Lisboa, 16 de Junho de 2014
Filipa Jorge Teixeira
2009171
RELATÓRIO FINAL
DE ESTÁGIO DO 6º ANO
MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA
ANO LETIVO 2013/2014
Faculdade de Cências Médicas
Ao meu avô, por ser a base de tudo o que sou,
À minha mãe, avó e irmã pelo apoio incondicional durante todo este percurso,
Aos meus amigos pelo companheirismo,
Aos professores e tutores, cujo incansável empenho no ensino me permitiu crescer na minha formação e compreender a importância da formação interpares,
Í
NDICE
I – INTRODUÇÃO
1
II – CORPO DE TRABALHO
A – Estágio de Ginecologia-Obstetrícia
2
B – Estágio de Saúde Mental
2
C – Estágio de Medicina Geral e Familiar
3
D – Estágio de Pediatria
3
E – Estágio de Cirurgia Geral
4
F – Estágio de Medicina Interna
5
III – OUTRAS ATIVIDADES
7
IV – REFLEXÃO CRÍTICA FINAL
8
I – I
NTRODUÇÃO
“… Os métodos do cientista de pouco serviriam se este não tivesse à sua disposição um imenso repositório de conhecimentos e experiências anteriores. Neste repositório nada, provavelmente, será inteiramente correto; mas é-o o suficiente para que o cientista aí encontre pontos de partida para o trabalho do futuro. A Ciência é um corpo sempre crescente de conhecimentos, composto de sequências, de reflexões e de
ideias - mas, mais ainda, de experiências e atos de uma grande corrente de pensadores e trabalhadores…” J.D. Bernal
O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina é considerado um estágio profissionalizante
que engloba o exercício orientado e programado da Medicina, por diversas áreas médicas e
cirúrgicas, integrando o aluno nas equipas médicas e na prática clínica.
De modo a que este ano fosse de facto um ano de formação para a minha futura profissão de
médica propus-me os seguintes objetivos, transversais a todas as especialidades:
✦ Desenvolver os meus conhecimentos teóricos e práticos nas várias especialidades;
✦ Desenvolver a compreensão do que significa ser médico, da identidade e responsabilidade
profissional, e dos valores e atitudes que os médicos devem cultivar;
✦ Adquirir as capacidades necessárias ao trabalho em equipa;
✦ Desenvolver a capacidade de comunicação com doentes, colegas e outros profissionais;
✦ Respeitar os valores, preocupações e direitos das pessoas;
✦ Identificar as aptidões de comunicação interpessoal necessárias a estabelecer uma relação
médico-doente que permitam providenciar cuidados de saúde de qualidade;
✦ Desenvolver a sensibilidade particular para a abordagem de doentes em fim de vida, e das
situações de obstinação terapêutica.
Este relatório final é referente ao 6º ano profissionalizante do ano letivo de 2013/2014,
segundo o modelo proposto e aprovado pelo Conselho Pedagógico e Científico da FCM. Constitui
um elemento de discussão da Prova Pública Final e pretende fazer uma síntese de todos os
elementos considerados representativos do estágio final do 6º ano e uma reflexão crítica final.
O relatório encontra-se estruturado em quatro capítulos: Introdução, Corpo de Trabalho,
Outras Atividades e Reflexão Crítica Final. A descrição dos estágios parcelares visa rever e
analisa-los sucintamente, encontrando-se dividida em seis secções organizadas por ordem
cronológica. Em Anexo encontram-se os certificados das atividades extra-curriculares que realizei
ao longo deste ano letivo.
II – C
ORPO DE
T
RABALHO
1. Estágio de Ginecologia-Obstetrícia(quatro semanas: 16/9/2013 a 11/10/2013)
Regente: Prof. Doutora Fátima Serrano Tutora: Drª. Sofia Alegra Local: Hospital Cuf Descobertas
O estágio está organizado de modo a que os alunos tenham a oportunidade de contatar com
as várias áreas desta especialidade, pelo que somos distribuídos por consultas de obstetrícia,
ginecologia, senologia, uroginecologia e trombofilias, ecografias ginecológica e obstétrica,
colposcopias, bloco operatório, serviço de urgência e bloco de partos. No último dia de estágio
todos os alunos são submetidos a um exame oral referente ao Relatório Parcelar do Estágio.
Nas consultas pude realizar o exame objetivo da grávida, pesquisa do foco fetal,
preenchimento do boletim de grávidez e exame ginecológico. Assisti a um total de 64 consultas e
realizei 20 citologias cervicais. Na consulta de Uroginecologia, pude praticar a avaliação do
prolapso e sua caracterização/classificação com o POP-Q test e realização de teste de esforço.
No bloco de partos pude participar como 2ª ajudante em 15 CST e 5 PTE realizados pela
minha tutora e no bloco operatório tendo em conta que a Dra Sofia Alegra está a cargo da
unidade de Uroginecologia, assisti e participei como 3ª ajudante em 6 cirurgias desta área.
Destaco ainda a realização de duas histeroscopias e a formação em Ecografia Fetal em que
pela primeira vez pude realmente observar e compreender a evolução fetal ao longo da gestação.
Um aspeto de grande relevância para mim neste estágio é que pelo facto de ser um hospital
privado é feito o acompanhamento de grávidas de baixo risco durante toda a gestação, e
realizam-se consultas de rotina de ginecologia de mulheres sem patologia. O que no sistema
público se divide entre Hospital/Centro de saúde. Sendo que, conhecimento do decorrer da
gestação de baixo risco e o acompanhamento de rotina da mulher saudável é essencial para no
futuro estarmos atentos para a deteção dos casos em que surge patologia.
2. Estágio de Saúde Mental(quatro semanas: 14/10/2013 a 8/11/2013)
Regente: Prof. Doutor Miguel Xavier Tutor: Dr. Joaquim Gago
Local: Equipa de Saúde Mental Comunitária de Oeiras (E.S.M.C)
Nos dois primeiros dias do estágio assisti aos seminários lecionados pelo Prof. Doutor Miguel
Xavier, onde foram discutidos casos clínicos de modo preparar os alunos para identificar/resolver
Na componente prática do estágio acompanhei o Dr. Joaquim Gago nas consultas externas
da E.S.M.C de Oeiras. Esta unidade é composta por psiquiatras, psicólogos, enfermeiros,
terapeutas ocupacionais e assistentes sociais, que prestam de forma integrada cuidados de
ambulatório (consultas, psicoterapias, intervenções domiciliárias, etc). Assisti a um total de 39
consultas, sendo as patologias que observei mais frequentemente, Esquizofrenia, Depressão
Major, Perturbações da personalidade e Doença bipolar. Durante as consultas, tive a
oportunidade de interagir com os doentes e esclarecer algumas dúvidas relativamente à história
do doente, diagnóstico e intervenção terapêutica. Acompanhei ainda o Dr. Joaquim Gago no
serviço de urgência, onde pude observar um grupo heterogéneo de doentes, em estado “agudo”
das suas patologias.
Durante três dias estive no internamento do Serviço de Psiquiatria de adultos do Hospital
Egas Moniz, onde pude entrevistar um doente e assisti à reunião da equipa do internamento.
A vivência da doença e do seu estigma para o doente com patologia psiquiátrica reflete-se no
seu dia-a-dia de uma forma tão marcante como provavelmente em nenhuma outra área da
medicina. A reabilitação destes doentes tem como pedra basilar o reconhecimento das
capacidades e competências destas pessoas e a aprendizagem de como viver com a sua doença.
Durante o estágio tive a oportunidade de realmente me formar no sentido de perder o estigma em
relação a estes doentes e perceber o que é necessário para a sua integração na comunidade.
Para tal foi essencial a minha participação nas atividades da unidade de reabiltação psicossocial o
Farol do Búgio integrada no projeto da E.S.M.C, e ter assistido à apresentação do programa
Recovery e do projeto da “Rádio Autora a Outra Voz”.
Como objeto de avaliação realizei uma história clínica de um caso de Esquizofrenia paranóide
e realizei também a tradução da 9ª sessão do livro “Psycoeducation Manual for Bipolar Disorder”.
3. Estágio de Medicina Geral e Familiar(quatro semanas: 11/11/2013 a 6/12/2013)
Regente Prof. Doutora Isabel Santos Tutores: Dr. Sampaio Duarte e Dr. Rui Fontes
Local: Unidade de Saúde da Lagoa (Centro de Saúde de Ponta Delgada, Açores)
Durante o estágio acompanhei os meus tutores nas consultas de Saúde Materna, Saúde
Infantil, Planeamento Familiar, Saúde de adultos, Diabetes e Domícilios. Foi-me concedida a
consultas de forma autónoma, e assisti a um total de 40 consultas.
Realizei dois rastreios para avaliação do risco diabético, o que me permitiu num curto espaço
de tempo, não só conhecer uma grande amostra da população desta região, conhecer os seus
hábitos alimentares e rotinas, bem como treinar as capacidades de intervenção no estilo de vida.
No final do estágio realizei o Diário do Exercício Orientado que gostaria de realçar como um
exercício de avaliação prático, sucinto e com utilidade clínica e académica para os alunos.
A região da Lagoa na ilha de São Miguel corresponde a um ambiente rural, com uma
população com caracteristicas demográficas bastantes diferentes da realidade que já vivenciei em
Portugal Continental. É uma população bastante jovem, com uma alta taxa de abandono escolar e
alta taxa de natalidade, encontrando-se a esperança média de vida ao redor dos 70 anos. Este
contexto social traduziu-se numa enorme diversidade de situações e estratos sociais observados,
o que se reflete em espetros variáveis de manifestação das queixas e vivência da dolência. A
unidade de saúde da Lagoa não está ainda organizada segundo o plano das USF, tendo uma
dinâmica diária bastante diferente da que experienciei no 5º ano na USF da Amadora. Pelo que a
realização deste estágio foi uma experiência bastante enriquecedora a nível académico e pessoal.
De todos os estágios que realizei, foi neste que senti maior dificuldade no cumprimento dos
meus objetivos. Em meio hospitalar somos “formatados” segundo uma abordagem mais “sucinta”
do doente, o que dificulta a nossa inserção na prestação de cuidados de saúde primários. A
comunicação médico-doente, a hierarquização dos problemas de saúde, e a aplicação de um
plano terapêutico eficaz apesar de que teoricamente deveriam ser encarados do mesmo modo em
ambos os ambientes, contudo essa realidade não se constata, o que dificulta a nossa inserção no
ambiente comunitário num espaço de tempo tão limitado.
4. Estágio de Pediatria(quatro semanas: 9/12/2013 a 17/01/2014)
Regente: Prof. Doutor Luis Varandas Tutora: Drª. Paula Kjöllerstrom Local: Hospital de Dona Estefânia
Neste estágio pude integrar-me na equipa médica do serviço de Hematologia Pediátrica. Na
Enfermaria participei na avaliação e elaboração dos diários clínicos dos doentes internados
incluindo os doentes em isolamento por aplasia medular. Na Consulta e Hospital de dia participei
terapêutica. Para mim a grande mais valia deste estágio foi familiarizar-me com patologias com as
quais pouco contatei durante o curso, bem como estruturar o diagnóstico diferencial destas
patologias baseada nos dados na anamnese e exame objetivo, auxiliado pelos ECD’s.
Por outro lado, no Serviço de Urgência foi possível renovar os conhecimentos teóricos
adquiridos previamente e sentir-me útil ao aplicá-los no diagnóstico e terapêutica das crianças
com patologia do foro da Pediatria geral.
Durante dois dias frequentei ainda o Serviço de Cardiologia Pediátrica, onde um dia contatei
com os doentes da enfermaria e no dia seguinte observei duas intervenções valvulares na sala de
intervenção hemodinamica.
A atividade formativa do estágio abrangeu aulas teórico-práticas de Imunoalergologia
lecionadas pela Drª. Paula Leiria Pinto, sessões clínicas, reuniões da Sessão de orientação e
formação de internos e alunos (Projeto Sofia), e Seminários onde apresentei um trabalho sobre
Parâmetros laboratoriais na avaliação das Anemias.
Como objeto de avaliação realizei ainda uma história clínica de um caso de Síndrome torácico
agudo. Uma nota de entrada de um caso de Púpura trombocitopénica imune e uma nota de alta de um caso de Crise vaso-oclusiva.
5. Estágio de Cirurgia Geral(oito semanas: 27/1/2014 a 21/3/2014)
Regente: Prof. Doutor Rui Maio Tutora: Drª. Catarina Caseiro Local: Hospital de Vila Franca de Xira
O estágio foi repartido por três áreas diferentes: seis semanas no Serviço de Cirurgia Geral,
uma semana no Serviço de Ortopedia e uma semana no Serviço de Urologia.
No Serviço de Cirurgia Geral, acompanhei diariamente a atividade da Drª. Catarina Caseiro e
da sua equipa médica, que se dedica maioritariamente à cirurgia colo-retal. Na Enfermaria e
Consulta externa contatei com casos das principais síndromes cirúrgicas, participei na avaliação e
elaboração dos diários clínicos dos doentes e pude discutir ativamente com a minha tutora todos
os doentes. No Bloco operatório adquiri competências para preparação individual para a
participação em atos cirúrgicos e partipei em atos operatórios como 2º ajudante, em 4 cirurgias.
Na Pequena cirurgia e Serviço de urgência pude praticar as técnicas de pequena cirurgia mais
comuns e conhecer as técnicas de anestesia e de assépsia necessárias para o efeito, tendo
realizado 15 procedimentos de Pequena cirurgia. No contexto da consulta externa e do serviço de
urgência pude ainda adquirir competências para a avaliação e distinção das situações clínicas
com indicação cirúrgica eletiva/urgente.
Os estágios nos Serviços de Ortopedia de Urologia, permitiram-me complementar a minha
formação em ambas as especialidades, cujo contato anterior no curso foi bastante limitado.
A atividade formativa compreendeu sessões teórico-práticas e o Mini-congresso, que
decorreu no último dia de estágio no Hospital Beatriz Ângelo. Neste foram apresentados casos
clínicos acompanhados pelos alunos durante o estágio, com uma pequena revisão bibliográfica
sobre a patologia em causa. Com o meu grupo apresentei um caso sobre “Pé Diabético”. Como
objeto de avaliação realizei ainda uma história clínica de um caso de Pancreatite Aguda.
6. Estágio de Medicina Interna (oito semanas: 24/3/2014 a 23/5/2014)
Regente: Prof. Doutor Fernando Nolasco Tutora: Drª. Helena Nunes Local: Hospital de Santo António dos Capuchos
Se o sexto ano é um ano profissionalizante, sem dúvida que este estágio foi de todos onde
atingi com maior rigor os objetivos gerais de uma formação profissionalizante. Fui integrada na
equipa dirigida pela Drª. Madalena Lisboa, tendo diariamente na enfermaria a meu cargo três
doentes. A responsabilidade de avaliar os doentes, requisitar os ECD’s e prôpor as medidas
terapêuticas, discutindo-os com a equipa médica permitiu-me evoluir bastante.
Acompanhei a Drª. Helena Nunes na consulta externa de Risco Cardiovascular, onde contatei
com doentes com múltiplas co-morbilidades e fatores de risco cardiovasculares. Realizei 5
consultas de forma autónoma, o que me permitiu melhorar as minhas competências na
abordagem sistematizada da investigação e tratamento das patologias em questão.
No serviço de Urgência acompanhei a Drª. Helena Nunes na observação de doentes na sala
de Reanimação e nas Salas de Observação, discutindo hipóteses diagnósticas e atitudes
terapêuticas dos doentes em estado clínico agudo. No Balcão de Atendimento Geral tive a
oportunidade de avaliar os doentes autonomamente sob a supervisão do Dr. Vítor Freitas.
Assisti também à apresentação das sessões clínicas do Serviço e às reuniões de serviço, no
qual se discutiam os doentes da Enfermaria. A atividade formativa compreendeu aulas
teórico-práticas lecionadas na FCM e no HSFX. Como objeto de avaliação realizei a apresentação de um
caso clínico sobre Síndrome de Heyde e uma história clínica de um caso de Neutropénia Febril.
III – ATIVIDADES EXTRA-CURRICULARES
Revisão teórica acerca das Infeções do Trato Urinário Nosocomiais e elaboração do formulário para preenchimento médico nos Serviços do CHLC, sob a orientação da Dr.ª
Helena Estrada. (consultar Anexos)
Em conjunto com os meus colegas, Ana Carolina Pedroso e Vicente Campos, tivemos a
oportunidade de colaborar com o trabalho desenvolvido pelo Grupo de Coordenação Local -
Programa de Prevenção e Controlo de Infecções e de Resistência aos Antimicrobianos do CHLC,
que é responsável por implementar uma abordagem estruturada, multidisciplinar e multiprofissional
para a prevenção e controlo de infeção adquirida durante o internamento hospitalar.
No âmbito deste projeto, está a ser realizado um estudo epidemiológico prospetivo das
infeções nosocomiais da corrente sanguínea, pelo que nos propusemos a dar continuidade
complementando-o com o estudo da vigilância das infeções do trato urinário nosocomiais. Este
formulário será um ferramenta para este estudo que apresenta fundamentalmente dois objetivos
principais:
- determinar a taxa de prevalência das infeções urinárias nos serviços do CHCL;
- determinar quais os agentes patogénicos mais envolvidos nestas infeções, e o seu respetivo perfil de resistência aos agentes antimicrobianos.
Sessões de Formação e Congressos
• International Forum on Innovation in Mental Health. Fundação Calouste Gulbenkian 3 e 4 Outubro de 2013;
• Sessão de apresentação da Iniciativa Nacional de Promoção da Orientação para o
Recovery, FCM 23.10.2014;
• Sessão de Formação em Imagiologia de Urgência, pelo Dr. Hugo Rio Tinto. FCM 10.3.2014; • Hipertensão arterial e Insuficiência Cardíaca – Estado da Arte em 2014. FML 11.4.2014;
• Sessão de Formação – Prevenção e controlo de infeções nosocomiais, pela Drª. Helena
IV – REFLEXÃO CRÍTICA FINAL
O final do 6º ano representa não só o final do estágio profissionalizante, mas também o fim de
um percurso de educação científica e profissional. No entanto, a nossa formação e aprendizagem
são contínuas para a vida. Poucas profissões têm este percurso de exigência, e a nossa
sociedade, cada vez mais, exige competência profissional dos médicos. Mas a “educação de um
Médico requer cultura, sem o que a sua compreensão do indivíduo doente será sempre limitada;
(…) impõe sentido ético e moral e interesse pelo próximo, sem o que não poderá apreender e
viver o espírito de serviço que deve ser o paradigma da sua profissão.”1
Posto isto, sendo este o ano que precede o início da prática clínica mais autónoma, é fulcral
que os estágios cumpram o objetivo a que se propõem, o de “profissionalizar” os alunos –
estimulando no futuro médico o raciocínio clínico, orientado e estruturado, e a capacidade de
decidir e de interagir com a multiplicidade de elementos que pautam o quotidiano dos prestadores
de cuidados de saúde. Como tal, assumi como príncipio a priori deste ano, o tomar uma atitude
participativa, crítica e interventiva durante todos os estágios.
Relativamente aos objetivos que deliniei, e atingi com satisfação, destaco as competências
para a observação e interrogatório do doente, pedido de ECDs, elaboração de relatórios clínicos,
aptidões de comunicação interpessoal, reconhecimento e preocupação com as várias dimensões
da pessoa a quem presto cuidados de saúde e capacidade de trabalho em equipa. De um modo
geral, considero que as minhas dificuldades se prendem com a interpretação de exames de
imagem, proposta de terapêutica, compreensão da responsabilidade profissional e,
principalmente, a abordagem do doente em fim de vida, uma realidade cada vez mais frequente
devido ao envelhecimento da população.
Avaliando a nossa formação médica, penso que seria crucial que a aprendizagem médica
fosse reforçada a nível de centros de saúde, domícilio dos doentes, centros de saúde mental
comunitários, etc, onde encontramos pessoas saudáveis, doentes com patologias mais frequentes
e que têm um menor “peso institucional” para o doente.
E assim chego ao final do início do meu percurso, com o privilégio e satisfação de sentir que a
1
profissão que escolhi exercer me completa e fascina em todas as suas vertentes!
V – A
NEXOS
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU) FORMULÁRIO INDIVIDUAL Nome:_____________________________ Unid.Func.:_________________________ Nº Processo________________________ Data de admissão no CHLC: ___/___/_____ Data de saída do hospital: ____/___/_____ Nº de episódio de ITU neste internamento: Identificação:
(Colar Vinheta de internamento)
1º 2º 3º ou mais
Alta
Transferência
Data de saída
(da UF) _______/ _____/ _______
Resultado do internamento (da UF)
Morte
Origem da ITU
Comunidade Nosocomial Associada a cateter urinário (presente na altura da ITU ou até pelo menos 3 dias antes)
Motivo de colocação do cateter urinário Dias de cateterização
Retenção urinária ≤ 7 dias
Medição da diurese > 7 dias e ≤ 15 dias
Ulcera sagrada ou perineal >15 dias e ≤ 30 dias
Outro. Qual?_______________________ > 30 dias
Desconhecido Desconhecido
Tipo de infecção
Cistite Pielonefrite Bacteriémia Outra ____________________ Outros factores de risco
Sexo F M Antibioterapia prévia recente (≤ 15 dias)
Diabetes mellitus Internamento prévio recente (≤ 15 dias)
Alteração anatómica/funcional do trato urinário: SIDA (CD4 <200)
Uropatia obstrutiva (litiase, tumor, hipertrofia
prostática, bexiga neurogénica) Neoplasia hematológica
Doença poliquistica renal Outra neoplasia (metastizada)
Refluxo vesico‐ureteral Quimioterapia (<1 mês)
Resíduo pós‐miccional Radioterapia (<1 mês)
Insuficiência renal crónica (clearance creatinina
<50ml/min) Neutropénia (< 500 neutrófilos /mm
3
)
Procedimento urinário recente (<30 dias ) Corticoterapia (prednisolona > 20mg/dia ou equivalente
nos 15 dias prévios ao episódio de ITU)
Outros imunossupressores (ex: interferões, tacrolimos)
DATA DA ITU _________/__________/___________ Sem isolamento microbiológico
Se o mesmo cateter está presente há > 15 dias a colheita de urocultura foi feita após a sua substituição? S N
Microrganismos NT ( Nº de frasco da UC): __________________
Microrganismo 1: Microrganismo 2:
Resistências dos Microrganismos aos antibióticos testados na hemocultura Preencher com o(s) microrganismo (s) isolados na urocultura e respectivo TSA * Os microrganismos com sensibilidade intermédia aos antibióticos são assinalados como resistentes com (I) Registo do TSA
Microrganismo 1 Microrganismo 2 Microrganismo 3
Antibióticos
S R* S R* S R*
Ampicilina AMP
Aminopenicilinas Amoxicilina/Ac.
Clavulânico AMX
Benzilpenicilinas Penicilina PEN
Cefalotina CEP
Cefepima FEP
Cefotaxima CTX
Ceftriaxone CRO
Ceftazidima CAZ
Cefalosporinas
Cefoxitina FOX
Cefuroxime CFX
Isoxazolipenicilinas Meticilina/Oxacilina MET/OXA
Ureidopenicilinas Piperacilina‐Tazobactam TZP
Imipenem IPM
Carbapenemos
Meropenem MEM
Amicacina AMK
Gentamicina GEN
Gentamicina (AC) GEH
Aminoglicosídeos
Tobramicina TOB
Vancomicina VAN
Glicopéptidos
Teicoplanina TEC
Quinolonas Ciprofloxacina CIP
Lincosamidas Clindamicina CLI
Macrólidos Eritromicina ERI
Sulfonamidas Co‐trimoxazol SXT
Polimixina Colistina COL
Glicilciclinas Tigeciclina TIG
Outros Linezolide LNZ
Fluconazol FLU
Anfotericina B ATB
Antifúngicos
Voriconazol VCZ
Marcadores Positivo Negativo Positivo Negativo Positivo Negativo
Produtora de β‐lactamases de espectro alargado ESBL
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU) Instruções de preenchimento Definição Infecção de um órgão do aparelho urinário cursando
com sinais e sintomas que incluem febre (>380C) “de
novo” ou em agravamento, arrepios,
dor/hipersensibilidade nos flancos, ângulos costo‐ vertebrais ou região supra‐púbica, disúria,
polaquiúria, urgência miccional, hematúria e
urocultura com isolamento microbiológico, sem identificação de outra causa. Adquirida na comunidade – quadro clínico iniciado no ambulatório ou nas primeiras 48 horas de internamento hospitalar. Nosocomial – quadro clínico iniciado depois das primeiras 48 horas de internamento hospitalar. Origem da ITU Para qualquer dos tipos (comunidade ou nosocomial) assinalar se está associada a cateter urinário: presença de cateter urinário na altura da ITU ou até pelo menos 3 dias antes. Cistite – infecção da bexiga com queixas urinárias baixas – dor hipogástrica, disúria, polaquiúria, urgência miccional, hematúria e febre geralmente até
aos 380C.
Pielonefrite – infecção renal cursando com febre
>380C, dor nos flancos ou ângulos costo‐vertebrais,
A Plataforma para a Saúde Mental da Gulbenkian, em parceria com a
World Health Organization e Faculdade de Ciências Médicas da Universidade
Nova de Lisboa organizaram no dia 3 e 4 Outubro de 2013, o International Forum on Innovation in Mental Health.
Apresentação Iniciativa Nacional de Promoção da Orientação para o
Recovery, dirigida pela psicóloga Dra. Marta Ferraz, a sessão foi dividida em duas partes, inicialmente foi apresentado o programa Recovery, que desde Junho de 2013 está a ser implementado em Portugal, e na segunda parte
decorreu uma palestra dada por Lynn Legere, diretora do programa Life Long Learning & Peer Support no Transformation Centre de Boston, MA.
Sessão de Formação em Imagiologia de Urgência, pelo Dr. Hugo Rio Tinto.
Hipertensão arterial e Insuficiência Cardíaca – Estado da Arte em 2014.
Ação de Formação sobre Prevenção e Controlo de Infeções Nosocomiais
e Resistências Bacterianas – Dra. Helena Estrada.