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Nível de atividade física entre professores de Educação Física das escolas de educação básica de Pelotas – RS

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Mestrado Educação Física

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Nível de atividade física entre professores de Educação Física das

escolas de educação básica de Pelotas – RS

Lúcio Kerber Canabarro

Pelotas, RS 2010

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Lúcio Kerber Canabarro

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Nível de atividade física entre professores de Educação

Física das escolas de educação básica de Pelotas – RS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências (área do conhecimento: Educação Física).

Orientador: Marilda Borges Neutzling Co-Orientador: Airton José Rombaldi

Pelotas, RS 2010

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Dados de catalogação Internacional na fonte: 

(Bibliotecária Patrícia de Borba Pereira CRB10/1487)

C212n Canabarro, Lúcio Kerber

Nível de atividade física entre professores das escolas de educação básica de Pelotas - RS / Lucio Kerber Canabarro; orientadora Marilda Borges Neutzling; co-orientador Airton José Rombaldi. - Pelotas : UFPel : ESEF, 2010.

77 p.

Dissertação (Mestrado) Programa de Pós Graduação em Educação Física. Escola Superior de Educação Física. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2010.

1. Educação Física 2 Professores I. Título II.Neutzling, Marilda Borges III Rombaldi, Airton José

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Banca examinadora:

Profa. Dra. Marilda Borges Neutzling (Orientadora) Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Prof. Dr. Marcelo Cozzensa da Silva Universidade Federal de Pelotas

Prof. Dr. Marlos Rodrigues Domingues Universidade Federal de Pelotas

Prof. Dr. Felipe Fossati Reichert Universidade Federal de Pelotas

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“O universo é um lugar bem mais intrincado do que podemos imaginar. Muitas vezes penso que nossas mentes conscientes jamais apreenderão mais do que uma minúscula fração dele e que nossa compreensão da Terra não é melhor que o entendimento que uma enguia tem do oceano em que vive. A vida, o universo, a consciência, e mesmo coisas mais simples, como andar de bicicleta, são inexplicáveis em palavras.” – James Lovelock, cientista, professor da Universidade de Oxford.

“Adquirir a sabedoria vale mais que o ouro; antes adquirir o conhecimento que a prata.” – Provérbios 16,16.

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Agradecimentos

Agradecer é de certa forma um exercício de humildade, virtude rara no meio acadêmico e ironicamente tão necessária para a construção do conhecimento. De qualquer modo vale o esforço, a tentativa. (E do jeito que as coisas vão logo teremos um tópico chamado “número de citações em agradecimentos” no currículo Lattes...):

- A todos os professores que participaram desta pesquisa. Imprescindíveis. Muito obrigado por seu tempo e compreensão.

-Meus pais: por terem me ensinado a andar de bicicleta, a gostar de ler, etc, etc, etc, etc...

- A Karine: por me resgatar dos naufrágios diários de expectativas e ilusões. E por insistirmos em estarmos juntos.

-Meu irmão: pela insanidade de, nestas épocas de cão, acreditar nos próprios sonhos e apostar na arte como forma de inspirar os outros a fazer o mesmo.

- Meu amigo Pablo: é cara agora entendo porque você não quis o doutorado... É bom conversar com alguém que também passou pelas agruras desta coisa chamada mestrado.

- Professor Airton Rombaldi: pelas formatações, artigos e outras quinquilharias indispensáveis a construção desta dissertação. E por ser um bom professor.

- A orientadora Marilda: não foi lá muito fácil, mas chegamos a versão final.

- Ao professor Marcelo Cozzensa da Silva: pela idéia inicial do tema de pesquisa. Idéias não são rotineiras mas às vezes acontecem...

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- A colega de curso Marina Kremer: por demonstrar espírito de grupo, e por ter me surpreendido positivamente com sua competência e diplomacia.

- As alunas e alunos que trabalharam na coleta de dados, simplesmente fundamentais.

- A Diretora Lea, da escola Santo Antônio. Pela gentileza de oferecer café, ser voluntária para trabalhar nesta escola e ter dado a melhor de todas as justificativas para estudar: “vocês estudando podem ajudar outras pessoas”.

- A Carl Sagan, por ter escrito o livro “O Mundo Assombrado por Demônios”, redefiniu meus conceitos sobre a importância da ciência. E de que ciência se faz antes de tudo com paixão.

- Aos engenheiros, funcionários da linha de montagem, administradores, fornecedores e todos os envolvidos na produção de minha bicicleta CALOI, que tanto foi útil nesta jornada (Mais de 500 Km rodados em função desta pesquisa... Por um detalhe não foi um trabalho de “carbono neutro”...).

- A fábrica de cadeados Kryptonite, por manter minha Caloi comigo nestes dois anos (Yes! I tried your lock in very poor areas in Brazil! And it Works!)

- A banda U2, foi a trilha sonora deste percurso acadêmico.

- Deus??? “Deus criou o mundo tomou uns tragos para comemorar e até hoje não se curou da borracheira” – escreveu Mario Arregui. Ou será que Deus é o velhinho no rótulo da garrafa de Velho Barreiro? Deus não é algo ou alguém preocupado em contabilizar agradecimentos e preces. Deus é o meu coração batendo, enquanto a Terra gira na imensidão do universo. É simplesmente mistério. Insondável.

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1. Projeto de pesquisa 10

2. Relatório do trabalho de campo 35

3. Artigo: Nível de atividade física de Professores de Educação Física

das escolas de educação básica de Pelotas - RS 43

4. Comunicado à imprensa 59

5. Anexo 1: instrumento de coleta de dados 61

6. Anexo 2: termo de consentimento 66

7. Anexo 3: manual dos entrevistadores 68

8. Anexo 4: normas de publicação da Revista Brasileira de Medicina do

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O presente volume de dissertação de mestrado, exigência

para obtenção do título de mestre, pelo Curso de Mestrado em

Educação Física, é composta pelos seguintes itens:

1) Projeto de Pesquisa, apresentado e defendido em março de

2009 e já com incorporação das sugestões dos revisores,

Professores Marcelo Cozzensa da Silva e Felipe Fossati

Reichert;

2) Relatório do trabalho de campo;

3)

Artigo: “Nível de atividade física entre professores de

Educação Física das escolas de educação básica de Pelotas

– RS” o qual servirá de base para os pareceres da banca.

Após apreciação dos mesmos, será enviado para Revista

Brasileira de Medicina do Esporte;

4)

Comunicado breve com os principais achados para a

imprensa local;

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1. Projeto de Pesquisa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

PROJETO DE DISSERTAÇÃO

Nível de atividade física entre professores de Educação

Física das escolas de educação básica de Pelotas – RS

LÚCIO KERBER CANABARRO

PELOTAS, RS

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LÚCIO KERBER CANABARRO

PROJETO DE DISSERTAÇÃO

Nível de atividade física entre professores de Educação

Física das escolas de educação básica de Pelotas – RS

Projeto de Dissertação apresentado ao Curso de Mestrado em Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à Qualificação para obtenção do título de Mestre em Ciências (área do conhecimento: Educação Física).

Orientador: Profa. Dra. Marilda Borges Neutzling Co-Orientador: Prof. Dr. Airton José Rombaldi

Pelotas, RS 2010

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BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Marilda Borges Neutzling Prof. Dr. Marcelo Cozzensa da Silva Prof. Dr. Felipe Fossati Reichert

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ÍNDICE

1 Introdução 15

2 Revisão literatura 15

2.1 Epidemiologia das doenças crônicas 16

2.2 Atividade física como fator de proteção à saúde 18

2.3 Epidemiologia do sedentarismo 21

2.4 Nível de atividade física em profissionais da área de educação 22

2.5 Justificativa 25 2.6 Objetivo geral 26 2.7 Objetivos específicos 26 2.8 Hipóteses 3 Metodologia 3.1 Delineamento 26 27 27 3.2 População do estudo 27 3.3 Critérios de inclusão 27 3.4 Critérios de exclusão 27 3.5 Logística 27 3.6 Instrumentos 28 3.7 Variável dependente 29 3.8 Variáveis independentes 29

3.9 Processamento de análise de dados 30

3.10 Aspectos éticos 30

3.11 Cronograma 30

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1. Introdução:

As doenças não transmissíveis são as principais causas de morte no mundo. Na etiologia destas enfermidades o estilo de vida desempenha um papel central destacando-se a qualidade da alimentação e o nível de atividade física que podem tanto ser fatores de risco como de proteção (WHO, 2008).

O nível de atividade física pode ser influenciado, entre outros fatores, pela atividade profissional dos indivíduos, sendo que a atividade laboral pode tanto ser um fator de risco ou proteção para determinadas doenças. As doenças crônicas apresentam um alto grau de morbidade e afasta do trabalho muitas pessoas em idades ditas produtivas e por isto sua associação como determinadas profissões merece ser estudada (WHO, 2005).

Professores de todos os níveis de ensino parecem estar expostos a certos problemas de saúde como aqueles relacionados à voz, inflamações em tendões por esforço repetitivo, problemas respiratórios, e psíquicos, além disto, esta parece ser uma atividade profissional sedentária o que pode ser um fator de risco para doenças crônicas. (VAZ, 2004; PORTO, 2006). Os professores de educação física, que atuam no ensino básico, parecem apresentar algumas peculiaridades como de ministrar aulas predominantemente práticas, vinculadas a atividades físicas, por essa razão muitas pesquisas com professores excluem de suas amostras professores de educação física (DELCOR, 2004; GASPARINI, 2006). Agrega-se a isto o fato de que existe uma associação imaginária, no senso comum, de que professores de educação física estão permanentemente em condições atléticas, com altos níveis de atividade física o que talvez influencie a exclusão deste profissional em pesquisas que investiguem nível de atividade física.

Assim, estudos focados especificamente na avaliação do nível de atividade física de professores de educação física são importantes a fim de verificar tanto o nível de atividade física destes profissionais no lazer como a exposição destes à fatores de risco para determinadas doenças.

2. Revisão de Literatura

O século XX teve significativas influências no estilo de vida de grande parte da população mundial. Os avanços tecnológicos, provocados por duas grandes guerras mundiais aumentaram a produção e produtividade de alimentos, o acesso a meios de transporte como carros e aviões e o controle das doenças infecciosas com

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o advento da penicilina marcaram o que podemos caracterizar como três transições: demográfica, epidemiológica e nutricional (IBGE, 2006).

A primeira diz respeito à modificação que vem ocorrendo no país e no mundo desde 1940, uma redução no número de jovens, causada pela redução de fecundidade, e aumento do número de idosos, em função do aumento da expectativa de vida. A transição nutricional diz respeito à mudança nos hábitos alimentares, passando de alimentos ricos em fibras e de baixa carga glicêmica para alimentos industrializados. Em função desta alimentação, de hábitos de vida sedentários e do aumento da expectativa de vida, deu-se a transição epidemiológica, a qual foi observada após a segunda grande guerra, ocorrendo uma inversão nas principais causas de morte, sendo estas em função de doenças infecciosas no passado e hoje se caracterizando por doenças crônicas degenerativas e causas externas (IBGE, 2006).

2.1 Epidemiologia das doenças crônicas

Conforme a Organização Mundial de Saúde, as doenças crônicas são as principais causas de morte, cerca de 60%, e constituem-se o maior desafio para a saúde pública global na atualidade, e que apesar de não serem contagiosas constituem-se uma pandemia. Em todo globo, com exceção da África, as doenças crônicas são a principal razão de morte, e mesmo na África a incidência e número de mortes por ano vem crescendo de forma alarmante. Ressalta-se que 80% das mortes atribuídas a doenças crônicas no mundo ocorrem em países em desenvolvimento, isto é, 4 em cada 5 mortes; além disto em países pobres, em função da falta de atendimento, poucos recursos financeiros e o baixo nível educacional fazem com que o prognóstico e conseqüente impacto das doenças crônicas sobre a vida dos indivíduos seja ainda mais brutal (WHO, 2005).

Estima-se que as mortes por doenças crônicas irão aumentar em 17% entre os anos de 2005 e 2015 e que em 2030 estas enfermidades ainda serão as principais causas de mortalidade. Doenças como o diabetes que atualmente está no 12° lugar passará para o 6° lugar entre as doenças que mais matam no mundo. Aproximadamente 45% das mortes por estas enfermidades ocorrem antes dos 70 anos, e 25% antes dos 60 anos, fato que em países em desenvolvimento é um dos principais fatores para a redução da renda familiar quando o acometido é quem provê a principal fonte de renda familiar. A OMS estima que 150 milhões de pessoas

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no mundo sofram um abalo financeiro significativo – catastrophic health care

spending - em algum momento de suas vidas em função de custos com doenças

(WHO, 2008).

O impacto das doenças crônicas também se faz sentir na economia dos países, pois além de afetar uma parcela da população em idade produtiva os altos gastos com saúde impedem investimentos em outras áreas como educação e infra-estrutura. Há, inegavelmente, uma relação muito estreita entre redução da pobreza, desenvolvimento econômico e combate as doenças crônicas (WHO, 2005).

Nos EUA 2/3 das mortes ocorrem em função de doenças crônicas e que doenças cardíacas, cânceres e acidentes vasculares são responsáveis por 60% das mortes no país. Além das vidas perdidas acredita-se que 75% dos gastos com saúde sejam atribuídos a doenças crônicas o que corresponde a 117 bilhões de dólares anuais (CDC, 2001, 2002, 2009). Outras pesquisas com gastos indiretos apontam o exorbitante valor de 1 trilhão de dólares somente nesta nação (BOOTH, 2000); em outras palavras esse país gasta 15,2% do seu PIB somente com gastos em saúde. No Brasil os gastos com saúde representam 10,3% do gasto total do governo, 7,5% do PIB, e onde a saúde é vista pela população como o maior problema superando até mesmo o desemprego (CONASS, 2007).

Países em desenvolvimento como China e Índia também sofrem com esta pandemia. Na China 30 % das mulheres com mais de trinta anos apresentam um IMC igual ou maior que 25 Kg/m2 e há uma projeção de que este valor chegue a 45% em 2015. Na Índia este valor é de 20% e a expectativa é uma mudança para 30% no mesmo período. Somente a China espera gastar 558 bilhões de dólares entre 2005 e 2015 em função de mortes prematuras resultantes de doenças cardíacas, acidentes vasculares e diabetes (WHO, 2005).

No Brasil, somente no ano de 2003, cerca de 270.00 pessoas vieram a óbito em função de doenças do aparelho circulatório. Estas se constituíram a principal causa de morte para ambos os sexos, com uma distinção de que as doenças cerebrovasculares são as principais causas de morte entre as mulheres 34% e entre os homens as doenças isquêmicas do coração com 33% do total de óbitos no ano de 2003 (MS, 2005). Já em 2004, 62% do total de mortes no país tiveram como causa doenças crônico degenerativas, com destaque para a região sul que obteve o maior índice com 72,5% e sudeste com 67% (MS, 2006).

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2.2 Atividade física como fator de proteção à saúde

Segundo a Organização Mundial de Saúde a inatividade física é fator de risco independente para doenças crônicas responsáveis por cerca de 1,9 milhões de mortes por ano no mundo (WHO, 2002).

Sujeitos que praticam atividades físicas moderadas ou intensas regularmente ou possuem boa aptidão cardiovascular tem um menor índice de mortalidade quando comparado a indivíduos sedentários e com baixa aptidão cardiorespiratória (CDC, 1996). Além disto, a atividade física parece desempenhar um papel importante na prevenção de muitas doenças e em alguns casos agir de forma positiva no tratamento das mesmas (BORODULIN, 2006).

A hipertensão, por exemplo, uma doença silenciosa, em que cerca de 30% dos afeados simplesmente não sabem que são hipertensos. Esta enfermidade é maior fator de risco para doenças cardíacas e acidente vascular, além de acarretar complicações domo hipertrofia ventricular, retinopatias e aumentar em 4,2 vezes a chance de falha renal (CDC, 2001; EYRE, 2004; GOLDSTEIN, 2006). A atividade física, em homens de meia idade parece reduzir a chance de hipertensão em 19 a 30% (CDC,1996; SBC,2007). O sedentarismo se configura como um dos principais fatores de risco para hipertensão, e atividade física é um componente vital do tratamento, sendo recomendada em todos os níveis da doença. Estima-se que a prática regular de atividades físicas moderadas, isoladamente, pode resultar em um decréscimo dos valores da pressão arterial sistólica que ficam entre 4 a 9 mmHg, medida mais efetiva até mesmo que a redução do consumo de sal a qual, de forma isolada, leva a uma redução estimada de 2 a 8 mmHg (SBC, 2007).

A atividade física também parece exercer um efeito de proteção contra alguns tipos de câncer como de cólon, mama e próstata. As relações entre atividade física e câncer parecem não estar muito claras, mas acredita-se que a atividade física moderada imprima adaptações favoráveis ao sistema imune como o aumento de células chaves do sistema como os Linfócitos T e Natural Killers. No caso do câncer de cólon existe a hipótese de que a atividade física acelere o trânsito intestinal reduzindo o tempo de contato entre substâncias que provocam câncer e a epitélio intestinal o que pode explicar o fato da atividade física atuar como fator de proteção para o câncer de cólon, mas não de reto (WESTERLIND, 2003; CDC,1996). Segundo a Sociedade Americana de Câncer, a atividade física é, juntamente com a alimentação e a realização periódica de exames preventivos, um

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fator que pode ter um grande impacto na redução das mortes provocadas pela doença (EYRE, ET AL 2004).

Ressalta-se que os acidentes vasculares podem levar a perda de autonomia comprometendo seriamente a qualidade de vida, sendo que somente nos EUA 45% dos sobreviventes com 65 anos ou mais apresentam seqüelas moderadas ou severas. Ao considerar o impacto que os acidentes vasculares têm nos EUA e a eficiência da atividade física na prevenção, a American Heart Association recomenda que se dê uma “grande ênfase” a esta nas campanhas de prevenção aos acidentes vasculares (CDC, 2008).

O Diabetes Mellitus do tipo 2 corresponde a 90% dos casos de diabetes (WHO, 2005). O nível de atividade física resulta em um menor nível sérico de insulina e uma maior tolerância à glicose (BORODULIN, 2006). A atividade física também atua de forma benéfica na redução de gordura abdominal, associada a resistência de insulina, e reduz o risco de desenvolver diabetes tipo 2 mesmo em pessoas que já apresentam uma certa resistência a insulina. Agrega-se a isto o fato de que mesmo em indivíduos portadores desta patologia a atividade física exerce um papel importante no prognóstico da doença, pois atua em fatores ligados a diabetes como dislipidemias e pressão alta (CDC, 1996).

O nível de atividade física no lazer e o nível de consumo máximo de oxigênio parecem exercer um efeito de proteção contra doenças cardiocirculatórias independente do nível de obesidade abdominal. A capacidade aeróbia também tem uma relação independente com a pressão arterial diastólica, baixas taxas de colesterol e triglicerídeos, sendo um importante fator de proteção segundo pesquisa de base populacional realizada com 5980 sujeitos com idades entre 24 e 75 anos na Finlândia. A atividade física também exerceu um efeito positivo na redução da proteína C reativa - CRP ligada a processos inflamatórios e importante marcador para risco de doenças coronarianas (BORODULIN, 2006), além de agir positivamente no aumento dos níveis de HDL, redução de LDL e triglicerídeos fatores de risco para o desenvolvimento de aterosclerose e trombose, sendo considerada uma medida auxiliar para o controle e tratamento de doenças arteriais coronárias (CDC, 1996; SBC, 2007).

A obesidade problema mundial complexo envolve fatores genéticos, sociais, psicológicos, e de estilo de vida. Nos EUA este problema é tão sério e abrange tantas variáveis que o CDC definiu a sociedade americana como “obesogênica”

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(CDC, 2009). A atividade física parece auxiliar tanto no emagrecimento como na manutenção de um peso saudável. Acredita-se que uma abordagem envolvendo dieta e atividade física seja ideal para contornar este problema, já que a atividade física além de aumentar o consumo de energia preserva a massa magra durante o processo de perda de peso o que não ocorre quando a abordagem é unicamente a dieta. Acrescenta-se o fato de que pessoas ativas apresentam uma distribuição de gordura mais saudável, isto é, uma quantidade menor de gordura abdominal do que sedentários. Sabe-se também que uma redução entre 5 a 10% do peso em sujeitos com sobrepeso ou obesos melhora significativamente as concentrações de glicose sanguínea, perfil lipídico e pressão arterial.

A osteoporose é outra doença que tanto pode ser atenuada, e em alguns casos, prevenida pela atividade física. Esta moléstia parece ter sua etiologia em três razões: uma deficiência no pico de massa óssea durante no período dos vinte anos, uma falha em manter esta massa óssea entre os 30 e 40 anos e uma perda de massa óssea acentuada entre os 40 e 50 anos. Por esta razão a osteoporose parece ser, até o momento, a única doença em que a atividade física desempenhe um efeito de longo prazo, isto é, a atividade física realizada durante a infância e adolescência pode auxiliar na atenuação do quadro de uma futura osteoporose. Em idosos a osteoporose, que comumente é assintomática, pode levar a fratura de quadril, fêmur e vértebras lombares, sendo todas altamente debilitantes, comprometedoras da capacidade uma vida independente e se constituindo fator de risco para morte nesta faixa etária. A prática regular de atividade física demonstra uma redução na perda de massa óssea, mesmo em idade mais avançadas e em alguns casos um acréscimo na mesma, valendo lembrar que idosos fisicamente ativos apresentam menor chance de queda, principal causa de fraturas (CDC, 1996).

A atividade física também parece estar associada com a saúde mental. Existem evidências que associam a atividade física a níveis reduzidos de ansiedade e depressão. Além disto, pessoas ativas parecem desfrutar de uma sensação de bem estar. Embora não existam evidências que possam conduzir a uma relação de causa e efeito o simples fato de haver associação merece ser considerado (CDC, 1996).

Finalmente, é importante ressaltar que a atividade física configura-se como a abordagem mais barata para prevenir várias doenças, e mesmo em pessoas que já as tenham desenvolvido a atividade física apresenta a vantagem de praticamente

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não ter efeitos colaterais e agir em diversos fatores de risco simultaneamente o que já não ocorre com a drogaterapia a qual apresenta efeitos colaterais, é dispendiosa e intervém apenas em fatores de risco isoladamente (BORODULIN, 2006).

2.3 Epidemiologia do sedentarismo

A Organização Mundial de Saúde estima que 60% da população mundial é sedentária, isto é não atinge as atuais recomendações de atividade física necessárias a manutenção da saúde, ou seja 30 minutos de atividade física moderada cinco dias ou mais na semana (HASKELL, ET AL, 2007; WHO, 2002).

A inatividade física vem sendo estudada com mais ênfase nos últimos anos, sendo que o avanço das doenças crônicas impulsionou estas investigações. Segundo a OMS fatores como a urbanização, aumento da pobreza e falta de áreas próprias para prática de atividades físicas são alguns fatores que estão relacionados ao sedentarismo. Há investigações que associam o avanço da idade, ser do sexo feminino e baixa escolaridade ao sedentarismo. Considerando condições sócio-econômicas, pessoas com nível social mais baixo tendem a ser mais ativas nas esferas trabalho e deslocamento e as mulheres desta classe tendem a serem mais sedentárias que seus pares masculinos. Em níveis econômicos mais abastados a atividade física parece estar concentrada no lazer e as mulheres parecem ser mais ativas que os homens (HALLAL, 2003; NAHAS, 2006).

Dados dos EUA apontam para o fato de que menos de um terço dos estadunidenses atingem a recomendação de atividade física de 30 minutos diários 5 dias ou mais durante a semana e que 25% destes não exerce nenhuma atividade física no lazer sendo que neste domínio mulheres são mais inativas, 28% contra 22% (CDC 2001, 2002). Em estudo realizado de base populacional na Finlândia, 30% dos homens e 28% das mulheres foram considerados inativos na esfera lazer (BORODULIN, 2006).

No Brasil segundo dados do Ministério da Saúde, coletados através de telefone e que investigou residentes das capitais brasileiras, o VIGITEL, o número de pessoas completamente sedentárias, isto é, que não desempenharam nenhuma atividade física durante o período de lazer nos últimos três meses, não caminhavam ou iam de bicicleta para o trabalho e não tinham de limpar a própria residência, variou entre 21,6 % em Boa Vista a 35,1% em Natal. A mesma pesquisa revelou que entre 10,5 e 21% da população atingem a quantidade de atividade física

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recomendada no domínio do lazer, correspondendo às cidades de São Paulo e Brasília, já em Porto Alegre este valor foi de 17,9% da população entrevistada (MS, 2007).

Em estudo realizado em São Paulo, utilizando o IPAQ curto, 37,7% da população afirmou não ter realizado nenhuma atividade física moderada na semana anterior e 8,9% eram completamente sedentários (HALLAL, 2005). Estudos mostram que a prevalência de sedentarismo na cidade de Pelotas atinge 41% entre adultos, sendo que 26,4% são completamente inativos (HALLAL, 2003).

Dados coletados em uma pesquisa de base populacional, que entrevistou mulheres entre 20 e 60 anos em São Leopoldo, cidade de cerca de 100.000 habitantes na região sul do Brasil, encontrou dados semelhantes, embora utilizando um questionário distinto da pesquisa realizada em Pelotas; 59,4% eram insuficientes ativas e somente 3,6% das mulheres se enquadravam como ativas (MASSON, ET AL, 2005).

2.4 Níveis de atividade física em profissionais da área da educação

Estudos abordando o nível de atividade física de professores não são numerosos, embora sejam importantes e necessários a fim de verificar possíveis fatores de risco inerentes à profissão.

Em trabalho realizado na cidade de Vitória da Conquista, Bahia, de caráter censitário que contou com 309 professores do ensino básico das dez maiores escolas particulares da cidade, 38,9% dos profissionais relatou não exercer nenhuma atividade física no período de lazer. Um terço dos entrevistados relatou ter tido algum problema de saúde nos quinze dias anteriores a pesquisa e a prevalência de doenças como lesão por esforço repetitivo - L.E.R.- foi de 17,6%; 13,3% apresentavam calos nas cordas vocais e 7,7% hipertensão segundo diagnóstico médico. Por razões que não ficam claras no trabalho foram excluídos professores de educação física, línguas estrangeiras e informática (DELCOR, 2004).

Na cidade de Belo Horizonte, em pesquisa que contou com 751 professores de ensino básico de 26 escolas, de um total de 30 que compõe a região nordeste da cidade, 49,1% dos professores relataram não praticar atividade física regular fora do trabalho. É importante ressaltar que os critérios de exclusão foram estar de licença durante a coleta de dados ou ser professor de educação física (GASPARINI, 2006).

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Dados semelhantes foram encontrados em nove escolas estaduais escolhidas por conveniência da cidade de Campinas e São José do Rio Pardo que contou com 258 professores. Mais metade, 56,6%, não realizava atividade física três vezes ou mais por semana fora do expediente de serviço; 43,3% foram considerados sedentários segundo o questionário empregado – QSETES. Cerca de vinte por cento (19,4%), dos professores tinha diagnóstico médico de doenças cardiovasculares e 20,9% de transtornos mentais. Como limitação o estudo apresenta a forma como foi realizado a escolha das escolas e o fato de que os 258 professores perfazerem somente 55,1% do quadro de docentes das instituições elegidas (VEDOVATO, ET AL, 2008).

Lemos (2007), por sua vez investigou especificamente professores de educação física porém, abordou a qualidade de vida de docentes da rede estadual do Rio Grande do Sul. Com uma amostra de 380 professores, sendo que 141 homens e 239 mulheres sorteados entre de todas as coordenadorias regionais de ensino do estado, foi aplicado um questionário para avaliar o estilo de vida, PEVI, que abordou os temas de atividade física, alimentação, relacionamentos pessoais, controle de stress e comportamento preventivo com relação a doenças. De acordo com o escore das respostas o entrevistado era classificado como tendo um “Perfil Positivo”, “Perfil Intermediário” e “Perfil Negativo” com relação a cada um dos itens. A atividade física mereceu três questões do questionário, uma avaliando a prática de atividades físicas 30 minutos por dia cinco ou mais vezes por semana, outra com relação ao tipo de transporte normalmente utilizado, passivo ou ativo, e outra sobre a freqüência da realização de exercícios de alongamento e de força. Cerca de sessenta por cento (62,4%) dos entrevistados apresentou um “Perfil Positivo” quanto a atividade física, vinte por cento (21,6%) “Perfil intermediário” e quinze por cento (16,1%) “Perfil Negativo”. Não houve diferença significativa entre homens e mulheres no quesito atividade física bem como entre esta e o tempo de trabalho em uma determinada escola. Considerando atividade física e carga de trabalho semanal na escola não houve diferença significativa entre professores que trabalhavam mais ou menos de 40 horas semanais, com exceção de professores com mais de dez anos de carreira no magistério; professores deste grupo com quarenta horas semanais de carga horária foram mais ativos que seus pares com menos de 40 horas semanais (LEMOS, 2007).

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Resultados semelhantes foram encontrados em pesquisa realizada com os mesmos instrumentos do estudo acima, porém, no estado de Santa Catarina. De uma amostra de 580 docentes de educação física, 67,9% apresentaram um estilo de vida com “perfil positivo” -57,5% apresentaram um “perfil positivo” para a dimensão atividade física (BOTH, 2007).

Um estudo realizado na Finlândia, que teve por objetivo investigar a relação de atividade física e câncer de mama, contou com 1489 professoras de educação física e 8560 professoras de idiomas, nascidas depois de 1920 e vivas em 1967. Trinta por cento das professoras de educação física praticavam atividades físicas vigorosas, de duas a três vezes por semana por um período de uma hora ou mais por sessão durante o lazer, contra dez por cento das professoras de idiomas. Além disto, as professoras de educação física apresentavam um risco menor para câncer de mama, 61 / 32.862 pessoa/ano contra 404 / 177.188 pessoa ano das professoras de línguas (RINTALA, 2003).

Professores de educação física também foram comparados a professores de outras disciplinas em um trabalho realizado em Portugal. Participaram 218 docentes de ensino básico e secundário agrupados em professores de educação física (n=80), biologia (n=66), e outras disciplinas (n=72). Os autores utilizaram um questionário de comportamentos relacionados à saúde, onde foi constatado que 61,9% dos professores eram inativos. Docentes de educação física foram mais ativos, porém, ingeriam mais álcool quando comparados aos demais grupos. Por outro lado, professores de biologia apresentaram melhor alimentação que seus pares. Verificou-se ainda que não houve diferença entre os grupos com relação ao hábito de fumar (SILVA, 2004).

Em um trabalho de casos e controle, realizado na Estônia, contando com 86 professores de educação física e 102 professores de outras disciplinas, todos do sexo masculino, com idades variando entre 51 e 72 anos, os autores verificaram que os primeiros apresentaram uma chance menor para sobrepeso e hipertensão, OR 0,63 (IC 0,21 – 0,94) e 0,25 (IC 0,14 – 0,47) respectivamente. Além disto, 59% dos professores de educação física eram ativos na esfera do lazer (PIHL, 2002).

Dados semelhantes foram encontrados em uma investigação na Croácia. Esta contou com uma população de 191 professores de educação física, com idades entre 24 e 59 anos, que participavam de um congresso anual. O estudo que utilizou como instrumento o questionário de Baecke abordou questões envolvendo nível de

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atividade física e hábitos de vida como tabagismo, ingestão de gordura, perfil lipídico, etc. Os autores verificaram que estes profissionais eram mais ativos durante o lazer quando comparados a população em geral; entretanto, quando considerado o sexo, as mulheres apresentavam menor risco para doenças cardiovasculares, quando comparadas a professores do sexo masculino, pois eram mais ativas no lazer, apresentavam menor índice de tabagismo e uma menor porcentagem (1,5%). de profissionais com sobrepeso. (MISIGOJ-DURAKOVIC, 2004).

2.5 Justificativa

Conhecer o nível de atividade física de grupos específicos da população e/ou sua associação com determinadas profissões pode ser útil, pois, é base para programas de intervenção específicos, direcionados a grupos constituídos por sujeitos com características em comum. No que diz respeito ao mundo do trabalho, as doenças crônicas significam tanto uma redução da carreira profissional, como uma perda na produtividade. Além disto, quando se trata de servidores públicos, como é o caso de grande parte dos professores, o impacto de afastamentos e aposentadorias precoce, ganha força, pois sobrecarrega os gastos com o funcionalismo e restringe investimentos em outras áreas repercutindo em toda a população. Conhecer os fatores de risco associados com a profissão pode indicar caminhos para reduzi-los.

Trabalhos avaliando o nível de atividade física de professores de educação física no Brasil, são escassos e os existentes muitas vezes utilizaram amostras de conveniência . Há um censo comum de que professores de educação física são essencialmente ativos e isto muitas vezes exclui este profissional de pesquisas que envolvam docência e atividade física. No entanto, o professor de educação física pode estar tão exposto à inatividade física quanto docentes de outras áreas e a inexistência de pesquisas que investiguem o tema limita intervenções e perpetua a visão estereotipada.

Finalmente, um estudo de caráter censitário em que todos os professores de educação física da zona urbana de uma cidade sejam estudados é inédito. Sendo Pelotas uma das maiores cidades do Rio Grande do Sul, os dados encontrados permitem inferir o nível de atividade física de docentes em cidades de porte similar assim como despertar o interesse por um campo de pesquisa que parece estar carente de investigações.

(26)

2.6 Objetivo geral

Identificar o nível de atividade física dos professores de educação física das escolas de ensino básico da zona urbana de Pelotas-RS.

2.7 Objetivos específicos

Descrever o nível de atividade física dos professores de educação física segundo as variáveis demográficas (sexo, idade, cor da pele), socioeconômicas (escolaridade, renda familiar, nível econômico), comportamentais (tempo de carreira), de trabalho (escola pública ou privada, horas de trabalho semanais) e de saúde (tabagismo, autopercepção de saúde).

2.8 Hipóteses

ƒ Cerca de 50% dos professores de educação física da rede básica de ensino de Pelotas não atingirão os 150 minutos de atividades físicas semanais recomendadas para adultos.

ƒ A prevalência de inatividade física entre os professores de educação física da rede básica de ensino de Pelotas será de 30 %.

ƒ A prevalência de inatividade física será maior em professores:

o Do sexo feminino o Mais velhos

o De menor nível sócio econômico o Mais antigos na carreira do magistério o Da rede municipal e estadual de ensino o Com mais horas de trabalho semanal

o Fumantes

(27)

3. Metodologia

3.1 Delineamento

Trata-se de um estudo transversal censitário que estudará todos os profissionais de educação física das escolas públicas e privadas de ensino básico da zona urbana de Pelotas.

3.2 População em estudo

Todos os 212 professores de educação física das 126 escolas de ensino básico na zona urbana de Pelotas, sendo destas 40 da rede municipal, 52 da rede estadual e 32 privadas, 2 da rede Federal.

3.3 Critérios de inclusão

Todo o universo de professores que ministram aulas de educação física em escolas de ensino básico da zona urbana:

ƒ Graduados em educação física

ƒ Estudantes de Educação Física que apresentem vínculo empregatício com a escola e ministram aulas regularmente.

3.4 Critérios de exclusão

Professores institucionalizados (cadeia, hospital clínicos e psiquiátricos) serão excluídos do estudo bem como professores que estiverem em licença (prêmio, maternidade, interesses pessoais e saúde).

3.5 Logística

Os dados referentes ao número de escolas foram obtidos através de solicitação formal da ESEF/UFPEL, onde estava anexado o projeto de pesquisa, à Secretaria Municipal de Educação e a 5° Coordenadoria Regional de Educação. O primeiro órgão é responsável pelas escolas da rede municipal e o segundo da rede estadual e privada de ensino. Ambos órgãos forneceram uma lista com todas as escolas da rede municipal, estadual e particular de ensino da cidade de Pelotas bem como autorizações por escrito para a coleta de dados no interior das escolas.

A fim de agilizar o processo o número de professores foi obtido através do contato por telefone com os diretores (as), ou coordenadores (as) pedagógicos das

(28)

escolas. Foi solicitado o número de professores de educação física bem como os nomes dos mesmos. A solicitação do nome dos profissionais foi necessária para evitar que professores que atuam em mais de uma escola fossem computados duas ou mais vezes. Cerca de 80% das escolas forneceram o nome dos profissionais de educação física via telefone.

Na coleta de dados propriamente dita o pesquisador fará o contato inicialmente com a diretoria ou coordenação pedagógica da escola, e será entregue a solicitação formal para a realização do estudo e uma cópia da autorização da Secretaria Municipal de Ensino para coletar os dados. Em seguida se dará o contato com cada um dos 212 professores de educação física das escolas de ensino básico da área urbana de Pelotas e aplicará os questionários. Serão explicados todos os procedimentos e esclarecidas dúvidas a respeito da pesquisa bem como apresentado o Temo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os questionários serão preenchidos preferencialmente na escola onde atua o professor. Professores que não disponibilizarem de horários vagos em sua jornada de trabalho na escola, e que estiverem dispostos a participarem da pesquisa receberão a visita do pesquisador em suas residências ou locais previamente agendados.

3.6 Instrumentos

Questionário padronizado (Anexo 1) contendo variáveis demográficas (sexo, idade, cor da pele), socioeconômicas (escolaridade, renda familiar, nível socioeconômico,) tempo de carreira, horas de trabalho semanais e nível de atividade física (IPAC - versão longa). O nível de atividade física será avaliado através do IPAQ Longo – International Physical Activity Questionnarie, que estima o nível de atividade física indagando acerca de quatro esferas de atuação, a saber, trabalho, atividades domésticas, deslocamento e lazer. Optou-se pela versão longa em função de que a versão curta deste instrumento parece subestimar os níveis de atividade física (HALLAL et al., 2004).

Estudos demonstram que este instrumento parecer superestimar o nível de atividade física quando inclui a esfera atividades domésticas, o que deixa as mulheres com um nível de atividade maior. Além disto, as atividades físicas desempenhadas na esfera trabalho doméstico parecem não ser um fator de proteção para doenças cardiovasculares e para sobrepeso (LAWLOR et al., 2002;

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STAMATAKIS et al, 2009). Assim a esfera trabalho doméstico não será considerada neste estudo.

A esfera trabalho também será desconsiderada, pois o professor de educação física passar muito tempo em pé durante a jornada de trabalho, o que pode acarretar problemas de classificação quanto quem é ou não sedentário, assim serão investigados somente os domínios deslocamento e lazer.

O ponto de corte para o indivíduo ser considerado ativo será de no mínimo 150 minutos semanais de atividade física semanais. Atividades físicas fortes reportadas no questionário terão seu tempo duplicado. Indivíduos que relatarem zero minuto de atividade física semanal no lazer e deslocamento serão considerados sedentários. Valores superiores a zero e menores que 150 minutos serão classificados como insuficientemente ativos.

3.7 Variável dependente

A variável dependente será a prática de atividade física, definido como tempo semanal inferior a 150 minutos semanais despendidos em atividades físicas. Esta definição está de acordo com as recomendações atuais (HASKELL et al., 2007).

3.8 Variáveis independentes

Variáveis demográficas (sexo, idade), sócio econômicas (escolaridade, renda, família, nível econômico (ABEP), horas de trabalho semanal, anos na carreira do magistério), de saúde (tabagismo e auto-percepção de saúde).

Tabela 1. Variáveis independentes a serem investigadas.

Variável Operacionalização Tipo

Nível sócio econômico A, B, C, D, E Categórica Ordinal

Idade Anos Numérica Contínua

Sexo Masculino/feminino Categórica Nominal

Tempo de Carreira Anos Numérica Contínua

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3.9 Processamento e análise dos dados

Os questionários serão digitados utilizando-se o programa Epinfo 6.0, com checagem automática de amplitude e consistência. Serão realizadas duas digitações para correção de possíveis falhas.

A análise dos dados será composta de: descrição das variáveis (análise univariada), análise bivariada e análise multivariável (construção de modelo de regressão). A análise buscará relação entre as variáveis demográficas, socioeconômicas e o seu nível de atividade física. Na análise dos dados serão utilizados os programas SPSS 13 e o Stata 9.

3.10 Aspectos éticos

O projeto será submetido ao Comitê de Ética da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (ESEF/UFPEL). Todos os dados estarão a disposição dos participantes da pesquisa, será enviado a todas as escolas um convite formal a defesa da dissertação bem como será proferida uma palestra na Secretaria Municipal de Educação as autoridades responsáveis. Todos os participantes também receberão um artigo em linguagem simples onde serão apresentados os dados da pesquisa.

3.11 Cronograma.

Atividade 2008 2009

J-F M-A M-J J-A S-O N-D J-F M-A M-J J-A S-O N-D

Revisão bibliográfica X X X X X X X X X X X X

Contato secretarias/escolas X X X

Elaboração do projeto X X X X

Qualificação do projeto X

Coleta de dados X X

Análise dos dados X

Elaboração de artigo X X

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1. Introdução

O presente estudo foi um censo, realizado com professores de educação física de ensino básico das redes municipal, estadual e particular de Pelotas. Teve por objetivo avaliar o nível de atividade física e fatores associados a essa prática. Estiveram envolvidos nesse trabalho de campo um mestrando e doze acadêmicos da UFPel.

População alvo: Todos os 212 professores de educação física do ensino médio das quatro redes de ensino – municipal, estadual, federal e particular.

2. Questionário:

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário elaborado pelo mestrando, juntamente com seus orientadores. O questionário continha cerca de 54 questões: demográficas, antropométricas, alimentares e de atividade física, O instrumento utilizado para avaliar o nível de atividade física foi o IPAQ (International Physical Activity Questionnaire), versão longa (Hallal et al., 2004). As questões do questionário foram pré-testadas em estudo piloto que será descrito posteriormente. O questionário encontra-se no anexo 1 e o manual de Instruções no anexo 3.

3. Seleção de entrevistadores:

Todos os 12 participantes foram acadêmicos dos cursos de educação física e nutrição; indicados pelo orientador e co-orientador do mestrado.

3..1. Critérios para a seleção dos entrevistadores: ƒ Experiência em coleta de dados, ƒ Bom rendimento acadêmico ƒ Tempo disponível

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4. Treinamento de entrevistadores:

O treinamento dos entrevistadores ocorreu no Laboratório de Fisiologia do Exercício (LABFex) da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e teve duração de um turno (4hs).

4.1. Tópicos abordados no treinamento:

ƒ Exposição oral (com data show) do questionário e manual de instruções. ƒ Discussão de cada questão do questionário, com respectiva orientação sobre

como orientar o entrevistado em caso de dúvidas.

ƒ Orientações sobre a forma de comunicação diária com o mestrando e devolução dos questionários.

O ingresso destes acadêmicos na coleta de dados ocorreu em dois períodos diferentes: duas (02) acadêmicas ingressaram um mês após a coleta de dados, em julho, e os dez (10) restantes ingressaram em outubro. Este duplo ingresso ocorreu em função da gripe A (H1N1), que ampliou as férias escolares e atrasou a coleta de dados. Dessa forma o treinamento foi realizado duas vezes: em julho para o primeiro grupo e em outubro para o segundo grupo.

5. Estudo Piloto

O estudo piloto foi realizado em uma escola da cidade do Capão do Leão com o objetivo de:

- Testar o instrumento de pesquisa

- Avaliar o entendimento das questões pelos professores; - Monitorar o tempo utilizado para responder a questionário; - Organização do trabalho de campo

- Treinamento final para os entrevistadores na orientação do auto preenchimento dos questionários.

(38)

6. Implementação do estudo

Após a aprovação da pesquisa no Comitê de Ética da UFPel, foi entregue um oficio aos coordenadores da Secretaria Municipal de Saúde e da 5ª Coordenadoria Regional de Educação, informando sobre os objetivos da pesquisa e, ao mesmo tempo, solicitando autorização para o levantamento de dados nas escolas de ensino básico do município de Pelotas. De posse da lista com os nomes e escolas de atuação dos professores de educação física o mestrando fazia contato telefônico com os docentes, para agendamento posterior da entrevista. Os questionários eram auto-preenchidos e orientados (supervisionados) pelo mestrando e/ou por acadêmicos de nutrição e educação física devidamente treinados.

Nesta ocasião da entrevista era entregue um termo de consentimento livre e esclarecido para os professores de educação física. Os docentes eram informados sobre os objetivos da pesquisa e esclarecidos que as informações fornecidas seriam mantidas em sigilo e utilizadas somente para fins de pesquisa.

6.1. Logística do trabalho de campo:

6.1.1 Material utilizado em campo:

Cada acadêmico que participou do estudo recebeu uma pasta que continha: ƒ 01 relação das escolas a serem visitadas com respectivos endereços,

telefones e diretores; ƒ 01 manual de instruções; ƒ 10 questionários;

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ƒ 05 cartas de apresentação assinadas respectivamente pelo diretor do curso e diretor da pós-graduação da ESEF/UFPel; pelo pesquisador e com o carimbo da secretaria municipal de educação autorizando a pesquisa nas escolas da respectiva rede;

ƒ 20 vales transporte;

ƒ 01 cartão telefônico com 40 unidades.

O transporte utilizado pelos entrevistadores foi basicamente ônibus urbano. Embora todos os acadêmicos tenham sido incentivados a utilizar bicicletas no seu deslocamento somente o pesquisador principal (responsável por cerca de 50% da coleta) aderiu a essa proposta, o que reduziu de forma substancial os custos do estudo e agilizou muito o processo de coleta.

6.1.2. Acompanhamento do trabalho de campo:

Eram realizados contatos frequentes (de 3 em 3 dias) do mestrando com os entrevistadores (e-mails, telefonemas, encontros). A supervisão constante do mestrando foi extremamente necessária, uma vez que os acadêmicos trabalhavam voluntariamente, sem remuneração e com pouca disponibilidade de tempo. Periodicamente era repassada uma listagem atualizada com o nome de todos os professores que já haviam preenchido o questionário, ponto importante já que muitos professores lecionam em mais de uma escola. Os questionários eram devolvidos ao pesquisador pessoalmente ou deixados em local previamente combinado no LABFex/ ESEF.

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7. Controle de Qualidade:

Cada professor de educação física que preenchia o questionário deixava um telefone de contato juntamente com seu nome e sobrenome em uma etiqueta destacável ao final do questionário. Dez (10) por cento dos professores contatados pelos entrevistadores (acadêmicos da ESEF e Nutrição) foram localizados após o preenchimento do questionário, e responderam as seguintes perguntas:

1° - O senhor (a) participou há cerca de “x” dias de uma pesquisa de mestrado sobre seus hábitos de atividade física?;

2° - O senhor (a) respondeu as perguntas enquanto alguém o perguntava ou simplesmente preencheu um questionário por conta própria enquanto outra pessoa o observava?

3° - Quanto tempo o senhor (a) precisou para preencher o questionário?

4° - Gostaria de confirmar algumas informações: a) data de nascimento; b) ano de formatura; c) utiliza bicicleta como meio de transporte?; d) número de carros que a família possui. Estas informações são referentes ao início, meio e fim do questionário;

5° - Rapidamente gostaria de saber algumas informações sobre o acadêmico que levou o questionário até o senhor(a): a) ele (a) foi gentil e educado?; b) foi pontual?; c)explicou eventuais dúvidas?; d) respeitou o funcionamento e horários da escola onde você trabalha?

6° - O senhor (a) tem alguma sugestão ou comentário a fazer?

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8. Processamento dos dados:

Todos os dados foram duplamente digitados no programa Epi Info 6.0. pelo mestrando. Posteriormente as duas digitações foram comparadas e corrigidas quando necessário. A seguir, no programa SPSS 13.0 verificou-se as inconsistências das respostas. As inconsistências verificadas foram corrigidas após busca nos questionários.

9. Perdas e Recusas

Foram consideradas perdas aqueles professores que após 3 tentativas de contato pelo pesquisador principal não foram encontrados. Grande parte dos 11% de perdas ocorreu nas escolas privadas pelo fato da coleta de dados ter se estendido até dezembro e os professores dessas escolas terem entrado de férias já no início desse mês. Nas escolas públicas houve apenas (01) perda: o mestrando responsável pelo estudo no período de coleta trabalhava como professor de educação física na rede pública municipal de ensino. Por ser o responsável pelo estudo não foi entrevistado.

Houve duas (02) recusas, ambas de professores que atuavam em escolas da rede pública. Esses professores trabalhavam há mais de dez (10) anos como professores de educação física.

(42)

10 – Cronograma do Trabalho de Campo

Atividades

2009

Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Elaboração do questionário

Gripe H1

N1

Elaboração do manual de instruções Treinamento de entrevistadores Estudo piloto

Coleta de dados

Novo treinamento de entrevistadores Controle de qualidade

Digitação dos dados Analise das inconsistências

11. Modificações no projeto original

A principal modificação com relação ao projeto original foi a incorporação de uma equipe de coleta. O alastramento da gripe H1N1 fez com que as autoridades responsáveis ampliassem o período de recesso escolar por mais de trinta dias e isto inviabilizou o processo de coleta de dados no período previsto.

Inicialmente a intenção era verificar o nível de atividade física total em todos os domínios no entanto, em função de resultados hiper-estimados nos domínios trabalho e doméstico optou-se em empregar somente o domínio lazer. Os contratempos enfrentados também alteram o cronograma do projeto, o qual originalmente previa a defesa para dezembro de 2009 e que foi transferida para janeiro de 2010.

(43)
(44)

Artigo Original

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA NO LAZER DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO BÁSICO DE PELOTAS - RS

LEISURE TIME PHYSICAL ACTIVITY LEVEL OF PRIMARY AND SECONDARY SCHOOL PHYSICAL EDUCATION TEACHERS IN PELOTAS, SOUTHERN

BRAZIL

Lúcio Kerber Canabarro1 Marilda Borges Neutzling2 Airton José Rombaldi1

1- PPG Educação Física - Universidade Federal de Pelotas

2- PPG Epidemiologia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Endereço para correspondência: Marilda Borges Neutzling

Rua Luis de Camões, 625 - Bairro Areal, Pelotas, RS - CEP 96055-630 marildamneutzling@gmail.com

(45)

Resumo

Introdução: Estimar o nível de atividade física é importante para o planejamento de

intervenções, no entanto há poucos trabalhos que investigam o comportamento de professores neste aspecto. Objetivo: verificar, através de um estudo transversal, o nível de atividade física no lazer dos professores de educação física do ensino básico que atuam na zona urbana da cidade de Pelotas - RS. Método: estudo de caráter censitário, que utilizou o IPAQ (International Physical Activity Questionnarie) longo para verificação do nível de atividade física no lazer destes profissionais. Resultados: 188 professores responderam o questionário, 61,0% do sexo feminino, 54,8% concluíram pós-graduação e 55,9% foram classificados como ativos no lazer. O nível de atividade física no lazer, na análise ajustada, apresentou associação inversa com tabagismo (p=0,02) e direta com autopercepção de saúde (p=0,001). Conclusão: os professores apresentaram um nível de atividade física no lazer superior aos encontrados na população de Pelotas e não demonstraram os mesmos fatores de risco para inatividade física que a população em geral.

(46)

Abstract

Introduction: To estimate the level of physical activity is important for planning

interventions, however there are few studies that investigate the teacher´s behavior in this aspect. Objective: the aim of this study was to verify, through a cross-sectional study, the level of physical activity of Primary school and high school physical education teachers working in the urban area of the city of Pelotas, southern Brazil. Method: a census study, using the IPAQ long to check the level of physical activity in the leisure of these professionals. Results: 188 teachers answered the questionnaire, 61.0% females, 54.8% completed post graduation studies and 55.9% were classified as active in leisure time. The level of physical activity during leisure time, in the adjusted analysis, presented inverse association with smoking (p=0.02) and direct with health’s self-perception (p=0.001).

Conclusion: The teachers presented a level of leisure time physical activity considered higher

than those found in the population of Pelotas and have not shown the same risk factors for physical inactivity when compared with the population in general.

(47)

1 - Introdução

Grande número de evidências(1-5) tem demonstrado que baixos níveis de atividade física, o hábito de fumar e a má alimentação são comportamentos responsáveis por grande número de doenças, tais como obesidade, diabetes, hipertensão, infarto, e alguns tipos de câncer. Sabe-se também que o hábito de realizar atividades físicas regulares, por no mínimo cento e cinqüenta minutos semanais em adultos, exerce um efeito protetor contra muitos destes males(6).

O âmbito profissional parece também ser fator de risco para determinadas doenças. Profissionais da educação, em especial professores, parecem estar mais expostos a doenças relacionadas a problemas vocais, lesões por movimentos repetitivos, alergias e transtornos emocionais(7-9). No Brasil, segundo dados do INEP, existem cerca de 1.542.879 professores atuando no ensino básico, cerca de 60 mil somente de educação física, sendo 5000 no estado do Rio Grande do Sul(10), número expressivo que carece de estudos que possam nortear políticas específicas para melhora e/ou prevenção de doenças e agravos a saúde.

No que tange ao nível de atividade física dos professores que lecionam a disciplina de educação física os dados parecem ser mais escassos, pois parece haver uma espécie de senso comum que parte do pressuposto de que o professor de uma determinada disciplina é naturalmente mais ativo, o que os exclui de determinadas investigações(7,8). Entretanto, alguns trabalhos realizados na Europa com professores de educação física apresentaram níveis de atividade física superiores a seus colegas que ministram outras disciplinas como também a população em geral(11,12,13). Conhecer assim os níveis de atividade física e fatores e grupos de risco para o sedentarismo na população de professores brasileiros é uma necessidade a fim de viabilizar intervenções específicas e com mais chances de serem eficazes(14).

Tendo em vista a pequena quantidade de artigos internacionais abordando o tema

(11,12,13) e a inexistência de estudos nacionais de base populacional e conduzidos com

instrumentos que possibilitem a comparação da prática de atividade física com o restante da população, o presente estudo tem como objetivo verificar, de forma transversal e com caráter censitário, o nível de atividade física dos professores de educação física do ensino básico da zona urbana da cidade de Pelotas, RS.

2 - Metodologia

Foi realizado um estudo observacional, de caráter transversal e cunho censitário. Foram contatadas todas as 112 escolas de ensino básico da zona urbana da cidade de Pelotas, RS, elegíveis para o estudo. Foi solicitado junto a Secretaria Municipal de Educação,

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