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PONTOS FUNDAMENTAIS DA AULA

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Academic year: 2021

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PONTOS FUNDAMENTAIS DA AULA

(2)

2 TAREFA DO DIA SEGUINTE

T01. Estão entre as principais realizações literárias de Mon- teiro Lobato:

a) Urupês, Cidades mortas, O escândalo do petróleo, Rei- nações de Narizinho;

b) Os sertões, Urupês, Angústia e Memórias Póstumas de Brás Cubas.

c) Clara dos Anjos, Triste fim de Policarpo Quaresma e Canaã.

d) Cidades mortas, Canaã, Memórias de um sargento de milícias e O Picapau amarelo.

e) O escândalo do petróleo, Os sertões, Reinações de Nari- zinho e Clara dos Anjos.

T02. (UFRJ/2011)

O personagem Jeca Tatu é um dos mais famosos da obra de Monteiro Lobato. No livro Urupês, Lobato desconstrói a imagem idealizada do homem rural

Esse anúncio retratava aspectos da sociedade brasileira da época, expressando críticas principalmente às condições de:

a) acesso à escolarização b) assistência médico-hospitalar c) salubridade nas áreas rurais d) integração econômica regional

T03. (PUC-RS) Na figura de ________, Monteiro Lobato criou o símbolo do brasileiro abandonado ao seu atraso e miséria pelos poderes públicos.

a) O Cabeleira b) Jeca Tatu c) João Miramar d) Blau Nunes e) Augusto Matraga

T04. (ENEM)

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,

Este ambiente me causa repugnância…

Sobe–me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê–los, E há de deixar–me apenas os cabelos, Na frialdade ignorância da terra!

ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma lite- ratura de transição designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no so- neto, identificam–se marcas dessa literatura de transição, como

a) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas e o vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos vigentes no Modernismo.

b) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em metáforas como “Monstro de escuridão e relutância" e “influência má dos signos do zodíaco".

c) a seleção lexical emprestada ao cientificismo, como se lê em “carbono e amoníaco", “epigênese da infância" e “frial- dade ignorância", que restitui a visão naturalista do homem.

d) a manutenção de elementos formais vinculados à es- tética do Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na expressividade poética, e o desconcerto existencial.

e) a ênfase no processo de construção de uma poesia des- critiva e ao mesmo tempo filosófica, que incorpora valores morais e científicos mais tarde renovados pelos moder- nistas.

T05. (UNITAU)

"Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive."

Os comentários acima são endereçados por Monteiro Lo- bato:

a)ao nordestino.

b) ao menor.

c) ao sertão.

d) ao caboclo.

e) ao paulistano.

T06. (VUNESP) Volume contendo doze histórias tiradas do sertão paulista, foi citado por Rui Barbosa, em discurso no Senado, apontando o personagem Jeca Tatu como o pro- tótipo do camponês brasileiro. Aponte o autor e sua obra:

a) Monteiro Lobato – Urupês

b) Lima Barreto - Cemitério dos vivos c) Monteiro Lobato - Cidades mortas d) Coelho Neto - Fogo-fátuo

e) Euclides da Cunha - Contrastes e confrontos

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T07. (ENEM) Negrinha

Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não;

fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.

Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.

Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu.

Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo.

Ótima, a dona Inácia.

Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva.

[...]

A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo essa indecência de negro igual.

LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).

A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no contexto, pela

a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocu- pada com as amigas.

b) receptividade da senhora para com os padres, mas dese- legante para com as beatas.

c) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças.

d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos ne- gros, evidenciada no final do texto.

e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.

T08. (UFPB) Astrologia

Minha estrela não é a de Belém:

A que, parada, aguarda o peregrino.

Sem importar-se com qualquer destino A minha estrela vai seguindo além…

- Meu Deus, o que é que esse menino tem? – Já suspeitavam desde eu pequenino.

O que eu tenho? É uma estrela em desatino…

E nos desentendemos muito bem!

E quando tudo parecia a esmo E nesses descaminhos me perdia Encontrei muitas vezes a mim mesmo…

Eu temo é uma traição do instinto Que me liberte, por acaso, um dia Deste velho e encantado Labirinto

(QUINTANA, Mario. Quintana de bolso. Porto Alegre: L&P, 1997, p.

102).

A influência dos astros na vida dos homens faz-se presente, também, nos seguintes versos do poeta Augusto dos Anjos:

“Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.”

(Psicologia de um vencido. In: ANJOS, Augusto dos. Os melhores poemas de Augusto dos Anjos. São Paulo: Global, 1997, p. 51).

Comparando o poema Astrologia, de Mario Quintana, com os versos de Augusto dos Anjos, considere as afirmativas:

I. Nos versos de Augusto dos Anjos e no poema de Mario Quintana, há uma visão pessimista da matéria, da vida e do cosmo.

II. No poema de Mario Quintana a inquietação em relação ao destino não assume um tom angustiado, como se obser- va nos versos de Augusto dos Anjos.

III. O poema de Mario Quintana e os versos de Augusto dos Anjos expressam a dor de existir e uma profunda descrença na vida humana.

Está(ão) correta(s):

a) todas b) apenas II c) apenas I e II d) apenas I e III e) apenas II e III

T09.

"Triste a escutar, pancada por pancada.

A sucessividade dos segundos,

Ouço em sons subterrâneos, do orbe oriundos, O choro da energia abandonada."

A crítica reconhece na poesia de Augusto dos Anjos, como exemplifica a estrofe, a forte presença de uma dimensão:

a) niilista.

b) patológica.

c) cósmica.

d) estética.

e) metafísica.

T10. (PUC – SP) Augusto dos Anjos é autor de um único li- vro, Eu, editado pela primeira vez em 1912. Outras Poesias acrescentaram-se às edições posteriores. Considerando a produção literária desse poeta, pode-se dizer que:

a) Foi recebida sem restrições no meio literário de sua época, alcançando destaque na história das formas literári- as brasileiras.

b) Revela uma militância político-ideológica que o coloca entre principais poetas brasileiros de veio socialista.

c) Foi elogiada poeticamente pela crítica de sua época, en- tretanto não representou um sucesso de público.

d) Traduz a sua subjetividade pessimista em reação ao ho- mem e ao cosmos, por meio de um vocabulário em reação ao homem e ao cosmos, por meio de um vocabulário téc- nico-científico-poético.

e) Anuncia o Parnasianismo, em virtude das suas inova- ções técnico-científicas e de sua temática psicanalítica.

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4 T11. Assinale a associação incorreta:

a) Lobato – narrativa oral.

b) Lima Barreto – simplicidade, oposição ao preciosismo.

c) Graça Aranha – sincretismo entre Realismo, Simbolismo e Impressionismo.

d) Euclides da Cunha – “barroco cientifico”.

e) Coelho Neto – simplicidade, apontado pelos modernistas como exemplo.

T12. Assinale a falsa, sobre Monteiro Lobato:

a) traz a paisagem do Vale do Paraíba paulista, denun- ciando a devastação da natureza pela pratica agrícola da queimada;

b) explora os aspectos visíveis do ser humano; seus contos têm quase sempre finais trágicos e deprimentes;

c) vale-se das tradições orais do caipira, personificado pelo Jeca Tatu, valendo-se do coloquialismo do “contador de casos”;

d) nos romance Urupês e Cidades Mortas aborda a deca- dência da agricultura no Vale do Paraíba, após o “ciclo” do café;

e) n.d.a.

T13. A obra reúne uma série de artigos, iniciados com Velha Praga, publicados em O Estado de São Paulo a 14-11- 1914. Nestes artigos o autor insurge-se contra o extermínio das matas da Mantiqueira pela ação nefasta das quei- madas, retrógrada pratica agrícola perpetrada peã igno- rância dos caboclos, analisa o primitivismo da vida dos cai- piras do Vale da Paraíba e critica a literatura romântica que cantou liricamente esses marginais da civilização:

a) Contrastes e Confrontos (Euclides da Cunha);

b) Urupês (Monteiro Lobato);

c) Ideias de Jeca Tatu (Monteiro Lobato);

d) À Margem da História (Euclides da Cunha);

e) n.d.a.

T14. Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato.

Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros artistas modernistas

a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadê- micas europeias, valorizando as cores, a originalidade e os temas nacionais.

b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação artística nacional.

c) representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a prática edu- cativa.

d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retra- tadas, defendendo uma liberdade artística ligada à tradição acadêmica.

e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.

T15. “Narizinho correu os olhos pela assistência. Não podia haver nada mais curioso. Besourinhos de fraque e flores na lapela conversavam com baratinhas de mantilha e miosótis nos cabelos. Abelhas douradas, verdes e azuis, falavam mal das vespas de cintura fina – achando que era exagero usarem coletes tão apertados. Sardinhas aos centos criticavam os cuidados excessivos que as borboletas de toucados de gaze tinham com o pó das suas asas.

Mamangavas de ferrıes amarrados para não morderem. E canários cantando, e beija-flores beijando flores, e camarões camaronando, e caranguejos caranguejando, tudo que é pequenino e não morde, pequeninando e não mordendo.

LOBATO, Monteiro. Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1947.

No último período do trecho, há uma série de verbos no gerúndio que contribuem para caracterizar o ambiente fan- tástico descrito. Expressões como “camaronando”, “caran- guejando” e “pequeninando e não mordendo” criam, princi- palmente, efeitos de

a) esvaziamento de sentido.

b) monotonia do ambiente.

c) estaticidade dos animais.

d) interrupção dos movimentos e) dinamicidade do cenário

T16. (MACK-SP)

Assinale a alternativa onde aparece uma característica que não se aplica à obra de Augusto dos Anjos.

a) referência à decomposição da matéria.

b) pessimismo diante da vida.

c) amor reduzido a instinto.

d) incorporação de vocabulário científico.

e) nacionalismo exaltado.

T17. (MACK-SP)

A estrofe que NÃO apresenta elementos típicos da produ- ção poética de Augusto dos Anjos é:

a) Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.

b) Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja a mão vil que te afaga,

Escarra nessa boca que te beija!

c) Meia-noite.

Ao meu quarto me recolho.

Meu Deus! E este morcego!

E, agora, vede:

Na bruta ardência orgânica da sede,

Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

d) Beijarei a verdade santa e nua, Verei cristalizar-se o sonho amigo…

Ó minha virgem dos errantes sonhos, Filha do céu, eu vou amar contigo!

e) Agregado infeliz de sangue e cal, Fruto rubro de carne agonizante, Filho da grande força fecundante De minha brônzea trama neuronial.

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T18. (UFRGS) Leia o poema a seguir, intitulado “A Idéia”, de Augusto dos Anjos.

De onde ela vem? De que matéria bruta Vem essa luz que sobre as nebulosas Cai de incógnitas criptas misteriosas Como as estalactites duma gruta?!

Vem da psicogenética e alta luta Do feixe de moléculas nervosas, Que, em desintegrações maravilhosas, Delibera, e depois, quer e executa!

Vem do encéfalo absconso que a constringe, Chega em seguida às cordas da laringe, Tísica, tênue, mínima, raquítica…

Quebra a força centrípeta que a amarra, Mas, de repente, e quase morta, esbarra No mulambo da língua paralítica!

Assinale a alternativa CORRETA sobre esse poema.

a) A interrogação inicial expressa o apego do poeta aos temas sentimentais do Romantismo no Brasil.

b) A linguagem, rica de imagens, utiliza um vocabulário cie- ntífico para abordar uma questão filosófica.

c) O emprego de palavras como “estalactites” e “moléculas”

mostra uma inadequação entre a linguagem científica e o conteúdo do poema.

d) O poeta adota a forma do soneto, porém rompe com o temário cientificista dominante no seu tempo.

e) No primeiro quarteto, as palavras “nebulosas” e “mis- teriosas” constituem rimas pobres, retomadas no segundo quarteto pelas palavras “nervosas” e “maravilhosas”.

T19. (UFRGS) Considere as seguintes afirmações sobre obras de Monteiro Lobato:

I. Em Urupês, Cidades mortas e Negrinha, ele produz uma literatura comprometida predominantemente com os pro- blemas socioeconômicos do Brasil.

II. Em Urupês, ele atribui a culpa pelo atraso do Brasil ao caboclo, por ele ser acomodado e inadaptável às mudanças necessárias ao desenvolvimento.

III. O título Cidades mortas alude às cidadezinhas do interior de São Paulo, que perderam a sua importância econômica face à Capital.

Quais estão CORRETAS?

a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e II e) I, II e III

T20. (ENEM/2009) Texto I

O morcego

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho.

Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede:

Na bruta ardência orgânica da sede,

Morde-me a goela ígneo e escaldante molho.

“Vou mandar levantar outra parede…”

– Digo. Ergo-me a tremer. Fecho o ferrolho

E olho o teto. E vejo-o ainda, igual a um olho, Circularmente sobre a minha rede!

Pego de um pau. Esforços faço. Chego A tocá-lo. Minh’alma se concentra.

Que ventre produziu tão feio parto?!

A Consciência Humana é este morcego!

Por mais que a gente faça, à noite, ele entra Imperceptivelmente em nosso quarto!

ANJOS, Augusto dos. O morcego. Obra completa. Rio de Janeiro:

Aguilar, 1994.

Texto II

O lugar-comum em que se converteu a imagem de um poeta doentio, com o gosto do macabro e do horroroso, dificulta que se veja, na obra de Augusto dos Anjos, o olhar clínico, o comportamento analítico, até mesmo certa frieza, certa impessoalidade científica.

CUNHA, F. Romantismo e modernidade na poesia. Rio de Janeiro:

Cátedra, 1988 (Adaptação).

Em consonância com os comentários do texto II acerca da poética de Augusto dos Anjos, o poema “O morcego” apre- senta-se, enquanto percepção de mundo, como forma estética capaz de:

a) reencantar a vida pelo mistério com que os fatos banais são revestidos na poesia.

b) expressar o caráter doentio da sociedade moderna por meio do gosto pelo macabro.

c) representar realisticamente as dificuldades do cotidiano sem associá-lo a reflexões de cunho existencial.

d) abordar dilemas humanos universais a apartir de um ponto de vista distanciado e analítico acerca do cotidiano.

e) conseguir a atenção do leitor pela inclusão de elementos das histórias de horror e suspense na estrutura lírica da poesia.

T21. (PUC-RS) Para responder à questão, leia o fragmento do conto “Negrinha”, de Monteiro Lobato.

“Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados. Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos.

Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.

………...

E tudo se esvaiu em trevas.

Depois, vala comum. A terra papou com indiferença aquela carnezinha de terceira – uma miséria, trinta quilos mal pesados…

E de Negrinha ficaram no mundo apenas duas impressões. Uma cômica, na memória das meninas ricas.

– “Lembras-te daquela bobinha da titia, que nunca vira boneca?”

Outra de saudade, no nó dos dedos de dona Inácia.

– “Como era boa para um cocre!…”

………...

Considerando o fragmento anterior, é correto afirmar:

a) Em “Negrinha”, conto-título de livro de Monteiro Lobato, editado em 1920, o autor apresenta, de forma crítica e mordaz, o tratamento cruel a que é submetida a pequena escrava, maltratada até a morte.

b) Para o pré-modernista Monteiro Lobato, a infância é um período a ser celebrado pela alegria e vontade de viver, tema que anima o conto “Negrinha”.

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6 c) Como escritor romântico, Monteiro Lobato cria a personagem Negrinha como aquela que dá alegrias a Dona Inácia, sua patroa, por estar sempre a seu lado.

d) Negrinha é uma das personagens mais marcantes da literatura infantil de Monteiro Lobato, o autor que inaugurou o gênero no Brasil.

e) No conto “Negrinha”, Monteiro Lobato relembra uma pequena companheira de infância, vizinha das terras de seu avô.

T22. (UEM) Assinale o quer for correto sobre a obra Eu e outras poesias e sobre seu autor, Augusto dos Anjos.

01) Em Eu e outras poesias podem ser encontrados alguns dos temas mais presentes na obra de Augusto dos Anjos, tais como o amor ingênuo e platônico (fruto da influência da segunda geração romântica) e a exaltação de elementos nacionais que, não obstante, é feita de maneira crítica e mordaz.

02) Um dos aspectos mais chamativos nos poemas de Augusto dos Anjos – verificável em Eu e outras poesias – é sua negação da ciência, que é vista como um elemento capaz de reduzir as possibilidades de aprimoramento humano presentes na intuição de cunho sentimental.

04) Apesar do título, o volume Eu e outras poesias apresenta exemplos de produções pouco recorrentes na obra de Augusto dos Anjos: o conto O alienista, que se configura como uma narrativa poética, e a tragédia

“Profissão de fé”, fortemente marcada pelo Simbolismo.

08) A produção literária de Augusto dos Anjos, embora habitualmente situada no contexto do Pré-Modernismo brasileiro, representa um problema de classificação estética, de modo que sua obra – na qual se encontram influências do Naturalismo e do Simbolismo – constitui fenômeno particular e original.

16) No poema “Psicologia de um vencido”, os versos – “Eu, filho do carbono e do amoníaco, / Monstro de escuridão e rutilância, / Sofro, desde a epigênesis da infância, / A influência má dos signos do zodíaco” – revelam uma visão sofredora do mundo, da vida. O “eu” lírico angustia-se diante da previsão da própria morte e do destino reservado ao cadáver, conforme o verso “Na frialdade inorgânica da terra” (ANJOS, Augusto. Eu e outras poesias. São Paulo:

Martin Claret, 2002, p. 38).

23. (ENEM [PPL]) TEXTO I

Versos de amor A um poeta erótico

Oposto ideal ao meu ideal conservas.

Diverso é, pois, o ponto outro de vista

Consoante o qual, observo o amor, do egoísta Modo de ver, consoante o qual, o observas.

Porque o amor, tal como eu o estou amando, É Espírito, é éter, é substância fluida,

É assim como o ar que a gente pega e cuida, Cuida, entretanto, não o estar pegando!

É a transubstanciação de instintos rudes, Imponderabilíssima, e impalpável, Que anda acima da carne miserável Como anda a garça acima dos açudes!

ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1996 (fragmento).

TEXTO II Arte de amar

Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.

A alma é que estraga o amor.

Só em Deus ela pode encontrar satisfação.

Não noutra alma.

Só em Deus – ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.

Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.

Os Textos I e II apresentam diferentes pontos de vista sobre o tema amor. Apesar disso, ambos definem esse sentimen- to a partir da oposição entre

a) satisfação e insatisfação.

b) egoísmo e generosidade.

c) felicidade e sofrimento.

d) corpo e espírito.

e) ideal e real.

T24. (IMED) Em sua obra “Urupês”, publicada em 1918, Monteiro Lobato apresenta uma de suas personagens mais representativas: Jeca Tatu. Sobre o autor e sua obra, é pos- sível afirmar que:

I. A personagem Jeca Tatu representa a miséria e o atraso econômico do país, principalmente o descaso do governo em relação ao Brasil rural.

II. Jeca Tatu remete à figura do homem caboclo, e sua apa- rência ligada à falta de higiene passou a ser relacionada à campanha sanitarista aderida por Monteiro Lobato.

III. Sem educação e alheio aos acontecimentos de seu país, Jeca Tatu representa a ignorância do homem do campo.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas III.

c) Apenas I e II.

d) Apenas II e III.

e) I, II e III.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

Apóstrofe à carne

Quando eu pego nas carnes do meu rosto, Pressinto o fim da orgânica batalha:

– Olhos que o húmus necrófago estraçalha, Diafragmas, decompondo-se, ao sol-posto.

E o Homem – negro e heteróclito composto, Onde a alva flama psíquica trabalha, Desagrega-se e deixa na mortalha

O tacto, a vista, o ouvido, o olfato e o gosto!

Carne, feixe de mônadas bastardas, Conquanto em flâmeo fogo efêmero ardas, A dardejar relampejantes brilhos,

Dói-me ver, muito embora a alma te acenda, Em tua podridão a herança horrenda, Que eu tenho de deixar para os meus filhos!

(Augusto dos Anjos. Obra completa, 1994.)

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T25. (UNIFESP) No plano formal, o poema é marcado por

a) versos brancos, linguagem obscena, rupturas sintáticas.

b) vocabulário seleto, rimas raras, aliterações.

c) vocabulário antilírico, redondilhas, assonâncias.

d) assonâncias, versos decassílabos, versos sem rimas.

e) versos livres, rimas intercaladas, inversões sintáticas.

T26. (UNIFESP) No soneto de Augusto dos Anjos, é evi- dente

a) a visão pessimista de um “eu” cindido, que desiste de co- nhecer-se, pelo medo de constatar o já sabido de sua condição humana transitória.

b) o transcendentalismo, uma vez que o “eu” desintegrado objetiva alçar voos e romper com um projeto de vida mar- cado pelo pessimismo e pela tortura existencial.

c) a recorrência a ideias deterministas que impulsionam o

“eu” a superar seus conflitos, rompendo um ciclo que natu- ralmente lhe é imposto.

d) a vontade de se conhecer e mudar o mundo em que se vive, o que só pode ser alcançado quando se abandona a desintegração psíquica e se parte para o equilíbrio do “eu”.

e) o uso de conceitos advindos do cientificismo do século XIX, por meio dos quais o poeta mergulha no “eu”, buscan- do assim explorar seu ser biológico e metafísico.

MICRO - REVISÃO 1

T27. (UFRN) Parte do capítulo IX (“Transição”), de Memórias Póstumas de Brás Cubas:

E vejam agora com que destreza, com que arte faço eu a maior transição deste livro. Vejam: o meu delírio começou em presença de Virgília; Virgília foi meu grão pecado da juventude; não há juventude sem meninice; meninice supõe nascimento; e eis aqui como chegamos nós, sem esforço, ao dia 20 de outubro de 1805, em que nasci. Viram?

Nenhuma juntura aparente, nada que divirta a atenção pausada do leitor: nada.

(ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo:

Ática, 2000.)

Trecho do conto “O fisco (conto de Natal)”, publicado em 1921 e integrante do livro Negrinha, de Monteiro Lobato:

Súbito, viu um homem de boné caminhando para o seu lado. Olhou-lhe para as botinas. Sujas. Viria engraxar, com certeza – e o coração bateu-lhe apressado, no tumulto delicioso da estreia. Encarou o homem já a cinco passos e sorriu com infinita ternura nos olhos, num agradecimento antecipado em que havia tesouros de gratidão.

Mas em vez de espichar o pé, o homem rosnou aquela terrível interpelação inicial:

– Então, cachorrinho, que é da licença?

(LOBATO, Monteiro. Negrinha. São Paulo: Globo, 2008, p. 71)

Da leitura comparada do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e do conto “O fisco”, de Monteiro Lobato, pode-se afirmar que,

a) tanto no romance quanto no conto, a crítica social dirige- se principalmente à hipocrisia da burguesia.

b) no romance, a crítica social dirige-se à hipocrisia da bur- guesia; no conto, à opressão do poder público aos desva- lidos.

c) tanto no romance quanto no conto, a crítica social dirige- se principalmente à opressão do poder público aos desva- lidos.

d) no romance, a crítica social dirige-se à opressão do poder público aos desvalidos; no conto, dirige-se à hipocrisia da burguesia.

T28. (FGV) Este texto foi extraído de um conto de Monteiro Lobato, cujo personagem principal enlouquece, quando vê seu cafezal inteiramente destruído pela geada.

E a geada veio! Não geadinha mansa de todos os anos, mas calamitosa, geada cíclica, trazida em ondas do Sul.

O sol da tarde, mortiço, dera uma luz sem luminosidade, e raios sem calor nenhum. Sol boreal, tiritante. E a noite caíra sem preâmbulos.

Deitei-me cedo, batendo o queixo, e na cama, apesar de enleado em dois cobertores, permaneci entanguido uma boa hora antes que ferrasse no sono. Acordou-me o sino da fazenda, pela madrugada. Sentindo-me enregelado, com os pés a doerem, ergui-me para um exercício violento. Fui para o terreiro.

O relento estava de cortar as carnes – mas que maravilhoso espetáculo! Brancuras por toda a parte. Chão, árvores, gramados e pastos eram, de ponta a ponta, um só atoalhado branco. As árvores imóveis, inteiriçadas de frio, pareciam emersas dum banho de cal. Rebrilhos de gelo pelo chão. Águas envidradas. As roupas dos varais, tesas, como endurecidas em goma forte. As palhas do terreiro, os sabugos de ao pé do cocho, a telha dos muros, o topo dos moirões, a vara das cercas, o rebordo das tábuas – tudo polvilhado de brancuras, lactescente, como chovido por um suco de farinha. Maravilhoso quadro! Invariável que é a nossa paisagem, sempre nos mansos tons do ano inteiro, encantava sobremodo vê-la súbito mudar, vestir-se dum esplendoroso véu de noiva – noiva da morte, ai!...

Monteiro Lobato, O drama da geada, in Negrinha. São Paulo:

Brasiliense, 1951.

a) Em outra passagem do conto, o narrador afirma: “Só então me acudiu que o belo espetáculo que eu até ali só encarara pelo prisma estético tinha um reverso trágico: a morte do heroico fazendeiro”. O que o narrador chama de

“prisma estético” pode ser identificado no excerto aqui reproduzido? Justifique sua resposta.

b) Tendo em vista as variedades linguísticas da língua portuguesa, justifica-se o emprego, no texto, de expressões como “geadinha mansa”, “batendo o queixo” e “ferrasse no sono”? Explique.

c) As frases nominais podem ser usadas nas descrições esquemáticas. Esse tipo de recurso foi usado no texto?

Justifique sua resposta.

(8)

8 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

Texto I

MEC quer rever veto a livro de Monteiro Lobato

O ministro da Educação, Fernando Haddad, pedirá que (sic) o CNE (Conselho Nacional de Educação) reveja o parecer que recomendou restrições à distribuição do livro “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, em escolas públicas. O Conselho de Educação quer vetar livro de Monteiro Lobato em escolas.

Como revelou a Folha, o conselho sugeriu que a obra não seja distribuída pelo governo ou, caso isso seja feito, que contenha uma “nota explicativa”, devido a um suposto teor racista.

Haddad disse ter recebido diversas reclamações de educadores e especialistas contra a decisão do CNE.

“Foram muitas manifestações para que o MEC afaste qualquer hipótese de censura a qualquer obra”, afirmou.

Ele disse não ver racismo na obra, mas ainda assim não descartou o contexto em que determinada obra foi escrita quando isso for considerado necessário. Para o ministro, qualquer que seja a decisão do CNE, ela deverá valer para todos os livros e não para apenas um específico.

(PINHO, Angela. In: http://www.substantivoplural.com.br/monteiro- lobato-e-a-proibicao-da-cacada-de-pedrinho/. Acessado em

09/09/2011)

Texto II

Monteiro Lobato e a proibição da “Caçada de Pedrinho”

Meus amigos e amigas,

Estou muito preocupado com essa proibição ao livro

“Caçadas de Pedrinho”, escrito por Monteiro Lobato em 1933. Estou aqui com as obras completas do Lobato e já consultei o seu grande biógrafo Edgard Cavalheiro e não vejo razão para essa proibição. Aprendi a gostar de ler com Monteiro Lobato. Li o D. Quixote das Crianças do Lobato e nunca mais deixei de ler a grande obra prima de Cervantes.

Vasculhei o céu com Lobato numa “Viagem ao Céu”. Li sobre o explorador Hans Staden e me encantei com Os Doze Trabalhos de Hércules recontado por esse grande escritor e editor.

Monteiro Lobato reinventou o Brasil. Em alguns aspectos inventou-o. Foi um grande nacionalista e lutou pelo nosso petróleo e recursos minerais. Foi um grande editor quando no Brasil quase não havia editoras. Um grande tradutor que lutou incansavelmente pelo Brasil. As Aventuras do Picapau Amarelo foram transportadas para a televisão e ainda hoje encantam gerações de todas as idades.

Com relação à obra proibida “Caçadas do Pedrinho”, e a justificativa das palavras preconceituosas e estereotipas

“trepar” e “negra”, que não ajudariam na educação com base “nos estudos atuais e críticos que discutem a presença de estereótipos raciais na literatura“ acho a justificativa sem propósito e um grave atentado contra a livre expressão e ao fazer literário e artístico.

Por isso mesmo meus protestos contra essa agressão a um dos mais criativos e nacionalistas escritores do Brasil.

Urubu é negro, macaco trepa; assim como tem gente negra e que trepa. Não vejo razão para colocar a obra num índex proibitivo. E são negros os olhos da minha amada.

Cacemos Pedrinho! Vou fazer a minha perna de pau e colocar sebo para a onça não pegar.

(MATA, João da. In: http://www.substantivoplural.com.br/monteiro- lobato-ea-proibicao-da-cacada-de-pedrinho/. Acessado em

09/09/2011)

MICRO - REVISÃO 2

T29. (UEPA) Sobre os Textos I e II, é correto afirmar que:

I. Ambos são contrários a qualquer proibição.

II. O Texto II afirma que não cabe como livro de formação para crianças.

III. No Texto I, constata-se, nesse caso, a volta da censura.

IV. No Texto I, é possível vislumbrar certa defesa a favor da obra em questão.

De acordo com as afirmativas acima, a alternativa correta é:

a) I e II b) I e IV c) II e III d) III e IV e) I e III

T30. (UEPA) No Texto II, a frase que revela uma opinião do autor sobre a proibição do livro de Monteiro Lobato

“Caçadas de Pedrinho" é:

a) estou muito preocupado com essa proibição ao livro

“Caçadas de Pedrinho”.

b) foi um grande nacionalista e lutou pelo nosso petróleo e recursos minerais.

c) a noite é negra sem luar e ninguém pode mudar a natureza.

d) um grave atentado contra a livre expressão e ao fazer literário e artístico.

e) vou fazer a minha perna de pau e colocar sebo para a onça não pegar.

T31. (ENEM) Negrinha

Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não;

fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados.

Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre escondida, que a patroa não gostava de crianças.

Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres, com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu. Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo. Uma virtuosa senhora em suma – “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio da religião e da moral”, dizia o reverendo.

Ótima, a dona Inácia.

Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva.

[...]

A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos – e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo – essa indecência de negro igual.

LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).

(9)

A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios. Essa contradição infere-se, no contexto, pela

a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as amigas.

b) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com as beatas.

c) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças.

d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no final do texto.

e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com castigos.

MICRO - REVISÃO 3 T32. (UFSM) Leia o soneto a seguir.

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênesis da infância, A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância...

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas - Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!

Augusto dos Anjos, "Eu", Rio de Janeiro, Livr. São José, 1965.

A partir desse soneto, é correto afirmar:

I. Ao se definir como filho do carbono e do amoníaco, o eu lírico desce ao limite inferior da materialidade biológica pois, pensando em termos de átomos (carbono) e moléculas (amoníaco), que são estudados pela Química, constata-se uma dimensão onde não existe qualquer resquício de alma ou de espírito.

II. O amoníaco, no soneto, é uma metáfora de alma, pois, segundo o eu lírico, o homem é composto de corpo (carbono) e alma (amoníaco) e, no fim da vida, o corpo (orgânico) acaba, apodrece, enquanto a alma (inorgânica) mantém-se intacta.

III. O soneto principia descrevendo as origens da vida e termina descrevendo o destino final do ser humano; retrata o ciclo da vida e da morte, permeado de dor, de sofrimento e da presença constante e ameaçadora da morte inevitável.

Está(ão) correta(s)

a) apenas II.

b) apenas III.

c) apenas I e II.

d) apenas I e III.

e) apenas II e III.

T33. Leia o soneto de Augusto dos Anjos, na coluna da esquerda, e o poema de Manuel Bandeira, na coluna da direita.

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância...

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!

Pneumotórax

Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.

A vida inteira que podia ter sido e que não foi.

Tosse, tosse, tosse.

Mandou chamar o médico:

— Diga trinta e três.

— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…

— Respire.

— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.

— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?

— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre os poemas.

( ) Os dois poemas tratam do problema da finitude do corpo, corroído por doenças, utilizando um vocabulário técnico, pouco comum à poesia.

( ) O soneto de Augusto dos Anjos apresenta as energias do universo, que se associam para formar o “Eu”, e não conseguem evitar a decomposição do corpo.

( ) O poema de Manuel Bandeira mostra a fragilidade do corpo, encarada de forma irônica, sem o tom grave de conspiração encontrado em Augusto dos Anjos.

( ) Os dois poemas evidenciam o destino implacável da destruição do homem desde que nasce, marcado pela presença dos vermes.

a) V – F – V – V.

b) F – V – F – F.

c) V – V – V – F.

d) F – F – V – V.

e) V – F – F – V.

(10)

10 T34. (ACAFE) Em relação às escolas literárias, marque com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas.

( ) O Pré-Modernismo é um período de transição para o Modernismo, representado no Brasil pelos escritores Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Lima Barreto (autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma), Graça Aranha (autor de Canaã), entre outros.

( ) O Movimento Antropofágico foi uma corrente de vanguarda que marca a primeira fase da era modernista da literatura brasileira em 1922. Liderado por Mário de Andrade (1893-1945) e pela pintora Anita Malfatti (1889- 1964), a finalidade principal era remodelar a cultura nacional.

( ) O Tropicalismo é um movimento cultural do fim da década de 60 que revoluciona a música popular brasileira.

É iniciado no lançamento das músicas “Alegria, Alegria” de Caetano Veloso e “Domingo no Parque” de Gilberto Gil, no Festival de MPB da TV Record em 1967. Representa também uma certa ruptura com o intelectualismo da Bossa Nova e um reflexo da resistência à censura e à repressão, agravada após o AI-5 (1968).

( ) Tomás Antônio Gonzaga escreveu poesias líricas, típicas do Barroco. Fez uso de linguagem rebuscada e trabalhada ao extremo, usando muitos recursos estilísticos, figuras de linguagem e sintaxe: hipérboles, metáforas, antíteses e paradoxos.

( ) O Romantismo brasileiro caracteriza-se, em sua primeira fase, pelo indianismo e pelo nacionalismo, de que serve de exemplo a citação a seguir, extraída do romance Canção do Exílio, de Casimiro de Abreu: “Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta.”

A sequência correta, de cima para baixo, é:

a) F - V - F - V - V.

b) V - F - V - F - F.

c) F - F - V - V - F.

d) V - V - F - F - V.

GABARITO – TAREFA DO DIA SEGUINTE T01. A

T02. C T03. B T04. D T05. D T06. A T07. D T08. B T09. C T10. D T11. E T12. B T13. B T14. A T15. E T16. E T17. D T18. B T19. E T20. D T21. A

T22. 8+16 = 24

T23. D T24. E T25. B T26. E

GABARITO – MICROREVISÃO 1 T27. B

T28.

a) Sim, pois a descrição da paisagem nevada está repleta de expressões que traduzem a subjetividade do emissor, sensível ao espetáculo inesperado e surpreendente: “mas que maravilhoso espetáculo”, “mas que maravilhoso espetáculo”, “Maravilhoso quadro!”.

b) Sim, já que se trata de expressões típicas da linguagem popular, reveladoras do contexto a que pertence o personagem, homem do meio rural que foi surpreendido por um acontecimento invulgar e de grande beleza.

c) Sim, a descrição é feita também através de frases nominais, ou seja, frases construídas sem verbos (“Rebrilhos de gelo pelo chão. Águas envidradas. As roupas dos varais, tesas, como endurecidas em goma forte”).

GABARITO – MICROREVISÃO 2 T29. D

T30. D T31. D

GABARITO – MICROREVISÃO 3 T32. D

T33. C T34. B

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