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revista portuguesa de ciências do desporto

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revista portuguesa de

ciências do desporto

tuguesa de ciências do desporto

Vol. 3, Nº 1

Janeiro

·Junho 2003

Publicação semestral Vol. 3, Nº 1, Janeiro·Junho 2003 A RPCD tem o apoio da FCT Programa Operacional Ciência, Tecnologia, Inovação

do Quadro Comunitário da creatina quinase e da força isométrica máxima voluntária

entre dois protocolos exaustivos e inabituais

T.M.Barbosa, P.M. Magalhães, V.P. Lopes, M. Neuparth, J.A. Duarte

Validade da velocidade crítica para a determinação dos efeitos do treinamento no limiar anaeróbio em corredores de endurance

BS Denadai, MJ Ortiz, S Stella, MT Mello

Influence of class size on physical activity behavior changes in a 15-week health-related fitness course

Mitchell A. Collins, Mauro V.G. Barros, Markus V. Nahas, Bernie Goldfine, Angela B. Lanier, Jennifer Beck Desporto aventura e auto-estima nos adolescentes, em meio escolar

Rui P.S. Bernardo, Margarida G. Matos

Estudo do nível de desenvolvimento da coordenação motora da população escolar (6 a 10 anos de idade) da Região Autónoma dos Açores

V.P. Lopes, J.A.R. Maia, R.G. Silva, A. Seabra, F.P. Morais Maturação esquelética e aptidão física em crianças e adolescentes madeirenses

DL Freitas, JA Maia, GP Beunen, JA Lefevre, AL Claessens, AT Marques, AL Rodrigues, CA Silva, MT Crespo, MA Thomis, RM Philippaerts

e duplo-produto ao exercício contra-resistência: uma revisão da literatura.

M.D. Polito, P.T.V. Farinatti

Modelação hierárquica ou multinível. Uma metodologia estatística e um instrumento útil de pensamento na investigação em Ciências do Desporto

José A. Maia, Vítor P. Lopes, Rui G. da Silva, André Seabra, João V. Ferreira, Manuel V. Cardoso Fisiologia da fadiga muscular. Delimitação conceptual, modelos de estudo e mecanismos de fadiga de origem central e periférica

A. Ascensão, J. Magalhães, J. Oliveira, J. Duarte, J. Soares

Volume 3 · Nº 1

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Revista Portuguesa de Ciências do Desporto Publicação semestral da Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto

Vol. 3, Nº 1, Janeiro·Junho 2003, ISSN 1645-0523. Dep. Legal 161033/01 Director

Jorge O. Bento [jbento@fcdef.up.pt]

Editor

António T. Marques [amarques@fcdef.up.pt]

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Portugal e Europa: 25€, Brasil e PALOP: 30€ (USD 30), outros países: 35€ (USD 35)

Preço deste número

Portugal e Europa: 15€, Brasil e PALOP: 15€ (USD 15), outros países: 20€ (USD 20)

Tiragem 500 exemplares Copyright

A reprodução de artigos, gráficos ou fotografias só é permitida com autorização escrita do Director.

Endereço para correspondência

Revista Portuguesa de Ciências do Desporto Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto

Rua Dr. Plácido Costa, 91 · 4200.450 Porto · Portugal Tel: +351–225074700

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A RPCD está indexada no SPORTDiscus.

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Revista Portuguesa de Ciências do Desporto Vol. 3, Nº 1, Janeiro·Junho 2003 ISSN 1645-0523 Dep. Legal 161033/01 A RPCD tem o apoio da FCT Programa Operacional Ciência, Tecnologia, Inovação do Quadro

Comunitário de Apoio III.

ARTIGOS DE INVESTIGAÇÃO

Comparação da variação da actividade neuromuscular, da creatina quinase e da força isométrica máxima voluntária entre dois protocolos exaustivos e inabituais T.M.Barbosa, P.M. Magalhães, V.P. Lopes,

M. Neuparth, J.A. Duarte

Validade da velocidade crítica para a determinação dos efeitos do treinamento no limiar anaeróbio em corredores de endurance

B.S. Denadai, M.J. Ortiz, S. Stella, M.T. Mello Influence of class size on physical activity behavior changes in a 15-week health-related fitness course Mitchell A. Collins, Mauro V.G. Barros,

Markus V. Nahas, Bernie Goldfine, Angela B. Lanier, Jennifer Beck

Desporto aventura e auto-estima nos adolescentes, em meio escolar

Rui P.S. Bernardo, Margarida G. Matos

Estudo do nível de desenvolvimento da coordenação motora da população escolar (6 a 10 anos de idade) da Região Autónoma dos Açores

V.P. Lopes, J.A.R. Maia, R.G. Silva, A. Seabra, F.P. Morais

Maturação esquelética e aptidão física em crianças e adolescentes madeirenses

DL Freitas, JA Maia, GP Beunen, JA Lefevre, AL Claessens, AT Marques, AL Rodrigues, CA Silva, MT Crespo, MA Thomis, RM Philippaerts.

ARTIGOS DE REVISÃO

Respostas de frequência cardíaca, pressão arterial e duplo-produto ao exercício contra-resistência: uma revisão da literatura

M.D. Polito, P.T.V. Farinatti

Modelação hierárquica ou multinível. Uma metodologia estatística e um instrumento útil de pensamento na investigação em Ciências do Desporto

José A. Maia, Vítor P. Lopes, Rui G. da Silva, André Seabra, João V. Ferreira, Manuel V. Cardoso. Fisiologia da fadiga muscular. Delimitação conceptual, modelos de estudo e mecanismos de fadiga de origem central e periférica

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Nota editorial

Desafios da renovação

Jorge Bento

1. Após um processo de criteriosa avaliação a RPCD foi indexada no SPORTDiscus. Trata-se de um desen-lace que, além de constituir um factor de júbilo para os que exercem o seu labor na revista tanto na fun-ção de editores como na de autores, coloca ainda mais alta a exigência de qualidade.

Com esta indexação a revista vê o seu prestígio aumentado, sendo naturalmente legítimo esperar uma maior procura da parte da comunidade científica da nossa área. Face a esta conjuntura a publicação conti-nuará a fazer o seu caminho do mesmo modo como o fez até ao presente, procurando estar à altura das suas responsabilidades, no sentido de contribuir para a progressiva afirmação das Ciências do Desporto no espaço da língua portuguesa. Igualmente continuará a ser pela via do rigor e da excelência que a revista se manterá agarrada ao seu objectivo primordial que é o de congregar os especialistas do mundo lusófono e promover o reconhecimento dos seus méritos junto das pessoas e instituições que, no cenário internacio-nal, se consagram à reflexão, investigação e configura-ção científicas do desporto. Eis, em suma, a missão e o desígnio que movem a nossa vontade e que importa reafirmar numa altura em que a RPCD entra no ter-ceiro ano de vida.

2. Igualmente merece ser registado o facto de dora-vante a RPCD contar com o patrocínio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Esta circunstância deve ser devidamente apreciada e valorada, tendo em conta que as Ciências do Desporto constituem uma área nova, sem grande passado e tradição, no pano-rama científico português. Certamente que isto encerra um reconhecimento pela trajectória já per-corrida; mas encerra sobretudo um convite à tomada

de consciência sobre o muito que falta andar. À nossa frente está aberto um vasto campo de cresci-mento, sendo necessário para tanto não esmorecer no esforço de o arar e preparar para culturas sempre renovadas e mais aprimoradas.

3. A FCDEF-UP sente-se honrada por acolher pela segunda vez, entre 27 e 30 de Setembro de 2004, o Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa. Desta feita a honra é ainda maior pelo facto de o evento ocorrer no momento em que serão transcorridos 15 anos sobre a organização do primeiro Congresso no Rio de Janeiro.

Este último aspecto seria, por si só, um motivo sufi-ciente para conferir à realização do Congresso um especial simbolismo. Acresce que o caminho já per-corrido e tudo quanto até agora nele construímos nos coloca a todos perante a responsabilidade de confron-tarmos o movimento que nos trouxe até ao presente com os desafios da renovação. Renovação dos nossos ideais e das formas de os realizar; renovação dos nós e dos laços, dos vínculos e dos afectos, das obriga-ções e dos compromissos; renovação do nosso contri-buto para a afirmação da comunidade lusófona; reno-vação do congresso e da sua configuração; renoreno-vação dos problemas das ciências do desporto; renovação da educação física; renovação da missão e das tarefas das nossas instituições; renovação do labor académi-co, científico e profissional; renovação do nosso papel e do nosso lugar no mundo.

O ano de 2004 vai ser um espaço de grandes realiza-ções como o Campeonato da Europa de Futebol, em Portugal, e os Jogos Olímpicos de Atenas.

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neste clima de exaltação e constitua mais um ponto alto na caminhada iniciada há 15 anos. Pela nossa parte tudo faremos para que ele assinale de forma condigna, no plano académico, cultural e social, a importância do nosso movimento.

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Comparação da variação da actividade neuromuscular,

da creatina quinase e da força isométrica máxima voluntária

entre dois protocolos exaustivos e inabituais

T.M.Barbosa1 P.M. Magalhães1 V.P. Lopes1 M. Neuparth2 J.A. Duarte2 RESUMO

O objectivo deste trabalho foi comparar a variação da activida-de neuromuscular, da força isométrica máxima voluntária e da criatina quinase entre um protocolo exaustivo de exercícios de contracções concêntricas e de contracções excêntricas. Foram avaliados 15 sujeitos do sexo masculino saudáveis e não treina-dos. 8 realizaram exclusivamente um exercício com contracções concêntricas e 7 realizaram exclusivamente um exercício com contracções excêntricas. Foi avaliada a amplitude do sinal elec-tromiográfico, a mediana da frequência, a força isométrica máxima voluntária e as concentrações de creatina quinase. Estas variáveis foram analisadas imediatamente antes do proto-colo, imediatamente após o protoproto-colo, 1 hora, 3 horas, 24 horas, 48 horas e 72 horas após o término do protocolo. A mediana de frequência apresentou valores significativamente superiores durante o exercício de contracções concêntricas do que durante o exercício de contracções excêntricas 1 hora, 3 horas e 24 horas após o protocolo, mas foi significativamente inferior às 72 horas. A força isométrica máxima voluntária foi significativamente superior ao realizar contracções concêntricas do que excêntricas em todos os momentos de avaliações. A creatina quinase foi significativamente superior nas contrac-ções excêntricas do que nas concêntricas 48 horas após o tér-mino do protocolo.

Palavras-chave: actividade neuromuscular, força isométrica, creatina quinase, contracção concêntrica, contracção excêntrica.

ABSTRACT

Comparison of neuromuscular activity, creatine kinase and maxi-mal isometric voluntary force variation between two exhaustive and not habitual protocols

The aim of this study was to compare the neuromuscular activity, the maximal voluntary isometric force and the creatine kinase variation between an exhaustive concentric contraction protocol and an exhaus-tive eccentric contraction protocol. 8 healthy and detrained males made concentric contractions and 7 made eccentric contractions protocol. The parameters evaluated were the electromyographic amplitude, the medi-an frequency, the maximal voluntary isometric force medi-and the creatine kinase. All parameters were measured before the protocol, immediately after the protocol, 1 hour, 3 hours, 24 hours, 48 hours and 72 hours after the protocol. The median frequency presented values significantly higher on the concentric contraction group than in the eccentric con-traction group on the 1st, 3rd and 24th hour but, significantly lower on the 72th hour. The maximal voluntary isometric force was signifi-cantly higher on the concentric contraction group than the eccentric contraction group in all moments. The creatine kinase was significantly higher on the eccentric contraction group than in the concentric con-traction group on the 48th hour.

Key Words: neuromuscular activity, isometric force, creatine kinase, concentric, eccentric

1

Escola Superior de Educação,

Instituto Politécnico de Bragança, Portugal

2

(10)

1. INTRODUÇÃO

O exercício físico inabitual e exaustivo induz altera-ções estruturais, ultra-estruturais e bioquímicas de carácter focalizado e reversível (7, 19, 20, 23). Estas alterações são características de uma patologia aguda denominada por Miopatia do Exercício (ME). Existem evidências de que a exuberância dos sinais e sintomas associados à ME está dependente do tipo de contracções (concêntricas vs. excêntricas), da intensidade, da duração (7, 20, 34) e de factores relacionados com o próprio indivíduo, como a idade e o nível de treino para a tarefa proposta (34). Com efeito, encontram-se descritas na literatura diversas evidências indirectas de lesão muscular, que parecem associar a elevada percentagem de contrac-ções excêntricas a uma maior evidência da sintoma-tologia associada à ME. Nomeadamente: (i) diminui-ções mais acentuadas da força isométrica máxima voluntária (18, 26, 27); (ii) aumentos significativa-mente superiores da sensação de desconforto mus-cular (1, 4, 12, 23); (iii) aumentos significativamente superiores do perímetro braquial (5, 11, 28) e; (iv) aumentos significativamente superiores das concen-trações plasmáticas da creatina quinase (2, 5, 8, 26). Efectivamente, a creatina quinase é o indicador bio-químico mais utilizado na literatura como indicador da ocorrência de lesão muscular (20, 35). A sua pre-sença acentuada no plasma sanguíneo sugere a exis-tência de uma elevada agressão sobre as fibras mus-culares, com lesão dos miofilamentos, do sarcolema e de organelos sub-celulares (7). Por outro lado, autores como Lieber e Fridén (16) referem a maior tensão exercida sobre as fibras musculares pelas con-tracções excêntricas em comparação com o trabalho isométrico ou concêntrico, num estudo realizado com ratos. Ou seja, parece existir já alguma produ-ção científica no sentido de tentar compreender os processos subjacentes à patologia em causa, em fun-ção do tipo de tensão muscular produzida.

Todavia, as repercussões deste fenómeno a nível neuromuscular não parecem estar completamente esclarecidas (6, 9, 21, 22, 25). E isto não obstante Sbriccolo et al. (33) considerarem que a electromio-grafia é uma das metodologias mais eficientes na detecção precoce das consequências das contracções do tipo excêntrico na patologia em estudo.

Foi objectivo deste trabalho conhecer as repercus-sões que se verificam na actividade neuromuscular após a realização de diferentes protocolos de exercí-cio físico (contracções concêntricas vs. contracções excêntricas) com carácter inabitual e exaustivo. 2. MATERIAIS E MÉTODOS

Amostra

A amostra foi constituída por 15 sujeitos do sexo masculino clinicamente saudáveis e não treinados (21.0±2.0 anos de idade, 170.2±5.8 cm de estatura e 67.513±8.010 Kg de massa corporal). A todos os indivíduos, antes de darem o seu consentimento para participarem no estudo, foi explicado o objectivo do mesmo e os procedimentos a que estariam sujeitos. Os 15 sujeitos foram divididos aleatoriamente em dois grupos. 8 sujeitos constituíram um grupo que realizou exclusivamente um exercício de contracções do tipo concêntrico (CC) e os restantes 7 exclusiva-mente um exercício de contracções excêntricas (CE). De forma a assegurar o carácter inabitual do exercí-cio proposto, foi solicitado aos elementos da amos-tra que não realizassem qualquer tipo de actividade física nas duas semanas anteriores e durante o tempo de duração do protocolo experimental. Protocolo experimental

O protocolo consistiu na execução de um exercício de elevação ou de abaixamento de um haltere com uma resistência de 70% de 1 RM, respectivamente através da flexão ou da extensão do antebraço sobre o braço até à exaustão, com os dois membros supe-riores em simultâneo. O grupo CC realizou apenas contracções concêntricas e o grupo CE unicamente contracções excêntricas. Para tal, cada indivíduo foi auxiliado por dois sujeitos colocados nas extremida-des do haltere que realizavam o movimento oposto. O exercício foi executado na posição de sentado, com os dois braços encostados na sua região poste-rior a um apoio existente para o efeito. Desta forma, foi possível eliminar hipotéticas contracções parasi-tas, não directamente envolvidas na execução do exercício. A velocidade de execução foi controlada através da marcação por um metrónomo, sendo rea-lizada uma repetição em cada dois segundos. Quando o indivíduo não fosse capaz de acompanhar

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o ritmo estipulado, era-lhe proporcionado um inter-valo de repouso de 30 segundos. O protocolo era dado como terminado quando o sujeito demonstras-se uma manifesta incapacidade de realizar mais de duas repetições, acompanhando o ritmo indicado, durante três séries consecutivas.

Parâmetros estudados

Todos os parâmetros foram avaliados antes da aplica-ção do protocolo experimental (Tr), imediatamente após o seu término (T0), bem como após 1 hora (T1), após 3 horas (T3), após 24 horas (T24), após 48 horas (T48) e após 72 horas (T72) o fim do pro-tocolo. Foi colocado um eléctrodo bipolar (TSD 150A da Biopac Systems Inc.) no bicípete braquial de um dos membros superiores. Antes da sua aplicação, a pele nessa área foi preparada e limpa. Não obstan-te as limitações que acarreta, mas obstan-tentando a aobstan-te- ate-nuar a variabilidade na localização do eléctrodo nos diversos momentos de avaliação, realizaram-se pequenas tatuagens temporárias no local onde este seria colocado, como sugerem Hakkinen e Komi (13) e Hakkinen et al. (14). O eléctrodo de referência foi colocado no acrómio do mesmo lado do bicípete bra-quial analisado. Utilizou-se um amplificador diferen-cial com uma impedância de entrada de 2Megaohms, um ganho de 1000, uma banda passante entre os 15 e os 450Hz e uma rejeição do modo comum do amplificador de 90dB. O sinal electromiográfico foi tratado no aplicativo AcqKnowledge v. 3.5.3. da Biopac Systems Inc. Determinou-se a amplitude do sinal elec-tromiográfico (aEMG) após o sinal ter sido rectifica-do. Foi calculada a transformada de Fourier, obten-do-se a mediana de frequência (MF).

Simultaneamente com a recolha do sinal electromio-gráfico também foi avaliada a força isométrica máxi-ma voluntária (FIMV), através de um dinamómetro TSD121C da Biopac Systems Inc, durante 5 segundos. A recolha deste parâmetro fez-se com os indivíduos sentados, com a região posterior do braço encostado no apoio e fazendo um ângulo relativo de aproxima-damente 90º com o antebraço, estando este na hori-zontal. O sujeito realizava uma contracção isométri-ca, procurando elevar uma barra que se encontrava fixa nas suas extremidades por correntes, as quais estavam presas no dinamómetro e este a um apoio no solo. Foi recolhido sangue capilar e avaliada a

actividade plasmática da creatina quinase (CK) atra-vés de um Refreton Analyser da Boehringer Mannheim. Todos os dados foram relativizados com base nos valores recolhidos antes da aplicação do protocolo, permitindo conhecer a percentagem de variação de cada variável.

Tratamento estatístico

Para o tratamento estatístico dos dados foram deter-minadas as estatísticas descritivas média e desvio padrão. Para a comparação dos parâmetros estuda-dos entre momentos, em cada grupo, utilizou-se a ANOVA de medidas repetidas. A comparação entre grupos, em cada momento de avaliação, foi realizada a partir do teste t. Em todos os procedimentos esta-tísticos foi adoptado um nível de significância de 5% (p<0.05).

3. RESULTADOS

Existem diversas variáveis fisiológicas que são habi-tualmente utilizadas enquanto indicadores indirec-tos do nível de lesão induzida pelo exercício físico exaustivo e/ou inabitual. De entre essas variáveis a FIMV e a CK são duas das mais utilizadas (3, 20). No presente estudo estes dois parâmetros foram adoptados com o intuito de determinar se o proto-colo aplicado permitiu submeter os sujeitos à pato-logia indicada.

A Figura 1 apresenta as variações dos indicadores de lesão muscular estudados, entre os diferentes momentos de avaliação em cada grupo. No grupo CC, a FIMV apresentou valores significativamente inferiores relativamente a Tr em T0 [F(1;7)= 58.393, p= 0.0001], em T1 [F(1;7)=41.475, p=0.0004], em T3 [F(1;7)=28.095, p=0.0011], em T24 [F(1;7)=12.252, p=0.0100] e em

T48[F(1;7)=6.149, p=0.0422]. No grupo CE, os valores foram significativamente inferiores relativa-mente a Tr em T0 [F(1;6)= 273.970, p< 0.0001], em T1 [F(1;6)=393.262, p<0.0001], em T3 [F(1;6)=227.365, p<0.0011], em T24 [F(1;6)=530.934, p<0.0001], em T48[ F(1;7)=903.942, p<0.0001] e em T72 [F(1;6)=404.571, p<0.0001].

A CK, no grupo CC, apresentou valores de activida-de plasmática significativamente superiores relativa-mente a Tr em T0 [F(1;7)=11.203, p=0.0123], em

(12)

T1 [F(1;7)= 14.935, p=0.0062], em T3

[F(1;7)=7.683, p=0.0276] e em T24 [F(1;7)=5.846, p=0.0462]. No grupo CE, a CK foi significativamen-te superior relativamensignificativamen-te a Tr em T1

[F(1;6)=12.787, p=0.0117] e emT48

[F(1;6)=11.088, p=0.0158]. Todavia, em T3 o valor da actividade plasmática da CK foi inferior, mas não significativamente [F(1;6)=5.713, p=0.0540].

* p<0.05 entre dado momento e Tr

* p<0.05 entre dado momento e Tr

Figura 1. Médias e desvios-padrão da percentagem de variação dos indicadores indirectos de lesão muscular em cada momento

de avaliação nos dois grupos estudados.

Legenda: FIMV - força isométrica máxima voluntária; CK – actividade plasmá-tica da creatina quinase; CC - grupo de contracções concêntricas; CE – grupo

de contracções excêntricas.

A Figura 2 apresenta as variações dos parâmetros electromiográficos estudados, entre os diferentes momentos de avaliação, em cada grupo.

No grupo CC, a aEMG não apresentou variações estatisticamente significativas ao longo das 72h. Todavia, verificou-se que os valores foram em todos os momentos superiores a Tr. No grupo que realizou

exclusivamente contracções do tipo excêntricas, o panorama é em tudo similar. Contudo, desta feita, em T24 a aEMG foi significativamente superior a Tr [F(1;6)=8.597, p=0.0262]. Já em T48, apesar dos valores de aEMG serem inferiores não existem dife-renças significativas [F(1;6)=5.276, p=0.0613]. Finalmente relativamente à MF, o grupo CC apresen-tou valores significativamente inferiores relativa-mente a Tr em T0 [F(1;7)=9.400, p=0.0182], T1 [F(1;7)=34.068, p=0.0006], T3 [F(1;7)=24.277, p=0.0017], T24 [F(1;7)=14.554, p=0.0066] e T48 [F(1;7)=7.499, p=0.0290]. No grupo CE os valores foram significativamente inferiores relativamente a Tr em T0 [F(1;6)=50.840, p=0.0004], em T1 [F(1;6)=1574.062, p<0.0001], em T3 [F(1;6)=384.674, p<0.0001], em T24 [F(1;6)=151.922, p<0.0001], em T48 [F(1;6)=667.436, p<0.0001] e em T72 [F(1;6)=14.395, p=0.0090], ou seja, em todos os momentos de avaliação.

* p<0.05 entre dado momento e Tr

* p<0.05 entre dado momento e Tr

Figura 2. Médias e desvios-padrão da percentagem de variação dos parâmetros electromiográficos em cada momento de avaliação nos dois grupos estudados. Legenda: aEMG – amplitude do sinal electromiográfico; MF – mediana de frequência;

CC – grupo de contracções concêntricas; CE – grupo de contracções excêntricas.

(13)

Feita a análise da forma como evoluiu cada variável ao longo do tempo em cada grupo de estudo, pas-sou-se de seguida à comparação da variação das mes-mas variáveis, mes-mas entre grupos. O Quadro 1 apre-senta a percentagem de variação relativamente a Tr de cada uma das variáveis entre o grupo CC e o grupo CE em cada momento de avaliação.

A variação da FIMV foi significativamente superior no grupo CE relativamente ao grupo CC em todos os momentos de avaliação. No caso da CK, o único momento de avaliação onde se observou uma diferen-ça estatisticamente significativa foi em T48. Às 48

horas, a CK apresentou valores significativamente superiores no grupo CE relativamente ao grupo CC [t(6)=-3.115, p=0.0207]. No que diz respeito às variáveis electromiográficas, na aEMG não se verifica-ram diferenças significativas entre os dois grupos em qualquer momento de avaliação. Por fim, a variação da MF foi significativamente superior no grupo CC relati-vamente ao grupo CE em T1 [t(6)=-4.599, p=0.0037] , em T3 4.221, p=0.0056] e em T24 [t(6)=-2.629, p=0.0391]. No entanto, em T72, os valores foram significativamente inferiores no grupo CC relati-vamente ao grupo CE [t(6)=3.000, p=0.0240].

Actividade neuromuscular entre dois protocolos

Quadro 1. Valores médios e respectivos desvios-padrão da percentagem de variação dos indicadores indirectos de lesão muscular e dos parâmetros electromiográficos entre os dois grupos em cada momento de avaliação.

Tr T0 T1 T3 T24 T48 T72 CC 0±0 -25.8±9.5 -21.3±9.3 -18.3±9.7 -9.4±7.6 -8.9±10.1 -1.1±12.2 FIMV n.s. * * * * * * CE 0±0 -57.5±9.1 -60.4±8.0 -56.3±9.8 -63.4±7.2 -64.9±5.7 -64.9±8.5 CC 0±0 26.5±22.4 51.3±37.5 101.1±103.1 245.9±287.7 144.2±204.7 252.7±636.1 CK n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. * n.s. CE 0±0 2.6±40.0 45.3±33.5 151.7±168.0 1952.1±2303.5 2343.4±1862.0 4784.5±5246.2 CC 0±0 35.4±53.2 32.3±61.6 48.6±69.3 50.0±92.3 22.1±45.4 30.7±82.0 aEMG n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. n.s. CE 0±0 95.3±122.7 87.1±157.5 42.5±81.5 78.5±70.8 57.0±66.4 -8.1±89.2 CC 0±0 -168.8±155.7 -224.6±108.8 -300.1±172.3 -194.7±144.3 -42.0±43.4 -4.3±19.3 MF n.s. n.s. * * * n.s. * CE 0±0 -58.2±21.6 -73.9±4.9 -73.6±9.9 -61.1±13.1 -60.8±6.2 -28.4±19.8 Legenda: FIMV - força isométrica máxima voluntária; CK - actividade plasmática da creatina quinase; aEMG – amplitude do sinal electromiográfico;

MF – mediana de frequência; CC - grupo de contracções concêntricas; CE – grupo de contracções excêntricas; * p <0.05.

4. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

A FIMV e a CK são duas das variáveis fisiológicas mais utilizadas enquanto indicadores indirectos da lesão induzida por cargas exaustivas e/ou inabituais. Assim, as referidas variáveis foram estudadas no pre-sente trabalho no sentido de se poder averiguar se a carga aplicada aos sujeitos induziu lesão muscular. A FIMV apresentou, nos dois grupos, reduções sig-nificativas em todos os momentos de avaliação, em comparação com Tr, excepto entre Tr e T72 no grupo CC. Na verdade, diversos estudos também constata-ram que ocorriam diminuições acentuadas na FIMV

(14)

A CK, no grupo CC, apresentou relativamente a Tr valores significativamente superiores em T0, em T1, em T3 e em T24. Já no grupo CE ela foi significativa-mente superior em T1 e em T48 do que em Tr. Ou seja, parece que tal como já fora descrito na literatu-ra, também neste caso se verificou uma libertação tardia da CK para a corrente sanguínea (2, 8). Assim, no presente estudo o pico da CK para o grupo CC aconteceu às 24 horas e para o grupo CE às 72 horas, não obstante o último resultado com valores significativos ter ocorrido às 48 horas. A jus-tificação para tal fenómeno reside no transporte da CK que se realiza fundamentalmente pela circulação linfática, mais lenta do que a circulação sanguínea (8, 26). Olhando atentamente para os desvios--padrão nos diferentes momentos, em ambos os gru-pos, observam-se valores razoavelmente elevados. Clarkson et al. (5) argumentam que isso se deverá à capacidade de alguns sujeitos removerem mais rapi-damente a CK do que outros. Isto é, parece que exis-tirá uma forte variabilidade interindividual na capaci-dade de remoção da CK.

Resumindo, a partir da análise destes dois indicado-res indirectos, os sujeitos do grupo CC e do grupo CE apresentavam fortes evidências de que se encon-travam com uma lesão muscular induzida pelo exer-cício exaustivo e inabitual. Assim sendo, o passo seguinte constituiu em conhecer as possíveis reper-cussões dessa patologia a nível neuromuscular. Em termos genéricos não se observaram diferenças significativas da aEMG, quer no grupo CC, quer no grupo CE ao comparar os diferentes momentos de avaliação com Tr. Linnamo et al. (17), McHugh et al. (21), Saxton e Donnelly (32) e Sbriccoli et al. (33) estudaram parâmetros electromiográficos no domí-nio temporal e também não verificaram variações significativas. Todavia, há que frisar que se observa-ram aumentos desta variável, não obstante não terem qualquer significado estatístico.

Hipoteticamente este aumento da actividade neuro-muscular surgirá para atenuar a redução da resposta mecânica do músculo (15, 21, 30, 31). Ou seja, isto sugere um ligeiro aumento no nível de recrutamento para compensar uma diminuição da produção de força. Assim, o problema não residirá no mecanismo de recrutamento de unidades motoras, mas sim na

falha ou redução de actividade no mecanismo de contracção (33).

No grupo CC, verificou-se que a MF apresentou relativamente a Tr valores significativamente inferio-res em todos os momentos excepto em T72. No grupo CE os valores foram significativamente infe-riores em todos os momentos de avaliação. O com-portamento desta variável parece que não é consen-sual. De facto, McHugh et al. (21), Saxton e

Donnelly (32) não observaram diferenças significati-vas na MF entre os diversos momentos de avaliação. Por outro lado, um outro conjunto de autores (6, 17, 33) verificaram diminuições significativas da MF nos diversos momentos de avaliação com os valores antes da aplicação do protocolo, em sujeitos que rea-lizaram quer tensões do tipo concêntrico, quer do tipo excêntrico. Assim sendo, os resultados do pre-sente estudo parecem estar em congruência com os descritos pelos últimos autores citados. Esta redução da MF significa um aumento das componentes de baixas frequências e uma diminuição das componen-tes de altas frequências. Este facto poderá decorrer de diversos factores, entre os quais o padrão de recrutamento sincronizado das unidades motoras, a diminuição da velocidade de condução do potencial de acção, ou a passagem de dominância de recruta-mento de fibras tipo II para fibras tipo I (29). Por outras palavras, devido ao tipo de exercício aplicado no protocolo ter uma solicitação predominante de fibras tipo II, estas poderão ser as mais lesadas, levando após o protocolo a que ocorra um recruta-mento fundamentalmente de fibras tipo I (9, 17). Comparando o grupo CC e o grupo CE em cada momento de avaliação, verificou-se que a FIMV foi significativamente superior no grupo CE em todos os momentos de avaliação excepto em Tr. Com efei-to, os resultados do presente estudo parecem ser similares aos de Monteiro (24). No grupo CE obser-varam-se dois momentos de diminuição da FIMV. Um primeiro logo após o exercício e um segundo às 24 horas, como já tinha sido descrito (18). Num pri-meiro momento a explicação para este fenómeno residirá nos factores metabólicos associados a facto-res de lesão mecânica. Já num segundo momento a explicação para a diminuição da FIMV poderá residir nos mecanismos de reacção inflamatória tecidual.

(15)

No caso da CK, o único momento de avaliação onde se observou uma diferença estatisticamente significa-tiva entre os grupos foi às 48 horas. No entanto, a partir de T3, a CK foi sempre superior no grupo CE do que no grupo CC. A explicação para não se verifi-carem diferenças significativas, particularmente às 24 e às 72 horas, poderá dever-se à elevada variabilidade inter-individual, expressa pelos elevados valores de desvio-padrão. Assim, parece evidente que ambos os exercícios são manifestamente lesivos, mas com um maior grau no caso das cargas excêntricas.

Não se observaram diferenças significativas entre os dois grupos em qualquer momento de avaliação na aEMG. Na verdade, Sbriccoli et al. (33) também não encontraram diferenças significativas em qualquer mo-mento de avaliação. O que indicará que não existiram diferenças significativas no recrutamento de fibras, independentemente do tipo de protocolo utilizado. A MF foi significativamente superior no grupo CC do que no grupo CE em T1, em T3 e em T24. Todavia, este facto não parece estar em concordância com a literatura, onde frequentemente se verifica que a MF apresenta maiores diminuições nos exercí-cios excêntricos do que nos concêntricos (17). No entanto, em T72, os valores do grupo CC foram sig-nificativamente inferiores aos do grupo CE. Isto poderá significar que às 72 horas, pelo menos relati-vamente à actividade neuromuscular, já existe um restabelecimento completo da lesão quando se efec-tuam exercícios do tipo concêntrico. No entanto, o mesmo já não se pode afirmar relativamente a cargas do tipo excêntrico, podendo ocorrer que o processo de recuperação passe para lá desse meato temporal. Em síntese, a realização do exercício excêntrico implementado no presente estudo, com um carácter inabitual e exaustivo, induz maiores evidências de lesão muscular comparativamente ao exercício con-cêntrico. Essa lesão parece ser selectiva, afectando particularmente as fibras do tipo II, o que é expresso pela diminuição da MF.

CORRESPONDÊNCIA Tiago Barbosa

Instituto Politécnico de Bragança Departamento de Ciências do Desporto e Educação Física

Campus de Sta. Apolónia Apartado 1101

5301-856 Bragança, Portugal barbosa@ipb.pt

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(18)

Validade da velocidade crítica para a determinação dos efeitos

do treinamento no limiar anaeróbio em corredores de endurance

BS Denadai1

, MJ Ortiz1

, S Stella2

, MT Mello2

RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar a validade da velocidade crítica (VC) para estimar o limiar anaeróbio (LAn), antes e após dois diferentes programas de treinamento em atletas de endurance. Dezessete corredores (33,4 ± 4,4 anos; 62,7 ± 4,3 kg; 166,1 ± 5,0 cm) divididos em 2 grupos (G95% - N = 9 ; G100% - N = 8) realizaram os seguintes testes: 1) Tiros máxi-mos de 1500 e 5000 m para a determinação da VC; 2) Testes para a determinação do consumo máximo de oxigênio (VO2max) e sua respectiva velocidade (vVO2max), economia de

corrida (EC), LAn e tempo de exaustão (Tlim) nas intensidades de 95 e 100% vVO2max. Os testes foram realizados antes e

após 4 semanas de treinamento, o qual foi semelhante entre os grupos, exceto nos 2 dias de treinamento intervalado. Antes do treinamento, não houve diferença entre o LAn (17,31 ± 1,3; 17,35 ± 0,8 km/h) e a VC (16,97 ± 1,1; 17,44 ± 0,9 km/h) para os G95% e G100%, respectivamente. Após o treinamento, houve aumento do LAn (G95% = 17,98 ± 1,1; G100% = 18,11 ± 0,6 km/h) para os dois grupos, e da VC para o G95% (G95% = 17,25 ± 1,0; G100% = 17,63 ± 0,7 km/h). Neste período, o LAn foi maior do que a VC para os dois grupos. Conclui-se que a validade da VC para estimar o LAn determi-nado com concentração fixa de lactato (4 mM), pode ser dependente do período e/ou tipo de treinamento realizado pelos atletas de endurance.

Palavras-chave: corrida, velocidade crítica, limiar anaeróbio.

ABSTRACT

Validity of the critical velocity for determination of the training effects on the anaerobic threshold in endurance runners.

The objective of this study was to analyze the validity of the critical velocity (CV) to evaluate the anaerobic threshold (AnT), before and after two different training programs in endurance athletes. Seventeen male runners (33.4 ± 4.4 years; 62.7 ± 4.3 kg; 166.1 ± 5.0 cm) divided in two groups (G95% - N = 9 and G100% - N = 8) per-formed the following tests: 1) Maximum shots of 1500 and 5000 m for determination of the CV; 2) Determination of the VO2max, the speed corresponding to VO2max (vVO2max), running economy (EC), AnT and time to exhaustion (Tlim) at the intensity of 95 and 100% vVO2max. Tests were performed before and after 4 weeks of training, which was similar to both groups, except for the two days of interval training. Before training, there were no differences between AnT (17.31 ± 1.3; 17.35 ± 0.8 km/h) and CV (16.97 ± 1.1; 17.44 ± 0,9 km/h) for G95% and G100%, respectively. After training, there was an improvement in AnT (G95% = 17.98 ± 1.1; G100% = 18.11 ± 0.6 km/h) for the two groups, and in CV for G95% (G95% = 17.25 ± 1.0; G100% = 17.63 ± 0.7 km/h). In this period, the AnT was higher than the CV for the two groups. We can conclude that the validity of the CV to evaluate the AnT determined with fixed blood lactate concentration (4 mM), may be dependent on the period and/or type of training performed by endurance athletes.

Key Words: running, critical speed, anaerobic threshold.

1

Laboratório de Avaliação da Performance Humana UNESP, Rio Claro, Brasil

2

(19)

INTRODUÇÃO

A determinação da máxima fase estável de lactato sanguíneo (MLACSS), definida como a máxima intensidade de exercício de carga constante onde ainda se observa equilíbrio entre a taxa de liberação e remoção do lactato sanguíneo, tem sido estudada por diversos pesquisadores (2, 14, 25). A MLACSS parece ser o limite superior onde ainda se observa estabilidade nas respostas metabólicas e nas trocas gasosas pulmonares (23), sendo frequentemente indicada para a prescrição do treinamento aeróbio, particularmente em atletas (15, 18).

A identificação da MLACSS apresenta em princípio uma desvantagem, pois exige a realização de 4-6 séries de exercícios de carga constante, com aproxi-madamente 30 min de duração, obrigando a vinda do atleta ao laboratório por vários dias. Para tentar retirar esta desvantagem, Heck et al. (9) propuseram a identificação da MLACSS com base em um único protocolo de cargas progressivas, empregando uma concentração fixa de 4 mM de lactato sanguíneo. Embora possa ser vantajoso, diversos autores criti-cam este critério, pois pode-se encontrar uma varia-bilidade relativamente grande nestas concentrações, tanto entre os indivíduos (27) como também em função do tipo de exercício (2). Entretanto, muitos estudos realizados especificamente em corredores têm confirmado que a MLACSS corresponde em média a 4 mM (14, 25), mesmo em atletas mais jovens (1).

Por outro lado, independentemente destes aspectos, a determinação do lactato sanguíneo requer o uso de equipamentos sofisticados que nem sempre estão disponíveis, restringindo sua utilização a um peque-no número de atletas de elite. Deste modo, alguns estudos têm procurado validar outros índices que possam ser utilizados na avaliação aeróbia, sem envolver coleta de sangue e equipamentos caros (7). Um destes índices é a potência crítica ou velocidade crítica (VC), definida como a mais alta intensidade de exercício que teoricamente pode ser mantida por um longo período de tempo sem exaustão. Seu con-ceito é baseado na relação hiperbólica entre intensi-dades pré-determinadas e seus respectivos tempos de exaustão. Especificamente para a corrida,

Kranenburg & Smith (16) e Ortiz et al. (22) verifica-ram que a VC pode ser obtida pela regressão linear

entre distâncias fixas e seus respectivos tempos, sendo que a VC corresponde ao coeficiente angular da reta obtida.

Embora alguns estudos tenham verificado que a VC é um bom preditor da performance em corridas de longa duração (10 km) (11, 16), não foram encon-tradas informações sobre a validade da VC em predi-zer a resposta do lactato sanguíneo, particularmente antes e após um programa de treinamento. Com isso, o objetivo deste estudo foi analisar a validade da VC para estimar o limiar anaeróbio (LAn), antes e após dois diferentes programas de treinamento em atletas de endurance.

MATERIAL E MÉTODOS Sujeitos

Participaram deste estudo 17 corredores (33,4 ± 4,4 anos; 62,7 ± 4,3 kg; 166,1 ± 5,0 cm; 6,3 ± 2,9% de gordura corporal e; 7,2 ± 4,9 anos de treinamento) bem treinados nas provas de fundo do atletismo. Todos os corredores treinavam 6 dias por semana, com um volume semanal que oscilava entre 70 a 90 km durante o período de preparação específica. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da institui-ção e todos os participantes conheceram os procedi-mentos do experimento e suas implicações (riscos e benefícios), através de um termo de consentimento escrito e explicado.

Delineamento experimental

No início do experimento, todos participantes esta-vam cumprindo a 4a semana do período de prepara-ção específica da periodizaprepara-ção do treinamento. O experimento foi desenvolvido durante 8 semanas, sendo estas, subdivididas em 4 diferentes fases (Figura 1).

Semanas 1 2 3 4 5 6 7 8

Períodos Pré-teste Treinamento Polimento Pós-teste Figura 1 - Duração do experimento e suas respectivas fases.

Nas semanas do pré (1a e 2a) e pós-teste (7a e 8a) ocorreu uma redução do volume de treinamento nas sessões intervaladas, devido ao início das

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ções simuladas e avaliações em laboratório. Inicialmente, os atletas realizaram a competição simulada nas distâncias de 1500 (meio fundo) e 5000 metros (fundo).

Posteriormente, iniciaram-se os testes em laboratório, para a determinação do consumo máximo de oxigênio (VO2max), da velocidade correspondente ao VO2max

(vVO2max), do LAn, da economia de corrida (EC) e

do tempo de exaustão (Tlim) realizado na vVO2max.

Entre cada teste, foi respeitado um intervalo de no mínimo 48 horas, em que cada corredor foi instruído a realizar somente um treino de baixa intensidade por um período máximo de 30-40 minutos.

No início da 3a semana iniciou-se a prescrição do treinamento baseado nos resultados obtidos nos testes de laboratório, tendo a duração total de 4 semanas (24 dias úteis de treino). Nesta etapa os atletas foram divididos aleatoriamente em dois gru-pos (G95% - N = 9 e G100% - N = 8). Os grugru-pos realizaram ao longo desta fase o mesmo tipo de trei-namento, exceto nos dois dias de treinamento inter-valado, cuja velocidade de execução dos tiros (%vVO2max) e duração destes (%Tlim) foram

dife-renciadas, embora a metragem total percorrida no treino intervalado tenha sido semelhante entre os grupos. Neste período, então, os atletas realizaram 2 sessões de treinamento intervalado, mais 1 sessão com velocidade correspondente ao LAn (40 min), além de mais 3 sessões de treinamento contínuo (60 min a 70% VO2max), que foram intercaladas

entre os dias de treino intervalado, totalizando 6 sessões semanais.

Para o G95% a velocidade de execução dos tiros durante o treinamento intervalado foi de 95% vVO2max, com duração de 60%Tlim obtido a

95%vVO2max. A recuperação ativa entre os tiros foi

realizada a 50%vVO2max e com uma duração de

30%Tlim, sendo o esforço repetido por 4 vezes. Para o G100%, a velocidade de execução dos tiros durante o treinamento intervalado foi de

100%vVO2max, com duração de 60%Tlim obtido a

100%vVO2max. A recuperação ativa entre os tiros

foi realizada a 50%vVO2max e com uma duração de

60%Tlim, sendo o esforço repetido por 5 vezes. Na 7a semana, houve redução do volume dos tiros e aumento da intensidade nas 2 sessões intervaladas. As demais sessões de treinamento foram mantidas.

Determinação do VO2max, vVO2max e LAn.

O VO2max, a vVO2max e o LAn foram determinados

a partir de um teste incremental em uma esteira rolante (LIFE FITNESS 9800), com velocidade inicial de 12 km/h e incrementos de 2 km/h a cada 3,5 minutos até atingir 80% da velocidade individual de corrida nos 1500m. Posteriormente, os incrementos foram de 1km/h até a exaustão voluntária. Entre cada estágio houve uma pausa de 30 segundos para a coleta de 25ml de sangue do lóbulo da orelha (21). A inclinação da esteira foi mantida fixa em 1%, já que esta condição reflete mais precisamente o custo energético da corrida em ambientes abertos (13). Durante os testes, os gases expirados foram avalia-dos no modo respiração-respiração (SENSOR MEDICS - MMC), com registros a cada 10 segundos. A maior média de 2 valores consecutivos registrados a cada 10s chamamos de VO2max. A vVO2max foi a

velocidade mínima em que o VO2max foi alcançado e

mantido por ao menos 1 min. Se o VO2max

alcança-do durante o estágio não fosse sustentaalcança-do por 1 min, a velocidade do estágio anterior era assumida como a vVO2max (4).

O lactato sanguíneo foi determinado por um método eletroquímico (YSL 2300), e o LAn foi identificado como a velocidade correspondente a uma concentra-ção fixa de 4mM (9).

Teste para determinar a economia de corrida (EC) e o tempo de exaustão (Tlim)

Os corredores realizaram um aquecimento por 7 min a 12 km/h, seguido por um descanso de 3 min e, posteriormente, correram por mais 8 min a 14km/h. O consumo de oxigênio (VO2) foi medido entre o 6º

e 7º min a 14km/h, servindo como referência para a EC do atleta, que foi definida como a relação entre o VO2e a velocidade de corrida (6).

Imediatamente após o 8º min de corrida submáxima, num prazo de 30 a 45 segundos, a velocidade da esteira era ajustada à intensidade correspondente a 95% (G95%) ou 100% (G100%) vVO2max,

inician-do-se a corrida até a exaustão voluntária (4). Determinação da Velocidade Crítica (VC)

Conforme proposto por Hill (10), simulamos uma competição nas distâncias de 1500 e 5000 metros em pista de atletismo emborrachada de 400 metros, em dias diferentes dentro da mesma semana. A VC

(21)

foi determinada através do coeficiente angular (b) da reta de regressão linear entre as distâncias e os res-pectivos tempos.

Análise estatística

Os dados estão expressos com média + desvio padrão (DP). A ANOVA TWO-WAY para dados repetidos, complementada pelo teste de Tukey, foi empregada para comparar o LAn e a VC antes e após o período de treinamento. O teste de correlação de Pearson foi utilizado para verificar a correlação entre

o LAn e a VC. O teste t de Student para dados pareados foi utilizado para comparar as demais variáveis antes e após o período de treinamento Em todos os testes foi adotado um nível de significância de p < 0,05.

RESULTADOS

A Tabela 1 mostra os efeitos do treinamento sobre a vVO2max, VO2max e EC para os atletas do G95% e

G100%. O treinamento só determinou aumento da vVO2max e da EC para os atletas do G100%.

Velocidade crítica e efeitos do treinamento

Tabela 1 – Valores médios + DP da velocidade mínima em que ocorreu o maior consumo de oxigênio (vVO2max), do consumo máximo de oxigênio (VO2max) e da economia de corrida (EC) do grupo I (95%vVO2max) e do grupo II (100%vVO2max) antes (Pré) e depois (Pós) do programa de treinamento.

GI (n = 9) GII (n = 8)

Pré Pós Pré Pós

VVO2max (km/h) 19,00±1,0 19,22±0,9 18,30±0,5 19,06±1,0 * VO2max (ml/kg/min) 59,05±6,0 58,97±5,7 59,98±6,0 58,35±5,4 EC (ml/kg/min) 37,25±2,2 36,30±1,7 37,66±3,9 36,27±3,7*

* (p<0,05) em relação ao pré-teste dentro do mesmo grupo.

As velocidades correspondentes ao LAn e a VC, antes e após o programa de treinamento, estão apresentadas na Tabela 2. Como pode ser observado, durante o pré-teste não foram observadas diferenças significantes entre o LAn e a VC para os dois grupos estudados. Após o programa de treinamento, houve melhora signifi-cante do LAn para os dois grupos, e da VC para o G95%. Neste período, o LAn foi signifisignifi-cantemente maior do que a VC para os dois grupos estudados.

Tabela 2 – Valores médios + DP da velocidade correspondente ao limiar anaeróbio (LAn) e à velocidade crítica do grupo I (95%vVO2max) e do grupo II (100%vVO2max) antes (Pré) e depois (Pós) do programa de treinamento.

GRUPO LAn (Pré) (km/h) LAn (Pós) (km/h) VC (Pré) (km/h) VC (Pós) (km/h) I (n = 9) 17,31 ± 1,3 17,98 ± 1,1 * 16,97 ± 1,1 17,25 ± 1,0 * † II (n = 8) 17,35 ± 0,8 18,11 ± 0,6 * 17,44 ± 0,9 17,63 ± 0,7 †

* p<0,05 em relação ao mesmo índice obtido no pré-teste; † p<0,05 em relação ao LAn dentro do mesmo período de treinamento

Houve correlação significante entre a velocidade do LAn e a VC do G95% (r = 0,90 e r = 0,91) e G100% (r = 0,84 e r = 0,80) na condição pré-treinamento e pós-treinamento, respectivamente.

(22)

Tabela 3 – Valores médios + DP do tempo obtido (segundos) durante competição simulada em prova de meio--fundo (1500 m) e fundo (5000 m), do grupo I (95%vVO2max) e do grupo II (100%vVO2max) antes (Pré)

e depois (Pós) do programa de treinamento.

GRUPO 1500 (Pré) 1500 (Pós) 5000 (Pré) 5000 (Pós)

I (n = 9) 271,1 ± 13,5 269,0 ± 13,4 1016,0 ± 61,8 1001,0 ± 56,9 * II (n = 8) 270,7 ± 8,7 265,5 ± 8,4 * 994,7 ± 44,8 981,0 ± 39,6 *

* (p<0,05) em relação ao pré-teste dentro do mesmo grupo.

nos diferentes índices fisiológicos. Estudos realiza-dos em corredores com níveis similares de rendi-mento mostram que a performance de média e longa duração (> 5000 m) é mais dependente do LAn (5), enquanto em provas aeróbias de curta duração (1500 – 3000 m) a vVO2max parece explicar mais as

varia-ções da performance (3). Como o G100% aumentou a vVO2max e o LAn, poder-se-ia realmente esperar a

melhora dos 1500 e 5000 m. Por outro lado, o G95% modificou só o LAn e provavelmente em função disto a performance só melhorou nos 5000 m. O emprego de uma determinada concentração fixa de lactato obtido durante um teste incremental para determinar indiretamente a MLACSS tem gerado muito controvérsia entre os pesquisadores. Embora este critério possa reduzir o tempo e os custos do processo de avaliação, muitos autores o criticam, pois fatores como a variabilidade individual (27), o estado nutricional (19) e o tipo de exercício (2) podem influenciar os valores de lactato correspon-dentes a MLACSS determinada em exercícios de carga constante. Deve-se ressaltar, entretanto, que muitos estudos realizados especificamente em corre-dores têm confirmado que a MLACSS corresponde em média a 4 mM (14, 25), mesmo em atletas mais jovens (1). Independentemente disto, o LAn identifi-cado com concentração fixa tem-se mostrado válido para identificar as adaptações provocadas pelo trei-namento (7).

A validade da PC ou VC em predizer a performance aeróbia (11, 16) ou os limiares de lactato (26, 28) ou ventilatórios (20) tem sido bastante investigada, particularmente para o ciclismo estacionário e a natação. Para a corrida, Hughson et al. (11) foram os primeiros a aplicar o conceito de VC durante o exer-cício em esteira rolante, encontrando uma correlação

BS Denadai, MJ Ortiz, S Stella, MT Mello

DISCUSSÃO

O principal objetivo deste estudo foi analisar a vali-dade da VC em estimar o LAn, antes e após dois diferentes programas de treinamento, em atletas de endurance. Antes do programa de treinamento, a VC apresentou boa validade para a determinação do LAn. Após o treinamento, entretanto, a VC, para os dois grupos estudados, não apresentou a mesma sensibilidade do LAn para identificar as adaptações determinadas pelo treinamento.

Estudos realizados recentemente têm verificado que a inclusão de 1 a 2 sessões semanais de treinamento intervalado de alta intensidade (90 - 100

%VO2max), durante períodos relativamente curtos

(4 semanas), são eficientes para a melhora de índi-ces fisiológicos (VO2max, vVO2max, LAn e EC), e da

performance aeróbia (4, 17).

Os programas de treinamento empregados neste estudo foram elaborados com base nos dados encon-trados por Billat et al. (4). Os resultados obtidos pelo G100% em nosso estudo são consistentes com os verificados por Billat et al. (4), mostrando que a vVO2max pode ser aumentada a partir da melhora da

EC, sem modificação do VO2max. Podemos

consta-tar ainda que estas modificações parecem ser depen-dentes do treinos intervalados a 100% VO2max, já

que o G95% não apresentou estas adaptações. Já em relação à melhora do LAn, os dois programas de trei-namento se mostraram eficientes, não nos permitin-do atribuir principalmente às sessões intervaladas e nem às intensidades empregadas nos mesmos, as adaptações que modificaram a resposta do lactato sanguíneo ao exercício incremental.

(23)

moderada (r = 0,67) com a performance na prova de 10 km. Posteriormente, Kranenburg & Smith (16) verificaram que a determinação da VC em teste de pista (distância x tempo) é válida, apresentando valores semelhantes e altamente correlacionados com a VC determinada na esteira rolante (velocida-des pré-estabelecidas x tempo de exaustão).

Confirmando estes resultados, verificamos em nosso laboratório (22) que a VC determinada em pista, como sugerido por Hill (10) com apenas duas dis-tâncias (1500 e 5000 m), é válida para determinar a VC obtida em esteira, em corredores de endurance. Antes do período de treinamento, verificamos que a VC apresentou boa validade para estimar o LAn em corredores de endurance. Estes resultados são seme-lhantes aos de Wakayoshi et al. (28), que verificaram que a VC foi válida para determinar o LAn (4 mM) em um grupo de nadadores adultos (16-24 anos) e bem treinados. Posteriormente, Wakayoshi et al. (29) também encontraram uma alta correlação (r = 0,91) entre a VC e o LAn, verificando ainda que a VC correspondeu à MLACSS em um grupo de nada-dores treinados colegiais (18 - 20 anos).

Após o período de treinamento, entretanto, a valida-de da VC povalida-de ser questionada, pois a mesma não apresentou a mesma sensibilidade do LAn para detectar os efeitos do treinamento, embora os índi-ces tenham permanecido bem correlacionados. Poucos estudos têm analisado os efeitos do treina-mento sobre a PC/VC, principalmente em atletas que já se encontravam treinando. Jenkins e Quigley (12) verificaram em um grupo de indivíduos ativos, porém sem treinamento sistemático ao início do experimen-to, que o treinamento contínuo de intensidade sub--máxima (3 dias/semana – 8 semanas) aumentou a PC (30%) e a intensidade máxima que podia ser sus-tentada por 40 min (28%). Gaesser e Wilson (8) verificaram que os treinamentos contínuos de baixa intensidade (40 min a 50% VO2max, 3 dias/semana)

ou intermitente de alta intensidade (10 x 2 min a 100% VO2max, 3 dias/semana) determinaram

aumento da PC de modo bem semelhante (15%). Assim, a ausência (G100%) ou a menor (G95%) sensibilidade da VC podem ser atribuídas em parte ao maior nível inicial de condicionamento dos nos-sos voluntários, pois em nosso estudo utilizamos indivíduos treinados, o que potencialmente diminui

a sensibilidade aos efeitos do treinamento. Este aspecto não explica completamente as diferen-tes sensibilidades do LAn e da VC nos dois grupos analisados, sendo entretanto semelhante ao encon-trado por Poole et al. (24). Poole et al. (24) realiza-ram o único estudo que avaliou simultaneamente os efeitos de 7 semanas de treinamento (10 x 2 min a 105% VO2max, 3 dias/semana) sobre a PC e um

índice que determinou indiretamente a resposta do lactato ao exercício incremental (limiar ventilatório), porém em indivíduos sem treinamento prévio. Similarmente ao nosso estudo, Poole et al. (24) veri-ficaram que o limiar ventilatório (24%) apresentou maior sensibilidade aos efeitos do treinamento do que a PC (15%). Deste modo, os mecanismos que determinam as adaptações na resposta do lactato, podem não ser exatamente os mesmos que modifi-cam a VC, podendo existir diferentes comportamen-tos nestes índices em função do treinamento físico. Um aspecto que merece destaque em nosso estudo é o fato das performances nos 1500 e 5000 m terem melhorado significantemente no G100%, enquanto a VC permaneceu constante. Como a VC foi determina-da como o coeficiente angular determina-da relação distância x tempo, é provável que os percentuais de melhora tenham sido diferentes entre as distâncias (1500 e 5000 m) e também entre os indivíduos. Este aspecto acabou determinando que o coeficiente angular (VC) tenha apresentado comportamentos diferentes entre os indivíduos (diminuição, manutenção ou aumento), fazendo com que a VC não se modificasse significan-temente. Para o G95%, a performance nos 1500 m não se modificou, enquanto nos 5000 m houve melhora significante. Deste modo, poder-se-ia real-mente esperar aumento do coeficiente angular na relação distância x tempo (VC), como de fato ocorreu. Finalmente, não podemos descartar completamente um possível efeito dos níveis de glicogênio muscular (depleção) sobre o LAn, principalmente no período de pós-treinamento. Maassen e Busse (19) verifica-ram que a intensidade correspondente ao LAn que utiliza concentração fixa de lactato, pode ser supe-restimada, caso os indivíduos estejam com depleção de glicogênio muscular. Ressalta-se, entretanto, que procuramos evitar este fenômeno com a inclusão da semana de polimento e a redução da sobrecarga na semana dos testes em laboratório.

(24)

De qualquer modo, são necessários mais estudos que analisem a relação entre a VC e a resposta de lactato sanguíneo, envolvendo atletas em diferentes fases e/ou tipo de treinamento, principalmente que possam determinar diretamente a MLACSS, para que possamos obter informações mais definitivas. Com base nos resultados deste estudo, podemos concluir que a validade da VC para estimar o LAn, determinado com concentração fixa de lactato (4 mM), pode ser dependente do período e/ou tipo de treinamento realizado pelos atletas de endurance.

CORRESPONDÊNCIA B.S. Denadai

Laboratório de Avaliação da Performance Humana IB, UNESP

Av. 24 A, 1515, Bela Vista — Rio Claro — SP CEP — 13506-900 Brasil

bdenadai@rc.unesp.br

(25)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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