como na indicação de como poderiam ser utilizados na elaboração do texto final.

O documento escrito constitui uma fonte extremamente preciosa para todo pesquisador nas ciências sociais. Ele é, evidentemente, insubstituível em qualquer reconstituição referente a um passado relativamente distante, pois não é raro que ele represente a quase totalidade dos vestígios da atividade humana em determinadas épocas. Além disso, muito freqüentemente, ele permanece como o único testemunho de atividades particulares ocorridas num passado recente (CELLARD, André. 2008: 295).

No presente trabalho, após levantamento bibliográfico e documental, foi tubulado conforme anexos (Apêndice A e B) as legislações e jurisprudências sobre o fenômeno estudado, posteriormente realizado a discussão a partir do eixo de pesquisa temporal de 1916 até 2019, um lapso temporal de 103 anos, relacionado ao positivismo legal sobre os direitos dos Animais em relação a proteção e defesa. Contudo apesar de um recorte tão longo pouco se foi feito nas questões prática sobre os direitos de proteção e defesa dos animais no sentido de punições e criminalização dos infratores do Direito dos Animais, visto que apenas em 2016 tem-se um projeto de lei para criminalizar condutas de crimes de maus tratos aos infratores, pois ainda em meio ao século XXI ainda existem Estados ao qual não se tem nenhuma legislação especifica estadual sobre direito aos animais, enquanto outros tem a base legal a lei Constitucional de 1988 ou a própria lei federal de proteção ao meio ambiente lei nº 9.605 de 1998, a Lei de Crimes Ambientais.

Contudo o trabalho é diluído em cinco partes ou capítulos de descrição: o primeiro capítulo a Introdução, ao qual será apresentado o trabalho de forma resumida e todo contexto ao qual surgiu o interesse pela pesquisa.

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No segundo capítulo a Metodologia, que apresenta o método de pesquisa ao qual foi realizado a pesquisa.

Dentro do terceiro capítulo: a Fundamentação Teórica, nesta parte do trabalhado apresenta-se nesta síntese três subcapítulo: o primeiro sobre do Direito dos animais versus tradições culturais, demonstrando sete eixos de discussões sobre (Contexto histórico dos animais em convívio com os homens, Experimentação científicas em animais, Zoofilia, Utilização de animais em prática esportiva de rodeios e vaquejadas, Uso de animais para trabalho de fretamento de carroças e charretes, Utilização de animais em espetáculos circenses no Brasil, Utilização de animais em rituais religiosos). No segundo momento, apresenta-se a Análise documental: leis & jurisprudências, que busca realizar uma discussão sobre toda documentação tabelada e entender o fenômeno discutido servindo de ponto de partida para discussão teórica. Por fim a análise contemporânea jurídica sobre os direitos dos animais, ao qual a fundamentação teórica com autores, estudiosos da área em estudo fundamenta o posicionamento atual sobre o assunto e a entender melhor a dinâmica dos direitos dos animais na atualidade e sua aplicabilidade na sociedade.

No quarto capítulo apresenta-se as considerações finais e o posicionamento sobre o entendimento dos autores deste trabalho, fundamentando no levantamento qualis-quantitativo da pesquisa, e pautado na imparcialidade do estudo.

Por fim, não menos importante, apresenta-se as referências bibliográficas do estudo.

Espera-se com esta pesquisa, a relevância deste estudo na necessidade de responder “Como a legislação ao longo do tempo (1916-2019) se posicionou no combate a criminalização da conduta de infratores em casos de maus tratos de animais no Brasil”, sendo considerada por alguns estudiosos como apenas um direito subjetivo, e não como um direito legal aos seres vivos (não humanos).

Além disso, os resultados poderão contribuir para ampliar o debate sobre o tema, além de servir como fonte de consulta para leitores que se interessarem sobre as questões relacionadas aos Direitos do Animais, pois em toda pesquisa realizada não houve um documento, pesquisa ou achado que delimitasse e estivesse pautado no levantamento de legislações sobre Direito dos Animais que abrangesse a legislação nacional, se tornando assim um trabalho árduo e complexo para formulação e tabulação desta pesquisa pois cada legislação seja ela Federal ou Estadual encontrava-se separadamente no ordenamento jurídico, bem como as jurisprudências e projetos de lei ainda em estudo no Senado e pelo Congresso Nacional.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 47517-47541 jul. 2020. ISSN 2525-8761 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo aborda questões sobre Direito dos animais versus tradições culturais, a análise documental: leis & jurisprudências, e por fim análise contemporânea jurídica sobre os direitos dos animais. Abrangendo o sentido dos conceitos e das relações que compõem o objeto de estudo desta pesquisa.

3.1 DIREITO DOS ANIMAIS VERSUS TRADIÇÕES CULTURAIS

Neste subcapítulo intitulado de “Direito dos animais versus tradições culturais” está dividido em sete eixos de discussões; Contexto histórico dos animais em convívio com os homens, Experimentação científicas em animais, Zoofilia, Utilização de animais em prática esportiva de rodeios e vaquejadas, Uso de animais para trabalho de fretamento de carroças e charretes, Utilização de animais em espetáculos circenses no Brasil, Utilização de animais em rituais religiosos. Será feita uma breve fundamentação argumentativa e apresentado fundamentações técnicas legais por meio de jurisprudências e leis sobre a respectiva matéria em discussão. Sobre a questão técnica legislativa cita-se Heidegger (1969) neste estudo. Dizem-se, então, “sim” e “não” à técnica. “Sim” porque reconhecemos a sua importância. “Não”, ao meditarmos sobre o sentido da técnica, os seus limites, os seus resultados, enfim, a sua essência.

Heidegger (1969) elucida:

Podemos utilizar os objetos técnicos e, no entanto, ao utilizá-los normalmente, permanecer ao mesmo tempo livres deles, de tal modo que os possamos a qualquer momento largar. Podemos utilizar os objetos técnicos tal como eles têm de ser utilizados. Mas podemos, simultaneamente, deixar estes objetos repousar em si mesmos como algo que não interessa àquilo que temos de mais íntimo e de mais próprio. Podemos dizer “sim” à utilização inevitável dos objetos técnicos e podemos ao mesmo tempo dizer “não”, impedindo que nos absorvam e, deste modo, verguem, confundam e, por fim, esgotem nossa natureza (Wesen). [...] Deixamos os objetos técnicos entrar em nosso mundo cotidiano e ao mesmo tempo deixamo-los fora, isto é, deixamo-los repousar em si mesmos como coisas que não são algo de absoluto, mas que dependem elas próprias de algo superior. Gostaria de designar esta atitude do sim e do não simultâneos em relação ao mundo técnico com uma palavra antiga: a serenidade para com as coisas (die Gelassenheit zu den Dingen) (HEIDEGGER, 1969, p. 23-24).

Sobre este sentido da técnica legislativa que se é aplicado e sua forma de aplicação no objeto prático e material, analisa-se os conceitos deste capítulo com exceção do primeiro tópico que apresenta a importância e história dos animais com a vida do homem.

3.1.1 Contexto histórico dos animais em convívio com os homens

Desde os primórdios da humanidade o animal fez parte do contexto habitual de convívio com o homem, inicialmente como potencial perigo, contudo também era uma fonte de alimento

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necessário a vida e manutenção do ser vivo naquele momento pré-histórico, e posteriormente como mão de obra e auxílio em transporte quando o homem começou a viver em sociedade, seja ela medieval ou moderna.

Desde os primórdios os seres vivos, animais assim por se dizer, foram fontes de estudos em diversas áreas e também na filosofia, pois filosofar faz parte do direito para refletir sobre o poder de positivar uma norma que condiz com a conduta social ou não. Por assim, Aristóteles já refletia e pensava sobre os animais e tinha suas curiosidades a respeito de vida e direito e fazia seus manuscritos sobre seus relatos e reflexão conforme relata Roberto de Andrade Martins (2015:03),

[...] segundo conta a lenda, Aristóteles conversava com pescadores e criadores de abelhas, com caçadores, criadores de animais e homens do campo, e ele próprio se entregava ao prazer de olhar para o mundo à sua volta, observando pássaros, cavalos, golfinhos, insetos e centenas de outros animais. Com uma curiosidade insaciável, anotava fatos e mais fatos, dissecava e descrevia coelhos, gafanhotos e ouriços do mar, [...]

Observa-se a importância já sobre o pensar sobre os animais e os seres vivos, o que ao longo do tempo foi se consolidando em direitos. Contudo inicialmente o pensar de Aristóteles era de ciência pura e medicina legal sobre os mesmos, porém foram se transformando ao longo das décadas e direitos fundamentados em legislações e positivadas pelo anseio social em proteger os animais por fazer parte do bioma da terra, e criando uma personificação de direitos tutelados pelo estado e também pelo homem em representação aos seres vivos, os animais.

3.1.2 Experimentação científicas em animais

Sobre este ponto relatado na pesquisa, a respeito das experimentações cientificas em animais, a lei nº 6.638 de 1979 trata das permissões e procedimentos para prática de experimentação animal em todo o território nacional, devendo ser registrados em órgão competente os biotérios e os centros de experiências e demonstrações com animais

Essa lei foi a primeira a estabelecer normas diretamente aplicáveis à prática de experimentação em animais com finalidade didático-científica no Brasil, autorizando a prática vivisseccionista excepcionalmente em estabelecimentos de ensino superior em todo o território brasileiro (BRASIL, 1979).

Contudo, apesar de seu artigo 6º explicitar o prazo de 90 dias para sua regulamentação pelo poder Executivo, a lei nunca recebeu a devida normatização, de modo que não houve atribuição legal de órgão competente, que seria responsável por zelar pelo cumprimento de suas normas e cadastramento das instituições e profissionais dedicados ao uso e à criação de animais com finalidade didático-científica. Da mesma forma, não houve especificação quanto a condições

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ambientais ou órgãos responsáveis pela fiscalização dos biotérios e laboratórios de pesquisa para a criação de animais (BRASIL, 1979)

Ainda assim, a promulgação da lei progrediu consideravelmente com o estabelecimento de normas empregadas para proteção dos animais utilizados em pesquisas científicas ou em centros universitários, visto que proíbe, em seu artigo 3º, a experimentação animal sem o emprego de anestesia ou aclimatação dos animais aos biotérios por período de quinze dias. Além disso, de acordo com seu artigo 4º, os procedimentos didático-científicos somente seriam permitidos mediante garantia de cuidados especiais com animais durante toda a realização do protocolo experimental (BRASIL, 1979).

3.1.3 Zoofilia

Sobre a zoofilia, um dos pontos mais complexos pois existem dois projetos de leis para ratificar a conduta e outra projeto para ratificar as penalidades e incluir em um rol de crimes mais graves.

Primeiramente existe o projeto de lei federal nº 3.141 de 2012, que apresenta em seu caput de projeto;

Altera o § 2º do art. 32 da Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, Lei de Crimes Ambientais, que dispõe sobre as sanções penais decorrentes da prática de atos lesivos a fauna. Altera o art. 32 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, para agravar a pena pela prática de ato de abuso, consistente em maus-tratos ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, e instituir como causa de aumento de pena do crime de maus-tratos aos animais a prática de atos de zoofilia. Encaminhada ao Senado Federal para apreciação (BRASIL, Projeto de Lei nº3.141. 2012)

Já o projeto de lei federal de 2017, nº 8.044, apresenta em seu texto de apresentação;

Altera o artigo 32 da Lei nº 9.605, de 12 fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências, para agravar a pena do crime de maus tratos aos animais e tipificar o crime de zoofilia ou bestialidade e altera o artigo 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, para tornar hediondo o crime de zoofilia ou bestialidade.

Proposições sujeitas à apreciação do plenário, e observa-se que a primeira é para “agravar a pena pela prática de ato de abuso, consistente em maus-tratos ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, e instituir como causa de aumento de pena do crime de maus-tratos aos animais a prática de atos de zoofilia” (BRASIL, Projeto de Lei nº3.141. 2012).

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Já a segunda, apresenta-se para “para agravar a pena do crime de maus tratos aos animais e tipificar o crime de zoofilia ou bestialidade e altera o artigo 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, para tornar hediondo o crime de zoofilia ou bestialidade” conforme previsão legal do projeto de lei (BRASIL, Projeto de Lei nº8.044. 2017).

3.1.4 Utilização de animais em prática esportiva de rodeios e vaquejadas

Esta questão sobre rodeios e vaquejadas, é contraditória, inicialmente foi posicionado contrário pelo Superior Tribunal Federal (STF) por medida inconstitucional de práticas de maus tratos o uso de animais em vaquejadas e similares, com tudo mediante manobra política de aprovação de lei e consequente por projeto de lei e aprovado em plenário autorização constitucional mediante manifestação cultural de vaquejada.

Sobre esta questão de interesse apresenta-se Calhau (2005) com seu posicionamento e entendimento;

A questão dos rodeios deveria ter tido a mesma resposta por parte do Estado. Pelo contrário, parece que o lobby econômico do rodeio foi forte no Congresso Nacional, e mesmo sendo uma atividade onde claramente os animais são maltratados e abusados de todas as formas, teve aprovada uma lei federal que o regulamentou no Brasil (CALHAU, Lélio Braga. 2005:11)

Mesmo perante defesa aos direitos dos animais em frente aos tais eventos culturais, o resultado legal foi contrário ao STF. Considerou que a vaquejada consiste em prática manifestamente inconstitucional, por causar crueldade aos animais envolvidos

Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 4.983, questionando a lei cearense nº 15.299/2013, que regulamentava a prática da vaquejada no estado

Se a Corte mantiver seu entendimento já proferido por meio da ADI 4.983 não só a lei federal nº 13.364/2016 como também a EC nº 96/2017 deverão ser consideradas inconstitucionais, pois não é o fato da vaquejada estar prevista na Carta da República que fará com que deixe de haver crueldade aos animais (crueldade essa já reconhecida pelo STF na ADI 4.983). Há, de qualquer forma, violação a uma cláusula pétrea que merece ser estancada por meio do reconhecimento de sua inconstitucionalidade. (ADI, nº4983 do STF.2013)

Contudo manifestação política estadual na Bahia e, 2013 através de lei intitui autorização no estado; regulamenta a vaquejada como prática desportivo e cultural no Estado da Bahia, Institui medidas de proteção e combate aos maus tratos com animais durante o evento e dá outra providências (BRASIL, Lei Estadual nº13.454. 2015)

Em 2016, a lei federal nº 13.364 institui autorização federal, Elevou o Rodeio e a Vaquejada, bem como as respectivas expressões artístico-culturais, à condição de manifestações da cultura nacional e de patrimônio cultural imaterial (BRASIL, Lei Federal nº13.364. 2016).

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Congresso Nacional promulgou a emenda constitucional nº 96/2017, que acrescentou o §7º ao artigo 225 da Carta Magna (Constituição de 1988);

Art. 225…§7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos (EC, nº96. 2017)

Assim, como a legislação federal ratificou a utilização de animais em rodeios e vaquejadas, desde que mantenha o bem-estar dos animais, o estado do Ceará em 2017 aprova lei em prol de manifestação cultural e uso de animais em eventos artísticos e manifestação cultural no estado; regulamentação da vaquejada como prática desportiva e cultural, assegurando o bem-estar dos animais no Estado do Ceará. Essa lei articula com lei federal autorizando a vaquejada deixando ela constitucional (BRASIL, Lei Estadual nº16.321. 2017)

3.1.5 Uso de animais para trabalho de fretamento de carroças e charretes

Sobre este posicionamento apenas o estado do rio de janeiro tem ratificado uma legislação sobre a matéria do uso de animais para trabalho de fretamento de carroças e charretes a Lei Estadual nº 7.194 de 2016, dispõem sobre a possibilidade de utilização de animais para fretamento de carroças e charretes no âmbito do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências. Será responsabilizado todo indivíduo que utilizar animais para situações de fretamento, transporte de cargas, materiais ou pessoas, nas áreas urbanos e rurais, por quaisquer atos que caracterizam maus tratos aos mesmo (BRASIL, Lei Estadual nº7.194. 2016).

3.1.6 Utilização de animais em espetáculos circenses no brasil

Sobre este quesito, apenas o estado do Pará (PA) tem legislação especifica sobre temática, através da lei nº 8592 (PA), Conforme descreve o caput da legislação e defere seu posicionamento no seu artigo 1º;

Caput. Dispõe sobre a proibição da estada de espetáculos circenses, teatrais e similares, que utilizem animais domésticos, domesticados, silvestres, selvagens e exóticos em suas apresentações, e que tenham como atrativo sua exibição e exploração no estado do Pará. Art. 1º Fica proibida a estada de espetáculos circenses, teatrais e similares que utilizem animais domésticos, domesticados, silvestres, selvagens e exóticos em suas apresentações e que tenham como atrativo sua exibição e exploração no Estado do Pará.

Contudo conforme Projeto de Lei 7291(2006) tem-se um projeto de lei nacional para a proibição de utilização de animais em circos e espetáculos, a lei que proíbe a exploração de animais

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em circos em todo o país está pronta para ser votada. O texto tem como objetivo impedir que espetáculos circenses burlem legislações municipais e se instalem em cidades e estados sem leis específicas.

3.1.7 Utilização de animais em rituais religiosos

O posicionamento legal sobre essa matéria é apresentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) neste ano de 2019, através do RE STF 494601/RS;

O Tribunal, por maioria, negou provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto do Ministro Edson Fachin, Redator para o acórdão, vencidos, em parte, os Ministros Marco Aurélio (Relator), Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, que também admitiam a constitucionalidade da lei, dando-lhe interpretação conforme. Em seguida, por maioria, fixou-se a seguinte tese: “É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana”, vencido o Ministro Marco Aurélio. Não participaram da fixação da tese os Ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Ausente, justificadamente, o Ministro Celso de Mello. Presidência do Ministro Dias Toffoli. Plenário, 28.03.2019.

Com repercussão geral, o STF apresentou informativo sobre matéria e definiu seu posicionamento; Informativo 935 do STF, Conforme a constituição no sentido de ser estendida a exclusão de ilicitude e responsabilidade a cultos de quaisquer que realizem a sacralização com abates de animais, afastando assim maus-tratos e tortura. O relator ainda condicionou o abate ao consumo de carne (Informativo: nº935-STF/2019).

3.2 ANÁLISE DOCUMENTAL: LEIS & JURISPRUDÊNCIAS

Importante analisar a face jurídica legal do brasil sobre a legislação sobre defesa e proteção dos animais, pois não somente positivação nacional federal como também é endossado pela legislação internacional pactuado pela bilateralidade da Declaração dos Direitos dos Animais (D.U.D.A.), trazendo uma forte impulsão legal para o brasil no contexto de defesa sobre o direito dos animais.

O Direito dos Animais vai ter forte impulso, ganhando maior adesão e atenção acadêmicas, a partir da década de 70 do século passado. Provavelmente, o livro mais notório no mundo acerca da questão é Libertação animal, publicado em 1975, autoria de Peter Singer, Prof. da Universidade de Princeton, ele mesmo utilitarista (utilitarismo de interesses) (OLIVEIRA, Fábio Corrêa Souza de. 2013:11345).

Apresenta-se acima um texto sobre a aplicação e discussão no ambite internacional ao qual chegaria ao brasil em 1978 com a declaração Universal dos Diretos dos Animais;

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No ano seguinte, vem a lume a obra Animal rights and human obligations, escrita em parceria por Singer e Tom Regan, este último, Prof. da Universidade da Carolina do Norte, defensor de uma teoria de direitos. Alguns anos após, em 1983, Regan lança The case for animal rights. Ambos os autores escreveram diversos outros livros e artigos sobre a problemática. Na sequência, Gary Francione, Prof. da Rutgers School of Law, autor, e.g., de Animals as persons (OLIVEIRA, Fábio Corrêa Souza de. 2013:11345).

Interessante notar, para não alongar a lista, que autores bem conhecidos, referenciais por outras produções, como Laurence Tribe, Cass Sunstein, Martha Nussbaum e Zaffaroni defendem que os animais são sujeitos de direitos, conforme descreve Oliveira (2013:11345).

Conforme descreve Calhau (2005) a conduta sobre os crimes de maus tratos em animais é; O tipo se utiliza de três verbos: praticar, ferir e mutilar. Praticar (fazer, realizar, cometer, executar), ferir (machucar, cortar, produzir ferimento) e mutilar (cortar ou destruir qualquer parte do corpo). Praticar ato de abuso é utilizar indevidamente o animal. Ex: colocar para puxar grandes pesos um animal (ex: burro) que já se encontra estropiado (CALHAU, Lélio Braga. 2005:09)

Observa-se que a conduta de crimes de maus tratos é relatada em três ações e suas variações; praticar, ferir e mutilar, contudo, veremos que a legislação apenas apresenta a conduta e não discrimina sua penalização, ao qual a legislação é falha neste ponto, porém está em cena um projeto de lei ao qual discrimina a penalização sobre os maus tratos.

Com o decreto lei nº 3.071, o código civil em seu artigo nº 47 o animal é compreendido como objeto de propriedade, com bem móvel, no entanto não há tipificação sobre crime ou contravenção, fazendo uma análise jurídica é apenas uma ação contra propriedade de outrem.

DOS BENS MÓVEIS

Art. 47. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia.

Art. 48. Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I. Os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes. II. Os direitos de obrigação e as ações respectivas.

III. Os direitos de autor.

Desse momento até atualidade a regulamentação sobre animais foi se intensificando, e em 1924 já houve a proibição de toda e qualquer diversão desenvolvida à custa de atos de crueldade e de maus-tratos em animais, como bovinas ou brigas de aves em casas de diversões públicas, com o decreto lei nº 16.590.

Art. 5º vedava a concessão de licenças para corrida de touros, garraios, novilhos, brigas de galo e canários e quaisquer outras diversões desse gênero que causem sofrimento aos animais.

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Contudo as contravenções advieram com as medidas de proteção e lei de contravenções penais respectivamente em 1934 e 1941. Conforme apresenta Sandra Mara Garbelini (2013:04) sobre 1934; Decreto Federal nº 24.645 de 10 de julho de 1934 proibiu a prática de maus-tratos aos animais com medidas de proteção na esfera civil e penal.

Já sobre 1941 (BARBELINI,2013:05);

Decreto-lei n. 3.688/41 – Lei das Contravenções Penais: Art. 64. Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo: Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhentos mil réis. § 1º Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos, realiza em lugar público ou exposto ao público, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.

Decreto Federal nº 24.645 de 10 de julho de 1934 proibiu a prática de maus-tratos aos animais com medidas de proteção na esfera civil e penal.

Sendo inicialmente sendo crime com a Declaração dos Direitos Universais dos Animais (D.U.D.A; 1978).

A declaração universal dos direitos dos animais foi um marco no Brasil pois em 1981 com a Lei Federal nº 6.938 com a Política Nacional do Meio Ambiente tipificando crime os maus tratos, destaca-se;

Lei Federal nº 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente): Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: V - recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da biosfera, a fauna e a flora. (BARBELINI,2013:07)

E, a nova constituição, Cidadã, Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988 também criminalizando os atos de maus tratos aos animais.

Constituição Federal de 1988

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. § 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

E posteriormente em 1998 com alei federal nº 9.605 que diz respeito sobre os crimes ambientais não vem somente ratificar e chancelar os crimes de maus tratos contra os animais, mas também a todo sistema do meio ambiente.

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Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.

Atualmente existe um projeto de lei nº 4.564, que vem para definir a conduta de maus tratos praticada contra os animais e estabelece punição, contudo ainda está para ser apreciado pelos parlamentares Brasileiros.

3.3. ANÁLISE CONTEMPORÂNEA JURÍDICA SOBRE OS DIREITOS DOS ANIMAIS

A análise deste capítulo está com o viés jurídico no ordenamento pesquisado sobre aplicação dos direitos dos animais e sua ratificação na legislação, sobre os animais como sujeitos de direito;

O animal como sujeito de direitos já é concebido por grande parte de doutrinadores jurídicos de todo o mundo. Um dos argumentos mais comuns para a defesa desta concepção é o de que, assim como as pessoas jurídicas ou morais possuem direitos de personalidade reconhecidos desde o momento em que registram seus atos constitutivos em órgão competente, e podem comparecer em Juízo para pleitear esses direitos, também os animais tornam-se sujeitos de direitos subjetivos por força das leis que os protegem. Embora não tenham capacidade de comparecer em Juízo para pleiteá-los, o Poder Público e a coletividade receberam a incumbência constitucional de sua proteção (DIAS, Edna Cardozo.2006:120)

Neste sentido observa-se que os direitos dos animais na legislação é já de suma maioria, majoritariamente, tutelado pelos juristas brasileiros e também do mundo, sendo assim, possuem o direito de personalidade como sujeitos subjetivos pois não são dotados de capacidade para pleitear suas defesas porém podem ser representados por qualquer pessoas que estejam em deferimento de direitos e proteção deles, assim não somente como o poder público e a incumbência constitucional, retratado por Cardozo (2006:120), mas qualquer um do povo que observar uma violação de direito aos animais pode-se manifestar em prol de sua proteção aos órgãos competentes para medidas de proteção e criminais.

O fato de o homem ser juridicamente capaz de assumir deveres em contraposição a seus direitos, e inclusive de possuir deveres em relação aos animais, não pode servir de argumento para negar que os animais possam ser sujeitos de direito. É justamente o fato dos animais serem objeto de nossos deveres que os fazem sujeitos de direito, que devem ser tutelados pelos homens (DIAS, Edna Cardozo. 2006:121)

Ainda se observa no ordenamento sobre o objeto jurídico tutelado aos animais que ora é descrito;

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O objeto do Direito Ambiental é a harmonização da natureza, garantida pela manutenção dos ecossistemas e da sadia qualidade de vida para que o homem possa se desenvolver plenamente. Restaurar, conservar e preservar são metas a serem alcançadas através deste ramo do Direito, com a participação popular. O objetivo da proteção do presente tipo penal é o de reprimir os atentados contra os animais. O ser humano deve respeitar os demais seres da natura e evitar-lhes o sofrimento desnecessário. A crueldade avilta o homem e faz sofrer, desnecessariamente o animal. O objetivo da norma é buscar que tais fatos não se tornem rotineiros e tacitamente admitidos pela sociedade (CALHAU, Lélio Braga. 2005:07)

Assim é importante salientar que harmonização dos direitos tutelados pelos homens se expande aos direitos dos animais. Com isso a proteção é mais uma vez demonstrada que é exercida por meio da representação em busca no bem social, respeitando e evitando maus tratos aos animais.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que desde 1916, com o decreto lei nº 3.071, o código civil em seu artigo nº 47 o animal é compreendido como objeto de propriedade, no entanto não há tipificação sobre crime ou contravenção, fazendo uma análise jurídica é apenas uma ação contra propriedade de outrem.

Desse momento até atualidade a regulamentação sobre animais foi se intensificando e em 1924, já houve a proibição de toda e qualquer diversão desenvolvida à custa de atos de crueldade e de maus-tratos em animais, como corridas bovinas ou brigas de aves em casas de diversões públicas com o decreto lei nº 16.590. Contudo as contravenções advieram com as medidas de proteção e lei de contravenções penais respectivamente em 1934 e 1941. Sendo inicialmente intitulado como crime com a Declaração dos Direitos Universais dos Animais (D.U.D.A; 1978), a declaração universal dos direitos dos animais foi um marco no Brasil pois em 1981 com a Lei Federal nº 6.938 com a Política Nacional do Meio Ambiente tipificando crime os maus tratos, e, a nova constituição, Cidadã, Constituição Federal da República Federativa do Brasil de 1988 também criminalizando os atos de maus tratos aos animais.

Posteriormente em 1998 com a lei federal nº 9.605 que diz respeito sobre os crimes ambientais não vem somente ratificar e chancelar os crimes de maus tratos contra os animais, mas também a todo sistema do meio ambiente. Atualmente existe um projeto de lei nº 4.564, que vem para definir a conduta de maus tratos praticada contra os animais e estabelece punição, contudo ainda está para ser apreciado pelos parlamentares Brasileiros. Após este período de positivação dos direitos dos animais, e proteção, os estados veio com medidas e normas legais estaduais garantindo os direitos e preceitos fundados na constituição e da declaração universal de direitos dos animais. No entanto, ainda tem um estado, o Acre (AC), que não tem legislação estadual sobre tal proteção e utiliza a legislação federal, como parâmetro de medidas legais sobre o assunto.

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Sobre as questões de direito dos animais versus tradições culturais apresentam-se fatores que apontam interesses particulares e políticos prevalecendo sobre o aspecto social e coletivo, contudo este posicionamento defere em desfavor aos direitos dos animais, e em contrapartida protegem as tradições culturais, neste sentido causando uma insegurança jurídica sobre a tutela dos direitos de proteção aos animais.

Assim percebesse no estudo que não somente na legislação federal como também em legislações especificas de combate aos maus tratos de animais seja ela Internacional (D.U.D.A) ou do Brasil, não tipifica a conduta. Porém, toda via, é necessário observar que cada vez mais está sendo intensificado as legislações sobre as ações do homem sobre os animais e seus efeitos, buscando legislações estaduais amparadas na Constituição Federal, 1988, e em acordos bilaterais ratificados pelo brasil como a Declaração Universal dos Direitos dos Animais (D.U.D.A) de 1978. Vale destacar, e ressaltar mais uma vez, em contrapartida ao citado anteriormente, que o projeto de lei nº 4.564 de que está em análise e será ainda levado em votação para apreciação visa definir a conduta de maus tratos praticada contra os animais e estabelece punição, contudo ainda está para ser apreciado pelos parlamentares Brasileiros.

Presume-se que este trabalho de cunho esclarecedor ainda não é um trabalho completo e concluso, pois é necessário fazer um estudo mais aprofundado axiologicamente sobre os resultados levantados e desenvolver novas discussões sobre o problema em pesquisa.

Assim busca-se com este estudo melhorar a aplicação da legislação sobre os direitos dos animais e difundir sobre sua contextualização com a sociedade e todos envolvidos na coletividade para que seja importante a busca de uma criminalização sobre a ação de maus tratos aos animais e que essa conduta seja tipificada como crime e delimitada as condutas criminosas na legislação, com isso buscar mais a conscientização do ser humano sobre os direitos dos animais.

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OLIVEIRA, F.C.S.de. Direito da Natureza e Direito dos Animais: um enquadramento. RIDB. Revista do Instituto do Direito Brasileiro Ano 2 (2013), nº 4. Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Ano 2 (2013), nº 10, 11325-11370 / http://www.idb-fdul.com/ ISSN: 2182-7567. 2013. Disponível em: <http://www.cidp.pt/revistas/ridb/2013/10/2013_10_11325_11370.pdf>. Acessado dia 24 de setembro de 2019

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APÊNDICE

Formato Ano Título Tipificação Observação Fonte de pesquisa

Lei nº 3.071 1916 Código Civil, Artigo 47. Sem tipificação Depreende-se que animais eram considerados objetos de propriedade. Entretanto, legislações que tratavam da proteção dos animais de forma mais concreta se sucederam

www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& pid=S1983-80422016000200217#B36

Decreto nº 16.590 1924 Proibia toda e qualquer diversão desenvolvida à custa de atos de crueldade e de maus-tratos em animais, como corridas bovinas ou brigas de aves em casas de diversões públicas

Regulamentação Brasil. Presidência da República. Decreto nº

16.590, de 10 de setembro de 1924. Aprova o regulamento das casas de diversões públicas. [Internet]. Diário Oficial da União. 13 set 1924 [acesso 20 maio 2016]. Seção 1. Disponível: https://www2.camara.leg.br/legin /fed/decret/1920-1929/decreto-16590-10-setembro-1924-509350-norma-pe.html Decreto Lei nº24.645 1934 Medidas de Proteção aos Animais Contravenção Revogada pelo decreto nº11 de 1991. Contudo o decreto não

menciona medidas de proteção a animais e sim a diz respeito a Estrutura Regimental do Ministério da Justiça e dá outras providências, sendo revogado pelo ao o mesmo também foi revogado.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/ 1930-1949/D24645.htm

Decreto Lei nº 3.688 1941 Lei de Contravenções Penais Contravenção Em seu artigo nº 64 estabelecia a penalidade de prisão simples aos atos de crueldade contra animais,

independentemente da finalidade didática ou científica do ato.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3688.htm

D.U.D.A. 1978 Declaração Universal dos Direitos

dos Animais

Crime http://www.urca.br/ceua/arquivos/Os%20direit

os%20dos%20animais%20UNESCO.pdf Lei Federal nº 6.938 1981 Política Nacional do Meio

Ambiente

Crime Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L69 38.htm

Constituição Federal 1988 Constituição Federal da República Federativa do Brasil

Crime Atualmente são 105 as emendas, sendo 99 as do tipo ordinário. Além das emendas constitucionais regulares, a Constituição, no art. 3.º do seu Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), dispôs que deveria ser feita uma revisão constitucional após cinco anos da

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constitui cao/Constituicao.htm

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promulgação da Constituição. Esta revisão resultou em seis Emendas Constitucionais de Revisão (ECR), que são contadas à parte das demais. Segundo, ainda, o art. 3º do ADCT, a revisão seria aprovada pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.

Lei Complementar Estadual nº 0005 (AP)

1994 Institui o Código de proteção ao meio ambiente do Estado do Amapá e dá outras providencias

Crime http://www.al.ap.gov.br/ver_texto_consolidad

o.php?iddocumento=5632

Lei Federal nº 9.605 1998 Lei de Crimes Ambientais Crime http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l960

5.html Lei Estadual 3.900 (RJ) 2002 Código de Proteção aos Animais

no Âmbito do Estado do Rio de Janeiro

Crime http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CONTLEI.NSF/c

8aa0900025feef6032564ec0060dfff/3a78021f 7425852103256c05004f796f?OpenDocument Lei Estadual 11.915 (RS) 2003 Código Estadual de Proteção aos

Animais, no âmbito do Estado do Rio Grande do Sul

Crime DECRETO ESTADUAL Nº 43.252, DE 22 DE JULHO DE

2004. Regulamenta o artigo 2º da Lei Estadual n.º 11.915, de 21 de maio de 2003, que institui o Código Estadual de Proteção aos Animais.

http://www.al.rs.gov.br/FileRepository/repdcp _m505/CAM/Direitos%20dos%20Animais%2 015x21.pdf

Lei 14.037 (PR) 2003 Código Estadual de Proteção aos Animais

Crime

http://leisestaduais.com.br/pr/lei-ordinaria-n- 14037-2003-parana-institui-o-codigo-estadual-de-protecao-aos-animais

Lei 12.854 (SC) 2003 Código Estadual de proteção aos animais

Crime A lei 12485 de 2018 Altera a Lei nº 12.854, de 2003, que “Institui o Código Estadual de Proteção aos Animais”, para o fim de reconhecer cães, gatos e cavalos como seres

sencientes altera o artigo nº 34-A:

Art. 34-A. Para os fins desta Lei, cães, gatos e cavalos ficam reconhecidos como seres sencientes, sujeitos de direito, que sentem dor e angústia, o que constitui o reconhecimento da sua especificidade e das suas características face a outros seres vivos.” (NR).

http://leis.alesc.sc.gov.br/html/2003/12854_20 03_Lei.html

http://leis.alesc.sc.gov.br/html/2018/17485_20 18_Lei.html

Lei Estadual 11.997 (SP) 2005 Código de Proteção aos Animais do Estado der São Paulo

Crime https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao

/lei/2005/lei-11977-25.08.2005.html Lei Estadual 8.060 (ES) 2005 Código Estadual de Proteção aos

Animais no âmbito do Estado do Espírito Santo

Crime http://www3.al.es.gov.br/legislacao/norma.asp

(20)

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LEI 2990 (MS) 2005 Sistematiza a Posse Responsável de cães e gatos no Estado de Mato Grosso do Sul e dá outras providências”

Regulamentação Posse Responsável” de cães e gatos no Estado de Mato Grosso do Sul.

http://www3.servicos.ms.gov.br/iagro_ged/pdf /547_GED.pdf

Lei Distrital 4.060 (DF) 2007 Define sanções a serem aplicadas pela prática de maus-tratos a animais e dá outras providencias

Crime Legislação correlata - Lei 5809 de 20/02/2017, Institui o Disque Denúncia de Maus-Tratos aos Animais.

https://www.tc.df.gov.br/SINJ/Norma/56729/ Lei_4060_18_12_2007.html http://www.sinj.df.gov.br/sinj/Norma/f64e2ba b75b647c199d81d96e694f46a/lei_5809.html Lei Estadual nº 17.676 (GO)

2012 Dispõe sobre o controle da reprodução de cães e gatos e dá outras providências

Crime http://www.gabinetecivil.go.gov.br/pagina_lei

s.php?id=10495

Lei 15226 (PE) 2014 Institui o Código de Proteção aos animais, no âmbito do Estado de Pernambuco

Crime Observação: ver artigo 1º da lei que articula com legislação federal.

https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=2 64204

Lei 10.169 (MA) 2014 Dispõe sobre a proteção a todos animais, no âmbito Estadual.

Crime LEI Nº 10.412, DE 5 DE JANEIRO DE 2016. Institui alterações na Lei Estadual de Proteção aos Animais (Lei nº 10.169/2014) e dá outras providências

https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=2 78671

http://www.pge.ma.gov.br/files/2016/04/LEI-N%C2%BA-10.412-A-10.421.pdf

PL 4.564 2016 Define a conduta de maus tratos

praticada contra os animais e estabelece punição

Crime https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/fi

chadetramitacao?idProposicao=2078280

Lei Estadual 22.231 (MG) 2016 Definição de Maus-tratos contra Animais no Estado e dá outras providencias

Crime Lei estadual 21.970 (MG), de 2016, estabelece a Proteção, a Identificação e o Controle Populacional de Cães e Gatos

https://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/c ompleta/completa.html?tipo=LEI&num=2223 1&ano=2016

Lei 16.667 (CE) 2018 Institui o dia Estadual de combate aos maus tratos der animais no âmbito do estado do Ceará.

Crime

https://belt.al.ce.gov.br/index.php/legislacao- do-ceara/datas-comemorativas/item/6454-lei-n-16-667-de-11-10-18-d-o-15-10-18

Lei 8788 (PA) 2018 DISPÕE SOBRE A

OBRIGAÇÃO DE PET SHOPS, CLÍNICAS VETERINÁRIAS E HOSPITAIS VETERINÁRIOS DE INFORMAR À

DELEGACIA DE REPRESSÃO A CRIMES CONTRA A FAUNA

Regulamentação http://bancodeleis.alepa.pa.gov.br.br8080/arqu

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E FLORA QUANDO

CONSTATAREM INDÍCIOS DE MAUS TRATOS NOS

ANIMAIS POR ELES ATENDIDOS

Lei Estadual 11180 (PB) 2018 Código de Direito e Bem-estar Animal do Estado da Paraíba

Crime https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=3

64888 LEI 10846 (MT) 2018 Dispõe sobre o destino de animais

resgatados vítimas de abuso e maus-tratos.

Regulamentação Assegura a proteção e destinação de animais resgatados vítimas de abuso, maus-tratos, feridos ou mutilados

http://www.al.mt.gov.br/storage/webdisco/leis /lei-10846-2019.pdf

Lei 10740 (MT), de 2018, Dispõe sobre a proteção, a identificação e o controle populacional de cães e gatos no Estado do Mato Grosso e dá outras providências A proteção, a identificação e o controle populacional de cães e gatos no Estado serão realizados em conformidade com o dispositivo nesta lei, com vistas a garantia do bem-estar e a prevenção de zoonoses (Art. 1º)

Publicado no DOE – MT em 10 agosto de 2018

Lei 7.974 (AL) 2018 Dispõe sobre a proteção a identificação e o controle populacional de cães e gatos e dá outras providencias

Crime https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=3

55959

Projeto de Lei 51 (PI) 2018 Projeto de Lei que estabelece o Código Estadual de Defesa e Proteção dos Animais, no âmbito do Estado do Piauí

Crime http://servleg.al.pi.gov.br:9080/ALEPI/sapl_d

ocumentos/materia/11914_texto_integral

Lei 4.332 (RO) 2018 Dispõe sobre penalidades às pessoas que cometerem maus tratos a animais domésticos na forma que específica"

Crime http://ditel.casacivil.ro.gov.br/COTEL/Livros/

Files/L4332.pdf

Lei 10326 (RN) 2018 Institui a Lei de Proteção e Defesa dos Animais, no âmbito do Estado do Rio Grande do Norte, e dá outras providências

Crime Art. 1º Institui a Lei de Proteção e Defesa dos Animais, estabelecendo normas para a proteção dos animais no Estado do Rio Grande do Norte, visando a compatibilizar o desenvolvimento socioeconômico com a preservação ambiental.

http://www.diariooficial.rn.gov.br/dei/dorn3/d ocview.aspx?id_jor=00000001&data=201801 10&id_doc=597151

(22)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 47517-47541 jul. 2020. ISSN 2525-8761

Lei 8.366 (SE) 2018 Código de proteção aos animais do Estado de Sergipe e dá outras providencias correlatas.

Crime Lei 8.367/18, se refere-se a lei de Controle populacional e identificação de cães e gatos, (Proposta de PL de nº 148/2017).

Projeto de lei 185/2017, que dispõe sobre a proteção, identificação e controle populacional de c~çaes e gatos no estado de Sergipe, visa garantir o bem-estar animal e á prevenção de zoonoses

https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=3 55303

PL 160 (AM) 2019 Institui a definição de conduta de maus tratos praticada contra a fauna doméstica e estabelece multa e sanção administrativa a quem os praticar

Crime Aguardando sansão parlamentar. PL 419 (AM) de 2019 institui a proibição do uso de correntes em animais domésticos. https://sapl.al.am.leg.br/media/sapl/public/mat erialegislativa/2019/133404/20190328084224. pdf https://sapl.al.am.leg.br/media/sapl/public/mat erialegislativa/2019/136291/20190703065837. pdf

Lei 5354 (MS) 2019 Inclui, no Anexo do Calendário Oficial de Eventos do Estado de Mato Grosso do Sul, instituído pela Lei nº 3.945, de 4 de agosto de 2010, o Dia de Prevenção e Combate à Crueldade contra os Animais.

Regulamentação Fica incluído, no Anexo do Calendário Oficial de Eventos do Estado de Mato Grosso do Sul, instituído pela Lei nº 3.945, de 4 de agosto de 2010, o Dia de Prevenção e Combate à Crueldade contra os Animais, a ser comemorado, anualmente, no dia 17 de abril. A intenção é chamar a atenção da sociedade para o correto cuidado dos bichos, além de conscientizar sobre a denúncia de maus-tratos – prática considerada crime pela legislação federal.

http://www.spdo.ms.gov.br/diariodoe/Index/D ownload/DO9924_17_06_2019

Lei 3.530 (TO) 2019 Institui o código de proteção aos animais, no âmbito do Estado do Tocantins

Crime https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=3

81574

Lei 1321 (RR) 2019 Dispõe sobre a fixação de informativo, diretrizes e normas referentes a lei de proteção aos animais e dá outras providencias

Regulamenta A aplicação de promoção ambiental e direito dos animais pela lei federal nº 9605 de 1998. Esta lei estadual apenas cria a vinculação e difusão sobre as normas legais em defesa dos animais no âmbito estadual de Roraima a partir da

positivação federal.

https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=3 81168

(23)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 47517-47541 jul. 2020. ISSN 2525-8761 APÊNDICE B – POSICIONAMENTO JURÍDICO SOBRE TRADIÇÕES CULTURAIS.

Assunto Ano Ato normativo Decisão Fonte de pesquisa

Experimentação científicas em animais

1979 Lei 6.638

Trata das permissões e procedimentos para prática de experimentação animal em todo o território nacional, devendo ser registrados em órgão competente os biotérios e os centros de experiências e demonstrações com animais Essa lei foi a primeira a estabelecer normas diretamente aplicáveis à prática de experimentação em animais com finalidade didático-científica no Brasil, autorizando a prática vivisseccionista excepcionalmente em estabelecimentos de ensino superior em todo o território brasileiro. Contudo, apesar de seu artigo 6º explicitar o prazo de 90 dias para sua regulamentação pelo poder Executivo, a lei nunca recebeu a devida normatização, de modo que não houve atribuição legal de órgão competente, que seria responsável por zelar pelo cumprimento de suas normas e cadastramento das instituições e profissionais dedicados ao uso e à criação de animais com finalidade didático-científica. Da mesma forma, não houve especificação quanto a condições ambientais ou órgãos responsáveis pela fiscalização dos biotérios e laboratórios de pesquisa para a criação de animais.

Ainda assim, a promulgação da lei progrediu consideravelmente com o estabelecimento de normas empregadas para proteção dos animais utilizados em pesquisas científicas ou em centros universitários, visto que proíbe, em seu artigo 3º, a experimentação animal sem o emprego de anestesia ou aclimatação dos animais aos biotérios por período de quinze dias. Além disso, de acordo com seu artigo 4º, os procedimentos didático-científicos somente seriam permitidos mediante garantia de cuidados especiais com animais durante toda a realização do protocolo experimental.

http://www.planalto.gov.br/ccivil _03/LEIS/1970-1979/L6638.htm

2008 Lei 11.794 Lei Arouca

O licenciamento das atividades destinadas à produção, manutenção ou utilização de animais para ensino ou pesquisa científica foi instituído no âmbito do Concea, por força do art. 11 da Lei nº 11.794, de 2008 (BRASIL, 2008), cujo procedimento foi estabelecido pela Portaria nº 1.332, de 3 de dezembro de 2014 (CONSELHO NACIONAL DE CONTROLE DE EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL, 2014a). O processo de solicitação de licenciamento 121 deverá ser encaminhado ao Concea, por intermédio da Ceua, viabilizado por meio do Ciuca.

www.scielo.br/scielo.php?script= sci_arttext&pid=S1983-80422016000200217#B36

2016 Lei 8.361 (PA)

Proíbe a utilização de animais para desenvolvimento, experimento e teste de produtos cosméticos e de higiene pessoal, perfumes e seus componentes.

http://bancodeleis.alepa.pa.gov.b r:8080/arquivos/lei8361_2016_1 7276.pdf

Zoofilia 2012 PL Federal

3141

Altera o § 2º do art. 32 da Lei nº 9.605 de 12 de fevereiro de 1998, Lei de Crimes Ambientais, que dispõe sobre as sanções penais decorrentes da prática de atos lesivos a fauna. Altera o art. 32 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, para agravar a pena pela prática de ato de

abuso, consistente em maus-tratos ou mutilação de animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, e instituir como causa de aumento de pena do

crime de maus-tratos aos animais a prática de atos de zoofilia. Encaminhada ao Senado Federal para apreciação.

https://www.camara.leg.br/propo sicoesWeb/fichadetramitacao?id Proposicao=534065

(24)

Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 47517-47541 jul. 2020. ISSN 2525-8761

2017 PL Federal 8.044

Altera o artigo 32 da Lei nº 9.605, de 12 fevereiro de 1998, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências, para agravar a pena do crime de maus tratos aos animais e tipificar o crime de zoofilia ou bestialidade e altera o artigo 1º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes hediondos, para tornar hediondo o crime de zoofilia ou

bestialidade.

Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário

https://www.camara.leg.br/propo sicoesWeb/prop_mostrarintegra;j sessionid=871C6163FD194C83F A4078EE3A6D051F.proposicoes WebExterno1?codteor=1583317 &filename=Avulso+-PL+8044/2017 Utilização de animais em prática esportiva de rodeios e vaquejadas 2013 ADI 4.983 STF

Considerou que a vaquejada consiste em prática

manifestamente inconstitucional, por causar crueldade aos animais envolvidos

Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 4.983, questionando a lei cearense nº 15.299/2013, que regulamentava a prática da vaquejada no estado Se a Corte mantiver seu entendimento já proferido por meio da ADI 4.983 não só a lei federal nº 13.364/2016 como também a EC nº 96/2017 deverão ser consideradas inconstitucionais, pois não é o fato da vaquejada estar prevista na Carta da República que fará com que deixe de haver crueldade aos animais (crueldade essa já reconhecida pelo STF na ADI 4.983). Há, de qualquer forma, violação a uma cláusula pétrea que merece ser estancada por meio do reconhecimento de sua inconstitucionalidade.

http://portal.stf.jus.br/processos/d etalhe.asp?incidente=4425243

2015 Lei 13454 (BA)

Regulamenta a vaquejada como prática desportivo e cultural no Estado da Bahia, Institui medidas de proteção e combate aos maus tratos com animais durante o evento e dá outra providências

https://www.legisweb.com.br/leg islacao/?id=306067

2016 Lei Federal nº 13.364

Elevou o Rodeio e a Vaquejada, bem como as respectivas expressões artístico-culturais, à condição de manifestações da cultura nacional e de patrimônio cultural imaterial

http://www.planalto.gov.br/ccivil

_03/_ato2015-2018/2016/lei/L13364.htm 2017 EC 96 Congresso Nacional promulgou a emenda constitucional nº

96/2017, que acrescentou o §7º ao artigo 225 da Carta Magna

“Art. 225…§7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos”

http://www.planalto.gov.br/ccivil _03/Constituicao/Emendas/Emc/ emc96.htm

2017 lei 16.321 (CE)

Regulamentação da vaquejada como prática desportiva e cultural, assegurando o bem-estar dos animais no Estado do Ceará. Essa lei articula com lei federal autorizando a vaquejada deixando ela constitucional.

https://belt.al.ce.gov.br/index.php /legislacao-do-ceara/organizacao-

tematica/cultura-e- esportes/item/5891-lei-n-16-321-de-13-09-17-d-o-14-09-17 Uso de animais para

trabalho de fretamento de carroças e charretes

2016 Lei Estadual 7194 (RJ)

Dispõem sobre a possibilidade de utilização de animais para fretamento de carroças e charretes no âmbito do Estado do Rio de Janeiro e dá outras providências. Será responsabilizado todo indivíduo que utilizar animais para situações de fretamento, transporte de cargas, materiais ou pessoas, nas áreas urbanos e rurais, por quaisquer atos que caracterizam maus tratos aos mesmo.

http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/CO NTLEI.NSF/e9589b9aabd9cac80 32564fe0065abb4/641e898f0b97 ee5283257f3400586eab?OpenDo cument

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