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Geografia. Vegetação. Professor Luciano Teixeira.

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Academic year: 2022

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Geografia

Vegetação

Professor Luciano Teixeira

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Geografia

VEGETAÇÃO

Mandacaru, umbuzeiro, juazeiro, angico, baraúna. Teiú, tatu-peba, cotia, preá, asa-branca, car- cará. Espalhados por aproximadamente 800 quilômetros quadrados do território brasileiro, os personagens da flora e fauna catingueira lhe impingem beleza própria. Mas não são só eles. O povo da Caatinga também contribui com sua bravura, resistência e, principalmente, com o or- gulho que sente de ser sertanejo (nome típico de seus habitantes) para que ela seja única.

Luiz Gonzaga, nosso eterno “Rei do Baião”, que o diga! A canção “Asa Branca”, que o pernam- bucano compôs com o parceiro Humberto Teixeira, e que ficou eternizada em sua voz e sanfona inconfundíveis, é uma das mais bonitas declarações de amor ao Sertão brasileiro, lugar que, à primeira vista, pode até parecer uma desolação sem fim, mas que, com um pouco mais de atenção, revela-se um cenário onde a luta pela vida e a bravura falam muito mais alto.

Chamada pelos índios de “mata branca”, a vegetação retorcida, o solo pedregoso, árido, e o baixo índice pluviométrico da Caatinga não são para qualquer um. A natureza e toda a gente do Sertão tiveram de se adaptar. Na ausência das chuvas, que pode se estender por meses a fio, plantas, bichos e gente desenvolveram estratégias para se manterem vivos. Os peixes anuais, por exemplo, enquanto aguardam a chegada das primeiras águas, enterram seus ovos na areia do leito de lagoas, poças e rios intermitentes (aqueles que desaparecem na estiagem e rea- parecem após as “cheias”). Assim que a chuva cai, os ovos eclodem, dando início ao ciclo vital novamente.

Mesmo quando chove, o solo pedregoso da Caatinga não dá conta de armazenar água e a tem- peratura elevada, com médias que variam entre 25 e 29 graus Celsius, provoca intensa evapo- ração. Na longa estiagem enfrentada ano a ano, o Sertão assemelha-se a um semideserto. As folhas da maioria das árvores já caíram, o gado e a fauna nativa começam a emagrecer, os rios intermitentes deixam de correr e as lagoas secam.

Sem folhas, as árvores, de caule e casca finos, adquirem cor esbranquiçada, o que justifica o apelido de “mata branca” da Caatinga. O calor do sol atinge o solo em cheio, o qual se racha e fica coberto de trincas. Cíclicas e prolongadas, as secas interferem de forma decisiva na vida dos bichos, plantas e do povo do sertão. Para driblá-la, o sertanejo se vira como pode e a natu- reza “paga o pato”.

No Araripe, em Pernambuco, os agricultores familiares desmatam a mata nativa e vendem a madeira para alimentar as fornalhas do Polo Gesseiro da região. Responsável pela produção de 95% da produção nacional de gesso, o englobado de 11 municípios fica a 600 quilômetros de Recife (PE). “A matriz energética para a fabricação de gesso é a vegetação da Caatinga”, conta Márcio Moura, agrônomo da ONG Caatinga, presente há 17 anos na região.

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Foto: Matheus ML/CC Flickr

O trabalho que realiza, de conscientização ecológica com práticas de conservação do solo, não é capaz de frear os agricultores locais. Na atividade pecuária, eles também impactam a Caatin- ga, provocando o empobrecimento do solo, a poluição e a contaminação dos lençóis freáticos.

Foi esse o jeito que encontraram de reduzir os custos de mão de obra.

“Os agricultores daqui desmatam a vegetação catingueira para criar bovinos. Quando a área perde todo o capim, eles procuram outra e outra e outra. Até que retornam a primeira e, para acabar com a vegetação primária que cresceu ali, usam e abusam de herbicidas. Em seguida plantam novamente o capim”, relata Moura.

A Caatinga, assim como o Cerrado, não está incluída na Constituição Federal do Brasil, e des- de o período colonial vem sofrendo degradação: “É como se não fôssemos importantes como a Amazônia ou a Mata Atlântica. Nem a intensa produção de mel na região, com mais de mil espécies melíferas, é valorizada. O poder público local é despreparado e não há fiscalização”, alerta o agrônomo da ONG Caatinga.

Há pouco mais de dois anos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou os números da degradação na Caatinga. O desmatamento do bio- ma havia saltado de 43,38% em 2002, para 45,39% em 2008, o que significa que 16.576 km2 (área equivalente a 1.657.600 campos de futebol) da Caatinga já haviam sido retirados. Entre 2002 e 2008, a taxa média de desmatamento anual registrou 2.763 km2, com precisão na iden- tificação de 98,4%.

Os estados que mais desmataram foram Bahia (638 km2), Ceará (440 km2) e Piauí (408 km2).

Entre os municípios que apresentaram maiores áreas de supressão de floresta estão Mucugê e Ruy Barbosa (BA) e Cabrobó (PE).

A ONG Caatinga informa, entretanto, que dados mais atuais da Embrapa apontam que 60% da vegetação catingueira já foram desmatadas.

Êxodo rural – Embora os antigos agricultores ainda permaneçam no Sertão do Araripe e, cora- josos, continuem a enfrentar a seca, a juventude está migrando para as grandes cidades. “Falta crédito, falta terra, falta assessoria técnica. Tudo isso, aliado a ausência de escolas (no lugar do

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Contrariando essa realidade, está Lourivalnda Alves de Souza, 25 anos. Nascida no município de Bodocó (PE), a jovem, que trabalha e estuda em Ouricuri (PE), diz que “não há política pública aqui que valorize a cultura dos jovens; influenciados pela mídia, eles se sentem desvalorizados, sem identidade própria e vão embora”. E sinaliza para a importância da educação no processo de valorização da cultura: “O ensino deveria se basear na realidade local. O ‘a’ que aprendi na escola era de avião e não de um dos bichos ou árvores de nossa fauna”.

A Caatinga é única, de beleza indiscutível quando floresce. Sua resistência se compara à de seu próprio povo que, apesar de sofrido, é forte! ”

De Ouricuri, Lourivalnda revela de onde vem essa força do povo do Sertão. “O sertanejo é alti- vo, bravo e estrategista por natureza; aprendeu com a Caatinga a guardar o alimento, a semen- te e a água para, na época da escassez, garantir a própria sobrevivência”, orgulha-se.

Zona da Mata e Região Litorânea

A vegetação litorânea do Estado de Pernambuco apresenta matas, manguezais e cerrados, que recebem a denominação de "tabuleiro", formado por gramíneas e arbustos tortuosos, predo- minantemente representados, entre outras espécies por batiputás e mangabeiras.

Formadas por floresta Atlântica, as matas registram a presença de árvores altas, sempre ver- des, como a peroba e a sucupira. Localizados nos estuários, os manguezais apresentam árvores com raízes de suporte, adaptadas à sobrevivência neste tipo de ambiente natural.

http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?id=34&secao=459&mat=469

A caatinga, vegetação típica do Sertão Nordestino – Foto: Maria HSU/CC Wikimedia

Zona da Mata (faixa próxima ao litoral) – A maior cidade nessa região é a capital, Recife. O litoral pernambucano tem belas praias, destacando-se a Praia de Boa Viagem (na própria capital) e Porto de Galinhas. Toda a faixa é uma grande planície, com alguns locais abaixo do nível do mar, várzeas e lagos. A vegetação predominante são os manguezais. O clima na Zona da Mata é tropical.

Agreste (faixa de transição) – A maior cidade dessa região é Caruaru, a 120 km de Recife.

Trata-se de um planalto, com altitudes que variam de 400 a 1000 metros. A vegetação predominante é a Mata Atlântica. O clima no Agreste é semiárido.

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Sertão (zona semiárida) – Trata-se do oeste do Estado, região marcada por Serras, chapadas e depressões. A principal cidade da região é Petrolina. A vegetação típica da região é a caatinga. O clima é semiárido quente.

Ao sul do estado, encontra-se uma região serrana, continuação da Chapada Diamantina (Bahia).

Devido à altitude, as cidades de Garanhuns e Gravatá são conhecidas pelo clima moderado.

Os rios mais importantes de Pernambuco são: Rio São Francisco, Capibaribe, Una, Pajeú, Ipoju- ca e Jaboatão.

Outras cidades importantes de Pernambuco são: Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Paulista e Camaragibe.

Outro grande destaque de Pernambuco é o Arquipélago de Fernando de Noronha, formado por 21 ilhas, localizado a uma distância de 545 km de Recife.

Referências

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