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Piscicultura de Caçador 2 Biologo CRBio D M.Sc Aquicultura/EPAGRI Estação de Piscicultura de

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Uso de farinha de carne e osso bovina como fonte de proteína para carpas comum (Cyprinus carpio L.) em fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n040412/041204.pdf

1

REDVET - Revista electrónica de Veterinaria - ISSN 1695-7504

Uso de farinha de carne e osso bovina como fonte de proteína para carpas comum (Cyprinus carpio L.) em fase de recria - Use of meat and bone as a protein source for common carp (Cyprinus carpio L.) in the growing phase

Álvaro Graeff 1

Raphael de Leão Serafini2

1Médico Veterinário CRMV SC-0704 Esp. Nutrição/EPAGRI Estação de Piscicultura de Caçador E-mail: agraeff@epagri.sc.gov.br

2Biologo CRBio 45661-03D M.Sc Aquicultura/EPAGRI Estação de Piscicultura de Caçador E-mail: raphaelserafini@epagri.sc.gov.br

Fone: 55 49 3561-2000 Caixa Postal 591 CEP 89500- Caçador, SC BRASIL

Resumo

O presente trabalho foi desenvolvido para avaliar o uso de farinha de carne e osso bovina como fonte de proteína para carpas comum (Cyprinus carpio L.) no desempenho zootécnico na fase de recria. Foi realizado na Unidade Experimental de Piscicultura da Epagri de Caçador, utilizando-se um sistema de criação em caixas de cimento amianto de 1000 litros, com entrada e saída de água controlada. O experimento teve duração de 120 dias, testando-se quatro introduções de farinha de carne e osso nas dietas experimentais (0, 12, 24 e 36% da dieta) com oito repetições. De acordo com os resultados obtidos todas as introduções não tiveram efeito sobre as variáveis estudadas como sobrevivência, peso, comprimento e conversão alimentar. Concluiu-se que se pode utilizar farinha de carne e osso até 36% das dietas sem prejudicar o desempenho zootécnico da carpa comum na fase de recria.

Palavras chave: alimentação, alevino, carpa comum, farinha de carne e osso

Abstract

This study was designed to evaluate the use of meat and bone beef as a protein source for common carp (Cyprinus carpio L.) on the performance in the growing phase. Was conducted at the Experimental Fish Culture Epagri Hunter, using a system on cement boxes of 1000 liters with water inlet and outlet control. The experiment lasted 120 days, testing four issues of meat and bone in the experimental diets (0, 12, 24 and 36% of diet) with eight replications.

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2 According to the results of all introductions have had no effect on variables such as survival, weight, length and feed conversion. It was concluded that one can use meat and bone up to 36% of the diets without affecting growth performance of common carp in the growing phase.

Keywords: food, fingerling, common carp, meat and bone

Introdução

A piscicultura no estado de Santa Catarina encontra-se em franca expansão sendo a Carpa comum (Cyprinus carpio L.) ainda uma das espécies mais cultivada. Apesar de sua carne não ser a melhor em termos culinários, mostra-se ascendente para a comercialização através de seus derivados e embutidos (Graeff et al., 2007). Outras espécies promissoras têm sido cultivadas, mas a busca por alternativas melhores de sistemas de criação com espécies com apelos regionais tem sido a procura e foco dos pesquisadores.

A aqüicultura se constitui em uma atividade pecuária promissora de grande importância, tanto econômica quanto nutricional. Esta atividade responde hoje em países asiáticos a 85% da produção mundial (em quilos) e a 75% em valor financeiro (FAO, 1999).

Uma das principais exigências para qualquer espécie animal é a proteína e energia. Estas são essenciais para a manutenção, crescimento e reprodução.

A energia dietária para os peixes provém do uso da proteína, lipídeos e carboidratos, sendo, que o uso de cada classe desses nutrientes varia, normalmente, de acordo com o balanço da dieta, das exigências do peixe e da espécie em questão (Pezzato, 1997). Os lipídeos são a melhor fonte de energia para os peixes, seguido pela proteína e carboidratos (Pezzato, 1999). A proteína corresponde entre os nutrientes o de maior importância nos aspectos qualitativos e quantitativos, pois são componentes constitutivos do organismo dos peixes em crescimento e entre outras coisas são importantes para formação das enzimas (Steffens, 1987).

As fontes de proteína utilizada nas dietas de peixes tanto as de origem animal ou vegetal estão condicionadas a fatores que afetam seu requerimento assim como o habito alimentar, tamanho do peixe, fonte de proteína, energia da dieta, temperatura da água, freqüência de alimentação, função fisiológica e espécie (Logato, 1999).

O balanceamento de nutrientes obtidos pelos peixes em seus ambientes naturais não ocorre quando os mesmos se encontram em ambientes confinados, quer pela ausência ou pela limitação de alimentos (Pezzato, 1990).

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3 Em função disto, em cultivo intensivo, os peixes dependem da utilização de rações comerciais que satisfaçam as necessidades de nutrientes essenciais e de proteína para garantir o desenvolvimento e a rentabilidade (Cantelmo, 1989).

Contudo, as rações balanceadas utilizadas nos sistemas intensivos ainda têm custo relativamente alto, pois nelas são empregados, produtos e subprodutos de origem animais (Graeff, 1998).

No intuito de reduzir o custo das rações utilizadas em cultivos de peixes, pesquisadores da área de nutrição, têm dirigido suas atenções e trabalhos para a substituição de parte dos ingredientes de origem vegetais tradicionais por ingredientes de origem animal alternativos, não se descuidando do balanço de nutrientes essenciais, tanto pela suplementação com aminoácidos sintéticos quanto por complexos vitamínico-minerais (Cantelmo, 1989; Pezzato, 1990).

Para algumas espécies de água doce, já existem alimentos artificiais capazes de assegurar a sobrevivência e o crescimento de larvas, dispensando o uso de alimentos vivos, como é o caso da carpa (Cyprinus carpio) (Bergot et al., 1986 e Radunz Neto, 1993) e do próprio jundiá (Rhamdia quelen) (Piaia, 1996 e Fontinell, 1997). Apesar de Piaia (1996) encontrar bons resultados na larvicultura do jundiá sem utilizar lipídios em sua dieta experimental, é importante o uso de fonte energética em rações utilizadas na alimentação de larvas fornecendo muitos ácidos graxos essenciais. O presente trabalho tem por opção o uso de farinha de carne e ossos que depois do farelo de soja, são as fontes protéicas mais difundidas nas indústrias de rações. Os percentuais de proteína bruta destes subprodutos oscilam de 40 a 65%, sendo os mesmos ricos em cálcio e fósforo. A farinha de carne e ossos é uma fonte de proteína de origem animal, relativamente barata, que vem sendo testada como fonte de proteína para peixes (Wu et al., 1998; El Sayed, 1998; Kureshy et al., 2000;

Millamena, 2002) sem maiores efeitos adversos aos seus desempenhos.

Portanto o objetivo deste experimento foi avaliar o uso de farinha de carne e osso bovina como fonte de proteína para carpas comum (Cyprinus carpio L.) no desempenho zootécnico na fase de recria

Material e métodos

O experimento foi realizado na Unidade de Piscicultura de Caçador na Estação Experimental da EPAGRI, em 32 aquários de cimento amianto, com capacidade para 1.000 litros de água, abastecidos individualmente com água proveniente do açude de abastecimento, numa vazão de 0,5 litros por minuto.

O período experimental foi de 120 dias, sendo iniciado em 17 de dezembro de 2007 e encerrado em 16 de abril de 2008, com sete dias de adaptação dos alevinos em cada parcela experimental. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso, com quatro tratamentos onde foram avaliados quatro

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4 introduções de farinha de carne e osso e oito repetições, com 20 carpas comum (Cyprinus carpio L.) em cada parcela experimental. A farinha de carne e ossos utilizada no presente estudo apresentou em média 3,97 ± 0,08 de umidade e a seguinte composição nutricional expressa na base da matéria seca: 47,05 ± 0,40 de proteína bruta (%), 15,66 ± 0,08 de extrato etéreo (%), 29,37 ± 0,09 de matéria mineral (%), 13,49 de cálcio (%). O peso médio inicial dos peixes foi 0,41 ± 0,06 g e o comprimento inicial de 3,05 ± 0,22 cm. As dietas foram formuladas e peletizadas, dentro dos critérios, para a espécie e sistema de produção utilizado, com ingredientes mantendo a proteína bruta e energia estabilizados em 34,0% e 3.400 kcal de energia metabolizável/kg de ração respectivamente, sendo oferecidas na quantidade de 10% do peso vivo ao dia em duas vezes, reajustado a cada 30 dias, sendo preservadas em geladeira, conforme o Tabela 1.

Tabela 1 – Composição percentual das rações experimentais Ingredientes Tratamento 1 Tratamento

2 Tratamento

3 Tratamento 4

%

Farinha de

carne e osso 36,0 24,0 12,0 12,0

Farelo de soja - 12,0 24,0 35,0

Farinha de

peixe 23,2 23,9 24,5 25,2

Milho 31,2 32,0 32,8 33,6

Óleo 9,6 8,1 6,7 5,2

Valores calculados Energia

metabolizável 3.400 3.400 3.400 3.400

Proteína bruta 34,0 34,0 34,0 34,0

Digestibilidade 76,1 77,4 78,8 80,1

Extrato Etéreo 16,0 14,5 12,4 10,2

Cálcio 4,7 3,7 2,6 1,5

Fósforo 2,2 1,8 1,4 1,1

Relação EB/PB 100,0 100,0 100,0 100,0

Amostras da água, que provém de um tanque de abastecimento, foram coletadas e analisadas semanalmente para as variáveis: transparência, com disco de Secchi; pH com peagâmetro marca Corning (PS-30); oxigênio dissolvido, nitrito, amônia total, dureza, alcalinidade, turbidez e gás carbônico no Laboratório de Qualidade de Água/EPAGRI – Caçador.

As observações da temperatura da água foram realizadas diariamente com termômetro eletrônico - Thies Clima, sempre às 9:00 e às 15:00 horas,

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5 momento no qual os peixes recebiam a ração. Também se verificou a temperatura ambiente com aparelho de corda, marca Wilh-Lambrech Gmbh Gottingen.

As avaliações dos peixes foram realizadas a cada 30 dias utilizando-se 100% dos peixes estocados, tomando-se as medidas de comprimento total através de um ictiômetro e o peso individual em uma balança eletrônica, com precisão de 0,01g, marca Marte. Para a realização destas atividades, os peixes foram sedados com 0,5ml de quinaldina para 15 litros de água. Ao final do experimento, foram efetuadas avaliações quantitativas, compreendendo as evoluções de crescimento em peso e comprimento, conversão alimentar aparente, sobrevivência.

Resultado e discussão

A temperatura da água durante o período experimental manteve-se entre um mínimo de 22,10C e máximo de 24,30C, no período da manhã, ficando a média do período em 22,90C. No período da tarde oscilou entre um mínimo de 25,20C e um máximo de 26,60C ficando a média em 25,90C. Note-se que as temperaturas estavam bem próximas às relatadas por Makinouchi (1980), que afirmaram haver um melhor crescimento das carpas entre 24,00 e 28,00C.

Na avaliação da qualidade da água, os parâmetros pH, oxigênio dissolvido, gás carbônico, dureza total, alcalinidade, amônia total e nitrito estavam dentro do preconizado Boyd (1976) e Arana (2004), Lewis e Morris (1986) citados por Vinatea (1997), para a criação de Carpa comum (Cyprinus carpio L.).

A transparência permaneceu, durante todo período experimental, entre 15,0 e 22,0cm medida com auxilio de um disco de Secchi, indicando razoável densidade de plâncton (Tavares, 1995). A turbidez, diretamente correlacionada à transparência, permaneceu entre 12,0 e 23,0 NTU. Isto é conseqüência da baixa presença de argilas coloidais, substâncias em solução, matéria orgânica dissolvida no experimento (Tavares, 1995).

Pela análise estatística dos dados não ocorreu efeito significativo entre os níveis de substituição da farinha de peixe por farinha de carne e osso (Tabela 2).

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6 Tabela 2 – Peso médio inicial, peso médio final e ganho de peso da Carpa comum (Cyprinus carpio L.) alimentadas com rações contendo diferentes níveis de farinha de carne e ossos

Tratamentos

Repetições 1 2 3 4

Pm

i1 Pmf2 Gp3 Pm

i1 Pmf2 Gp3 Pm

i1 Pmf2 Gp3 Pm

i1 Pmf2 Gp3 1 0,4

1 9,55 9,14 0,4

1 17,7

3 17,3 2 0,4

1 5,28 4,87 0,4

1 16,0 6 15,

65 2 0,4

1 13,6

2 13,2 1 0,4

1 13,1

6 12,7 5 0,4

1 5,28 4,87 0,4

1 9,35 8,9 4 3 0,4

1 12,8

7 12,4 6 0,4

1 11,2

3 10,8 2 0,4

1 9,70 9,29 0,4

1 11,3 5 10,

94 4 0,4

1 10,8

6 10,4 5 0,4

1 15,8

6 15,4 5 0,4

1 12,9

4 12,5 3 0,4

1 16,8 4 16,

43 5 0,4

1 16,4

6 16,0 5 0,4

1 11,9

4 11,5 3 0,4

1 13,5

0 13,0 9 0,4

1 13,1 8 12,

77 6 0,4

1

15,9 3

15,5 2

0,4 1

10,2 9

9,88 0,4 1

13,6 8

13,2 7

0,4 1

12,0 6

11, 65 7 0,4

1 11,1

2 10,7 1 0,4

1 13,0

6 12,6 5 0,4

1 12,2

5 11,8 4 0,4

1 12,7 5 12,

34 8 0,4

1

12,5 2

12,1 1

0,4 1

11,5 7

11,1 6

0,4 1

16,5 7

16,1 6

0,4 1

10,6 4

10, 23 Peso

médio/trata mento

0,4 1

12,8 6a

± 2,42

12,4 5a

± 2,42 0,4 1

13,1 0a

± 2,51

12,6 9a

± 2,51 0,4 1

11,1 5a

± 3,59

10,7 4a

± 3,59 0,4 1

12,7 7a

± 2,57

12, 36a

± 2,57

Médias na linha, seguidas de letras iguais, não diferem significativamente entre si (P<0,05) pelo teste Tukey

1 – Pmi = Peso médio inicial (g) 2 – Pmf = Peso médio final (g) 3 – Gp = Ganho de peso (g)

O peso médio final dos peixes submetidos aos diferentes tratamentos demonstra variação pequena e uma tendência de que qualquer inserção do nível de farinha de carne e osso na ração, em substituição ao farelo de soja desde que se preserve a mesma quantidade de farinha de peixe da dieta (Tabela 1), corresponde a um desempenho em crescimento do peso semelhante (Tabela 2).

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7

Idade (dias após o início dos experimentos)

7 37 67 97 127

Peso de carpas comum

0 2 4 6 8 10 12 14 16

Comprimento de carpas comum

2 3 4 5 6 7 8 9 10 Peso

Comprimento

0

Figura 1. Evolução do peso e comprimento de carpas. Média dos níveis de substituição da farinha de peixe por farinha de carne e osso bovina. Barras

verticais representam o erro padrão da média.

Verificando-se a figura 1 onde se projeta a evolução das carpas comum em peso e comprimento com relação à idade nota-se que nos dois parâmetros houve um desvio padrão mais acentuado no peso, mas que não comprometeu no todo. Uma possibilidade de redução no desempenho em peso e comprimento nos níveis de substituição de farinha de carne e osso praticados neste experimento (Watanabe e Pongmaneerat, 1991) foi compensada pela não mudança de quantidade de farinha de peixe levando a uma quantidade em aminoácidos essenciais e não essenciais adequadas. A substituição da proteína da farinha de peixes pela proteína da farinha de carne e ossos foi testada em dietas para tilápias, tendo sido possível uma substituição de até 100% (El-Sayed e Tacon, 1996), em até 80% para juvenis de garoupa Epinephelus coioides (Millamena, 2002) e em até 40%

para peixes marinhos do mediterrâneo (Alexis, 1997), sem redução significativa no crescimento desses peixes. Em outro estudo Forster et al.

(2003), estudando três níveis de substituição da proteína de farinha de peixe (25, 50 e 75%) pela farinha de carne e ossos para dietas de L. vannamei, observou que embora a habilidade da farinha de carne e ossos em substituir a farinha de peixes varie em função da composição da farinha de carne e ossos, pelo menos 25% da proteína de farinha de peixes poderia ser substituída pela proteína da farinha de carne e ossos sem que tenha sido observado uma redução significativa no crescimento dos juvenis de L.

vannamei.

O comprimento médio final das repetições dos tratamentos (Tabela 3) também demonstra que o incremento de nível de inclusão de farinha de

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8 carne e osso em substituição ao farelo de soja corresponde a uma não interferência no crescimento em comprimento. Da mesma forma que ocorreu com o peso não houve pela análise estatística dos dados efeito significativo entre os níveis de substituição do farelo de soja por farinha de carne e osso (Tabela 3). Um aspecto relevante a destacar neste trabalho é o ótimo crescimento em peso dos peixes, chegando ao final do experimento com 30 vezes o seu peso inicial (Tabela 2) e o comprimento quase triplicando seu tamanho inicial (Tabela 3).

Tabela 3 – Comprimento médio inicial, comprimento médio final e ganho de comprimento da Carpa comum (Cyprinus carpio L.) alimentadas com rações contendo diferentes níveis de farinha de carne e ossos

Tratamentos

Repetições 1 2 3 4

Cm i1 Cmf

2 Gc3 Cm

i1 Cmf

2 Gc3 Cm

i1 Cmf

2 Gc3 Cm

i1 Cmf

2 Gc3

1 3,0

5 8,27 5,22 3,0

5 10,6

2 7,57 3,0

5 6,81 3,76 3,0

5 10,3 5 7,3

0 2 3,0

5 9,02 5,97 3,0

5 9,20 6,15 3,0

5 8,52 5,47 3,0

5 8,15 5,1 0 3 3,0

5 9,72 6,67 3,0

5 8,57 5,52 3,0

5 9,25 6,20 3,0

5 8,67 5,6 2 4 3,0

5 8,77 5,72 3,0

5 10,6

7 7,62 3,0

5 9,20 6,15 3,0

5 9,90 6,8 5 5 3,0

5 9,87 6,82 3,0

5 9,02 5,97 3,0

5 8,90 5,85 3,0

5 8,82 5,7 7 6 3,0

5 10,1

7 7,12 3,0

5 8,32 5,27 3,0

5 9,02 5,97 3,0

5 8,87 5,8 2 7 3,0

5

8,05 5,00 3,0 5

8,85 5,80 3,0 5

9,87 6,82 3,0 5

9,17 6,1 2 8 3,0

5 9,05 6,00 3,0

5 8,87 5,82 3,0

5 8,72 5,67 3,0

5 9,05 6,0 0 Compriment

o

médio/trata mento

3,0 5

9,11a

± 0,75

6,06a

± 0,75 3,0 5

9,26a

± 0,89

6,21a

± 0,89 3,0 5

8,78a

± 0,96

5,73a

± 0,96 3,0 5

9,12a

± 0,69

6,0 7a

± 0,69

Médias na linha, seguidas de letras iguais, não diferem significativamente entre si (P<0,05) pelo teste Tukey

1 – Cmi = Comprimento médio inicial (cm) 2 – Cmf = Comprimento médio final (cm) 3 – Gc = Ganho de comprimento (cm)

Não houve diferenças entre os tratamentos de substituição de farinha de soja pela farinha de osso e carne bovina a sobrevivência e conversão

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9 alimentar de carpa comum (Tabela 4). Os Altos níveis de ácidos graxos saturados presentes na farinha de carne e osso pode ter reduzido a palatabilidade das dietas levando com isto uma conversão mais alta das dietas (Williams e Barlow, 1996). Tan et al. (2005) observou em trabalho que a substituição da proteína da farinha de peixe pela proteína da farinha de carne e osso também não afetou a sobrevivência de pós-larvas de L.

vannamei, até o nível de 60% de substituição. A não variação da relação PB:EB pode ser a resposta para a conversão alimentar, apesar de alta, não ter variado entre os tratamentos e resultando em um ganho de peso maior (Tabela 2). Segundo Kaushik (1995), a relação PB:ED ideal para carpas é de 75 a 85 mg de proteína por Kcal de energia digestível, sendo que valores acima de 90mg de PB/Kcal não levam a melhorias significativas no ganho em peso dos peixes. A relação proteína: energia (PB:EB) neste trabalho não variou entre os tratamentos, sendo fixada em 1:100 em todos os tratamentos.

Tabela 4. Sobrevivência e conversão alimentar de carpa comum em função da porcentagem de farinha de carne e osso em substituição ao farelo de soja

Farinha de carne e osso

(%)

Sobrevivência (%)

Conversão alimentar aparente

(kg/kg)

0 80,0ns 5,71ns

12 80,0 6,10

24 83,6 5,86

36 80,6 5,83

Média 81,0 5,87

C.V. (%) 12,7 14,7

ns Não houve diferenças significativas entre tratamentos pelo teste de F a 5% de probabilidade de erro.

C.V. = coeficiente de variação.

A taxa de sobrevivência dos referidos tratamentos está dentro da média que ocorre em outros trabalhos na mesma região (Graeff et al.,2007).

Conclusão

Nas condições em que o trabalho foi realizado conclui-se que o desempenho produtivo das carpas comum (Cyprinus carpio L.) não foi alterado em nenhuma das substituições do farelo de soja pela farinha de carne e osso bovina sendo possível recomendar o uso deste insumo enquanto o atrativo comercial justificar.

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REDVET: 2012, Vol. 13 Nº 4

Recibido 02.09.2011 / Ref. prov. AGO1117_REDVET / Aceptado 18.12.2012 / Ref. def. 041204_REDVET / Publicado: 01.04.2012 Este artículo está disponible en http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n040412.html

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