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Contribuição do Brasil para Evitar a Mudança do Clima

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Minist ério da

Ciência e Tecnologia Relações Ext erioresMinist ério das Minist ério do

Meio Am bient e Minist ério de

Minas e Energia Minist ério do

Desenvolvim ent o, I ndúst ria e Com ércio Ext erior

C

ONTRIBUIÇÃO

DO

B

RASIL

PARA

E

VITAR

A

M

UDANÇA

DO

C

LIMA

2008

Minist ério da

Ciência e Tecnologia Relações Ext erioresMinist ério das Minist ério do

Meio Am bient e Minist ério de

Minas e Energia Minist ério do

Desenvolvim ent o, I ndúst ria e Com ércio Ext erior

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Meio Am bient e Minist ério de

Minas e Energia Minist ério do

Desenvolvim ent o, I ndúst ria e Com ércio Ext erior

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MI NI STÉRI O DO MEI O AMBI ENTE

MI NI STÉRI O DE MI NAS E ENERGI A

(3)
(4)

3 .1 - A energia renovável e sua cont ribuição para evit ar em issões de

gases de efeit o est ufa 1 9

3.1.1 - Transport e 22

3.1.1.1 - O Program a Nacional do Álcool 22

3.1.1.2 - Program a Nacional de Produção e Uso de Biodiesel 25

3.1.1.3 - Veículos Flex- Fuel 28

3.1.1.4 - Program a de Cont role de Poluição do Ar por Veículos Aut om ot ores

( PROCONVE) 29

3.1.2 - Geração hidrelét rica 33

3.1.3 - Carvão veget al renovável 34

3.1.4 - Proj et os de co- geração 37

3.1.5 - Novas Font es de Energia Renovável no Brasil 39

3.1.5.1 - Program a PROI NFA 43

3.1.5.2 - Program a LUZ PARA TODOS 44

3 .2 - Polít icas e program as relacionados com a m it igação da m udança do

clim a 4 5

3.2.1 - Conservação de energia e reciclagem 45

3.2.1.1 - PROCEL 46

3.2.1.2 - CONPET 50

3.2.1.3 - Reciclagem 53

4 .1 - Aprim oram ent o dos sist em as de sensoriam ent o rem ot o no cont role do desm at am ent o e do cort e selet ivo de m adeira 6 3 4 .2 - Ações perm anent es de fiscalização e cont role de crim es am bient ais

na Am azônia Legal 6 7

4 .3 - O fut uro do Plano de Ação de Prevenção e Cont role do

Desm at am ent o 7 2

4 .4 - A redução de em issões por desm at am ent o nos últ im os dois anos 7 4

1 - I N TRODUÇÃO 9

2 - CI RCUN STÂN CI AS N ACI ON AI S 1 3

3 - EN ERGI A 1 7

4 - REDUÇÃO DAS EMI SSÕES POR DESMATAMEN TO N A AMAZÔN I A

BRASI LEI RA 59

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(6)

1 - I N TRODUCÃO

A m udança do clim a é provavelm ent e o desafio m ais significat ivo do século XXI . Provocada por padrões não- sust ent áveis de produção e consum o, a m udança do clim a decorre do acúm ulo de gases de efeit o est ufa na at m osfera ao longo dos últ im os 150 anos, principalm ent e da queim a de com bust íveis fósseis.

Dados e conclusões r ecent es dos Gr upos de Trabalho do Painel I nt ergovernam ent al sobre Mudança do Clim a indicam , inequivocam ent e, que as at ividades hum anas são responsáveis pelo problem a.

Os im pact os am bient ais da m udança do clim a – que j á est ão sendo sent idos – afet am a t odos, m as principalm ent e os m ais pobres e vulneráveis. Para os países em desenvolvim ent o, que cont ribuíram m uit o pouco para o problem a, a m udança do clim a cobrará um alt o preço por seus esforços na busca do desenvolvim ent o sust ent ável.

A Convenção- Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clim a ( CQNUMC) foi o cam inho escolhido colet ivam ent e pela com unidade int ernacional para criar um regim e que fosse, ao m esm o t em po, eficient e no com bat e às causas do problem a e eqüit at ivo na dist ribuição do ônus decorrent e das m edidas que devem ser t om adas para m it igá- lo. O Prot ocolo de Quiot o à Convenção est abelece obrigações quant ificadas de lim it ação ou redução de em issões para os países indust rializados, relacionados no Anexo I da Convenção, com base no princípio das responsabilidades com uns m as diferenciadas dos países no que concerne à causa do problem a.

De acordo com a Convenção, os países no Anexo I e os países não-Anexo I t êm diferent es obrigações em relação à m udança do clim a. A própria Convenção reconhece que um a parcela das em issões globais originárias dos países em desenvolvim ent o crescerá para que eles possam sat isfazer suas necessidades sociais e econôm icas. Em m uit os desses países, as em issões podem aum ent ar em conseqüência das polít icas de redução da pobreza, com o, por exem plo, levar elet ricidade às áreas rurais ou rem ot as. Além disso, a sit uação nos países desenvolvidos que j á sat isfizeram as necessidades básicas das suas populações é diferent e: em m uit os deles, um a font e im port ant e de em issões se deve ao consum o supérfluo e não- sust ent ável.

(7)

t am bém deve ser global. O que m uda é a nat ureza das obrigações nos diferent es países. O obj et ivo com um , cont udo, é um fut uro em que o desenvolvim ent o se baseie num baixo consum o de carbono

O Brasil não t em , de acordo com o regim e da Convenção, obrigações quant ificadas de lim it ação ou redução de em issões. Cont udo, o país est á at uando de form a decisiva e dando cont ribuições concret as para a lut a cont ra a m udança do clim a.

Há vários program as governam ent ais e iniciat ivas no Brasil que est ão acarret ando reduções im port ant es das em issões de gases de efeit o est ufa, alguns dos quais são responsáveis pelo fat o de o Brasil t er um a m at riz energét ica com parat ivam ent e “ lim pa”, com baixos níveis de em issões de gases de efeit o est ufa por unidade de energia produzida ou consum ida. As iniciat ivas em out ros set ores, com o o com bat e ao desflorest am ent o, biocom bust íveis e eficiência energét ica t am bém est ão cont ribuindo para reduzir a curva das em issões de gases de efeit o est ufa no Brasil.

(8)
(9)

O Brasil é um país de dim ensões cont inent ais e de grande com plexidade.

2

Com um a área de 8.514.876,6 km , o Brasil é o país de m aior ext ensão t errit orial da Am érica do Sul. Possui um a população est im ada de 184.184.170 habit ant es, de acordo com os dados da Est im at iva Populacional de 2005 ( I BGE) . O país t eve um crescim ent o populacional m édio anual de 1,67% no período de 2001 a 2005. Em 2005, a m aior part e da população ( 82,82% ) vivia em cent ros urbanos. O país apresent a um a

2

densidade dem ográfica de 19,95 habit ant es/ km .

Além de abrigar em seu t errit ório m ais de um t erço das florest as t ropicais do planet a – a florest a am azônica – há no país regiões fit oecológicas de grandes ext ensões, com o o cerrado ( ou savana) . Est im a- se que o Brasil possua m ais de 55 m il espécies veget ais, o que corresponde a aproxim adam ent e 22% do t ot al do planet a.

Sendo um país t ropical, o Brasil t em invernos m oderados. Os recursos hídricos disponíveis são abundant es, ainda que nem sem pre bem dist ribuídos ou bem ut ilizados. Dot ado de um a vast a e densa rede hidrográfica, m uit os de seus rios dest acam - se por sua ext ensão, largura ou profundidade. Assim , m ais de 80% da elet ricidade brasileira é gerada por usinas hidrelét ricas e m ais de 40% de sua m at riz energét ica é suprida por font es renováveis.

O Brasil é um país em desenvolvim ent o caract erizado por um a econom ia com plexa e dinâm ica: encont ra- se ent re as dez m aiores econom ias m undiais, é grande produt or agrícola ( t em cerca de 200 m ilhões de cabeças de gado e é grande export ador de inúm eros produt os agrícolas) e um dos m aiores produt ores m undiais de vários produt os m anufat urados, com o cim ent o, alum ínio, produt os quím icos, insum os pet roquím icos e pet róleo.

Em 2005, o PI B do Brasil correspondeu a US$ 883 bilhões e o PI B per capit a foi de US$ 4,793.

Ent ret ant o, um a parcela significat iva de sua população encont ra- se em sit uação de pobreza, havendo t am bém grandes disparidades regionais. Assim , as prioridades nacionais referem - se ao at endim ent o de necessidades urgent es, nas áreas social e econôm ica, t ais com o a erradicação da pobreza, a m elhoria das condições de saúde, o com bat e à fom e, a garant ia de condições dignas de m oradia, ent re out ras. Apesar da m elhoria dos indicadores sociais, sobret udo na últ im a década, o país ainda t em um longo

cam inho a percorrer.

(10)
(11)

Brasil ( 2005) OCDE ( 2004) Mundo( 2004) Font es Renováveis Font es Não- Renováveis 0,9

0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0

4 4 ,5 % 5 5 ,5 %

6 ,1 %

8 6 ,9 % 9 3 ,9 %

1 3 ,1 %

1

I ndicadores Unidade 1 9 7 0 1 9 8 0 1 9 9 0 2 0 0 0 2 0 0 5

PIB per Capit a 103US$/ cap 2,2 3,9 3,8 4,2 4,3

Oferta de Energia Primária per Capit a Tep/ cap 0,7 0,9 1,0 1,1 1,2

Oferta de Energia Primária/ PI B Tep/ 103US$ 0,33 0,24 0,26 0,27 0,27 Consum o Final de Energia per Capit a Tep/ cap 0,67 0,86 0,87 1,00 1,06

Consum o Final de Energia/ PI B Tep/ 103US$ 0,30 0,22 0,23 0,24 0,25 Oferta de Elet ricidade Primária per Capit a kWh/ cap 490,7 1144,6 1701,3 2295,7 2400,2

Oferta de Elet ricidade Primária/ PI B Wh/ US$ 222,3 295,8 453,3 550,3 555,2

Principais I ndicadores de Energia e Socioeconôm icos Ofert a I nt erna de Energia

Font e: Balanço Energét ico Nacional 2006

3 - EN ERGI A

A Mat riz Energét ica Brasileira pode ser caract erizada pela elevada part icipação da energia renovável.

m ilhões t EP ( t oneladas equivalent es de pet róleo) foi provenient e de com bust íveis fósseis, de m odo que apenas essa fração cont ribuiu para o aum ent o das concent rações de gases de efeit o est ufa na at m osfera. Nos últ im os 15 anos, o aum ent o anual da OI E foi de 2,9% , enquant o o PI B aum ent ou 2,3% e a população, 1,5% , em m édia. Em especial, a ofert a de elet ricidade aum ent ou de form a significat iva, perm it indo que um a vast a parcela da população t ivesse acesso à elet ricidade, principalm ent e nas áreas rurais. A t abela a seguir apresent a a evolução dos principais indicadores de energia e socioeconôm icos para o Brasil desde 1970.

Em 2005, apenas 54 por cent o da Ofert a I nt erna de Energia ( OI E) de 218,7

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I ndicadore s Brasil EUA Japão Am ér ica Lat ina Mundo2

t CO2/ capit a 1,76 19,73 9,52 2,05 4,18

t CO2/ t ep ( Ofert a de Energia Pr im ária) 1,58 2,49 2,28 1,87 2,37

t CO2/ 103 US$ PI B3 0,49 0,54 0,25 0,59 0,76

t CO2/ km2 área t errit or ial 38,0 631,0 3219,2 49,4 131,5 desenvolvim ent o, m as em relação aos de out ros países, os indicadores brasileiros de em issões de CO per capit a, por PI B, por ofert a de energia ou por área t errit orial se 2 encont ram nas faixas m ais baixas, com o se pode observar na t abela abaixo.

Alguns dos indicadores aum ent aram , com o era de se esperar para um país em

1

Principais I ndicadores de Em issões de CO da Energia 2

( 1) Em issões de CO da com bust ão2

( 2) As em issões m undiais de CO incluem as do t ransport e int ernacional2

( 3) US$ em valores const ant es para 2000 Font e: I EA Key World Energy St at ist ics 2005

algum as opções energét icas feit as pelo país ao longo das últ im as décadas. A figura abaixo apresent a a evolução da ofert a int erna de energia desde a década de 70. Pode- se observar que as font es de energia prim ária que cresceram de form a m ais significat iva foram a hidroelet ricidade e os produt os da cana- de- açúcar, que aum ent aram em cerca de 10 vezes no período. Durant e esse período, t am bém se verificou um a im port ant e redução do consum o de lenha nos set ores residencial e indust rial e um aum ent o do consum o de carvão veget al no set or indust rial.

Essa baixa cont ribuição para as em issões de gases de efeit o est ufa se deve a

Ofert a I nt erna de Energia

Font e: Balanço Energét ico Nacional 2006

0% 20% 40% 60% 80% 100% 1 9 0 7 1 9 8 0 1 9 7 5 1 9 8 5 1 9 0 9 1 9 5 9 0 2 0 0 2 0 0 5

Produt os da Cana- de- Açúcar Out ros

Lenha e Carvão Veget al

Hidráulica e Elét rica

arv o M era

C ã in l

Gás N at ural

(13)

de em issões evit adas, é preciso elaborar algum as hipót eses que são necessariam ent e arbit rárias, um a vez que o cenário alt ernat ivo não é verificável.

3 .1 - A energia renovável e sua cont ribuição para evit ar em issões de gases de efeit o est ufa

Biom assa

Um a form a possível de est im ar a cont ribuição da biom assa é quant ificar as em issões de CO lançadas na at m osfera em decorrência da com bust ão da biom assa, as 2 quais não são cont abilizadas por não cont ribuírem para o aum ent o do efeit o est ufa, um a vez que são absorvidas no processo de fot ossínt ese durant e o crescim ent o da plant a. Pode- se t er um a idéia das em issões evit adas de CO em decorrência do uso da biom assa 2 com o com bust ível na figura apresent ada abaixo, represent adas pela área vazia.

Para quant ificar a cont ribuição dessas font es prim árias não- fósseis em t erm os

Em issões de carbono no uso final e na t ransform ação de energia ( Gg C)

Elet ricidade

Na análise ant erior, não se considerou a cont ribuição dada pela hidroelet ricidade, energia nuclear, conservação de energia e eficiência energét ica no set or de elet ricidade. Na m aior part e dos países, a produção de elet ricidade, j unt am ent e com a produção de calor, são as principais responsáveis pelas em issões de gases de

Font e: Econom ia e Energia nº . 62

Pet róleo

Carvão m ineral 0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 160000 180000 1 9 7 0 1 9 7 3 1 9 7 6 1 9 7 9 1 9 8 2 1 9 8 5 1 9 8 8 1 9 9 1 1 9 9 4 1 9 9 7 2 0 0 0 2 0 0 3 Renováveis

(14)

Ofert a I nt erna de Energia Elét rica - 2 0 0 5

m at riz de font es fósseis, as em issões do set or de elet ricidade seriam m uit o m ais elevadas, com o se pode observar na figura a seguir. A área que cobre a hidroelet ricidade, a biom assa, a energia eólica e a energia nuclear corresponde às em issões evit adas. Apenas as em issões represent adas pela pequena área das usinas t erm elét ricas convencionais foram de fat o lançadas na at m osfera. Essa est im at iva não abrange os efeit os das m edidas de conservação de energia e eficiência energét ica.

Em issões evit adas de CO da elet ricidade2

Se a elet ricidade gerada pelas font es não em issoras de CO fosse produzida pela 2 efeit o est ufa. No Brasil, as font es prim árias de produção de elet ricidade são principalm ent e renováveis e não cont ribuem para as em issões de gases de efeit o est ufa, com o pode ser vist o na figura abaixo.

Font e: Balanço Energét ico Nacional 2005

Pequenas Cent rais Hidrelét ricas < = 30 MW

1,7%

Usinas Term elét ricas 12,6%

Usinas Nucleares 2,2%

I m port ações Líquidas 8,8%

Usinas Hidrelét ricas > 30 MW

74,6%

Hidrelét rica Biom assa + Eólica Nuclear

Term elét rica

(15)

Álcool - Hidrat ado Álcool - Anidro Gasolina 1 9 7 0 1 9 7 4 1 9 7 8 1 9 8 2 1 9 8 6 1 9 9 0 1 9 9 4 1 9 9 8 2 0 0 2 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 t e p

Et anol no set or de t ransport e

Em respost a a duas crises do pet róleo ocorridas na década de 70, o Brasil lançou um program a nacional – o PROÁLCOOL – para produzir et anol e usá- lo em subst it uição à gasolina nos veículos leves. Esse program a obt eve m uit o sucesso e durant e a década de 80 quase t oda a frot a de veículos leves era m ovida a álcool hidrat ado. Durant e a década de 90, os baixos preços da gasolina e o alt o preço do açúcar provocaram um a inversão desse quadro e a m aior part e dos carros com ercializados era m ovida a gasolina. A recent e recuperação do consum o de et anol foi m ot ivada principalm ent e pelo aum ent o dos preços do pet róleo, pela conscient ização am bient al e pelo not ável aum ent o da produt ividade do et anol e do aperfeiçoam ent o da t ecnologia. Hoj e, a m aior part e dos veículos leves com ercializados é flex- fuel, ou sej a, pode usar t ant o gasolina com o álcool ou um a m ist ura dos dois com bust íveis em qualquer proporção. Essa t endência j á se reflet iu na m at riz de t ransport e, com o pode ser vist o na figura abaixo, que m ost ra a evolução do consum o de álcool e gasolina no t ransport e rodoviário no Brasil desde a década de 70.

Consum o de gasolina e álcool no t ransport e rodoviário

de 0,7, a fim de sim ular as diferenças ent re o desem penho dos m ot ores a álcool e a gasolina, e do fat or de em issão de CO da gasolina. Est im ou- se que a cont ribuição anual 2 m édia foi de cerca de 13 m ilhões de t oneladas de CO desde 1990.2

(16)

60000 50000 40000 30000 20000 10000 0

1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002

Em issões evit adas do et anol Gasolina

G

g

C

O

2

Em issões evit adas de CO do et anol no t ransport e rodoviário2

A indúst ria sucroalcooleira t am bém vem usando o bagaço e a palha de cana- de-açúcar com fins energét icos. Muit os proj et os de co- geração est ão sendo propost os com o at ividades de proj et os no âm bit o do MDL. O PROI NFA ( Program a de I ncent ivo às Font es Alt ernat ivas de Energia Elét rica) t am bém est im ulou a im plem ent ação de 680 MW em proj et os de co- geração com uso do bagaço de cana desde 2004.

3 .1 .1 - Transport e

3 .1 .1 .1 - O Program a N acional do Álcool

Os “ choques do pet róleo” ocorridos na década de 70, em especial o segundo, em 1979, t iveram grande im pact o na econom ia do Brasil. Para m inim izar o desequilíbrio na balança com ercial brasileira, causado pela brusca elevação dos preços do pet róleo, o governo decidiu im plem ent ar um a polít ica energét ica cuj o obj et ivo era reduzir o dispêndio líquido de divisas. Um a das principais vert ent es dessa polít ica foi criar o Program a Nacional do Álcool - PROÁLCOOL.

O Program a Nacional do Álcool ou Proálcool foi criado em 14 de novem bro de 1975 com o obj et ivo de subst it uir a gasolina no t ransport e individual.

(17)

De 1980 a 1986, o I I Choque do Pet róleo ( 1979/ 80) t riplicou o preço do barril e as com pras de pet róleo passaram a represent ar 46% da paut a de im port ações brasileiras em 1980. O governo, ent ão, resolve adot ar m edidas para a plena im plem ent ação do Proálcool. A produção alcooleira at ingiu um pico de 12,3 bilhões de lit ros em 1986/ 87, superando em 15% a m et a inicial do governo de 10,7 bilhões de l/ ano para o fim do período. A proporção de carros a álcool no t ot al de aut om óveis ( passageiros e de uso m ist o) produzidos no país aum ent ou de 0,4% em 1979 para 21,8% em 1980, at ingindo um t et o de 66,4% em 1985.

A part ir de 1986, o cenário int ernacional do m ercado pet rolífero é alt erado. Os preços do barril de óleo brut o caíram de um pat am ar de US$ 30 a 40 para um nível de US$ 12 a 20. Esse novo período, denom inado por alguns aut ores “ cont ra- choque do pet róleo”, colocou em cheque os program as de subst it uição de hidrocarbonet os fósseis e de uso eficient e da energia em t odo o m undo. Na polít ica energét ica brasileira, seus efeit os foram sent idos a part ir de 1988, coincidindo com um período de escassez de recursos públicos para subsidiar os program as de est ím ulo aos energét icos alt ernat ivos, result ando num sensível decréscim o no volum e de invest im ent os nos proj et os de produção int erna de energia.

A ofert a de álcool, cont ida pela capacidade produt iva, não pôde acom panhar o crescim ent o descom passado da dem anda quando as vendas de carro a álcool haviam at ingido 97% dos carros produzidos em 1986, sobrevindo um a crise na ent ressafra de 1989- 90.

Os cust os de produção do álcool são diret am ent e ligados à produt ividade da lavoura da cana- de- açúcar e ao rendim ent o indust rial do processo de produção do et anol. Nas últ im as duas décadas, o desenvolvim ent o e a im plant ação de novas t écnicas e t ecnologias no set or sucroalcooleiro foram os grandes responsáveis pela redução nos seus cust os de produção. De 1976 a 1996, os cust os de produção do álcool carburant e caíram de aproxim adam ent e 90 US$/ BEP para aproxim adam ent e 45 a 50 US$/ BEP, o que corresponde a um a t axa m édia de redução de cust os de 2% a.a.

(18)

1975 a 2005, a produt ividade da cana aum ent ou de 50- 60 t para 80- 85 t / ha, o açúcar passou de 60 kg para 120 kg por t onelada de cana processada e o et anol de 60 l para 85 l por t onelada de cana, no Cent ro- Sul.

Em relação às em issões de gases de efeit o est ufa, o balanço final é alt am ent e posit ivo, em função do processo de fot ossínt ese, em que a cana absorve a m esm a quant idade de dióxido de carbono que é em it ida durant e a queim a do álcool e do bagaço.

No Brasil, o álcool com o com bust ível é usado de duas m aneiras: com o m ist ura na gasolina, na form a de 22% de álcool anidro, a 99,6 Gay- Lussac ( GL) e 0,4% de água, form ando um a m ist ura “ gasohol”, com o obj et ivo de aum ent ar a oct anagem da gasolina, ut ilizada nos carros com uns; e com o álcool puro, na form a de álcool hidrat ado, a 95,5 GL, ut ilizado em veículos com m ot ores desenvolvidos para o uso exclusivo de álcool hidrat ado com o com bust ível, com peças prot egidas cont ra corrosão pelo álcool e t anques com m aior volum e para o com bust ível. Ent re 1995 e 2003, a produção de et anol oscilou em t orno de 12 m ilhões de m et ros cúbicos por ano, com gradual aum ent o no et anol anidro e dim inuição no hidrat ado. A part ir de 2003, int ensificou- se a produção de m ot ores flex-fuel em escala indust rial, os quais perm it em que o m ot or funcione com álcool ou com “ gasohol”, ou com a m ist ura deles em qualquer proporção a qualquer t em po, sendo que essa decisão é t om ada pelo consum idor, levando em cont a o preço dos com bust íveis nos post os de dist ribuição ou quest ões am bient ais. Esses m ot ores cont ribuirão para o aum ent o da dem anda de álcool no país, levando ainda a m ais em issões evit adas de gases de efeit o est ufa.

A produção do et anol é feit a com um consum o de energia bast ant e inferior ao que ela produz. Nos cult ivos do est ado de São Paulo, a relação ent re energia produzida ( et anol e bagaço excedent e) e energia consum ida ( com bust íveis fósseis e elet ricidade adquirida) é em m édia 9,2.

(19)

Em relação ao nível de em pregos, as at ividades de produção de energia a part ir da biom assa canavieira são das m ais int ensivas em ofert a de em pregos por t EP produzido. A agroindúst ria sucroalcooleira gerou cerca de 980 m il em pregos diret os form ais em 2005.

Finalm ent e, o uso do bagaço excedent e da produção de et anol e event ualm ent e da palha da cana represent a um vast o pot encial de co- geração de energia elét rica renovável. Um a usina que processa 3 m ilhões de t oneladas de cana por ano pode disponibilizar um a pot ência de 70 MW para o sist em a elét rico brasileiro, com o uso do bagaço em caldeiras de 80 a 100 kg de vapor. Esse result ado é im pressionant e, sobret udo se levarm os em consideração a produção at ual brasileira de 400 m ilhões de t oneladas de cana, que corresponderia a um pot encial de co- geração de 9000 MW. Pont as e folhas t am bém podem vir a ser im port ant es na geração de energia das usinas, podendo, num fut uro próxim o, vir a subst it uir t odo o bagaço consum ido para a geração de vapor de processo e energia elét rica para a própria usina, aum ent ando ainda m ais a capacidade de co- geração da agroindúst ria sucroalcooleira.

3 .1 .1 .2 - Program a N acional de Produção e Uso de Biodiesel

Considerando o pot encial do biodiesel de cont ribuir para equacionar quest ões fundam ent ais para o Brasil - com o a prom oção da inclusão social de agricult ores fam iliares, por m eio da geração de em prego e renda result ant e de seu engaj am ent o na cadeia pr odut iva do biodiesel; a r edução da im por t ação de pet r óleo e, conseqüent em ent e, econom ia de divisas; o fort alecim ent o das font es de energia renovável na m at riz energét ica; m elhoria das condições am bient ais, por m eio da prom oção do desenvolvim ent o sust ent ável - um Grupo de Trabalho Minist erial ( GTI ) , int egrado por represent ant es de 11 m inist érios e coordenado pela Presidência da República, foi criado em j ulho de 2003 com o obj et ivo de analisar a viabilidade da produção e uso desse com bust ível no país.

(20)

Após a prom oção de um a série de est udos e da t om ada de m edidas para o est abelecim ent o de um m arco legal e regulat ório no país para incorporar o biodiesel com o um novo com bust ível viável a ser ut ilizado, foi lançado em 6 de dezem bro de 2004 o Program a Nacional de Produção e Uso do Biodiesel ( PNPB) . O Program a envolve inúm eras quest ões, com o a criação de linhas de financiam ent o, inclusive para agricult ores fam iliares; ações prom ot oras de desenvolvim ent o t ecnológico nas fases agrícola e indust rial, incluindo t est es de com ponent es e m ot ores com dist int as proporções da m ist ura biodiesel/ diesel; e o est ím ulo à form ação do m ercado nacional para o biodiesel, por m eio de leilões de com pra conduzidos pela Agência Nacional do Pet róleo, Gás Nat ural e Biocom bust íveis ( ANP) .

As principais diret rizes do PNPB são as seguint es:

·I nt rodução do biodiesel na m at riz energét ica brasileira de form a sust ent ável, de form a a perm it ir a diversificação das font es de energia e o crescim ent o da part icipação das font es renováveis, bem com o buscar m aior segurança energét ica e dim inuição dos im pact os am bient ais;

·I ncent ivo à geração de em prego e renda para agricult ores fam iliares na produção de m at érias- prim as oleaginosas, por m eio da im plem ent ação de polít icas públicas direcionadas a regiões e produt ores carent es, propiciando financiam ent o e assist ência t écnica, de form a a assegurar sust ent abilidade econôm ica, social e am bient al;

·Busca da redução de disparidades regionais, de m aneira a perm it ir o desenvolvim ent o de regiões m ais carent es do país, com o a região do sem i-árido e Nort e;

·Redução da im port ação de pet róleo, result ando em econom ia de divisas;

·Regulam ent ação flexível, de form a a perm it ir o uso de dist int as m at érias-prim as oleaginosas e t ecnologias ( com o t ransest erificação et ílica ou m et ílica, craqueam ent o, et c.)

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Álcool Hidrat ado

8,4% Gasolina A

25,6%

Álcool Anidro 8,5%

GNV 2,9% Óleo Diesel 54,5%

Álcool Tot al 8 ,5 + 8 ,4 = 1 6 ,9

Álcool + B2 = 1 7 ,9 % Álcool + B5 = 1 9 ,6 %

Biodiesel B2 = 1 ,1 % B5 = 2 ,7 %

Dist ribuição do Mercado de Com bust íveis: Brasil - 2 0 0 5

Renováveis

Font e: Minist ério de Minas e Energia

a escolha para o produt or, que a fará com base na análise de cust os de produção e de oport unidade.

Com o se pode perceber pelas diret rizes acim a apresent adas, as m edidas int egrant es do PNPB t êm com o obj et ivo inserir o biodiesel na ofert a int erna de com bust íveis, de m aneira sust ent ável ( social, am bient al e econom icam ent e) , de form a a t ornar a produção desse insum o um vet or de desenvolvim ent o, com geração de em prego e renda, sobret udo nas regiões m ais carent es do Brasil.

Em 13 de j aneiro de 2005, foi publicada a Lei nº . 11.097, que definiu o biodiesel com o biocom bust ível derivado de biom assa renovável para uso em m ot ores a com bust ão int erna com ignição por com pressão ou, conform e regulam ent o, para geração de out ro t ipo de energia, que possa subst it uir parcial ou t ot alm ent e com bust íveis de origem fóssil, e facult ou a m ist ura de 2% de biodiesel ( conhecido com o B2) a part ir daquele m ês, que seria obrigat ório em t odo o t errit ório nacional a part ir de 2008, e j á am pliando t al m ist ura para 5% ( B5) a part ir de 2013. Tal lei delegou à ANP a com pet ência para regular e fiscalizar a com ercialização de biocom bust íveis.

(22)

O consum o de óleo diesel no m ercado brasileiro é de cerca de 40 bilhões de lit ros por ano, dos quais 7% é im port ado. Desse t ot al, 80,3% são ut ilizados no set or de t ransport es, 16,3% no set or agrícola e 3,4% no set or indust rial e out ros set ores. Assim , a adição de biodiesel ao diesel na proporção de 2% ( B2) e de 5% ( B5) requer a ofert a anual de 800 m ilhões e de 2,1 bilhões de lit ros por ano, respect ivam ent e.

At é j ulho de 2007, a capacidade aut orizada pela Agência Nacional do Pet róleo, Gás Nat ural e Biocom bust íveis ( ANP) para produção de biodiesel no Brasil era de 1,6 bilhão de lit ros/ ano, produzidos por 35 fábricas e com ercializados em m ais de cinco m il post os revendedores. Esse volum e é o dobro do suficient e para at ender a m ist ura B2 legalm ent e obrigat ória at é j aneiro de 2008. Em t erm os econôm icos, o pot encial no Brasil é da geração de US$ 700 m ilhões com a m ist ura B2 e produção de 800 m ilhões de lit ros/ ano e de US$ 1,8 bilhão com a m ist ura B5 ( a part ir de 2013) e produção de 2,1 bilhões de lit ros/ ano.

Do pont o de vist a da dem anda, produt ores e im port adores de pet róleo est ão obrigados a com prar o biodiesel de acordo com sua part icipação no m ercado. Os leilões de biodiesel prom ovidos pela ANP fixam um preço de referência e as em presas vencedoras são aquelas que oferecem o com bust ível ao m enor preço, desde que at endidos os crit érios de qualidade exigidos por essa inst it uição. I nt eressant e observar que o preço m édio do com bust ível foi reduzido em cerca de 9% ent re o prim eiro e o quart o leilão, o que indica que os produt ores vêm avançando em sua curva de aprendizado e t endem a oferecer o biodiesel a preços cada vez m ais com pet it ivos com o diesel de origem fóssil.

Assim , no prazo de um pouco m ais de quat ro anos, o program a de biodiesel no Brasil deixou a fase de est udos de viabilidade e t ornou- se um a realidade. Com o polít ica e est rat égia energét ica, o Brasil procura diversificar as font es de energia, buscando fort alecer a part icipação de font es renováveis no abast ecim ent o do m ercado int erno, com o form a de prover segurança energét ica de form a sust ent ável.

3 .1 .1 .3 - Veículos Flex- Fuel

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Flex I m p Flex Álcool Gasolina I m p Gasolina Diesel I m p Diesel

100%

80%

60%

40%

20%

0%

Jan/ 03 Abr/ 03 Jul/ 03 Out / 03 Jan/ 04 Abr/ 04 Jul/ 04 Out / 04 Jan/ 05 Abr/ 05 Jul/ 05 Out / 05 Jan/ 06 Abr/ 06 Jul/ 06 Out/ 06 Jan/ 07 Abr/ 07

D ie se l

I m p Diesel I m p Gasolina

Gasolina

Álcool

Flex I m port ação de Flex

Vendas no Mercado I nt erno de Veículos Leves, por Tipo de Com bust ível

3 .1 .1 .4 - Program a de Cont role de Poluição do Ar por Veículos Aut om ot ores ( PROCON VE)

No Brasil, o t ransport e rodoviário represent a 96,1% do t ransport e de passageiros. Est im a- se que 96% das dist âncias percorridas pelas pessoas no país ocorram em rodovias, 1,8% em ferrovias e m et rôs e os 2,2% rest ant es por hidrovias e Os veículos flex represent am a viabilização de t oda um a cadeia econôm ica, que vai desde a base agrícola de produção de cana- de- açúcar, à produção de álcool com bust ível, ao set or de equipam ent os para usinas e aos veículos flex para o m ercado consum idor, além de ganhos am bient ais para o país.

A produção e a com ercialização de veículos flex- fuel ( gasolina- álcool) t êm apresent ado grande sucesso desde o seu lançam ent o em m arço de 2003. A produção de veículos flex, de acordo com o Anuário da I ndúst ria Aut om obilíst ica Brasileira da Associação Nacional dos Fabricant es de Veículos Aut om ot ores ( ANFAVEA) evoluiu de 49,2 m il unidades em 2003 para 332,5 m il em 2004, 857.9 m il em 2005 e 1,4 m ilhão em 2006.

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m eios aéreos. Em relação às cargas, 64% são t ransport adas em rodovias, 21% em ferrovias, 12% em hidrovias e os 3% rest ant es por gasodut os/ oleodut os, ou m eios

1

aéreos . As crescent es t axas de população urbana, a deficiência de polít icas públicas de t ransport e em m assa e a ret om ada do crescim ent o econôm ico t êm im plicado um aum ent o espant oso da m ot orização individual. A frot a nacional de aut om óveis e com erciais leves aum ent ou de 10.325.000, em 1990, para um a frot a circulant e est im ada, em 2005, de 23.283.830 veículos, o que im plicaria, a princípio, um aum ent o

2 dos poluent es em it idos por veículos aut om ot ores .

Procurando m it igar os níveis de em issão de poluent es por veículos aut om ot ores, prom over a m elhoria de caract eríst icas t écnicas dos com bust íveis líquidos post os à disposição da frot a nacional de veículos aut om ot ores e reduzir as em issões poluidoras à at m osfera, em 6 de m aio de 1986, a Resolução n° . 18 do Conam a criou o Program a de Cont role de Poluição do Ar por Veículos Aut om ot ores ( Proconve) . Essa resolução fixou as diret rizes básicas do program a e est ipulou os prim eiros lim it es de em issão. Em 28 de out ubro de 1993, a Lei n° . 8.723 endossou a obrigat oriedade de se t om arem as providências necessárias para reduzir os níveis de em issão dos poluent es de origem veicular. O Proconve vem sendo im plem ent ado no Brasil pelo Minist ério do Meio Am bient e, por m eio do I nst it ut o Brasileiro do Meio Am bient e e dos Recursos Nat urais Renováveis ( I bam a) .

O principal obj et ivo do program a é reduzir a cont am inação at m osférica por m eio da fixação de lim it es m áxim os de em issão, induzindo o desenvolvim ent o t ecnológico dos fabricant es e det erm inando que os veículos e m ot ores at endam àqueles lim it es m áxim os. I sso é aferido por m eio de ensaios padronizados em dinam ôm et ro e com com bust ível de referência. Além disso, o Proconve t am bém im põe a cert ificação de prot ót ipos e o acom panham ent o est at íst ico em veículos de produção, a aut orização do I bam a para uso de com bust íveis alt ernat ivos, o recolhim ent o ou reparo de veículos e m ot ores encont rados em desconform idade com a produção ou proj et o, a proibição da com ercialização de m odelos de veículos não hom ologados e o est abelecim ent o de Program as de I nspeção e Manut enção ( I / M) .

1

I bid.

2 Com preendendo 18.627.576 aut om óveis, 3.205.013 com erciais leves, 1.188.042 cam inhões e

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Dessa form a, o Proconve é um program a de carát er nacional e incorpora o cont role das em issões em dois m om ent os dist int os. O prim eiro m om ent o se t raduz no cum prim ent o de lim it es legais de em issão est abelecidos para os veículos novos com ercializados pela indúst ria. O segundo m om ent o é de responsabilidade dos propriet ários, que passam a cum prir o im port ant e papel de m anut enção dos veículos em uso, de form a a preservar os ganhos am bient ais decorrent es das inovações t ecnológicas incorporadas aos veículos.

A hom ologação de prot ót ipos é o m aior sust ent áculo do Proconve, fazendo com que os fabricant es apliquem conceit os de proj et os que assegurem um baixo pot encial poluidor aos veículos novos e um a baixa t axa de det erioração das em issões ao longo de sua vida út il. É im port ant e ressalt ar que os lim it es de em issão e out ras exigências do Proconve aplicam - se t ant o aos veículos/ m ot ores nacionais quant o aos im port ados.

Para a im plem ent ação do program a, os veículos foram classificados em t rês cat egorias, cada um a com um cronogram a específico: veículos leves de passageiros, com m assa t ot al de at é 3.856 kg ( aut om óveis) ; veículos leves com erciais, cat egoria subdividida em veículos com m assa para ensaio at é 1.700 kg e acim a de 1.700kg ( pick-ups e vans) ; e veículos pesados, com m assa t ot al acim a de 3.856 kg ( ônibus e cam inhões) .

No início do Proconve, para que se lograsse at ingir os níveis de em issão det erm inados, percebeu- se a necessidade de valer- se de cat alisadores no escapam ent o dos aut om óveis e inj eção elet rônica de com bust ível em subst it uição aos carburadores. Com o o chum bo t et raet ila que era adicionado à gasolina inut ilizava os cat alisadores em pouco t em po, ficou evident e a incom pat ibilidade desse adit ivo com os novos recursos t ecnológicos usados para a redução das em issões. Assim , esforços da Pet robrás result aram na elim inação do chum bo t et raet ila da gasolina em 1989, sendo o Brasil o prim eiro país do m undo a elim inar com plet am ent e esse t óxico adit ivo de sua m at riz de com bust íveis. O adit ivo usado com o subst it ut o do chum bo t et raet ila passou a ser o álcool anidro, que t em vant agens significat ivas, principalm ent e am bient ais.

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program a, t endo iniciado t am bém o cont role de em issão evaporat iva. A fase I I , a part ir do lim it es fixados em 1992, concent rou- se na redução de em issões, com a aplicação de novas t ecnologias, t ais com o a inj eção elet rônica, os carburadores assist idos elet ronicam ent e e os conversores cat alít icos. A fase I I I , em andam ent o, caract eriza- se pela indução ao fabricant e/ im port ador a em pregar as m ais m odernas t ecnologias disponíveis para a form ação de m ist ura e cont role elet rônico do m ot or, fixando lim it es de em issões equivalent es ao fixados at ualm ent e nos Est ados Unidos; cuj a experiência inspirou o program a.

Verifica- se um a const ant e preocupação em relação aos veículos pesados, pois são os principais em issores de m at erial part iculado e óxidos de nit rogênio nos corredores de t ráfego dos grandes cent ros urbanos.

Tais quais os veículos de ciclo Ot t o, em 1998, 80% dos ônibus urbanos e, em 2000, 80% dos out ros veículos deveriam at ender aos lim it es fixados para a fase I V e, em 2002, t odos os veículos j á devem t er sido enquadrados naqueles lim it es.

Se em relação aos veículos leves a base era a legislação am ericana, para os veículos pesados valeu- se da legislação européia. A fase I V brasileira corresponde à fase Euro I I , que t eve início na Europa em 1996 e se m ant ém at é hoj e.

É im port ant e ressalt ar que não apenas os veículos produzidos no Brasil devem at ender aos lim it es de em issão fixados. A Lei n° . 8.723/ 93 det erm ina que t odos os veículos im port ados at endam às m esm as exigências dos veículos nacionais.

Com o avanço do Proconve, as em issões das m ot ociclet as e sim ilares passaram a t er um a cont ribuição relat iva cada vez m aior para a poluição do ar. Com o respost a, foi criado o Program a de Cont role da Poluição do Ar por Mot ociclos e Veículos Sim ilares ( Prom ot ) , com dat as e m et as pré- est abelecidas pela Resolução Conam a n° . 297/ 2002. O program a, a exem plo do Proconve, concede um período de t em po para o aprim oram ent o t ecnológico dos m ot ociclos e sim ilares, dada a necessidade de t ransferir sist em as de cont role ut ilizados no ext erior para os veículos nacionais.

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fabricant es e os im port adores de m ot ociclos responderam posit ivam ent e às exigências do Prom ot , j á em 2003. De acordo com a Cet esb, isso result ou na redução em 2/ 3 dos fat ores de em issão de m onóxido de carbono em relação aos m odelos ant eriores sem cont role de em issões.

Deve ser salient ado que o cronogram a est abelecido pela legislação est á sendo cum prido rigorosam ent e, com cust o próxim o ao zero para o governo, e at ingindo sat isfat oriam ent e as suas m et as. Tal program a é um dos m ais bem - sucedidos program as am bient ais j á im plem ent ados no país, t endo sido, inclusive, adot ado pelo Mercosul.

Por fim , o sucesso do program a pode ser verificado na análise das reduções de CO ( de 54 g/ km pré- 80 para 0,35- 0,82 g/ km em 2004) , HC ( de 4,7 g/ km pré- 80 para 0,11- 0,17 g/ km em 2004) , NO ( de 1,2 g/ km pré- 80 para 0,08- 0,09 g/ km em 2004) e x CHO ( de 0,05 g/ km pré- 80 para 0,004- 0,016 g/ km em 2004) , em que se observa, graças ao Proconve, a evolução e a drást ica redução dos fat ores m édios de em issão de veículos leves de passageiros, m ovidos a gasolina e álcool, de 1980 a 2004.

3 .1 .2 - Geração hidrelét rica

A produção hídrica, com preendida com o o escoam ent o anual m édio dos rios que deságuam no oceano, em t errit ório brasileiro, é de 168.790 m ³ / s. Levando- se em consideração a vazão produzida na área da bacia Am azônica que se encont ra em t errit ório est rangeiro, est im ada em 89.000 m ³ / s, essa disponibilidade hídrica t ot al at inge

257.790 m ³ / s. Com t odo esse pot encial hídrico, é nat ural que essa riqueza fosse aproveit ada para a geração de energia elét rica.

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Capacidade inst alada de geração elét rica ( Brasil 1 9 7 4 - 2 0 0 5 )

Font e: Balanço Energét ico Nacional 2005

Hidrelét rica

N ucleoelét rica

GW 80 70 60 50 40 30 20 10 0 19 74 19 79 19 84 19 89 19 94 19 99 20 04

Term elét rica

A geração de elet ricidade no Brasil alcançou 403 TWh em 2005, dos quais 84% ou 337,5 TWh foram gerados por font es hídricas. Esses valores confirm am as caract eríst icas especiais do set or energét ico brasileiro, não apenas com o um dos m aiores produt ores hidrelét ricos do m undo com o t am bém pela parcela excepcional de hidroelet ricidade na geração de energia elét rica. Dos 16% rest ant es da produção m encionada acim a, out ras font es renováveis respondem por 4,6% , o gás nat ural por 4,7% , os derivados do pet róleo, 2,9% , a energia nuclear, 2,4% e os derivados de carvão m ineral, 1,7% .

3 .1 .3 - Carvão veget al renovável

(29)

3

Para a obt enção do carvão veget al ut ilizam - se m adeira e lenha , no processo quím ico conhecido com o “ pirólise”, que consist e na decom posição t érm ica da biom assa

4

na ausência de oxigênio . A carbonização da m adeira perm it e que se eleve o poder calorífico da font e original, que na m adeira é 3.300 kcal/ kg e no carvão veget al sobe para 6.800 kcal/ kg.

A abundância de recursos nat urais encont rados no Brasil desde seu descobrim ent o favoreceu o desenvolvim ent o da produção de carvão veget al de florest as nat ivas que, ent re out ras, supriu a necessidade da indúst ria de ferro e aço at é a década de 1940, quando o uso do coque de carvão m ineral foi int roduzido pelas grandes

5

siderúrgicas int egradas que est avam surgindo à época, em respost a ao est ím ulo do Est ado para se criar um parque indust rial nacional.

Ao longo dos anos, ent ret ant o, a crescent e preocupação com a cont ínua degradação das m at as nat ivas fez com que se buscassem m eios para realizar o plant io de

6

florest as energét icas capazes de suprir a dem anda da indúst ria. Nos anos 1960, 7

coincidindo com a criação de incent ivos fiscais para o plant io de florest as , houve t am bém um favorecim ent o à indúst ria nacional e rest rições às im port ações, o que aum ent ou a at rat ividade do uso do carvão veget al com o alt ernat iva à prát ica j á consolidada do uso do coque de carvão m ineral pelas gigant es do set or siderúrgico. Cont udo, os incent ivos

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fiscais para os plant ios foram ext int os no fim da década de 1980 , desacelerando e at é paralisando o est abelecim ent o de novas florest as.

Além disso, a onda de abert ura do m ercado nacional às im port ações proporcionou o crescim ent o da produção a coque, est im ulada pela disponibilidade im ediat a do insum o e seu cust o vant aj oso, m ais baixo se com parado com o cust o de im plant ação e m anut enção de um a florest a. Ainda, no decorrer da década de 1990, a privat ização das siderúrgicas int egradas ocasionou a desat ivação ou conversão de seus fornos a carvão veget al para fornos a coque. Esse cenário causou o fecham ent o de várias pequenas siderúrgicas independent es, em razão da dificuldade de se encont rar carvão veget al suficient e para m ant er seus alt o- fornos em pleno funcionam ent o.

3 Por definição, “ m adeira” é a part e lenhosa dos t roncos e ram os das árvores. A “ lenha” é a porção de ram os, achas ou

fragm ent os de t roncos de árvores reservados para servirem de com bust ível.

4 VI ANA, REZENDE, PI NHEI RO, SAMPAI O, 2006.

5 Cham am - se “ int egradas” as siderúrgicas que produzem o seu próprio ferro gusa para subseqüent e ut ilização na

fabricação do aço. A m aior part e da produção das usinas int egradas opera com fornos a coque de carvão m ineral.

6 Geralm ent e ut ilizam - se árvores de rápido desenvolvim ent o, com o eucalipt o e pinus. 7 Lei nº . 5106, de 2 de set em bro de 1966.

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Conseqüent em ent e, houve um crescim ent o da at ividade de produção de carvão veget al oriundo de m at as nat ivas. Em preendida em grande m edida em condições precárias pelas populações de baixa renda das áreas rurais do país, essa at ividade ut iliza m ét odos bast ant e rudim ent ares de carbonização. Dessa form a, além de acarret arem perda de diversidade biológica e alt as em issões de gases de efeit o est ufa, as at ividades de carbonização ut ilizando florest as nat ivas na m aioria das vezes est ão em t ot al desacordo com as leis t rabalhist as vigent es, não oferecendo qualquer segurança ou cum prim ent o dos direit os dos t rabalhadores. At é m eados da década de 2000, a produção de carvão veget al de florest as plant adas se m ant eve relat ivam ent e at iva pelo uso das árvores plant adas ainda na época dos incent ivos fiscais e que geralm ent e obedecem a um

9 ciclo de produt ividade que se divide em rot ações de set e anos, ent re colheit a e rebrot a .

Os plant ios de florest as produzem a m adeira necessária para a produção do carvão veget al renovável, capaz de suprir a dem anda da indúst ria, acabando com a necessidade de se recorrer à m adeira das m at as nat ivas para esse m esm o fim . Dessa form a, som am - se aos est oques de carbono de áreas nat ivas, novos e adicionais plant ios florest ais, increm ent ando as rem oções de carbono com o um t odo. Além disso, a regulam ent ação para silvicult ura exige a observância de cert os crit érios, t ais com o criação de corredores ecológicos, prot eção de nascent es e font es de água, prot eção do solo, ent re out ros, garant indo a preservação da biodiversidade, dos recursos hídricos e out ros indicadores de sust ent abilidade das regiões dos plant ios. Com o envolve rot ações das plant ações e invest im ent os de longo prazo, a at ividade de produção de carvão veget al renovável garant e a conform idade com as leis t rabalhist as, significando segurança e dignidade para os t rabalhadores do cam po.

O desenvolvim ent o da t ecnologia de produção de m udas prat icam ent e t riplicou a capacidade produt iva por árvore. Port ant o, at ualm ent e gast a- se cerca de 1/ 3 da área necessária para obt er o m esm o result ado produt ivo de quando iniciaram os plant ios de florest as energét ica no Brasil. Essa m esm a t ecnologia, aplicada em t erras degradadas ou com cobert ura de plant ios exauridos, dispensa a abert ura de novas áreas para est abelecim ent o dos plant ios para suprim ent o energét ico da indúst ria. A produção do carvão veget al renovável apresent a benefícios em várias et apas de sua cadeia produt iva, desde o plant io e m anut enção da florest a, passando pela m elhoria da eficiência do

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processo de carbonização, que gera redução de em issões de gases do efeit o est ufa, at é a conseqüent em ent e m it igação de em issões nos usos finais do produt o.

Observando- se a evolução da produção siderúrgica brasileira, percebe- se o crescim ent o da dem anda geral por ferro e t am bém o aum ent o da ut ilização do coque com o agent e redut or, que em 2006 supriu 72% da produção.

A relação ent re consum o de florest as plant adas e florest as nat ivas m ost ra o pot encial a ser conquist ado pelo carvão veget al renovável, que em 2006 supriu apenas 51% da dem anda da indúst ria. Seu papel foi im port ant e no período de 1991 a 2006, pois perm it iu a redução de 249 m ilhões de t CO e, m as não foi o suficient e para com bat er as 2 em issões do set or, um a vez que seu uso se m ant eve est ável. Assim , os núm eros apresent ados dão ênfase à relevância do carvão veget al renovável com o recurso t ant o no ganho am bient al result ant e da m it igação das em issões de gases de efeit o est ufa, com o fat or de alívio na pressão sobre as florest as nat ivas.

3 .1 .4 - Proj et os de co- geração

No Brasil, 85% da energia elét rica é produzida por hidrelet ricidade e aproxim adam ent e 30% do consum o dom ést ico brut o de energia é derivado de produt os de biom assa.

As m elhores oport unidades hidrelét ricas do país j á foram exploradas, principalm ent e nas regiões Cent ro- oest e, Sudest e e Sul, m as ainda há um grande pot encial energét ico a ser explorado na região Nort e, principalm ent e na Bacia Am azônica. Cont udo, a im plem ent ação de proj et os de energia nessa área est á lim it ada por rest rições am bient ais e econôm icas.

Considerando- se essas rest rições, o uso de biom assa na geração de energia aparece com o um a alt ernat iva bast ant e eficient e e não- poluent e. A gaseificação da biom assa, um a im port ant e font e de energia em m uit os países, reduziria o aquecim ent o global por ser neut ra em em issões de CO , considerando- se o ciclo de crescim ent o e 2 queim a de biom assa.

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com parada àquela gerada pelos recursos hídricos no Brasil em t erm os de cust os e pot encial energét ico. Além disso, a energia gerada por biom assa é sazonalm ent e com plem ent ar àquela provenient e de geração hidrelét rica e pode t am bém cont ribuir subst ancialm ent e para a descent ralização da produção de elet ricidade.

No Brasil, baseando- se na grande produção de cana- de- açúcar e nas experiências relat ivas ao uso de et anol, t em sido est im ulado o desenvolvim ent o de proj et os que ut ilizam o bagaço e a palha de cana de m aneira m ais eficient e para fins energét icos. O Program a de I ncent ivo às Font es Alt ernat ivas de Energia Elét rica ( PROI NFA) est im ulou a im plant ação, a part ir de 2004, de cerca de 680 MW em em preendim ent os de geração de elet ricidade por co- geração com bagaço de cana. Essas usinas deverão est ar t odas em operação at é o final de 2008. Os recent es leilões de energia nova, realizados nos anos de 2006 e 2007, t am bém t êm viabilizado a negociação de energia de cent rais t erm elét ricas a biom assa, at est ando sua real com pet it ividade no m ercado de elet ricidade brasileiro. Além disso, o bagaço e a palha t êm sido obj et o de est udos para ut ilização dessas m at érias- prim as para a produção de et anol de origem celulósica.

Análises de sist em as convencionais ( vapor) de geração de energia nas usinas e dest ilarias brasileiras indicam a possibilidade de aum ent ar os at uais níveis de conversão de 4% ( bagaço para elet ricidade - co- geração) para 16% ou m ais, incluindo a possibilidade de co- geração durant e t odo o ano ut ilizando os resíduos. A t ecnologia de gaseificação/ t urbina a gás ( BI G/ GT) , ainda em desenvolvim ent o, poderia elevar os níveis de conversão para valores acim a de 27% . Além do m ais, o pot encial de geração de energia poderia t ornar- se um a fração subst ancial da produção t ot al.

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3 .1 .5 - N ovas Font es de Energia Renovável no Brasil

As font es de energia universalm ent e reconhecidas com o renováveis – solar, eólica, de biom assa e pequenas cent rais hidrelét ricas – apenas recent em ent e t êm sido efet ivam ent e consideradas com o alt ernat ivas reais para suprir os nichos do m ercado ou para com plem ent ar as font es convencionais.

No Brasil, a ut ilização das novas form as de energia renovável t om ou m aior ím pet o após a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Am bient e e Desenvolvim ent o, conhecida com o Rio- 92. O uso de energia de pequenos proj et os hidrelét ricos e do bagaço de cana, além de out ras form as de biom assa que j á são bem est abelecidas no país, t em se consolidado e expandido por causa da reest rut uração do set or elét rico e dos incent ivos oferecidos a essas font es e à co- geração de elet ricidade.

Quant o à ut ilização da energia solar para a geração de energia elét rica, duas t ecnologias t êm dest aque por seu pot encial de cont ribuir para a m elhoria da eficiência e da segurança do abast ecim ent o elét rico no Brasil. Os sist em as fot ovolt aicos t ransform am luz solar em elet ricidade e podem ser isolados ou int egrados à rede. Os sist em as heliot érm icos usam o calor do sol para gerar elet ricidade em plant as de geração t érm ica.

Os sist em as fot ovolt aicos isolados t iveram am pla penet ração no Brasil por m eio de vários program as, t ot alizando, em 2004, m ais de 30 m il sist em as inst alados. O direcionam ent o para esses nichos de m ercado – com unidades e cargas isoladas – deverá perm anecer nos próxim os anos, um a vez que a expansão, em m uit os casos, depende ainda de incent ivos. Essa perspect iva pode ser alt erada, na m edida em que a geração fot ovolt aica ganhe escala e haj a, conseqüent em ent e, queda nos cust os de inst alação e geração.

Já a energia solar fot ovolt aica int egrada à rede surge com o boa alt ernat iva para ut ilização em geração dist ribuída. As quest ões t écnicas para seu em prego parecem est ar equacionadas, sendo um dos aspect os im port ant es, ainda necessário, a criação de norm as e regulam ent os para quest ões essenciais da geração dist ribuída, nos aspect os de qualidade, segurança e prot eção. Porém , a m aior dificuldade para a efet iva ut ilização dos sist em as fot ovolt aicos no Brasil ainda reside no cust o das células fot ovolt aicas.

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est á ent rando em escala pilot o, com possibilidades de ent rar em escala com ercial num horizont e de 30 anos. Exist em hoj e, no Brasil, alguns est udos para a caract erização de sít ios pot enciais para inst alação de plant as de geração de energia de font e solar. Os est udos visam a det erm inação de qual das t ecnologias é m ais adequada ao am bient e e à dem anda energét ica no Nordest e brasileiro, bem com o qual seria a m elhor configuração

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para sua inst alação. Um dos est udos est im a um pot encial de 2,1 MWh/ m ano de irradiação diret a ao nível do solo, valor m uit o próxim o das condições solarim ét ricas da Espanha, país referência nessa t ecnologia, com sist em as operando com ercialm ent e.

O desenvolvim ent o da energia eólica, no Brasil, t em ocorrido de form a gradual e consist ent e e est á em consonância com a diret riz do Governo Federal de diversificação da Mat riz Energét ica, valorizando as caract eríst icas e pot encialidades regionais na form ulação e im plem ent ação de polít icas energét icas.

O pot encial eólico brasileiro para aproveit am ent o energét ico t em sido obj et o de est udos e invent ários desde a década de 1970, que culm inaram com a publicação, em 2001, do At las do Pot encial Eólico Brasileiro. O at las apont ou a exist ência de áreas com regim es m édios de vent o propícias à inst alação de parques eólicos, principalm ent e nas regiões Nordest e ( 144 TWh/ ano) , Sul e Sudest e do país ( 96 TWh/ ano) . O pot encial t ot al do país é de 143 GW de pot ência.

O principal incent ivo a essa font e de energia foi inst it uído por m eio da Lei n° . 10.438/ 2002, a qual represent a um m arco no arcabouço regulat ório do set or elét rico, por t er criado o PROI NFA ( 1ª . et apa) cuj o obj et ivo é aum ent ar a part icipação de energia elét rica produzida a part ir das font es de geração eólica, pequena cent ral hidrelét rica ( PCH) e biom assa.

Na prim eira et apa do PROI NFA, foram celebrados cont rat os com 54 em preendim ent os de energia eólica, t ot alizando um a pot ência de 1.493 MW, assegurando a com pra de t oda a energia a ser produzida no período de 20 anos.

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O pot encial eólico brasileiro e os incent ivos proporcionados pelo PROI NFA t êm despert ado o int eresse de fabricant es e represent ant es dos principais países envolvidos com essa t ecnologia. At ualm ent e, exist em cerca de 5.000 MW em proj et os eólicos aut orizados pela ANEEL. Além disso, várias em presas m ant êm t orres de m edições e elaboram est udos de infra- est rut ura para inst alação e operação de parques eólicos. Assim , previsões para o ano de 2030 est im am , conservadoram ent e, um a capacidade inst alada de cerca de 4.800 MW dessa font e no Brasil ( FONTES: PNE 2030; PDEE 2006/ 2015) .

No que diz respeit o às pequenas cent rais hidrelét ricas ( PCHs) , o país é ext rem am ent e bem equipado, det endo grande conhecim ent o t écnico, capacidade de produção e recursos nat urais. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elét rica ( ANEEL) , est ão at ualm ent e em operação 285 PCHs, com um t ot al de 1.728 MW. Têm - se ainda 64 em preendim ent os em const rução ( 1.137MW) e out ros 180 out orgados ( 2.700 MW) . Est im a- se que em 2030, t er- se- á um a capacidade inst alada de cerca de 7.700 MW ( PNE 2030) .

No horizont e decenal, a evolução esperada em pot ência inst alada é de cerca de 1.800 MW at é o final de 2015 ( PDEE 2006- 2015) , considerando 700 MW além dos 1.191 MW de PCHs cont rat ados no PROI NFA. A adesão em grande escala dos Produt ores I ndependent es Aut ônom os ( PI A, conform e definição da Lei nº . 10.438/ 02) dem onst rou a adesão de novos at ores ao set or.

Para t odo o Brasil est á ident ificado um pot encial de PCHs da ordem de 15.000 MW, em aproxim adam ent e 3.000 aproveit am ent os de 1 a 30 MW ( PD 2006/ 15) .

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No que diz respeit o à biom assa, pelo carát er m aduro da t ecnologia e um grande núm ero de experiências nas áreas de ut ilização do bagaço de cana, licor negro, resíduos de m adeira e casca de arroz, a ext ensão dos benefícios j á concedidos às PCHs e a solução de quest ões im port ant es com o as relat ivas à dem anda por reserva suplem ent ar fizeram consolidar um segm ent o que acum ula hist órias de sucesso.

Revert er a t endência hist órica do desperdício dos resíduos agrícolas e florest ais com a incorporação de t ecnologias j á desenvolvidas, ou em diversos est ágios de desenvolvim ent o, para a ut ilização eficient e da biom assa energét ica t em sido o result ado da int rodução de alguns dos incent ivos m encionados acim a. Os resíduos agrícolas, excet uados os da cana- de- açúcar, represent am um a disponibilidade energét ica da ordem de 37,9 m ilhões de t EP anuais, equivalent es a 747 m il barris diários de pet róleo, prat icam ent e não aproveit ada.

O bagaço de cana é, inegavelm ent e, a font e de energia m ais im port ant e no set or sucroalcooleiro. O Plano Decenal de Expansão 2006/ 2015 est im a o pot encial t écnico de co- geração nesse set or em 5.750 MW, com um pot encial de m ercado de pouco m ais de 2.800 MW em 2009.

O parque da agroindúst ria canavieira nacional possui 304 usinas em at ividade, sendo 227 na região Cent ro- Sul e 77 na região Nort e- Nordest e, e ainda cont a com cerca de 80 proj et os em fase de im plant ação e desenvolvim ent o. A agroindúst ria canavieira encont ra- se em franco desenvolvim ent o, em função do crescim ent o dos m ercados int erno e ext erno do açúcar e do álcool. A produção de cana da safra 2005- 2006 foi de 380 m ilhões de t oneladas. Est im a- se at ingir cerca de 520 m ilhões de t oneladas na safra 2010- 2011, devendo ult rapassar os 710 m ilhões de t oneladas na safra de 2015- 2016, ou sej a, um crescim ent o m édio nacional de 6,4% a.a no horizont e decenal.

Em resum o, os result ados m ost ram que exist e disponível no país um pot encial de ofert a superior a 500 MW por ano de capacidade inst alada em novos proj et os de co-geração a biom assa, perfazendo um t ot al de m ais de 6.000 MW at é o fim do período decenal, capazes de cont ribuir com cerca de 3.300 MW m édios para o suprim ent o de energia ao Sist em a I nt erligado Nacional ( SI N) .

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e-Nordest e, principalm ent e nos est ados de Alagoas e Pernam buco, com o Maranhão t am bém se dest acando ao fim do período. A fim de se t er um a previsão conservadora, o Plano Decenal PDEE 2006/ 2015 est im a um pot encial de ofert a de 4.300 MW provenient es de bagaço de cana para 2015.

3 .1 .5 .1 - Program a PROI N FA

O PROI NFA, Program a de I ncent ivo às Font es Alt ernat ivas de Energia Elét rica, program a que é coordenado pelo Minist ério de Minas e Energia ( MME) e t em com o seu braço de im plem ent ação as Cent rais Elét ricas Brasileiras S.A. ( Elet robrás) , foi regulam ent ado em 30 de m arço de 2004, m om ent o em que se iniciou sua im plem ent ação. O Program a inaugura um a nova est rat égia para a inserção sust ent ável das energias alt ernat ivas renováveis na m at riz energét ica brasileira e reforça a polít ica brasileira de diversificação da m at riz e de est ím ulo ao desenvolvim ent o de font es renováveis de energia.

Em fevereiro de 2005, o Program a cont rat ou, por m eio da Elet robrás, 144 cent rais geradoras, cont em plando 19 est ados da Federação, num t ot al de 3.299,40 MW de pot ência inst alada, sendo 1.422,92 MW de usinas eólicas, 1.191,24 MW de PCHs e 685,24 MW de cent rais a biom assa.

O PROI NFA t em invest im ent os, predom inant em ent e do set or privado, de R$ 11 bilhões, e os principais agent es financiadores são o BNDES, BASA, CEF, BB e BNB. A energia gerada do t ot al dos em preendim ent os é de aproxim adam ent e 12.000 GWh/ ano, o que equivale a duas vezes o consum o anual de um est ado brasileiro de port e m édio.

Com a im plant ação do program a, est im a- se a redução de 2,8 m ilhões de t CO e/ ano.2

Hoj e, dos 144 em preendim ent os, 33 j á est ão em operação ( 868 MW) ; 54 j á com eçaram a const rução ( 1.026 MW) ; 21 est ão com EPCs ( Engenharia, Fornecim ent o e Const rução) cont rat adas e ainda não iniciaram a const rução ( 635 MW) .

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3 .1 .5 .2 - Program a LUZ PARA TODOS

No Brasil, cerca de 12 m ilhões de pessoas não t inham acesso à energia elét rica e, desse t ot al, 10 m ilhões viviam no m eio rural. Visando acelerar o processo de inclusão social desse cont ingent e de brasileiros, o Governo Federal, por m eio do MME, desenvolve, desde 2004, o Program a Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Energia Elét rica – Program a Luz Para Todos. O program a t em com o m et a at ender esses consum idores com energia elét rica at é 2008, ant ecipando, em set e anos, o cronogram a de universalização do at endim ent o que, ant es do Luz Para Todos, est ava previst o para ser concluído em 2015.

O program a prevê invest im ent os da ordem de R$ 12.7 bilhões. Desse t ot al, 9.1 bilhões serão recursos do Governo Federal e o rest ant e será part ilhado ent re os governos est aduais, as concessionárias de energia elét rica e as cooperat ivas de elet rificação rural.

At é início de set em bro de 2007, j á foram realizadas 1.291.172 novas ligações, represent ando 6.455.860 pessoas at endidas e 193 m il em pregos gerados. Para cum prim ent o das m et as, além da alt ernat iva convencional de ext ensão de rede, o Luz Para Todos adot a, nas regiões isoladas do país, onde couber, a ut ilização de sist em as de geração individuais ou de geração descent ralizada de energia elét rica a part ir de font es alt ernat ivas renováveis.

Com o inform ação adicional, foi realizado em j unho dest e ano, o “ I Leilão de Com pra de Energia Provenient e de Font es Alt ernat ivas”, que acrescent ará ao SI N um a pot ência inst alada t ot al de 638,64 MW em novas usinas, a part ir de 2010, sendo 541,9 MW de t erm elét ricas m ovidas a biom assa e 96,74 MW de pequenas cent rais hidrelét ricas.

- Eólica: 143 GW de pot ência ( At las do Pot encial Eólico Brasileiro) ;

- PCH: pot encial invent ariado de aproxim adam ent e 15.000 MW; 1.700 MW em operação com ercial;

- PCH: pot encial invent ariado de aproxim adam ent e 15.000 MW; 1.700 MW em operação com ercial.

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Mais que confort o, o program a leva a esses brasileiros a oport unidade de t rabalhar e de t er renda. A at uação coordenada com out ros m inist érios envolvidos com program as sociais do Governo Federal aum ent ará a possibilidade de as regiões at endidas se beneficiarem com serviços básicos de abast ecim ent o de água, saúde, educação e com unicação.

3 .2 - Polít icas e program as relacionados com a m it igação da m udança do clim a

3 .2 .1 - Conservação de energia e reciclagem

Nas econom ias m odernas, o uso de energia é um a das principais causas de em issões ant rópicas de CO para a at m osfera. Para reduzir essas em issões sem sacrificar 2 o desenvolvim ent o econôm ico, as principais est rat égias são: 1) subst it uir os com bust íveis fósseis por out ras font es não- em issoras ( ou renováveis) , com o hidroelet ricidade, energia solar e biom assa sust ent ável; e 2) conservar ou usar de form a m ais eficient e t odas as form as de energia usadas pela sociedade. O obj et ivo dest a seção é analisar a im plem ent ação da segunda est rat égia na econom ia brasileira, em bora no cont ext o brasileiro as duas est rat égias est ej am , com freqüência, fort em ent e relacionadas.

Há um grande pot encial de econom ia de energia no Brasil ent re os consum idores finais, quer sej a com o uso de t ecnologias m ais eficient es em carros, m ot ores, aparelhos elet rodom ést icos, et c., quer sej a indiret am ent e com m edidas com o a m elhoria dos sist em as de t ransport e. Tam bém há um pot encial significat ivo de redução de resíduos ent re os fornecedores de energia, no processo de t ransform ação da energia prim ária nas form as m ais com um ent e usadas pelos consum idores.

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