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Auditoria Governamental para Auditor de Controle Externo do TCE-PA

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Academic year: 2021

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Aula 01

Auditoria Governamental para Auditor de Controle Externo do TCE-PA 1 Conceito, evolução. 1.1 Auditoria interna e externa: papéis. 1.2 Auditoria governamental segundo a INTOSAI (International Organization of Supreme Audit Institutions). 1.3 Auditoria interna segundo o IIA (Institute of Internal Auditors).

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Auditoria – conceitos gerais

Vamos começar nossa aula de hoje olhando para o passado para entender como surgiu a auditoria independente e qual o seu objetivo...

A auditoria independente surgiu para atender uma necessidade decorrente da evolução do sistema capitalista. No início, as empresas eram fechadas e familiares, posteriormente, a evolução da economia trouxe, para algumas empresas, a necessidade de captar dinheiro de terceiros.

Ou seja, para crescer é necessário dinheiro e, em muitas ocasiões, esse recurso tem que vir de investidores externos à empresa (bancos, credores, acionistas etc.)

Bom, agora se coloque na posição desses investidores. Com certeza, você vai querer saber onde está colocando seu dinheiro – vai se perguntar se o investimento é seguro, se a empresa é saudável, quais são seus ativos e passivos...

Em resumo, esses investidores precisavam conhecer a posição patrimonial e financeira das empresas em que iriam investir. Essa necessidade de informação era essencial para que pudessem avaliar a segurança, a liquidez e a rentabilidade de seu futuro investimento.

As empresas passaram, então, a publicar suas demonstrações contábeis (balanço patrimonial, demonstrativo de fluxo de caixa1 etc.), como forma de prover informações sobre a sua situação econômico-financeira para o mundo exterior.

Você deve saber que a Lei nº 11.638/07 instituiu várias modificações nos padrões de contabilidade até então vigente no Brasil. Porém, ficou mantida na norma a expressão “demonstrações financeiras” ao invés de “demonstrações contábeis”, que é a nomenclatura correta, por ser mais abrangente do que a adotada na legislação. Assim, você pode encontrar na prova tanto uma como outra expressão, indistintamente.

Entretanto, ainda havia um problema: como garantir a completude, correção e idoneidade dessas informações?

1 A Lei nº 11.638/07 substituiu a demonstração das origens e aplicações de recursos pela demonstração dos fluxos de

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É nesse momento que surge a necessidade de uma avaliação independente da real situação da empresa. Nasce, então, a auditoria! Auditar é, antes de tudo, avaliar.

Enfim, a auditoria independente existe para dar segurança aos usuários das demonstrações contábeis (i.e. acionistas, credores, o governo e a sociedade). Mas segurança de que?

Segurança de que as informações apresentadas pela entidade realmente são fidedignas, realmente retratam a situação patrimonial, financeira e econômica representada nas demonstrações contábeis.

Podemos definir, de maneira mais ampla, a auditoria independente como o exame sistemático e independente das atividades desenvolvidas em determinada empresa ou setor.

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Dessa forma, toda vez que se deseja obter uma opinião isenta e técnica sobre determinado assunto, podemos fazer uso da auditoria independente. Quando o objeto que demanda uma opinião são as demonstrações contábeis, dizemos que se faz necessária uma auditoria independente das demonstrações contábeis. A auditoria contábil é uma técnica da contabilidade que objetiva avaliar as demonstrações contábeis de uma entidade.

Mas quando uma auditoria contábil é necessária?

Provavelmente, você já deve ter percebido que a auditoria tornou-se necessária para o correto funcionamento das atividades econômicas de hoje e que, apesar de já termos uma boa intuição sobre o assunto, ainda não falamos, explicitamente, sobre os motivos que levam a contratação do auditor.

Bom… o primeiro e mais óbvio motivo são as determinações legais. Vejamos algumas empresas que são legalmente obrigadas a serem auditadas:

 a Lei 6.404/76 (lei das sociedades anônimas por ações) estabelece que as companhias abertas devem ser auditadas por auditores independentes registrados na CVM;

 a Lei 11.638/07, que alterou a lei das S.A., estabelece que as empresas de grande porte2 , ainda que não constituídas sob a forma de sociedade

por ações, devem ser auditadas por auditores independentes registrados na CVM;

 o Banco Central determina que as instituições financeiras sejam auditadas por auditores independentes;

• a CVM, por meio da Instrução 247/96, obrigou que as demonstrações consolidadas de controladoras e controladas sejam submetidas à auditoria independente;

• A SUSEP por intermédio da Res. CNSP3 nº 118, de 2004, determinou que as demonstrações contábeis, inclusive as notas explicativas das sociedades supervisionadas (sociedades seguradoras, de capitalização,

2 As empresas de grande porte são aquelas que tenham, no exercício anterior, ativo total superior a R$240 milhões ou

receita bruta anual superior a R$300 milhões.

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resseguradoras locais e entidades abertas de previdência complementar) devem ser auditadas por auditor independente; e assim por diante...

Além das obrigações legais, existem outros motivos que podem levar uma empresa a se submeter a uma auditoria externa, entre eles citamos:

 como medida de controle dos próprios proprietários;

 imposição de credores ou bancos, para possibilitar compras a prazo ou empréstimos;

 exigências estatutárias da própria empresa;  para efeito de fusão, incorporação ou cisão.

Enfim, sempre que há necessidade (legal ou de mercado) de prover os usuários das informações contábeis com uma opinião técnica e independente sobre as demonstrações financeiras, o auditor se faz necessário.

Objetivos gerais do auditor independente

Os objetivos gerais do auditor independente são tratados na Resolução 1.203/09 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) – a NBC TA 2004.

Esta é a norma fundamental no novo contexto de auditoria inaugurado a partir das recentes alterações. Ela estabelece os requisitos necessários para o exercício da auditoria independente.

De uma forma geral, essa norma expõe os objetivos gerais do auditor, a natureza e o alcance da auditoria. Além disso, essa norma também define a “lógica de funcionamento” das normas técnicas de auditoria (NBC TAs), detalhando como estão estruturadas, quais são os seus objetivos etc.

Se por um lado as NBC TAs representam as normas técnicas de auditoria, o comportamento profissional do auditor é definido nas chamadas normas profissionais de auditoria independente, ou NBC PAs.

O quadro abaixo resume as diferentes normas que existem relacionadas à auditoria independente e atividades congêneres como auditoria interna e perícia contábil:

4 Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria

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Norma Descrição Exemplos

NBC TAs Normas Técnicas de Auditoria Independente

NBC TA 300, NBC TA 500, NBC TA 700

NBC PAs Normas Profissionais de Auditoria Independente

NBC PA 01, NBC PA 290 NBC TI Normas Técnicas de Auditoria Interna NBC TI 01

NBC PI Normas Profissionais de Auditoria Interna NBC PI 01 NBC TP Normas de Perícia Contábil NBC TP 01

A NBC TA 200 traz a seguinte definição para os objetivos da auditoria:

O objetivo da auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso é alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável.

Bom... se observarmos a definição do CFC acima, vale à pena destacar ainda dois pontos. Veja que a referida norma fala que o auditor emite uma opinião sobre se as demonstrações contábeis, nos seus aspectos relevantes, estão de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

Primeiro, note que a norma é explícita em afirmar que a auditoria independente se preocupa apenas com os aspectos relevantes das demonstrações contábeis. Ora, isso é lógico. Imagine uma empresa que tem um ativo contabilizado de R$

É muito comum definir o objetivo da auditoria independente como “emitir

parecer sobre as demonstrações contábeis”. O termo “parecer” estava presente

nas normas antigas de auditoria, contudo, ainda continua válido e aceito, pois é um termo consagrado pela literatura técnica.

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1 bilhão... você acha que os usuários das demonstrações contábeis vão estar preocupados se esse valor está errado, por exemplo, em R$ 100? Provavelmente não, concorda?

Outro ponto importante de mencionar é que a auditoria busca avaliar se as demonstrações contábeis estão de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Mas o que é isso?

A estrutura de relatório financeiro aplicável é a estrutura de relatórios financeiros (Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados do Exercício etc.), adotada pela administração que é considerada aceitável em vista da natureza da entidade e do objetivo das demonstrações contábeis, de acordo com o que diz a lei, os regulamentos, as definições CFC etc.

Enfim, se as demonstrações contábeis são fidedignas e foram elaboradas de acordo com o que é exigido daquela entidade pela lei e pelos diversos outros normativos infralegais.

Assim, a estrutura de relatório financeiro aplicável é definida de tal forma que seja possível prover informações aos diversos usuários (acionistas, credores, governo etc.) da melhor forma possível.

Por vezes, para conseguir a apresentação adequada das demonstrações contábeis, pode ser necessário que a administração forneça divulgações além das especificamente exigidas pela estrutura ou até mesmo se desvie de determinada exigência dessa estrutura (neste último caso, espera-se que isso aconteça apenas em circunstâncias extremamente raras).

Assim, as demonstrações contábeis podem ser elaboradas em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro para satisfazer as necessidades de um amplo leque de usuários (=demonstrações contábeis para fins gerais) ou de usuários específicos (=demonstrações contábeis para propósitos especiais).

Veja que o objetivo é sempre dar a melhor informação possível aos seus usuários.

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(a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e

(b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se, em conformidade com suas constatações.

Veja que, quando não for possível obter essa segurança razoável e a opinião no relatório do auditor (mesmo que ressalvada) for insuficiente, as normas requerem que o auditor se abstenha de emitir sua opinião ou renuncie ao trabalho (neste último caso, quando possível de acordo com a legislação).

Falaremos mais sobre abstenção de opinião, ressalvas e relatório nas próximas aulas. Por enquanto, basta-nos saber que o auditor pode se recusar a realizar a auditoria ou, caso a realize, pode decidir não emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis, quando não obtiver essa “segurança razoável” de que não há distorções relevantes.

Agora que já falamos sobre os objetivos da auditoria, resta-nos identificar tudo aquilo que não é objetivo do auditor:

(a) elaborar relatórios financeiros – as demonstrações contábeis sujeitas à auditoria são as da entidade, elaboradas pela sua administração5, com supervisão geral dos responsáveis pela governança6;

(b) identificar erros e fraudes – compete aos responsáveis pela governança da entidade e à sua administração a prevenção e detecção de erros e fraudes, cabendo ao auditor realizar seu trabalho de acordo com as normas de auditoria e obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis, como um todo, não contem distorções relevantes, causadas por fraude ou erro;

5 As normas de auditoria não impõem responsabilidades à administração ou aos responsáveis pela governança – isso é

definido pelas leis e regulamentos que governam as suas responsabilidades. Contudo, a auditoria é conduzida com base na premissa de que a administração e, quando apropriado, os responsáveis pela governança, têm conhecimento de certas responsabilidades que são fundamentais para a condução dos trabalhos.

6 São as pessoas com responsabilidade de supervisionar a direção estratégica da entidade e, consequentemente, de

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(c) garantir a integridade da informação, ou seja, que todos (100%) os lançamentos contábeis foram efetuados corretamente.

(d) assegurar a viabilidade futura da entidade; e

(e) atestar a eficiência ou eficácia dos negócios conduzidos pela administração da entidade.

Tudo tranquilo até aqui? Já está claro o que é auditoria independente, para que serve, e o que é (e o que não é) objetivo do auditor?

Pois bem... Vamos em frente! Auditoria segundo a INTOSAI

Bom... já falamos que a auditoria nasceu com um viés contábil, contudo, a auditoria pode ter diversas vertentes e ramificações: auditoria de sistemas, auditoria de recursos humanos, auditoria da qualidade, auditoria de demonstrações financeiras, auditoria jurídica, auditoria governamental, etc. Nosso curso é focado em auditoria governamental, entretanto, a noção básica de auditoria, seja qual for o seu foco, é sempre a mesma: avaliar, emitir uma opinião, dar segurança aos usuários (credores, acionistas, fisco, gestores públicos, cidadãos etc.) das informações geradas pelas instituições, sejam elas privadas ou públicas.

Antes de definir a auditoria governamental, é interessante apresentar para você as EFS e a INTOSAI7.

As Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS) são as instituições do Estado responsáveis por executar a auditoria governamental. Aqui no Brasil, esse papel é exercido, na esfera federal, pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 70, estabelece que a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta será exercida pelo Congresso Nacional (com o auxílio do TCU), mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Essas instituições verificam as demonstrações financeiras, a obediência às normas, regulamentos e buscam salvaguardar ativos de fraudes e desvios de recursos no setor público. Enfim, são os auditores externos e internos dessa grande “empresa” que é o governo.

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Já a INTOSAI é entidade internacional que congrega as EFS e emite normas e regulamentos que orientam as atividades e procedimentos de auditoria governamental.

As normas da INTOSAI que mais nos interessam são as ISSAIs 100, 200, 300 e 400. A ISSAI 100 trata dos “Princípios Fundamentais de Auditoria do Setor Público”, a ISSAI 200 dos “Princípios Fundamentais de Auditoria Financeira”, a ISSAI 300 dos “Princípios Fundamentais de Auditoria Operacional” e a ISSAI 400 dos “Princípios Fundamentais de Auditoria de Conformidade”.

As Normas de Auditoria Governamental (NAG, normas do TCU, etc) são baseadas nessas normas internacionais. Assim, por exemplo, quando falarmos sobre as normas de auditoria operacional do TCU estaremos falando também da ISSAI 300.

Bom, no decorrer do curso, dependendo do assunto tratado, falaremos com mais detalhes sobre a aplicação de cada uma dessas normas da INTOSAI. Mas, por hora, vamos fazer um breve resumo sobre a norma que mais nos interessa no momento, a ISSAI 100, que trata dos princípios fundamentais de auditoria no setor público.

Auditoria do setor público e seus objetivos segundo a INTOSAI Ambiente de auditoria

O ambiente de auditoria do setor público é aquele no qual os órgãos e as entidades exercem suas responsabilidades quanto à utilização dos recursos públicos na prestação de serviços aos cidadãos.

A auditoria do setor público contribui para criar as condições adequadas e reforçar a expectativa de que os gestores públicos vão desempenhar as suas funções de forma eficaz e eficiente, com ética e de acordo com as leis e regulamentos aplicáveis. Ela pode ser descrita como um processo sistemático de obtenção e avaliação de evidências para determinar se a gestão dos recursos públicos está em conformidade com os critérios legalmente estabelecidos.

A auditoria do setor público é essencial na medida em que fornece ao Poder Legislativo, aos órgãos de supervisão, aos responsáveis pela governança e ao público em geral, informações e avaliações independentes e objetivas a respeito do desempenho das políticas governamentais, programas e ações.

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 fornecer aos usuários informações independentes, objetivas e confiáveis, e conclusões ou opiniões baseadas em provas suficientes e adequadas relativas às entidades auditadas;

 reforçar a responsabilização, a transparência, e a melhoria contínua na utilização adequada dos recursos públicos bem como melhorar o desempenho da administração pública;

 reforçar a eficácia dos órgãos que exercem a fiscalização sobre o governo;  criar incentivos para a mudança, fornecendo conhecimento, análise

abrangente e recomendações para melhoria contínua dos processos.

De forma geral, as auditorias do setor público podem ser categorizadas em um ou mais dos três tipos principais: auditorias das demonstrações financeiras (auditoria contábil), auditorias de conformidade e auditorias de desempenho. O objetivo de cada uma vai determinar quais são as normas aplicáveis.

Bom, em suma, segundo a INTOSAI, a auditoria governamental é a atividade independente e objetiva que, através da aplicação de procedimentos específicos, tem a finalidade de emitir opinião sobre a adequação das contas governamentais, assim como apresentar comentários sobre o desempenho organizacional e o resultado dos programas de governo. Veja que, de forma semelhante à auditoria independente das demonstrações contábeis, a auditoria governamental também se caracteriza por uma atuação autônoma (independente) com dois objetivos específicos:

 emitir uma opinião sobre a adequação das contas governamentais (=auditoria de regularidade ou auditoria de conformidade); e

 avaliar e apresentar recomendações sobre o desempenho das atividades e programas governamentais (=auditoria de desempenho ou auditoria operacional ou auditoria de otimização de recursos)

Dessa forma, as auditorias de regularidade objetivam avaliar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão do ente público, certificando-se, por exemplo, que as entidades responsáveis cumpriram sua obrigação de prestar contas, que as decisões administrativas foram tomadas com probidade e que os dispositivos legais e normativos estão sendo seguidos. Já, a auditoria de desempenho preocupa-se em verificar a economia, a eficiência e a eficácia da gestão pública. Segundo a INTOSAI, a auditoria de regularidade tem por objetivo:

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financeiros e a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis;

(b) emitir parecer sobre as contas do governo;

(c) auditar os sistemas e as operações financeiras, incluindo o exame da observância às disposições legais e regulamentares aplicáveis;

(d) auditar o sistema de controle interno e as funções da auditoria interna;

(e) verificar a probidade e a adequação das decisões administrativas adotadas pela entidade auditada; e

(f) informar sobre quaisquer outros assuntos, decorrentes ou relacionados com a auditoria, que a EFS considere necessário revelar. Enfim, note que todos esses objetivos estão ligados por um elo em comum – a análise da regularidade. Guarde isso!

Veja que verificar a obrigação de prestar contas, avaliar as contas de governo e os sistemas de controles, avaliar a probidade das decisões administrativas, tudo isso está ligado ao exame da legalidade e da legitimidade da gestão.

Legalidade se refere ao cumprimento das leis, normas e regulamentos. Já a legitimidade é um conceito um pouco mais abrangente e envolve as noções de éticas que existem em uma sociedade.

Por exemplo, vamos supor que o prefeito de uma cidade decide renovar a frota de carros que servem a prefeitura. Decide trocar todos os Fiat Uno por BMW! Por mais que todas as normas licitatórias sejam fielmente cumpridas (legalidade), a futilidade do gasto faz com que esse ato não tenha legitimidade.

Por sua vez, a auditoria de desempenho, segundo a INTOSAI, preocupa-se em verificar a economia, a eficiência e a eficácia, e tem por objetivo determinar:

(a) se a administração desempenhou suas atividades com economia, de acordo com princípios, práticas e políticas administrativas corretas; (b) se os recursos humanos, financeiros e de qualquer outra natureza são

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(c) a eficácia do desempenho das entidades auditadas em relação ao alcance de seus objetivos e a avaliação dos resultados alcançados em relação àqueles pretendidos.

Portanto, fique atento: a auditoria governamental pode ser de regularidade ou de desempenho e o que as diferencia é o seu escopo. A primeira foca os critérios de legalidade e legitimidade, enquanto que a segunda foca os critérios de economicidade, eficácia, eficiência e efetividade.

As EFS devem buscar executar auditorias de conformidade ou de desempenho em todas as organizações públicas, de modo a realizar o exame das Contas de Governo de forma mais efetiva.

Um detalhe bastante importante: pode haver, na prática, uma superposição entre as auditorias de regularidade e operacional.

Ou seja, uma auditoria operacional pode avaliar aspectos de legalidade e legitimidade, assim como uma auditoria de regularidade pode avaliar aspectos de eficiência e economicidade.

Nesses casos, a classificação da auditoria dependerá de seu objetivo principal. Elementos da auditoria no setor público

Segundo a ISSAI 100, a auditoria do setor público aumenta a confiança dos usuários, na medida em que fornece informações e avaliações independentes e objetivas a respeito de desvios dos padrões aceitos ou princípios da boa governança.

Os elementos básicos da auditoria são: o auditor, o auditado e os usuários das informações (que compõe as 3 partes da auditoria), os critérios de avaliação, o objeto da auditoria e as informações sobre o objeto.

Objeto, critérios e informações

O objeto refere-se à informação, condição ou atividade que é medida ou avaliada com base em determinados critérios. Os critérios, por sua vez, são os pontos de referência utilizados para avaliar o assunto.

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Os critérios utilizados podem depender de uma série de fatores, incluindo os objetivos e o tipo de auditoria. Os critérios podem ser específicos ou gerais, e podem ser elaborados a partir de várias fontes, incluindo as leis, regulamentos, normas, princípios e melhores práticas. Eles devem ser colocados à disposição dos usuários para lhes permitir compreender a forma como o objeto foi avaliado ou medido.

Por fim, as informações referem-se ao resultado da avaliação ou da medição do objeto em função dos critérios. Ela pode tomar muitas formas e ter diferentes características dependendo do objetivo e do escopo da auditoria.

Asseguração na auditoria do setor público

Os usuários da auditoria necessitam ter a certeza sobre a confiabilidade e relevância das informações que eles usam como base para a tomada de decisões. Portanto, o auditor deve fornecer informações baseadas em provas suficientes e adequadas, e deve realizar procedimentos para reduzir ou controlar o risco de chegar a conclusões inadequadas.

O nível de garantia que pode ser fornecido aos usuários deve ser comunicado de forma transparente, pois, devido a limitações inerentes ao processo de auditoria, as auditorias não podem fornecer uma garantia absoluta sobre suas conclusões. Assim, o nível de asseguração pode ser razoável ou limitado.

A asseguração razoável corresponde a um nível alto, mas não de certeza absoluta. A conclusão da auditoria é expressa de forma positiva, informando que na opinião do auditor, o assunto é ou não é compatível em todos os aspectos materiais com os critérios aplicáveis.

Já, ao fornecer uma garantia limitada, a conclusão de auditoria afirma que, com base nos procedimentos realizados, nada chegou ao conhecimento do auditor para fazer com que ele acreditasse que o assunto não está em conformidade com os critérios aplicáveis.

Princípios gerais relativos ao auditor Ética e independência

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Julgamento profissional e ceticismo

Os auditores devem manter um comportamento profissional adequado. A atitude do auditor deve ser caracterizada pelo ceticismo e pelo julgamento profissional, que devem ser aplicados quando da formação de decisões sobre o curso apropriado de ação. O ceticismo profissional significa manter distância profissional e uma atitude alerta e questionadora ao avaliar a suficiência e a adequação das provas obtidas durante todo o processo de auditoria. Implica também manter a mente aberta e receptiva a todos os pontos de vista e argumentos.

O julgamento profissional implica a aplicação de conhecimentos coletivos, habilidades e experiências para o processo de auditoria. Devido cuidado significa que o auditor deve planejar e realizar auditorias de forma diligente. Os auditores devem evitar qualquer conduta que possa desacreditar seu trabalho.

Controle de qualidade

Os auditores devem realizar a auditoria em conformidade com as normas profissionais sobre o controle de qualidade. As políticas e os procedimentos de controle de qualidade da EFS devem respeitar as normas profissionais, com o objetivo de assegurar que as auditorias são realizadas em um nível consistente de qualidade. Os procedimentos de qualidade devem cobrir assuntos como a direção, a avaliação e a supervisão da auditoria.

Gestão e competências da equipe de auditoria

Os auditores devem possuir ou ter acesso às habilidades necessárias para conduzir as auditorias. Os indivíduos na equipe de auditoria devem possuir coletivamente os conhecimentos e as habilidades necessárias para concluir com êxito a auditoria.

Isso inclui uma compreensão e a experiência prática do tipo de auditoria que está sendo realizada, a familiaridade com o caso, o conhecimento das normas e da legislação, uma compreensão de operações da entidade, e a capacidade e experiência para exercer o julgamento profissional.

Os auditores devem manter a sua competência profissional através do desenvolvimento profissional contínuo.

Quando pertinente ou necessário, e em conformidade com a legislação aplicável, o auditor pode usar o trabalho dos auditores internos, de outros auditores ou de peritos.

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contribuições para a transparência e prestação de contas para o uso dos recursos públicos, bem como economia, eficiência e eficácia na administração pública. Isto oferece oportunidades de coordenação e de cooperação entre esses dois tipos de auditoria e, consequentemente, a possibilidade de eliminar a duplicação de esforços.

O risco de auditoria

Os auditores devem gerir os riscos de fornecimento de um relatório que é inadequado nas circunstâncias da auditoria. O risco de auditoria é o risco de que o relatório de auditoria possa ser inadequado. O auditor deve executar procedimentos para reduzir ou controlar o risco de chegar a conclusões inadequadas, reconhecendo que as limitações inerentes às auditorias resultam na impossibilidade de fornecer certeza absoluta quanto às suas conclusões. Quando o objetivo é fornecer uma garantia razoável, o auditor deve reduzir o risco de auditoria para um nível aceitavelmente baixo, dadas as circunstâncias da auditoria. Como já visto, a auditoria pode também ter como objetivo proporcionar garantia limitada, no caso de o risco aceitável de que os critérios não sejam cumpridos é maior do que em uma auditoria de segurança razoável. Materialidade

Os auditores devem considerar a materialidade durante todo o processo de auditoria. A materialidade é relevante em todas as auditorias. A matéria pode ser considerada relevante se ela é susceptível de influenciar as decisões dos usuários previstos.

A determinação da materialidade é uma questão de julgamento profissional e depende da interpretação do auditor sobre as necessidades dos usuários. Este julgamento pode estar relacionado a um item individual ou para um grupo de itens considerados em conjunto.

A materialidade é muitas vezes considerada em termos de valor, mas também pode ser considerada por outros aspectos, tanto quantitativos como qualitativos. As características inerentes de um item ou grupo de itens podem torná-los materiais por sua própria natureza. A questão também pode ser material por causa do contexto em que ela ocorre.

Condições de materialidade afetam as decisões relativas à natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria e a avaliação dos resultados da auditoria.

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Os auditores devem preparar a documentação de auditoria que deve ser suficientemente detalhada para fornecer uma compreensão clara do trabalho realizado, das provas obtidas e das conclusões alcançadas.

A documentação de auditoria deve incluir uma estratégia de auditoria e plano de auditoria. Deve registrar os procedimentos realizados e as provas obtidas e apoiar os resultados comunicados da auditoria.

A documentação deverá ser suficientemente precisa para que um auditor experiente, sem conhecimento prévio da auditoria, possa compreender a natureza, a época, o alcance, os resultados dos procedimentos realizados, as provas obtidas em apoio às conclusões da auditoria, as recomendações, o raciocínio por trás de todos os assuntos significativos que exigia o exercício do julgamento profissional, e as conclusões relacionadas.

Comunicação

Os auditores devem estabelecer uma comunicação eficaz durante todo o processo de auditoria. É essencial que a entidade auditada seja informada de todos os assuntos relacionados com a auditoria. Isso é a chave para o desenvolvimento de uma relação de trabalho construtivo. A comunicação deve incluir a obtenção de informações relevantes para a auditoria e prestar serviços de gestão para os responsáveis pela governança, com observações e descobertas ao longo do trabalho.

Dependendo da legislação aplicável, o auditor pode também ter a responsabilidade de comunicar assuntos relacionados à auditoria às outras partes interessadas, tais como órgãos legislativos e de fiscalização.

Princípios relacionados com o processo de auditoria Planejando uma auditoria

Os auditores devem garantir que os termos da auditoria foram claramente estabelecidos. As auditorias podem ser exigidas por lei, solicitado por um órgão legislativo ou supervisor, por iniciativa da própria EFS ou realizadas por simples acordo com a entidade auditada.

Em todos os casos, o auditor, a administração da entidade auditada, os responsáveis pela governança e outros interessados devem chegar a um entendimento formal comum dos termos da auditoria e de suas respectivas funções e responsabilidades.

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analisar e avaliar o risco de diferentes tipos de deficiências, desvios ou distorções que podem ocorrer em relação ao assunto.

O auditor deve avaliar a resposta da administração aos riscos identificados, incluindo a implementação e o desenho dos controles internos para enfrentá-los. A identificação dos riscos e do seu impacto sobre a auditoria deve ser considerada durante todo o processo de auditoria.

Os auditores devem identificar e avaliar os riscos de fraude relevantes para os objetivos da auditoria, e devem fazer consultas e realizar procedimentos para identificar e responder a esses riscos. Devem, portanto, manter uma atitude de ceticismo profissional e estar alerta para a possibilidade de fraude em todo o processo de auditoria.

Os auditores devem planejar seu trabalho para garantir que a auditoria é conduzida de modo eficaz e forma eficiente. O planejamento de uma auditoria específica inclui aspectos estratégicos e operacionais. Estrategicamente, o planejamento deve definir o âmbito, os objetivos e a abordagem da auditoria. Os objetivos se referem ao que a auditoria se destina a realizar. O âmbito de aplicação refere-se ao assunto e os critérios que os auditores irão utilizar para avaliar e apresentar um relatório sobre o assunto, e é diretamente relacionado com os objetivos. A abordagem irá descrever a natureza e extensão dos procedimentos a serem utilizados para a coleta de provas de auditoria.

A auditoria deve ser planejada para reduzir o risco de auditoria a um nível aceitavelmente baixo.

Operacionalmente, o planejamento envolve a definição de um calendário para a auditoria e a definição da natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria. Durante o planejamento, os auditores devem atribuir as atividades aos membros de sua equipe e, conforme o caso, identificar outros recursos que podem ser necessários, tais como o uso de especialistas.

O planejamento de auditoria deve ser sensível a mudanças significativas nas circunstâncias e condições. Ele é um processo interativo que ocorre ao longo da auditoria.

Realização de uma auditoria

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Evidência de auditoria é qualquer informação usada pelo auditor para determinar se o assunto está em conformidade com os critérios aplicáveis. As evidências podem assumir muitas formas, tais como registros eletrônicos ou em papel de operações, comunicação escrita e eletrônica com pessoas de fora, observações do auditor, testemunho oral ou escrito fornecidos pela entidade auditada.

Os métodos de obtenção de evidência podem incluir inspeção, observação, investigação, confirmação, recálculo, reexecução, procedimentos analíticos e / ou outras técnicas de investigação.

As evidências devem ser tanto suficientes (quantidade) para convencer uma pessoa experiente que os resultados são razoáveis, quanto adequadas (qualidade) - ou seja relevantes, válidas e confiáveis.

Importante mencionar também que o auditor deve respeitar todos os requisitos em matéria de confidencialidade.

Os auditores devem avaliar as evidências de auditoria e tirar suas conclusões. Depois de concluir os procedimentos de auditoria, o auditor deve rever a documentação de auditoria, a fim de determinar se o assunto foi suficiente e adequadamente fiscalizado. Com base nos resultados, o auditor deve exercer julgamento profissional para chegar a uma conclusão sobre o assunto ou informação sobre o objeto.

Relatórios e acompanhamento

Os auditores devem elaborar um relatório com base nas conclusões. O processo de auditoria envolve a preparação de um relatório para comunicar os resultados da auditoria para os stakeholders, para outros responsáveis pela governança e para o público em geral.

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Atestado de regularidade

O relatório de auditoria pode expressar uma opinião sobre se o objeto auditado é, em todos os aspectos relevantes, livre de distorção e / ou se o assunto está em conformidade, em todos os aspectos relevantes, com os critérios estabelecidos.

Opinião de auditoria

Quando um parecer de auditoria é usado para transmitir o nível de garantia, a opinião deve estar em um formato padronizado. A opinião do auditor pode ser modificada ou não. Uma opinião não modificada é usada quando a garantia limitada ou razoável foi obtida. Se o parecer for modificado as razões devem ser colocados em perspectiva, explicando de forma clara, com referência aos critérios aplicáveis, a natureza e a extensão da modificação.

Por enquanto é isso sobre a auditoria segundo a INTOSAI, no decorrer das aulas falaremos mais sobre esses princípios.

Agora vamos ver como funciona a Auditoria no Poder Executivo Federal. Auditoria no setor público federal

A base do estudo da auditoria no setor público federal é a IN SFC/MF nº 01/2001, que regulamenta a atuação do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.

A auditoria governamental segundo a ótica da IN SFC/MF nº 01/2001 tem o objetivo primordial de garantir resultados operacionais na gerência da coisa pública.

Segundo referida IN, a auditoria é o conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos processos e resultados gerenciais, e a aplicação de recursos públicos por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação entre uma situação encontrada com um determinado critério técnico, operacional ou legal.

Trata-se de uma importante técnica de controle do Estado na busca da melhor alocação de seus recursos, não só atuando para corrigir os desperdícios, a improbidade, a negligência e a omissão e, principalmente, antecipando-se a essas ocorrências, buscando garantir os resultados pretendidos, além de destacar os impactos e benefícios sociais advindos.

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eficiência, eficácia e economicidade da gestão orçamentária, financeira, patrimonial, operacional, contábil e finalística das unidades e das entidades da administração pública, em todas as suas esferas de governo e níveis de poder, bem como a aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado, quando legalmente autorizadas nesse sentido.

O objetivo primordial da auditoria no setor público federal é garantir resultados operacionais na gerência da coisa pública, é exercida em todas as unidades e entidades públicas federais, observando os aspectos relevantes relacionados à avaliação dos programas de governo e da gestão pública.

O campo de utilização da técnica da auditoria no setor público federal é vasto, cabe ao Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal por intermédio da técnica de auditoria, dentre outras atividades:

 realizar auditoria sobre a gestão dos recursos públicos federais sob a responsabilidade dos órgãos públicos e privados, inclusive nos projetos de cooperação técnica junto a Organismos Internacionais e multilaterais de crédito;

 apurar os atos e fatos inquinados de ilegais ou de irregulares, praticados por agentes públicos ou privados, na utilização de recursos públicos federais e, quando for o caso, comunicar à unidade responsável pela contabilidade para as providências cabíveis;

 realizar auditorias nos sistemas contábil, financeiro, de pessoal e demais sistemas administrativos e operacionais;

 examinar a regularidade e avaliar a eficiência e eficácia da gestão administrativa e dos resultados alcançados nas Ações de governo;

 realizar auditoria nos processos de Tomada de Contas Especial; e

 apresentar subsídios para o aperfeiçoamento dos procedimentos administrativos e gerenciais e dos controles internos administrativos dos órgãos da Administração Direta e entidades da Administração Indireta Federal.

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Estão sujeitos à atuação do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal quaisquer pessoas física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Tipos de Auditoria

Segundo a Secretaria Federal de Controle Interno, a auditoria governamental pode ser classificada em 5 (cinco) tipos:

1. Auditoria de Avaliação da Gestão: objetiva emitir uma opinião com vistas a certificar a regularidade das contas públicas, verificar a execução de contratos, acordos, convênios ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados

Compreende, entre outros, aspectos como o exame das peças que instruem os processos de tomada ou prestação de contas; exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos; verificação da eficiência dos sistemas de controles administrativo e contábil; verificação do cumprimento da legislação pertinente; e avaliação dos resultados operacionais e da execução dos programas de governo quanto à economicidade, eficiência e eficácia dos mesmos.

2. Auditoria de Acompanhamento da Gestão: realizada ao longo dos processos de gestão, com o objetivo de atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos de uma entidade, evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos ao desempenho da sua missão institucional.

3. Auditoria Contábil: objetiva opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações refletem, adequadamente, a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.

Compreende o exame dos registros e documentos e na coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos.

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4. Auditoria Operacional: consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao processo operacional, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade, procurando auxiliar a administração na gerência e nos resultados, por meio de recomendações, que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial.

5. Auditoria Especial: objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender determinação expressa de autoridade competente. Classifica-se nesse tipo os demais trabalhos auditoriais não inseridos em outras classes de atividades.

Veja que as classificações dos “tipos de auditoria” presentes na IN SFC/MF nº 01/2001 são distintas, mas não antagônicas, da classificação da INTOSAI.

Formas de Execução

Segundo a SFC, a auditoria é executada das seguintes formas:

I. Direta – trata-se das atividades de auditoria executadas diretamente por servidores em exercício nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, sendo subdividas em: a. centralizada – executada exclusivamente por servidores em exercício

nos Órgão Central ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.

b. descentralizada – executada exclusivamente por servidores em exercício nas unidades regionais ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.

c. integrada – executada conjuntamente por servidores em exercício nos Órgãos Central, setoriais, unidades regionais e/ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.

II. Indireta – trata-se das atividades de auditoria executadas com a participação de servidores não lotados nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, que desempenham atividades de auditoria em quaisquer instituições da Administração Pública Federal ou entidade privada.

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b. terceirizada – executada por instituições privadas, ou seja, pelas denominadas empresas de auditoria externa.

III. Simplificada – trata-se das atividades de auditoria realizadas, por servidores em exercício nos Órgãos Central, setoriais, unidades regionais ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, sobre informações obtidas por meio de exame de processos e por meio eletrônico, específico das unidades ou entidades federais, cujo custo-benefício não justifica o deslocamento de uma equipe para o órgão. Essa forma de execução de auditoria pressupõe a utilização de indicadores de desempenho que fundamentam a opinião do agente executor das ações de controle.

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Auditoria interna e externa

Além das classificações que já vimos, a auditoria também pode ser classificada em dois grandes grupos: auditoria externa e auditoria interna.

A NBC TA 2008 é a norma fundamental no novo contexto de auditoria inaugurado a partir das recentes alterações. Ela estabelece os requisitos necessários para o exercício da auditoria independente.

De uma forma geral, essa norma expõe os objetivos gerais do auditor, a natureza e o alcance da auditoria. Além disso, essa norma também define a “lógica de funcionamento” das normas técnicas de auditoria (NBC TAs), detalhando como estão estruturadas, quais são os seus objetivos etc.

Se por um lado as NBC TAs representam as normas técnicas de auditoria, o comportamento profissional do auditor é definido nas chamadas normas profissionais de auditoria independente, ou NBC PAs.

Vamos relembrar o quadro abaixo, que resume as diferentes normas que existem relacionadas à auditoria independente e atividades congêneres como auditoria interna e perícia contábil:

Norma Descrição Exemplos

NBC TAs Normas Técnicas de Auditoria Independente NBC TA 300, NBC TA 500, NBC TA 700 NBC PAs Normas Profissionais de Auditoria Independente NBC PA 01, NBC PA 290 NBC TI Normas Técnicas de Auditoria Interna NBC TI 01

NBC PI Normas Profissionais de Auditoria Interna NBC PI 01 NBC TP Normas de Perícia Contábil NBC TP 01

Bom, mas as principais distinções que temos que ter em mente são entre a auditoria externa e interna.

A auditoria externa ou independente é aquela executada por profissionais ou empresas que não possuem vínculo e/ou subordinação à empresa auditada, com o objetivo de trazer uma opinião independente sobre a entidade.

8 Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria

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A auditoria interna, por sua vez, é aquela executada pela própria organização, com o objetivo de garantir o atendimento de seus objetivos institucionais, por meio da avaliação contínua de seus procedimentos e controles internos.

Os controles internos são o conjunto integrado de métodos e procedimentos adotados pela própria organização para proteção de seu patrimônio e promoção da confiabilidade e tempestividade dos seus registros contábeis (falaremos sobre os detalhes dos controles internos de uma organização nas aulas seguintes). Assim, a auditoria interna funciona como um órgão de assessoramento da administração e seu objetivo é auxiliar no desempenho das funções e responsabilidades da administração, fornecendo-lhes análises, apreciações e recomendações.

Observe que o auditor interno vai além da simples verificação da correta aplicação de normas e procedimentos. Ele atua como um consultor para a empresa, por exemplo, promovendo medidas de incentivo e propondo aperfeiçoamentos no funcionamento organizacional. Dizemos que, além da auditoria contábil, também realiza auditoria operacional.

Trata-se, portanto, de uma atuação muito mais proativa, quando comparada à do auditor externo ou independente.

Isso quer dizer que o auditor independente, no decorrer do seu trabalho, não pode propor melhorias à organização?

Claro que não! O auditor independente deve descrever os principais problemas organizacionais, constatados no curso do seu trabalho, e emitir recomendações sempre que necessário. Contudo, esse não é o seu objetivo principal. A auditoria independente é, primordialmente, contábil, enquanto que a auditoria interna é contábil e operacional.

Assim, a principal diferença entre as auditorias interna e externa é a finalidade do trabalho.

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É importante ressaltar que, de acordo com as novas normas de auditoria9, tanto o auditor independente quanto o auditor interno emitem relatórios para fundamentar, respectivamente, sua opinião e suas recomendações.

Outra diferença que caracteriza o auditor interno é a sua subordinação à empresa auditada.

O auditor interno, geralmente, é um empregado da empresa. Isso não quer dizer que essa atividade não possa ser desenvolvida, de forma terceirizada, por uma firma de auditoria. O que interessa é o grau de subordinação existente, seja do “empregado pessoa física” ou do “empregado pessoa jurídica”.

Já o auditor externo ou independente, como o próprio nome remete, não é subordinado à administração, pois deve emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis fidedigna e livre de qualquer pressão da empresa auditada.

Ainda sobre esse tópico, apesar de ser subordinado à administração, o auditor interno deve ter certa autonomia, naturalmente, menor que a do auditor independente. Contudo, aquele auditor deve produzir um trabalho livre de interferências internas.

Dessa forma, a auditoria interna deve ser subordinada apenas ao mais alto nível da administração, como, por exemplo, à Presidência ou ao Conselho de Administração. O responsável pelas atividades de auditoria interna deve, portanto, reportar-se a um executivo ou órgão cuja autoridade seja suficiente, para garantir uma ação efetiva, com respeito aos assuntos levantados e à implantação das recomendações efetuadas. É fundamental que os auditores internos atuem com liberdade dentro da organização, sem medo de serem demitidos.

Em algumas empresas e conglomerados, os auditores internos são subordinados diretamente à holding, permitindo que atuem livres de pressão em todas as controladas, pois apenas a administração da empresa investidora pode admitir ou demitir esses profissionais.

9 A NBC TA 700 define que a opinião do auditor independente deve ser expressa em um documento denominado relatório

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Outro ponto importante se refere à extensão do trabalho nesses dois tipos de auditoria.

Na auditoria interna, os trabalhos são desenvolvidos de forma contínua ao longo do tempo, pois isso é inerente às atividades de acompanhamento e avaliação. Enquanto isso, na auditoria independente, os trabalhos são realizados esporadicamente, de acordo com as exigências legais ou outras demandas para esse tipo de auditoria. Consequentemente, o volume de testes e procedimentos realizados pelo auditor interno é maior que aquele realizado pelo auditor externo. A auditoria interna, assim como a independente, pode ser exercida nas pessoas jurídicas de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Além disso, o auditor interno também deve ser contador registrado no Conselho Regional de Contabilidade.

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Auditor Interno Auditor Externo ou Independente Relação com a

empresa é empregado da empresa não possui vínculo empregatício

Grau de

independência menor Maior

Finalidade

elaboração de um relatório que comunique os trabalhos realizados, as conclusões obtidas e as recomendações e providências a serem tomadas

emissão de uma opinião sobre a adequação das

demonstrações contábeis

Tipos de

auditoria contábil e operacional contábil

Público alvo interno externo

Duração contínua pontual

Volume de testes maior menor

Onde é realizada em pessoas jurídicas de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Auditoria Interna segundo o IIA

Vamos aproveitar a oportunidade para avaliar a definição de auditoria interna do Institute of Internal Auditors (IIA).

De acordo com o IIA10, a auditoria interna é uma atividade independente e objetiva que presta serviços de avaliação e de consultoria com o objetivo adicionar valor e melhorar as operações de uma organização.

A auditoria auxilia a organização a alcançar seus objetivos através de uma abordagem sistemática e disciplinada para a avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gerenciamento de risco, controle e governança corporativa.

Dessa forma, o IIA divide a auditoria interna em dois grandes grupos: serviços de avaliação (assurance) e os serviços de consultoria (consulting).

10 Normas Internacionais para o Exercício Profissional da Auditoria Interna (Standards), 2002, The Institute of Internal

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O primeiro tem como objetivo avaliar as atividades desenvolvidas dos diferentes processos existentes na organização, ou seja, saber se tudo está funcionando como deveria estar.

Já, o segundo tem como finalidade propor medidas de melhoria dos processos da instituição, atuando como uma verdadeira consultoria dentro da empresa, auxiliando, assim, na melhoria da eficácia dos processos de gerenciamento de risco, controle e governança corporativa.

É muito parecido com o que já tínhamos discutido anteriormente, não?

Os serviços de avaliação (assurance) compreendem uma avaliação objetiva da evidência por parte do auditor interno com o objetivo de apresentar uma opinião ou conclusões independentes sobre um processo ou outra matéria correlata. A natureza e o escopo do trabalho de avaliação são determinados pelo auditor interno. Normalmente, três partes participam dos serviços de avaliação:

(1) a pessoa ou grupo diretamente responsável pelo processo, sistema ou outro assunto correlato – o proprietário do processo;

(2) a pessoa ou grupo que faz a avaliação – o auditor interno; e (3) a pessoa ou grupo que faz uso da avaliação – o usuário.

Por outro lado, os serviços de consultoria são aqueles relacionados a assessoria e, normalmente, são prestados por solicitação específica de um cliente de auditoria.

A natureza e o escopo dos trabalhos de consultoria estão sujeitos a um acordo mútuo com o cliente do trabalho. Os serviços de consultoria, normalmente, compreendem dois participantes:

(1) a pessoa ou grupo que oferece a consultoria – o auditor interno; e (2) a pessoa ou grupo que necessita e recebe a consultoria – o cliente do

trabalho.

Ao realizar serviços de consultoria o auditor interno deve manter a objetividade e não assumir responsabilidades gerenciais.

Hoje paramos por aqui... Nos vemos semana que vem. Um grande abraço,

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Questões comentadas

01. (CESPE/CGE-PI/Auditor/2015) Para que sejam atendidas as normas da INTOSAI (International Organization of Supreme Audit Institutions), os auditores governamentais devem compreender os princípios e as normas constitucionais, legais e institucionais que regulam a execução das atividades operacionais da entidade auditada.

Comentários:

Vimos que, segundo a INTOSAI, os auditores devem possuir ou ter acesso às habilidades necessárias para a condução das auditorias. Isso inclui o conhecimento das normas e da legislação, bem como, uma compreensão das operações da entidade auditada.

Gabarito: Certo

02. (CESPE/CGE-PI/Auditor/2015) De acordo com as normas de auditoria da INTOSAI, a depender do nível de competência profissional da equipe de auditores, a tarefa de supervisão do pessoal encarregado da auditoria pode ser dispensada.

Comentários:

Falaremos mais sobre supervisão nas próximas aulas, mas com o que vimos até agora já dá para responder essa questão. A supervisão, como o próprio termo sugere, deve ser feita por alguém de fora da equipe. Segundo as normas de auditoria da INTOSAI, o trabalho realizado pela equipe de auditoria, em todos níveis e fases, deve ser supervisionado. Assim, a supervisão, independentemente da competência da equipe, é essencial para garantir a consecução dos objetivos da auditoria e a manutenção da qualidade do trabalho.

Gabarito: Errado

03. (CESPE/MPU/Analista de Controle Interno/2015) Independentemente da existência de uma área específica de gestão de riscos, a auditoria interna é organizada com a função de assegurar o cumprimento dos objetivos do negócio e o gerenciamento de riscos.

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Como vimos, a auditoria interna é aquela executada pela própria organização, com o objetivo de garantir o atendimento de seus objetivos institucionais, por meio da avaliação contínua de seus procedimentos e controles internos.

Ainda, segundo o IIA, a auditoria interna auxilia a organização a alcançar seus objetivos através de uma abordagem sistemática e disciplinada para a avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gerenciamento de risco, controle e governança corporativa.

Gabarito: Certo

04. (CESPE/Câmara dos Deputados/Consultor Legislativo: área IV/2014) Um dos objetivos da auditoria contábil é emitir opinião acerca da adequação e da fidedignidade das demonstrações financeiras quanto à aplicação, por parte das entidades públicas executoras, de recursos externos oriundos de projetos celebrados com organismos internacionais.

Comentários:

Segundo a IN SFC 01/2001, a Auditoria Contábil objetiva opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações refletem, adequadamente, a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.

Compreende o exame dos registros e documentos e na coleta de informações e confirmações, mediante procedimentos específicos.

Tem por objeto, também, verificar a efetividade e a aplicação de recursos externos, oriundos de agentes financeiros e organismos internacionais, por unidades ou entidades públicas executoras de projetos celebrados com aqueles organismos com vistas a emitir opinião sobre a adequação e fidedignidade das demonstrações financeiras.

Gabarito: Certo

A respeito dos tipos e modalidades de auditoria no setor público, julgue os itens a seguir.

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Comentários:

O enunciado misturou os conceitos de auditoria operacional com a auditoria de acompanhamento da gestão.

A Auditoria Operacional consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao processo operacional, ou parte dele, das unidades ou entidades da administração pública federal, programas de governo, projetos, atividades, ou segmentos destes, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade, procurando auxiliar a administração na gerência e nos resultados, por meio de recomendações, que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial.

É a Auditoria de Acompanhamento da Gestão que é realizada ao longo dos processos de gestão, com o objetivo de atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos de uma entidade, evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos ao desempenho da sua missão institucional.

Gabarito: Errado

06. (FCC/DPE-SP/Contador/2013) A auditoria interna deve estar vinculada aos mais altos níveis hierárquicos de uma entidade com vistas a

(A) atuar estritamente como órgão fiscalizador.

(B) emitir parecer sobre as demonstrações contábeis para os usuários externos. (C) garantir autonomia e independência.

(D) punir os responsáveis por erros nas demonstrações contábeis. (E) apurar fraudes e punir os subordinados com maior isenção. Comentários:

Vimos que apesar de ser subordinado à administração, o auditor interno deve ter certa autonomia e independência.

Dessa forma, a auditoria interna deve ser subordinada apenas ao mais alto nível da administração, como, por exemplo, à Presidência ou ao Conselho de Administração.

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Gabarito: C

07. (FCC/TRF 2R/Analista Judiciário – Contadoria/2012) O auditor independente ou externo

(A) tem como objetivo principal a prevenção e a detecção de falhas no sistema de controle interno da entidade.

(B) deve produzir relatórios que visam atender, em linhas gerais, a alta administração da entidade ou diretorias e gerências.

(C) tem que fazer análise com alto nível de detalhes, independentemente da relação custo-benefício, para minimizar o risco de detecção.

(D) deve produzir um relatório ou parecer sobre as demonstrações contábeis da entidade auditada.

(E) tem menor grau de independência em relação à entidade auditada do que o auditor interno.

Comentários:

Vamos analisar cada uma das alternativas:

Letra A – esse é o objetivo da auditoria interna, o objetivo do auditor independente é a emissão de uma opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com uma estrutura de relatório financeiro aplicável.

Letra B – esse tipo de relatório é produzido pela auditoria interna. Letra C – quem faz análises mais detalhadas é a auditoria interna.

Letra D – esse é o objetivo do auditor independente, a emissão de uma opinião sobre as demonstrações contábeis da entidade auditada, veiculada por meio de um relatório ou parecer.

Letra E – é justamente o contrário, tem um maior grau de independência em relação à entidade auditada do que o auditor interno.

Gabarito: D

08. (CESPE/CNJ/Analista Contabilidade/2013) A auditoria que tem como objetivo específico o melhoramento das operações examinadas, consubstanciada na análise da eficiência, eficácia e economicidade da ação administrativa, é denominada auditoria de gestão.

Comentários:

(35)

Gabarito: Errada.

09. (CESPE/CNJ/Analista Contabilidade/2013) O auditor interno deve preservar sua autonomia profissional, logo não lhe cabe prestar assessoria ao conselho fiscal ou a órgãos equivalentes.

Comentários:

Pelo contrário, a auditoria interna funciona como um órgão de assessoramento da administração da entidade. O objetivo da auditoria interna é auxiliar a administração no desempenho de suas funções e responsabilidades, fornecendo-lhe análises, apreciações e recomendações.

Gabarito: Errada.

10. (FCC/ISS-SP/2012) No processo de Auditoria, o auditor

(A) deve, em conjunto com a administração, atestar que todos os processos, riscos e possibilidades de fraudes foram avaliadas e ter a certeza da integridade da informação.

(B) pode, após ter executado todos os testes, ter a certeza da integridade da informação atestando todas as demonstrações contábeis exigidas em seu parecer de auditoria.

(C) não pode ter certeza da integridade da informação, embora tenha executado os procedimentos de auditoria para obter certeza de que todas as informações relevantes foram obtidas.

(D) pode, tendo aplicado os procedimentos de auditoria, atestar a integridade da informação, mas não pode se eximir de certificar, por meio de seu relatório, a exatidão das demonstrações contábeis.

(E) não deve atestar a integridade das informações contábeis, das notas explicativas e dos demais relatórios publicados pela empresa, enquanto não obtiver uma carta da administração atestando as demonstrações em conjunto. Comentários:

(36)

Por enquanto, vamos nos ater ao que diz a NBC TA 200:

Existe a possibilidade de que a administração ou outros possam não fornecer, intencionalmente ou não, as informações completas que são relevantes para a elaboração das demonstrações contábeis ou que tenham sido solicitadas pelo auditor. Portanto, o auditor não pode ter certeza da integridade da informação, embora tenha executado os procedimentos de auditoria para obter certeza de que todas as informações relevantes foram obtidas.

Gabarito: C.

11. (CESPE/ANAC/Especialista em Regulação de Aviação Civil – Área 7/2012) A auditoria interna se distingue da auditoria externa, entre outros aspectos, por ser responsável pelo exame dos processos operacionais, contábeis e sistêmicos.

Comentários:

A auditoria interna realiza, além da auditoria contábil, a auditoria operacional, e seus exames são feitos de forma sistemática, ao contrário da independente que é contábil e pontual.

Gabarito: Certa.

12. (UnB/CESPE - TCE/RN Inspetor de Controle Externo, Especialidade: Administração, Contabilidade, Direito ou Economia - 2009) – A auditoria governamental visa estabelecer a melhoria e a homogeneização dos procedimentos administrativos e dos controles internos das unidades da administração direta e indireta, daí resultando a padronização dos processos de licitação e dos contratos firmados com entidades privadas.

Comentários:

Vimos que o objetivo da auditoria governamental não é o proposto pelo enunciado.

A finalidade da auditoria governamental é avaliar a gestão e a aplicação de recursos públicos visando sua adequação aos aspectos de legalidade e legitimidade, bem como os critérios de economicidade, eficácia, eficiência e efetividade.

Gabarito: Errada.

(37)

denominada compartilhada, em que a responsabilidade pela execução do serviço é assumida conjuntamente pela administração e pela contratada.

Comentários:

Na auditoria compartilhada a responsabilidade pela execução do serviço é da administração, sendo auxiliada por órgãos/instituições públicas ou privada. É a auditoria do tipo terceirizada que é executada por instituições privadas, ou seja, pelas denominadas empresas de auditoria externa.

Gabarito: Errada.

14. (CESPE/Auditor de Contas Públicas – CGE PB/2008) O surgimento da auditoria externa está associado à necessidade das empresas de captarem recursos de terceiros.

Comentários:

Vimos que a auditoria surgiu com a necessidade de captação de recursos com terceiros (acionistas, credores, bancos etc.) que demandavam uma avaliação independente da real situação financeira e patrimonial da empresa.

Em outras palavras, os investidores necessitam de informações confiáveis sobre aquilo em que pretendem investir – cabe à auditoria suprir essa necessidade. Gabarito: Certa.

15. (CESPE/Auditor de Contas Públicas – CGE PB/2008) A auditoria externa surgiu como decorrência da necessidade de um acompanhamento sistemático e mais aprofundado da situação da empresa.

Comentários:

A auditoria interna nasceu com esse propósito: necessidade de acompanhar e de avaliar a correta aplicação das normas e procedimentos internos da empresa. Ou seja, como forma de a administração se antecipar as demandas de regularidade do público externo.

Gabarito: Errada.

16. (CESPE/Agente Fiscal de Tributos Municipais – Prefeitura de Teresina/2008) A auditoria contábil utiliza técnicas e procedimentos que permitem atestar a veracidade e a adequação dos registros e demonstrações, mas não se restringe à escrituração da entidade objeto dos trabalhos da auditoria.

Referências

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