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História. Independências da América Espanhola. Teoria. A administração colonial.

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Academic year: 2021

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Independências da América Espanhola

Objetivo

Compreender o processo de independência das colônias espanholas na América, relacionando o contexto geral do ocidente com a Revolução Francesa, e a Independência dos Estados Unidos, a difusão do iluminismo e as Guerras Napoleônicas à crescente insatisfação dos moradores das colônias. A aula também visa explorar as fases desse processo e os diferentes projetos políticos pensados para a América independente.

Se liga

Para compreender melhor esse conteúdo, você precisa assistir às aulas sobre a Conquista da América Espanhola, sobre a Revolução Francesa, a Era Napoleônica e a Independência dos Estados Unidos.

Curiosidade

Em 2013, foi lançado nos cinemas a produção venezuelana “O Libertador”, que conta a história de Simón Bolívar, desde a sua infância, destacando seus amores, a educação iluminista, as viagens pela Europa e a participação do líder revolucionário nas lutas de independência. O filme foi uma grande produção do diretor Alberto Arvelo, sendo um dos filmes mais caros já produzidos na América Latina, e foi indicado para o Oscar como melhor filme estrangeiro.

Teoria

A administração colonial.

A Espanha exercia um rígido controle sobre suas colônias, assim, o exclusivo metropolitano era muito presente nas terras dominadas na América e especialmente rigoroso no combate à evasão dos metais preciosos aqui explorados. Dessa forma, para melhor gerir as riquezas coloniais, a metrópole espanhola dividiu suas posses na América em quatro Vice-Reinos, que teriam representantes da Coroa responsáveis por administrar as regiões mais ricas e com maior foco em comércio, que seriam:

• Vice-Reino da Nova Espanha (México e parte dos Estados Unidos);

• Vice-Reino de Nova Granada (Colômbia e Equador);

• Vice-Reino do Peru (Peru e Bolívia);

• Vice-Reino do Rio da Prata (Paraguai, Uruguai e Argentina).

Além dos Vice-Reinos, a Coroa espanhola também criou regiões administrativas,

conhecidas como Capitanias-gerais, para administrar regiões de importância estratégica e militar para o domínio espanhol. Assim, tais capitanias foram:

• Capitania-geral de Cuba, (1764);

• Capitania-geral do Chile, (1541);

• Capitania-geral da Guatemala, (1560);

• Capitania-geral da Venezuela, (1777).

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Tal divisão administrativa, portanto, permitia que a metrópole enviasse importantes súditos do rei para comandar as defesas coloniais e administrar a exploração e a saída das riquezas da América. Entretanto, os principais conselhos administrativos que tomavam as decisões sobre a colônia não estavam sediados nas posses ultramarinas e nem mesmo contavam com a participação de colonos.

A chamada Casa de Contratação das Índias, por exemplo, foi uma importante empresa colonial, responsável pela administração das posses americanas e pela fiscalização da cobrança de impostos. Apesar de contar com filiais na colônia, sua sede se localizava na importante cidade de Sevilha, e, posteriormente, em Cádiz.

Como a Casa de Contratação era a responsável pela fiscalização de impostos e de comércio, todos os mercadores e riquezas que circulassem entre o Velho e o Novo Mundo deveriam prestar contas à instituição. Dessa forma, para evitar contrabandos e a perda de riquezas, a Casa de Contratação instituiu o chamado regime de porto único, que determinava que o comércio só poderia ser realizado com mercadorias saindo dos portos coloniais de Vera Cruz (México), Porto Belo (Panamá) e Cartagena (Colômbia) e entrando apenas por Sevilha ou Cádiz.

Por fim, a instituição mais importante para a organização de toda essa administração foi o Conselho das Índias, que era responsável por auxiliar o rei na administração de suas colônias. Assim, o conselho deveria criar e organizar os Vice-Reinos, indicar indivíduos para cargos de importância, estabelecer como seria a relação com os indígenas, orientar as defesas coloniais, criar as normas que seriam aplicadas às colônias, funcionar como tribunal e organizar a ocupação da colônia.

A sociedade colonial.

A pirâmide social nos territórios americanos motivou muitos problemas e conflitos. Durante a colonização, a elite política da sociedade era formada pelos Chapetones, que eram espanhóis nascidos na metrópole e que tinham diversos privilégios, dentre eles a possibilidade de ocupar importantes cargos políticos e religiosos como administradores, fiscais, clérigos e oficiais escolhidos pela metrópole.

Abaixo dos chapetones, sem muitos privilégios e poderes políticos, mas com um crescente poder econômico, estavam os chamados Criollos, que eram filhos de espanhóis brancos nascidos na colônia. Por terem nascido na colônia, não eram escolhidos pela metrópole para os cargos administrativos mais importantes; no entanto, graças à força econômica, puderam controlar órgãos como os cabildos (equivalente às Câmaras Municipais).

Fonte: DUBY, Georges. Atlas Historique. Paris: Larousse, 1987, p.282.

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Por volta de 1800, a elite colonial hispano-americana era composta por cerca de 3 milhões de criollos. Essa elite criolla não formava um bloco coeso, subdividindo-se de acordo com os interesses regionais, surgidos em decorrência da própria organização administrativa colonial. No entanto, vale destacar que a maioria desses criollos, ao longo do século XVIII, passou a ser influenciada por importantes movimentos que ocorriam no ocidente. Como muitos jovens costumavam frequentar as universidades europeias, ler livros atuais e se encontrar em lojas maçônicas, os textos iluministas logo se difundiram por esse grupo social, assim como as notícias de movimentos como as independências dos Estados Unidos e do Haiti e a Revolução Francesa.

Abaixo dos criollos, com pouquíssimos privilégios ou poderes, havia os mestiços, que eram os filhos de espanhóis com indígenas ou negros que atuavam muitas vezes como trabalhadores livres, artesãos e pequenos comerciantes. E, por fim, na base dessa sociedade, se encontravam os negros escravizados (sobretudo nas ilhas da América central) e os indígenas em regime de trabalho compulsório pela Mita e Encomienda.

Vale destacar que, na sociedade colonial, a possibilidade de ascensão social era baixíssima e, além disso, entre os séculos XVI e XVIII, a condição dos indígenas, mestiços e negros escravizados pouco havia sofrido mudanças. Apesar de alguns mestiços e indígenas possuírem pequenos privilégios, a realidade da maior parte da população era uma condição severa de exploração, com muito trabalho, enquanto para os criollos havia também a alta carga de impostos e poucos benefícios e privilégios, quando comparados aos chapetones.

Essa situação se tornou ainda mais agressiva no século XVIII, quando o déspota esclarecido Carlos III (1759- 1788) promoveu as Reformas Bourbônicas. Ao longo do século XVIII, a fraqueza espanhola ante a ascensão de potências como a Inglaterra, assim como o fracasso em conflitos como a Guerra dos Sete Anos e os gastos militares, colocou a economia espanhola em uma situação delicada. Dessa forma, interessado em uma redução da dependência econômica espanhola, assim como uma modernização do reino, o rei Carlos III promoveu um conjunto de reformas de caráter liberal e outras claramente pautadas nas práticas mercantilistas.

Dentre elas, podemos citar a manutenção da proibição do comércio entre as colônias e outros reinos (reforçando o exclusivo metropolitano), a continuidade na proibição de indústrias na América, aumento da força militar, criação de novas companhias de comércio e do Vice-Reino do Prata, expulsão dos jesuítas do Império espanhol e, enfim, o aumento da carga tributária entre os colonos.

De fato, as reformas bourbônicas tentaram modernizar a economia espanhola com medidas mais liberais internamente; no entanto, para as colônias, havia um reforço da prática mercantilista e uma nítida tentativa de revigorar a colonização. Tais medidas, portanto, foram recebidas com grande insatisfação pelos habitantes da colônia, que logo se organizaram em importantes movimentos emancipacionistas.

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As independências da América espanhola.

Nessa conjuntura, as reformas bourbônicas, a ascensão de Napoleão Bonaparte na França e o estabelecimento do Bloqueio Continental contra a Inglaterra foram fundamentais para o processo de independência da América Espanhola.

Para fins didáticos, podemos dividir as lutas coloniais contra a Espanha em três fases:

1. Movimentos precursores - 1780 a 1810

Com as reformas bourbônicas, a população colonial demonstrou-se altamente insatisfeita, e logo movimentos defendendo a emancipação de regiões da colônia surgiram. Essa fase é considerada a primeira etapa do processo de independência e um importante momento para demonstrar o enfraquecimento do poder da Coroa.

Rebelião de Tupac Amaru (1780) – Em novembro de 1780, no Vice-Reino do Peru, o líder indígena José Gabriel Condorqui, que se autoproclamava Tupac Amaru II (por ser descendente do antigo imperador Inca), rebelou-se contra a metrópole. Assim, a chamada Rebelião de Tupac Amaru organizou um exército formado por trabalhadores livres, mestiços, indígenas e negros que eram contrários à exploração das camadas mais pobres. Apesar do apoio inicial de alguns criollos, como o movimento se tornou extremamente popular e uma ameaça também para essa elite, estes logo retiraram o suporte, e Tupac Amaru foi capturado. Para servir como exemplo, o líder indígena teve sua língua cortada e o corpo arrastado por cavalos.

Movimento Comunero (1781) – Em 1781, no Vice-Reino de Nova Granada, colonos insatisfeitos com as reformas criaram uma junta de governo chamada de El Común. Mais uma vez, a camada criolla apoiou inicialmente o movimento; no entanto, com a rápida e massiva adesão dos setores populares e a radicalização promovida por líderes mestiços, como José Antônio do Galan, essa elite econômica logo se afastou. Dessa forma, com o afastamento dos criollos e a prisão de Galan, o movimento que visava se rebelar contra a metrópole também fracassou e viu seu principal líder ser esquartejado.

2. Rebeliões fracassadas - 1810 a 1816

No início do século XIX, a Europa se tornou palco de uma série de conflitos, que ficaram conhecidos como as Guerras Napoleônicas. Nesse período, os avanços de Napoleão Bonaparte na Península Ibérica, a imposição de José Bonaparte como rei da Espanha (após a prisão de Felipe VII), a difusão do pensamento iluminista (assim como a influência das independências dos Estados Unidos e do Haiti) e o enfraquecimento da administração colonial desencadearam novas lutas por independência nas colônias da América espanhola.

Visto isso, quando o rei Felipe VII foi deposto pelas tropas napoleônicas, os criollos na colônia se organizaram nos cabildos e formaram as Juntas Governativas. Através dessa nova organização, a elite econômica enfraqueceu ainda mais a autoridade metropolitana e passou a conviver com grande autonomia, controlando a administração colonial.

Essa experiência de liberdade, portanto, aguçou os interesses coloniais por uma emancipação definitiva.

Assim, esse período foi marcado por algumas declarações de independência e por alguns sucessos iniciais, como a emancipação da Venezuela, da Colômbia, do México e do Equador, por exemplo, em 1810, assim como da Argentina, em 1816.

No entanto, vale destacar que, nessa fase, ficou evidente a falta de concordância entre os colonos e as dificuldades encontradas para consolidar as independências. Havia, além disso, a falta de apoio externo,

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pois a Inglaterra, por exemplo, embora tivesse interesse nos mercados americanos, enfrentava ainda os exércitos napoleônicos e tinha que lidar com as dificuldades causadas pelo bloqueio continental.

No entanto, apesar dessas lutas e das pequenas vitórias, a derrota de Napoleão não alterou muito a antiga condição colonial, pois, em 1814, Fernando VII voltou ao trono na Espanha e buscou ampliar a repressão aos movimentos de emancipação e reconquistar os territórios perdidos.

3. Rebeliões vitoriosas - 1817 a 1824

Com o retorno de Fernando VII ao poder, as forças realistas, que apoiavam o monarca e eram formadas por alguns criollos leais à metrópole e por chapetones, logo se mobilizaram para frear o processo de emancipação. Dessa forma, apesar das declarações de independências, apenas após 1817 esses movimentos passaram a conquistar definitivamente suas vitórias com lutas sangrentas.

Sob as lideranças de figuras como Simón Bolívar, José de San Martín, Miguel Hidalgo, Manuel Belgrano e Bernardo O’Higgins, os chamados Libertadores da América conseguiram reunir grandes exércitos populares na luta contra as forças realistas. Além disso, interessados em lucrar com a abertura comercial do continente, países como a Inglaterra e os Estados Unidos – através da Doutrina Monroe (expressa na ideia de “América para os americanos”) – também se posicionaram a favor dos processos de independência. Os Estados Unidos se opuseram a qualquer tentativa de intervenção militar, imperialista ou colonizadora da Santa Aliança (criada durante o Congresso de Viena) no continente americano.

Assim, em diversas partes da América os movimentos emancipacionistas foram conquistando espaço e derrotando as tropas leais à metrópole. A partir de 1820, com as revoluções liberais na Espanha, o poder da metrópole se enfraqueceu ainda mais, possibilitando, enfim, que os exércitos de independência saíssem vitoriosos.

Os libertadores da América.

José de San Martín.

José de San Martín foi um criollo, ou seja, filho de espanhóis, que nasceu em 1778 em Yapeyú (atual Argentina) e teve papel importante nas lutas de libertação da Argentina, do Chile e do Peru. Como San Martín foi educado e viveu parte de sua vida na Espanha, tornou-se, na juventude, um militar das forças espanholas e chegou a atuar com grande importância nas Guerras Napoleônicas ao lado dos espanhóis.

Entretanto, ainda no início do século XIX, a entrada de San Martín para a maçonaria o colocou em contato com as ideias iluministas e com colonos americanos que já se empenhavam nas lutas pela independência. Esse crescente contato, portanto, foi fundamental para uma transformação na mentalidade de San Martín, que renunciou em 1812 ao seu cargo no exército espanhol e se dirigiu para a América.

As expedições de San Martín o levaram da Argentina ao Peru; entretanto, antes da independência definitiva do Peru, as tropas de San Martín, que já haviam conquistado grande parte da região, encontraram-se em Guayaquil, no Equador, com as forças de um outro importante líder separatista, o venezuelano Simón Bolívar. No encontro em Guayaquil, apesar de não divergirem quanto a importância das independências, os projetos políticos almejados por Bolívar e por San Martín eram opostos.

O argentino, educado na Espanha, era um monarquista e acreditava que a melhor forma de consolidar as independências e garantir o reconhecimento destas seria mantendo o continente fragmentado e governado por nobres europeus em um regime de monarquia constitucionalista, que poderia evitar futuras guerras. Bolívar, por sua vez, defendia um projeto de independência completamente oposto e, pela falta de apoiadores, após o encontro em Guayaquil, decidiu abrir mão de seu projeto e voltar para a Argentina.

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Simón Bolívar.

Nascido na atual Venezuela, Bolívar fazia parte da camada criolla da sociedade e contava com grande prestígio econômico, uma educação iluminista e grande preparo militar. Graças a essa formação, aos poderes econômicos e à popularidade entre as camadas mais pobres, o criollo venezuelano teve papel de destaque na emancipação política das colônias espanholas, ficando conhecido, portanto, como “O Libertador”.

Enquanto San Martín realizou expedições pelo Sul e pela costa chilena, Bolívar, ao contrário, protagonizou o processo de independências das colônias ao Norte da América do Sul, sendo a grande liderança nas emancipações da Venezuela (1817), Colômbia (1819) e Equador (1821), onde formou a nação independente e republicana da Grã-Colômbia, em 1821.

A construção da Grã-Colômbia, portanto, já revelava o quanto os ideais de Bolívar e seus projetos políticos divergiam dos de San Martín. Diferente do libertador argentino, o líder venezuelano almejava unificar a América em uma grande confederação republicana, defendendo, assim, ideias que ficaram conhecidas como pan-americanistas. As ideais de Bolívar foram sintetizadas na Carta de Jamaica, escrita em 1815:

“É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o mundo novo uma só nação com um só vínculo, que ligue suas partes entre si e com o todo. Já que tem uma mesma origem, uma mesma língua, mesmos costumes e uma religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que considerasse os diferentes Estados que haverão de formar-se […].”

(A Carta de Jamaica)

A proposta do Pan-americanismo foi discutida no Congresso do Panamá (1826), no entanto, os esforços de Bolívar não foram suficientes para manter as regiões que ajudou a libertar unidas. Seus ideais se chocaram com os interesses das oligarquias locais e com a oposição da Inglaterra e dos Estados Unidos, que não consideravam interessante a formação de uma confederação que garantisse a união e força às regiões recém independentes. Após o fracasso no Panamá, a América Latina fragmentou-se politicamente em pequenos Estados soberanos, governados pela aristocracia criolla.

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Exercícios de fixação

1.

Como era chamada a elite econômica da América espanhola que não possuía privilégios políticos?

a) criollos b) chapetones c) curacas

2.

As colônias espanholas na América foram dividas em:

a) Capitanias hereditárias.

b) Vice-Reinos.

c) Metrópoles.

3.

Dos Libertadores da América citados, qual desses foi responsável pela formação da Grã-Colômbia?

a) D. Pedro I.

b) Simón Bolívar.

c) San Martín.

4.

Quais eram as principais diferenças entre os projetos políticos de San Martín e Simón Bolívar para a América independente?

5.

Qual país apoiou as independências da América Espanhola?

a) Espanha.

b) Rússia.

c) Inglaterra.

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Exercícios de vestibular

1.

(UPE-2016) O XIX foi o século de efervescência nacionalista na Europa, marcado pela implantação das instituições da Revolução Francesa e pelo desenvolvimento das forças produtivas via Revolução Industrial inglesa. A ruptura com o processo colonial no Novo Mundo se deriva dessas revoluções europeias. Surge uma coleção de nações com variados processos genéticos e padrões de construção diferenciados.

LESSA, Carlos. Nação e Nacionalismo a partir da experiência brasileira. São Paulo: Estudos Avançados. 22 (62), 2008.

(Adaptado) Os primeiros processos de emancipação política, no contexto descrito, que causaram grande impacto na América Latina e influenciaram fortemente os demais territórios ocorreram, respectivamente, no:

a) Brasil e na Argentina.

b) na Guiana e no Suriname.

c) no México e na Venezuela.

d) na Colômbia e no Equador.

e) nos Estados Unidos e no Haiti.

2.

(FUVEST-2010) Carlos III, rei da Espanha entre 1759 e 1788, implementou profundas reformas — conhecidas como bourbônicas — que tiveram grandes repercussões sobre as colônias espanholas na América. Entre elas:

a) o estabelecimento de medidas econômicas e políticas, para maior controle da Coroa sobre as colônias.

b) o redirecionamento da economia colonial, para valorizar a indústria em detrimento da agricultura de exportação.

c) a promulgação de medidas políticas, levando à separação entre a Igreja Católica e a Coroa.

d) a reestruturação das tradicionais comunidades indígenas, visando instituir a propriedade privada.

e) a decretação de medidas excepcionais, permitindo a escravização dos africanos e, também, a dos indígenas.

3.

(UNICENTRO/PR-2019) Em 1822, Simon Bolivar e José de San Martim reuniram-se em Guaiaquil, atual Equador. Os dois “libertadores da américa” tinham planos diferentes para o futuro do continente, daí que, após esse encontro:

a) San Martin retornou para a Argentina e Bolívar continuou as lutas de independência contra as forças espanholas.

b) San Martim continuou as lutas de independência e Bolívar retornou para a Venezuela.

c) eles uniram os exércitos e, juntos, venceram definitivamente as forças espanholas na América.

d) Bolívar planejava a fragmentação da América espanhola em diversos pequenos países independentes, o que enfraqueceu a luta de ambos, sendo, finalmente, derrotados pelos exércitos espanhóis.

e) San Martim traiu Bolívar e revelou a conspiração de independência para a Coroa espanhola.

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4.

(UNIVAG/MT - 2019) Os criollos perderam a confiança no governo dos Bourbons e passaram a duvidar da real disposição da Espanha a defendê-los. Seu dilema era premente, já que estavam presos entre o governo colonial e a massa do povo. Nessas circunstâncias, quando a monarquia entrou em crise em 1808, os criollos não puderam permitir que o vácuo político se instaurasse, nem que suas vidas e propriedades ficassem sem proteção. Convencidos de que, se não aproveitassem a oportunidade, forças mais perigosas o fariam, tiveram de agir rapidamente para antecipar-se à rebelião popular.

(John Lynch. “As origens da independência da América espanhola”. In: Leslie Bethell (org.). História da América Latina: da independência até 1870, 2004. Adaptado.)

O excerto alude à situação histórica da América espanhola, marcada pela:

a) grande dívida decorrente da Guerra dos Sete Anos, que levou a Metrópole espanhola a reforçar os laços coloniais, gerando indignação e forte resistência por parte dos criollos.

b) abdicação do rei espanhol frente à invasão napoleônica e pela participação política dos criollos nas Juntas de Governo, formadas nas colônias nesse período.

c) maior rebelião indígena do período colonial, liderada por Tupac Amaru II, que abalou o domínio espanhol e acarretou prejuízos econômicos e financeiros aos criollos.

d) criação dos Vice-Reinados e Capitanias Gerais nas áreas coloniais e pela perda de espaço dos criollos na máquina administrativa criada pela Coroa espanhola.

e) Revolução Liberal do Porto e pela criação de um governo provisório, que convocou eleições gerais para o Parlamento, das quais representantes dos criollos puderam participar.

5.

(FAMERP-2016) O fato das colônias inglesas, espanholas e portuguesas conquistarem sua independência depois de mais de três séculos de dominação colonial em movimentos sucessivos, a partir da segunda metade do século XVIII e durante a primeira metade do século XIX, sugere a existência de determinações gerais que transcendem os quadros nacionais.

(Emília Viotti da Costa. Da Monarquia à República, 1985.)

As correspondências temporais entre os movimentos de independência das colônias americanas podem ser explicadas:

a) pela crise do antigo regime europeu, pelas transformações econômicas ocorridas na Europa e pelo surgimento da filosofia iluminista.

b) pela união das colônias espanholas, pelo apoio dos Estados Unidos aos países da América Latina e pela ocupação de Portugal pela Inglaterra.

c) pela incorporação da cultura indígena pelos libertadores, pela divisão dos grandes latifúndios nas áreas coloniais e pela crise da industrialização inglesa.

d) pela paz e pela tranquilidade vividas na história europeia, pelo fortalecimento do capitalismo comercial e pelas rebeliões de escravos nas colônias.

e) pela aliança dos países colonizadores, pelo avanço dos movimentos operários e pela industrialização das colônias.

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6.

(UNITAU SP/2018) "Eu desejo, mais do que qualquer outro, ver formar-se na América a maior nação do mundo, menos por sua extensão e riquezas do que pela liberdade e glória. Ainda que aspire à perfeição do governo da minha pátria, não posso persuadir-me de que o Novo Mundo seja, no momento, regido por uma grande república. [...] É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um só vínculo, que ligue suas partes entre si e com o todo”.

BOLÍVAR, Simón. Cartas da Jamaica". BELLOTTO, M. L. e CORREA, A. M. M. (org.) Simón Bolívar. Política. São Paulo: Ática, 1983, p. 84 e p. 89.

A “ideia grandiosa” citada no documento de Simón Bolívar refere-se a:

a) Ao federalismo, isto é, à criação de uma confederação de estados latino-americanos, contando, inclusive com o Brasil, já que todos tinham a mesma origem, língua e religião.

b) A um pacto americano que incluía todos os estados de norte a sul, inclusive EUA, com o objetivo de afastar as ameaças colonialistas europeias à soberania latino-americana.

c) A uma América única, geográfica e administrativa, um Estado comum, do qual fariam parte todas as antigas colônias europeias, independentemente das diferenças de línguas, costumes e religiões.

d) Ao pan-americanismo, que afirmava a existência de uma consciência e de uma identidade hispano- americana/latino-americana comum, que superava os "nacionalismos" locais e regionais.

e) Ao pan-americanismo, que propunha a “América para os americanos”, a não criação de novas colônias na América e a defesa do continente contra os ataques à soberania latino-americana.

7.

(UFRGS – 2019) “O propósito de muitos, se não da maioria, dos conflitos políticos da América espanhola, no período posterior à independência, foi simplesmente determinar quem deveria controlar o Estado e seus recursos. Não obstante, surgiram outras importantes questões políticas que variaram de país para país em caráter e importância. Entre 1810 e 1845, a discussão sobre estrutura centralista e federalista do Estado foi fonte de violento conflito no México, na América Central e na região do Prata.”

SAFFORD, Frank. Política, ideologia e sociedade na América espanhola do pós-independência. In: BETHELL, Leslie. História da América Latina, vol. III: da Independência até 1870. São Paulo: Edusp, 2001. p. 369.

O segmento faz menção aos conflitos que se seguiram às independências na América Espanhola.

Assinale a alternativa que indica algumas das consequências desses confrontos.

a) O conflito entre federalistas e centralistas resultou em governos constitucionalmente frágeis e politicamente instáveis em quase toda a região, durante parte do século XIX.

b) A recolonização da região pela Espanha, dada a fragilidade institucional das novas repúblicas independentes.

c) O surgimento de governos democráticos e com ampla participação popular, ainda no século XIX, como uma das formas de resolução desses conflitos políticos.

d) A estruturação de monarquias centralizadas por toda a região, após o fracasso político das repúblicas independentes.

e) A vitória dos movimentos federalistas e a derrota definitiva dos projetos centralistas e autoritários

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8.

(UNESP-2013) É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um único vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que tem uma só origem, uma só língua, mesmos costumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que confederasse os diferentes Estados que haverão de se formar; mas tal não é possível, porque climas remotos, situações diversas, interesses opostos e caracteres dessemelhantes dividem a América.

Simón Bolívar. Carta da Jamaica [06.09.1815]. In: Simón Bolívar: política,1983.

O texto foi escrito durante as lutas de independência na América Hispânica. Podemos dizer que:

a) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar não aceitou a diversidade americana e, em sua ação política e militar, reagiu à iniciativa autonomista do Brasil.

b) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar combateu as propostas de independência e unidade da América e se empenhou na manutenção de sua condição de colônia espanhola.

c) conforme afirma na carta, Bolívar defendeu a unidade americana e se esforçou para que a América Hispânica se associasse ao Brasil na luta contra a hegemonia norte-americana no continente.

d) conforme afirma na carta, Bolívar aceitou a diversidade geográfica e política do continente, mas tentou submeter o Brasil à força militar hispano-americana.

e) conforme afirma na carta, Bolívar declarou diversas vezes seu sonho de unidade americana, mas, em sua ação política e militar, reconheceu que as diferenças internas eram insuperáveis.

9.

(Enem-PPL-2018) Embora a compra de cargos e títulos fosse bem difundida na América, muitos nobres, aí moradores, receberam títulos da monarquia devido a suas qualidades e serviços. Desde o século XVI, os títulos de marquês e conde (títulos de Castela) eram concedidos, sobretudo, aos vice-reis e capitães- gerais nascidos na Espanha. Com menor incidência, esta mercê régia também podia ser remuneração de serviços militares, de feitos na conquista, colonização e fundação de cidades.

RAMINELLI, R. Nobreza e riqueza no Antigo Regime ibérico setecentista. Revista de História, n. 169, jul.-dez. 2013.

Segundo o texto, as concessões da Coroa espanhola visavam o fortalecimento do seu poder na América ao:

a) restringir os privilégios dos comerciantes.

b) reestruturar a organização das tropas.

c) reconhecer os opositores do regime.

d) facilitar a atuação dos magistrados.

e) fortalecer a lealdade dos súditos.

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10.

(FGV-2015) Em 1776, foi declarada a emancipação política dos Estados Unidos. Comparando o processo de independência estadunidense com outros casos na América, podemos afirmar que:

a) a independência dos Estados Unidos foi pacífica, semelhante ao processo brasileiro e diferente do restante da América espanhola, caracterizado pelas guerras contra forças metropolitanas.

b) a escravidão não foi abolida pelo governo dos Estados Unidos no momento da independência política, de maneira semelhante ao que ocorreu no Brasil e na maior parte da América Latina.

c) ao contrário do caso brasileiro e latino-americano, a independência dos Estados Unidos foi liderada pelas camadas populares da sociedade colonial.

d) a instauração de repúblicas democráticas é um traço comum entre o processo de emancipação política dos Estados Unidos e o das outras nações do continente americano.

e) ao estabelecer a sua independência, os líderes estadunidenses imediatamente concederam direito de voto às mulheres, o que não ocorreu no Brasil e tampouco no restante da América Latina.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A

A sociedade colonial espanhola era dividida entre os chapetones, que formavam a elite política dos nascidos na metrópole, os criollos, que eram ricos nascidos na colônia, mas sem privilégios políticos e, na base, os trabalhadores livres, indígenas, mestiços e negros escravizados.

2. B

Para facilitar a administração colonial e a exploração das riquezas, a metrópole dividiu a colônia em Vice- Reinos, que seriam governados por espanhóis indicados pela Coroa.

3. B

Simón Bolívar foi o grande libertador das capitanias e Vice-Reinos do norte da América do Sul, sendo responsável por unificar a região, criando a república da Grã-Colômbia.

4. San Martín defendia uma América fragmentada e com monarquias constitucionais, formadas por reis que seriam nobres europeus. Já Bolívar defendia uma América unificada, com as antigas colônias espanholas formando um único Estado, independente e republicano.

5. C

A Inglaterra apoiou o processo de independência das colônias espanholas, pois tinha interesse na formação de um mercado para os produtos da Revolução Industrial.

Exercícios de vestibulares

1. E

A independência dos Estados Unidos, em 1776, e a independência do Haiti, em 1804, influenciaram profundamente os processos de emancipação das colônias espanholas no início do século XIX.

2. A

Essas medidas geraram insatisfação dos Criollos, a elite econômica colonial, que passaram a buscar o rompimento com as estruturas de dominação metropolitanas.

3. A

O projeto de San Martín não contou com apoio popular, pois visava construir Estados com regimes monarquistas e governados por europeus. Assim, após o encontro de Guayaquil, San Martín abriu mão de seu projeto e voltou para a Argentina.

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4. B

O contexto retratado no fragmento é o das Guerras Napoleônicas, que provocaram profundas mudanças na Europa, destacando-se a invasão francesa na Espanha e a prisão do rei Fernando VII, o que enfraqueceu a colonização e possibilitou que os criollos se organizassem pela emancipação.

5. A

As mudanças ocorridas no século XVIII foram fundamentais para desencadear os processos de independências americanas, pois a difusão das ideias iluministas minou o poder do absolutismo e espalhou pela América os interesses emancipacionistas.

6. D

O pan-americanismo de Bolívar era motivado pela identificação comum entre as antigas colônias espanholas, que compartilhavam a mesma língua, religião e cultura; logo, para o Libertador, deveriam também formar um Estado único e forte.

7. A

Apesar de possuir defensores de uma integração regional, as diferenças fizeram com que a unidade territorial da antiga colônia espanhola não fosse mantida. Entre as principais diferenças estão os confrontos entre centralizadores e federalistas.

8. E

Simón Bolívar foi o principal líder que conduziu o processo de Independência da América Espanhola. Em suas cartas, Bolívar deixou claras as contradições que o atormentavam. Apesar da vontade de promover uma América Latina integrada, sabia que o projeto não poderia ser levado a cabo à época.

9. E

A distribuição de cargos políticos e títulos nobiliárquicos aos chapetones era uma forma de a Coroa portuguesa manter o poder e o privilégio de seus súditos que viviam tão distantes da metrópole, evitando, assim, a criação de poderes paralelos ou revoltas.

10. B

A maioria dos processos de independência da América não tiveram como consequência a imediata abolição da escravidão. No caso do Haiti e da República Dominicana, houve um processo de independência paralelo ao da abolição, mas na América espanhola a abolição contou com datas diferentes.

Referências

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