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Rev. esc. enferm. USP vol.3 número1

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Academic year: 2018

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Clélia Mainardi *

INTRODUÇÃO

A enfermeira ê automaticamente uma educa dora e uma de suas principais funções é ensinar. Ensinar o que?

- Ensinar ao doente os meios de c o o p e r a r pa ra o seu próprio restabelecimento, dar-lhe a orientação neces sária para readquirir a saúde e c o n s e r v a - l a na medida em que

esta depende de sua c o o p e r a ç ã o e vontade, ensina-lo a acei t a r - s e a si p r ó p r i o . A orientação da enfermeira' nao se limita só ao paciente, mas abrange o s familiares dt^ste e a comunida de. A função educativa da enfermeira estende-se também aos seus funcionários e aos que funcionam no m e s m o ambiente de trabalho. A enfermeira, para cumprir a sua m i s s ã o , necessita de uma boa formação e esta última condição depende muito de seu preparo nas e s c o l a s de enfermagem.

O êxito do p r o f e s s o r em seu trabalho e s c o l a r depende do educando, do objetivo a s e r alcançado, de seus conhecimentos da matéria e do método de ensino empregado. Ensinar é dirigir o aprendizado, é l e v a r o aluno a aprender. O aprendizado é s e m p r e um p r o c e s s o de auto-educação.Aprender é adquirir ou modificar um padrão de comportamento, é prati c a r um e s f o r ç o intelectual. SÓ há aprendizado quando a inteli gência se dispõe em atividade de trabalho. O aprendizado é um p r o c e s s o de desenvolvimento p o r atividade p r ó p r i a . O profes s o r , o s l i v r o s e outros fatores extrínsecos são apenas causas instrumentais; a causa eficiente é s e m p r e a inteligência do alu no, c o m o forma de r e a ç ã o . Logo "aprender é a g i r " . O verbo

* P r o f e s s o r a em Enfermagem de Doenças T r a n s m i s s í v e i s , Es cola de Enfermagem da U.S.P.

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agir, deve s e r tomado no sentido de experiências vividas, pes soais; só se aprende aquilo que se aplica com práticas inteli gentes e de r a c i o c í n i o .

Partindo do que já foi dito, procuramos apli car, no ensino de Enfermagem em Doenças Transmissíveis, método que leve o próprio aluno a pesquisar, elaborar e organi zar o seu trabalho, desenvolvendo o seu raciocínio, procurando elucidar dúvidas existentes e tornando o aprendizado mais du radouro e eficiente.

O nosso papel c o m o p r o f e s s o r é o de orien tador, cooperador, c r í t i c o e responsável pela complementaçao do aprendizado, valendo-nos para i s s o de nossos conhecimen tos e de nossa longa experiência e tarimba no s e r v i ç o e na es pe ciai idade.

OBJETIVOS

Ao término do curso o aluno deverá s e r capaz de:

1. planejar e dar assistência de enfermagem a pacientes com diagnóstico de doenças transmissíveis, executando as técni cas exigidas em c a s o s tais c o m o :

1.1 em relação à própria pessoa que trabalha, vestir e despir o avental de isolamento, usar máscaras, luvas, g o r r o s , reconhecer quando e c o m o fazer, a lavagem das mãos

1.2 em relação à unidade: preparar a unidade de isola mento, coletar roupa suja e l i x o , transportar móveis conta mi nados de uma unidade para a outra ( m e s m o diagnóstico), fazer a limpeza concorrente diária e a limpeza terminal; transportar vasilhames sanitários para a sala de desinfecçao e fazer o tra tamento dos dejetos humanos í

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z e s , e s c a r r o ) , administrar medicamentos, fazer curativos, la var a cabeça do paciente, quando necessário f a z f - l o assinar do cumentos

2. citar a s características de um hospital de isolamento, material e equipamentos n e c e s s á r i o s , tipos de isolamento, qua lidades da equipe de isolamento;

3. responder oralmente ou por e s c r i t o a perguntas so b r e : agente causador da moléstica, reservatório e fontes de infecção, suscetibilidade, resistencia, prevalência, modos de contágio, período de maior transmissibüidade, sintomas, pato genia (anàtomo-fisiológica), exames específicos, tratamento in dicado, imunologia, profilaxia e cuidados de enfermagem das seguintes doenças transmissíveis:

3.1 infecçoes bacterianas c o m o : febre tifóide e disente ria bacilar, difteria, meningite meningocócica, escarlatina, septicemia, coqueluche, molestia de Weil, tétano (esta última nao é contagiosa);

3 . 2 v i r o s e s , hepatites (infecciosa e soro-homóloga), ru béola, sarampo, varíola, varicela, herpes, raiva, parotidite;

4 . planejar e fazer palestras s o b r e profilaxia de doenças transmissíveis para o s doentes, seus familiares, funcionários do Hospital, d e s c o r d o , c o m as técnicas usadas em educação sanitária e c o m o quadro de vacinações;

5. improvisar uma unidade de isolamento hospitalar e domiciliar.

MÉTODO DE ENSINO

P r o c u r a m o s usar métodos dinámicos e fun cionais: discussão em grupos, exposições, pesquisa bibliográ fica, trabalhos individuais e em grupos.

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-DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA

O ensino t e ó r i c o - p r á t i c o de Enfermagem em Doenças Transmissíveis acompanha o estágio dos estudan tes no s e r v i ç o desta especialidade. Para e s s e estágio, realiza do após o de Enfermagem Medica Geral, a c l a s s e é dividida em grupos de 10 a 16 alunos. O ensino é repetido, no ano, tantas vezes quantos forem os grupos. A sua duração é de 4 semanas assim distribuidas:

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2a

. Semana. Diariamente, das 7 às 12 ho ras, o s alunos vão a enfermaria dar cuidados de enfermagem aos doentes. Na distribuição de s e r v i ç o cada aluno r e c e b e um ou dois pacientes acamados e um ou dois ambulantes. Antes da apresentação dos pacientes aos alunos a professora faz um r e sumo, junto ao grupo, do diagnóstico e dos cuidados de enfer magem indispensáveis (controles vitais, de diurese ou hídrico, P.A., e t c ) . Das 10, 30 às 11 horas hà diariamente na clínica uma reunião de toda a equipe de enfermagem, para expor, dis cutir e r e s o l v e r problemas dos pacientes e da própria clínica. Os alunos apresentam um plano de cuidados de enfermagem dos seus pacientes. Cada aluno estagia t r ê s dias c o m pacientes de cada diagnóstico e na t r o c a de pacientes c o m outro colega pas sa-lhe o plano de trabalho e lhe dá oralmente um relatório s ô b r e o seu paciente, cuidados de enfermagem, problemas resol vidos e a r e s o l v e r . Na 2a

- semana as aulas t e ó r i c a s são apre sentadas no horário da tarde.

3 - Semana. Repetição da segunda, porém nesta o aluno, na distribuição de s e r v i ç o , r e c e b e um número maior de pacientes para cuidar. Nesta semana o s alunos r e c e bem, da enfermaria de Saúde Pública da Clínica, orientação s ô b r e c o m o funciona o ambulatório da Clínica de Isolamento.

4— Semana. Continua a mesma rotina po r é m diariamente são escalados dois alunos para uma prova prá t i c o - o r a l na enfermaria. Em um determinado dia da semana fazem uma prova escrita, abrangendo quase todo o programa.

Tanto a prova oral c o m o a escrita são para nota de aproveitamento. Nesta última semana o s alunos apre sentam p o r e s c r i t o uma avaliação sobre o estágio. No último dia há entrega dos Boletins de Eficiência do estágio.

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O trabalho do aluno circulante consta de: 1. ordem na clínica (supervisão da limpeza);

2. esterilização e desinfecção do material da clínica de isolamento;

3. supervisão das técnicas de isolamento, de toda a equi pe de enfermagem;

4 . distribuição, no horário da manhã, do material de limpeza nas unidades (sabão, toalhas de papel, papel higiênico, B o m - b r i l , e t c ) ;

5^ devolução à professora de todas as técnicas aprendi das;

6. ensino e supervisão dos funcionários novos;

7. revisão de todas as papeletas antes de sair da clínica ( o b s e r v a ç õ e s , g r á f i c o s , medicação, e t c ) ;

8. ajuda aos colegas mais sobrecarregados;

9. apresentação de relatório oral de suas atividades em reunião da clínica; quando há tempo faz demonstrações de

técnicas usadas na clínica a toda a equipe de enfermagem ou dá aulas (o assunto escolhido é o de maior interesse dos fun cio nários).

Durante o estágio a professora acompanha o grupo, procurando fazer com que a teoria e a prática funcio nem harmónicamente.

A supervisão é direta ou indireta, de acordo com as necessidades.

O aluno tem toda a liberdade para es clare c e r dúvidas que surgirem em sala de aula ou no hospital.

Ê chamado durante o estágio para conferéjn cia c o m a p r o f e s s o r a quando esta acha necessário ou quando solicitada pelo próprio aluno.

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1. lista da bibliografia a s e r consultada-2 . lista de doenças de notificação compulsoria; 3. esquema do plano de cuidados de enfermagem; 4 . esquema do plano de aulas;

5. objetivos do programa.

Com o desenvolvimento deste método pensa mos estar dando aos n o s s o s alunos a base necessária para os conhecimentos de doenças transmissíveis.

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