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Pullout performance of steel bars partially bonded in concrete with epoxy resin Avaliação da aderência de barras de aço coladas ao concreto com resina epóxi

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Pullout performance of steel bars partially bonded

in concrete with epoxy resin

Avaliação da aderência de barras de aço coladas

ao concreto com resina epóxi

a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Estruturas e Fundações, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; b Marinha do Brasil, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Received: 05 Apr 2017 • Accepted: 16 Oct 2017 • Available Online:

R. H. SOUZA a

reginahsouza@uerj.br

M. E. TAVARES a

etavares@uerj.br

D. V. FERNANDES b

dennisvideira@gmail.com

Abstract

Resumo

The installation of new reinforcing bars onto an existing structure is a common practice in civil construction both for old and new structures. The

use of anchors has been extensively studied and normalized. The placement of steel reinforcement bars in holes filled with epoxy resin, despite

their wide use, still lacks a satisfactory methodology for the design of such systems. In this context, the aim of this paper is to present the results

of an experimental programme for confined pullout tests, comparing the performance of cast steel reinforcement bars to that of bars bonded to

concrete with epoxy resin. The investigated test parameters included the bar diameter, the embedment length and the resin thickness. Tests

re-sults showed a significant efficiency of epoxy resin as structural bonding agent and allowed the verification of sizeable reduction in the anchorage

lengths for bonded bars.

Keywords: pullout tests, bond, retrofit, epoxy resin.

A fixação de armaduras novas em estrutura existente é prática usual na construção civil, tanto em construções novas como em antigas. A aplica

-ção de chumbadores já está bastante estudada e regulamentada. A fixa-ção de barras de alta resistência em furos preenchidos com resina epóxi, apesar de amplamente utilizada, ainda não dispõe de metodologia satisfatória para o dimensionamento desses sistemas. Neste artigo apresenta

--se os resultados de um programa experimental que teve por objetivo estudar a ligação de barras coladas ao concreto com resina epóxi através

de ensaios de arrancamento, onde foram testados diferentes diâmetros de barras, de comprimentos de colagem e de espessuras de resina. Os

resultados dos ensaios mostraram a grande eficiência da resina epóxi como adesivo estrutural e permitiram verificar reduções significativas nos

comprimentos de ancoragem das armaduras coladas.

(2)

1. Introdução

Nos trabalhos de recuperação e reforço das estruturas de concreto muitas vezes é necessário incluir novas armaduras. Visando a ga

-rantia da transferência dos esforços, estas armaduras podem ser fi

-xadas e ancoradas ao elemento existente através de: emendas por sobreposição, por fixação aparafusada ou em furos preenchidos com resina ou argamassas especiais, pela ligação com conectores ou com chumbadores pós-instalados em furos feitos no concreto, podendo ser fixados por grautes ou por adesivos sintéticos.

O comportamento de chumbadores colados tem sido objeto de estudo de muitos pesquisadores que estudaram analítica e

ex-perimentalmente as ligações coladas, tendo por base modelos de ensaio confinados e não confinados. Nos modelos confinados a reação do sistema de carregamento é colocada adjacente ao chumbador para garantir ruptura por aderência e evitar a ruptura do cone de concreto; nos modelos não confinados, o ponto de re

-ação é posicionado a uma grande distância do chumbador e, por isso, permitem a formação irrestrita do cone.

Nos ensaios para a avaliação do desempenho de chumbadores colados são normalmente utilizados modelos constituídos por la

-jes, não confinados, que levam à ruptura combinada de um cone

raso de concreto e da interface chumbador-adesivo. Estes

en-saios têm o seu comprimento de embutimento totalmente preen -chido pelo adesivo. Como exemplo tem-se os ensaios de McVay,

Cook e Krishnamurthy [1] que, em ensaios não confinados, testa -ram chumbadores constituídos por barras roscadas com diâmetro d= 15,9mm, diâmetro dos furos do = 19mm e comprimentos de

aderência de 76, 102, 127 e 152mm. Os resultados indicaram ten

-são de cisalhamento média t0=11,8MPa e tensão de cisalhamento máxima tmax =13,8MPa.

No caso da recuperação de estruturas, em geral com concretos de resistências mais baixas, a capacidade deste chumbador tradicio

-nal fica prejudicada, uma vez que a baixa resistência do concreto

dessas estruturas leva à ruptura prematura do cone de concreto. A fim de melhor estudar esta questão, Gurbuz e Ilki [2] conduziram

ensaios de arrancamento de barras total e parcialmente aderidas

em modelos confinados e não confinados e observaram diferentes

modos de ruptura. Enquanto os chumbadores totalmente aderidos romperam bruscamente com a ruptura do cone e o arrancamen-to do fuste, os chumbadores parcialmente aderidos romperam

pelo arrancamento após o escoamento do aço. De acordo com

os resultados, os chumbadores parcialmente aderidos

apresen-taram uma resistência média 73% maior do que os completamen -te aderidos. Es-tes chumbadores romperam pelo escoamento da barra ou, no caso de pequenos comprimentos de colagem, pelo escorregamento da barra. Estes resultados indicaram que os

chumbadores parcialmente aderidos têm um desempenho melhor (comportamento dúctil) para aplicações em reabilitação, onde os concretos são de baixa resistência e os espaços limitados. As ten

-sões cisalhantes para esses chumbadores parcialmente aderidos

variaram de 15,7MPa a 23,6MPa, portanto valores superiores aos

de McVay, Cook e Krishnamurthy [1]. Desse modo, os autores concluíram que para a avaliação do comprimento de ancoragem de barras deformáveis a serem usadas em reparos de estruturas

existentes, deve-se prever ensaios em que as barras sejam

par-cialmente aderidas ao concreto. Os autores também verificaram que para chumbadores total ou parcialmente colados, a resistên -cia ao arrancamento aumenta com o aumento do comprimento de

colagem, enquanto que a tensão média de aderência decresce

com o aumento do comprimento.

Os chumbadores aderidos já foram objeto de muitos estudos e já têm predições de projeto normalizadas, como a norma AC308 Post --installed Adhesive Anchors in Concrete Elements [3]. Entretanto,

ainda há carência de estudos no que diz respeito à colagem de bar

-ras de alta aderência usadas como complemento das armadu-ras de recuperação e reforço. Nestes casos, os elementos estruturais nor

-malmente apresentam concreto de menor resistência que os atuais e os espaços para fixação destas armaduras são exíguos. A seguir estão relacionados estudos experimentais que tiveram por base ensaios confinados, sem a formação do cone de concre

-to, visando a recuperação e o reforço, com o objetivo de comparar

o comprimento de ancoragem de barras normalmente embutidas

no concreto com barras coladas com resina epóxi.

Souza [4] conduziu ensaios de arrancamento em modelos em forma de H, conforme indicado na Figura 1, de modo a impedir

a transferência da reação de compressão no modelo à barra a ser tracionada e que facilitasse a execução do furo e a colagem

da barra. Foram testados dois diâmetros de barras de alta

ade-rência: 8 e 12mm, sendo os valores das tensões de escoamento

fy=500MPa e fy=401MPa respectivamente, com variados com-primentos de colagem: 7,5cm; 10cm e 15cm. Foram executadas

duas séries de ensaios: modelos SR (Sem Resina), com barras

embutidas no concreto e modelos CR (Com Resina) que foram moldados sem as barras, sendo estas coladas posteriormente

com resina epóxi em furos cujo diâmetro correspondeu ao diâ

-metro da barra, mais 6 mm. A resistência à compressão no dia do

ensaio era de 42MPa. Os resultados desses ensaios mostraram

que a resistência de aderência da ligação com resina epóxi au -menta com o aumento do comprimento de colagem e com o tipo

de ligação. As ancoragens com resina epóxi em barras d=8mm

Figura 1

(3)

permitiram uma redução do seu comprimento até 33% e em barras d=12 mm até 50%, em relação aos comprimentos de ancoragem sem resina epóxi.

Felício [5] procedeu a ensaios de arrancamento em modelos com

a configuração geométrica apresentada na Figura 2 e barras de

aço de alta aderência com diâmetros de 10; 12,5 e 16mm, sendo

fy=620MPa, fy=600MPa e fy=660MPa, respectivamente. A

resis-tência à compressão no dia do ensaio era de 32MPa. As dimen

-sões dos modelos foram ajustadas proporcionalmente aos seus

diâmetros. Foram estudados quatro comprimentos para cada diâ-metro: 5d ; 7,5d ; 10d e 12,5d. O cobrimento de armadura adotado

era igual a três vezes o diâmetro da barra de aço (c/d=3). Os mo -delos do tipo SR tinham a armadura posicionada no momento da concretagem; os do tipo CR foram concretados sem a armadura, sendo esta colada posteriormente com a resina. Os furos

atraves-savam toda a extensão do comprimento de aderência e a relação

dfuro/dbarra era de 1,3 e 1,4. Os resultados mostraram que em ambos os modelos para um dado diâmetro, maiores comprimentos de

co-lagem acarretaram maiores valores das cargas máximas, maiores deslocamentos e tensões de aderência bem próximas. Verificou

--se a grande eficiência da resina epóxi como adesivo estrutural e reduções significativas nos comprimentos de ancoragem das ar

-maduras coladas de: 24% para as barras d=10mm; 42% para as barras d=12,5mm e 29% para as barras d=16mm.

Bouazaoui et al [8] investigou a resistência de aderência das li

-gações aço-concreto e aço-epóxi-concreto em ensaio confinado

de modelos cilíndricos de 320mm de comprimento e 160mm de diâmetro. Foram testadas barras com diâmetros de 12, 16 e 20mm e comprimentos que variaram de 100 a 300mm. Estas barras

fo-ram coladas com resina epóxi de forma totalmente aderida, com espessura constante de 1mm. A tensão de escoamento do aço

Figura 2

Modelo de Felício [5]

Figura 3

(4)

era de 340MPa e a resistência à compressão do concreto era de 40MPa. A aplicação do carregamento dava-se pela base do cilin -dro. Quanto ao modo de ruptura, foram observados: o

fendilha-mento do concreto, o deslizafendilha-mento da barra de aço e a ruptura da barra de aço. O autor verificou que a força última aumenta

linearmente com o diâmetro da barra e com o comprimento de ancoragem, mas que aumenta parabolicamente com o aumento da superfície aderente.

A seguir apresenta-se o trabalho de Fernandes [6] que deu pros-seguimento a esta linha de pesquisa, visando contribuir para o

aumento do conhecimento científico de uma prática empírica da construção civil, usada, sobretudo na área do reforço e da recupe

-ração estrutural. O objetivo deste trabalho consistiu na avaliação da capacidade de aderência de barras de armaduras coladas às

estruturas de concreto, tendo por base ensaios laboratoriais.

2. Materiais e métodos

Fernandes [6] efetuou ensaios de arrancamento em modelos

pris-máticos e ensaios à flexão em vigas, a fim de avaliar o comprimen -to de ancoragem das barras longitudinais tracionadas.

2.1 Ensaios de vigas

As vigas de concreto bi-apoiadas foram ensaiadas à flexão, sendo

o carregamento constituído por duas cargas concentradas

loca-lizadas nos terços do vão. O ensaio das vigas pretendeu verifi

-car o comportamento da aderência de barras de aço coladas ao concreto, semelhante ao que ocorre nos trabalhos de reforço ou recuperação estrutural em vigas já existentes. Para tal foram mol -dadas duas vigas, uma integralmente em concreto armado e com armadura tradicionalmente ancorada em ganchos, denominada por viga V1, e outra moldada em duas etapas, sendo suas barras

longitudinais inferiores coladas nas extremidades dos apoios com

resina epóxi em furos pré-executados no concreto denominado por viga V2. As vigas possuíam 2m de comprimento e seção re -tangular com 20 cm de altura e 20 cm de largura.

A viga V2 foi moldada em duas etapas de concretagem. Na 1ª eta-pa sua altura era de apenas 13cm e foram colocados tubos de

bor-racha na região dos apoios, de modo a garantir-se os furos para

a posterior colagem das barras longitudinais. O comprimento de

ancoragem dessas barras retas correspondeu a toda a extensão

do apoio, ou seja, as barras foram coladas em um comprimento de

20cm. Além disso, as pernas dos estribos ficaram expostas para futura dobragem e amarração na parte inferior da viga que rece -beu o complemento de concreto correspondente a 6 cm, moldado

após a fixação das armaduras longitudinais. Vide Figura 3. Após a desmoldagem da viga V2 procedeu-se a colagem das barras

longitudinais: primeiramente fez-se a limpeza dos furos retirando-se

todo o pó, em seguida aplicou-se a resina epóxi dentro do furo e logo após inseriu-se as armaduras nos furos, estando estas abundante -mente embebidas em resina de modo a garantir-se o total

preenchi-mento do furo com a resina. Após um período de cura de quatro dias efetuou-se um apicoamento na superfície do concreto na região a ser completada, para melhorar a aderência entre os dois concretos,

retirando-se a nata de cimento existente. A partir daí, procedeu-se a

dobragem e amarração dos estribos e a molhagem do fundo da viga,

preparando-a para a 2ª fase de concretagem. O concreto da 2ª etapa

foi idêntico ao da 1ª etapa, de mesma resistência e granulometria.

A Figura 4 mostra o esquema de carregamento utilizado nos

en-saios à flexão das vigas, tendo-se utilizado uma prensa hidráulica do tipo Losenhausen – LOS de 100t. Para a instrumentação foram utilizados deflectômetros analógicos e extensômetros elétricos colados à superfície do concreto, nos vão de corte e no meio do vão, com o objetivo de avaliar as deformações sofridas pela barra

longitudinal colada.

Figura 4

(5)

2.2 Ensaios de arrancamento

O tipo de ensaio adotado no trabalho baseou-se no pullout test, normalizado pela RILEM [7]. Este tipo de ensaio possui

caracte-rísticas simples de execução e foi adaptado ao estudo de modo a permitir a colagem com resina epóxi. Foram efetuados 61 ensaios de arrancamento de barras de aço de alta aderência embutidas

em prismas de concreto durante sua concretagem - modelos sem resina (SR) - ou embutidas posteriormente, por meio de colagem

com resina epóxi - modelos com resina (CR).

Com o objetivo de comparar modelos com diferentes armaduras,

as dimensões dos modelos e o comprimento de colagem foram

ajustados proporcionalmente aos diâmetros das barras. Foram

testados três diâmetros de barras: 10mm; 12,5mm e 16mm e dois

comprimentos de colagem para cada diâmetro: 5d e 7,5d. As

di-mensões dos espécimes variaram de acordo com o diâmetro da barra tanto para os pré-aderidos quanto para os pós-aderidos, na proporção de 10d. Para cada tipo de modelo foram molda

-dos e ensaia-dos pelo menos três exemplares; os resulta-dos ob

-tidos referem-se à média desses 3 ensaios. Foram testadas três

Figura 5

Direção da concretagem dos modelos ensaiados

Tabela 1

Resultados dos ensaios de arrancamento

Modelo

Comprimento de colagem

l (mm)

Diâmetro do furo do (mm)

Superfície de aderência

(cm2)

Resistência última (kN)

Tensão de aderência tb

(MPa)

Incremento de resistência

tb.CR / tb.SR

10-5-0 50 – 15,7 12,2 7,8 –

10-7,5-0 75 – 23,6 34,4 14,6 –

12,5-5-0 62,5 – 24,5 24,4 9,9 –

12,5-7,5-0 93,8 – 36,8 51,8 14,1 –

16-5-0 80 – 40,2 53,2 13,2 –

16-7,5-0 120 – 60,3 77,8 12,9 –

10-5-1 50 12 15,7 48,8 31,1 4,0

10-7,5-1 75 12 23,6 54,8 23,3 1,6

12,5-5-1 62,5 14,5 24,5 68,0 27,7 2,8

16-5-1 80 18 40,2 90,4 22,5 1,7

16-7,5-1 120 18 60,3 123,0 20,4 1,6

10-5-2 50 14 15,7 48,8 31,1 4,0

10-7,5-2 75 14 23,6 52,6 22,3 1,5

12,5-5-2 62,5 16,5 24,5 69,8 28,4 2,9

12,5-7,5-2 93,8 16,5 36,8 90,6 24,6 1,8

16-5-2 80 18 40,2 101,4 25,2 1,9

16-5-3 80 22 40,2 117,2 29,2 2,2

(6)

espessuras de resina epóxi: 1mm (CR1), 2mm (CR2) e 3mm (CR3). A identificação dos modelos está indicada na Tabela 1 e segue o exemplo: modelo 10-7,5-2 corresponde à barra de 10mm

de diâmetro, comprimento de colagem de 7,5d e espessura de resina de 2mm.

Antes da concretagem dos modelos que iriam receber barras

co-ladas foram embutidos tubos plásticos, a fim de servirem de ga

-barito aos furos de passagem das barras de aço e minimizar os efeitos negativos da furação. Estes tubos tinham o diâmetro exato

que se previa para cada modelo, ou seja, contemplavam o

diâme-tro da barra mais a espessura que a resina epóxi iria ocupar. O lançamento do concreto nas formas foi feito manualmente, em ca

-madas, perpendicularmente à posição das armaduras, (conforme

mostra a Figura 5). O adensamento foi feito por meio de vibrador

elétrico de imersão, após a colocação de cada camada. O acaba -mento do corpo de prova foi dado com colher de pedreiro.

Após a concretagem, estes tubos foram retirados e procedeu-se a

limpeza dos furos e das barras de armadura, de modo a remover

todo o pó e qualquer impureza que pudesse prejudicar a aderên

-cia. Na região onde desejava-se ter o comprimento não aderente, a barra foi revestida com filme PVC, finalizando-se com um tam

-pão de fita isolante, de modo a evitar o escorrimento da resina da região aderente para a região não aderente.

A montagem do ensaio teve por objetivo permitir a aplicação de uma carga de tração em uma das extremidades da armadura e a

leitura do deslocamento relativo entre a armadura e o concreto na

outra extremidade. Para isso foi utilizada uma gaiola metálica com a função de reagir contra o bloco de concreto, enquanto a extremi -dade livre da barra era tracionada, Figuras 6 e 7.

2.3 Materiais

A composição adotada para o concreto procurou representar as características das construções de concreto armado em idade passível de recuperação e intervenção estrutural. Assim, a resis

-tência média à compressão do concreto na época dos ensaios dos modelos foi de 26,9MPa. Os valores das tensões resistentes dos aços no escoamento e na ruptura foram, respectivamente:

Figura 6

Esquema do ensaio

Figura 7

Instrumentação para leitura dos deslocamentos

Figura 8

(7)

603MPa e 742MPa para a barra de 10mm; 584MPa e 735MPa para a barra de 12,5mm e 564MPa e 714MPa para a barra de

16mm. A escolha da resina epóxi, de uso corrente na construção civil, considerou as características de fluidez, de manipulação e de acessibilidade ao material e foi aplicada conforme as instruções

do fabricante. Foram testados o sistema RE 500 da Hilti que,

devi-do à sua característica tixotrópica, mostrou-se desfavorável à pas

-sagem da barra pelo furo, condição deste trabalho, e o Sikadur 32 que, de acordo com o fabricante, é um adesivo estrutural à base de resina epóxi, de média viscosidade (fluido), bi-componente e

de pega normal, especialmente formulado para ancoragens em geral e colagens de concreto velho com concreto novo e chapas

metálicas ao concreto; sua resistência à compressão após 24h é de 60MPa, a cura inicial dá-se em 5 horas e a cura final em 7 dias; a temperatura de aplicação varia entre +10oC a +30oC.

Figura 10

Ruptura típica por fendilhamento nos modelos CR e aspecto da ligação rompida

Tensões de tração

Figura 9

Curva carga-deslocamento no meio do vão

das vigas

Figura 11a

Curvas carga-deslizamento dos ensaios dos

modelos SR 10-7,5-0

Figura 11b

(8)

perior e deformação excessiva da barra tracionada (ruptura clássica de flexão). A ruptura da viga V2 foi caracterizada pela ruptura da biela de compressão formada a partir de um dos pontos de aplicação da carga. As fissuras de flexão tiveram comportamento simétrico em relação ao meio do vão e não foram verificadas fissuras de esforço cortante. Os ex

-ligação concreto-concreto como a colagem de barras de aço no concreto foram eficientes. A resina epóxi cumpriu de maneira efi -ciente sua característica adesiva, garantindo a ancoragem das

barras longitudinais de tração.

O gráfico carga-deslocamento no meio do vão apresentado na

Figura 11c

Curvas carga-deslizamento dos ensaios dos

modelos CR 12,5-7,5-2

Figura 11d

Curvas carga-deslizamento dos ensaios dos

modelos CR 16-5-3

Figura 12

Influência do comprimento de colagem, modelos:

12,5-5-0 e 12,5-7,5-0

Figura 14

Influência do diâmetro da barra, modelos: 10-7,5-0;

12,5-7,5-0 e 16-7,5-0

Figura 15

Influência do diâmetro da barra, modelos: 10-7,5-1;

12,5-7,5-1; 16-7,5-1

Figura 13

(9)

Figura 9 mostra o comportamento idêntico de ambas as vigas, ao

longo do carregamento.

3.2 Resultados dos ensaios de arrancamento

Os modelos sem resina apresentaram ruptura por arrancamento,

caracterizada pelo deslizamento da barra em relação ao concreto,

com grandes deslocamentos.

Nos modelos com resina a ruptura deu-se por fendilhamento do concreto, caracterizada pela ruptura brusca do bloco de concreto e pequenos deslocamentos relativos entre a barra e o concreto,

como ilustra a Figura 10. Observou-se também, em apenas um espécime, a ruptura por tração da barra de aço. Alguns exempla

-res ap-resentaram bolhas de ar na ligação colada levando, nestes casos, à ruptura por arrancamento.

As curvas típicas dos ensaios dos modelos SR e CR estão apre

-sentadas nas Figuras 11a a 11d; estes gráficos também mostram

Figura 16

Força máxima-Superfície de aderência, modelos

SR e CR

Figura 18

Curvas força-deslizamento, modelos 12,5-5-0;

12,5-5-1; 12,5-5-2

Figura 19

Curvas força-deslizamento, modelos 16-7,5-0;

16-7,5-1; 16-7,5-2; 16-7,5-3

Figura 17

(10)

a homogeneidade dos resultados. A Tabela 1 apresenta o resumo

dos resultados obtidos, considerando o valor médio dos ensaios de três espécimes.

4. Discussão

A influência do comprimento de colagem pode ser vista nos grá

-ficos das Figuras 12 e 13 onde para um mesmo diâmetro de bar -ra, o aumento do comprimento de colagem conduziu a maiores

valores de força de adesão e carga última em todos os modelos

estudados.

Da mesma forma, a influência do diâmetro da barra pode ser vista nos gráficos das Figuras 14 e 15 onde para um mesmo compri

-mento de colagem, os valores da força de adesão e da carga últi -ma aumentaram quanto -maior era o diâmetro da barra, em todos

os modelos estudados. Estas constatações podem ser facilmente percebidas através da superfície de aderência, ou seja, a superfí -cie de contato barra-concreto ou barra-resina-concreto, parâmetro único que relaciona o diâmetro da barra e o comprimento de

co-lagem. A Figura 16, que relaciona a força máxima com a superfí

-cie de aderência indica que quando aumenta-se a superfí-cie de aderência (diâmetro e comprimento de aderência), aumenta-se a

capacidade resistente última ao arrancamento. Tal fato também foi observado por Gurbuz [2], Souza [4], Felício [5] e Bouazaoui

et al [8].

Os gráficos das Figuras 17, 18 e 19 exemplificam, respectivamen -te, o comportamento dos modelos: d=10mm, l= 7,5d ; d=12,5mm,

l = 5d e d=16mm, l = 7,5d. Nestes gráficos verifica-se que a cola

-gem com resina epóxi aumenta a rigidez da ligação aço-concreto

e leva a maiores valores de carga última.

A colagem com resina proporciona também o aumento das tensões de aderência, como é possível verificar na coluna Incremento de Resistência da Tabela 1 e no gráfico da Figura 20. Neste gráfico, verifica-se que os modelos com resina possuem maiores valores de tensão de aderência quando comparados aos sem resina, e que os valores desta tensão diminuem com o aumento do diâmetro da

barra e com o aumento do comprimento de colagem. Isto parece

indicar que na ligação com resina epóxi, pequenos comprimentos já são suficientes para garantir a aderência e que maiores comprimen

-tos talvez não contribuam para o desenvolvimento de tensões ao longo de todo o comprimento colado. Esta constatação também foi feita por Gurbuz [2]. Os valores das tensões de cisalhamento verifi -cados nos ensaios de Fernandes [6] variaram de 16 a 29MPa,

por-tanto, faixa compatível com os valores encontrados por Gurbuz [2].

Figura 20

Tensão de aderência-Superfície de aderência,

modelos SR e CR

Figura 21

Tensão normal na barra - l /d, modelos d=10mm

Figura 22

Tensão normal na barra - l /d, modelos d=12,5mm

Figura 23

(11)

Nos gráficos das Figuras 15 e 20, que compara os desempenhos dos modelos sem e com resina referentes às espessuras de 1 e 2mm, verifica-se que a variação na espessura da resina não afeta significativamente a capacidade última da ligação.

Com o objetivo de verificar a eficiência da colagem, foram cons

-truídos os gráficos apresentados nas Figuras 21 a 23, que relacio

-nam os valores das tensões normais máximas nas armaduras com o valor de l /d. Essas tensões normais nas armaduras referem-se

a Fmáx/d, no caso dos modelos sem resina e Fmáx/do no caso dos

modelos com resina. Considerando a tensão limite de escoamento para o aço CA50, fy=500MPa, e entrando-se nas equações das cur

-vas de regressão linear apresentadas tem-se uma possível redução do comprimento de ancoragem da ordem de 67% para a barra de 10mm, 51% para a barra de 12,5mm e 20% para a barra de 16mm.

5. Conclusões

Tendo por base a técnica de colagem, os materiais utilizados e a

metodologia de ensaios adotados neste estudo, os autores con-cluem que:

n A parcela da adesão é muito significativa nos modelos CR;

nestes modelos os valores dos deslizamentos verificados para as cargas iniciais e médias foram extremamente baixas, quan -do comparadas com os modelos SR.

n Quanto ao modo de ruptura, todos os modelos SR romperam por arrancamento. Nos modelos CR a ruptura deu-se de forma

brusca no concreto, considerado o elo mais fraco da ligação.

n Em todos os modelos – sem resina e com resina - o aumento

do diâmetro de barra e do comprimento de colagem

conduzi-ram a maiores valores de força de adesão e carga última.

n A colagem com resina epóxi possibilita redução dos compri -mentos de ancoragem das barras.

n As vigas apresentaram comportamento significativamente se

-melhante, apesar de suas configurações de ancoragem serem bastante diferentes. Isto reafirma a eficiência da colagem de barras com resina epóxi, visando a diminuição do comprimen

-to de ancoragem necessário.

n A variação de espessura de resina epóxi de 1mm a 3mm não

influiu significativamente na ruptura, mas ainda requer novos estudos que avaliem o seu comportamento em serviço.

n Sugere-se o desenvolvimento de novas pesquisas que te-nham por objetivo avaliar o comprimento de ancoragem de

barras coladas com resina epóxi em elementos de concreto submetidos a diferentes esforços.

6. Agradecimentos

Esta pesquisa foi realizada no Laboratório de Estruturas da Uni

-versidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ (Brasil). Os autores

agradecem o apoio da CAPES, da FAPERJ e da Hilti Brasil.

7. Referências bibliográficas

[1] McVay, M.; Cook, R. A.; and Krishnamurthy, K.. Pullout Sim-ulation of Postinstalled Chemically Bonded Anchors. Journal of Structural Engineering, ASCE, V. 122, No. 9, Sept. 1996, pp. 1016-1024.

[2] Gurbuz, T.; Ilki, A.. Pullout Performance of Fully and Partial

-ly Bonded Retrofit Anchors in Low-Strength Concrete. ACI

Structural Journal, V. 108, nº1 (2011), pp. 61-70.

[3] ICC International Code Council. AC308 Post-installed

Adhe-sive Anchors in Concrete Elements, USA, 2014. http://www. icc-es.org/.

[4] Souza, R. H.F. Análise do comportamento de vigas de betão armado reforçadas à flexão e ao esforço transverso, Lisboa, 1990, Tese (doutorado), Instituto Superior Técnico, 320p. [5] Felício, M. D. Eficiência da Ligação Aço-Concreto Utilizando

Colagem com Resina Epóxi. Rio de Janeiro, 1995, Disserta

-ção (mestrado), Universidade Federal Fluminense, 159p. [6] Fernandes, D.V..Estudo da aderência de barras de aço co

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[7] RILEM, FIP, CEB, 1973, Essai portant sur l’adhérence des armatures du béton. 1. Essai par flexion (7-II-28D). 2. Essai par tration (7-II-128), Recomamdations Provisoires. Matéri -aux et Constructions, (mars – avr), v. 6, n. 32, pp. 96–105.

[8] Bouazaoui, L.; LI, A. Analysis of steel/concrete interfacial

Imagem

Figura 9 mostra o comportamento idêntico de ambas as vigas, ao  longo do carregamento.

Referências

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